a sul | 2ª edição
coreografia choreography Vera Mantero
interpretação interpretation Vera Mantero
co-criação co-creation Lília Mestre, Sílvia Real
banda sonora original original sound track Sérgio Pelágio
cenário e figurinos scenery and costume design Teresa Montalvão
desenho de luzes lighting design João Paulo Xavier
fotografia photography: João Fabião
co-produção co-production: Lisboa 94, Fórum Dança, Amascultura / REAL
“Reza pagã, estranho desaparecimento, descolagem imediata para um fim mágico… in “Le Soir” 1.9.95
quis neste trabalho investigar, ou provavelmente confirmar, a necessidade vital para os seres humanos, para a sua
sobrevivência psíquica, de uma desordem que se alterne à ordem, de sujidade no meio daquilo que aparentemente
parece limpo. a ausência de sujidade e de desordem são destruidoras (e o excesso delas também).
“Pagan prayer, strange disappearance, immediate take-off to a magical end … in “Le Soir”1.9.95
I wanted to investigate in this work, or probably confirm, the vital need for human beings, for their psychical survival, of a certain disorder
alternating with order, of filth amidst what apparently looks clean. the absence of filth and disorder are destructive (and so is their excess).
Vera Mantero
para
enfastiadas e profundas tristezas
Vera Mantero | Portugal
a sul | 2ª edição
coreografia e interpretação choreography and interpretation Rui Nunes
realização plástica plastic conception Félix Marques, Filipe Meireles
desenho de luzes lighting design Félix Marques
apoios support: Festival Danças na Cidade 94, Fórum Dança, Instituto Português da Juventude
fotografia photography: AMNÉSIA
esta peça foi desenvolvida durante uma estadia em Nova York. trata-se de um estudo sobre a recuperação de formas
expressionistas num contexto contemporâneo, como projecção das reacções a um ambiente ou uma memória. a peça
foi construída através da imposição de restrições ao movimento e à respiração como resposta a uma imagem ou a
uma memória sensorial.
o corpo tenso, restringindo, movimentando-se com dificuldade surge como metáfora do homem urbano tentando
caminhar numa rede frágil, temente do seu passado, sufocado pelos seus sentimentos. this piece was developed during a stay in
etnerf me uiuges memoh mu
New York. it's a study on the recovery of expressionist forms in a contemporary context, as a projection of reactions to an environment or a memory.
the piece was constructed trough the imposition of restrictions to movement and breathing as a response to an image or a sensory memory. the tense
body, restricted, moving with difficulty, comes as a metaphor of the urban man trying to walk on a fragile net, fearing of his past, suffocated by his feelings.
um homem seguiu em frente
Rui Nunes | Portugal
ette de Brigitte Muller l’authentique
a sul | 2ª edição
coreografia e interpretação choreography and interpretation Said Sï Mohammed
música music Howard Crook (J.S. Bach: Suites para violoncelo) (J.S. Bach: Suites for cello)
figurinos e decoração costume design and set decoration Mimo est genial
consciente da lentidão das coisas senti necessidade de criar uma série de solos, um por ano. intitulados “Brigitte Muller 3 em 1” estes
solos tornaram-se um auto-retrato, um tríptico da minha gestualidade do movimento durante este percurso.
“l’authentique…” é a primeira peça desta série que irá ser dançada integralmente no Festival “Val de danse” em Moisons-Alport, no fim
de Fevereiro 1996. optei por dançar um texto utilizando o movimento puramente abstracto e baseado na articulação do corpo.
paralelamente à abstracção podemos aperceber-nos de algumas relações com o texto, ouvindo-o
como um conto ou uma novela literária. o texto é narrativo, a dança não o é. sou “tagarela”, narrador,
Brigitte Muller e eu próprio. isso não tem qualquer importância, mais vale discernir se há 1, 2 ou 3
dimensões. aware of the slow pace of stings, I felt the need to create a series of solos, one a year. titled “Brigitte Muller 3 in 1”,
these solos have become a self-portrait, triptych of my movement gesturality throughout this course.” “l'authentique…” is the first
piece of this series to be danced integrally in the “Val de dance” Festival, in the end of February 1996. I've chosen to dance a text using
purely abstract movement and based in the body's articulation. parallel to the abstraction we can perceive some correlations with
the text, listening to it as short story or a literary novella. the text is narrative, but not the dance. I'm a “chatterbox”, a narrator,
Brigitte Muller and myself. that is of no consequence whatsoever, we'd better discern if there are 1, 2 or 3 dimensions.
