UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas
Curso de Engenharia Civil
ROTEIRO NA UTILIZAÇÃO DE EPS EM LAJES DE EDIFÍCIOS DE
CONCRETO ARMADO NO BRASIL
GLEDISTON NEPOMUCENO COSTA JÚNIOR
ANÁPOLIS
2013
i
GLEDISTON NEPOMUCENO COSTA JÚNIOR
ROTEIRO NA UTILIZAÇÃO DE EPS EM LAJES DE EDIFÍCIOS DE
CONCRETO ARMADO NO BRASIL
ORIENTADOR: Prof. Juliano Rodrigues da Silva, M. Sc.
ANÁPOLIS
2013
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
COSTA JÚNIOR, Glediston Nepomuceno
ROTEIRO NA UTILIZAÇÃO DE EPS EM LAJES DE EDÍFICIOS DE CONCRETO
ARMADO NO BRASIL
64p., DEZ/2013 (ENC/UEG, BACHAREL, ENGENHARIA CIVIL, 2013).
PROJETO FINAL –
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS.
UNIDADE
UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS.
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COSTA JÚNIOR, G. N. Roteiro na Utilização de EPS em Lajes de Edifícios de Concreto
Armado no Brasil. Projeto Final, Publicação ENC. 002-2013/2, Curso de Engenharia Civil,
Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO, 64p. 2013.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Glediston Nepomuceno Costa Júnior
TÍTULO DA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL: Roteiro na Utilização de EPS em
Lajes de Edifícios de Concreto Armado no Brasil.
GRAU: Bacharel em Engenharia Civil ANO: 2013
É concedida à Universidade Estadual de Goiás a permissão para reproduzir cópias deste
projeto final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste projeto
final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.
____________________________
Glediston Nepomuceno Costa Júnior
Rua Benjamin Constant Nº 1140 – Centro.
Anápolis-GO – Brasil
[email protected]
iii
FICHA DE APROVAÇÃO
ROTEIRO NA UTILIZAÇÃO DE EPS EM LAJES DE EDIFÍCIOS DE CONCRETO
ARMADO NO BRASIL
Glediston Nepomuceno Costa Júnior
Monografia submetida ao corpo docente da Universidade Estadual de Goiás - UEG, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.
Aprovado por:
____________________________________________________
PROF. JULIANO RODRIGUES DA SILVA, M. Sc.
(ORIENTADOR)
____________________________________________________
PROF. EDER CHAVEIRO ALVES, M. Sc. (UEG)
(EXAMINADOR INTERNO)
______________________________________________________________________
PROFa. MARIA TÂMARA DE MORAES GUIMARÃES SILVA, M. Sc. (IFG).
(EXAMINADORA EXTERNA)
ANÁPOLIS / GO, 13 de dezembro de 2013.
iv
A minha família que tanto amo: meus pais,
Nagete e Gladiston; minha irmã, Heren; meu
cunhado, Alessandro, meu sobrinho, Davi e
minha namorada, Edézia.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus por está sempre presente em minha vida.
Ao meu pai Gladiston, a minha mãe Nagete, a minha irmã Heren, ao meu cunhado
Alessandro pelo amor, carinho, conselhos, compreensão, paciência e dedicação.
Ao meu sobrinho Davi com sua alegria, seu carinho e seu amor que torna os meus
dias mais felizes.
Em especial a minha namorada Edézia, que sempre esteve presente ao meu lado, me
apoiando e me incentivando a conquistar mais esta vitória.
Ao meu professor e orientador Juliano Rodrigues pela amizade, paciência e
dedicação no desenvolvimento deste e de outros trabalhos.
A todos os meus amigos.
E finalmente, não poderia deixar de agradecer a pessoa mais importante, por que se
não fosse sua dedicação, seu esforço e sua persistência nada disso teria acontecido, eu.
vi
“Se você quer ser bem sucedido tem que ter
dedicação total, buscar o seu limite e dar o
melhor de si mesmo.”
Ayrton Senna
vii
RESUMO
As lajes pré-fabricadas são bastantes empregadas em construções de pequeno e médio porte
no Brasil. Principalmente àquelas que utilizam as armações treliçadas ou as protendidas. Os
blocos de EPS possuem características muito favoráveis para utilização como enchimento
de lajes nervuradas, seu emprego representa 85% nos projetos de lajes treliçadas no Brasil.
No presente trabalho, utilizaram-se catálogos técnicos das principais empresas de lajes préfabricadas do Brasil, que utiliza como material de enchimento o EPS, e verificaram-se as
etapas e os procedimentos utilizados para fazer uma laje de concreto armado com EPS. Os
resultados obtidos permitiram concluir-se que: As etapas para a execução de uma laje de
concreto armado com EPS são a montagem, instalação elétrica e hidráulica, armadura,
concretagem e revestimento; Na montagem das lajes é necessário iniciar pelas paredes ou
vigas e intercalar EPS e vigotas até o término da montagem; A instalação elétrica e
hidráulica é feita através de sulcos no EPS e entre as vigotas pré-fabricadas; A armadura
ajuda a distribuir a carga sobre as lajes e controla o aparecimento de trincas e fissuras; A
concretagem inicia-se pelas vigotas e em seguida sobre o EPS. O lançamento é feito
uniformemente, espalhado e vibrado; Para o revestimento tradicional é necessário adicionar
um aditivo para melhorar a aderência. E o revestimento gesso-cola pode ser aplicado
diretamente.
Palavras-chave: laje nervurada; laje pré-fabricada; concreto armado; EPS.
viii
ABSTRACT
The prefabricated slabs are much used in the constructions of small and medium sized in
Brazil. Especially the one that use the latticework frames or the prestressed ones. The
Expanded Polystyrene blocks have characteristics very favorable for use as filler ribbed
slabs, it’s use represents 85% (eighty five percent) on the lattice slabs in Brazil. In this
work, were used technical catalogs of major companies of prefabricated slabs of Brazil, that
uses as filler the Expanded Polystyrene, and there were steps and procedures used to make
a concrete slab with Expanded Polystyrene. The results obtained permit to conclude that:
The steps for implementing a concrete slab with expanded polystyrene are mounting,
electrical and plumbing installation, equipment, concreting and coating; Assembly of slabs
you must start by walls or beams and joists and interim polystyrene extended until the end
of the assembly; The electrical and plumbing installation is done through grooves in
between the expanded polystyrene and precast small beams; The armor helps distribute the
load on the slabs and controls the appearance of cracks and fissures; The concreting begins
by the small beams and then about the expanded polystyrene. The launch is done evenly
spread and vibrated; for traditional coating is necessary to add an additive to improve the
adherence. For the adhesive plaster coating can be applied directly.
Keywords: ribbed slab; prefabricated slab; reinforced concrete; expanded polystyrene.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Elementos estruturais de superfície (MARINO, 2006) ..................................... 3
Figura 2.2 – Seção transversal de uma laje maciça e de uma laje nervurada (BARBOZA,
2008) ...................................................................................................................................... 5
Figura2.3 – Laje nervurada com preenchimento com blocos de EPS (DS Engenharia, 2013)
............................................................................................................................................... 8
Figura 2.4 – Laje nervurada com preenchimento com blocos de EPS (SANTOS, 2013) ..... 8
Figura 2.5 – Laje nervurada sem preenchimento (Catálogo Digital de Detalhamento da
Construção, 2013).................................................................................................................. 9
Figura 2.6 – Laje nervurada sem preenchimento (Rotomixbrasil, 2013) .............................. 9
Figura 3.1 – Localização das principais empresas de lajes pré-moldadas do Brasil (M.P.G.
