CURSO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS 2O SEMESTRE QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS ÍNDICE Experimento Página 01 REGRAS DE SEGURANÇA ESPECÍFICAS PARA AS AULAS DE GRADUAÇÃO EM LABORATÓRIO ANÁLISE QUALITATIVA DE CÁTIONS 02 ANÁLISE QUALITATIVA DE CÁTIONS DO GRUPO I 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 - ANÁLISE QUALITATIVA DE ÂNIONS DETERMINAÇÃO GRAVIMÉTRICA DE ZINCO INTRODUÇÃO A VOLUMETRIA TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DE UM ÁCIDO FORTE COM BASE FORTE TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DE UM ÁCIDO FRACO COM BASE FORTE AVALIAÇÃO DE ADEQUABILIDADE DE INDICADORES PARA TITULAÇÃO ÁCIDOBASE PADRONIZAÇÃO DE UM ÁCIDO FORTE PADRONIZAÇÃO DE UMA BASE FORTE DETERMINAÇÃO DE ÍONS CLORETO - MÉTODO DE MOHR DETERMINAÇÃO DE íONS BROMETO - MÉTODO DE VOLHARD DETERMINAÇÃO DE ÍONS MAGNÉSIO DETERMINAÇÃO DE ÍONS CÁLCIO EM AMOSTRAS DE LEITE PADRONIZAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE PERMANGANATO DE POTÁSSIO QUANTIFICAÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO QUANTIFICAÇÃO DE HIPOCLORITO DE CÁLCIO DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO EM COMPRIMIDOS DE VITAMINA C ANEXO I - MODELO DE RELATÓRIO 03 05 07 09 11 13 16 17 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 2 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas Regras de Segurança Específicas para as Aulas de Graduação 1. É obrigatória a manutenção de áreas de trabalho, passagens e dispositivos de segurança livres e desimpedidos. As banquetas presentes nos laboratórios devem estar junto às bancadas quando não estiverem em uso. 2. É obrigatório o conhecimento da localização dos extintores de incêndio, chuveiros de emergência, lava-olhos e saídas de emergência nos laboratórios e salas de preparação. 3. É obrigatório o uso de óculos de segurança durante o desenvolvimento de quaisquer atividades que apresentem riscos nos laboratórios e salas de preparação. O uso dos óculos de segurança deve ser feito inclusive por pessoas que já usem óculos de grau; nesse caso procurar outro tipo de proteção que possa ser utilizada em conjunto com os óculos de grau. 4. É obrigatória a leitura do roteiro de aula prática antes de ir para o laboratório. 5. É obrigatória a rotulagem de recipientes contendo produtos químicos. 6. É obrigatória a comunicação de situações anormais, quer de mau funcionamento de equipamentos, vazamento de produtos, falha de iluminação, ventilação ou qualquer condição insegura, aos responsáveis do setor para imediata avaliação dos riscos. 7. É obrigatório o uso de pêras de borracha na aspiração de líquidos nos laboratórios e salas de preparação. 8. É obrigatória a sinalização de superfícies e objetos quentes nos laboratórios e salas de preparação. 9. É obrigatório o uso de avental, confeccionado em algodão (no mínimo 90%), preferencialmente com mangas compridas e comprimento logo abaixo do joelho (até a 3 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS metade da canela). A gola deve ser curta. Deve possuir bolsos que não podem ser usados para documentos ou objetos que não tenham uso nas atividades de laboratório 10. É obrigatório o uso de calça comprida nos trabalhos realizados nos laboratórios e salas de preparação. 11. É obrigatório o manuseio de produtos químicos tóxicos e corrosivos em capela com exaustão ligada, e o uso de luvas quando necessário. 12. É proibido fumar nos laboratórios e salas de preparação. 13. É proibida a ingestão de qualquer alimento ou bebida nos laboratórios e salas de preparação. 14. É proibido o uso de sandálias ou qualquer outro calçado aberto nos laboratórios e salas de preparação. Calçados fechados protegem mais os pés. 15. É proibido acumular materiais sobre bancadas e pias. Todo material que não estiver em uso deve ser guardado limpo, em local apropriado. 16. Cabelos longos devem ser presos. 17. Experimentos não autorizados são estritamente proibidos para os alunos de graduação. Por questões de segurança, experimentos adicionais, diferentes daqueles descritos nos roteiros de aulas práticas, só devem ser efetuados com a aprovação do professor. 4 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 01 Análise Qualitativa de Cátions Objetivos: Detectar a presença de alguns cátions em diferentes amostras. Procedimento: 1. 2. 3. 4. Prática 1: Detecção do cátion NH4+ por via úmida Em um tubo de ensaio coloque uma ponta de espátula contendo o cátion amônio, ou 20 gotas de uma solução contendo tal cátion. Adicione 20 gotas de uma solução de NaOH 5% m/v. Procure fazer uma detecção sensorial (cheiro característico) do gás amônia liberado e escreva a reação envolvida. Utilize um papel tornassol úmido para fazer a detecção da amônia e explique porque esta opção é viável. Prática 2: Detecção do cátion K+ por via úmida 1. Adicione em um tubo de ensaio 20 gotas de solução contendo íon K+ e 20 gotas de uma solução de HClO4 20% m/v (ácido perclórico) 2. A presença do íon potássio é caracterizada pela formação de um sólido insolúvel branco. PESQUISA DE ALGUNS CÁTIONS POR ENSAIO DE CHAMA (VIA SECA) O teste de chama fundamenta-se no fato de que alguns elementos químicos, ao receber uma certa quantidade de energia têm alguns de seus elétrons deslocados para níveis mais energéticos, caracterizando um estado excitado. Quando um dos elétrons excitados retorna ao seu nível energético fundamental, causa uma dissipação de energia na forma de radiação eletromagnética, muitas vezes na região visível do espectro o que possibilita a identificação do elemento por sua cor característica quando exposto a uma chama. Em alguns casos, a observação direta da chama permite observações conclusivas; em outros é necessária a utilização de filtros que absorvem interferências. Neste experimento será utilizado um vidro de cobalto para absorver a radiação amarela do sódio, um interferente químico muito comum, de modo a possibilitar a visualização das cores relativas a outras espécies químicas. A Tabela 1.1 apresenta alguns elementos químicas e as cores que podem ser observadas no ensaio de chama, na presença e na ausência do filtro de cobalto. Tabela 1.1 – Emissões típicas de alguns elementos no teste de chama. Elemento Químico Sem Filtro Com Filtro + K Violeta róseo Violeta avermelhado Li+ Vermelho carmim Violeta Sr+ Vermelho carmesin Vermelho - Violeta 2+ Ca Vermelho tijolo Verde Claro Ba2+ Verde amarelado Verde Azulado Cu2+ Verde esmeralda Verde Claro + Na Amarelo intenso Não visível 5 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Prática 3: Execução do Teste de Chama O teste de chama será conduzido com o auxílio de um fio de liga Ni-Cr, que permite a exposição direta dos sais sólidos à chama. 