Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
PRÁTICAS DIGITAIS INTERCULTURAIS EM LÍNGUA INGLESA NO
FACEBOOK: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
Bárbara Cristina GALLARDO*
ABSTRACT: This study aims to analyze ‘new’ ways of subjectivity created on/by the Web 2.0 as practices of
resistance. The metafunctions of language proposed by Halliday are used to analyze the interactions on the site
Facebook between an undergraduate Brazilian student of English and a foreigner. Taking into consideration
that the Brazilian participant has a previous experience in another social network site and has been studying
English for four years, I observe the strategies used in her discourse in order to make new friends on the Web.
The data presented are based in a month observation of the interactions, analysis of diaries and an offline
interview with the Brazilian student. The first results suggest the establishment of new social practices and
relations that produce ‘new’ ways of subjectivity based on the participants’ reflections on their own culture and
on the discourse of resistance produced by the virtual meeting with the other.
KEYWORDS: online social networks, identities, teacher training.
1. Introdução
O advento da Web trouxe, entre outras inovações, novos modos de se relacionar com
outras pessoas e com a informação. A Comunicação Mediada por Computador encurtou as
fronteiras geográficas, ampliou e fez surgir um novo escopo nas relações interpessoais, no
qual a vida privada e a vida social se misturam e se renovam à medida que novas ferramentas
e aplicativos são aperfeiçoados (KALLINICOS et. al, 2010).
Os sites de redes sociais Orkut e Facebook, por exemplo, foram desenvolvidos para
girar em torno de pessoas, e assim, das identidades que elas apresentam e das relações que
estabelecem. Por esse motivo, Boyd e Ellison (2007) chamam esses tipos de redes de
‘egocêntricas’. A partir das informações trocadas por meio multimodal, são determinadas as
formas de engajamento que serão reconhecidas pelos outros usuários dessas redes graças à
união de tecnologia, conhecimento e habilidades. Segundo Scribner e Cole (1981 apud
LANKSHEAR & KNOBEL, 2007) essa união é característica de um letramento e está sempre
‘atrelada a’ e ‘dependente de’ uma prática social.
As oportunidades de criar e experimentar novas identidades em consonância com a
capacidade de lidar com os letramentos digitais emergentes fazem surgir novos modos de
subjetivação na internet, onde as possibilidades de representação do sujeito mediadas pelo
computador abrem espaço para a compreensão, definição, redefinição e questionamento da
relação dos participantes com os outros e com o mundo.
Neste estudo proponho analisar as representações de uma estudante universitária de
letras, com nível intermediário de inglês, na tentativa de começar uma relação de amizade
com uma falante de inglês no site de rede social Facebook. O objetivo da participante é o de
fazer amizades com pessoas de outros países a fim de, dentre outras coisas, trocar
experiências sobre modos de viver em diferentes culturas usando um espaço de sociabilidade
virtual.
*
Doutoranda; Universidade Estadual de Campinas/Universidade do Estado de Mato Grosso.
1
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
Através deste estudo procuro observar como a manifestação de novos meios de
subjetivação, produzidos na interação intercultural online, pode colaborar na formação de
sujeitos capazes de pensar e atuar criticamente usando a língua-alvo. Uma rede social virtual
internacional foi escolhida para o desenvolvimento da pesquisa por representar um contexto
crescente de circulação internacional de discursos, símbolos e produtos culturais (LAM,
2000), e marcado pelas características da sociedade dita em rede (CASTELLS, 1999).
Na próxima seção, apresento algumas características da Web 2.0, as quais proponho
que favorecem a manifestação de novos modos de subjetivação, mostrados na análise dos
dados. Como suporte teórico, utilizo as metafunções da linguagem de Halliday (1985, 1994)
como modelo análise da linguagem produzida pela brasileira no contato intercultural com
uma estrangeira na rede social virtual. Em seguida, são apresentados a metodologia utilizada,
o contexto do estudo e a analise dos dados. Concluo o trabalho com uma reflexão a respeito
dos resultados indicados.
2. Possibilidades na Web 2.0 e democratização da participação online
Mais do que (e ao mesmo tempo, por) abrir o mundo para participação de pessoas
comuns, permitir interações em tempo real entre usuários, promover a circulação veloz e
constante de informação, a Web 2.0 representa uma nova filosofia mundial, a qual clama por
mais pesquisas voltadas aos impactos que provoca na vida de seus usuários.
Cormode e Krishnamurthy (2008) definem a Web 2.0 como “uma plataforma que
consiste de tecnologias inovadoras e um espaço onde os usuários são tratados como objetos de
primeira classe” (online, minha tradução1). Esses autores explicam que as redes sociais
virtuais, por exemplo, foram formadas a partir das tecnologias da plataforma 2.0, e que nessas
redes, os participantes são tão importantes quanto o conteúdo que dividem com as outras
pessoas.
