Moção de apoio aos Estudantes da USP No dia 1º de outubro a Universidade de São Paulo parou suas atividades em questionamento à falta de democracia na universidade. Estudantes, funcionários, professores e pós-graduandos construíram uma paralisação unitária, o chamado “Dia D”, cujo desfecho foi a ocupação da reitoria da universidade e a deflagração de greve geral em assembleia com mais de mil estudantes. A juventude em todo o país deu exemplo de protagonismo ao sair às ruas nas Jornadas de Junho. A USP é parte deste processo: EACH, FAU, FEA, ECA, Direito entre outros cursos e unidades passam por uma intensa mobilização. Todas elas têm em comum o questionamento à estrutura de poder antidemocrática. O processo para a escolha de reitor conta com a participação de um colegiado que representa menos de 2% da comunidade, o qual aponta uma lista tríplice. A partir da lista tríplice a palavra final de quem será o reitor é dada pelo governador do estado de São Paulo. Além do processo eleitoral, há também um estatuto retrógrado e regimentos da época da ditadura militar. Trata-se, portanto, do sistema de eleição mais restrito do país – desrespeitando, inclusive, a Lei de Diretrizes e Bases – e uma das estruturas de poder, consequentemente, mais conservadoras. O Conselho Universitário do dia 1º de outubro se propunha a discutir o modelo de eleições para reitor. Todas as categorias se unificaram na defesa de um C.O. aberto, o que foi respondido pela completa intransigência da reitoria. Os estudantes buscaram dialogar por meio de seus ínfimos representantes discentes, que apresentaram uma carta exigindo a abertura do conselho. A falta de diálogo e a total indisposição da reitoria em discutir com a comunidade universitária foram os motivos que levaram os estudantes a ocupar a reitoria. A ocupação conta, desde o seu início, com a participação de muitos estudantes dos mais diversos cursos e campi. Esta mobilização dá um passo adiante a partir da deflagração de uma greve geral estudantil que já conta com o apoio dos funcionários e vem ganhando cada vez mais adesão da comunidade e da opinião pública. Os estudantes reivindicam a anulação do conselho universitário do dia 1º e exigem a convocação de um conselho aberto à toda a comunidade universitária. Reivindicam também um plebiscito com as propostas de democratização da USP reconhecido pela reitoria e a abertura imediata de negociações. Declaramos todo o apoio aos estudantes da USP mobilizados em defesa da democracia na universidade! Eleições Diretas e paritárias para Reitor, Diretores de Unidade e Chefes de departamento. Fim da lista tríplice! Estatuinte Livre e Soberana Cotas na USP já! Pela implementação do PL Estadual de iniciativa popular da Frente Pró-Cotas que institui cotas sociais e raciais nas Universidades Paulistas Devolução dos blocos K e L para a moradia estudantil Não à Repressão! (Nenhuma reintegração de posse! Negociação Já! Nenhuma punição aos estudantes em luta! Fora PM dos Campi: Fim do convênio USP-PM! Pelo fim dos processos aos estudantes e trabalhadores da USP! Não à retirada dos espaços estudantis!)