. 157 Vivências em sala de aula: o ensino-aprendizagem da língua espanhola para a terceira idade Maira A. Pandolfi Aline Teixeira Giesa Karla Pinto 1. Introdução O curso de Língua e Cultura Espanhola, promovido pela Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI), da Unesp de Rosana, tem como foco o ensino da língua espanhola para pessoas com mais de cinqüenta anos. O projeto, orientado pela professora Maira Angélica Pandolfi, contou com a participação das alunas do Curso de Turismo da Unidade, Giesa Karla Pinto e Aline Teixeira, que ministram as aulas de espanhol para os alunos da UnATI. O núcleo da UnATI de Rosana iniciou suas atividades em agosto de dois mil e sete, período em que foram oferecidos, inicialmente, sete cursos com duração de um semestre. Os cursos abertos foram Informática, Cultura e Língua Inglesa, Cultura e Língua Espanhola, Oficinas de Mudas Ornamentais e Bonsais, Pintura e Escultura, Dramaturgia e Caminhadas Ecológicas, todos eles ministrados em dias e horários diferentes, possibilitando, assim, que os alunos pudessem se inscrever em mais de um curso. Professores e alunos do Curso de Turismo e voluntários da própria comunidade são os principais responsáveis pelo funcionamento dos cursos que integram as atividades de extensão desenvolvidas pela universidade. Quanto ao curso de língua e cultura espanhola de nível básico, com duração de duas horas semanais, este apresenta em seu conteúdo Cadernos de Letras - n. 24 - p. 157-166 - mai. 2008 158 . programático temas que envolvem desde gramática, conversação e leitura a aspectos culturais, artísticos e sociais dos países da América Hispânica e Espanha. Ao pensarmos no planejamento de um curso de línguas estrangeiras para a terceira idade imaginamos, num primeiro momento, que nossos alunos poderiam apresentar interesses que não se limitariam, simplesmente, à aprendizagem de um novo idioma. Esta hipótese surge, obviamente, se considerarmos as condições do idoso em nossa sociedade já que, infelizmente, esse cidadão ainda enfrenta uma infinidade de preconceitos que o colocam na condição de ser marginalizado, tanto no meio profissional quanto no convívio social. Assim, a idade chega para muitos como um grande fardo, uma vez que a capacidade de produção do indivíduo torna-se mais reduzida com o passar dos anos, o que o impossibilita de continuar correspondendo aos apelos da sociedade moderna capitalista que passa a ignorá-lo de inúmeras formas. O isolamento, também ocasionado pelas perdas dos cônjuges e entes queridos ao longo da jornada humana, atua como um importante fator na tomada de decisão do idoso pela busca de sua (re) socialização por meio de atividades físicas e intelectuais voltadas para a sua faixa etária. Além da situação descrita, as motivações para aprender uma língua estrangeira na terceira idade podem ser muito particulares. Entre nossos alunos, por exemplo, encontramos aqueles que queriam aprender a língua espanhola para conhecer um pouco mais sobre a cultura de seus antepassados, outros para viajar, e até uma boliviana que dominava a língua oral e queria aprender a língua escrita. Todo contexto educativo apresenta elementos decisivos na escolha de uma determinada abordagem metodológica para o ensino de um língua estrangeira, principalmente, o perfil de seus destinatários. Uma análise prévia, por meio de questionários que indagavam as motivações dos aprendizes de terceira idade em relação a uma língua estrangeira, confirmou a hipótese da busca desses indivíduos pelo convívio envolto de calor humano, amizade, socialização e troca de experiências. Diante de tantos interesses é que surge, afinal, o grande desafio: como corresponder aos anseios desses alunos que, acima de tudo, apresentam uma experiência de vida e um acúmulo de conhecimentos quantitativamente superiores aos do aluno-professor? . 