CALÇADAS ECOLÓGICAS: CONSTRUÇÃO E BENEFÍCIOS SÓCIO-AMBIENTAIS Rodrigo Braga de Almeida1 Osmar Mendes Ferreira2 Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3227-1351. CEP: 74605-010 – Goiânia - GO. Resumo Este trabalho tem como objetivo relatar sobre a importância que as calçadas exercem no dia a dia das pessoas, informando o papel que ela desempenha no meio ambiente e no contexto urbano. Foi abordado o tema calçada ecológica, um tipo de construção que respeita o meio ambiente, em que se utiliza pavimentos permeáveis, uma arborização urbana adequada, canteiros de jardim ou de gramas, que contribuem para a infiltração da água da chuva e recarga do lençol freático, diminuindo assim os problemas enfrentados pelas metrópoles no que se refere a enchentes e suas conseqüências, um fenômeno bastante comum nas cidades brasileiras. Dentro deste contexto se discute as calçadas inteligentes, que dão proteção, conforto e segurança aos cidadãos que nelas circulam.Foram levantados para ilustrar o tema a situação existente em alguns trechos dos calçamentos dos bairros Jaó e sul da cidade de Goiânia, Go. Palavras-chave: calçadas ecológicas, calçadas inteligentes, infiltração da água. Abstract: This work has as objective to tell on the importance that the sidewalk exerts in the day the day of the people, informing the paper that it plays in the environment and the urban context. The subject was boarded ecological sidewalk, a type of construction that respects the environment, where if uses permeáveis floors, an adjusted urban arborization, seedbeds of garden or grams, that contributes for the infiltration of the water of rain and recharge of the freático sheet, thus diminishing the problems faced for the metropolises as for floods and its consequences, a sufficiently common phenomenon in the Brazilian cities. Inside of this context if the sidewalk argues intelligent, that they give protection, comfort and security to the citizens who nelas circulam.Foram raised to illustrate the subject the existing situation in some stretches of the stone pavements of the Jaó quarters and south of the city of Goiânia, Go. Key- words: sidewalk ecological, sidewalk intelligent, infiltration of the water. Goiânia, junho/2008 1 2 Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected]) Orientador Profº Msc. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás - UCG. ([email protected]) 2 1 INTRODUÇÃO Garantir com igualdade o direito de ir e vir a toda comunidade é um ato de cidadania. É comum encontrarmos calçadas em condições precárias, que atrapalham ou até impedem a circulação dos pedestres. Basta caminhar um pouco pela cidade de Goiânia para encontrar diversos problemas, como: buracos, pedras e pisos soltos, degraus, desníveis ou saliências, piso escorregadio, irregular ou trepidante, raízes expostas de árvores inadequadas, veículos em cima do passeio, materiais de construção, entulho, lixo, produtos de lojas em exposição, vendedores ambulantes, ou ainda equipamentos urbanos mal localizados. Como a maioria das ruas, calçadas, quintais e espaços abertos da cidade estão asfaltados ou cimentados, as águas das chuvas rapidamente escorrem para ralos, bocas de lobos e em pouco tempo estão nos rios, sendo que, logo após as chuvas pararem, já encontraremos nossas ruas e calçadas nos lugares mais altos secas e as baixadas alagadas. Para evitar estes transtornos de enchentes e prejuízos econômicos devido a alagamentos com perda de bens, propomos através deste trabalho alertar a população sobre a importância de se implantar as calçadas verdes ou calçadas ecológicas. A calçada ecológica que consiste em evitar a impermeabilização dos passeios públicos e privados, através da implantação de material permeável como os concregramas, entretravados e faixas de gramados ou jardins, juntamente com uma arborização adequada no calçamento, fará com que a cidade fique valorizada no aspecto estético, quebrando um pouco da frieza de