Adaptado, 2013) .................................................................................................................. 19
Figura 3.2 – Disposição dos eletrodutos nas lajes de concreto armado com EPS
(EMPRESA 01, 2013) ......................................................................................................... 20
Figura 3.3 – Montagem da laje (EMPRESA 02, 2013) ....................................................... 23
Figura 3.4 – Corte do EPS com lâmina de serra (EMPRESA 02, 2013) ............................ 23
Figura 3.5 – Instalação hidráulica e elétrica nas lajes de concreto armado com EPS
(EMPRESA 02, 2013) ......................................................................................................... 24
Figura 3.6 – Concretagem da laje com EPS (EMPRESA 02, 2013) ................................... 25
Figura 3.7 – Comparação da espessura de revestimento em lajes de concreto armado com
cerâmica e EPS (EMPRESA 02, 2013) ............................................................................... 25
Figura 3.8 – Revestimento com gesso-cola (EMPRESA 02, 2013) .................................... 26
Figura 3.9 – Processo de montagem de lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 03,
2013) .................................................................................................................................... 27
Figura 3.10 – Instalação elétrica e hidráulica das lajes de concreto armado com EPS
(EMPRESA 03, 2013) ......................................................................................................... 27
Figura 3.11 – Concretagem das lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 03, 2013)
............................................................................................................................................. 28
Figura 3.12 – Instalação elétrica nas lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 04,
2013) .................................................................................................................................... 29
Figura 5.1 – Detalhe da lajota em EPS apoiada na viga (LAJES DE ISOPOR, 2013) ....... 37
x
Figura 5.2 – Lajotas de EPS apoiadas nas vigotas pré-fabricadas (LAJES PREART, 2013)
............................................................................................................................................. 38
Figura 5.3 – Detalhe da lajota em EPS encaixada na vigota (LAJES NOVO MILÊNIO,
2013) .................................................................................................................................... 38
Figura 5.4 – Instalação das tubulações elétrica e hidráulica nas lajes de concreto armado
com EPS (PRÉDIO AQUAMARINE, 2013) ...................................................................... 39
Figura 5.5 – Instalação da tubulação hidráulica sob a laje de concreto armado com EPS
(CONTINENTE, 2013) ....................................................................................................... 40
Figura 5.6 – Armadura de distribuição nas lajes de concreto armado com EPS (PRÉDIO
AQUAMARINE, 2013) ...................................................................................................... 41
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.1 – Montagem das lajes ....................................................................................... 33
Quadro 4.2 – Instalação elétrica e hidráulica ...................................................................... 33
Quadro 4.3 – Armadura ....................................................................................................... 34
Quadro 4.4 – Concretagem .................................................................................................. 35
Quadro 4.5 – Revestimento ................................................................................................. 35
Quadro 4.6 – Conforto Térmico .......................................................................................... 36
xii
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1.1
OBJETIVOS ................................................................................................................ 1
1.1.1
Geral ........................................................................................................................ 1
1.1.2
Específico ................................................................................................................ 1
1.2
LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................................................... 2
1.3
DESCRIÇÃO DO TRABALHO.................................................................................. 2
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 3
2.1
DEFINIÇÃO DE LAJE ............................................................................................... 3
2.2
LAJES NERVURADAS .............................................................................................. 4
2.3
LAJES PRÉ-FABRICADAS ..................................................................................... 10
2.3.1
Lajes Pré-Fabricadas Protendidas ......................................................................... 11
2.3.2
Lajes com Vigotas Pré-Moldadas.......................................................................... 11
2.3.2.1
Sistema Convencional ...................................................................................... 12
2.3.2.2
Sistema com Vigotas Treliçadas ....................................................................... 13
2.4
2.4.1
POLIESTIRENO EXPANDIDO – EPS .................................................................... 14
O EPS na Construção Civil ................................................................................... 15
3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELOS FABRICANTES DAS LAJES PRÉMOLDADAS ...................................................................................................................... 19
3.1
3.1.1
EMPRESA 01 ............................................................................................................ 20
Montagem .............................................................................................................. 20
xiii
3.1.2
Instalação Elétrica e Hidráulica ............................................................................. 20
3.1.3
Armadura ............................................................................................................... 21
3.1.4
Concretagem .......................................................................................................... 21
3.1.5
Revestimento ......................................................................................................... 22
3.1.6
Conforto Térmico .................................................................................................. 22
3.2
EMPRESA 02 ............................................................................................................ 22
3.2.1
Montagem .............................................................................................................. 22
3.2.2
Instalação Elétrica e Hidráulica ............................................................................. 23
3.2.3
Armadura ............................................................................................................... 24
3.2.4
Concretagem .......................................................................................................... 24
3.2.5
Revestimento ......................................................................................................... 25
3.2.6
Conforto Térmico .................................................................................................. 26
3.3
EMPRESA 03 ............................................................................................................ 26
3.3.1
Montagem .............................................................................................................. 26
3.3.2
Instalação Elétrica e Hidráulica ............................................................................. 27
3.3.3
Armadura ............................................................................................................... 28
3.3.4
Concretagem .......................................................................................................... 28
3.3.5
Revestimento ......................................................................................................... 28
3.3.6
Conforto Térmico .................................................................................................. 29
3.4
EMPRESA 04 ............................................................................................................ 29
3.4.1
Montagem .............................................................................................................. 29
3.4.2
Instalação Elétrica e Hidráulica ............................................................................. 29
xiv
3.4.3
Armadura ............................................................................................................... 30
3.4.4
Concretagem .......................................................................................................... 30
3.4.5
Revestimento ......................................................................................................... 30
3.4.6
Conforto Térmico .................................................................................................. 30
3.5
EMPRESA 05 ............................................................................................................ 31
3.5.1
Montagem .............................................................................................................. 31
3.5.2
Instalação Elétrica e Hidráulica ............................................................................. 31
3.5.3
Armadura ............................................................................................................... 31
3.5.4
Concretagem .......................................................................................................... 31
3.5.5
Revestimento ......................................................................................................... 32
3.5.6
Conforto térmico ................................................................................................... 32
4
RESUMO DOS DADOS DOS FABRICANTES DAS LAJES PRÉ-MOLDADAS .. 33
4.1
MONTAGEM ............................................................................................................ 33
4.2
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA......................................................... 33
4.3
ARMADURA ............................................................................................................ 34
4.4
CONCRETAGEM ..................................................................................................... 35
4.5
REVESTIMENTO ..................................................................................................... 35
4.6
CONFORTO TÉRMICO ........................................................................................... 36
5
ROTEIRO DO USO DE EPS EM LAJES DE CONCRETO ARMADO ................... 37
5.1
MONTAGEM ............................................................................................................ 37
5.2
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA......................................................... 39
5.3
ARMADURA ............................................................................................................ 40
xv
5.4
CONCRETAGEM ..................................................................................................... 41
5.5
REVESTIMENTO ..................................................................................................... 42
5.6
CONFORTO TÉRMICO ........................................................................................... 42
6
CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................... 43
6.1
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 43
6.2
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 44
1
1
INTRODUÇÃO
As lajes pré-fabricadas são empregadas em construções de pequeno e médio porte
no Brasil. Principalmente àquelas que utilizam as armações treliçadas ou as protendidas.
São muitas as vantagens na sua utilização, dentre elas facilidade de manuseio e economia
com fôrmas.
É aconselhável que os materiais de enchimento utilizados na construção dessas
lajes sejam de peso próprio reduzido e mais barato em comparação com o concreto. Entre
os materiais de enchimento mais utilizados estão os tijolos cerâmicos furados, os blocos de
concreto celular e os blocos de poliestireno expandido (popularmente conhecido como
isopor).
A partir do ano 2000 uma mudança repentina envolveu a indústria da construção
civil: o Poliestireno Expandido (EPS), usado até então no setor industrial de embalagens,
teve seu custo viabilizado como fôrma perdida e passou a compor um sistema construtivo
com elementos pré-fabricados. (AVILLA JUNIOR, 2009).
O EPS possui algumas propriedades importantes, como: baixa densidade, boa
capacidade isolante acústica e térmica, boa resistência ao impacto entre outras, com isso
vem sendo utilizado cada vez mais na construção civil.
O EPS possui também alguns pontos negativos que devem ser analisados antes da
escolha do material de enchimento. Alguns exemplos são a necessidade de área para
depósito, custo alto para aquisição, baixa aderência para o reboco, entre outros.
1.1
1.1.1
OBJETIVOS
Geral
Fazer uma revisão bibliográfica da utilização de EPS em lajes de edifícios de
concreto armado no Brasil.
1.1.2
Específico
Identificar as principais etapas e procedimentos para execução de uma laje de
concreto armado com EPS.
2
1.2
LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Devido à escassez de material sobre as características do EPS e suas propriedades,
foi estudada a importância da utilização do EPS em lajes de edifícios de concreto armado
no Brasil. São apresentadas as etapas e os procedimentos para a execução de uma laje de
concreto armado com EPS.
1.3
DESCRIÇÃO DO TRABALHO
O capítulo 1 traz um breve relato sobre as lajes pré-fabricadas e sobre o EPS como
material de enchimento. São apresentados também os objetivos do trabalho e as limitações
da pesquisa.
No capítulo 2 um breve histórico sobre as lajes nervuradas, as lajes pré-fabricadas e
o EPS. Nesse capítulo são mostradas algumas vantagens e desvantagens da utilização do
EPS.
No capítulo 3 mostra os procedimentos adotados pelos fabricantes de lajes prémoldadas.
O capítulo 4 faz algumas comparações dos dados obtidos no capítulo 3.
O capítulo 5 apresenta um roteiro do uso de EPS em lajes de concreto armado.
E no capítulo 6 são apresentadas as conclusões e observações obtidas do trabalho.
3
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1
DEFINIÇÃO DE LAJE
Segundo Campos Filho (2011) as lajes são elementos estruturais laminares planos,
solicitados predominantemente por cargas normais ao seu plano médio. Elas constituem os
pisos dos edifícios correntes de concreto armado. Nas estruturas laminares planas,
predominam duas dimensões, comprimento e largura, sobre a terceira que é a espessura.
Na teoria das estruturas, consideram-se elementos de superfície aqueles em que
uma dimensão, usualmente chamada espessura, é relativamente pequena em face das
demais, podendo receber as seguintes denominações:
a) Placas: elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações
normais ao seu plano;
b) Cascas: elementos de superfície não plana; e
c) Chapas: elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações
contidas em seu plano.
A figura 2.1 apresenta alguns detalhes de placa, casca e chapa, respectivamente.
Figura 2.1 – Elementos estruturais de superfície (MARINO, 2006)
Segundo a ABNT NBR 6118 (2007), item 14.4.2.1 as lajes ou placas são
“elementos de superfície plana sujeitos principalmente a ações normais a seu plano. As
placas de concreto são usualmente denominadas lajes”.
4
As lajes são também chamadas elementos de superfície ou placas. Sua principal
função é receber os carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção
(pessoas, móveis e equipamentos), e transferi-los para os apoios. Esses podem ser
constituídos por vigas ou por alvenarias, que as transmitem, por sua vez, aos pilares,
através dos quais são as cargas transmitidas às fundações, e daí ao solo.