159 Essa foi a pergunta que as alunas do Curso de Turismo, Giesa e Aline, me fizeram quando terminamos a leitura dos questionários. A resposta foi simples e baseada em minha própria experiência como ex-aluna e professora de língua espanhola para a UnATI durante minha graduação em Letras: “vocês não serão professoras no sentido tradicional da palavra, onde geralmente se pressupõe autoridade e superioridade intelectual diante do receptor, mas mediadoras do conhecimento que irão trocar com eles”. Foi assim que semanas depois elas me contaram sobre as lições de geografia que haviam recebido de um dos alunos ao se enganarem em uma das explicações acerca do espanhol peninsular e das demonstrações fonéticas e semânticas do espanhol falado na Bolívia por uma das alunas que estava no curso somente para aprender noções de escrita e também para aprimorar o próprio português que era, na verdade, sua segunda língua. Convém esclarecer que as alunas escolhidas para ensinar o espanhol, nível elementar, para a terceira idade, além de atestarem proficiência na língua espanhola, também acumulavam experiências como docente no curso pré-vestibular e receberam orientações prévias em colóquios com a orientadora onde foram discutidos diferentes textos a respeito do ensino-aprendizagem de língua estrangeira, aspectos descritivos e metodológicos. Apesar disso, puderam compreender que a sala de aula é um espaço de trocas, é um momento mágico de intercâmbio cultural onde se celebra o conhecimento. Em um de nossos encontros, discutimos aquele conhecido texto de Almeida Filho, “Ensinar e aprender uma língua estrangeira na escola”, que contribuiu sobremaneira para ilustrar a “cultura do aprender” de determinados grupos, que podem sofrer a influência de fatores étnicos, sociais e até geográficos. Vale ressaltar, a propósito, a afirmação do autor de que: Pode ocorrer que uma cultura de aprender a que se prende um aluno para abordar uma língua estrangeira não seja compatível ou convergente com uma abordagem específica de ensinar de um professor, de uma escola ou de um livro didático. O desencontro seria assim fonte básica de problemas, resistências e dificuldades, fracasso e desânimo no ensino e na aprendizagem da língua-alvo. (1993:13) 160 . As reflexões propostas por Almeida Filho foram levadas em conta na hora de confrontarmos os interesses dos alunos em aprender e a proposta pedagógica para ensinar por nós selecionada. Desse modo, embora tenhamos pensado em unidades de conteúdo programadas a partir de um material comunicativo, não deixamos de inserir na apostila uma parte anexa na qual foram incluídas canções antigas e modernas, poemas, receitas, charges e outros textos voltados ao entretenimento. Tudo nos pareceu perfeito, a apostila “comunicativamente” organizada, a teoria lida e discutida com a orientadora, o perfil dos alunos levantado, enfim, “mãos à obra”. 2. Vivências em sala de aula É amplamente conhecido entre os professores de línguas o papel que o “filtro afetivo” desempenha em relação à motivação intrínseca, ansiedade, auto-estima e a influência desses fatores no processo de aquisição de uma segunda língua. Indivíduos com atitudes positivas em relação à língua estrangeira e ao contexto de sala de aula aprendem com mais facilidade por apresentarem um filtro afetivo mais baixo. A partir desse pressuposto, discutimos previamente algumas estratégias para o bom desempenho dos alunos e das professoras em sala de aula. Algumas atitudes são decisivas e devem ser priorizadas na relação entre docente e o aluno de terceira idade: o encorajamento e a diminuição de barreiras psicológicas que venham causar inibição ou falta de confiança em si mesmo. Além de apresentarem mais dificuldade em memorizar o novo léxico, os alunos em questão apresentavam um baixo nível de escolaridade e já estavam afastados dos estudos há um bom tempo. Devem-se considerar, também, certas limitações físicas que chegam com a idade como a dificuldade em enxergar, ouvir e até escrever, que exigem mais paciência e dedicação do professor para que o aluno não desista de seu intento de aprender um novo idioma e, tampouco, o professor de ensinar. A fim de amenizar as dificuldades oriundas desse público, procuramos tomar certos cuidados na hora de organizar o material didático como, por exemplo, ampliar o tamanho dos textos para facilitar sua visualização, falar pausadamente e até ampliar, quando necessário, o tom de voz para que todos pudessem ouvir com clareza os sons da nova língua. . 