Atenção integral em situação de tráfico de pessoas sob a ótica dos direitos humanos Projeto: MPU Moçambique-Brasil 30 de setembro /2011 Brasília/DF Precisamos de uma questão de partida: • O quê fazer na Atenção? • Como fazer a Atenção? • Para quê fazer a Atenção? - O cotidiano, as demandas imediatas nos afastam do pensar... - O fazejamento nos toma todo o tempo! - nos aliena? Diferentes possibilidades a partir da nossas humanidades rebeldes Se a pergunta de partida é Para quê... • Para estar junto com as pessoas mais atingidas pelas assimetrias de poder... • Para maximizar as potencialidades humanas • Para criar possibilidades coletivas de outras formas do viver Para enfrentar todas as formas de dominação • Para realizações como cidadãos do mundo nos lugares onde estamos... • Para disputar projetos societários • Para criar possibilidades coletivas de outras formas do viver Organização e Capilaridade das Políticas • ECONOMIA – Entranhada no cotidiano, em todos os territórios, mudando e esgarçando as redes primárias...des-territorializa, des-enraiza...globalização das assimetrias – desenvolvimento como dogma • Social - rede de ações e serviços de manutenção da força de trabalho; proteção aos mais vulneráveis; mitigação de impactos e compensação pela perda de direitos. Fragmentada e mantenedora da Coesão social ENTRE O DITO E O FEITO • Princípios constitucionais: direitos humanos, enfrentamento das desigualdades, diminuição de riscos, direito à participação e controle social... • Atuação das políticas: focalizadas, rede de serviços de pouca ou nenhuma estrutura, segmentada, atuação sobre consequências, sem metas de melhoria da qualidade de vida Vivemos em uma sociedade autoritária e libertadora simultaneamente. Por isso, a exigência de tomada de posição não é por causa dos pobres, mas por nós mesmos! Organizar a atenção integral – desafio de todas nós! ATENÇÃO PRIMÁRIA E EMERGENCIAL - Ações de acolhimento a partir da pessoa que necessita – quase nunca - Ações proativas do Estado visando a manutenção da ordem (operações de resgate do trabalho escravo; de regulação da migração ou combate à prostituição) – pontual, focal , de alta eficácia e pouca resolutividade para as pessoas Ações mais comuns • Repasse financeiro (a partir do próprio fundo dos trabalhadores) para categorias “honestas” • Alojamento condicionado (regras morais ou de temporalidade a partir do gestor da assistência) • Transporte condicionado (desde que seja de retorno à cidade de origem, não retorno (?), ou ponto a ponto) • Atendimento à saúde: exames de DSTs, fraturas, hematomas As operações e as ações neste caso pouco ouvem as pessoas, princípio do vínculo e da emancipação Políticas que deveriam estar mais presentes na atenção primária • Assistência Social (CRAS) • Saúde (ESF) • Segurança Pública (Delegacias / polícia comunitária, PMs) • ... Pontos de cultura?, projetos comunitários? Da atenção emergencial à secundária • • • • • Exige mais especialidade e mais articulação Assistência Social ( CREAS / centros de acolhida de migrantes?) Saúde ( CAPS?); CEREST (?) Educação – retorno à escolarização? Cultura (inserção em grupos., pontos de cultura?) Centros de Referência da Mulher / abrigamento de mulheres Atual previsão do PNETP • Rede de atenção nas políticas sociais existentes • Serviços Especiais Núcleo Comitê Posto Avançado Perspectivas da Atenção Perspectiva da Atenção E outros desafios... • Da atenção individual à grupalização • Da atenção encaminhatória ao trabalho coletivo em rede • Da atenção aos casos à atenção à problemática • Do diagnóstico simples à complexidade exigida • Dos heróis individuais a processos coletivos de mudança da realidade.. A lição sabemos de cor Só nos falta aprender tudo outra vez (Beto Guedes) Estela Márcia Scandola [email protected] [email protected] www.ibiss-co.org.br