2.2
LAJES NERVURADAS
A NBR 6118 (2007), item 14.7.7 define laje nervurada como “as lajes moldadas no
local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está
localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”.
Segundo Figueiredo Filho e Carvalho (2004), a laje nervurada pode ser entendida
como a evolução da laje maciça. Quando o vão livre de uma laje é grande pode ser
antieconômico o emprego de lajes maciças, pois nesse caso a espessura de laje necessária
para garantir pequenas deformações será grande. Como em estruturas de concreto armado
o papel do aço é resistir aos esforços de tração, o concreto submetido à tração não tem
função estrutural, serve apenas para proteger e manter a armadura tracionada em sua
posição e garantir a altura útil da laje. O concreto atua então como material inerte e,
conseqüentemente, com grande peso próprio, podendo ser retirado ou substituído por
outros tipos materiais inertes com menor peso próprio. A ausência de grande parte do
concreto tracionado desloca o CG (centro de gravidade - por onde passa a linha neutra),
fazendo com que se acumulem as tensões de compressão na parte inferior ou superior da
laje, dependendo do sinal do momento fletor ao qual a seção da laje está submetida (Figura
2.2).
5
Figura 2.2 – Seção transversal de uma laje maciça e de uma laje nervurada (BARBOZA, 2008)
Com as evoluções arquitetônicas, que forçaram o aumento dos vãos, e com o alto
custo das formas tornaram as lajes maciças desfavoráveis economicamente, na maioria dos
casos. Surgem, como uma das alternativas, as lajes nervuradas.
Resultantes da eliminação do concreto abaixo da linha neutra, elas propiciam uma
redução no peso próprio e um melhor aproveitamento do aço e do concreto. A resistência à
tração é concentrada nas nervuras, e os materiais de enchimento têm como função única
substituir o concreto, sem colaborar na resistência.
Essas reduções propiciam uma economia de materiais, de mão-de-obra e de fôrmas,
aumentando assim a viabilidade do sistema construtivo. Além disso, o emprego de lajes
nervuradas simplifica a execução e permite a industrialização, com redução de perdas e
aumento da produtividade, racionalizando a construção.
A laje nervurada é particularmente indicada quando há necessidade de se vencer
grandes vãos ou resistir a altas ações verticais. Ao vencer grandes vãos, as quantidades de
pilares e vigas são menores.
Conforme Araújo (2003), as lajes nervuradas são as mais adequadas para vencer
grandes vãos, geralmente superiores a 8 m.
Viegas e Sousa (2004) recomendam o uso de lajes nervuradas para vãos de 10 a 12
m, sendo possível até 15 m em edifícios residenciais e comerciais. De fato, é possível
vencer grandes vãos, pois com o alívio de carga e a economia de concreto gerada, as lajes
ainda são econômicas mesmo tendo de uma grande espessura. Por apresentar um braço de
alavanca maior (distância entre as resultantes das tensões de tração na armadura e
compressão no concreto) do que as lajes maciças, as lajes nervuradas têm uma maior
6
rigidez e resistem a maiores esforços (ou vencem vãos maiores), com um aproveitamento
mais eficiente do aço e do concreto.
As lajes nervuradas podem ser armadas em uma direção (unidirecional) ou em duas
direções (em cruz ou bidirecional), em função da existência de nervuras em apenas uma ou
nas duas direções. Na laje bidirecional, nervuras principais nas duas direções constituem a
laje nervurada. Segundo Albuquerque (1999), “O fato de as armaduras serem responsáveis
pelos esforços resistentes de tração permite que a zona tracionada seja discretizada em
forma de nervuras, não comprometendo a zona comprimida, que será resistida pela mesa
de concreto”.
As lajes nervuradas adaptam-se a qualquer tipo de estrutura, tais como (SPOHR,
2008):
a) Prédios residenciais e comerciais;
b) Garagens, indústrias e shopping Centers;
c) Escolas, hospitais e hotéis.
Nas lajes nervuradas observam-se a seguintes vantagens:
a) A maior inércia em relação às lajes convencionais possibilita o aumento
dos vãos entre pilares, facilitando os projetos e criando maior área de
manobras nos estacionamentos (SPOHR, 2008);
b) Pode-se definir um pavimento com poucas lajes, devido à sua
capacidade de vencer grandes vãos (ALBUQUERQUE, 1999);
c) Maior facilidade na execução, uma vez que as vigas são embutidas na
própria laje (sem vigas altas), evitando-se recortes e agilizando-se os
serviços de montagem das fôrmas (SPOHR, 2008);
d) O fato de ter poucas vigas faz com que a estrutura não interfira muito
na arquitetura (ALBUQUERQUE, 1999);
e) Os pilares podem ser distribuídos de acordo com as necessidades do
projeto arquitetônico, sem a necessidade de alinhamento (SPOHR,
2008);
f) Quando associadas a um sistema de fôrmas industrializadas aceleram
muito o processo construtivo, chegando a um ciclo médio de execução
de sete dias por pavimentos com aproximadamente 450,00 m2 (SPOHR,
2008).
7
Algumas desvantagens do uso de lajes nervuradas:
a) O custo de locação dessas fôrmas pode inviabilizar o sistema, caso o
cronograma não seja cumprido (ARAÚJO, 2008);
b) Necessária mão de obra qualificada para não onerar custos e prejudicar
a produtividade (ARAÚJO, 2008);
c) Dificuldade na instalação de tubulações, devendo optar por sistemas
que eliminem ou minimizem este tipo de ação (ARAÚJO, 2008);
d) O sistema de escoramento deve ser compatível com a montagem das
fôrmas para evitar a perda da rigidez do sistema (ARAÚJO, 2008);
e) Exigir maiores cuidados durante a concretagem (NAPPI, 1993);
f) Consumo de material inerte cujo preço pode ser elevado, ou na ausência
deste, maior consumo de fôrmas (NAPPI, 1993);
g) Necessidade de espaço para a estocagem do material inerte (NAPPI,
1993).
Para aliviar o peso próprio da laje adotam-se nervuras que, consequentemente,
eliminam uma parcela do concreto da zona tracionada. Entre as nervuras são utilizados
materiais que tenham peso específico não superior ao peso específico do concreto. Estes
materiais podem ser materiais inertes perdidos com a concretagem (Figuras 2.3 e 2.4) ou
fôrmas reaproveitáveis em forma de caixotes (cubetas) (Figuras 2.5 e 2.6). Segundo
Albuquerque (1999) tijolos cerâmicos, blocos de cimentos e blocos de EPS (Expanded
Poly-Styrene, no português Poliestireno Expandido) são os mais utilizados como materiais
inertes e os caixotes na sua maioria são feitos de polipropileno ou de metal.
8
Figura2.3 – Laje nervurada com preenchimento com blocos de EPS (DS Engenharia, 2013)
Figura 2.4 – Laje nervurada com preenchimento com blocos de EPS (SANTOS, 2013)
9
Figura 2.5 – Laje nervurada sem preenchimento (Catálogo Digital de Detalhamento da Construção, 2013)
Figura 2.6 – Laje nervurada sem preenchimento (Rotomixbrasil, 2013)
10
2.3
LAJES PRÉ-FABRICADAS
A pré-fabricação é um método industrial de construção no qual os elementos
fabricados em série, por sistemas de produção em massa, são posteriormente montados em
obra, tendo como principais vantagens a redução do tempo de construção, do peso da
estrutura e, conseqüentemente, do custo final da obra. Pode-se ainda salientar como grande
vantagem a ausência de fôrmas para as lajes (ALBUQUERQUE, 1999).
As normas brasileiras NBR 14859-1 (2002), NBR 14859-2 (2002), NBR 14860-1
(2002), NBR 14860-2 (2002) e NBR 14861 (2002) apresentam as características exigíveis
para alguns tipos de lajes pré-fabricadas.
Define-se como laje pré-fabricada ou pré-moldada a laje que tem suas partes
constituintes fabricadas em escala industrial no canteiro de uma fábrica. Pode ser de
concreto armado ou de concreto protendido. São aplicadas tanto nas construções de
pequeno porte como também nas de grande porte.
Conforme as várias normas citadas no item anterior, as seguintes lajes préfabricadas podem ser assim definidas:
a) Laje pré-fabricada unidirecional: são as lajes constituídas por nervuras
principais longitudinais, dispostas em uma única direção. Podem ser
empregadas algumas nervuras transversais, perpendiculares às nervuras
principais;
b) Laje pré-fabricada bidirecional: laje nervurada, constituída por nervuras
principais nas duas direções;
c) Pré-laje: são placas com espessura de 3 cm a 5 cm e larguras
padronizadas,
constituídas
por
concreto
estrutural,
executadas
industrialmente fora do local de utilização definitivo da estrutura, ou
mesmo em canteiros de obra. Englobam total ou parcialmente a
armadura inferior de tração, integrando a seção de concreto da nervura.
As pré-lajes podem ser unidirecionais ou bidirecionais, e as placas
podem ser de concreto armado ou de concreto protendido;
d) Laje alveolar protendida: conjunto formado por painéis alveolares
protendidos pré-fabricados, montados por justaposição lateral, eventual
capa de concreto estrutural e material de rejuntamento.