161 Em nosso contexto, particularmente, tivemos ainda o privilégio de poder contar com o apoio do laboratório de línguas do campus, o que facilitou muito a compreensão visual, auditiva e o desempenho oral dos alunos. Sabe-se que a profissão de educador requer o domínio de conhecimentos diversos como metodologia de ensino e didática. Dessa forma, as monitoras do curso de língua espanhola promovido pela UnATI defrontaram-se com um grande desafio, uma vez que o curso de Turismo não contempla disciplinas pedagógicas. Contudo, o projeto contou com um longo tempo de preparo dividido entre leituras e colóquios com a orientadora. Alguns pontos importantes devem ser analisados para o preparo e desenvolvimento das aulas com a terceira idade. Muitos desses pontos estão relacionados com as características comportamentais deste público que exige paciência, compreensão e carinho. Geralmente, o público de terceira idade apresenta comportamentos característicos de sua faixa etária, tais como a necessidade de atenção, gostar de falar e contar suas experiências e histórias, ocupar o tempo com atividades extras, conhecer pessoas, ampliar seus relacionamentos sociais, além de buscarem atividades ligadas ao lazer e entretenimento. A realização do curso deu-se através de encontros semanais durante quatro meses, tempo este suficiente para estabelecer facilmente uma boa relação com os alunos de terceira idade. O primeiro dia de aula do curso foi encarado como o momento de reconhecimento, em que as perguntas e a explanação iniciam a aproximação com os alunos, sendo fundamental para delinear alguns pontos das relações que serão estabelecidas dentro e fora da sala de aula. Durante as aulas notamos que eles encaram aquele momento com seriedade, participam das aulas assiduamente e transformam estes momentos em uma atividade de entretenimento. A dinâmica utilizada no primeiro dia de aula foi a realização de uma roda de apresentação, onde cada um pôde falar livremente sobre si e sobre sua vida. Este momento foi fundamental para iniciar o relacionamento entre os alunos e as professoras no sentido de manter a classe unida até o final do curso, exigindo sinceridade de cada um, tal como um pacto de fidelidade em relação às expectativas sobre o 162 . curso, problemas a serem enfrentados e a união do grupo para superar as dificuldades. Um dos temas selecionados para a apresentação em sala de aula foi a maneira com que as alunas-docentes deveriam se expor na roda, confirmando o pacto de fidelidade e demonstrando o quanto essa experiência seria enriquecedora para ambos. Assim, comentam Giesa e Aline, foi dito aos alunos que a “presença delas só se justificava pela deles e que vê-los todas as quartas-feiras seria tão satisfatório e prazeroso para eles quanto para elas que tinham a família distante”. As docentes comentam que a forma com que desenvolveram a dinâmica possibilitou a cada um demonstrar seus anseios quanto ao curso e, através de uma conversa franca, estabelecer o compromisso e a relação aluno/professor de uma maneira harmoniosa. Durante o curso, Giesa e Aline perceberam inúmeras peculiaridades entre os alunos, o que fez com que elas estivessem sempre repensando as aulas. Um exemplo é o caso de uma aluna que foi abandonada por seu marido e que, de repente, caiu aos prantos durante uma aula em que escutavam um tango de Carlos Gardel. Para não comprometer ainda mais a aprendizagem dessa aluna e como medida para não expor seus problemas pessoais, as docentes reformularam as atividades e, em vez de trazerem músicas com letras de amor, passaram a levar melodias que descreviam batalhas de guerra. Com essas novas melodias, as docentes passaram a desviar o foco da memória afetiva para efervescentes discussões históricas e políticas. A presença de uma aluna boliviana foi outro desafio a ser superado pelas docentes que, em vez de se sentirem inibidas com o fato, passaram a contar com o auxílio da aluna no ensino da fonética do espanhol americano e tiveram um grande êxito nas aulas. Em contrapartida, a aluna boliviana pôde aprender mais a respeito de sua segunda língua, o português, ao estabelecer a todo o momento a comparação entre os dois idiomas. Outro fato inusitado foi a presença de um aluno que nasceu na Espanha e veio ao Brasil com quatro anos de idade. A maior motivação desse aluno era aprender o idioma para visitar sua terra natal. Esse motivo o tornou um dos mais dedicados e fez com que desenvolvesse uma aprendizagem autônoma na medida em que trazia constantemente . 