A disponibilidade de recursos, tais como, conectividade móvel, compartilhamento de
fotos e vídeos, incentivo ao envio de mensagens, visualização de informação de outros
usuários (mesmo que restrita) incentiva a participação ausente de presença física. As regras
próprias desse novo meio de sociabilidade vão sendo compreendidas, incorporadas, e ao
mesmo tempo moldadas pelos seus participantes.
Estudos sobre os comportamentos nos sites de redes sociais são relevantes atualmente,
uma vez que os estudos de Hargittai (2007) constataram que eles se tornaram um dos destinos
mais populares na Web 2.0. Como um novo meio de encontrar e perceber o outro e a si
mesmo, essa plataforma oferece novas opções de experimentar e expor as várias identidades
do participante, diferentes de qualquer outro meio de sociabilidade offline.
Alguns pesquisadores da área sugerem que a atração da Comunicação Mediada por
Computador (doravante CMC) está na variedade de opções que ela oferece para os
participantes desenharem suas identidades. Uma dessas opções é a ausência física. Essa
caracterísitica favorece o que Poster (2007) chama de “democratização da constituição do
sujeito” (p. 211), pois, segundo este autor, dicas sociais como a indicação de gênero e de etnia
não ficam evidentes como na comunicação face a face. Além disso, os usuários do meio
virtual tendem a compreender que os riscos não são tão altos.
Embora as plataformas 2.0 representem um avanço tecnológico, há estudos que alertam
sobre os efeitos negativos que elas trazem para a sociedade. Petersen (2008) chama a atenção
para a exploração do conteúdo produzido pelos usuários que quase sempre gera lucros
1
Todas as traduções de excertos contidas neste artigo são de responsabilidade da autora.
2
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
somente para os donos dos sites que os abrigam. Zimmer (2008) aponta para futuras
consequências da disponibilidade de informação pessoal online, como por exemplo, a
formação de uma base de controle social disciplinar. Allen (2008) declara que a Web 2.0 nada
mais é do que um “serviço de dados disponibilizados pela internet” (online) que fica nas mãos
da mídia e das empresas de telecomunicações.
De qualquer modo, como as pessoas não são obrigadas a participar dessas plataformas,
elas tendem a não pensar nos supostos riscos que podem correr. Essa nova filosofia provoca
novos sentidos, novas formas de participação e compreensão do que é viver e se comunicar
em um mundo formado por espaços integrados, on e offline , que se misturam, se acrescentam
e que mudaram as relações estabelecidas antes do advento da cibercultura (LEANDER,
2008).
Quanto à comunicação intercultural, a qual elegemos como corpus deste estudo, Lam
(2000) pontua que na interação na língua-alvo, os aprendizes não somente trocam
informações, mas organizam e reorganizam as noções que têm sobre eles mesmos e de sua
representação no mundo. Sugiro que o encontro virtual nas redes egocêntricas pode incentivar
a reflexão sobre a representação que o participante faz de si próprio e de sua cultura a partir
da representação construída pelo outro. Nessa perspectiva, a comunicação intercultural nas
redes sociais virtuais pode promover uma resistência à filiação aos discursos dominantes aos
quais as pessoas estão imersas nacionalmente.
A seguir, apresento as categorias de análise que conduzem a investigação da interação
observada neste estudo.
3. Metafunções da linguagem
As metafunções da linguagem fazem parte da Lingüística Sistêmico-Funcional (LSF)
proposta por Halliday (1985, 1994) e representam o contexto de situação em que os
textos/discursos são produzidos. Segundo Halliday (ibid.), é através da gramática que as pessoas
constroem e comunicam suas experiências. A parte funcional da LSF é responsável pela realização
dos propósitos comunicativos, enquanto as metafunções referem-se aos usos sociais e
funcionamento interno da linguagem, fazendo, dessa forma, parte de um plano mais abstrato na
interação.
Dentro do contexto escolhido neste estudo, proponho que uma análise das metafunções
ideacional, interpessoal e textual evidenciam conexões entre os novos modos de subjetivação dos
participantes expressos através das várias linguagens (verbal, visual, textual) que se dão nos
espaços híbridos (on/offline) em que a interação acontece.
Assim como qualquer contexto, as redes sociais virtuais internacionais influenciam as
escolhas linguísticas dos participantes da interação. No caso da participante brasileira deste estudo,
além de não conhecer a amiga estrangeira face a face, ela usa uma língua estrangeira para se
comunicar através do computador. Neste caso, sugiro que as escolhas linguísticas têm
supostamente a ver com a representação que a participante brasileira acredita que a amiga
estrangeira tenha de sua nacionalidade/de seu país.