11
Dentre os tipos de lajes pré-moldadas (pré-fabricadas) destacam-se as lajes
protendidas, que podem ser alveolares ou TT (duplo T), as lajes com vigotas (trilhos), as
lajes treliçadas e pré-lajes.
2.3.1
Lajes Pré-Fabricadas Protendidas
As duas seções mais usuais de lajes pré-fabricadas protendidas são as do tipo
alveolar e a do tipo TT (duplo T).
A laje alveolar é o conjunto formado por painéis alveolares protendidos préfabricados, montados por justaposição lateral, eventual capa de concreto estrutural e
material de rejuntamento.
A laje com seção TT consiste em um painel com duas nervuras. Seu funcionamento
é idêntico ao de lajes nervuradas unidirecionais.
Em ambos os casos, os painéis são fabricados em pistas de concretagem e
transportados até a obra, onde são montados (encaixados) e vedados. Viegas e Souza
(2004) indicam o uso de lajes protendidas pré-fabricadas para vãos de 10 a 11 metros. Não
são muito usuais em edifícios, sendo mais empregadas em shoppings e áreas industriais.
2.3.2
Lajes com Vigotas Pré-Moldadas
As lajes com vigotas podem ser definidas basicamente como lajes nervuradas
construídas com elementos pré-moldados, popularmente chamados de vigotas ou trilhos.
São formadas por nervuras principais resistentes, por elementos leves de enchimento
(tijolos cerâmicos, por exemplo) que são colocados entre as nervuras e por uma capa
superior de concreto. Existem basicamente dois tipos de lajes com vigotas. As lajes
convencionais e as lajes treliçadas.
Vigotas pré-fabricadas são definidas pela NBR 14859-1 (2002) como elementos
constituídos por concreto estrutural, executados industrialmente fora do local de utilização
definitivo da estrutura, ou mesmo em canteiros de obra, sob rigorosas condições de
controle de qualidade. Englobam total ou parcialmente a armadura inferior de tração,
integrando parcialmente a seção de concreto da nervura longitudinal.
A NBR 14859 (2002) trata dos requisitos das lajes pré-fabricadas. Na sua primeira
parte (NBR 14589-1) são prescritos os requisitos relativos a lajes unidirecionais compostas
por vigotas de concreto armado (VC), concreto protendido (VP) e vigotas treliçadas (VT).
12
A segunda parte (NBR 14859-2) prescreve os requisitos relativos a lajes bi-direcionais
compostas somente por vigotas treliçadas (VT).
2.3.2.1 Sistema Convencional
No sistema conhecido como laje convencional pré-fabricada, as vigotas ou trilhos
podem ser de Concreto Armado ou Concreto Protendido, sendo mais comum o uso de
Concreto Armado. A seção transversal das vigotas é semelhante a um “T” invertido. A
armadura necessária para resistir à flexão é alojada na parte inferior da vigota. Nos trilhos
são inseridas apenas as armaduras necessárias para absorver os esforços de flexão. Caso
existam esforços de cisalhamento significativos recomenda-se o uso de vigotas treliçadas,
que contém estribos (treliça). Atualmente e após o surgimento das lajes treliça, as lajes
convencionais têm sido utilizadas quase que exclusivamente como lajes de forro.
O dimensionamento à flexão é semelhante ao das lajes maciças de concreto, com a
necessidade, porém, de que a linha neutra fique posicionada na altura do capeamento de
concreto. A armadura de flexão, calculada por metro de largura de laje, é distribuída às
nervuras em função da distância entre elas. A verificação da necessidade ou não de
armadura transversal é feita também como no caso das lajes maciças, desde que a distância
livre entre as nervuras não supere 65 cm (BASTOS, 2005).
Quanto maior o intereixo, menor o peso próprio da laje, pois esta distância é
preenchida por material de enchimento. Mas a ausência de nervuras diminui a rigidez a
flexão, fato que aumenta a deformação (flechas). Para diminuir as flechas, seria necessário
um aumento na altura da laje, o que muitas vezes se torna inviável para construções de
pequeno porte. Em geral são adotadas as dimensões mínimas para o intereixo, o que resulta
em mais nervuras e uma menor altura.
Como a laje pré-fabricada é uma laje nervurada, as dimensões limites (intereixo,
altura da laje, etc.) e métodos de cálculo são prescritos pela NBR 6118 (2007) em seu item
13.2.4.2 que trata sobre lajes nervuradas.
VIEGAS e SOUZA (2004) recomendam o sistema convencional para vãos de 4 m
se aplicado a lajes de piso, e 5 m se aplicado a lajes de cobertura. Estes vãos são os mais
comuns em obras de pequeno porte. Com o advento de vigotas treliçadas, ocorreu o desuso
do sistema convencional em pavimentos, sendo mais comum o emprego em lajes de forro.
13
Como estas lajes não suportam esforços de cisalhamento, a laje não suporta
paredes, sendo necessário o emprego de vigas ou associações de nervuras. Em ambos os
casos é necessário um cálculo de verificação ao cisalhamento para evitar fissuras.
2.3.2.2 Sistema com Vigotas Treliçadas
A laje treliça surgiu na Europa com o propósito de ser uma opção mais econômica
que as lajes maciças de concreto, sendo utilizada em vários países do mundo. Possibilitam
vencer grandes vãos com menor peso próprio e redução de mão-de-obra durante sua
execução.
Na laje treliça a armadura das nervuras tem a forma de uma treliça espacial. O
banzo inferior é constituído por duas barras e o banzo superior por uma barra. O banzo
inferior e superior são unidos por barras diagonais inclinadas (em sinusóide), soldadas por
eletrofusão.
Proporcionam rigidez ao conjunto, melhoram transporte e manuseio das vigotas já
prontas e aumentam a resistência aos esforços cortantes.
As vigotas ou trilhos são constituídos pela armação treliçada com as barras do
banzo inferior envolvidas por concreto, em forma de uma placa fina.
As vigotas, em conjunto com a capa de concreto (ou mesa), fornecem a resistência
necessária à laje, atuando para resistir aos momentos fletores e às forças cortantes. Servem
de apoio também aos blocos cerâmicos ou de isopor (EPS). As vigotas treliçadas
constituem as nervuras principais (vigas) da laje treliça.
As vigotas podem conter barras longitudinais adicionais, que proporcionam maior
resistência à flexão possibilitando vencer vãos maiores.
Os blocos de enchimento exercem a função de dar forma ao concreto, dando forma
às nervuras e à capa, além de proporcionarem superfícies inferiores lisas. Os materiais de
enchimento devem ser preferencialmente leves e de custo baixo, sendo mais comuns os de
material cerâmico, principalmente para as construções de pequeno porte. Outros materiais
são o concreto celular autoclavado e o EPS.
Por serem elementos vazados e constituídos de material mais leve que o concreto,
reduz o peso próprio das lajes. Os blocos cerâmicos são produzidos segundo diversas e
diferentes dimensões, conforme o fabricante. São normalmente fornecidos pelo fabricante
em conjunto com as vigotas da laje treliça.
14
2.4
POLIESTIRENO EXPANDIDO – EPS
O poliestireno expandido (EPS) é um plástico celular rígido que pode se apresentar
sobre diversas formas geométricas e pode desempenhar uma infinidade de aplicações.
Seu emprego vai da agricultura à construção civil, passando pela indústria de
embalagens (eletroeletrônicos, alimentos, bebidas, fármacos, etc.), artigos de consumo
(caixas térmicas, pranchas, porta-gelo, etc.) entre outros. Porém, é na construção civil que
sua utilização é mais difundida, devido as suas características de isolante térmico, como
pelo seu reduzido peso específico aliado a alta resistência e sua facilidade de manuseio.
EPS é a sigla internacional do Poliestireno Expandido, de acordo com a definição
da norma DIN ISO – 1043 (1978). No Brasil, é mais conhecido como “Isopor®”, marca
registrada da Knauf que designa, comercialmente, os produtos de poliestireno expandido
comercializados por esta empresa. O material foi descoberto em 1949 pelos químicos Fritz
Stastny e Karl Buchholz, quando trabalhavam nos laboratórios da Basf, na Alemanha.
A matéria prima do EPS, o polímero de poliestireno (PS), é um polímero de
estireno que contém um agente expansor. Ele é obtido, a partir do petróleo, por meio de
diversas transformações químicas. Apresenta-se sob a forma de pequenos grânulos capazes
de expandir cerca de 50 vezes o seu volume inicial.
Em seu processo produtivo não se utiliza e nunca se utilizou o gás CFC ou qualquer
um de seus substitutos. Como agente expansor para a transformação do EPS, emprega-se o
pentano, um hidrocarboneto que se deteriora rapidamente pela reação fotoquímica gerada
pelos raios solares, sem comprometer o meio ambiente.
Nas empresas de fabricação de EPS, ocorrem apenas transformações físicas da
matéria prima (o polímero de poliestireno), não alterando suas características e
propriedades físicas. O EPS apenas pode ser feito antes de sua utilização.
As transformações para a fabricação dos blocos de EPS processam-se em três
etapas:
a) A pré-expansão: a expansão do poliestireno (PS) é efetuada numa
primeira fase num pré-expansor através de aquecimento por contato
com vapor de água. O agente expansor incha o PS para um volume
cerca de 50 vezes maior do original. Deste processo, resulta um
granulado de partículas de EPS constituídas por pequenas células
fechadas, que é armazenado para estabilização.