1. Recorte 7 pedaços de papel com dimensões aproximadas de 4X4 cm e coloque pedaço devidamente identificado uma ponta de espátula de cada um dos sais de K, Li, Sr, Ca, Ba, Cu e Na. 2. Limpe o fio de Ni-Cr por meio de sucessivas operações de introdução do mesmo em uma solução concentrada de HCl e exposição à chama. Os cloretos dos elementos de interesse são voláteis, o que permite a descontaminação do fio. Repita esta operação sempre que necessário no decorrer do experimento. 3. Com o auxílio do fio de Ni-Cr, sempre descontaminado, exponha a chama cada um dos elementos de interesse e anote as suas observações, apontando as dificuldades encontradas. Faça observações com e também sem a utilização do filtro de cobalto. 4. Faça uma mistura dos sais de Na e K e tente identificá-los no teste de chama. 5. Análise a amostra desconhecida que será fornecida na aula. Literatura Recomendada: Baccan, N. et al., “Introdução à Semimicroanálise Qualitativa”, Editora da Unicamp, Campinas, a SP, 7 Ed., 1997. Vogel, A. “Química Analítica Qualitativa”, Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 6 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 02 Análise Qualitativa de Cátions do Grupo I Objetivos: 2+ + 2+ Realizar uma análise qualitativa dos cátions Ag ; Pb e Hg2 . Procedimento: 1. Coloque 10 gotas da solução a ser analisada em um tubo de ensaio e adicione 4 gotas de uma solução de HCl 3 mol L-1. Misture bem e centrifugue. Verifique se a precipitação foi -1 completa adicionando outra gota da solução de HCl 3 mol L ao sobrenadante. Centrifugue, retire o sobrenadante com conta-gotas. Este sobrenadante 1 poderia ser usado para determinação de outros cátions. No presente estudo, descartar este sobrenadante. O precipitado deve ser lavado com 2 mL de água fria, contendo 1 mL de solução de -1 HCl 3 mol L . Desprezar a água de lavagem. Desse modo o precipitado 1 irá conter os sais PbCl2; AgCl e Hg2Cl2 2. Ao precipitado 1, adicione água e faça um aquecimento por 5 minutos em banho-maria, com agitação. Centrifugue à quente, remova imediatamente o sobrenadante 2. OBSERVE OS CUIDADOS ADEQUADOS PARA O USO DA CENTRÍFUGA – CONSULTE O PROFESSOR. O sal PbCl2 é solúvel em água quente. Desse modo o precipitado 2 irá conter agora, os sais AgCl e Hg2Cl2. O sobrenadante 2, que agora deverá ser guardado, terá o PbCl2 (aq). 3. Ao sobrenadante 2, originário do item 2, que contém o PbCl2, adicione algumas gotas de uma solução de K2CrO4 0,5 mol L-1. Um precipitado de cor amarela, confirmará a presença de chumbo, pela formação do PbCrO4(aq). Este precipitado amarelo não será mais utilizado. Descarte-o em um frasco apropriado. 4. Ao precipitado 2, que foi gerado no item 2 deste procedimento e que contém AgCl e Hg2Cl2, devem ser adicionadas 10 gotas de uma solução de NH4OH 3 mol L-1. Agite e centrifugue. Separe o sobrenadante 3, que contém o íon Ag(NH3)2+ para ser usado na próxima etapa e guarde o precipitado 3 para a detecção do mercúrio, que ocorrerá no item 6 deste procedimento. Um escurecimento do precipitado 3 já é um indicativo prévio da presença de mercúrio. 5. Ao sobrenadante 3, proveniente do item 4, acrescente gotas de uma solução de HNO3 3 mol L-1 até meio ácido. A formação de um precipitado branco de AgCl irá confirma a presença de prata. Descarte o precipitado em um frasco apropriado (capela). 6. Dissolva o precipitado 3, com 2 gotas de HNO3 concentrado e dilua cuidadosamente com algumas gotas de água. Adicione 2 gotas de uma solução de SnCl2 recentemente preparada. O aparecimento de um sólido branco ou cinza irá confirmar a presença do Hg (I). Descarte o precipitado em um frasco apropriado (capela). Escreva todas as reações envolvidas. 7 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Fluxograma das operações: amostra + HCl 3 mol L-1 precipitado 1 PbCl2; AgCl e Hg2Cl2 sobrenadante 1 Aquecimento com H2O sobrendante 2 PbCl2 precipitado 2 AgCl e Hg2Cl2 K2CrO4 NH4OH PbCrO4 (amarelo) sobrenadante 3 Ag(NH3)2+ precipitado 3 HNO3 (conc.) -1 HNO3 3 mol L AgCl (branco) SnCl2 Hg2Cl2 e Hg (branco ou cinza) Literatura Recomendada: Baccan, N. et al., “Introdução à Semimicroanálise Qualitativa”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 7a Ed., 1997. Vogel, A. “Química Analítica Qualitativa”, Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 8 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 03 Análise Qualitativa de Ânions Objetivos: Realizar uma análise qualitativa de ânions Procedimento: 1. Reação da amostra sólida com H2SO4 concentrado: a.) Colocar uma porção de amostra (ponta de espátula), na placa de toque e adicionar 2 a 3 gotas de H2SO4 conc., observar cor e odor. b.) Para algumas amostras pode não ter sido possível observações na placa de toque. Em tais casos conduza novamente a reação utilizando um tubo de ensaio. Aqueça levemente o tubo e avalie a cor e o odor da amostra durante o teste. Ânions a serem testados Gás liberado CO32S2H3CCOOClBrINO2- CO2 H2S H3CCOOH HCl Br2 I2 NO NO3- NO2 Cor do Gás Odor apresentado incolor inodoro incolor ovo podre incolor vinagre incolor picante marrom irritante violeta irritante incolor passando a picante marrom marrom avermelhado picante 2. Reação da amostra em solução com solução de AgNO3 em meio ácido: a.) Colocar em um tubo de centrífuga, 1 mL da amostra (ânion indicado no quadro abaixo) e adicionar 1 mL da solução de AgNO3 b.) Centrifugar, desprezar o sobrenadante e dividir o precipitado em 2 tubos de ensaio e testar as solubilidades indicadas no quadro a seguir apresentado, utilizando para tal fim 2 mL de HNO3 3 mol L-1 ou NH4OH 3 mol L-1 Ânion PO43CO32ClBrIS2- Cor do precipitado amarelo branco branco amarelo claro amarelo preto comportamento em solução de HNO3 3 mol L solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel -1 comportamento em solução de NH4OH 3mol L -1 solúvel solúvel pouco solúvel insolúvel insolúvel insolúvel 9 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS 3. Reação da amostra em solução com solução de BaCl2 a.) Colocar em um tubo, 1 mL da amostra (ânion indicado no quadro abaixo) e adicionar 1 mL da solução de BaCl2. Centrifugar, desprezar o sobrenadante e testar a solubilidade do precipitado -1 em uma solução de HCl 3 mol L . 3PO4 2CO3 2SO4 Ânion Cor do Precipitado Branco Branco Branco -1 Solubilidade em solução de HCl 3 mol L Solúvel Solúvel Insolúvel Escreva as reações ocorridas nos procedimentos 1, 2 e 3. Literatura Recomendada: Baccan, N. et al., “Introdução à Semimicroanálise Qualitativa”, Editora da Unicamp, Campinas, a SP, 7 Ed., 1997. Vogel, A. “Química Analítica Qualitativa”, Editora Mestre Jou, São Paulo, 1981. 