163 textos para correção sem que as docentes solicitassem. Era muito interessado em filosofia e, por isso, pôde contribuir muito com as discussões em sala de aula, despertando o interesse dos outros alunos por esse assunto. Durante o curso, as docentes e alunas do Turismo procuraram trabalhar com muitos elementos da cultura espanhola e dos países da América Hispânica como músicas de vários ritmos e temas, aspectos gastronômicos, atrativos turísticos e localizações geográficas. Todos estes aspectos serviram como um instrumento para cativar a curiosidade e prender a atenção dos alunos. 3. Considerações sobre a memória afetiva A exploração da memória afetiva em sala de aula possibilita a criação de laços entre aluno e professor e pode ser uma ferramenta para estimular o comprometimento dos alunos com a aprendizagem da língua espanhola. Porém, deve-se tomar cuidado na escolha dos temas das aulas, pois o despertar da memória afetiva nesse público tanto pode contribuir para o bom desempenho nas aulas como atrapalhar e até inibir o aluno podendo ocasionar, inclusive, desestímulo e desistência. Aquilino Sánchez Peres (1982:120), ao comentar as “variáveis” que interferem no processo de ensino-aprendizagem de uma língua, ressalta o fato de que a aprendizagem de uma língua está intimamente relacionada à vida do aprendiz e toda sua complexidade, todas as vivências do indivíduo sobressaem nesse processo, desde suas motivações, amigos e ambiente em que vive. Para o estudioso, a variável relacionada à vida social não pode ser tratada isoladamente, pois sua presença ou ausência incidirá positiva ou negativamente em todas as outras variáveis, tais como idade, capacidade de aprender, finalidade, motivação, vida familiar, atitude do professor e material utilizado. Na terceira idade, nos deparamos com a interferência, às vezes negativa, da memória afetiva, visto que a maioria já perdeu seus grandes amores ou até filhos e netos. Uma das maiores motivações do idoso, portanto, ao procurar freqüentar um curso de línguas para a terceira idade, é poder compartilhar suas experiências e estabelecer novos vínculos afetivos. Nesse sentido, trabalhar positivamente a memória afetiva pode 164 . ser uma estratégia bastante interessante para garantir maior aproximação entre alunos/alunos e alunos/professor, possibilitando mais liberdade e confiança para que possam se expressar durante as aulas. Ecléa Bosi afirma em seus estudos que “na sociedade industrial a velhice é maléfica, porque nela todo sentimento de continuidade é destroçado” (1994:203). Com esse comentário a estudiosa nos propõe uma reflexão sobre a falta de oportunidade que a sociedade contemporânea oferece ao idoso para que exercite a sua memória, o que poderia funcionar como uma poderosa estratégia para aproximar gerações e despertar o interesse pelos fatos do passado. As novas gerações, acostumadas às facilidades eletrônicas, têm apresentado grandes dificuldades de relacionamento com os idosos, sobretudo, pelo fato de que o seu cotidiano difere radicalmente do cotidiano outrora vivenciado pelos velhinhos. Como forma de dar vazão a essas lembranças, o curso de língua estrangeira para idosos pode tornar-se uma proposta inovadora no que se refere ao tratamento multidisciplinar tão em voga na academia. O Curso de Turismo acaba brindando os alunos com essa diversidade ao contemplar em sua grade diferentes áreas do conhecimento. Assim, as alunas recorreram em suas aulas aos conhecimentos adquiridos em disciplinas como recreação e lazer e laboratório de alimentos e bebidas para trabalharem de forma lúdica a riqueza do repertório que a terceira idade oferece aos temas relacionados às atividades cotidianas como cozinhar, fazer compras, escolher alimentos saudáveis, preparar infusões, bem como hobbies e hábitos diários. Com essas atividades, as docentes não conseguiram apenas trabalhar a realidade dos alunos aproximando-a da cultura da língua alvo como também atuaram como agentes motivadores na valorização do repertório do idoso e promoveram, assim, uma troca imensurável de experiências e lições de vida. Todavia, não basta saber selecionar os temas, é importante pensar na maneira em que serão expostos aos alunos e, nesse sentido, defendemos uma abordagem que priorize o vínculo afetivo no processo de aquisição da língua estrangeira para a terceira idade. Essa abordagem nos faz lembrar o conjunto de características enumeradas por Gemma Oliveras Amprubí, em um artigo recentemente publicado no Anuário brasileño de estudios hispánicos (2006:156), que tratam de definir um educador que busca uma ótica centrada no componente afetivo como abordagem de trabalho nas aulas de línguas. Embora a autora tenha . 