Embora representações desse tipo não sejam exclusivas da interação via CMC, sugiro (com
base nos estudos feitos nessa área) que o sentido, nessa situação, seja construído de forma diferente
do que é no encontro face a face, pois além da chance de não mais ‘encontrar’ o amigo, caso haja
um mal entendido ou a perda de interesse pela amizade estabelecida, na comunicação assíncrona, o
usuário tem mais tempo para refletir sobre o sentido impresso nas suas declarações e nos outros
recursos disponíveis para postagem na página do amigo (fotos, desenhos, links, poemas, etc.). A
rapidez e facilidade de acesso à Web 2.0 (se comparado à comunicação via carta, por exemplo),
garante a dinamicidade da relação.
3
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
Segundo Halliday (ibid.), é possível explorar a multifuncionalidade da linguagem através do
estudo das metafunções ideacional, interpessoal e textual. Elas acontecem simultaneamente e
atuam como “princípio subjacente” (GHIO e FERNANDEZ, 2008, p. 25) da organização da
linguagem. A metafunção ideacional indica como os participantes fazem sentido do mundo, através
das escolhas lexicais que fazem e dos processos usados para expressar seus pensamentos e
opiniões. A metafunção interpessoal está relacionada às formas de interação dos participantes, à
relação estabelecida entre eles, e à representação de si mesmo para o outro. A metafunção textual é
responsável pela organização de conteúdo coerente para que haja compreensão por parte de seu(s)
interlocutor(es).
As metafunções da linguagem fazem parte do sistema semântico da linguagem presente no
contexto de situação onde a língua é usada. Esse contexto é formado pelas variáveis campo, relação
e modo. O campo indica o acontecimento de uma dada situação (um encontro amoroso, por
exemplo) ou o conteúdo do texto (uma carta de amor). A relação tem a ver com o tipo de conexão
entre os participantes em uma interação (amantes, conhecidos, marido e mulher, etc). O modo
indica o canal, modalidade e meio (MEURER, 2006) em que o texto é apresentado (um romance
escrito e impresso, um relato oral por meio eletrônico, etc).
O contexto de situação é um dos níveis do processo de estratificação da linguagem
(HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004). Halliday (1978), baseado nos estudos de Malinowsky
(1935), considera o contexto de situação de fundamental importância para o entendimento de
textos em geral, pois representa os fatores extralinguísticos presentes nos textos, além de ter
relação direta com a estrutura social. As variáveis campo, relação e modo estão ligadas às
metafunções ideacional, interpessoal e textual respectivamente.
4. Metodologia, participantes e contexto do estudo
A metodologia utilizada neste estudo é de natureza qualitativa e exploratória, tendo
caráter interpretativista, com foco no discurso, compreendido como constitutivo da vida
social. Os dados foram coletados através do rastreamento diário da página do perfil da
participante brasileira; uma entrevista composta de perguntas semi-estruturadas; e quatro
diários produzidos pela a respeito das dificuldades e descobertas durante o período de
interação. Devido às limitações de espaço, somente a interação entre a participante brasileira e
a americana foi transcrita neste artigo.
A participante brasileira é estudante de letras (português/inglês) em uma universidade
pública localizada em uma região periférica do Brasil, com aproximadamente, 70 mil
habitantes. A participante já tinha o seu perfil em outra rede social virtual quando abriu uma
conta no Facebook, mas só usava esse site em português e para se corresponder com amigos
que já tinha no meio offline.
O site de rede social Facebook foi escolhido por ser atualmente o maior no mundo no
que diz respeito a redes sociais virtuais. Esse site permite que seus participantes criem uma
página com seu perfil e procurem pessoas que também tenham criado uma página para se
tornarem amigos no meio virtual. Atualmente, há mais de 500 milhões de usuários com o
perfil registrado no Facebook (The New York Times, 2010, online).
5. Corpus do estudo
As interações mostradas a seguir aconteceram entre a brasileira Rosa Freitas e a
americana Sharon Brenimam2. Elas foram copiadas3 tanto do mural do perfil no Facebook de
2
Os nomes das participantes foram trocados.
4
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
Rosa, configurando-se assim como uma interação particular (só as duas participantes têm
acesso), quanto de sua página inicial (todos os amigos têm acesso). As conversas aconteceram
de forma assíncrona entre os dias 12 de abril e 10 de maio de 2010 e correspondem ao início
da amizade virtual entre as duas participantes.
A letra ‘A’ até a ‘S’ que aparecem no início de cada fala do corpus apresentado a
seguir, correspondem às partes analisadas na seção da ‘análise de dados’:
A- 12 abril 2010 às 12:35 – Rosa Freitas:
I’m Brazilian, I’m looking for
international friends, I’d be happy if you accepted me. What do you do on
weekends in your city for having fun? Here in Brazil we usually go to the mall, go
to the club and bowling. (ênfases adicionadas).
B- 12 abril às 16:01- Sharon Breniman: Yes, many of the same, but 54, so I have
grown out of the clubs and bar scene. My daughter in NJ have more in common
with you.
Sent via Facebook Mobile
C- 12 abril às 20:44- Rosa Freitas: No problem. I would like to be your friend. I
want to know new culture and age is not a problem. I’m an undergraduate student, I
study English and Spanish in an arts course: language and literature, and you?