10 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 04 Determinação Gravimétrica de Zinco Introdução Teórica: O desenvolvimento de algumas ferramentas utilizadas em química analítica se iniciaram há 2 séculos atrás e continua até hoje. A tecnologia disponível para a condução da química analítica tem evoluído com o advento das balanças eletrônicas, tituladores automáticos e tantos outros instrumentos, trazendo consequências como incrementos na velocidade, conveniência, exatidão e precisão das determinações. Como exemplo é possível citar os procedimentos de determinação de massas, que 40 anos atrás necessitavam de 5 até 10 minutos e que hoje são realizados em poucos segundos. A análise gravimétrica consiste no isolamento e pesagem de uma determinada espécie de interesse, que é determinada de modo direto ou indireto, com base na estequeometria das reações envolvidas, onde o principal instrumento analítico é a balança, que vai funcionar como um detector químico. Tais procedimentos são simples, porém muito sujeitos a erros, o que exige do profissional que o conduz, habilidade, conhecimento e criticismo no trabalho intra-laboratorial. Objetivos: Realizar uma determinação quantitativa utilizando uma técnica gravimétrica Materiais e Reagentes: amostra contendo zinco, espátula, béquer de 250 mL, béquer de 500 mL, cadinho de porcelana, estufa, balança com legibilidade de 0,001g, mufla, tenaz de aços, luvas de amianto, solução de Na2CO3, bico de bunsen, tela de amianto, tripé Procedimento a ser realizado na primeira semana: a.) Em um béquer de 250 mL contendo 100 mL de água, dissolver uma massa de aproximadamente 0,500 g de uma amostra, pesada com exatidão. b.) Adicionar à solução obtida, gota a gota, uma solução de Na2CO3 de modo a precipitar o zinco, evitando excesso do agente precipitante. A precipitação deve ser completa. c.) Aquecer em banho-maria durante 40 minutos e deixar repousar até que o líquido sobrenadante esteja límpido. d.) Filtrar em papel de filtro quantitativo e lavar o precipitado com pequenas porções de água destilada Final do procedimento a ser executado na primeira semana. Procedimento a ser realizado na segunda semana: a.) Colocar o papel de filtro quantitativo contento o precipitado em um cadinho de porcelana previamento seco e pesado. b.) Deixar o conjunto em estufa a 100ºC por 15 minutos. c.) Levar o conjunto a uma mufla por 25 minutos e depois deixar esfriar em um dessecador. d.) Determine a massa de ZnO. e.) Expresse os resultados em termos de ZnSO4.7H2O (mg kg-1). f.) Expresse o teor de Zn na amostra (%). 11 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Reações envolvidas: a.) ZnSO4.7H2O(aq) + Na2CO3 (aq)_ b.) ZnCO3(s) ZnCO3(s) + Na2SO4 + 7 H2O ZnO + CO2(g) Visando o enriquecimento de seu aprendizado resolva o seguinte problema e inclua a sua resolução no relatório: Uma amostra de 2,019 g de uma mistura contendo somente Al2O3 e Fe2O3, foi aquecida a 780 ºC sob fluxo de H2. Sob tais condições, o Al2O3 permanece inalterado, enquanto que o Fe2O3 é quantitativamente convertido a Fe e H2O(g). Sabendo que o resíduo final apresentou uma massa de 1,774 g, calcule a porcentagem de Al2O3, na amostra. Com base nos resultados obtidos por toda a classe, avalie o desempenho dos grupos, por meio de um gráfico de controle de qualidade. A partir do valor teórico da concentração de zinco, que será fornecido pelo professor, avalie os erros cometidos. Literatura Recomendada: Baccan, N. et al., “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Jeffery, G.H. et al. “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et al. “Analytical Chemistry: An Introduction” 7ª Ed. Hartcourt College Publishers, 2000. SIGA ATENTAMENTE AS REGRAS DE SEGURANÇA EVITE QUEIMADURAS UTILIZE TENAZ DE AÇO E/OU LUVAS DE AMIANTO PARA O MANUSEIO DE MATERIAL QUENTE 12 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 05 Introdução a Volumetria - Qualidade Analítica Objetivo : utilizar conceitos de volumetria e de qualidade analítica Introdução : Em uma análise volumétrica, a quantidade de um constituinte de interesse na amostra é determinada através da reação desta espécie química com uma outra substância em solução, chamada solução-padrão, cuja concentração é exatamente conhecida. Sabendo-se qual a quantidade da solução-padrão necessária para reagir totalmente com a amostra e a reação química que ocorre entre as duas espécies, tem-se condições para se calcular a concentração da substância analisada. O processo pelo qual a solução-padrão é introduzida no meio reagente é conhecido por titulação, que pode ser volumétrica ou gravimétrica. Em uma titulação gravimétrica mede-se a massa da solução-padrão consumida na determinação, enquanto na volumétrica mede-se o volume. O procedimento volumétrico é o mais conhecido e o mais utilizado, enquanto que o gravimétrico é utilizado somente em alguns casos especiais. Nem todas as reações químicas podem servir de base para as determinações volumétricas. Idealmente a reação deve: ser extremamente rápida, ser completa no ponto de equivalência (ponto final), possuir uma equação química bem definida e permitir o uso de meios satisfatórios para detecção do ponto final. Em soluções aquosas, as titulações de neutralização são aquelas nas quais íons + hidrogênio hidratado, H3O , são titulados com íons hidroxila, OH , ou vice-versa. Materiais e Reagentes: suporte universal, garra para bureta, bureta de 50 mL, funil de adição, béquer 125 mL, pisseta, pêra de borracha, 3 erlenmeyer de 125 ou 250 mL, pipeta graduada e volumétrica de 5 e de 10 mL, proveta de 50 mL, fenolftaleína em conta-gotas, metilorange em conta-gotas, NaOH 0,1 M padronizado. Procedimento: PARTE 1: Quantificando a solução de HCl: Cálculos a- calcule estequiometricamente o volume de NaOH 0,1 M necessário para reagir -1 completamente com 10 mL da solução de HCl aproximadamente 0,1 mol L . Volume = _________ b- escolha a pipeta adequada para retirar uma alíquota da solução de HCl: Graduada Volumétrica Justifique: ................................................................................................................................ Preparação para a Titulação c- selecione a bureta de trabalho e monte-a no suporte próprio para o sistema de titulação 13 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS d- lavar a bureta com o titulante, desprezando o resíduo da limpeza, e após, carregue-a tomando o cuidado de remover eventuais bolhas de ar do seu interior. Acertar o nível do líquido no zero da escala (medição pela parte inferior da curvatura na superfície do líquido). Alíquota e - com a pipeta já escolhida retire, com técnica, uma alíquota de 10 mL da solução de HCl e transfira-a para um erlenmeyer. f- introduza agora um volume aproximado de 20 ml de água destilada e faça a homogeneização através de movimentos circulares e cuidadosos. Pergunta: Este volume de água influi na quantificação.? Qual a sua finalidade? Titulação g- você tem à sua disposição um indicador : fenolftaleína h- adicione aproximadamente 3 gotas do indicador, cuja finalidade ................................................................................................................................ é i - inicie a titulação gota a gota, prevendo o final da titulação através dos cálculos de volume já efetuados anteriormente. Volume de NaOH gasto = ................ml j - calcule a relação porcentual entre o volume prático e o teórico %=....................... k- calcule a concentração real da solução de HCl preparada por sua equipe. PARTE 2: Estatística aplicada à análise: Todas as medidas físicas possuem um certo grau de incerteza. Quando se faz uma medida procura-se manter esta incerteza em níveis baixos e toleráveis, de modo que o resultado possua uma confiabilidade aceitável, sem a qual a informação obtida não terá valor. A aceitação ou não dos resultados de uma medida dependerá de um tratamento estatístico. Por meio dos termos precisão e exatidão a química desenvolve um potencial analítico para emitir um resultado.Precisão é a concordância entre os vários valores experimentais obtidos, quanto mais próximos entre si estiverem, ou seja, maior será a precisão quanto menor for a amplitude das medidas. A exatidão traduz a concordância dos valores experimentais com o valor verdadeiro. Em outras palavras, exatidão está relacionada à veracidade das medidas e precisão à sua reprodutibilidade. Precisão não implica necessariamente em exatidão: os resultados obtidos podem ser concordantes entre si e discordantes em relação ao valor verdadeiro. 