nome da seção
Título da matéria
novembro 2011
o visconde
3
editorial
Novo Ano, Velhas Discussões
Na primeira edição do ano, O Visconde traz uma entrevista inédita, na página 14, com o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso. FHC fala da política e da falta de participação do jovem nesse tema, traçando
comparações históricas e comentando os obstáculos para este envolvimento.
Gestão 2013. Na sessão CAVC Fala, página 10, a Gestão Ethos, eleita em novembro de 2012,
explica quais são as funções de um Centro Acadêmico, expõe alguns de seus projetos para o ano, fala da
construção da Nova Vivência e dos debates que estarão em pauta neste ano na USP: as cotas sociais e raciais,
as eleições para reitor e a democracia na Universidade.
USP em férias. Durante as férias, uma série de acontecimentos importantes ocorreram na
Universidade. Primeiro, logo em dezembro, a comunidade recebeu a notícia da demolição do Canil pela
reitoria, trazendo à tona a discussão fundamental sobre os espaços estudantis. Em janeiro, o Ministério
Público Estadual suspendeu, pela terceira vez, o edital de licitação da iluminação da USP, mantendo as ruas
da Cidade Universitária às escuras e elevando mais ainda as críticas sobre a lentidão da reitoria em resolver
um problema que afeta diretamente a segurança dos frequentadores do campus. E, em fevereiro, o Ministério
Público Estadual surpreendeu a comunidade universitária ao denunciar os 72 estudantes que ocuparam a
reitoria em 2011 por crimes como formação de quadrilha e posse de explosivos. Todos esses acontecimentos
estão explicados, com mais detalhes, na sessão Acontece na USP, página 6.
março 2013
o visconde
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Recepção dos Calouros. Em especial
nesta edição, contamos como foi a Matrícula da
FEA, realizada dia 18 de fevereiro, e a opinião de
pais e bixos sobre o evento, na página 18. Além disso,
o Viscondata, órgão de pesquisa de opinião da FEA
criado pelo CAVC, realizou uma pesquisa sobre
o perfil do ingressante, na página 9, na qual bixos
responderam questões relacionadas à qual entidade
que mais despertou interesse e se a matrícula foi
feita na sua primeira opção de curso.
Perspectiva para 2013. O ano na
Universidade começou com uma série de debates e
polêmicas e, ao longo de 2013, outros temas entrarão
em pauta. Na FEA, as questões universitárias devem
ser debatidas para que o FEAno possa se posicionar.
O Conselho Editorial d’O Visconde, formado por
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o visconde
março 2013
membros do CAVC, compromete-se a tornar esses
debates acessíveis à comunidade, trazendo assuntos
como a questão das cotas e da democracia na
Universidade. Além disso, também daremos atenção
aos assuntos em pauta na mídia nacional referentes à
política, economia e finanças.
O Visconde é o jornal dos estudantes da
FEA e é um espaço aberto ao debate e às opiniões
dos alunos. Por isso, esperamos o seu texto sobre
política, economia, negócios, atualidades, música,
cinema, futebol ou gastronomia! Ou, se quiser
participar mais ativamente com ideias para sessões,
imagens, poesias e textos, venha nas reuniões abertas,
que serão divulgadas pela página d’O Visconde no
Facebook e nos murais do CAVC. O Visconde é do
FEAno, para o FEAno.
Sumário
Acontece na USP - página 6
Demolição do Canil durante as férias
TCE suspende edital de iluminação
Ministério Público denuncia estudantes
Viscondata - página 9
CAVC Fala - página 10
O que 2013 reserva para os FEAnos?
Expediente
Conselho Editorial
Bruna Mirelle
Carolina Munhão
Debora Feitosa
João Victor Peterossi Farias
Marilia Pereira
Samanta Oliveira Imbimbo
Sofia Pavesi
Editoração Eletrônica
Agenda cultural - página 12
Brasil e Daí - página 14
Entrevista com Fernando Henrique Cardoso
Impressão
Matrícula FEA USP - página 18
Pérolas - página 20
Espaço Aberto
A saga de um cabeludo... - página 22
Apreciação crítica - página 24
Calourada Unificada - página 26
Massa de radicais livres - página 28
Denúncia - página 30
Prestação de Contas - 32
Sobe e Desce - página 34
Cruza no Visconde! - página 36
Intercambista - página 37
Lady Say - página 38
Os textos da seção Espaço Aberto são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem a opinião do Centro Acadêmico.
acontece na usp
Reitoria surpreende com a demolição do Canil
durante as férias
No dia 21 de Dezembro, véspera do recesso de Natal, a comunidade universitária foi
surpreendida com a notícia de que o espaço
conhecido como “Canil” havia sido demolido. O “Canil” era uma estrutura de concreto
localizada na área externa da ECA que, durante mais de 6 anos, serviu de núcleo livre de
criação artística e cultural para os alunos de
toda a Universidade, com atividades e eventos semanais.
Cabe lembrar que, em Novembro de 2010,
o mesmo espaço sofreu uma tentativa de
demolição que foi interrompida pelos estudantes presentes no momento, e a repercussão da tentativa veio em nota pública da
Congregação da ECA sobre o assunto. Este
comunicado informa que a demolição não
estava relacionada com a Nova ECA ou seu
projeto, e que a Unidade sequer havia sido informada a respeito da demolição. Na nota, a
Congregação da ECA pede que o “órgão responsável em questão suspenda a referida demolição, ao mesmo tempo que abra negociação a respeito com os estudantes”. Na época,
o Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC),
dos alunos da ECA, manifestou temor de que
o espaço fosse demolido durante as férias,
“quando os alunos teriam menos força para
impedir” - o que acabou por se concretizar no
fim do mês passado.
Nota-se que não apenas os estudantes, mas
toda a administração da ECA foi surpreendida pela decisão de parte dos órgãos administrativos da Universidade. Os órgãos responsáveis fizeram uma clara opção, portanto, de
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o visconde
março 2013
agir em discordância e sem qualquer tipo de
consulta ou debate com a comunidade afetada, mesmo após o pedido da Congregação da
ECA de que fosse aberta negociação com o
corpo discente.
O CAVC foi em busca de justificativas oficiais sobre o assunto junto à reitoria, sendo
informado de que o órgão responsável seria
a Superintendência do Espaço Físico da USP
(SEF). Por intermédio da Ouvidoria da USP,
a SEF esclareceu que a demolição do “Canil”
consta no planejamento da obra de recuperação e expansão da Antiga Reitoria, prédio que
voltará a ser utilizado para fins da instalação
dos órgãos da Reitoria. Isso porque a área limítrofe da Antiga Reitoria, onde o “Canil” se
localizava atualmente, sediará o novo espaço
físico do Conselho Universitário.
Segundo o Superintendente Prof. Dr.
Antonio Massola, “foi efetuada a licitação das
obras de reformas da edificação [o prédio da
Antiga Reitoria], tendo estas sido iniciadas
em janeiro de 2012, e encontram-se, portanto, em sua fase de finalização. Com referência
às obras do Conselho Universitário, estas foram licitadas e o início das obras se dará agora em janeiro de 2013.”
A demolição do “Canil”, no entanto, se
deu sem diálogo, sem negociação. Não houve qualquer tipo de compensação à comunidade afetada. O importante pólo de criação
cultural ali localizado foi desconsiderado e a
demolição se deu em época inadequada e sem
aviso prévio, levantando suspeitas sobre as
reais intenções dos órgãos da Universidade.
acontece na usp
TCE suspende edital de iluminação pela terceira vez
O debate sobre o atual sentimento de insegurança
na Cidade Universitária deu inicio em 2011, com a
morte do estudante da FEA-USP, Felipe de Paiva. A
principal causa apontada para essa insegurança, por
todos os frequentadores do campus Butantã, seria a
iluminação extremamente precária. Como maneira de
resolução eficaz desse problema, iniciou-se a discussão sobre um projeto do novo sistema de iluminação.
A licitação para esse projeto foi lançada em maio de
2011 e já em julho, a empresa vencedora havia apresentado o plano geral. Tudo indicava que em 2012
toda a instalação já estaria pronta, mas o edital acabou
sendo suspenso seguidas vezes.
Basicamente, o plano abrangia uma instalação de
7 mil novos pontos (mais que o dobro do atual), dotados de lâmpadas com maior tecnologia. Do ponto
de vista econômico, essa nova tecnologia diminuiria o
consumo de eletricidade de 10 a 15%, mesmo com o
aumento dos pontos.
O Edital foi cancelado três vezes seguidas. A primeira
vez, em maio de 2012, o Tribunal de Contas do Estado,
TCE, concordou que havia provas de “direcionamento
a uma única fabricante”. Na seção do edital que especifica o material técnico da obra, a USP exigiu, das concorrentes, luminárias equipadas especificamente com um
mecanismo que privilegiaria apenas uma empresa. Para
os advogados, que pediram a interrupção da concorrência, esse critério é injustificável já que “há no mercado
outras marcas que possuem equipamentos similares e
atingem o mesmo resultado buscado pela administração”. Na ocasião, a USP se adiantou e revogou o edital,
publicando uma nova versão no mês seguinte.
A nova versão foi também questionada, pois o texto
exigia luminárias de potência superior ao aceito pelas
normas. Em setembro, o TCE julgou o mérito das decisões e confirmou que o processo restringia a concorrência e era irregular.
O TCE suspendeu pela terceira o processo de licitação em janeiro de 2013, alegando a suspeita de “venda
casada”. Ainda haveria um erro no cálculo global, considerando o custo superestimado em R$62 milhões.