D- 13 abril às18:50 - Sharon Breniman: ok, that’s good. Can’t imagine life down
in your area. Only been to Europe many times. I went to school long before u were
born and much different than today.
Sent via Facebook Mobile
E- 18 abril às 22:00 - Rosa Freitas: I love Europe, I went to Italy last year, it’s
wonderful. What country in Europe do you know?
F- 18 abril 22:22 – Sharon Breniman: Oh! I’ve been to France (Paris), England
(all over) and even Scotland which, I love the high land area, of course Germany
since I have family in Berlin and one other language I’m quite familiar with. Oh!
Have visited Switzerland and cech rep are awesome old culture.
How’s the economy in your country? Here in the USA extremely tough no matter
one career may be. So, many unemployed in all positions.
Have a good evening!
Sent via Facebook Mobile
G- 18 abril às 22:59 - Rosa Freitas: The economy in my country is based on
husbandry and agriculture. The tourism is very important too. On vacation, many
people visit Brazil because there are beautiful beaches, rivers and waterfalls. The
crisis hasn’t affect the economy in Brazil as affected other countries. Thank God!
H- 18 abril às 23:02 – Rosa Freitas: Brazil is known by its hospitable people,
carnival and soccer. We love soccer! Do you like soccer?
*
(…) [As duas falam sobre esportes e comidas típicas de seus países]
I - 19 abril às 15:03 - Rosa Freitas: Did you visit Brazil yet?
J- 19 abril às 22:18 - Sharon Breniman – No, I’ve never been to South America.
3
Como participante voluntária deste estudo, Rosa abriu as mensagens particulares que trocou com Sharon em
sua página e permitiu a transcrição, tanto das suas conversas privadas, quanto das expostas em sua página inicial.
*
As interações relacionadas à descrição de esportes e comidas e que aconteceram no período de coleta de dados
não aparecem no corpus deste estudo porque não mostraram dados relevantes para os objetivos propostos.
5
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
Sent via Facebook Mobile
K - 22 abril às 14:04 - Rosa Freitas – So you need to visit Brazil. It’s very
beautiful, many rivers and waterfalls. The people are happy and hospitable.
Each region has a different accent and a kind of food, but all food is perfect!
Here, we eat rice and beans every day in all regions. What kind of food do you eat
in your country?
L- 22 abril às 23:25 - Sharon Breniman - Hello: Oh! I eat varies types of food.
Here in the southwest quite different than what I mainly eat. I generally have (…).
Here in the southwest with many Hispanics in area they eat a lot of tacos, burritos,
encaladoes, etc as I have seen which, I’m really not into. Also, they eat a lot of
beans.
I like the beaches at times but, not with so many people as in USA way too over
crowed. I’d rather be in colder climates where fewer people reside.
I’m quite sure you see movies or news on USA. Movies though show only glamour
and thinking all here is wealthy which, obviously isn’t so; extremely tough to
survive. Many here work 14 hours a day or more to make ends meet. So, many
come to USA better than where they came but, find it tougher.
M- I really do not hear much about brazil on the news as other places.
Sent via Facebook Mobile
N- 28 abril às 00:21 – Rosa Freitas: I live in MT. Part of the Amazon forest is
located in MT. There are many rivers with a variety of fish like Tambacú, Pintado,
Dourado, Pirarucu, etc.
O- 29 de abril às 8:00 – Sharon Breniman - You seem to live in a very interesting
place. Send photos if you wish. Tough to see all of this world when one works to
survive although would be nice.
Sent via Facebook Mobile
P1 (imagens)- [A próxima mensagem de Rosa é mandada no dia 05 de maio às
15:48h. Nela, Rosa manda sete imagens de lugares do Brasil retiradas de sites da
internet (conforme relatado pela participante em entrevista). Em seguida, ela as
enumera e faz os comentários a seguir:].
P2 (legenda das imagens) - 05 maio às 15h48– Rosa Freitas: 1-state Alagoas 2
Foz do Iguaçu 3- and 6- Ceará (it’s the most beautiful state in Brazil, for me) 4Gramado (in Rio Grande do Sul, the coldest state in Brazil) 5- Rio de Janeiro (it’s
the state of “samba” and “carnival”, many artists have visited, like Madona) 7- São
Paulo (it’s the state of business).
Q- 05 maio às 16h52 – Rosa Freitas: we have some famous artists here: Gisele
Bundchem (top model), Rodrigo Santoro (actor). Do you know?
[Sharon não fez comentários a respeito das fotos postadas. No dia 09 de maio, Rosa
posta mais 10 fotos com seu noivo no dia de seu casamento. Este aconteceu em
uma estância turística na cidade de rosa. As fotos postadas foram tiradas por um
fotógrafo profissional e mostram os noivos em paisagens do local].