14 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Procedimento: 1 – AVALIAÇÃO DA PRECISÃO: a- Determinar por 5 vezes, com NaOH 0,1M, padronizado, a concentração de 5 ml da solução de HCl b- Calcular com os 5 valores da concentração encontrada do HCl 1- média aritmética 2- desvio padrão 3- coeficiente de variação 2 -EMISSÃO DE RESULTADO Anote as concentrações obtidas pelas equipes e calcule: _ 1- média aritmética (X) 2- desvio padrão (s) 3- coeficiente de variação (CV) Fórmulas: X = (Σ Xi)/n s= Σ( Xi − X ) 2 n −1 CV = s.100 (%) X 3 – AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO: Utilizando os dados gerados por toda a turma, construa um gráfico de controle, onde a média aritmética será considerada o valor verdadeiro. Utilize linhas para indicar limites de +/- 1, 2 e 3 vezes o desvio padrão em torno da média. Bibliografia: Baccan, N. et al., “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et al. “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992 15 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 06 Titulação potenciométrica de uma base forte com ácido forte Introdução: A titulação potenciométrica é uma importante técnica para a detecção do ponto final de titulações. O andamento da titulação pode ser facilmente visualizado e avaliado por meio da construção de um gráfico de volumes adicionados vs pH observado. A detecção do ponto final pode ainda ser avaliada matematicamente e graficamente por meio da construção dos gráficos da primeira derivada e segunda derivada vs ∆V. Objetivo: Determinar, por meio de titulação potenciométrica e adequado tratamento dos dados, a concentração de uma solução de base forte. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de HCl 0,1 mol L-1 Solução básica 1 Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta potenciometro com eletrodo de vidro combinado tampões de pH Desenvolvimento do Experimento: Titule 25 mL de uma amostra desconhecida (básica) com solução titulante ácida, fazendo adições de 1,00 em 1,00 mL, registrando o valor do pH, de modo a localizar de forma aproximada o volume empregado no ponto final da titulação. A seguir, com uma nova alíquota, realize uma nova titulação, com adições de 0,5 mL nas regiões distantes do ponto final e 0,2 mL nas proximidades do mesmo. Construa um gráfico apresentando a variação de pH no eixo y e a variação do volume adicionado no eixo x. Utilize no gráfico apenas os pontos obtidos nas imediações do ponto final da titulação. Determinar a concentração molar da solução básica desconhecida. Bibliografia: Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Willard, H. et alii, “Análise Instrumental” Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2ª edição 1979. Skoog, D. A. e Leary, J.J. “Principles of Instrumental Analysis” Saunders College Publishing, New York, 4 ed. 1992. 16 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 07 Volumetria de Neutralização Titulação potenciométrica de um ácido fraco com base forte Introdução: Conforme já avaliado, a titulação potenciométrica é uma importante técnica para a detecção do ponto final de titulações. Contudo, o perfil de uma curva de titulação de uma ácido fraco com uma base forte é diferente daquele observado quando uma ácido forte é titulado com uma base forte. A figura 7.1 ilustra tal diferença: Figura 7.1 – Comparação entre as curvas de titulação de um ácido forte e um ácido fraco. fonte: Baccan et alii, 1985. Objetivo: Construir a curva da titulação potenciométrica do ácido acético com hidróxido de sódio e determinar, por meio do adequado tratamento dos dados, a concentração em mol L-1 da solução de ácido acético. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de NaOH 0,1 mol L-1 Solução de ácido acético de concentração desconhecida Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta potenciometro com eletrodo de vidro combinado tampões de pH 17 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Desenvolvimento do Experimento: Titule 25 mL de uma amostra desconhecida com solução titulante básica, fazendo adições de 2,00 em 2,00 mL e registrando os respectivos valores de pH, localizando de forma aproximada o volume empregado para atingir o ponto final da titulação. A seguir, com uma nova alíquota, realize uma nova titulação, com adições menores na região do ponto final, que permitam localizálo com maior exatidão. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Willard, H. et alii, “Análise Instrumental” Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2ª edição 1979. Skoog, D. A. e Leary, J.J. “Principles of Instrumental Analysis” Saunders College Publishing, New York, 4 ed. 1992. 18 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 08 Avaliação da adequabilidade de indicadores para titulações ácido-base Introdução: As técnicas titulométricas ácido-base têm a sua disposição uma vasta gama de indicadores para detecção do ponto final de uma titulação. Tal indicação é obtida pela mudança da coloração do indicador, ocorrida em função de uma mudança no valor de pH. A mudança na coloração do indicador é comumente chamada de “viragem”, sendo comum a recomendação de que a titulação seja conduzida até o seu “ponto de viragem”. Idealmente, o ponto de viragem e o ponto final estequiométrico de uma titulação devem ser coincidentes. Neste experimento, estando já de posse dos dados gerados no experimento 07, iremos avaliar a adequabilidade de alguns indicadores para o acompanhamento de uma titulação ácido fraco – base forte. Objetivo: Diferenciar os conceitos de ponto de viragem e ponto final estequiométrico de uma titulação. Avaliar a adequabilidade de diferentes indicadores. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de NaOH 0,1 mol L-1 Solução padronizada de Ácido Acético Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta soluções indicadoras Desenvolvimento do Experimento: Titule 25 mL da amostra de Ácido Acético com solução titulante básica. Conduza cada uma das titulações em duplicata, utilizando os indicadores recomendados pelo professor (fenolftaleína, vermelho de metila e metilorange). Calcular o erro da titulação ( E ) para cada um dos indicadores. Com o amparo bibliográfico e também dos dados experimentais gerados na aula anterior, discuta a adequabilidade dos indicadores utilizados. Bibliografia: Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Fundamentals of Analytical Chemistry” Saunders College Publishing, New York, 6 ed. 1992. 19 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 09 Padronização de um Ácido Forte Introdução: Algumas substâncias químicas, são classificadas como padrões primários e servem como material de referência em procedimentos titrimétricos ou volumétricos. A exatidão de um método é estreitamente dependente das propriedades de tais compostos. São características desejáveis dos padrões primários: alta pureza; estabilidade à atmosfera; não ser higroscópico; ser comercialmente disponível a um baixo custo; ser solúvel no meio em que é conduzida a titulação; ter massa molecular relativamente alta, de modo a minimizar erros associados à pesagem. Objetivo: Determinar com exatidão a concentração de uma solução de HCl aproximadamente 0,1 mol L-1, a partir de sua padronização com Na2CO3. Materiais e reagentes: Solução concentrada de HCl Na2CO3 sólido Indicador verde de bromocresol Pipeta volumétrica de 25,00 mL Pipeta graduada de 10 mL/ 5 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra. Erlenmeyer de 250 mL Balão volumétrico de 250,00 mL Bico de Bunsen, tripé e tela de amianto Desenvolvimento do Experimento: Prepare 250,00 mL de uma solução 0,1 mol L-1 de HCl pela diluição de um volume adequado da solução concentrada do ácido. Pese uma massa de Na2CO3 que ocasione um consumo de cerca de 25,00 mL da solução aproximadamente 0,1 mol L-1, do ácido, para conduzir a titulação até o seu ponto final, transfira quantitativamente o Na2CO3 sólido para o erlenmeyer, adicione cerca de 50 mL de água destilada e titule com a solução de HCl a ser padronizada, utilizando 3 gotas do indicador verde de bromocresol. A titulação deve ser conduzida até que a solução mude de azul para verde. Neste ponto a solução deve ser fervida por 2 a 3 minutos. Resfrie até a temperatura ambiente e conclua a titulação. Realize todos os procedimentos em triplicata e calcule o fator de correção (fc) e a concentração molar real ( mol L -1) do ácido. Bibliografia: Skoog, D. A. et al. “Analytical Chemistry An Introduction” Saunders College Publishing, New York, 7 ed. 2000. 20 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 10 Padronização de uma Base Forte Introdução: Algumas substâncias químicas, são classificadas como padrões primários e servem como material de referência em procedimentos titrimétricos ou volumétricos. A exatidão de um método é estreitamente dependente das propriedades de tais compostos. São características desejáveis dos padrões primários: alta pureza; estabilidade à atmosfera; não ser higroscópico; ser comercialmente disponível a um baixo custo; ser solúvel no meio em que é conduzida a titulação; ter massa molecular relativamente alta, de modo a minimizar erros associados à pesagem. Objetivo: Determinar com exatidão a concentração de uma solução de NaOH aproximadamente 0,1 -1 mol L , a partir de sua padronização com Biftalato de potássio – C8H5KO4 (M= 204 g/mol). Materiais e reagentes: NaOH sólido Balão volumétrico de 250,00 mL Biftalato de potássio Balança Indicador fenolftaleína Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra Erlenmeyer de 250 mL Desenvolvimento do Experimento: -1 Prepare 250,00 mL de uma solução 0,1 mol L de NaOH pela dissolução de uma massa adequada do soluto. Pese uma massa de biftalato de potássio C8H5KO4 que ocasione um consumo de cerca de 25,00 mL da solução aproximadamente 0,1 mol L-1, da base, para conduzir a titulação até o seu ponto final, transfira quantitativamente o biftalato sólido para o erlenmeyer, adicione cerca de 50 mL de água destilada e titule com a solução de NaOH a ser padronizada, utilizando 3 gotas do indicador fenolftaleína. Realize todos os procedimentos em triplicata, calcule a concentração da base e o seu fator de correção. Bibliografia: Skoog, D. A. et al. “Analytical Chemistry An Introduction” Saunders College Publishing, New York, 7 ed. 2000. 21 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 11 Determinação de íons Cloreto – Método de Mohr Introdução: A volumetria de precipitação envolve uma titulação, no decorrer da qual forma-se um composto sólido que encerra o analito. A correta determinação do ponto final de tal procedimento permite a quantificação da espécia de interesse. Um deste procedimento é a quantificação de íons cloreto a partir de uma solução padrão de íons prata, utilizando íons cromato como indicador. A argentometria que emprega o íon CrO42- como indicador é conhecida como método de Mohr e baseia-se no fato de que numa solução que contém ambos os íons Cl- e CrO42-, a formação do Ag2 CrO4(s) é observada apenas após a precipitação quantitativa do AgCl(s), conferindo uma cor vermelho-tijolo ao precipitado, denotando o ponto final da titulação. Objetivo: Conhecer os princípios da volumetria de precipitação e determinar a concentração de íons cloreto em uma solução desconhecida Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de AgNO3 0,1 mol L-1 Solução de íons cloreto de concentração desconhecida (soro fisiológico) Solução de K2CrO4 5% (m/v) Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer, pipete 25,00 mL da amostra contendo íons cloreto, adicione 20 mL de água, 1 mL da solução de K2CrO4(aq) e titule com a solução de AgNO3(aq). Execute este procedimento em triplicata e calcule o coeficiente de variação da concentração de cloreto obtida. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 22 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 12 Determinação de íons Brometo – Método de Volhard Introdução: O método de Volhard enquadra-se dentro dos métodos volumétricos de precipitação e permite a quantificação indireta dos ânions cloreto, brometo, iodeto e tiocianato; ou, empregando uma solução padrão de SCN , permite a quantificação de prata em diferentes ligas, após adequado procedimento de preparação da amostra. No procedimento que será aqui desenvolvido, um excesso de íons Ag+ será adicionado à amostra contendo íons Br-, sendo o excesso do metal titulado com íons SCN-, utilizando Fe3+ como indicador. Escreva as reações envolvidas. Objetivo: Conhecer o Método de Volhard e determinar a concentração de íons brometo em uma solução desconhecida. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de KSCN 0,1 mol L-1 Solução padronizada de AgNO3 0,1 mol L-1 Solução de íons brometo de concentração desconhecida Solução saturada de sulfato férrico amoniacal (~40%) -1 Solução de HNO3 6 mol L . Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer, pipete 10,00 mL da amostra contendo íons brometo, adicione 20 mL de água, 10,00 mL da solução de nitrato de prata ( AgNO3 ), 1 mL da solução saturada de sulfato -1 férrico amoniacal e 5 mL de HNO3 6 mol L e titule com a solução de KSCN(aq). A primeira mudança de coloração ocorre pouco antes do ponto final da titulação. Após o aparecimento da primeira mudança de cor para um tom avermelhado, continue a titulação com agitação forte até o aparecimento de uma coloração marrom-avermelhada, que persista mesmo sob forte agitação. Execute este procedimento em triplicata e calcule o coeficiente de variação (CV)da concentração de brometo obtida. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 23 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 13 Determinação de íons Magnésio Introdução: A volumetria de complexação envolve a formação de um complexo metálico por meio da utilização de uma solução que contém o ligante. Um dos procedimentos de complexação mais utilizados dentro da química analítica é o que envolve a utilização de uma solução de EDTA com concentração conhecida como titulante. Objetivo: Conhecer os princípios da volumetria de complexação e determinar a concentração de íons magnésio em uma solução desconhecida (mol/L e ppm). Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de EDTA 0,02 mol L-1 Solução de íons magnésio de concentração desconhecida Solução de Negro de Ério Cromo T 0,1% (m/m) Pipeta volumétrica de 10,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Solução tampão (pH=10) Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer, pipete 25,00 mL da amostra contendo íons magnésio, adicione 20 mL de água, 2mL da solução tampão,1 mL da solução de Negro de Ério Cromo e titule com a solução de EDTA, até observar a mudança de vermelho para azul. Execute este procedimento em triplicata e calcule o coeficiente de variação da concentração de magnésio obtida. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 24 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 14 Determinação de íons Cálcio em amostras de leite Introdução: O leite enquanto componente da dieta alimentar, é uma importante fonte de cálcio, tendo a sua ingestão fortemente recomendada pela comunidade médica, principalmente por parte da parcela da população mais suscetível a incidência de doenças como a hosteoporose. Objetivo: Determinar a concentração de cálcio em amostras de leite. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de EDTA 0,02 mol L-1 Amostras de leite em pó e líquido Solução de Negro de Ério Cromo T 0,1% (m/m) Erlenmeyers de 250 e 500 mL. Pipeta volumétrica de 20,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Desenvolvimento do Experimento: A. Análise da amostra de leite em pó: Transfira uma massa de aproximadamente 1 g de leite em pó, pesada com exatidão, para um erlenmeyer, adicione 50 mL de água e dissolva completamente a amostra, aquecendo se necessário. Adicione 8 mL da solução tampão de pH = 10, alguns cristais de KCN (EM MEIO BÁSICO ! – Confira o pH com papel indicador), 1 mL da solução indicadora de Negro de Ério Cromo e 1 mL da solução de Mg-EDTA. Titule com a solução de EDTA até que a solução passe de vermelho vinho para azul. B. Análise da amostra de leite líquido: Repita o mesmo procedimento titulando um volume de 10 mL de leite líquido, indicando no relatório o tipo de leite utilizado. Em ambos os casos, o procedimento deve ser repetido pelo menos em duplicata. Adicione o tampão de pH antes do indicador e calcule a concentração de cálcio em mg L-1. SIGA AS INSTRUÇÕES PARA DESCARTE DO RESÍDUO CONTENDO CIANETO(frasco específico na capela). Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Rossi, A. V.; Rohwedder, J.J.R. e Cadore, S. “Curso Prático de Química Analítica”, Instituto de Química, Unicamp, 2001. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 25 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 15 Padronização de uma solução de Permanganato de Potássio Introdução: A volumetria de oxi-redução envolve necessariamente uma reação onde ocorre uma transferência de elétrons. Um exemplo deste tipo de reação é a oxidação dos íons oxalato por íons permanganato. + 2 Mn2+ + 10 CO2(g) + 8H2O 2 MnO4 + 5 H2C2O4 + 6 H onde o íon permanganato atua como agente oxidante. O término da reação é denotado pela visualização de uma cor rosada, que caracteriza o excesso de íons permanganato. Objetivo: Conhecer os princípios da volumetria de oxi-redução e determinar a concentração de uma solução de permanganato de potássio Materiais e reagentes: Chapa aquecedora Erlenmeyers de 125 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Solução titulante de KMnO4 com concentração de aproximadamente 0,02 mol L-1 Ácido oxálico ou oxalato de sódio Solução de H2SO4 1 mol L-1 Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer, pese uma quantidade adequada de ácido oxálico ou oxalato de sódio, adicione aproximadamente 50 mL de ácido sulfúrico 1 mol L-1, aqueça até cerca de 900C e titule com a solução de permanganato de potássio até o aparecimento de uma coloração rósea, que persista por pelo menos 30 segundos. Execute este procedimento pelo menos em triplicata e -1 calcule a concentração real da solução de permanganato de potássio em mol L . Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 26 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 16 Quantificação de Peróxido de Hidrogênio Introdução: A volumetria de oxi-redução envolve necessariamente uma reação onde ocorre uma transferência de elétrons. Um exemplo deste tipo de reação é a quantificação de peróxido de hidrogênio em soluções de água oxigenada. A reação envolvida é: + 2+ 2 MnO4 + 5 H2O2 + 6 H 2 Mn + 5O2 + 8H2O onde o íon permanganato atua como agente oxidante. O término da reação é denotado pela visualização de uma cor rosada, que caracteriza o excesso de íons permanganato. Objetivo: Conhecer os princípios da volumetria de oxi-redução e determinar a concentração em volumes ( Cv) de peróxido de hidrogênio em uma solução desconhecida. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de KMnO4 0,02 mol L-1 Solução de peróxido de hidrogênio de concentração desconhecida Solução de H2SO4 1:5 Pipeta volumétrica de 25,00 mL Bureta de 50,0 mL, suporte universal e garra para bureta Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer, pipete 25,00 mL da amostra contendo peróxido de hidrogênio, adicione 20 mL de ácido sulfúrico 1:5 e titule com a solução de permanganato de potássio até o aparecimento de uma coloração rósea, que persista por pelo menos 30 segundos. Execute este procedimento em triplicata. Calcule a concentração de H2O2 em mol L-1 e em “volumes”. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 27 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 17 Quantificação de hipoclorito de cálcio Introdução: Um procedimento volumétrico bastante utilizado é o que lança mão do uso da reação de oxidação do íon iodeto, seguida da quantificação do iodo formando, utilizando para este fim uma solução de íons tiossulfato de concentração perfeitamente conhecida. Empregando-se procedimentos estequiométricos, é possível calcular a concentração da espécie contida na amostra, que atuou como agente oxidante sobre os íons iodeto. No presente experimento, a iodometria será empregada para a quantificação de hipoclorito de cálcio em uma amostra sólida. Reações envolvidas: 4 KI(aq) + Ca(ClO)2(aq) + 4 H3COOH(aq) I2(aq) + 2 Na2S2O3(aq) 2 I2(aq) + 2 CaCl2(aq) + 4 H3COOK(aq) + 4H2O(aq) 2 NaI(aq) + Na2S4O6(aq) Objetivo: Conhecer os princípios da iodometria e determinar a concentração de hipoclorito de cálcio em uma amostra sólida. Materiais e reagentes: Solução titulante padronizada de Na2S2O3 0,1 mol L-1 Solução de ácido acético 1:4 (v/v) Solução de KI 4% (m/v) Solulção indicadora de amido Amostra sólida de hipoclorito de cálcio Bureta de 50,0 mL, suporte universal, garra para bureta e erlenmeyer de 250 mL Desenvolvimento do Experimento: Pesar com exatidão, cerca de 0,100g da amostra sólida, transferir quantitativamente para um erlenmeyer de 250 mL e adicionar 50 mL de água destilada, 20 mL da ácido acético 1:4 (v/v) e -1 15 mL de solução de KI 4% (m/v). Titular com a solução de tiossulfato de sódio 1 mol L , utilizando a solução de amido como indicador, que deve ser adicionada somente nas proximidades do ponto final da titulação. Tratar estatisticamente os resultados. Bibliografia: Baccan, N. et alii, “Química Analítica Quantitativa Elementar”, Editora da Unicamp, Campinas, SP, 1985. Christian G. “Analytical Chemistry” , John Wiley & Sons, New York, 5ª Ed. 1994. Jeffery, et alii “Análise Química Quantitativa” Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 5 ed., 1992. Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 28 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTO 18 Determinação de ácido ascórbico em comprimidos de vitamina C Introdução: O ácido ascórbico é facilmente oxidado pelo bromo, conforme mostra a reação abaixo: + C6H8O6 + Br2 C6H6O6 + 2Br + 2H Neste procedimento, um excesso de brometo de potássio é adicionado em uma solução acidificada da amostra. A solução é titulada com uma solução padrão de bromato de potássio até o aparecimento de um excesso de bromo; o excesso é determinado iodometricamente com uma solução de tiossulfato de sódio. A titulação deve ser executada o mais rápido possível, para impedir que o oxigênio atmosférico oxide o ácido ascórbico. Objetivo: Determinar a concentração de ácido ascórbico em comprimidos comerciais. Materiais e reagentes: Solução padronizada de KBrO3 0,015 mol L-1 Solução de H2SO4 1,5 mol L-1 Solução padronizada de Na2S2O3 0,05 mol L-1 KBr sólido KI sólido Solução indicadora de amido 1 bureta de 50,0 mL para a solução de KBrO3, 1 bureta de 25,00 mL para a solução de Na2S2O3, suporte universal e garra para bureta e almofariz. Desenvolvimento do Experimento: Em um erlenmeyer de 250 mL, pese com exatidão cerca de 0,2 a 0,3g de comprimidos moídos, dissolva em 50mL de H2SO4 1,5 mol L-1 e adicione 5g de KBr. Titule imediatamente com uma solução de KBrO3 até o aparecimento de uma coloração de Br2. Anote o volume de KBrO3 utilizado, adicione 3 g de KI, e retro-titule com uma solução padrão de Na2S2O3 utilizando solução indicadora de amido. Realize o procedimento em triplicata e calcule o teor em ppm (mg/Kg) e a quantidade em gramas de ácido ascórbico em cada comprimido do medicamento. Bibliografia: Skoog, D. A. et alii. “Analytical Chemistry: An Introduction” Hartcourt College Publishers, 7ª Ed. 2000. 29 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS ANEXO I: MODELO DE RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS Pontifícia Universidade Católica de Campinas Curso de Ciências Farmacêuticas Disciplina:___________________________________ Prática(s): ___________________________________ Data da entrega do relatório: ___________________ TÍTULO DO RELATÓRIO Componentes do grupo Nome:_________________________________ R.A.: ________________ Nome:_________________________________ R.A.: ________________ Nome:_________________________________ R.A.: ________________ MEDIDA DA PROPRIEDADE “P” 30 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS INTRODUÇÃO A introdução do relatório deve fornecer clara e brevemente (no máximo duas páginas), com a devida indicação das referências bibliográficas consultadas e relevantes, qual a natureza do problema que está sendo investigado e como este problema está relacionado com a parte teórica da disciplina. Além disto, é interessante que exista uma indicação das possíveis relações do problema investigado com suas possíveis aplicações nas atividades profissionais de um Químico. As referências bibliográficas deverão ser inseridas, ao longo do texto, por números sobrescritos, na ordem em que aparecerem no texto e em que serão listadas no final do relatório. EXEMPLO Os compostos químicos puros podem apresentar-se em diferentes estados físicos, de acordo com a temperatura e a pressão do sistema 1. Por exemplo, na pressão de uma atmosfera, a água (H2O) pode ser encontrada sob a forma sólida (gelo) em temperaturas abaixo de 4oC, sob a forma líquida até cerca de 100oC, sob a forma de vapor em equilíbrio com o sólido ou líquido ou, ainda, sob a forma de gás em temperaturas acima de 100 oC 2. Quando consideramos um composto químico que se encontra na fase líquida, uma das suas propriedades físicas mais importantes é a propriedade “P”. A propriedade “P” é o resultado macroscópico das interações de atração e de repulsão entre as moléculas do líquido considerado. Considerando-se uma mesma temperatura, para líquidos com moléculas muito polares, como a água, que estão sujeitos a forças de atração entre os dipolos orientados espacialmente, a propriedade “P” apresenta valores elevados. Já os líquidos apolares, em que a força de atração entre as moléculas é resultado apenas de forças de van der Waals, os valores da propriedade “P” são significativamente menores. Espera-se que, com um aumento de temperatura do sistema, a movimentação das moléculas no interior do líquido também aumente. Isto aumenta a distância média entre as moléculas, o que faz com que as interações físicas entre elas, seja diminuída3. O valor da propriedade “P” de um determinado líquido define, por exemplo, qual o equipamento adequado para executar uma operação de mistura com este líquido. Operações de mistura são fundamentais na preparação de soluções ou formulações e, também, durante a realização de reações químicas em que o líquido seja um dos reagentes ou o meio de reação 4. OBJETIVOS Indicar, com clareza, quais os objetivos a serem atingidos com a realização do 31 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS experimento proposto para a aula prática a que se refere o relatório. EXEMPLO O objetivo do trabalho foi a realização medida da variação da propriedade “P” com a temperatura em duas amostras de