Em relação à venda casada, segundo o edital, quem
vencesse a concorrência ficaria obrigado a comprar a
antiga rede de iluminação pública do campus. Postes,
luzes e a sucata substituída deveriam ser adquiridos
pela empresa. Segundo informações da reitoria dadas
ao jornal Estadão “a questão da venda casada será esclarecida pela Universidade ao TCE, pois se trata de
prática legal do mercado, utilizada até por outros órgãos
públicos. Em relação aos preços da licitação, a nota diz
que isso não foi considerado para a suspensão do edital.
Acrescente-se que a representante da empresa estava
com uma planilha de preços desatualizada”
Apesar disso, o TCE entendeu que o texto do edital
da concorrência apresentava “indícios de ameaça ao interesse público” e, por essa razão, decidiu determinar “a
imediata paralisação” do processo. Por isso, mesmo em
2013, não há previsão para entrega dessas instalações.
acontece na usp
Ministério Público denuncia estudantes
Em novembro de 2011, 72 estudantes, funcionários e manifestantes ocuparam a reitoria da USP após três alunos da
Geografia serem detidos pela Polícia Militar
em um estacionamento da Universidade. A
ocupação foi um mov imento político contra a presença da PM no campus e a v iolência policial. O grupo permaneceu no prédio
durante 8 dias mesmo após ordem judicial,
até que a Tropa de Choque da PM, com um
grande efetivo acompanhado da cavalaria e
helicópteros para dar suporte a operação,
cumpriu a reintegração de posse. No laudo, policiais afirmaram que móveis e partes do prédio foram danificados e que hav ia
pichação, ex plosivos e líquidos inflamáveis
no local.
A finalização do processo administrativo para esse incidente foi anunciada no dia
8
o visconde
março 2013
31 de janeiro de 2013, com base no regime
disciplinar da USP. A punição definida foi a
suspensão, de em torno de 5 a 15 dias, dos
estudantes envolv idos.
No dia 5 de fevereiro desse mesmo ano,
o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou as 72 pessoas envolv idas por cinco crimes: formação de quadrilha, posse
de ex plosivos, dano ao patrimônio público,
desobediência e crime ambiental por pichação. Os crimes podem render penas de
até sete anos de prisão.
Os estudantes ouv idos disseram que é
ev idente a criminalização dos mov imentos
sociais e políticos dentro da Universidade,
que a denúncia é um ataque histórico ao
mov imento estudantil e que não houve crimes durante a ocupação. Não há comentários da Universidade sobre o ocorrido.
março 2013
10,5%
7,9%
9,6%
4%
5%
8%
19%
6%
17 (16%)
18 (41%)
19 (19%)
20 (8%)
21 (6%)
22 (5%)
24 (4%)
26 (1%)
5,3%
5,3%
8,8%
4,4%
0,9%
6,1%
9,6%
31,6%
o visconde
FEAdebate (0,9%)
Bateria (4,4%)
Cursinho (5,3%)
CAVC (10,5%)
AAAVC (9,6%)
AIESEC (7,9%)
PET (5,3%)
PESC (8,8%)
FCC (6,1%)
Liga de Mercado (9,6%)
FEA Junior (31,6%)
Entidade que pretende entrar
41%
16%
1%
Idades
Amostra: 75 alunos
12%
39%
9%
79%
Não
Outros estados
Interior
Grande São Paulo
Cidades
61%
Sim
Primeira opção de matrícula
O Perfil do Novo FEAno
viscondata
9
cavc fala
O que 2013 reserva para os FEAnos?
O Centro Acadêmico Visconde
de Cairu (CAVC) foi fundado em
1946, como a entidade máxima de
representação dos alunos da FEA
USP. Desde então, mudanças profundas ocorreram na Faculdade e
na sociedade em geral, mas os dois
objetivos do CAVC permanecem
inalterados. Primeiro, dar coesão,
unidade e força institucional à opinião dos estudantes de Economia,
Administração, Contabilidade e
Atuária da USP. Segundo, fornecer
apoio às iniciativas estudantis que
busquem melhorar e complementar
a formação pessoal e profissional dos
alunos, valorizando o senso crítico, a
pluralidade de ideias e a pró-atividade
em defesa de interesses coletivos.
O ano de 2013 exigirá forte e
constante manifestação por parte
dos estudantes da FEA USP, em
torno das mais diversas questões.
Em nível nacional, é imediata a discussão sobre cotas sociais e raciais
10
o visconde
março 2013
nas Universidades, debate no qual
a USP possui papel de protagonista,
o que motivará discussões em todas
as unidades USPianas, incluindo
professores e funcionários. No fim do
ano haverá eleições para Reitor, em
meio a crescente polêmica acerca da
estrutura de poder nas Universidades
e crescente insatisfação de parte do
corpo discente com o atual ocupante
do cargo, João Grandino Rodas.
Dado que a situação precária da
segurança na USP, que culminou no
trágico assassinato de um de nossos
alunos há mais de 1 ano, continua
inalterada e o edital de iluminação
continua sem definição (ver página
7), é dever dos alunos pressionar a
USP para que medidas sejam tomadas
para evitar novos incidentes.
Internamente, teremos uma renovação considerável do corpo de
professores, envolvendo inclusive alterações curriculares em diversos cursos, discussão em que o envolvimento
dos alunos é absolutamente essencial
– e é papel do Centro Acadêmico
realizar o intermédio entre alunos
e professores neste assunto. Nesta
e muitas outras discussões, é fundamental que os alunos posicionem-se,
tomem partido de forma consciente
e informada – contando, inclusive,
com as atividades de debates e discussões que ocorrerão ao longo do
ano -, para que o CAVC conheça e
represente plenamente a vontade
de seus associados.
Ainda, teremos este ano a construção da Nova Vivência do CAVC,
cujo projeto foi divulgado no último
Visconde de 2012 (disponível online)
e cuja recuperação será uma grande
conquista dos alunos, o que exigirá do
CAVC cobrança e fiscalização constantes para que as obras caminhem
dentro das condições esperadas de
qualidade e de prazo de conclusão.
Em breve, teremos notícias mais
objetivas acerca de cronograma das
cavc fala
obras e planejamento para a construção - até lá, a sala 14 do FEA-5, no
térreo, será o espaço de convivência
para os alunos, com computadores,
televisão, videogame, puffs, sofás,
etc. Pretendemos utilizar também,
ainda no começo do ano, a área
externa localizada atrás do mesmo
prédio para colocar mesas, cadeiras
e redes, afim de recriar um ambiente
agradável para os estudantes enquanto
a Nova Vivência não é concluída - a
faculdade já sinalizou que a utilização
do espaço será permitida.
Sobre as atividades previstas para
2013, já temos diversas definições
importantes. Começaremos o ano
fornecendo aos alunos uma das
melhores Aulas Magna da história da
FEA, com o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, reproduzindo
nesta edição a entrevista realizada
com o mesmo (ver página 14) no
fim do ano passado. Trazer para a
FEA uma das personalidades mais
importantes da história econômica
recente do Brasil será, sem dúvida, a
melhor forma possível de recepcionar os ingressantes, deixando claro
também que muitas das características que tornam a USP um centro
de excelência no ensino ocorrem
fora das salas de aula - é papel do
aluno buscar essas oportunidades e
saber aproveitar ao máximo o que a
Universidade tem a oferecer.
O CAVC ainda contará com o
seu tradicional curso de Idiomas –
agora com a nova unidade Medicina,
na FMUSP, ao lado da estação
Clínicas do Metrô -, colaborando
para a crescente internacionização
dos FEAnos e USPianos. O curso
de Excel/PowerPoint também será
continuado, preparando os alunos
interessados para o mercado de
trabalho com uma das ferramentas
mais utilizadas atualmente. Teremos
também, é claro, as célebres festas
do CAVC, começando com o Saint
Patricks ainda em Março, passando
pelo FEA Funk, Tequilada e, claro,
a G4 - e isso apenas no primeiro
semestre! Palestras sobre os mais
diversos assuntos relacionados à
FEA e à USP continuarão ocorrendo,
começando (além do FHC) com
o economista-chefe do Bradesco,
Octavio de Barros, e prosseguindo
para outros eventos que tornem
mais rica a experiência universitária dos alunos. Os projetos serão
organizados sempre de uma forma
aberta, que possibilite participação
e envolvimento de todos os alunos
interessados; não hesite em entrar
em contato!
Para que todas as atividades e
esforços do CAVC façam sentido,
é preciso que o corpo estudantil
interaja com os projetos do Centro
Acadêmico. Críticas e sugestões
não são apenas bem-vindas, mas
também essenciais para o bom
funcionamento e contínua melhoria
do CAVC. Acima de tudo, porém,
a nossa sugestão aos ingressantes
e veteranos é: envolvam-se com a
FEA e com a USP. Um dos diferenciais da nossa faculdade é o que ela
oferece para além da sala de aula.
E, por parte do Centro Acadêmico,
tenham a certeza de que faremos
tudo o que for possível para que
2013 seja um ano excelente para
toda a comunidade FEAna.
Centro Acadêmico Visconde de Cairu
Gestão 2013
março 2013
o visconde
11
agenda cultural
Agenda Cultural
Exposição sobre arte na Igreja Católica
Exposição sobre marcos da Igreja Católica na
arte e na fé, é isso que a exposicão “Esplendor do
Vaticano - Uma jornada através da arte e da fé” apresenta através de 200 objetos que, em sua maioria,
nunca saíram do Vaticano. Até dia 31/3.
Onde: Oca do Ibirapuera
Informações: Entrada das 10h às 19h, R$20
(Entrada inteira)
Encenação da Peça Édipo Rei
A tragédia grega escrita em 427 a.C. por Sófocles,
um dos mestres da tragédia grega, narra a luta de um
herói contra o destino inexorável. Até dia 31/3.
