RESUMO
Os estilos educativos dos pais de adolescentes com deficiência mental
constituem o objecto de estudo desta investigação. São dois os objectivos centrais:
examinar se os estilos educativos de mães de adolescentes com deficiência mental
diferem dos estilos educativos de mães de adolescentes sem deficiência, e verificar se
estão relacionados com o desenvolvimento do comportamento adaptativo dos
adolescentes com deficiência mental. Os participantes deste estudo têm uma idade
compreendida entre os 14 e os 18 anos, e estão divididos em dois grupos: um grupo
constituído por adolescentes com deficiência mental moderada (n=20) e outro grupo
por adolescentes sem deficiência (n=20).
Os estilos educativos foram avaliados através de uma adaptação do Child
Rearing Practices Report, versão de Widaman, Huston, Powers e Borthwick-Duffy
(1996) – que denominámos Questionário sobre Estilos Educativos. Este questionário
foi preenchido pelas mães dos adolescentes, e pretende avaliar seis dimensões dos
estilos educativos – Indução, Exigências de Maturidade, Promoção de Autonomia,
Afirmação do Poder, Controlo Firme e Afecto. O comportamento adaptativo foi
avaliado apenas no grupo de adolescentes com deficiência mental recorrendo-se para
tal à Escala de Comportamento Adaptativo – Escolar (ECA–2); esta escala foi
adaptada por Santos (1999) à população portuguesa, e preenchida pelos professores.
Os resultados sugerem que os estilos educativos utilizados pelas mães dos
adolescentes com deficiência mental são diferentes, verificando-se por parte destas
uma menor utilização da Promoção da Autonomia, das Exigências de Maturidade e do
Encorajamento do Desenvolvimento, quando comparadas com as mães de
adolescentes sem deficiência. Quanto aos estilos educativos considerados na
literatura como sendo promotores do comportamento adaptativo em jovens com
deficiência mental, com excepção da dimensão Afirmação do Poder, não foram
encontradas correlações significativas com o comportamento adaptativo. Parece-nos
que, no futuro, a investigação no contexto português deverá recorrer a amostras
maiores e a meios mais complexos de recolha e tratamento de dados, de forma a
melhor esclarecer alguns resultados de alcance limitado, e, por outro lado,
contraditórios com a literatura já existente noutros países.
ABSTRACT
The parenting styles of parents with mentally retarded adolescents are the object
of this investigation. The central objectives are two: examine if the parenting styles of
mentally retarded adolescent’s mothers differ from the parenting styles of healthy
adolescent’s mothers, and verify if they are related with the development of adaptive
behavior of adolescents with mental retardation. The participants in this study are
between 14 and 18 years old, and are divided in two groups: one by adolescents with
moderate mental retardation (n=20) and the other by adolescents without disability
(n=20).
The parenting styles were evaluated through the adaptation of Child Rearing
Practices Report, Widaman, Huston, Powers e Borthwick-Duffy version (1996) – which
we named Parenting Styles Questionnaire. This questionnaire was filled by
adolescent’s mothers, and wants to evaluate six dimensions of parenting styles –
Induction, Maturity Demands, Promotes Autonomy, Power Assertion, Firm Control and
Nurturance. The adaptive behavior was evaluated only on the adolescent group with
mental retardation, using the AAMR Adaptive Behavior Scale-School (2nd Ed.); this
scale was adapted by Santos (1999), to the Portuguese population, and filled by
teachers.
The results suggest that the parenting styles used by mentally retarded
adolescent’s mothers are different, observing by them a lesser use of Promotes
Autonomy, Maturity Demands and Fostering Development, when compared to healthy
adolescent’s mothers in what regards parenting styles considered in literature has
being promoters of adaptive behavior in youngsters with mental retardation, with the
exception of Power Assertion, there weren’t found any significantly correlations with the
adaptive behavior. It seems, in the future, that the investigation in the Portuguese
context should have bigger samples and use more complex data treatment and
collection means so that it can brighten better some results of limited span, and, on the
other hand, contradictory with literature available in other countries.
RÉSUMÉ
Les styles éducatifs des parents d’adolescents mentalement handicapés sont
l’objet d’étude de cette investigation. Les objectifs principaux sont deux: examiner si les
styles éducatifs de mères d’adolescents mentalement handicapés divergent des styles
éducatifs de mères d’adolescents non handicapés, et vérifier s’ils se rapportent au
développement du comportement adaptatif des adolescents mentalement handicapés.
Les participants de cette étude présentent un âge compris entre les 14 et les 18
années, et ils se partagent en deux groupes: l’un constitué par adolescents
modérément handicapés (n=20) et l’autre par adolescents non handicapés (n=20).
Les styles éducatifs ont été évalués parmi une adaptation du Child Rearing
Practices Report, version de Widaman, Huston, Powers e Borthwick-Duffy (1996) –
qu’on a nommé Questionnaire sur les Styles Éducatifs. Ce questionnaire a été rempli
par les mères des adolescents, et il prétend évaluer six dimensions des styles
éducatifs – Indution, Exigences de Maturité, Promotion d’Autonomie, Affirmation du
Pouvoir, Contrôle Ferme et Affection. Le comportement adaptatif n’a été évalué que
dans le groupe d’adolescents mentalement handicapés, tout en recourant à l’échelle
Adaptive Behavior Scale-School (2nd Ed.); cette échelle a été adaptée par Santos à la
population portugaise, et remplie par les professeurs.
Les résultats suggèrent que les styles éducatifs utilisés par les mères des
adolescents mentalement handicapés sont différents, tout en se vérifiant en ce qui
concerne celles-ci une mineur utilisation de la Promotion d’Autonomie, des Exigences
de Maturité et de l’Encouragement du Développement, si comparées aux mères
d’adolescents non handicapés. En ce qui concerne les styles éducatifs tenus dans la
littérature comme étant promoteurs du comportement adaptatif en jeunes mentalement
handicapés, à l’exception de la dimension de l’Affirmation du Pouvoir, on n’a pas
trouvé correlations significatives avec le comportement adaptatif. Il semble que, dans
le futur, l’investigation dans le contexte portugais devra recourir à d’échantillons
majeurs et à moyens plus complexes de rentrée et traitement de données, de façon à
mieux éclaircir quelques résultats de portée limitée, et, par un autre côté,
contradictoires avec la littérature déjà existante dans les autres pays.
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