nossas ruas, dando um charme à mesma, seguido de uma correta sinalização para portadores de necessidades especiais, através dos pisos táteis contribuirá para o sucesso da calçada ecológica. Neste sentido, este trabalho tem como o objetivo à informação da importância em se obter um calçamento ecológico, ou seja, um calçamento permeável. Essa pesquisa foi definida e justificada pelo fato de ser de grande importância para nossas cidades, pois envolve situações corriqueiras, desde uma calçada intransitável, com uma arborização inadequada, até uma inundação com grandes prejuízos econômicos. Além de ser um modelo novo que envolve qualidade de vida, e respeito ao meio ambiente. Pode ser uma solução para a reciclagem e destinação de materiais, que sem valor econômico se transformariam em sucatas e entulhos, como exemplo os pneus. Tal projeto tem como objetivo demonstrar as vantagens de uma calçada ecológica baseada nas construções existentes nos setores Jaó e Sul de Goiânia. O projeto visa também à 3 comparação destas estruturas encontradas em determinados pontos destes setores, citando os benefícios que este tipo de calçamento traz aos moradores. Tais informações obtidas poderão ser exigidas pelos moradores aos profissionais (arquitetos e engenheiros) competentes, durante a reforma ou construção deste equipamento público ou particular específico. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Mendes (2000), devido a um processo intenso de urbanização durante as décadas de 1960 e 1970 ocorreu o surgimento no cenário urbano brasileiro, nomeado de cidade legal e a cidade ilegal, gerando uma ocupação urbana diferenciada e desigual, que por um lado conta com loteamentos regulares, infra-estrutura adequada e serviços urbanos disponíveis (cidade legal), e de outro lado conta com loteamentos irregulares de áreas alagáveis, com ausência de infra-estrutura urbana adequada, com o surgimento de favelas e periferias situadas em área de risco (cidade ilegal). No final dos anos cinqüenta mais de sessenta por cento da população estava no campo, agora temos mais de setenta e cinco por cento da população na cidade, com muitos desterritorializados de várias partes, que constituíram as imensas periferias, favelas e as cidades precárias, irregulares e ilegais existentes em todas as localidades brasileiras (ROLNIK, 1995, p. 8). Segundo Carlos Tucci (2003), a freqüente ocorrência de invasões pela população de baixa renda das áreas ribeirinhas pertencentes ao poder público, é devido a falta de equipamentos urbanos e acesso dos mesmos a uma estrutura adequada, levando-os a ocupação das áreas alagáveis.A subordinação dos sistemas das águas se deu devido a uma ocupação informal das áreas alagáveis, com a implantação de avenidas marginais aos rios urbanos desconsiderando sua compatibilidade com o meio.No Brasil este processo é muito comum, baseado na adaptação da hidrografia ao sistema de mobilidade urbana, em que rios urbanos sofreram intervenções drásticas de retificação de suas margens, muitas vezes por se tratar de terreno barato, como exemplo as avenidas marginais aos rios Tietê e pinheiros em São Paulo. Conforme Mendes et al (2000), a crescente impermeabilização do solo, ocupação de fundos de vale e invasão de áreas de proteção permanente nos leva a refletir sobre o processo de ocupação mencionado acima, a respeito da cidade legal e ilegal. 