Onde: Sesc Belenzinho
Informações: Sextas e Sábados às 21h30 e
Domingo às 18h30. R$24 (Entrada inteira)
Mostra reúne todos os filmes de Tarantino
Além de todos os filmes, a mostra ainda vai exibir alguns filmes que inspiraram a sua obra e filmes
e séries em que Tarantino participou, como Sin
City e E.R.
Onde: CCBB e Cinusp
Informações: de 20/2 a 17/3 no CCBB e de 25/2
a 15/3 no Cinusp. R$4 (Entrada inteira)
12
o visconde
março 2013
agenda cultural
Exposição reúne fotos de bandas paulistas
Nessa exposição estão reunidas fotos e capas de
bandas como Sá Rodrix e Guarabyra, Rita Lee e
Tutti Frutti do período que talvez tenha sido o mais
próspero artisticamente no Brasil. Até dia 10/3.
Onde: Sesc Belenzinho
Informações: Terça a sexta das 10h às 21h e domingos e feriados das 10h às 18h. Grátis
Mario de Andrade é tema de programação
especial
O autor Mário de Andrade é homenageado com
o projeto “Mário de Andrade: Paisagens do Brasil”.
São shows, clube de leitura, oficina do projeto de
Valorização Social, contação de histórias e uma intervenção literária. As atividades vão até maio.
Onde: Sesc Vila Mariana
Informações: Terça a Sexta das 9h às 21h30,
Sábado das 9h às 20h30 e Domingo das 10h às
18h30. Grátis.
Mostra sobre artista perseguido pelo regime
chinês
fotos: divulgação
O artista contemporâneo foi preso pelo regime
comunista e libertado em junho deste ano.
Conhecido por utilizar esculturas, fotografias
e instalações para chamar atenção para supostas
injustiças cometidas pelo regime chinês, em seus
perfis em redes sociais, Ai Weiwei também costuma clamar por mais democracia e transparência em
seu país, a China.
Onde: Mis
Informações:Terça a Sabado: 12h às 21hrs,
Domingo das 11 às 20hrs. R$6 (Entrada Inteira)
março 2013
o visconde
13
brasil e daí
Entrevista com Fernando Henrique Cardoso
No dia 29 de Novembro de 2012, a aluna de Economia, Laura Marsiaj Ribeiro, e o aluno e diretor do
CAVC, João Moraes Abreu, entrevistaram o presidente Fernando Henrique Cardoso, no instituto que leva
seu nome, focando no tema 'política e a juventude'. Na página 28 desta edição, temos também o texto “Massa
de radicais livres”, escrito pela Laura com base na entrevista. Na mesma ocasião, foi feito o convite para que o
FHC ministrasse a Aula Magna 2013 da FEA USP - convite este que foi aceito, em uma grande conquista do
CAVC para os ingressantes da faculdade deste ano. Segue a entrevista realizada com esta que é, sem dúvida,
uma das maiores figuras da história brasileira:
De que maneiras um jovem hoje pode participar
na Política? Quais os caminhos a seguir e quais as
dificuldades?
negócio de droga. Se os partidos fogem desses temas,
falta o caminho para os partidos.
Quando o senhor era jovem, o que almejava fazer?
Quais eram seus objetivos?
Para começar, o que se chama de Política hoje é o
jogo partidário, a relação dos partidos e do Congresso.
O jovem não se interessa. Não só os jovens, a maior
Minha família está metida nesse negócio de polítiparte da sociedade não se interessa. Então, passa a ha- ca há mais de cem anos. Meu bisavô já era governador
ver uma fragmentação em que as pessoas só pensam de Goiás, meu avô, meu pai... Para mim, o Estado, o
na “política” na eleição, e veem o que está acontecen- Poder, não era uma coisa distante. Eu não tinha nada
do com espanto, porque o que veem nos jornais é cor- a ver com isso. Meu pai era militar, era General, enrupção, é desmando. Como você
tão a certa altura eu quis ser militar,
vai querer que o jovem se interesse
mas desisti logo. Depois, eu quis
“A política está virando de
pela política?
massa, precisa ser escandaloso ser engenheiro, advogado ou méPor outro lado, política não é
dico, porque naquela época era o
para aparecer.”
só isso. Política é praticamente
que se tinha de escolha. Até que,
tudo, é a vida – são decisões, é o ordenamento, de- por acidente, eu encontrei alguém que me abriu o cacisão do que pode ser isso ou aquilo. Então, há uma minho para ir fazer uma coisa que eu não sabia o que
contradição entre o desinteresse e o fato de era: Ciências Sociais. O que eu queria fazer era estuque, interessado ou desinteressado, o dar e ser professor. Nunca pensei em fazer carreira
jovem sofre as consequências da política. Eu escrevi um livro em inglês chamado “The
política. Então é melhor estabe- Accidental President of Brazil”. Não é mentira. Foi por
acaso. Eu não estava destinado. Não só não existe uma
lecer algum elo nisso.
O que o jovem quer? O jo- destinação como eu também não tinha me preparavem quer saber da educação do, no sentido específico, para ter vida política. Eu me
dele, quer saber se tem uma preparei para ser um professor, ser um pesquisador,
profissão, quer saber se a esco- porque eu tive sucesso – quando eu tinha 37 anos,
la funciona, tem medo de ser já era professor catedrático, titular na USP e já tinha
atacado à noite, gosta de sido professor na França. Eu saí pelas circunstâncias:
música, gosta de pelo autoritarismo, o regime militar. Eu era contra,
meio ambi­ente, falava contra. Certa altura, o Ulysses Guimarães foi
discute o lá e me convidou para ajudar a fazer o programa do
MDB (Movimento Democrático Brasileiro) antigo e
14
o visconde
março 2013
brasil e daí
eu concordei. Mais tarde ele insistiu para que eu fosse candidato do Senado. Não para ganhar, porque eu
não tinha como, mas para ajudar o Montoro, somando votos e foi o que fiz. Depois, o Montoro virou governador e eu virei automaticamente senador, porque
eu era suplente dele. Então, eu não tinha esse objetivo.
Meu objetivo era melhorar a situação de vida do país,
das pessoas. E nesse sentido, a política também acabou servindo de caminho para eu poder tentar realizar alguns dos meus objetivos.
todos são corruptos. Vamos dizer 10%, 15%, mas são
os que fazem barulho.
Saiu daqui [do iFHC] um deputado de Minas
Gerais – um cara fantástico, com boa formação, intelectual, escreve, falou numa porção de projetos que
fez. Nem sai aqui fora! Só sai alguma coisa quando
tem algum escândalo. A política está virando de massa, precisa ser escandaloso para aparecer. Aparece o
Tiririca, o Zé Dirceu continua brilhando nas paradas
dos jornais, porque fez malfeito.
Qual é o papel do Movimento Estudantil hoje
e como ele se relaciona com a política a nível
nacional?
No passado, verificava-se um predomínio, dentre
as figuras políticas brasileiras, de bacharéis formados pela Universidade de São Paulo. Houve alteração neste quadro? O que isso significa?
Eu nunca participei do Movimento Estudantil, por
exemplo. Na minha época, esses movimentos eram
importantes – a UNE era uma organização importante. Eu participei de vários momentos da vida brasileira – numa certa fase, a democratização pós-Getúlio,
nos anos 50, depois de 45, Dutra e Getúlio. Essa fase,
até 64, o Movimento Estudantil tinha um peso grande, e foi crescente. Depois, com o regime autoritário,
uma parte do Movimento Estudantil mergulhou na
guerrilha, e depois, quando saíram disso, com a redemocratização, a sociedade já era outra e o Movimento
Estudantil como importância política é muito menor
do que era antes, passou a ser um movimento controlado por um partido, mais especificamente o PC do B,
que controla a UNE. Então, o Movimento Estudantil
perdeu vitalidade.
O que o senhor diria para um jovem que não acredita na via política, que, como muitos, diz que
todos os políticos são corruptos, só pensam no
benefício próprio?
Se todos os estudantes e muitos jovens não acreditam
na via política e acham que todos são corruptos, eles
têm elementos do cotidiano para achar isso. Só que é
aquilo que eu comecei dizendo, não é verdade. Nem
Esta questão é curiosa. Mudou a política no Brasil,
porque a sociedade brasileira mudou. Vou contar um
pequeno episódio. Eu sou amigo de um professor que
se chama Alfred Stepan, escreveu muito sobre militares no Brasil, o mundo Árabe. E certa altura, eu era
senador e o Stepan veio ao Brasil. Ele estava fazendo
uma pesquisa sobre Congresso, parlamentarismo,
presidencialismo. E ele ficou lá em Brasília, entrevistando parlamentares. No final ele me disse “Estou
surpreso”, isso foi nos anos 80. “Aqui tem muitos parlamentares competentes, intelectuais, de boa formação, como nós não temos nos Estados Unidos.” Quem
eram os políticos? Eram os advogados, os médicos e
os engenheiros, ou os empresários, poucos. Era uma
classe média que tinha passado pela universidade e,
portanto que era ilustrada. Com a democratização, vai
ver como é a composição da Câmara hoje. Tem um rapaz que chama Leôncio Rodrigues que fez muitos estudos sobre isso. Mesmo o Senado, que é mais conservador – não que seja conservador, mas é mais difícil
chegar lá - mudou a sua composição social. Você hoje
tem muitos sindicalistas, muito religioso, protestante.