silhouette de Brigitte Muller l’authe
Said Sï Mohammed | Argélia
a sul | 2ª edição
direcção artística art direction: Francisco Camacho consultoria artística art consulting:
Fernanda Lapa cenário scenery: Pepi Sekulich design gráfico graphic design: Miran
Sustersic luzes lighting: Cristina Piedade com base num desenho original de Miran
Sustersic Cristina Piedade, based on an original design by Miran Sustersic figurinos costume design:
Carlota Lagido música original original musical score: Sérgio Pelágio música adicional
additional music: Nick Cave and The Bad Seeds, Violent Femmes, Bill Frisell
interpretação interpretation: Leonor Keil, Carlota Lagido, Ezequiel Santos, Koen
Augustijnen, Francisco Camacho direcção técnica technical director: Cristina
Piedade fotografia photography: Chris Van Der Burght direcção de produção technical
producer: Herwig Onghena assistente de produção production assistant: Maria Manuela
Caruço produção production: Tejo Trust: Fórum Dança - Lisboa e Klapstuk
Festival - Leuven, Fundação Serralves - Porto, Centre National de la Dance
Contemporaine L'Esquisse - Angers, Les Ballets C. de la B. - Gent apoio
support: Culturgest Grupo CGD - Lisboa, IPJ - Lisboa, CENTA -VilaVelha de Ródão
reportando-se a imagens e temas despoletados pela vida e pela obra do arquitecto de origem suiça Le Corbusier, e em particular da sua
verificação da desadequada relação entre o homem e o espaço arquitectónico, os intérpretes escolheram diferentes objectos, peças de
mobiliário e elementos básicos de construção. habitaram-nos e criaram modos de comportamento e de agir, numa torrencial sucessão de
cenas, os intérpretes desdobram-se em múltiplas personagens. as suas relações e o seu toque são estranhos e desconfortáveis. como na vida,
existe um permanente mal estar mas também as tentativas desastradas de o superar.
primeiro nome: Le, revela uma linguagem nova e extrema, investindo na radicalidade tanto ao nível da forma como do conteúdo. o público é
confrontado directamente ao longo do decurso deste espectáculo, a que é inerente o desafio a novas formas de percepção e não havendo
nunca lugar à indiferença.
alluding to images and themes prompted by the life and work of Swiss architect Le Corbusier, and in particular his verification of the inadequate relationship between man and
architectonic space, the interpreters chose different objects, furniture items and basic construction elements. having inhabited them and have created ways of behaviour and action, in a
torrential succession of scenes, the interpreters have unfolded in multiple characters. their relationships and their touch are strange and uncomfortable. as in life, there is a permanent
uneasiness but also the clumsy attempts to overcome it.
primeiro nome: Le reveals a new and extreme language, investing in radicalism at the form level as much as in content. the audience is directly confronted throughout this show, to which
the challenge of new ways of perception is inherent, with no place for indifference.
primeiro nome: Le
Francisco Camacho | Portugal
a sul | 2ª edição
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
Branco porco, branco ainda mais sujo,cada vez mais branco sujo.
Sou eu que digo. Sou eu que gosto de me ouvir falar.” Paulo João
“Eu não sou uma janela fechada, nem gosto do preto.
Em mim não há janelas, tudo é branco sujo
coreografia, direcção e cenografia choreography, direction and scenography João Fiadeiro
intérpretes interpreters Nuno Bizarro, Miguel Borges
texto original original text Paulo João
música original original musical score João Lucas
artistas plásticos convidados guest plastic artists Marta Wengorovius, Pedro Portugal
desenho de luzes lighting design Pedro Domingos
super 8 Luciana Fina, Nuno Bizarro, Paulo Abreu
produção production REAL (Resposta Alternativa) subsidiada pelo Instituto Português
do Bailado e da dança e residente no Centro Cultural da Mala Posta subsidised be the
Portuguese Institut of Ballet and Dance and resident in the Mala Posta Cultural Centre
co-produção co-production: Amascultura
toda a razão do meu trabalho passa pela consciência de que existir (estar vivo) significa pôr em causa, significa termos uma consciência do
que se passa hoje à nossa volta, significa perturbar para que nos perturbem, expor as nossas ideias para que as
ideias não morram e significa ir ao encontro do indivíduo, dos seus interesses, desejos e medos. gosto de
expor o lado sensorial e obscuro da vida e não pretendo fazer qualquer tipo de concessões na apresentação
da sua versão mais crua. deixo no ar alguns elementos de “esperança”, mas que só serão apreendidos por
quem estiver pronto a descobri-los sozinho. my work's raison d'etre lays on the conscience that existing (being alive) means
questioning, having a conscience of what is happening around us today, it means disturbing so others disturb us, expose our ideas so they
don't die and it means meeting the individual, it's interests, desires and fears. I like to expose the sensory and obscure side of life and I don't
intend to make any kind of concessions in presenting their rawest version. I hint a few elements of “hope”, but these will only be apprehended
by those willing to discover them by themselves.