R- 09 maio às 10h24 – Sharon Breniman – Nice wedding photos. Was it recently?
S- 09 maio às 14h13 – Rosa Freitas: Thanks. No, it was in December/2008 in a
farm hotel in my town. A wonderful place!
[No dia 10 de maio, Rosa posta 08 fotos de sua viagem à Itália.em todas as fotos
Rosa aparece na frente de pontos turísticos que visitou].
6
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
[Sharon não fez comentários a respeito das fotos de Rosa.O próximo contato feito
por Rosa foi no dia 12 de maio. Rosa escreveu “Hi Anna! Have a good day”. Ana
não respondeu essa mensagem, mas comentou a próxima que aconteceu no dia 16
de maio. As duas continuam se falando pelo menos uma vez por semana].
Nas duas primeiras semanas, as interações aconteceram 2 dias por semana, e
posteriormente, um dia por semana. Embora assíncrona, as mensagens foram respondidas
e/ou comentadas no mesmo dia das postagens, ou no dia seguinte, no caso das duas primeiras
semanas. A seguir, apresento a análise do corpus.
5.1 Análise de dados
Como dados da metafunção ideacional, inicio a análise destacando as escolhas
lexicais, os processos, participantes e circunstâncias usados por Rosa para representar, os
brasileiros, o Brasil e a si mesma em uma comunicação em língua inglesa e mediada por
computador. Essas categorias fazem parte do sistema da transitividade da gramática
sistêmico-funcional e, de acordo com Halliday (1994), evidenciam a representação e a
interpretação da realidade para o falante.
A descrição dos brasileiros feita por Rosa apresenta um povo hospitaleiro (letras H e
K) e feliz (letra K). A escolha do pronome we (letras A, H, K e Q) como participante dos
processos relacional (are), material (go, eat) e mental (love) indica que todos os brasileiros
têm as mesmas características (letras K: The people are happy and hospitable), fazem as
mesmas coisas (letra A: go to the mall, to the club and bowling e letra K: “we eat rice and
beans every day”) e gostam das mesmas coisas (letra Q: We love soccer!).
Considerando o campo da atividade realizada, ou seja, uma interação assíncrona
mediada por computador, a distância geográfica entre as duas participantes parece dar mais
liberdade à Rosa para afirmar como são as coisas e as pessoas em seu país. Esse sentimento é
mais aguçado no meio virtual, segundo os estudos na área trazidos neste artigo, porque os
questionamentos nesse meio podem ser ignorados com mais facilidade do que no encontro
face a face. Ademais, a participante americana declara que não ouve notícias sobre o Brasil,
não tem amigos brasileiros, nunca visitou o país e suas chances de conhecer um brasileiro (via
CMC ou mesmo face a face) são remotas.
As escolhas lexicais usadas para representar o Brasil indicam as paisagens naturais
como principal atrativo. Para expressar o motivo pelo qual o Brasil deve ser visitado, Rosa
usa o processo existencial “there are”, na letra ‘G’: “(...) there are beautiful beaches, rivers
and waterfalls”, colocando as características geográficas em primeiro plano. Nessa oração, a
participante usa o pré-modificador “beautiful” para realçar as coisas que existem no país.
Mais abaixo, na letra ‘K’, ela usa novamente os substantivos “rivers” e “waterfalls”, desta vez
com o processo relacional possessivo “has”, indicando o Brasil como possuidor desses
substantivos. O adjetivo “beautiful” também é novamente usado em ‘K’ (“it’s [Brazil] very
beautiful”) como um atributo do país.
Na letra ‘N’, Rosa refere-se novamente à natureza quando declara que uma parte do
estado onde mora está localizada na floresta amazônica. Outra informação dada em “N”, e
que remete a características da natureza do Brasil, é transmitida através do processo
existencial
“there
are”
em
“There are many rivers with a variety of fish like Tambacú, Pintado, Dourado, Pirarucu,
etc.”, realçando a existência de rios e peixes (natureza) em seu estado.
Na letra ‘G’, Rosa resume a economia do país à agricultura e ao turismo ecológico.
Sem entrar em detalhes, ela reproduz o discurso hegemônico, usando a polaridade negativa
7
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
em “hasn’t affected” para informar à participante americana que a crise econômica mundial
de 2009 não afetou o Brasil (The crisis hasn’t affect the economy in Brazil as affected other
countries). Os participantes, processos e circunstâncias verificados no discurso de Rosa sobre
o Brasil contribuem para dar credibilidade a essa declaração. As ações típicas dos brasileiros
descritas na letra ‘A’, por exemplo, “ir ao shopping, ao clube e jogar boliche”, realçam um
certo status econômico, uma vez que é preciso que se tenha dinheiro para desempenhá-las, e
assim, uma situação econômica estável.