São camadas que estão subindo, vêm de baixo. Então,
sociologicamente isso é bom, está havendo abertura,
democratização.
março 2013
o visconde
15
brasil e daí
Do ponto de vista dos papéis que desempe- a dinâmica era mais lenta, você tinha a nobreza, a
nham na política não necessariamente é bom, por- burguesia, a pequena classe média, o trabalhador, o
que não têm o treinamento, não têm a formação. trabalhador do campo, então era mais fácil que essas
Então, nesta fase de transição, você vai ver menos pessoas encontrassem, em algum tipo de ideologia,
gente que tenha saído da USP, e mais gente que um suporte para o que eles acreditavam e para os
não tenha saído de universidade nenhuma, ou de seus interesses. E os partidos representavam mais
universidade conhecida. Pode ser que essa gente diretamente essas camadas. Isso na Europa permaleve um tempinho para entender, mas é melhor se neceu até muito recentemente. Nos Estados Unidos,
abrir. Democratizou. É o custo que se paga pela de- nunca foi bem assim, a sociedade era mais dinâmimocratização. Tem que incorporar novas pessoas. ca. A nossa começou com o modelo europeu lá em
Então eu não tenho uma visão negativa do que está cima, na elite, desde o Império. O povo não estava
acontecendo desse ponto de vista, vai levar tempo. nem aí, nem votava. Quando veio a redemocratizaO problema é que quando você
ção, a República, primeiro era a
está na vida política, você quer
Oligarquia. Hoje é uma sociedade
“Diploma não é garantia,
depressa, e não vai ser depressa. nem de capacidade política nem de massas. As classes estão aí, mas
O Brasil vai levar algum tempo
não organizam o comportamento.
de honestidade”
para poder acomodar todo esse
O comportamento não é homoprocesso dinâmico que foi desatado e que cria isso. gêneo. Quando você tem muita mobilidade social,
Uma pessoa como o Lula, veio de líder sindical tem novas camadas que surgem.
até chegar lá e ter um comportamento complicaNo passado, a classe média era quem, em gedo. Não tem o que se chama a liturgia do cargo. A ral, vinha de cima para baixo e o Estado seguraDilma já não é assim, porque ela veio de outra ca- va. Passavam pela Universidade, pela Igreja, pelo
mada. Mas isso não quer dizer que tenha sido mau Exército. Ficavam na classe média, e educados.
que o Lula tenha sido presidente. Agora, o custo é Passavam pelas mesmas escolas, tinham os mesmos
esse, tem comportamentos aberrantes muitas ve- valores. Agora não. É uma classe que surge. Agora
zes. E também, vamos ser justos, tem muita gente estamos num momento de erupção. Então, como
que passou pela universidade e que também entra você vai ter uma ideologia compatível com essa
nos comportamentos aberrantes e na corrupção. mudança? Eu costumo dizer: nós temos uma masEntão, diploma não é garantia, nem de capacidade sa de radicais livres. Sabe esse negócio que faz mal
política nem de honestidade.
à saúde? Você não sabe o que são, porque não são
ainda. Vão ser algum dia? Não sei. Se vão ser categoA gente vê que temos muitos partidos diferen- rizados como eram, você podia ter mais facilmente
tes, mas ao mesmo tempo as ideologias são mui- um partido com correspondência a uma base social
to similares e as questões como aborto e meio estável – não é mais estável (confuso). Então, como
ambiente acabam determinando o voto das se forma a dissenção? Por “issues”, questões. Então
pessoas. Mas como a gente faz com a ideologia? falou do aborto, pode falar da droga, pode falar do
Não é a parte fundamental da política?
crime, da guerra, nos Estados Unidos. Pode falar de
qualquer coisa. A campanha se dá ao redor de “isDeveria ser, né? Como se formaram essas ideo- sues”, que dividem as pessoas. Não é propriamente
logias, de direita, esquerda, centro? Basicamente na tão ideológico no sentido antigo, mas não deixa de
Europa. Quando você tinha uma sociedade em que ser uma separação.
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Sentimos que, na USP pelo menos, existem muitas pessoas que querem fazer algo, querem mudar,
veem que tem um problema, mas não sabem onde,
não sabem como chegar lá. Somos uma dessas,
não sabemos bem o que fazer.
estar, que você tenha voz. Eu acho que estão faltando
partidos, ou pelo menos um partido, que diga “eu quero
juntar gente de bem, quero fazer uma coisa boa”. Pode
ser bobo isso, mas é preciso. Tem que ajudar a criar
princípios e a criar um ambiente, “esse país é meu, porque eu gosto dele, porque eu me sinto bem nele, porOu o PSDB, ou outro partido, volta a discutir os que eu tenho o mínimo nele, e não sou eu só”. A igualtemas que interessam às pessoas, para agrupar as pes- dade é muito importante. Nunca vai ser todo mundo
soas, ou não tem como. É tudo meio perdido, meio igual, mas ao menos diante da lei é preciso que sejam.
querendo fazer. Vão pras ONGs, e as ONGs sentem Aí entra a repercussão da decisão do STF: não interesdificuldade de sobreviver. E os políticos profissionais sa se botou na cadeia ou não botou na cadeia; julgou
perderam a capacidade de ouvir, de falar e ter paciên- como réu, e foi gente poderosa. Isso é muito importancia, para poder ouvir o outro, saber do que se trata. te. Isso dá o sentido de que você pertence à mesma coO político só quer ganhar eleição.
munidade. Então acho que esse tipo
de valor é necessário, e os políticos
Você pode ganhar ou você pode
“Eu acho que agora nós teperder, só não pode perder a cara. mos que lutar para estarmos em perderam a capacidade de falar em
valores. Quem fala? As igrejas. Por
Tem que ter consistência – qual
uma sociedade decente.”
que junta tanta gente? Porque elas
é o seu objetivo? Pra que? Como
falam bem mal dos valores e porque
lutar? Qual é a causa? Se não tiver
causa, pra quê fazer política? Tem que ter alguma cau- elas criam associação. Esse mundo de radicais livres
sa. E está faltando no Brasil lideranças que despertem tem que juntar. Tem que ter rede de apoio. Partido no
esse entusiasmo e depois partidos - porque não basta passado era uma rede de apoio. Tem um grande líder
ter lideranças - que organizem e que transformem esse francês, chama-se Michel Rocard, foi primeiro ministro
impulso em um comportamento.
da França algum tempo atrás, foi ministro da agricultura do Partido Socialista. Ele publicou um livro que
Talvez falte uma causa? Um momento como a dita- chama “A vida dele no Partido Socialista”. Ele viveu
dura: os estudantes se uniram contra um objetivo sempre dentro do Partido Socialista, porque o Partido
comum.
Socialista tinha muitas dimensões, ele comportava
uma vida. Aqui não tem nenhum partido que comporOs estudantes e muitos outros. Havia uma coisa te uma vida. E era a vida mesmo, porque tinha debates,
comum. Eu acho que agora nós temos que lutar para tinha festas, tinha o trabalho coletivo. Tinha uma moestarmos em uma sociedade decente. Não só rica, mas tivação. Aqui não tem, então você vai pro baile funk,
decente. Que você acredite nela, que aumente o bem cada um por si e Deus por ninguém.
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matrícula fea usp
Festa de Recepção dos Novos FEAnos
Dia 18 de fevereiro ocorreu a aguardada matrícula dos calouros. Quanto mais perto ficava das 9
horas, maior ficava a fila de bixos e pais aguardando
a abertura do Auditório, onde foi realizada a parte
burocrática da matrícula. Logo depois foram recepcionados pela AAAVC e Bateria S/A, que ofereciam
seus kits aos bixos e aos pais.
Ao receberem a notícia que teriam que subir até o
4º andar pelas escadas do FEA-5 alguns reclamaram.
“Eu sou a bixete sedentária”, falava a caloura para o
veterano da S/A. Chegando ao 4º andar, os bixos
começaram a entender um pouco do que é a FEA.
Com apresentação de todas as entidades FEAnas,
foi possível conhecer a FEA junior, escolher um esporte para participar do BichUSP, ouvir um pouco
do que a Bateria é capaz de fazer e conhecer todas
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as outras oportunidades que as outras entidades
oferecem.
A bixete Isabela, de Economia Noturno, descreveu bem a sensação de muitos bixos: “Dá vontade
de se inscrever em tudo!”. Entretanto, muitos pais
reclamaram da demora no circuito de apresentação
das entidades e muitos bixos concordaram com a
fala da bixete de Administração: “Tem muita informação, não dá pra assimilar tudo”. Mesmo assim, a
apresentação das entidades foi muito organizada
e muitos bixos já saíram com a ideia de qual entidade queriam participar, sendo que a FEA junior
foi uma das mais citadas (como mostra a Sessão
Viscondata, página 38).
Depois de apresentados ao CAVC e à sala que
irá abriga-los nos momentos de tédio, os bixos
matrícula fea usp
eram levados à área do trote. Com muita farinha, glitter e tinta, veteranos deram as
boas vindas aos calouros. Mas já tinha muito bixo preocupado com as aulas e querendo saber qual matéria irá atrapalhar o sono:
“Eu sou o bixo neurótico”, disse um calouro que veio do Belém do Pará. E tinha até
bixete em dúvida entre a FEA e a gvzinha,
pode isso?
E pai também participa! Teve mãe
chorando, pai querendo conhecer entidade e fotografando cada momento do
banho de tinta. Os pais do bixo Ramon,
de Administração Noturno, também deixaram o feedback positivo: “Ele pesquisou
muito antes de entrar aqui e hoje ele viu
que é o que esperava, ele queria FEA! Dá
pra perceber a boa energia diferente daqui”.