branco sujo
João Fiadeiro | Portugal
a sul | 2ª edição
coreografia choreography Héla Fattoumi, Eric Lamourex
interpretação interpretation Héla Fattoumi
luz lighting Dominique Mabileau
música music Christophe Sechet
cenografia e figurinos scenography and costume design Yves Le Jeune
fotografia photography: Laurent Philippe
“…sinto que não sou mais do que uma silhueta invisível que me assusta…”
“…I feel I'm nothing more than an invisible silhouette that frightens me…”
recidive
Héla Fattoumi - Eric Lamourex | França - Tunísia
a sul | 2ª edição
19
coreografia choreography Héla Fattoumi, Eric Lamourex
interpretação interpretation Eric Lamourex
música music Christophe Sechet
cenografia e figurinos scenography and costume design Yves Le Jeune
fotografia photography: Laurent Philippe
“…somos meteoros nas “goelas” do planeta, o nosso céu é uma velha, a nossa busca uma
caça e a nossa caça uma gora de luz…”
“…we are meteors in the “throats” of the planet, our sky is a candle, our quest is a hunt and our hunt a gore of light…”
controverse
Héla Fattoumi - Eric Lamourex | França - Tunísia
a sul | 2ª edição
coreografia choreography Nacera Belaza
interpretação interpretation Nacera Belaza, Dalila Belaza
música music Anonar Brahem, Soufi de Turquie
som sound Fréderic Boileseau
figurinos costume design Carole Cheneval
é a última convicção, uma espécie de desejo desencarnado que enrija o ser a cada um dos seus assaltos e o precipita num espaço informe e
deslocado. mas será talvez este espaço que subitamente projecta no corpo a estrutura, o modelo, a escultura do interior? o corpo está lá,
como uma relíquia, agarrado à vida por esse lapso filamentoso que o suspende a alguns centímetros do solo, o suficiente para que a
vertigem perdure, o suficiente para que se possa ouvir esta voz rouca e ondulante do ser oprimido. assim que detona o estrondo dos
lamentos, das síncopes, das vibrações e de um silêncio infinito, o espaço aumenta, dispersa-se, depois recompõe-se em redor do corpo que,
tomado pelo vazio se esmaga contra a terra como que para abraçar a vida. it's the last conviction, a kind of disembodied desire that toughens the being at
each round and precipitates it in a shapeless and dislocated space. but could this be the space that suddenly projects on the body and structure, the model, the sculpture of the
previous one? the body is there, like a relic, clinging to life through that filamentous lapse that hangs it a few inches from the ground, just enough to perpetuate the vertigo, enough
so that the hoarse and wavy voice of the oppressed being may be heard. as soon as is detonated the blast of lament, of syncopes, of vibrations and of an infinite silence, the space
grows, disperses, and than recomposes around a body that, taken by the void, crushes against the earth as if to embrace life.
périr pour de bon
Nacera Belaza | Argélia
a sul | 2ª edição
criação creation José Laginha
interpretação interpretation Rosário Serrasqueiro, Sr. Belchior, Ivone Coelho, José Laginha
desenho de luzes lighting design Cristina Piedade, José Laginha
fotografia photography: Fernando C. Mendes
produção production eXPRIMENTUS
hoje quero mostrar mentiras e dizer o quase certo jogando para ser apanhado por quem me vê ou me julga ver com a boca e depois, talvez,
com os dentes inquilinos ilegais das nossas “moleirinhas” que continuam no seu irremediável trajecto para o fecho. advertência: leia à letra
porque nada tem a ver com o real. today I want to show lies and tell the almost right playing to be caught by who sees me or thinks to see me with the mouth andJLthen,
perhaps, with the teeth illegal tenants of our “little belfries” that keep on their hopeless path towards closing. warning: read to the letter because nothing pertains to the real.
diz-me como comes
dir-te-ei quem és
José Laginha | Portugal
a sul | 2ª edição
direcção direction Peter Michael Dietz
interpretação interpretation Peter Michael Dietz (e convidados especiais) (and special gests)
figurinos costume design Claude de Emanuel
música music colagem de diferentes artistas bem conhecidos collage of different well known artists
operador de som sound operator Amélia Bentes
desenho de luzes lighting design Cristina Piedade e Michael Dietz
fotografia photography AMNÉSIA
Movimentos “Roubados” de diferentes áreas;
Campos de energias concretas;
A perda da percepção visual;
Deslocado… porquê?
O corpo está electrificado;
O espelho absorve o corpo;
O que é real, no tempo exacto;
quem Disse, sim…
Eu minto,“roubo”, para me Tornar Honesto…
Peter Michael Dietz / Amélia Bentes 96
viva o momento
Peter Michael Dietz | Dinamarca - Portugal
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para enfastiadas e profundas tristezas