Na letra ‘H’, Rosa expõe a sua compreensão sobre as características positivas que ela
acredita que os estrangeiros vejam no Brasil. Apesar da impessoalidade da descrição
caracterizada pelo uso da voz passiva - “Brazil is known by ... carnival, samba and soccer” -,
a brasileira não contesta nem faz comentários ou observações adicionais ou particulares sobre
o tema, indicando possivelmente a sua concordância e sinalizando a veracidade de tal
descrição.
Na representação de si mesma, Rosa usa dois processos mentais que representam 1)
desejo (‘want’ na letra C “I want to know a new culture”), e 2) sentimento (‘love’ na letra E
– “I love Europe”). Os dois processos indicam circunstâncias relacionadas à expansão de
horizontes nacionais. No entanto, a participante não explicita nem tampouco explica os
motivos dessas representações. Ela resume a experiência de uma viagem a um país da Europa
em uma oração: “it’s wonderful” (letra E).
Os outros processos usados para falar sobre si mesma são: 1) relacionais, usados para
apresentar suas identidades, i) natural (“I’m Brazilian”) e, ii) institucional (“I’m an
undergraduate student”) (GEE, 2000), e 2) materiais, que indicam sua posição social (“I
study English and Spanish”, “I went to to Italy last year”).
A análise da metafunção interpessoal indica que a relação entre as duas participantes
do campo é de uma amizade virtual. Cometendo uma prática ainda incomum4 em sites de
rede de relacionamento como o Facebook, a brasileira escolhe aleatoriamente uma estrangeira
e manda uma mensagem convidando-a para ser sua amiga. O propósito declarado é o de
conhecer novas culturas. A americana aceita o convite e, diferentemente da brasileira, usa o
espaço privado do mural (visto somente pelas duas participantes) para expressar
descontentamento com o modo de vida em seu país. Sharon usa o espaço virtual de interação
com uma estrangeira para desconstruir o discurso hegemônico dos EUA, o qual é divulgado
mundialmente.
Não há modalizadores nas declarações das duas participantes, ou seja, as informações
são apresentadas como o retrato de suas realidades. Sharon faz uma única pergunta a respeito
do Brasil: “How’s the economy in your country?” (letra F). Assim como Rosa, ela usa a
construção “Here in …”, em “Here in the USA extremely tough no matter one career may be.
So, many unemployed in all positions”, o que sugere que a situação apresentada é igual para
todos no país onde mora.
Apesar de afirmar que não ouve notícias sobre o Brasil nos EUA, Sharon deduz que a
brasileira recebe informações sobre os EUA, principalmente através dos filmes. Assim, para
desconstruir a imagem de país rico veiculada pelo discurso cinematográfico comercial
americano, Sharon cita esses discursos (na letra L) “ I’m quite sure you see movies or news
on USA”, para os desmentir “Movies though show only glamour and thinking all here is
4
Considero essa prática incomum porque atualmente há vários sites de relacionamento com variados propósitos.
O objetivo do site em que aconteceu esta interação, o Facebook, é o de aproximar amigos e familiares que já se
conhecem no meio offline. Embora exista a versão do Facebook em português e com os mesmos propósitos do
americano, minha pesquisa de doutorado investiga que identidades emergem na comunicação intercultural em
um meio de sociabilidade estrangeiro e conduzido na língua-alvo de aprendizes de inglês.
8
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
wealthy which, obviously isn’t so; extremely tough to survive”. As escolhas lexicais
“obviously” e “extremely” funcionam para naturalizar o seu discurso, ou seja, para confirmar
o que ‘realmente’ acontece. Ao contrário de Rosa, Sharon fornece subsídios para fundamentar
suas declarações, como em “Many here work 14 hours a day or more to make ends meet”.
Conforme identificado na análise, as duas participantes usam o espaço virtual para
falar sobre si mesmas e suas culturas. No discurso de Rosa, não há críticas relacionadas ao
Brasil ou a qualquer outro assunto. A brasileira afirma que o Brasil é um país bonito, de
economia estável, formado por pessoas felizes que fazem compras e viajam ao exterior. Na
descrição de Sharon, seu país não é bom porque explora os trabalhadores e tem praias sempre
lotadas. Os elogios que faz são para os lugares na Europa que já visitou.
Apesar de recente e do tipo de amizade estabelecida, Sharon parece ter encontrado um
lugar (o mural privado) e uma pessoa (uma amiga estrangeira) para poder expressar
sentimentos e visões de mundo que não são típicas do discurso público americano
transnacional. Rosa, ao contrário, usa este espaço para apresentar uma visão estereotipada do
Brasil reduzida a lugares, pessoas, opiniões, costumes e gostos homogêneos.
Entre as características da metafunção textual, destaco a comunicação assíncrona,
mediada por computador e que é escrita, porém com características de fala. Os participantes
da interação podem misturar fotos e texto escrito nos espaços reservados para a comunicação.
Essa representação multimodal contribui para transmitir o sentido desejado pelo falante e,
assim, para dar coerência ao seu discurso.