Bixo, a FEA não é só aula! Participe
de uma entidade, vá a palestras, chame os
amigos pra ir às festas, venha pra salinha do
CAVC jogar PlayStation e bater papo com
o Edson (o xerife da Vivência) e conheça as
outras faculdades! Por fim, parabéns pela
milésima vez, sejam bem-vindos e aproveitem essa conquista!
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espaço aberto
A saga de um cabeludo pedalando pelas areias e
terras de Iracema, a virgem dos lábios de mel!
"quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar!"
(sophia de mello breyner andresen - poetisa portuguesa)
para iniciar esta história evitando digressões pré-coito,
já adianto: era julho ensolarado de 2012, pedaço de MAR
entre Natal-RN e Fortaleza-CE, uma BIKE monark
tropical 90’, facão de cortar PEIXE e COCO, temperos,
barraca, capacete, bananas, coragem, NOSSA SENHORA
do carmo, uma rota desenhada em papel vegetal, maria
bethania, lampião e FÉ.
cheguei na rodoviária de natal com bike e cuia na bagagem, dia 18 de julho a noite; pernoitei na casa de uma
família muito simples,
na periferia da cidade,
que me recebeu com
uma cordialidade incomum! não dormi,
obviamente. era tão
grande a ânsia de cair
no MUNDO pedalando, tendo as pernas
suavemente lambidas
pelo mar, que meus
olhos recusaram-se
a descansar naquela
noite.
despedi-me logo quando a manhã se anunciava e parti.
fui pedalando até a praia de genipabu, passando pela
grande cidade de Natal - tão desigual e tão fétida quanto
as outras capitais desse nosso BRASIL. naquela praia
mirei o meu barco de duas rodas para esquerda e dali
iniciei esta aventura.
foram 600km percorridos beirando a praia, entre rios
de LAVADEIRAS, entre cabelos crespos e lisos daquela
gente nordestina caiçara que vive sob os contratempos do
céu e diante dos murmúrios e benevolências do mar. terra
de sábios pescadores e de mulheres morenas cuja esperança
da vida se resume na água de beber e no peixe de salgar.
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das muitas histórias que vivi no mochilão resolvi denunciar neste texto quatro delas, não mais importantes
do que as outras, mas um tanto mais marcantes para mim.
em um dos primeiros finais de tarde da viagem vi na
estrada uma pousada com mandalas e macacos no quintal:
era a pousada urca do tubarão em são miguel do gostoso-RN.
lá vivem, ganham a vida e se AMAM o casal de sobrenome
NOBRE e a pequena maria. edson nobre é colecionador
de relíquias, discos de vinil, químico e fazedor de cachaça.
lila nobre, cozinheira de mão
cheia, mãe de olhos castos
e coração bondoso. maria,
uma criança atenta! lá fui
recebido como um filho
pródigo, lavei louça, escutei
discos do GIL, aprendi a
amar mais minha mãe e
deram meu nome a uma
árvore pequena do quintal!
fiquei dois dias e parti com
esperança.
numa noite posterior,
a delegacia de caiçara do
norte-RN era a única opção para o meu pernoite! sargento
esdras - que assumia o papel de delegado na situação - me
pagou um jantar, me arrumou uma rede e disse que eu
poderia “dormir com os meninos ali na delegacia, que
eles não fazem mal pra ninguém”. vish! esta noite dormi,
PRESO, numa cela com dois detentos: abraão que,
apesar do nome bíblico, estava detido há 8 anos por ter
matado a facadas um “boy” (linguagem usada pra sugerir
inimizades) dentro de um carro da polícia. o outro era
o tonhão, que se limitou a dormir e a se engasgar com
mosquitos a noite toda. ali pude viver a dualidade entre
a minha liberdade com a prisão daqueles que ignoraram
a lei e foram excluídos, temporariamente, da sociedade.
aprendi naquela cela de cadeia que dentro daquelas mentes
também existem SONHOS!
minha próxima parada foi na casa do cledó: entusiasta
e candidato a VEREADOR da cidade de galinhos-RN.
vivia com a sua esposa francisquinha, seus filhos warralla
escarlet e vasco; este último é autista, menino gênio que
sabe toda a fala do filme madagascar (em português E
inglês, com 10 anos). cledó me deu lagosta pro jantar,
me levou para cagar na praia e me aproveitou para fazer
campanha politica pela cidade: “este aqui é meu amigo
fabrício ciclista que já viajou o mundo inteiro, passando
pela macedônia, itália e norte da áfrica... conta aí pros
meus conterrâneos as suas aventuras, meu caro viajante!”.
sim, o figura inventou toda essa história pra entreter as
pessoas e me colocou na fogueira. mesmo sabendo disso
entrei no clima e criei histórias de beduínos e bárbaros das
arábias para as crianças e velhos que pararam pra ouvir
as falácias deste ‘ciclista viajante’. foi uma experiência
muito doida! nesta oportunidade eu aprendi o jogo de
cintura dos políticos e a importância de ser um PAI de
fato! cledó foi eleito, em outubro de 2012, vereador de
Galinhos com 73 votos!
por último cito as duas noites que passei na cabana do
pescador JEOVÁ e da sua nega irene. ela, uma senhora
pacata. ele, um pescador dreadlock de canoa quebrada-CE. antes de viver com irene foi casado com uma moça
SUÍÇA, lá viveu 5 anos, trabalhou de jardineiro no castelo
de um xeique de dubai, apesar do frio construiu uma
jangada para continuar junto ao mar e teve 3 filhos com
a gringa (entre eles arco-iris e trovão). deixou tudo na
europa e voltou ao BRASIL... foi recebido por YEMANJÁ
numa manhã de pescaria cujo barco quase afundou de
tanto peixe. depois disso nunca mais abandonou o mar!
homem conhecido na cidade, jeová chegou até a participar do programa troca de família da record, vindo morar
numa mansão em SP enquanto a patroa da metrópole foi
morar na mesma cabana em que eu passei dois dias com a
família do pescador. naquele espaço aprendi a grandeza e
importância do MAR e a maestria do VENTO!
cheguei a fortaleza na tarde do dia 31 de julho, foram 12
dias de viagem. uma saga! esta andança me trouxe vivências
e uma quantidade de valores que ainda demorarei uma
vida inteira pra absorvê-los, mas que hoje já fazem deste
paulistano comum um SER, no mínimo, mais sensato e
ATENTO. somos todos construídos pela vivência e, uma
das maneiras de aprendermos algo importante sobre aquilo
que a vida nos dá, é nos permitindo jogar o corpo neste
mundo com humildade e de peito aberto!
nesta viagem aprendi que “a inteligência está na conduta”
e vou vivendo assim.
Fabrício Vieira [Mantega]
Contabilidade, 5º Semestre
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o visconde
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espaço aberto
Apreciação Crítica
Como diria Antonio Gramsci,
“Odeio os indiferentes. Como
Friederich Hebbel acredito que "viver
significa tomar partido". Não podem
existir os apenas homens, estranhos
à cidade. Quem verdadeiramente
vive não pode deixar de ser cidadão,
e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso
odeio os indiferentes. A indiferença
é o peso morto da história. (...) A
indiferença atua poderosamente na
história. Atua passivamente, mas atua.
É a fatalidade; e aquilo com que não se
pode contar; é aquilo que confunde
os programas, que destrói os planos
mesmo os mais bem construídos; é
a matéria bruta que se revolta contra
a inteligência e a sufoca.”
Falaremos aqui de Fernando
Henrique Cardoso, ou, para os íntimos – e somos todos íntimos, afinal
já fomos súditos deste príncipe –
chamá-lo-emos FHC. Presidente duas
vezes, o chefe supremo da Burocracia
estatal levantou olhares de reprovação
na mesma velocidade em que foi
amado pela classe média, que via no
Presidente, o Sociólogo, no chefe de
Estado, um estadista.
Pretendo operar não uma crítica
ideológica – na acepção de uma falsa consciência sobre os fatos – mas
sim uma crítica imanente: a crítica a
partir dos próprios fundamentos do
conteúdo a ser criticado; uma crítica
de viés político sobre ações políticas
de um líder político.
Nesta pequena introdução
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o visconde
março 2013
percorremos implicitamente algumas
referências teóricas deste sociólogo tais
como Gramsci, Maquiavel e Weber.
Falta-nos abarcar Marx, aquele mesmo do Seminário de Marx, grupo de
estudos de O Capital formado por
diversos intelectuais, inclusive por
FHC. Para este, fica a crítica materialista
que responde ser FHC fruto de seu
terreno histórico-social, produto de
suas circunstâncias.
Herdeiro de sangue revolucionário
de militares ligados ao Tenentismo,
FHC foi intérprete de Jean-Paul Sartre
e amigo de Florestan Fernandes.
Mudou-se forçosamente para
o Chile nos tempos sombrios
de nossa história e cumpriu
papel central na inauguração
do debate da especificidade
do capitalismo brasileiro com
a questão da dependência
dos países periféricos ante o
desenvolvimento das potências
centrais – ou não, como veremos
adiante: Nildo Ouriques, professor do Departamento
de Economia e
Relações
Internacionais da Universidade
Federal de Santa Catarina e ex-presidente do Instituto de Estudos
Latino-Americanos da UFSC diz que
FHC plagiou intelectuais banidos
pela Ditadura¹. Ouriques se refere
especificamente ao líder político e
teórico dependentista, o economista
Ruy Mauro Marini. A crítica central é a
da alteração do conceito de “economia
exportadora” na obra de Marini, ainda
não traduzida à época, para “economia agroexportadora” por FHC em
texto publicado pelo
Centro Brasileiro
de Análise e
Planejamento
(CEBRAP),
c o m Jo s é
Serra. A
ideia que
Our iques
expõe é que
por detrás da
ginástica
espaço aberto
categorial operada por Serra e FHC
estava um projeto norte-americano
visando barrar a disseminação de
teorias revolucionárias em meio à
“transição democrática” no Brasil,
optando por um caminho “dentro
da ordem”.