165 enfocado o ensino de espanhol para crianças, acreditamos que o conjunto de características definidas por ela são perfeitamente apropriadas para uma abordagem de ensino para a terceira idade. Para a educadora, essas características são, de um modo geral: expressar adequadamente os sentimentos em relação aos alunos; utilizar a metodologia de planejamento em função das metas e resolução de problemas; colocar em prática estratégias de auto-motivação; controlar estados emotivos negativos e gerenciar adequadamente as emoções; manifestar empatia e exercitar a capacidade de ouvir o aluno; desenvolver uma conduta firme e positiva, ministrando adequadamente os conflitos em sala de aula. 4. Conclusão Acreditamos que o projeto de extensão “Língua e Cultura espanhola para a terceira idade” apresentou resultados extremamente positivos para o aperfeiçoamento do idioma estudado no Curso de Turismo. Contudo, a maior riqueza que essa experiência proporcionou, na opinião das alunas que atuaram ministrando o curso, foi a troca de afetividade com esse público. Para elas, os problemas relacionados ao baixo nível de escolaridade e demais dificuldades podem ser solucionados por meio de atividades diferenciadas e que possibilitem ao aluno a expressão de suas vivências. Além disso, alertam para o fato de que a memória afetiva pode auxiliar ou prejudicar as aulas e, por isso, é importante evitar temas que possam emocioná-los negativamente como, por exemplo, aqueles que remetam diretamente à perda dos entes queridos. Ressaltam, ainda, que as dificuldades encontradas em sala de aula podem ser facilmente superadas na medida em que se firme, desde o início do curso, o compromisso dos alunos em aprender e do professor em ensinar no sentido de estabelecerem uma troca, entendida amplamente como parceria na resolução dos problemas, na busca e reflexão do conhecimento, no diálogo franco, na afetividade e atenção às individualidades. Maira A. Pandolfi Aline Teixeira Giesa Karla Pinto 166 . Referências ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. “Ensinar e aprender uma língua estrangeira na escola”. In: Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Pontes, 1993, 11-15. SÁNCHEZ PÉREZ, Aquilino. La enseñanza de Idiomas. Barcelona: Hora, 1992. BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. 3 ed. São Paulo: Cia das Letras, 1994, 203. CAMPRUBÍ, Gemma Oliveras. “La relevancia del vínculo afectivo en el proceso de adquisición del español como segunda lengua en la etapa de Educación Infantil”. Anuario brasileño de estudios hispánicos, n.1, v.16. Embajada de España en Brasil/Consejería de Educación, 2006, 153-159. Resumo Este trabalho tem o intuito de demonstrar as vivências em sala de aula durante o curso de Língua e Cultura Espanhola ministrado aos alunos da terceira idade, promovido pela UnATI. Destacamos as dificuldades e problemas enfrentados, bem como a maneira em que foram superados. Reforçamos a idéia de que a interação entre aluno e professor pode criar fortes laços que motivam ambas as partes e que a memória afetiva pode ser utilizada positivamente no desenvolvimento das atividades. Palavras-chave Terceira Idade, Vivências, Ensino de Língua Estrangeira Abstract The purpose of this paper is to synthesize classroom experiences during the course ‘Language and Spanish Culture’ given to third age people in the extension project “Open University for the Third Age” sponsored by UNESP (UNATI). We outline in the paper the difficulties and problems faced during the course and how they were overcome. We reinforce the idea that interaction between student and teacher can create strong personal linkages which motivate both parts, and that the affective memory consolidated in this way can be positively used in the development of those activities. Key-words Third age people, life experiences, foreign language teaching