líquidos, utilizando-se a técnica XXX e o equipamento YYY. METODOLOGIA OU PARTE EXPERIMENTAL Esta parte do relatório deve apresentar uma descrição dos experimentos, de modo que um técnico experiente tenha informações suficientes reproduzi-los. Os materiais utilizados e seus graus de pureza devem ser descritos. As técnicas e métodos padrão utilizados durante os experimentos devem ser indicadas. No caso de utilização de equipamentos ou instrumentos comerciais, apenas devem ser indicados o tipo, fabricante e modelo do equipamento ou instrumento utilizado. Os programas de computador utilizados também deverão ser mencionados. É importante esclarecer que a parte experimental NÃO deve ser uma cópia do procedimento experimental da aula prática proposto pelo professor. EXEMPLO A determinação da propriedade “P” em várias temperaturas foi realizada sobre amostras de Líquido 1 (P.A.; 99,6%; NUCLEAR QUÍMICA) e de Líquido 2 (Comercial; 88%; VETEC). Os dois líquidos foram utilizados sem qualquer tratamento ou purificação prévios. As medidas foram executadas com o equipamento ZZZZ (modelo 085, INSTRUMENTOS CIENTÍFICOS) mantendo-se o porta-amostras termostatizado, na temperatura desejada por 15 min para a estabilização do sistema, antes da realização de cada leitura. Durante a execução dos experimentos, as amostras foram mantidas na temperatura desejada, por imersão em um banho termostático (modelo BZ35; FIZATON). Os resultados, em cada temperatura, correspondem a média dos valores de três medidas independentes. Os graus de pureza dos líquidos 1 e 2 foram obtidos por volumetria de neutralização, utilizando-se XX g de amostra e uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1996 M e 3 gotas de alaranjado de metila como indicador. O tratamento matemático dos dados experimentais foi realizado utilizando-se a planilha eletrônica Microsoft Excel 7.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO Esta seção do relatório deve apresentar os resultados efetivamente obtidos durante a 32 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS execução da aula prática. Além disto, o significado dos resultados apresentados devem ser discutidos de acordo com a fundamentação teórica apresentada na Introdução. Os resultados, sempre que possível, devem ser apresentados de forma sistemática, sob a forma de gráficos ou tabelas, devidamente identificadas. EXEMPLO Os resultados experimentais das medidas da propriedade “P”, em diversas temperaturas, em amostras dos líquidos 1 e 2, estão apresentados na Tabela 1. Como se pode observar na Tabela 1, o decréscimo da propriedade “P” dos líquidos 1 e 2 é proporcional ao aumento da temperatura do sistema. Porém, o decréscimo na propriedade “P”, para um mesmo intervalo de temperatura, é significativamente maior no caso do líquido 1. No caso do líquido 1, aumentar a temperatura em 50 K faz com que o valor da propriedade “P” seja dividido por um fator de 6. Já para o líquido 2, com o mesmo aumento de temperatura, este fator é de três. Precisamos levar em conta, ao analisarmos estas diferenças, que a amostra do líquido 2 contém cerca de 12% de impurezas (produto comercial) e os resultados para o líquido 2 puro provavelmente serão diferentes. Porém a análise do produto comercial se justifica pelo fato de que é sob esta forma que o mesmo será utilizado na maioria das aplicações industriais. Tabela I - Resultados da determinação da Propriedade “P” em diferentes temperaturas. Amostra Temperatura (K) 298 308 318 328 338 348 Líquido 1 Propriedade “P” (unidades) 120 104 80 62 38 20 Líquido 2 Propriedade “P” (unidades) 55 46 40 33 25 18 33 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Mesmo levando em conta as impurezas presentes, a variação menor da propriedade “P” com a temperatura, no caso do líquido 2, pode ser entendida se considerarmos que o líquido 2 possui moléculas com um maior número de átomos e, portanto, com maiores dimensões do que as do líquido 1 4. Aumentar o movimento destas moléculas maiores, a ponto de modificar a propriedade “P”, deve requerer uma temperatura mais elevada do que no caso de moléculas pequenas. Proprie dade M (unidade s) 140 Líquido 1 Líquido 2 120 100 80 60 40 20 0 290 300 310 320 330 340 T e mpe ratura (K ) Gráfico 1 - Variação da propriedade “P” com a temperatura. Além disto, estes resultados nos mostram que podemos ajustar o valor da propriedade “P”, modificando a temperatura do sistema, com uma faixa maior de trabalho no caso do líquido 1. Uma vez que a variação da propriedade “P” é linear com a temperatura, para os dois líquidos estudados, é possível obter uma equação matemática simples, que descreve o comportamento dos sistemas na faixa de temperatura estudada. Para temperaturas entre 298 e 348 K, podemos usar as seguintes equações: Líquido 1 ⇒ P(T) = 731,4 - 2,05 × T (Eq. 1) Líquido 2 ⇒ P(T) = 271,5 - 0,73 × T (Eq. 1) onde T é a temperatura do sistema em graus K. Certamente, estas equações poderão ser utilizadas na estimativa do valor da propriedade “P” em temperaturas próximas dos limites inferior e superior do intervalo de temperatura utilizado nas medidas, isto é, um pouco abaixo de 298 K e um pouco acima de 300 K. Porém, para temperaturas muito diferentes destas, poderão ocorrer desvios de comportamento da propriedade não previstos e o uso destas equações não é recomendado. 34 QUÍMICA ANALÍTICA APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS CONCLUSÕES A parte final do relatório deve apresentar resumidamente quais as principais conclusões que podem ser obtidas a partir dos resultados dos experimentos realizados na aula prática. EXEMPLO O valor da propriedade “P” dos líquidos 1 e 2 foi medido em diversas temperaturas, no intervalo entre 298 e 348 K. A variação do valor da propriedade “P” com a temperatura do líquido 1 de grau P.A. é cerca de duas vezes maior do que a do líquido 2 Comercial. Com base nos resultados experimentais, foi proposta uma equação matemática que descreve o comportamento da propriedade “P” dos dois líquidos, no intervalo de temperatura estudado. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Toda a literatura, incluindo as notas de aula, os livros, revistas, sites da Internet, ou qualquer outra fonte de consulta, previamente indicadas no corpo do relatório devem ser listadas, de acordo com a sua ordem de inclusão no texto. A apresentação das referências deve seguir as normas técnicas da ABNT 5. Estão disponíveis, nas Bibliotecas do ICBQ e da FCT, dois folhetos 6,7 que resumem estas normas e apresentam exemplos de aplicações. EXEMPLO 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR-6023: referências bibliográficas. Rio de Janeiro, 1989, 19 p. 6. FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA – PUC-Campinas. Referências bibliográficas. Campinas, 1998, 18 p. 7. FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA – PUC-Campinas. Referências bibliográficas de multimeios e documentos eletrônicos. Campinas, 1998, 18 p. 35