O então Ministro da Fazendo
FHC tornou-se, em pouco tempo, o
pai de um projeto de reestruturação
macroeconômica do Brasil, o Plano
Real. Entretanto, apesar de o Ministro
da Fazenda ser FHC, o Presidente
Itamar Franco recebeu das mãos de
Rubens Ricupero - que era o Ministro
da Fazendo porque FHC saíra para
concorrer às eleições - , em 30 de
junho de 1994, o plano “Exposição
de Motivos da MP do Plano Real”².
Tal plano visava estabilizar o país
“desafogando” o Estado por meio
das privatizações, desindexação da
economia, equilíbrio fiscal, abertura
econômica, contingenciamento e
políticas econômicas restritivas.
Além de inaugurar a agenda neoliberal no Brasil atendendo aos mandos e
desmandos das instituições financeiras
internacionais como o FMI, FHC
assentou base para os astronômicos
ganhos financeiros no Brasil, aliando-se
ao capital estrangeiro em detrimento
do desenvolvimento nacional. Altas
taxas de juros que faziam com que a
paridade de juros fosse fortemente
atraente ao investidor estrangeiro e
casos como o do Programa de Estímulo
à Reestruturação e ao Fortalecimento
do Sistema Financeiro Nacional
(PROER) fizeram deste país um
território nas mãos do grande capital
internacional – inclusive mediante a
venda das riquezas nacionais com as
privatizações em diversos setores chave
da economia brasileira. Este PROER
foi um projeto que injetou dinheiro
público nas instituições financeiras;
cálculos da CEPAL apontam que
12,3% do PIB foram transferidos ao
setor privado.
Conhecido por governar soltando
medidas provisórias a torto e a direito,
FHC de fato conseguiu estabilizar em
seu governo as pressões inflacionárias que há muito atravancam a vida
concreta e efetiva do povo brasileiro.
O presidente da era apagões é também o responsável por dar início a
alguns programas de transferência
de renda que os governos de Lula
e Dilma aprofundaram, além de ser
um grande debatedor em assuntos de
descriminalização ou regulamentação
do uso de maconha; o problema que
coloco é: por que só agora fora de seu
governo? Por que tais questões não
foram pautadas durante seus dois
mandatos?
Por falar em mandatos, dado
que a crítica que se faz é política,
não se pode deixar de evidenciar o
fato de que sua reeleição foi alvo de
investigações de corrupção. Grampos
telefônicos divulgados pela Folha de
São Paulo à época indicaram que
alguns deputados federais venderam
seus votos por R$ 200.000,00.
Seja como for, pretendemos fazer
uma apreciação crítica do homem
Fernando, seja como professor, seja
como Presidente. Acreditamos que
houve um distanciamento enorme
entre sua obra com Enzo Falletto que
apontava sobre a Dependência nas
terras daqui em relação ao grande
capital das potências centrais e sua
prática política.
FHC é o homem que ao ser empossado dizem ter dito “esqueçam o
que escrevi”. Ele nega tal citação e diz
que seus escritos guardavam validade
teórica frente ao desenvolvimento do
concreto naquela conjuntura. Seja
como for, FHC é peça central no
entendimento das generalidades e
especificidades do desenvolvimento
do capitalismo brasileiro; periférico
e dependente, como diria Marini.
Bruno Miller
Economia, 5º Semestre
!http://www.cartacapital.com.br/politica/fhc-plagiou-intelectuais-banidos-pela-ditadura/
²http://www.fazenda.gov.br/portugues/real/realem.asp
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espaço aberto
Calourada Unificada USP 2013
“Calourada Unificada USP 2013 Quem é estudante também vai cantar:
democracia na USP já!”. Com essa
frase o DCE da chapa Não Vou Me
Adaptar nomeia a calourada desse ano,
porém é de se estranhar que a busca por
uma Universidade mais aberta venha
justamente de um DCE que tem se
mostrado, até então, fechado e muito
questionável como meio de representar
os alunos que não fazem parte de seu
meio político.
Depois das eleições, o DCE se mostrou disposto a formar a calourada
com todos os centros acadêmicos que
quisessem participar dessa construção,
a fim de que ela fosse mais participativa
e construída “por todos e para todos”,
porém o que se mostrou durante o
processo da calourada foi justamente o
oposto. Além de não ser avisado quais
seriam as pautas dos encontros, o DCE
usouumatáticaquecertamentefazjusao
peleguismo de que é acusado por partes
maisextremasdomovimentoestudantil.
Entre todos os centros acadêmicos convidados para a construção da calourada,
o DCE garantiu uma maioria razoável
que continha membros do Juntos!³ e,
portanto, apoiadores de suas decisões.
Ao contrário do que foi dito na eleição
pelo presidente do DCE, a chapa Não
Vou me Adaptar é sim política e apoiada
pelo Juntos!, isso pode ser observado
com uma breve pesquisa de seus membros diretores. Assim, todas as pautas
que foram discutidas anteriormente
pelos membros do DCE, e até então
também alguns membros de centros
acadêmicos, foram votadas em blocos
e com pouco espaço para discussão
26
o visconde
março 2013
entre os outros centros acadêmicos
presentes. As votações que foram contra
as propostas do DCE terminaram no
máximo em 7 a 5 favorável para si,
além do fato das atrações da festa da
calourada, já anunciadas, não serem
discutidas em reunião.
Essaartimanhapoliticalevouaalguns
absurdos nas mesas de debate, como a
falta de mesas que fossem atrativas para
alunos de exatas; a preferência pelo
cursinho Emancipa, ligado ao Juntos!,
ao invés de um cursinho ligado a USP;
a justificativa da escolha de Giannazi,
do PSOL, para uma mesa, pois “ele
tem nome e chamaria pessoas para a
mesa”, o que é excêntrico, dado que
nasultimaseleiçõeselemostroumuito
pouco conhecimento pelo eleitorado
paulistano, salientando o fato de qual
é o público alvo que estão dispostos
a atrair; e, por fim, a presença do
polêmico Carlos latuff, cartunista reconhecido internacionalmente como
antissemita, que, porém por possui as
mesmas ideologias políticas do DCE,
parece apto a participar da calourada
emumamesasobreexpressãocultural,
o que faz pensar que tipo de expressão
cultural o DCE quer promover, se
não a sua própria. Além disso, é, no
mínimo, ilógico se dizer pró-cotas e
procurar promover a igualdade entre
raças e cores se ao mesmo tempo se
promove o antissemitismo, o que faz
pensar se o DCE, eventualmente, não
esteja realmente interessado em tais
assuntos, talvez usando uma pauta
de certos grupos do movimento
estudantil como plataforma eleitoral.
Todas as mesas, por decisão do
DCE, não terão oposição o que é
anormal em uma entidade que tem
a obrigação de se mostrar democrática e promover os debates em todas
as instâncias, a fim de que haja uma
maior pluralidade de ideias entre os
novos ingressantes, evidenciando a
clara distorção do que é falado e as reais
ações do DCE.
Esta decisão lembra o plebiscito pela
democratização da Universidade, no
fim do ano passado, que trazia junto às
urnas um cartaz com a indicação para
espaço aberto
votar no “sim” em todas as perguntas
feitas. Apesar de aprovados na Fuvest,
o DCE julgou que os alunos da USP
precisariamdeumgabaritonomomento
de votar em questões políticas internas.
Na época, entrou em votação, durante
um Conselho de Centros Acadêmicos,
a questão de se o plebiscito deveria ser
imparcial ou tendencioso. Não bastasse
a falta de lógica em propor um plebiscito
tendencioso, mais impressionante é o
fato de o CAVC ter sido derrotado na
votação, por apoiar a imparcialidade,
comodivulgadopelaentidadenaocasião.
Por fim, o DCE é a entidade máxima de representação dos alunos da
Universidade de São Paulo, com todo
o autoritarismo que ele enxerga nos
outros, mas nunca em si mesmo, é de
se estranhar tantos abusos e se por em
questão quem eles realmente querem
e estão dispostos a representar.
Tomando como base a calourada
que é o primeiro evento da atual gestão,
concluímosqueointeressedeumgrupo
está se sobrepondo sobre o que seria
melhor para a maioria, o que torna essa
representatividade falha e, portanto,
sem sentido.
João Victor Peterossi Farias
Bruna Mirelle
Economia, 5º Semestre
¹Juntos!: Coletivo de jovens ligados ao
PSOL
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o visconde
27
Massa de radicais livres
Há muito tempo a questão do jovem
na Política me incomoda. Onde nós
estamos? Será que o jovem se interessa
pela Política? Há espaço para alguém
que quer mudar o mundo em que
está? Para alguém que se vê insatisfeito
com a situação atual de corrupção e
ineficiência?
***
Eu cresci ouvindo que a nossa
geração é alienada porque não temos
contra quem lutar. Afinal, nascemos na
democracia e para mim (assim como
acho que para vocês) isso sempre foi
um dado, muito diferente do mundo
em que nossos pais e avós viveram.
Não tivemos a ditadura, a repressão
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o visconde
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política, a tortura, o desaparecimento
de amigos e familiares, a dúvida, a
morte. Não tivemos o protesto, o exílio,
a luta, as lágrimas e a união. Tivemos
o que tivemos: o resultado do que
nossos pais tanto lutaram – tivemos
a estabilidade.