15
b) O armazenamento intermediário: o granulado de partículas do polímero
infladas no processo de pré-expansão é armazenado temporariamente
para se estabilizar térmica e quimicamente. Durante esta fase de
estabilização, o material granulado resfria criando uma zona de
depressão no interior das células. Ao longo deste processo, o espaço
dentro das células é preenchido pelo ar circundante. Desta forma, a
expansão do material se torna completa, e seu volume é aumentado ao
estagio final. O armazenamento é necessário para permitir a posterior
transformação do EPS de acordo com as formas necessária em sua
moldagem. Expandidas, as pérolas consistem em até 98% de ar e
apenas 2% de poliestireno.
c) A
moldagem:
o
material
granulado,
já
estabilizado
pelo
armazenamento, é introduzido em moldes e novamente exposto a vapor
de água. Ao serem novamente submetidas ao vapor, as pérolas
comprimidas no molde voltam a inchar e soldam-se umas às outras. Na
câmara de vapor, o processo de expansão pode ser interrompido por
arrefecimento brusco, projetando-se jatos de água fria contra as paredes
do molde, buscando uma redução no excesso de pressão, facilitando
assim a retirada do produto sem perdas na forma original.
Em 1m3 de EPS expandido, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células
fechadas e cheias de ar. Os produtos finais de EPS são inodoros, não contaminam o solo,
água e ar, são 100% reaproveitáveis e recicláveis e podem voltar à condição de matériaprima.
2.4.1
O EPS na Construção Civil
Conforme Tessari (2006) o uso do EPS abrange uma gama variada de aplicações na
Construção Civil. Em virtude de suas características peculiares, vem sendo considerado o
melhor material para isolamento térmico e de preenchimento de rebaixos ou vazios
necessários a vários processos construtivos, principalmente lajes e painéis pré-fabricados,
garantindo uma maior qualidade da edificação, inclusive a evolução em pontos relevantes
como o melhor desempenho termo-acústico.
16
No Brasil o emprego dos blocos de EPS como elementos de preenchimento nos
projetos de lajes treliçadas representam 85%, seguido de lajotas cerâmicas e blocos de
concreto. Isto pode ser explicado pelo fato do EPS e da lajota cerâmica serem elementos
mais leves se comparados ao bloco de concreto e, conforme o perfil do projetista, os
primeiros são de maior preferência em relação ao último, pois reduzem consideravelmente
o peso próprio da laje e da estrutura como um todo, AVILLA JUNIOR (2009).
Segundo Silva (2005), os blocos de EPS possuem características muito favoráveis
para utilização como enchimento de lajes nervuradas. São bastante leves (peso específico
aparente variando entre 0,13 kN/m3 a 0,25 kN/m3), o que facilita o seu manuseio e reduz o
peso próprio da estrutura; baixa absorção de água, o que permite uma cura do concreto
melhor e mais rápida; proporcionam um bom isolamento térmico e acústico; e são fáceis de
se cortar, não se quebrando.
Utilizando materiais de enchimento leves como o concreto celular e o poliestireno
expandido (EPS), além de possibilitarem lajes de menor peso próprio, pode-se também ter
intereixos maiores, os quais tendem a conduzir a menores volumes de concreto em função
da redução do número de nervuras; estes dois materiais apresentam ainda a vantagem de
poderem ser recortados facilmente nas dimensões desejadas, com serras ou serrotes.
De acordo com Avilla Junior (2009) com a utilização de fôrmas perdidas em blocos
de EPS em lajes lisas com vigotas pré-fabricas treliçadas, há novas perspectivas ao projeto
de lajes lisas, permitindo vãos maiores devido ao baixo peso próprio.
Conforme Faria (2010) o principal objetivo ao escolher o sistema estrutural com
lajes nervuradas com blocos de EPS é para obter uma redução do peso próprio da estrutura
e consequentemente economia em aço, concreto e nas fundações devido ao baixo peso
especifico que o EPS apresenta. Essa sua propriedade favorece o seu manuseio, tanto no
transporte vertical quanto no horizontal, acarretando economia no canteiro de obras. Tudo
isso aumenta a produtividade, diminui o tempo de execução e reduz mão de obra. Outro
fator que, em obra, é facilitado neste processo, é possibilidade de recortes dos blocos de
EPS nas dimensões desejadas.
As lajes lisas nervuradas moldadas no local que utilizam elementos de enchimento,
no caso de EPS (isopor), permitem a otimização do projeto gerando maior economia, pois
podem ser produzidos nas dimensões especificadas pelo projeto (AVILLA JUNIOR,
2009).
17
Segundo Soares (2011) a utilização de EPS apresentam vantagens importantes
como a diminuição do tempo nas construções, economia de mão-de-obra e matéria-prima.
Conforme Santine (2005) a grande vantagem do EPS como elemento de
enchimento é a flexibilidade que proporciona na obtenção de qualquer dimensão desejada
para o intereixo e altura da laje. Uma vantagem que o EPS leva sobre os elementos de
enchimentos usuais, é devido às opções limitadas oferecidas pelas indústrias cerâmicas.
Nas lajes nervuradas com blocos de EPS, fatores como o baixo peso específico dos
blocos de EPS e a facilidade de recortes do material nas dimensões desejadas, contribuem
para uma maior produtividade. Além desses fatores, pode-se relacionar um número
reduzido de funcionários a uma área menor direcionada para alojamentos, bem como uma
maior segurança em virtude da menor quantidade de pessoas que circularão na obra e
estarão sujeitas a acidentes, FARIA (2010).
Os blocos de poliestireno expandido podem ser utilizados como material de
enchimento na construção de lajes nervuradas armadas em uma como também em duas
direções. Nas lajes nervuradas com blocos de EPS o revestimento inferior da laje é feito do
modo tradicional, ou seja, com uma camada de chapisco e sobre esta uma camada de
reboco; na argamassa de chapisco recomenda-se adicionar algum tipo de adesivo à base de
resina acrílica, a fim de proporcionar melhor aderência entre esta e os blocos.
De acordo com Tessari (2006) o uso do EPS na execução de lajes apresenta como
vantagens o alívio no peso próprio da estrutura e a capacidade de isolamento térmico.
Lajes a partir de 16 cm de espessura, a preferência por enchimento em EPS é
predominante. Esta preferência deve-se ao peso reduzido do material, sua capacidade de
isolamento e a possibilidade de se projetar grandes vãos com cargas elevadas, além da
facilidade de manuseio comparado aos materiais utilizados para o mesmo fim.
No momento da concretagem deve-se tomar cuidado com o posicionamento dos
blocos. Isso porque por apresentar baixo peso específico, o bloco de EPS tende a emergir
durante a concretagem do pavimento, assim, este processo pode-se tornar mais difícil.
Outro fator importante é que o EPS não pode receber diretamente um revestimento
convencional. O revestimento da face inferior da laje deve ser feito com chapisco,
utilizando-se um aditivo de base acrílica (PVA), que estabeleça a ponte de ligação estável
entre o EPS e os materiais constituintes do chapisco. Além disso, sempre se acaba
perdendo um espaço do canteiro de obras para armazenamento do material inerte.
18
Segundo Tessari (2006) a grande desvantagem é devido à baixa aderência do
reboco ao EPS. Para minimizar este aspecto da baixa aderência pode utilizar blocos
especiais de EPS que apresentam certa rugosidade capaz de proporcionar uma interface
melhor entre o revestimento e o EPS. Recomenda-se também a incorporação de um aditivo
adesivo no chapisco a base de acrílico ou PVA. A aplicação do chapisco com rolo irregular
também é uma técnica utilizada para facilitar a etapa de execução do revestimento.
De acordo com Faria (2010) uma desvantagem na utilização de blocos de EPS, em
lajes nervuradas, é devido à necessidade de área para depósito desse material. Por isso
alguns projetistas optam por lajes maciças convencionais em vez de lajes nervuradas.
Segundo Cunha (2012) é recomendável utilizar elementos de enchimento de blocos
cerâmicos ou de concreto em vez de blocos de EPS, apenas quando se analisa o aspecto
das vibrações na laje. Devido os blocos de EPS possuir um peso específico menor.
19
3
PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELOS FABRICANTES DAS LAJES PRÉMOLDADAS
Nesse capítulo serão mostrados os procedimentos sugeridos pelos fabricantes, do
Brasil, para a execução de lajes de concreto armado com EPS. Devido às escassas fontes
bibliográficas, foi realizada uma pesquisa bibliográfica das principais empresas que
fabricam lajes pré-moldadas e utilizam como material de enchimento o EPS. Essas
empresas fornecem catálogos técnicos mostrando as principais etapas para a execução
dessas lajes. A Figura 3.1 ilustra a localização dessas empresas no Brasil.
Figura 3.1 – Localização das principais empresas de lajes pré-moldadas do Brasil (M.P.G. Adaptado, 2013)
Para manter o sigilo das empresas, nesse trabalho as empresas serão chamadas de
Empresa 01, Empresa 02, Empresa 03, Empresa 04 e Empresa 05. Segue abaixo as
empresas e as etapas indicadas para a execução de lajes de concreto armado com EPS.
20
3.1
EMPRESA 01
É uma empresa produtora de EPS certificada pela norma IS0 9001:2000 onde um
dos principais focos de mercado são produtos em EPS para aplicação direta na construção
civil.