4 De acordo com Albrecht Hoffman (2000) o primeiro europeu a explicar as inundações foi Konrad of Megenberg (1309-1374), em que citava que este fenômeno era como erupções de águas armazenadas no solo. Durante a idade média as inundações eram compreendidas como fenômenos seguidos por morte e ruína, e tal idéia teve extensão até o século XVI, quando as inundações eram vistas como produto de forças celestiais ou um julgamento divino, pensamento que modificou aos longos dos anos, devido ao entendimento das causas e efeitos das mesmas. Segundo Reis (2005), com o desenvolvimento urbano há um aumento do escoamento superficial, causando maiores cheias urbanas, devido ao desequilíbrio do balanço hídrico nas cidades, exigindo-se assim que sejam implementados sistemas de drenagem sustentáveis e de controle na fonte.As inundações nos grandes centros urbanos são recentes devido a tradicional forma das obras de canalizações, e de intensa impermeabilização produzida pelo tipo de desenvolvimento urbano após 1960. Segundo dado do IBGE (2000) e World Bank Group (2002) houve no Brasil a partir de 1970, explosiva migração da população rural para o meio urbano, de acordo o que mostra a Tabela 1. Tabela 1: Evolução do crescimento urbano brasileiro (em milhões) ano 1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2002 Pop. urbana 12,88 18,78 31,30 52,08 80,44 110,99 123,08 143,50 Pop. Rural 28,36 33,16 38,77 41,05 38,57 35,83 33,99 31,50 Fonte: FNUAP (2002) World Bank Group (2002) Com o progresso urbanístico, há uma influência nos recursos hídricos, principalmente ao que se refere ao equilíbrio natural existente nos fatores qualitativos e quantitativos do ciclo hidrológico, pois as ações antrópicas originam grandes superfícies impermeáveis, que provocam aumento do volume de escoamento superficial e juntamente com ocupações indevidas de áreas de risco, falhas no processo de coleta e disposição do lixo, dentre outros, geram prejuízos significativos para toda a sociedade, devido a cheias urbanas.As medidas de controle sustentáveis que minimizem os impactos da urbanização devem ser introduzidas para promoverem a infiltração da água da chuva no solo. (REIS 2005). As redes de drenagem urbana convencionais apresentam alguns problemas como o 5 transporte de contaminantes advindos do escoamento superficial; o transporte do esgoto doméstico interligados de forma clandestina e construção excessiva de canais e condutos que apenas transferem os problemas de inundações de um local peara outro dentro da cidade (TUCCI, 2003). Em Goiânia com a função de amortecer as vazões de água da chuva no sistema de drenagem urbana, houve o desenvolvimento de sistemas alternativos de drenagem na fonte, dentre eles a execução de poços de infiltração no sistema predial de água pluvial. No final do século XVIII surgiu o conceito de sanitarista, onde tudo que oferecesse risco a saúde humana deveria ser transportado para fora dos centros urbanos, e em meados de 1970 surge o conceito de ambientalista, com o início do desenvolvimento sustentável, idealizando o tratamento dos problemas de drenagem urbana na fonte que é gerado, e o tratamento dos efluentes pluviais (SILVEIRA, 2001). De acordo com Tucci (2003), o escoamento pluvial pode produzir inundações de áreas ribeirinhas e inundações devido à urbanização. A primeira consiste devido a oscilações de natureza climática em que a seção ocupada pelo volume escoado em um rio tende a extravasar suas margens (leito menor) e ocupar o leito maior, atingindo as habitações localizadas entre estes leitos, denominada de área de risco. As medidas a serem adotadas são de cunhos não estruturais como a conscientização da população. Devido a ocupação deste leito os impactos das inundações tornam-se freqüentes, e se acentua com alguns fatores, como a impermeabilização do solo e aumento de escoamento por canais; a desorganização na implantação da infra estrutura urbana; o aumento da deposição de sedimentos em função da desproteção das superfícies e deposição de resíduos sólidos que obstruem rios e canais. Já as inundações ocasionadas pelo processo de urbanização se dão devido a um acentuado acréscimo no pico da vazão proporcionado pelo aumento da impermeabilização, gerando um volume em excesso de água em um curto intervalo de tempo com o escoamento superficial. Souza (2000), define que de acordo com Andrade (2004) podemos combater as enchentes utilizando-se de duas frentes, uma que atue na diminuição da ocorrência (medidas estruturais) e outra que busque a redução das perdas (não estruturais). Esta última pode ser citada as medidas de zoneamento das áreas de risco; planejamento do uso do solo; sistemas de previsão e alerta; seguro contra enchentes; evacuação temporária da área da várzea; aumento da capacidade de escoamento do canal; e controle da erosão e reflorestamento. O planejamento do uso e ocupação do solo é importantíssimo, pois diz respeito de como as áreas determinadas pelas medidas de zoneamento devem ser ocupadas. Um percentual mínimo de área permeável deve ser mantido para proporcionar a infiltração e 6 dificultar o escoamento superficial. As medidas estruturais constituem-se em obras da engenharia hidráulica implementadas para mitigar os impactos causados pelas enchentes, e as extensivas são as medidas que agem na bacia, fazendo com que através de medidas físicas diretas possam reduzir o coeficiente de escoamento e diminuir os efeitos da erosão e como conseqüência a diminuição dos riscos de enchente. Exemplos de obras de medidas extensivas podem ser o controle da cobertura vegetal, obras de micro-drenagem, obras que aumentem a capacidade de infiltração e de percolação (pavimentos permeáveis, valos de infiltração, bacias de percolação, dispositivos hidráulicos permeáveis e etc.), armazenamento (telhados) e o controle da erosão do solo. A vegetação exerce nas áreas das bacias a função de interceptação de parte da precipitação, em que retém a água principalmente nas copas arbóreas. Quanto menor a cobertura vegetal, menor a infiltração e maior o volume de água que irá escorrer superficialmente, ocasionando a erosão, destruindo e desagregando o solo, e enchendo os cursos d’água de detritos que irão impedir ou dificultar seu escoamento. A capacidade de interceptação da água da chuva pela vegetação está relacionada às características da cobertura vegetal, como tipo, forma e densidade, e é inversa ao volume e duração das chuvas, pois quanto mais intensas e/ou mais longas as chuvas, menor a capacidade relativa de interceptação. Com a erosão há um transporte de sedimentos que com o tempo vão se acumulando nos leitos dos rios, nas redes de afluentes e nos sistemas de drenagem construída causando assoreamento e como conseqüência o aumento do nível da base dos rios e diminuição da capacidade de vazão da rede de afluentes e do sistema de drenagem construída, causando inundações nas cidades com prejuízo para as pessoas que habitam as áreas ribeirinhas. Tucci e Guenz (1995) aconselham que nos projetos de residências, quantos de equipamentos urbanos, maximizem as áreas vegetadas, tais com jardins, pomares, passeios, praças, parques entre outros, diminuindo o coeficiente de impermeabilização, pois o custo financeiro para implantação do sistema de drenagem urbana é diretamente proporcional ao volume de águas pluviais a escoar. As principais vantagens das obras que aumentam a capacidade de infiltração e percolação da bacia constituem-se no aumento da recarga, redução da ocupação em áreas com lençol freático baixo, preservação da vegetação natural, redução da poluição transportada para os rios, redução das vazões máximas a jusante e a redução máxima 7 dos condutos. Como exemplo temos as calçadas verdes, com faixa de grama ou pedregulho que melhoram a absorção das águas pluviais. O pavimento permeável tem como vantagem a redução do escoamento superficial previsto com relação à superfície impermeável; redução dos custos do sistema de drenagem pluvial e da lâmina de água de estacionamentos e passeios. Este tipo de pavimento é uma medida estrutural que pode ser utilizado em passeios, estacionamentos, quadras esportivas e ruas de pouco trafego, e tem como desvantagem a manutenção do sistema para evitar que fique colmatado com o tempo, maior custo direto de construção sem considerar os benefícios de redução de condutos e contaminação dos aqüíferos (TUCCI E GUENZ, 1995). Segundo Costa Junior (2006) a ocupação e impermeabilização dos centros urbanos causam impactos no meio