Claro que isso é positivo... Não é?
Tenho certeza que sim. Não tivemos
que conviver com tanto sofrimento e
tanta perda. Por outro lado, talvez isso
tenha levado, sim, à nossa alienação.
Pode ser que nos encontremos cada
vez mais descolados da realidade e
desinteressados em fazer algo para
mudar o nosso futuro.
Há alguns anos, senti que era minha
obrigação FAZER alguma coisa. Não
sabia bem o que e nem por onde começar, então comecei a fazer trabalho
voluntário. Isso me satisfez por algum
tempo, mas aquela angústia de que
estava fazendo muito pouco ainda
estava lá. Mais recentemente, comecei
a buscar meios que me ajudassem a de
fato mudar alguma coisa no contexto
em que estou inserida. Participei de
workshops para “potenciais líderes”,
me juntei a grupos de “jovens transformadores” e foi por esse caminho
que acabei tendo a oportunidade de
entrevistar o Fernando Henrique
Cardoso e perguntar para ele o que eu
tanto queria saber. Como um jovem
espaço aberto
faz para se inserir na Política?
A resposta dele foi que, do jeito
que a política é hoje, o jovem não se
interessa e não tem como se interessar!
Disse que política é muito mais do que
jogo partidário... É tudo, é uma vida
inteira – algo de que não nos damos
conta. Mas teve uma coisa que ele
disse que me marcou muito. “Nós
temos [na sociedade] uma massa de
radicais livres.”
Acho que o que ele queria dizer era
aquela coisa da falta de articulação,
sabe? Estávamos falando de ideologia, ou talvez da falta dela. Cada um
defende o que quer, ou não defende
nada, tudo meio solto, sem pé nem
cabeça. Os partidos deixaram de
ter aquela definição de direita ou de
esquerda, tudo passou a ser mais ou
menos a mesma coisa. Mas em meio a
isso tudo, uma nova forma de política
surgiu – uma forma de envolvimento
muito mais fácil e sem exigências. Uma
forma de simples compartilhamento
de ideias, sem muita reflexão, apenas
aquela ideia burra que parece fazer
todo sentido, mas que a gente não
tem um minuto para descobrir se a
gente concorda ou não.
Foi com o Facebook que o jovem
finalmente achou uma forma de expressar a suas ideias políticas, mas
eu cheguei à conclusão de que isso
me incomoda mais do que a simples
alienação. Tudo o que vemos são frases
de efeito (muitas sem comprovação,
sem embasamento teórico ou prático)
e alfinetadas baratas contra este ou
aquele partido (geralmente petistas
contra tucanos e vice-versa). Acho
que está na hora de o jovem parar
de se munir desse arsenal de “desconhecimento” e pensar um pouco,
pesquisar, entender do assunto antes
de discutir. Ouvi dizer que os jovens
brasileiros são uns dos mais engajados
do mundo. Será que isso é contando
a baderna no Facebook?
Acho que todos nós podemos
concordar que estamos insatisfeitos
com a Política como ela é hoje. Como
bem disse o Fernando Henrique, faltam
no Brasil “lideranças que despertem
esse entusiasmo e depois partidos,
porque não basta ter lideranças, que
organizem e que transformem esse
impulso em um comportamento.
[...] Eu acho que agora nós temos que
lutar para estarmos em uma sociedade
decente. Não só rica, mas decente.
Que você acredite nela, que aumente
o bem estar, que você tenha voz nessa
sociedade. Eu acho que está faltando
partidos, ou pelo menos um partido,
que diga ‘Eu quero juntar gente de bem,
quero fazer uma coisa boa’”. Alguém
tem que começar. Vamos?
Laura Marsiaj Ribeiro
Economia, 7º semestre
março 2013
o visconde
29
espaço aberto
Denúncia
Na última edição deste jornal, no ano passado, denunciei aqui a lamentável inversão de prioridades da
administração desta faculdade no que concerne a segurança da nova biblioteca.
Com uma foto ilustrativa, reproduzida
novamente aqui, mostrei que as portas de
emergência do referido prédio estavam,
todas elas, trancadas com correntes e cadeados, supostamente para impedir furtos.
E nesta paranóia já antiga com segurança
patrimonial - câmeras e as futuras catracas
são os exemplos mais notáveis - a faculdade
esquece-se da segurança das pessoas. Ano
vai, ano vem, e o nosso estacionamento
continua sem qualquer alteração em termos de iluminação - com já incríveis 3
suspensões da licitação do novo sistema
de lâmpadas da USP. O assassinato de um
aluno da faculdade parece não ser motivo
o bastante para levar a questão a sério.
Temos portas devidamente trancadas
para evitar o furto de livros - conhecidamente um alvo típico de quadrilhas
altamente intelectualizadas! - apesar de
que tal proteção desconsidera a exigência
legal de saídas de emergência desobstruídas
para caso de incêndio.
30
o visconde
março 2013
espaço aberto
Novamente, o patrimônio da faculdade é colocado acima de seus próprios usuários.
Engana-se quem pensou que a tragédia de Santa Maria serviria de exemplo para alguma coisa. Não
precisamos de alvará, nem de autorização do Corpo de Bombeiros, nem de fiscalização de entrada de
materiais inflamáveis; só precisamos que as correntes e cadeados sejam devidamente removidos. Parece
ser uma tarefa árdua demais para ser realizada pela presente administração da FEA. Se o bom senso não
é razão para modificar esta situação, esperar-se-ia que a lei o fosse. Aparentemente, não é.
Anônimo
março 2013
o visconde
31
Prestação de Contas CAVC
Saldo Inicial das contas
CC CAVC
Dinheiro em Caixa
Total
1/12/2012
R$ 10,00
R$ 601,56
R$ 611,56
1/1/2013
R$ 10,00
R$ 1.277,89
R$ 1.287,89
Entradas
Devolução - Processo
Entradas de eventos
Entrada curso de Excel
Intermédio Bateria S/A.
Publicidade
Patrocínios
Resgate do Fundo Exclusivo
Repasse CAVC Idiomas
Sub Total - Entradas
R$ 6.246,53
R$ 1.154,00
R$ 6.779,10
R$ 320,40
R$ 1.500,00
R$ R$ 31.021,00
R$ 20.000,00
R$ 60.774,50
R$ R$ R$ 1.270,00
R$ R$ R$ R$ 6.546,20
R$ 15.000,00
R$ 22.816,20
Saídas
Aplicação no Fundo Exclusivo
CAVC Idiomas
Curso de Excel
Doação Projeto Biblioteca da FEA
Intermédio - Bateria S/A.
R$ 34.038,63
R$ R$ 9.725,50
R$ 3.500,00
R$ 320,40
R$ 4.265,40
R$ R$ R$ 2.000,00
R$ -
Despesas CAVC
Advogados
Despesas Administrativas
Emprestimo Bancário
Férias de Funcionário
Gastos extras
Infra-Estrutura de Eventos
Internet
Manual dos Bixos
Maquina de Café
R$ 6.041,67
R$ 215,40
R$ 5.753,48
R$ R$ R$ 1.044,43
R$ R$ R$ -
R$ 5.080,00
R$ 145,70
R$ 5.753,48
R$ 1.904,72
R$ R$ 57,00
R$ R$ R$ -
Manutenção Informática
Manutenção Vivência e Patrimônio CAVC
Material Escritório
Multas de trânsito economíadas 2010
O Visconde
Processo Trabalhista (Recurso)
Recissão de Contrato
Salários dos Funcionários
Serviços Gráficos
Suprimentos Vivência
Tarifas Bancárias
Telefones
TV Vivência
Sub Total - Saídas
R$ 79,00
R$ 215,69
R$ 22,00
R$ R$ R$ R$ R$ 5.033,00
R$ 54,80
R$ R$ 115,60
R$ 184,50
R$ R$ 66.344,10
R$ 79,00
R$ 30,00
R$ R$ R$ R$ R$ R$ 3.471,00
R$ R$ R$ 78,10
R$ 184,50
R$ R$ 23.048,90
Resultado do Período
-R$ 5.569,60
-R$ 232,70
Saldo das contas
CC CAVC
Dinheiro em Caixa
Total
31/12/2012
R$ 10,00
R$ 1.277,89
R$ 1.287,89
31/1/2013
R$ 10,00
R$ 1.045,19
R$ 1.055,19
Dívidas do CAVC
Descrição
Processo trabalhista - 2010
Processo trabalhista (ainda em tramite) * - 2011
Empréstimo de 25/08/2011 **
Grêmio da Poli (G-4 2010)
Sub Total Dívidas CAVC
R$ R$ 60.000,00
R$ 41.414,23
R$ 6.732,35
R$ 108.146,58
R$ R$ 60.000,00
R$ 36.719,48
R$ 6.732,48
R$ 103.451,96
*Reclamação trabalhista de 2011 ainda em tramite
** Empréstimo de R$100.000,00 feito em 25/08/2011 10/24 parcelas de R$5.793,76. Com juros de taxa mensal de 2,60%
Sobe
Obras na FEA
Conselho de Entidades
Apesar de ainda longe do ideal, as
Uma das promessas da gestão
salas foram entregues e o crono-
2013 do CAVC mostrou resultados,
grama de início das aulas foi man-
reduzindo os conflitos entre enti-
tido - contra as expectativas ini-
dades, garantindo uma matrícula
ciais da maioria cética. A Diretoria
organizada mesmo no FEA-5 e or-
da FEA balançou em cima do an-
ganizando oficialmente o primei-
daime, mas não caiu!
ro Happy Hour das Entidades.