3.1.1
Montagem
No início da montagem colocam-se as primeiras tavelas de EPS apoiadas nas
extremidades das vigotas pré-fabricadas. Estas tavelas de extremidades definem a posição
e possibilitam a colocação das demais tavelas que são intercaladas nas vigotas.
3.1.2
Instalação Elétrica e Hidráulica
As tavelas e os blocos de EPS têm função construtiva de fôrma em lajes
nervuradas, com isso os equipamentos devem ser fixados e sustentados por dispositivos
fixos ao concreto armado podendo ou não passar entre os EPS.
Os eletrodutos devem preferencialmente percorrer por “sulcos” criados na
superfície dos blocos e tavelas de EPS (Figura 3.2), através de instrumentos de produção
de calor ou corte.
Figura 3.2 – Disposição dos eletrodutos nas lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 01, 2013)
21
As tubulações de água fria ou água quente devem apenas atravessar a laje, quando
necessário, no sentido vertical furando facilmente o EPS para proporcionar a passagem do
tubo. Sendo que para as tubulações de água quente devem ser protegidas termicamente,
pois o EPS não suporta temperaturas superiores a 80 oC.
As tubulações de esgoto devem percorrer em meio ao EPS verticalmente, e quando
necessário horizontalmente, evitando trechos muito longos. Quando a altura do EPS não
acomodar ou envolver as tubulações de esgoto, deve-se retira-las para fora da laje,
podendo percorrer em rebaixo sanitário ou pendurá-las sob a laje.
3.1.3
Armadura
Na execução das armaduras são necessários alguns cuidados na hora da montagem.
Recomenda-se que nenhuma armadura entre em contato direto com o EPS. Podem-se
utilizar separadores de argamassa com arame para fixação, com geometria e dimensões
apropriadas de modo que não provoque dano ao EPS. As armaduras complementares
devem ser colocadas rapidamente na posição de uso, para evitar que o vento não levante o
EPS.
3.1.4
Concretagem
O concreto deve ser lançado de altura pequena em relação à face superior do EPS,
sendo ideal de 15 a 25 cm. Não pode ter acúmulo de concreto fresco lançado sobre o EPS.
No lançamento do concreto fresco, caso o volume e (ou) a velocidade de lançamento forem
grandes, não deve ser lançado diretamente sobre os EPS. Recomenda-se o uso de uma
tábua apoiada sobre as vigotas para receber o lançamento direto do concreto, e com
instrumentos de distribuição (pá, enxada, rolos, entre outros) opera-se a distribuição e
adensamento do concreto sobre a laje.
Não se deve andar sobre o concreto fresco, pois, este não oferece resistência e há o
risco de quebrar as tavelas sob o concreto pressionado com os pés. Outro problema
causado pelo trânsito em cima do concreto fresco é a possível falta de aderência
ocasionada devido ao deslocamento das barras de aço. Para a passagem das pessoas devem
ser utilizadas tábuas apoiadas sobre as vigotas, não pisando nas tavelas de EPS.
22
3.1.5
Revestimento
Para o revestimento recomenda-se que seja utilizado um EPS com boa
soldabilidade, com densidade mínima de norma para proporcionar uma resistência
adequada ao combate dos esforços solicitantes das fases construtivas e de utilização da
obra acabada. Devem-se utilizar blocos e tavelas de EPS cuja geometria, dimensões e
deformabilidade durante a fase construtiva, resultem em laje caracterizada por planicidade
entre blocos de EPS e as nervuras do concreto estrutural armado.
Para o preparo do revestimento de contato direto no EPS, devem-se utilizar
emulsões a base acrílica ou PVA (poliacetato de vinila) afim de que o revestimento
estabeleça aderência com ligação estável ao EPS.
Recomenda-se que a primeira camada de revestimento do EPS cubra 100% da
superfície inferior aparente do EPS. E se houver a segunda camada de revestimento, deve
ser aplicada após a etapa de cura do concreto. Antes de começar o revestimento é
necessário verificar as superfícies de EPS e do concreto, pois, estas devem estar limpas,
isentas de qualquer material que possa comprometer a aderência entre os materiais.
Outro fator importante é o fator água/cimento do revestimento, pois o EPS tem
absorção de água quase nula.
3.1.6
Conforto Térmico
Não especificado pelo fabricante.
3.2
EMPRESA 02
Há 30 anos no mercado de Construção Civil, é uma empresa de produtos com
isolação térmica.
3.2.1
Montagem
Ao iniciar a montagem, com a lajota de EPS (próximo de parede/viga), a lajota
deve ser bem encaixada nas vigotas. Lembrando que é preciso conferir os encaixes nas
pontas e também no meio da vigota, isso evitará que o EPS desça com a concretagem. O
EPS não deve ser cortado sobre as lajes, pois os pedaços que sobram podem cair nas
23
fôrmas das vigas e dos pilares. Recomenda-se não pisar sobre o EPS com espessura menor
que 120 mm, neste caso, usa-se uma tábua como passarela, apoiada sobre as vigotas, para
fazer a montagem da laje. Não deve haver espaço entre as lajotas para que não ocorra
perda de nata de cimento na concretagem. Os detalhes de montagem são visualizados na
Figura 3.3.
Figura 3.3 – Montagem da laje (EMPRESA 02, 2013)
3.2.2
Instalação Elétrica e Hidráulica
Para cortar o EPS pode-se usar uma lâmina de serra, estilete, serrote ou soprador
térmico (Figura 3.4).
Figura 3.4 – Corte do EPS com lâmina de serra (EMPRESA 02, 2013)
24
As passagens de tubulações hidráulicas e elétricas podem ser feitas entre o EPS e
também entre as nervuras de travamento, lembrando que as tubulações sempre devem
atravessar as nervuras em sentido transversal (Figura 3.5).
Figura 3.5 – Instalação hidráulica e elétrica nas lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 02, 2013)
3.2.3
Armadura
Não especificado pelo fabricante.
3.2.4
Concretagem
O concreto deve ser especificado por um engenheiro calculista ou pelo fabricante
de laje para evitar que, ao espalhar, ele venha a criar bolhas e não fique uniforme entre as
vigas. Deve ser lançado a uma altura máxima de 15 cm, pois um jato lançado de maior
altura pode quebrar o EPS, como pode ser visto na Figura 3.6.
25
Figura 3.6 – Concretagem da laje com EPS (EMPRESA 02, 2013)
Para lajotas com espessura menor que 90 mm, o correto é espalhá-lo aos poucos e
uniformemente. Nunca se deve despejar a massa de concretagem num só lugar, nem
mesmo sobre tábua ou madeirite, o que certamente causaria danos às lajotas de EPS, vigas
treliçadas e escoramento.
3.2.5
Revestimento
As lajes com EPS por terem sua superfície bastante regular permitem um
revestimento mais delgado, economizando com isso argamassa ou gesso e mão de obra,
como podemos ver na Figura 3.7.
Figura 3.7 – Comparação da espessura de revestimento em lajes de concreto armado com cerâmica e EPS
(EMPRESA 02, 2013)
26
Para fazer o chapisco para reboco é necessário que se coloque um aditivo no traço
do chapisco, para melhorar a aderência da argamassa com o EPS. O chapisco deve ter uma
espessura um pouco maior que a convencional para evitar fissuras na argamassa. Com a
massa mais mole é possível aplicar o chapisco com um rolo de textura, sendo que o rolo
deve ser passado somente em um sentido.
O gesso-cola pode ser aplicado diretamente sobre o EPS, bastando pintar a
superfície antes com água e cola branca (Figura 3.8). Deve ser usada uma mistura na
proporção (7:1): 7 litros de água para 1 Kg de cola branca e a aplicação do gesso pode ser
feita logo em seguida.
Figura 3.8 – Revestimento com gesso-cola (EMPRESA 02, 2013)
3.2.6
Conforto Térmico
Não especificado pelo fabricante.
3.3
EMPRESA 03
É uma empresa com mais de 15 anos de experiência no ramo do EPS. Atuando no
mercado de embalagens e construção civil.
3.3.1
Montagem
No processo de montagem deve-se começar pela parede, colocando uma fileira de
lajota em EPS apoiada na primeira viga, em seguida a segunda viga e mais uma fileira,
utiliza-se uma lajota como espaçamento de uma viga para outra e colocam-se as lajotas de
27
EPS restantes. Não se deve andar sobre as lajotas de EPS, recomenda-se utilizar uma tábua
evitando que a lajota amasse ou tenha alguma deformação. Utiliza-se serrote para cortar as
lajotas em EPS. Como podemos ver na Figura 3.9.
Figura 3.9 – Processo de montagem de lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 03, 2013)
3.3.2
Instalação Elétrica e Hidráulica
As tubulações de hidráulica e elétrica podem ser embutidas nas lajotas de EPS
(Figura 3.10). Deve-se recortar o EPS com uma faca ou serrote e passar os eletrodutos,
tubulações e sifões.
Figura 3.10 – Instalação elétrica e hidráulica das lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 03, 2013)
28
3.3.3
Armadura
Não especificado pelo fabricante.
3.3.4
Concretagem
Na concretagem recomenda-se que ande sobre tábuas apoiadas nas vigas. O
concreto deve ser vibrado durante a sua aplicação para que não acumule, não forme bolhas
de ar e de modo uniforme, penetre bem entre as vigas e as lajotas de EPS.