Na comunicação assíncrona, as pessoas têm mais tempo para elaborar o que vão ou
não dizer, assim como para escolher as fotos/figuras que vão publicar. Há também a
possibilidade de fazer montagens e melhorias nas fotos e figuras apresentadas via
computador.
Na página do perfil de Rosa há textos em português com propagandas e informações
do site, e em inglês, formada de interações entre as duas participantes.
“I’m Brazilian” é a informação de partida dada pela participante brasileira, que após
informar seu objetivo no site discorre sobre a natureza e maravilhas do país. Sharon faz o
seguinte comentário após ler os relatos sobre a natureza do Brasil: “You seem to live in a very
interesting place. Send photos if you wish” (letra O).
Na próxima postagem após esse comentário, Rosa colocou (no espaço reservado para a
interação) sete figuras de praias, cachoeiras e montanhas do Brasil retiradas da internet. As
figuras postadas seguem a estrutura coesiva apresentada no texto de Rosa. Nas fotos, há
somente um estado brasileiro que representa os negócios no Brasil. Este é representado com
uma foto com vários edifícios comercias. Em todos os outros, somente as belezas e os eventos
significativos (na visão da brasileira) são realçados, como o carnaval e o samba. O comentário
feito sobre o Ceará, na letra P, figuras 3 e 6 (“it’s the most beautiful state in Brazil, for me”)
sugere que Rosa conheça todos os outros estados. No entanto, ela relatou em entrevista que o
Ceará é o único estado que conhece, além do estado onde mora. Este não aparece nas fotos
postadas.
Após as três semanas de interação, a brasileira postou dois álbuns em sua página: um
com fotos de seu casamento e outro com as fotos da viagem que fez à Itália. As fotos do
casamento postadas foram tiradas por um fotógrafo profissional e mostra os noivos em
paisagens do local onde aconteceu a festa: uma estância turística. Algumas fotos são
montagens feitas pelo fotógrafo. As fotos da Itália mostram a participante em lugares
turísticos famosos deste país. Desde que fez o seu perfil, Rosa coloca somente as fotos que
tirou na Itália no seu perfil de apresentação. As fotos postadas complementam as escolhas
lexicais salientadas no discurso da brasileira, indicando, assim, as conexões coesivas
construídas por ela na Web.
9
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
Apesar da vida difícil descrita por Sharon, ela declara que já viajou inúmeras vezes
para a Europa. Quanto à viagem ao Brasil, a americana comenta: “(…)Tough to see all of this
world when one works to survive although would be nice” (letra O), ao passo que na letra ‘D’,
ela declara “(...) been to Europe many times”, e em ‘F’, “I’ve been to (...), England (all over),
(...)”.
Para um representante de uma cultura diferente, essas informações podem parecer
incoerentes. No entanto, não é possível sugerir significados das representações construídas
neste contexto, pois fazem parte da vivência em uma outra cultura. Este é o modo como
Sharon escolhe se apresentar para uma amiga estrangeira no meio virtual.
Nesse sentido, tanto o processo de contrução quanto o acesso às diferentes
representações possibilitadas na Web podem provocar reflexões a respeito da própria cultura e
visão de mundo do participante. Antes da facilidade da comunicação virtual e das novas
formas de sociabilidade, essas representações eram difíceis de serem acessadas e
questionadas.
6. Considerações finais
Este estudo teve como objetivo observar os novos modos de subjetivação que surgem
no contato virtual. Para isso, apresentei excertos de interações online entre uma participante
brasileira e uma estrangeira, apontando a construção de identidades e sentidos construídos no
contato intercultural em uma rede social internacional.
West (1992 apud NORTON, 2000) explica que a identidade refere-se ao desejo de
reconhecimento e afiliação. A descrição super-positiva de si mesma e de sua nação foram os
recursos usados pela brasileira para atingir seu objetivo: fazer uma amizade internacional na
Web. Na conversa virtual analisada, Rosa apresenta atividades cotidianas que denotam
prestígio social e momentos importantes em sua vida. Na descrição de seu país, destaca as
belezas do Brasil e a boa condição econômica e social do brasileiro. Assim como nos
discursos da mídia, as características positivas do país são associadas aos eventos ‘samba’,
‘futebol’ e ‘carnaval’.
No sentido oposto, a participante estrangeira usa o contato virtual com uma estrangeira
para desconstruir a imagem que seu país mostra internacionalmente, de nação perfeita e livre
de problemas. As escolhas lexicais da participante estrangeira sugerem seu descontentamento
em relação à carga excessiva de horas de trabalho para garantir sua sobrevivência.
A relação de amizade estabelecida nesse encontro virtual, a distância geográfica e de
culturas das participantes e a possibilidade da escolha de fotos e figuras para autenticar as
representações construídas no discurso elaborado incentivaram a experimentação de
identidades que não teriam espaço no meio offline. Do mesmo modo, proporcionaram o
contato com outros modos de ver e entender o mundo.