Cerveja no Imperador
Aula Magna
Pala primeira vez em muitos anos
CAVC trouxe o ex-presidente
a litragem de cerveja superou a
Fernando Henrique Cardoso para
sede dos FEAnos.
ministrar o evento, garantindo aos
bixos a melhor Aula Magna da
FEA em muitos anos!
Desce
Palmeiras
Iluminação na USP
Após cair para segunda di-
Toda hora esse tópico no Sobe
visão do Brasileirão, a esco-
e Desce? Sim, toda hora esse tó-
la de samba Mancha Verde,
pico. O edital da iluminação na
torcida organizada do time,
Cidade Universitária bateu na tra-
também foi rebaixada. Que
ve pela terceira vez, e as ruas da
faaaaaase!
USP continuam no breu.
Ternos da Colombo
Caiu o mundo
A portaria da FEA sobre está-
Chuvas apocalípticas causaram
gios mudou de novo, dificul-
estragos e alagamento em toda
tando ainda mais a vida de
São Paulo. A USP ficou ilhada, o
quem quer um VR para almo-
P1 interditado e auditórios da ECA
çar no Sweden.
alagados. Choveu, parou.
cruza no visconde !
Horizontal
3. Cervejada do (...), acontece na semana dos bixos/4.
Pink (...), banda que lançou o álbum “The dark side of the
moon” em 73/7. Joseph (...), mais conhecido como Papa
Bento XVI/11. Filho do sr. Barriga/13. Signo que vai de
21/3 a 20/4/14. Filme atual com Tom Hanks e Halle Berry/15. Atleta sul-africano acusado em fevereiro de ter assassinado sua namorada/16. Os amarelinhos do “Meu malvado favorito”/17. Porta dos (...), sucesso no Youtube/20.
Quem nasce no Rio Grande do Norte/21. Lei responsável
por muitas blitz em São Paulo/22. “Varre, varre, vassourinha” foi o jingle de sua camapanha eleitoral em 1960/23.
Número de (...), o “e” na matemática/24. Título que entrou
pra lista da Fuvest no ano passado/25. Atividade em que os
bixos vão pedir dinheiro no farol
36
o visconde
março 2013
Vertical
1. Noite de São (...), episódio sangrento de repressão aos
protestantes em 1572/2. Cinquenta tons de (...), o terceiro
da trilogia/4. Operações societárias que são analisadas por
órgãos antitruste/5. Capital da Hungria/6. Ex-secretário de
Defesa dos EUA/8. Venceu o carnaval 2013 em São Paulo/9. Ótica do (...), uma das maneiras de calcular o PIB/10.
Lugar na FEA onde onde ficam as pastas com textos/12.
(...) Ravens, time que venceu o Super Bowl 2013/18. Escritor nascido em Moçambique/19. Espaço da ECA demolido nas férias
intercambista
Sistemas diferentes, valores diferentes
Fazer intercâmbio é uma das
melhores experiências que um universitário pode ter durante sua graduação. Muito se fala sobre as festas,
viagens e dos novos amigos que se
faz no exterior, mas esse também
é um período muito enriquecedor
do ponto de vista acadêmico. No
último semestre, fiz intercâmbio
em Louvain-la-Neuve na Bélgica,
período no qual ficaram claras algumas diferenças de culturas entre
os sistemas de ensino brasileiro e
europeu.
Ficou claro que no Brasil damos
um valor totalmente diferente à
educação que os europeus. Era
muito raro ver alunos dormindo em
sala, eles estavam sempre anotando
e somente poucos se perdiam em
redes sociais pelo celular. Também
não se viam pessoas levantando no
meio de uma aula para ir ao banheiro,
comprar café ou qualquer coisa do
tipo. Pareceu-me que realmente
estavam preocupados com 100%
do que estava sendo dito durante a
aula. No Brasil, de maneira oposta,
acredito que exista para muitos uma
cultura do mínimo esforço, onde o
aluno trabalha só no fim do semestre
para conter danos de uma matéria
mal cursada e evitar uma possível
reprovação. Pode-se especular que os
alunos brasileiros são vagabundos e
desinteressados, ou que o problema
são os professores que não tornam
as disciplinas interessantes, ou até
mesmo do trânsito, do estágio. Não
é fácil determinar culpados por
essas práticas universitárias, nem
é minha intenção.
Além da diferença de postura
dos estudantes, os professores na
Bélgica agiam de maneira muito distinta. Eles eram bem mais acessíveis
dentro e fora de sala para questionamentos e auxílio. O andamento
da matéria e a real compreensão
dos alunos eram as suas maiores
preocupações. As aulas eram, em
sua maioria, bem interessantes e
não se sentia a mesma distância
que se percebe no Brasil entre docentes e discentes e em nenhum
momento foi comentado que aqueles
tinham algum tipo de preferência
pela pós-graduação. Também não
cabe apontar culpados, mas salários
não tão atrativos e a obrigação de
um grande número de publicações
podem ser fatores que contribuam
para esse comportamento díspar.
Com relação ao ensino, o que se
aprende hoje na FEA é equivalente
ao que se ensina na Bélgica.
Em alguns
casos, nossos
cursos tem um
nível até mais
elevado. No entanto, nota-se
que diferentemente do que
ocorre muitas
vezes no Brasil,
lá sempre havia uma preocupação em se
desenvolver um pensamento mais
crítico, em se estimular o debate, a
reflexão do que se aprende. Nossas
aulas funcionam numa lógica distinta onde muitas vezes aceitamos
determinada teoria como dada,
sem antes questionar sua coerência
e aplicabilidade. Provavelmente
isso não ocorra somente na FEA,
mas também em diversas outras
faculdades brasileiras.
Professores reclamando de alunos
desinteressados, alunos reclamando
de aulas desinteressantes e falta
de crítica na universidade. Todas
essas diferenças me fizeram notar
que talvez exista algo de errado no
ensino superior brasileiro. Talvez não
valorizemos a formação universitária
como deveríamos e talvez estejamos
acomodados com isso.
Arthur Fisch
Economia , 9º semestre
março 2013
o visconde
37
dy
La
Lindios e lindias, essa série foi
renovada por mais uma temporada, então, se preparem para ler
durante todo esse ano!
E já que as férias são sempre
tão paradas em baphos, euzinha
vou resgatar o melhor do econo
do ano passado! Pensaram que
poderiam aprontar todas em
Americana sem sair nas minhas
linhas? Nananinão! Euzinha
apesar de afetada pelas pinguinhas consegui ver tudinho!
Valdir como sempre tratou
de deixar tod@s sempre very
happy! Aquela monitora de
Economat se liberou, my god,
completou a trinca de ases: 1
noite, carna e churras. Não contente ela ainda tentou gabaritar as entidades, não resistiu ao
viscondão e nem ao aaavc. Gata,
vc tem potencial! #pisaneles.
Mas se a monitora atual fez sucesso, o futuro monitor Tb não
deixou barato, levou a veterana
descolatinha.
My gosh, aquelas barracas
iam levantar voo? Que isso, era
um tal de pra frente, mais força,
acelera, alguém tava pilotando
nas alturas. Aloca!
Mestre G levou a FEA a loucura comandando a gangS/A; mestre, essa lady é sua fã!
Mas sem ciúmes girlfriend,
i’m just a lovely friend. Se eles
representam no ginásio, no
alojas não deixam barato, FEA
coco neles! Mas como sempre
tem barraco, ai adogo! Aquela
38
o visconde
spanish blonde despertou os
mais selvagens instintos nos
boymagias, gentes, roupa suja
se lava em casa! Ou em publico pra euzinha ouvir tudo :)
Nosso veterano de barba bicolor também fez sucesso, só que
do lado da nutrição, parece que
ela entende de alimentos nutritivos, uiiiiiii. E oq foi o tropa
de elite arregando no meio dos
jogos? Isso não se faz, moleque! Essa entidade é caveira!
Nosso homem meias e cuecas tinha de bater ponto na
derradeira do ano, e nada melhor do que fazendo oq sabe
tomando banho de cevada!
E eu vi aquele entrosamento
com a admer, mandou bem
boy! (desde a peruada). Ah,
elas que foram esquecidas em
2012, mas darlings, vcs estão sempre no meu heart <3!
Quem pode ser? Claro que o
economiadas tinha de ter seu
Top 5! E dessa vez elas não
deixaram barato e foram pra
cima das burrinhas. Gatas, tem
de ir pra cima msm! Mas se vcs
deixaram a desejar contra as
burrinhas, o homem da breja
acabou com os playboyzinhos
da GV, depois de nosso atleta dar um tapinha de amor na
gvzinha, agora eles sabem que
a TOFU é incessante!
E os comunistinhas hein?
Eles me dão esse espaço, mas eu
posso falar deles tb! Canelone
foi logo se enturmando com
março 2013
y
Sa
O Álcool Liberta
a atual cavc, transição de gestão garantida, uma transição bem
devagar... O antigo homem
do baú também aprontou as
suas, pena que não foi cmg!
Amuadissimaaaaa!
Ah, teve jogos? Claro, eu
euzinha estava presente pra
ver nossas eternas campeãs do
futsal deixarem a puconha de
quatro! Meninas vcs representam, a sensação de ganhar e invadir a quadra é indescrivel, e é
TETRA!!!
E para que a nova people se
enturme nesse começo de ano,
CAVC e AAAVC preparam vários eventos, e euzinha estive
em todos! New Friends espero que tenham aproveitado o
Imperador, o Nutrindo a FEA,
a Gincana dos bixos e claro, o
glorioso churras!
Darlings, see you soon! ;)
nome da seção
Título da matéria
4
o visconde
novembro 2011
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Março 2013 - CAVC – Centro Acadêmico Visconde de Cairu