ambiente, como: modificação do ciclo hidrológico, que geram eventos, dentre eles inundações urbanas. Para minimizar este evento como medida de controle local utilizam-se pavimentos permeáveis e microreservatórios de retenção dentre outros. Os pavimentos permeáveis são superfícies porosas ou perfuradas que permitem a infiltração de parte do escoamento superficial. Como exemplo de pavimentos permeáveis são os blocos vazados, intertravados, concregramas, que são assentados diretamente sobre o solo natural compactado (SILVA, 2005). Araújo (1999) classifica os pavimentos permeáveis em três tipos: pavimento de asfalto poroso, de concreto poroso e de blocos de concreto perfurado preenchido de areia ou grama. Os pavimentos porosos possuem uma camada de revestimento executada de forma similar aos pavimentos convencionais, mas com a retirada da fração de areia fina da mistura dos agregados do pavimento. Os pavimentos permeáveis devem ser compostos por duas camadas de agregados de diferentes granulometrias sob a camada de pavimento permeável propriamente dito, em que o escoamento infiltra no revestimento poroso, passando por um filtro de agregados finos de espessura de 2,5 cm, indo para um reservatório de britas mais profundo, dimensionado de acordo com uma vazão de projeto (ARAÚJO et.al, 2000). Os seguintes parâmetros que possibilitam a instalação deste tipo de equipamento devem ser considerados: tipo do solo, nível da água e do lençol freático, profundidade da camada impermeável do solo, aceitação por parte dos moradores, área livre dos lotes, topografia e custos envolvidos (COSTA JÚNIOR et al, 2006). 8 Figura 01: Concregrama utilizado em estacionamento. Figura 02: Pavimento permeável em forma de entretravado utilizado em aeroporto Fonte:Paviarte,2008 Figura 03: Pavimento permeável em forma de entretravado utilizado em calçadas Fonte:Paviarte,2008 Os códigos de obras e edificações na maioria das vezes são cumpridos na elaboração de projetos visando a liberação da obra. O código de edificações – Lei n° 5062 de 1975, em Goiânia, determina que toda edificação tenha uma área reservada a permeabilidade, de acordo com a zona onde está inserida, com percentual de área definida. Mas os proprietários quase sempre alteram a edificação para atenderem suas necessidades, pavimentando a área permeável após o “habite-se”. Segundo Tucci (2003) muitas cidades do Brasil e do mundo possuem um grande 9 problema em comum, que são os sistemas de drenagem de água de chuva defeituosos, ineficientes, mal projetados ou ultrapassados em que alguns desses sistemas trabalham no limite. Molim et al. (2007), elaboraram estudos na área de drenagem urbana e captação de água da chuva, com o objetivo de tornar as cidades mais permeáveis, chegando a conclusão de que a captação de água de chuva em cisternas, por exemplo, levaram o município de São Paulo a implantar tal medida como lei municipal. Outros estudos tratando uso de “green roofs” ou telhados verdes, que seriam pequenos jardins nos tetos das residências de forma a interceptar as chuvas e ainda proporcionar um embelezamento da região. Também existem medidas que tornam a cidade mais permeável através da criação quintais gramados, parques, jardins ou mesmo calçadas gramadas, ou seja , áreas de solos expostos. Silva et al. (2006), relatam que as estimativas de vazões máximas de escoamento superficial é fundamental em bacias hidrográficas de ocupação urbana, assim como em projetos de controle de erosão e inundações. Do volume total precipitado, uma parte é interceptada pela vegetação, enquanto o restante atinge a superfície do solo, em que as poças da água nas depressões existentes nas superfícies do solo, ocorrem quando a intensidade de precipitação excede a taxa de infiltração, ou quando a capacidade de armazenamento de água no solo for ultrapassada. Quando a capacidade de retenção superficial do solo estiver esgotada, a água da chuva começa a escoar transportando partículas