A altura máxima de concretagem deve ser entre 10 e 15 cm da laje. Deve-se tomar
cuidado para não acumular concreto num só lugar para não sobrecarregar as vigas e lajotas.
O processo de concretagem inicia-se concretando os vãos entre as lajotas. Como pode ser
visto na Figura 3.11.
Figura 3.11 – Concretagem das lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 03, 2013)
3.3.5
Revestimento
Deve-se acrescentar um aditivo para que se tenha uma melhor aderência na
aplicação. Se o revestimento for com gesso é necessário que a superfície esteja preparada
com chapisco rolado de cimento e adesivo. E a aplicação do gesso deve ser feita após 24
horas ao chapisco com adesivo.
29
3.3.6
Conforto Térmico
Não especificado pelo fabricante.
3.4
EMPRESA 04
É uma empresa produtora de EPS, que atua também na construção civil. Foi
fundada em 29 de agosto de 1961.
3.4.1
Montagem
Não especificado pelo fabricante.
3.4.2
Instalação Elétrica e Hidráulica
As instalações são facilitadas com o uso do EPS nas lajes pré-fabricadas (Figura
3.12), pode-se abrir “sulcos” para a passagem das tubulações, com a utilização de
ferramentas cortantes ou soprador térmico. Desta forma, não há o risco de enfraquecimento
da capa de concreto por passagem de tubulações, como ocorre nas lajotas cerâmicas.
Figura 3.12 – Instalação elétrica nas lajes de concreto armado com EPS (EMPRESA 04, 2013)
30
3.4.3
Armadura
Não especificado pelo fabricante.
3.4.4
Concretagem
Durante a montagem e concretagem da laje, recomenda-se utilizar tábuas e chapas
compensadas para a movimentação de operários e materiais, evitando lançar o concreto
concentrado sobre o EPS. Primeiramente, o concreto deve ser lançado sobre as vigas e,
após seu enchimento uniforme, ser distribuído sobre o EPS.
3.4.5
Revestimento
No revestimento tradicional com chapisco e emboço, o chapisco pode ser feito com
o traço 1:3 (cimento:areia),adicionado aditivo colante para argamassas. Antes da aplicação
do emboço, recomenda-se esperar a secagem do chapisco. A massa de emboço deve ser
feita nos mesmos moldes tradicionais – 1:2:8 (cimento:cal:areia). Devem-se evitar
espessuras altas no emboço. Depois de feito o emboço, pode ser aplicado massa corrida,
massa fina, gesso corrido ou outros revestimentos de acabamento.
No revestimento com chapisco rolado e gesso, deve-se preparar a superfície do EPS
com um chapisco rolado, com traço 1:2 (cimento:areia grossa), acrescentando água com
aditivo colante para argamassas. A mistura deve ficar líquida, para ser aplicada com rolo
de espuma para pintura texturizada. Após a secagem do chapisco rolado, aplica-se o gesso
corrido e a pintura.
3.4.6
Conforto Térmico
O EPS contribui para a racionalização do uso da eletricidade, promovendo um
perfeito isolamento térmico nas construções, gerando economia significativa de energia em
aparelhos de ar-condicionado e aquecedores.
31
3.5
EMPRESA 05
É uma empresa que atua na área de Lajes Pré Moldadas e serviços, oferecendo
qualidade de atendimento desde 2008.
3.5.1
Montagem
Inicie distribuindo as vigotas de todos os vão de acordo com o tamanho e o sentido
indicado no projeto de montagem. É importante que as vigotas apóiem 10 cm sobre as
paredes. Comece sempre com o elemento intermediário: EPS (isopor), junto às vigas ou
cintas depois encaixe uma vigota e continue com isopor em cada intervalo. No final do
vão, havendo necessidade, corte o isopor para ajustar ao espaço final. Verifique se não
ficaram folgas no encaixe do isopor junto às vigotas, para que não haja desperdício de
material.
3.5.2
Instalação Elétrica e Hidráulica
Escolha o local dos pontos de luz, faça o recorte no isopor usando como molde, a
própria peça a ser encaixada. Em seguida distribua os tubos sobre o isopor na direção a ser
interligados.
Sempre estenda tábuas para transitar sobre a laje, este procedimento diminui o risco
de acidentes.
Para as instalações hidráulicas não há especificações do fabricante.
3.5.3
Armadura
A utilização de armadura é necessária em todas as lajes. Sua função principal é
distribuir a carga sobre a laje, e evitar o aparecimento de fissuras na capa de concreto.
3.5.4
Concretagem
Primeiramente deve-se fazer uma análise de todas as etapas anteriores, para
verificar possíveis falhas.
32
Comece molhando bastante a laje já montada, se possível faça a concretagem das
vigas da estrutura juntamente com a laje. Espalhe bem o concreto de modo a preencher
todos os espaços vazios, principalmente nos encontros, observando para que o concreto
entre em contato com as cintas e vigas, garantindo uma solidez do conjunto.
Depois de pronta, molhe regulamente durante cinco dias. Isso garante a cura do
concreto.
3.5.5
Revestimento
Não especificado pelo fabricante.
3.5.6
Conforto térmico
Não especificado pelo fabricante.
33
4
RESUMO DOS DADOS DOS FABRICANTES DAS LAJES PRÉ-MOLDADAS
4.1
MONTAGEM
No Quadro 4.1 são mostrados os procedimentos para montagem das lajes de
concreto armado com EPS adotado pelas Empresas.
Quadro 4.1 – Montagem das lajes
MONTAGEM DAS LAJES
Colocam-se as primeiras tavelas de EPS apoiadas nas extremidades das vigotas
Empresa 01
pré-fabricadas. As tavelas de extremidades definem a posição e possibilitam a
colocação das demais tavelas que são intercaladas nas vigotas.
Empresa 02
Inicia-se a montagem com as lajotas de EPS próximo da parede/viga. A lajota
deve ser bem encaixada nas vigotas.
Deve-se começar pela parede, colocando uma fileira de lajota em EPS apoiada na
Empresa 03
primeira viga, em seguida a segunda viga e mais uma fileira, utiliza-se a lajota
como espaçamento entre as vigas.
Empresa 04
Não especificado pela empresa.
É importante que as vigotas apóiem 10 cm sobre as paredes. Colocam-se o EPS
Empresa 05
junto às vigas ou cintas e depois se encaixa uma vigota. Continue intercalando
EPS e vigota até o final. Não pode haver folgas no encaixe do EPS junto às
vigotas.
4.2
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA
Os procedimentos adotados pelas empresas, para a realização das instalações
elétrica e hidráulica são mostrados no Quadro 4.2.
Quadro 4.2 – Instalação elétrica e hidráulica
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA
34
Os eletrodutos devem percorrer por “sulcos” criados na superfície dos blocos de
Empresa 01
EPS. As tubulações de água e esgoto devem atravessar a laje no sentido vertical e
quando necessário horizontalmente, evitando trechos muito longos.
As passagens de tubulações elétricas e hidráulicas podem ser feitas entre o EPS e
Empresa 02
as nervuras de travamento. As tubulações devem atravessar as nervuras em
sentido transversal. Para cortar o EPS pode-se usar uma “segueta”, estilete, serrote
ou soprador térmico.
As tubulações elétricas e hidráulicas podem ser embutidas nas lajotas de EPS.
Empresa 03
Pode-se recortar o EPS com uma faca ou serrote para passar os conduítes,
tubulações e sifões.
Empresa 04
Empresa 05
4.3
Com a utilização de ferramentas cortantes ou soprador térmico são abertos
“sulcos” para a passagem das tubulações.
Fazer o recorte do isopor nos locais escolhidos para os pontos de luz. Em seguida
distribuir os tubos sobre o isopor na direção a ser interligados.
ARMADURA
Como pode ser visto no Quadro 4.3 são mostrados os procedimentos adotados pelas
empresas para a montagem das armaduras.
Quadro 4.3 – Armadura
ARMADURA
Recomenda-se que a armadura não entre em contato direto com o EPS. Podem-se
Empresa 01
utilizar separadores de argamassa com arame para fixação. As armaduras devem
ser colocadas na posição de uso para evitar que o vento não levante o EPS.
Empresa 02
Não especificado pela empresa.
Empresa 03
Não especificado pela empresa.
Empresa 04
Não especificado pela empresa.
Empresa 05
É necessária em todas as lajes, pois sua principal função é distribuir a carga sobre
a laje e evitar o aparecimento de trincas e fissuras na capa de concreto.
35
4.4
CONCRETAGEM
Os procedimentos adotados pelas empresas para a concretagem podem ser
visualizados no Quadro 4.4.
Quadro 4.4 – Concretagem
CONCRETAGEM
O concreto deve ser lançado a uma altura entre 15 e 25 cm. Não pode ter acúmulo
Empresa 01
de concreto fresco sobre o EPS. O concreto deve ser distribuído e adensado. Para
a passagem das pessoas devem ser utilizadas tábuas apoiadas sobre as vigotas.
Deve ser lançado a uma altura máxima de 15 cm. Deve espalhá-lo aos poucos e
Empresa 02
uniformemente. Não se deve despejar a massa de concretagem num só lugar, nem
mesmo sobre tábua ou chapa compensada.
A altura máxima de concretagem deve ser entre 10 e 15 cm. Iniciam-se
Empresa 03
concretando os vãos entre as lajotas. Durante a concretagem o concreto deve ser
lançado uniformemente, vibrado e mexido.