Kramsch (1993) defende a comunicação intercultural para uma melhor compreensão
da própria cultura. Nessa perspectiva, a CMC entre pessoas desconhecidas de culturas
distintas colabora para a ampliação de acesso ao diálogo intercultural, assim como para a
participação ativa na construção de conhecimento e acesso à informação. Como consequência,
pode também promover a independência relacionada a discursos dominantes
(FAIRCLOUGH, 1989) que não necessariamente contribuem para o bem-estar geral de um
povo, mas para a naturalização do status quo.
Referências
10
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
ALLEN, M. Web 2.0: An argument about convergence. First Monday, V. 13, No. 3, 2008.
Online.
Disponível
em:
<http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2125/1972>. Acesso
em 07/07/2010.
BOYD, D.M.; ELLISON, N.B. Social network sites: definition, history, and scholarship.
Journal of Computer-Mediated Communication, 13(1), article 11, 2007. Disponível em:
<http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html. Acesso em 12/05/2010.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CORMODE, G.; KRISHNAMURTHY, B. Key differences between Web 1.0 and Web 2.0.
First
Monday,
V.
13,
No.
6,
2008.
Disponível
em:
<http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2125/1972>. Acesso
em 05/07/2010.
FAIRCLOUGH, N. Language and Power. London: Longman, 1989.
GEE, James P. Identity as an analytic lens for research in education. Review of Research in
Education, 25, 2000.
GUIO, E.; FERNÁNDEZ, M.D. Linguistica Sistêmico-Funcional: Aplicaciones a lengua
espanhola. Sta Fe: Universidad Nacional del Litoral- Waldhuter Editores, 2008.
_____. An Introduction to Functional Grammar. London: Edward Arnold, 1994.
_____. An introduction to Functional Grammar. London: Edward Arnold, 1985.
HALLIDAY, M.A.K., Language as Social Semiotic: The Social Interpretation of Language
and Meaning, Baltimore: University Park Press, 1978; London: Edward Arnold, 1978.
_____; MATTHIESSEN, C.M.I.M.. An Introduction to Functional Grammar. London:
Edward Arnold, 2004.
HARGITTAI, E. Whose space? Differences among users and non–users of social network
sites. Journal of Computer–Mediated Communication, volume 13, number 1, 2007. Online.
Disponível em <http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/hargittai.html>. Acesso em 05/07/2010.
KALLINICOS, J. LANZARA, G.F; NARDI, B. The digital habitat -- Rethinking experience
and social practice: An introduction to the First Monday special issue. First Monday, V. 15,
No.
6,
2010.
Online.
Disponível
em:
<http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/3032/2563>. Acesso
em 02/07/2010.
KRAMSCH, C. Context and Culture in Language Teaching. Oxford: OUP, 1993.
LAM, W.S.E. L2 literacy and the design of the self: a case study of a
teenager writing on the Internet. _TESOL Quarterly_ 34(3), p. 457-482, 2000.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Sampling “the New” in New Literacies. In: Knobel, M &
Lankshear, C. (eds.). A new literacies sampler. New York: Peter Lang Pub., p. 1-24, 2007.
LEANDER, K. Toward a Connective Ethnography of Online/Offline Literacy Networks. In
COIRO, J.; KNOBEL, M.; LANKSHEAR, C.; LEU, D. J. (eds.) Handbook of Research on
New Literacies. New York: Routledge, p. 33-65, 2008.
MEURER, J. L. . Integrando estudos de gêneros textuais ao contexto da cultura. In:
KARWOSKI, A. M.; BRITO, K.; GAYDECZKA, B. (orgs.). Gêneros textuais: reflexões e
ensino. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, p. 165-185, 2006.
NORTON, B. Identity and language learning: gender, ethnicity and educational change.
Harlow: Longman/Pearson Education, 2000.
PETERSEN, S.M. Loser Generated Content: From Participation to Exploitation. First
Monday,
V.
13,
No.
3,
2008.
Online.
Disponível
em:
<http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2141/1948>. Acesso
em 07/07/2010.
11
Anais do IX Encontro do CELSUL
Palhoça, SC, out. 2010
Universidade do Sul de Santa Catarina
POSTER, M. Ciberdemocracy: The Internet and The Public Sphere In: David Porter (ed.),
Internet Culture. New York: Routledge, p. 201-218, 1997.
WORTHAM, J. Facebook Tops 500 Million Users. In: The New York Times. Notícia Online.
Disponível em: <http://www.nytimes.com/2010/07/22/technology/22facebook.html> Acesso
em 30/07/2010.
ZIMMER, M. Preface: Critical Perspectives on Web 2.0. First Monday, V. 13, No. 3, 2008.
Online.
Disponível
em:
<http://firstmonday.org/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2137/1943>. Acesso
em 07/07/2010.
12
Download

Práticas digitais interculturais em língua inglesa no facebook