Empresa 04
O concreto deve ser lançado sobre as vigas de forma uniforme e após seu
enchimento ser distribuído sobre o EPS.
Inicia-se molhando bastante a laje já montada. O concreto deve ser espalhado de
Empresa 05
modo a preencher todos os espaços vazios. Para garantir a hidratação do concreto,
deve-se molhar regularmente durante cinco dias.
4.5
REVESTIMENTO
No Quadro 4.5 são indicados os procedimentos para a execução dos revestimentos
nas lajes de concreto armado com EPS.
Quadro 4.5 – Revestimento
REVESTIMENTO
Empresa 01
Utilizar emulsões a base acrílica para melhorar a aderência com o EPS. A
primeira camada de revestimento do EPS deve cobrir 100% da superfície inferior.
36
As superfícies devem estar limpas. O fator água/cimento deve ser respeitado.
É necessário colocar aditivo no traço do chapisco para melhorar a aderência da
Empresa 02
argamassa com o EPS. Aplicar o chapisco com um rolo de textura. Pintar a
superfície com água e cola branca e em seguida fazer a aplicação do gesso.
Deve-se acrescentar um aditivo para que se tenha uma melhor aderência na
Empresa 03
aplicação. Se o revestimento for com gesso é necessário que a superfície esteja
preparada com chapisco rolado de cimento e adesivo.
No revestimento com chapisco e emboço ou chapisco rolado e gesso deve-se
Empresa 04
adicionar aditivo colante para argamassas. Depois de feito o emboço pode ser
aplicado o revestimento de acabamento. Após a secagem do chapisco rolado,
aplica-se o gesso corrido e a pintura.
Empresa 05
4.6
Não especificado pela empresa.
CONFORTO TÉRMICO
O conforto térmico é mostrado no Quadro 4.6.
Quadro 4.6 – Conforto Térmico
CONFORTO TÉRMICO
Empresa 01
Não especificado pela empresa.
Empresa 02
Não especificado pela empresa.
Empresa 03
Não especificado pela empresa.
O EPS contribui para a racionalização do uso da eletricidade, promovendo um
Empresa 04
perfeito isolamento térmico nas construções, gerando economia significativa de
energia em aparelhos de ar-condicionado e aquecedores.
Empresa 05
Não especificado pela empresa.
37
5
ROTEIRO DO USO DE EPS EM LAJES DE CONCRETO ARMADO
Nesse capítulo são apresentados todas as etapas e procedimentos atuais para a
execução e montagem de lajes de concreto armado com EPS.
5.1
MONTAGEM
Inicia-se a montagem colocando uma das extremidades da lajota em EPS apoiada à
parede ou à viga e a outra extremidade apoiada à vigota pré-fabricada (Figura 5.1).
Figura 5.1 – Detalhe da lajota em EPS apoiada na viga (LAJES DE ISOPOR, 2013)
Distribuem-se as vigotas pré-fabricadas, em todo o vão, utilizando o EPS como
espaçamento entre uma vigota e outra. Intercala-se o EPS e as vigotas pré-fabricadas até o
término da montagem. Como pode ser visto na Figura 5.2.
38
Figura 5.2 – Lajotas de EPS apoiadas nas vigotas pré-fabricadas (LAJES PREART, 2013)
As lajotas em EPS devem ser bem encaixadas nas vigotas (Figura 5.3), para evitar
que o EPS desça com a concretagem e também para que não ocorra perda de nata de
cimento. Conforme a NBR 14859-1 (2002), item 4.3.4.1, o elemento de enchimento de
possuir abas laterais para encaixar nas vigotas e não permitir a fuga do concreto.
Figura 5.3 – Detalhe da lajota em EPS encaixada na vigota (LAJES NOVO MILÊNIO, 2013)
39
Para a movimentação de pessoas sobre a estrutura é necessário utilizar tábuas
apoiadas nas vigotas evitando que a lajota amasse ou tenha alguma deformação. De acordo
com a NBR 14859-1 (2002), item 4.4.4 d) quando necessário fazer a instalação de
passadiços para o trânsito de pessoas e o transporte de concreto.
Recomenda-se que o corte do EPS seja feito com instrumentos de produção de
calor ou corte, e que não seja feito sobre as vigotas, evitando que caia pedaços de EPS nas
fôrmas das vigas e dos pilares.
5.2
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E HIDRÁULICA
Na instalação elétrica e hidráulica, as tubulações podem percorrer por “sulcos”
criados na superfície dos blocos de EPS e entre as nervuras de travamento, lembrando que
as tubulações devem atravessar as nervuras no sentido transversal (Figura 5.4).
Figura 5.4 – Instalação das tubulações elétrica e hidráulica nas lajes de concreto armado com EPS (PRÉDIO
AQUAMARINE, 2013)
40
Para tubulações com maior diâmetro, é necessária sua retirada para fora da laje,
podendo percorrer em rebaixo sanitário ou pendurá-las sob a laje. Como podemos verificar
na Figura 5.5.
Figura 5.5 – Instalação da tubulação hidráulica sob a laje de concreto armado com EPS (CONTINENTE,
2013)
As tubulações de água quente devem ser protegidas termicamente, pois o EPS não
suporta temperaturas superiores a 80 oC.
Para fazer o corte do EPS deve-se utilizar ferramenta cortante ou soprador térmico.
5.3
ARMADURA
Sua utilização é necessária em todas as lajes, pois tem a função de distribuir a carga
sobre as lajes, evitar o aparecimento de fissuras na capa de concreto (Figura 5.6).
Conforme a NBR 14859-1 (2002), item 3.1.3 c) a armadura de distribuição deve ser
posicionada na capa do concreto nas direções transversal e longitudinal para distribuir as
tensões e controlar as fissuras.
41
Figura 5.6 – Armadura de distribuição nas lajes de concreto armado com EPS (PRÉDIO AQUAMARINE,
2013)
Recomenda-se que a armadura não entre em contato direto com o EPS, com isso é
necessária a utilização de separadores de argamassa com arame de fixação para que não
ocorram danos ao EPS. Sua execução deve ser feita rapidamente para evitar que o vento
não levante o EPS.
5.4
CONCRETAGEM
Durante a concretagem o concreto deve ser lançado a uma altura máxima de 10 cm.
Deve-se iniciar concretando as vigotas e após o seu enchimento ser distribuído
sobre as lajotas de EPS.
Durante a concretagem o concreto deve ser lançado aos poucos e de maneira
uniforme. Deve ser espalhado e vibrado, para que não acumule concreto num só lugar
evitando que as vigas e lajotas fiquem sobrecarregadas, não forme bolhas de ar e que
penetre bem entre as vigas e lajotas.
42
Após o término da concretagem deve ser feita a cura do concreto para garantir sua
hidratação. De acordo com a NBR 14859-1 (2002), item 4.4.4 d) deve ser feito o
lançamento, adensamento e a cura do concreto.
Como o concreto fresco não oferece resistência, não se deve transitar sobre ele, pois
pode quebrar as lajotas de EPS e também pode ocorrer o deslocamento das barras de aço.
5.5
REVESTIMENTO
Para fazer o revestimento tradicional é necessário colocar um aditivo no traço do
chapisco para melhorar a aderência da argamassa com o EPS. Deve-se respeitar o fator
água/cimento, pois o EPS tem absorção de água quase nula.
No revestimento com gesso-cola, este pode ser aplicado diretamente sobre o EPS.
É necessário que as superfícies do EPS e do concreto estejam limpas para fazer
qualquer tipo de revestimento.
5.6
CONFORTO TÉRMICO
Devido sua baixa condutividade térmica, o EPS é um excelente isolador térmico.
Atua com eficácia no combate ao calor ou frio, contribuindo para melhorar o rendimento
de aparelhos de ar-condicionado e aquecedores e consequentemente gerando economia de
energia.
43
6
CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
6.1
CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos nesse trabalho, pode-se concluir que:
1. As etapas para a execução de uma laje de concreto armado com EPS são a
montagem, instalação elétrica e hidráulica, armadura, concretagem e revestimento.
2. Na montagem das lajes é necessário iniciar pelas paredes ou vigas e intercalar
EPS e vigotas até o término da montagem.
3. A instalação elétrica e hidráulica é feita através de sulcos no EPS e entre as
vigotas pré-fabricadas.
4. A armadura ajuda a distribuir a carga sobre as lajes e controla o aparecimento de
trincas e fissuras.
5. A concretagem inicia-se pelas vigotas e em seguida sobre o EPS. O lançamento é
feito uniformemente, espalhado e vibrado.
6. Para o revestimento tradicional é necessário adicionar um aditivo para melhorar a
aderência. E o revestimento gesso-cola pode ser aplicado diretamente.
6.2
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Realizar um estudo em obras para verificar as etapas e procedimentos utilizados
para execução de lajes de concreto armado com EPS e comparar com os resultados obtidos
neste estudo.
Fazer uma pesquisa com engenheiros da região para verificar os materiais de
enchimentos mais utilizados em lajes de concreto armado e fazer uma análise das
vantagens e das desvantagens indicadas.
44
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Requisitos – Parte 1: Lajes unidirecionais, NBR 14859-1, Rio de Janeiro, ABNT, 2002,
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45
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GLEDISTON JUNIOR - TCC UEG 2013