do solo. Se a intensidade da precipitação for menor que a taxa de infiltração, toda a água precipitada infiltrará no solo. McMilhan e Burgy (1960) definem interceptação como o processo de retenção da precipitação pela vegetação e a água da precipitação retida em depressões da superfície do solo, como poças e diques denominando-se armazenamento superficial. Villela e Mattos (1975) relacionam as características da chuva através da equação de chuva intensa que relaciona a intensidade máxima média de precipitação (mm/h), duração, período de retorno em anos (TR), freqüência, parâmetros relativos a localidade (k, a, b, c), para se aplicar em trabalhos de drenagem de superfície. 10 Segundo Oliveira et al. (2000), para obter estimativas de equações de chuvas intensas para algumas localidades do estado de GO, através da metodologia da desagregação de chuva de 24 h. Utilizou-se para cada estação uma série anual de valores extremos de chuvas, com os respectivos coeficientes apresentados na Tabela 1, permitindo gerar pontos suficientes para obter curvas de intensidade e duração referentes a diferentes períodos de retorno (TR). A variação da intensidade com a frequência é dada de acordo com a função de Gumbel: P= 1 - exp[ - exp ( - Y tr)] Onde: P = probabilidade de um valor extremo de a série ser maior ou igual á magnitude de um determinado evento; YTR = variável reduzida Onde: KTR = fator de X = evento extremo no decorrer do ano; = média dos valores extremos da média histórica, s= desvio padrão dos valores extremos da série histórica. Para um mesmo período de retorno: Que podem ser linearizadas pela aplicação da função logarítima: log (I n) = log D - c log(t+b) e log D = log K+ a log T R 11 Tabela 1 . Coeficientes de desagregação de dados pluviométricos da cidade de Goiânia no ano de 2000. duração 24h/1dia 12h/24h 10h/24h 8h/24h 6h/24h 1h/24h coeficientes 1,14 0,85 0,82 0,78 0,72 0,42 duração 30min/h 25mim/1 h 20min/1h 15min/1h 10min/1h 5min/1h coeficientes 0,74 0,91 0,81 0,70 0,54 0,34 Fonte: Oliveira et al, 2000. Tabela 2. Ajuste do parâmetro das equações de chuvas e respectivos coeficientes estatísticos para os municípios do estado de Goiás. Localidade K a B c R² ERM(%) Alvorada do 1018,591 0,1354 12,0 0,7598 0,9999 14,0 Alto Garças 873,374 0,1328 10,0 1,7418 0,9931 13,3 Aporé 1265,319 0,1368 15,0 0,7858 0,9975 10,3 Aruanã 1274,090 0,1520 12,0 0,7599 0,9998 11,0 Caiapônia 1138,151 0,1643 12,0 0,7599 0,9998 11,0 Campo 975,439 0,1643 12,0 0,7598 0,9998 12,0 Catalão 1018,591 0,1320 12,0 0,7600 0,9998 11,0 Ceres 959,621 0,1764 12,0 0,7601 0,9998 12,0 Goiânia 920,450 0,1422 12,0 0,7599 0,9998 13,0 Israelândia 1120,211 0,1598 12,0 0,7598 0,9947 5,6 Morrinhos 1003,460 0,1376 10,0 0,7418 0,9998 12,5 Niquelândia 972,299 0,1204 10,0 0,7420 0,9947 14,4 Norte Alegre Fonte: Oliveira et al, 2000. 12 De acordo com Oliveira et al. (2000), a relação intensidade-duração-frequencia com base nos dados pluviométricos se mostrou adequada, com valores de erro relativos médios menores que 14,4 %, permitindo sua utilização em locais onde não há disponibilidade de registros pluviométricos. Sales et al. (1999), descreveram que a capacidade de infiltração representa a intensidade máxima que o solo pode absorver da água da chuva em dada condição e tempo, sendo que este processo não é constante ao longo do tempo. Devido a uma chuva, a velocidade de infiltração é máxima no início do evento, e de acordo com as condições do solo a velocidade decresce rapidamente. A velocidade de infiltração gradualmente se aproxima de um valor mínimo e constante, sob chuva, e com o passar do tempo essa velocidade constante é denominada de velocidade de infiltração básica. (BERNARDO, 1989). Os fatores apontados como responsáveis pelas variações nos valores da velocidade de infiltração básica dos solos são: textura, estrutura, tamanho e disposição do espaço poroso, manejo do solo, mineralogia, umidade inicial para solos com argilas expansivas ( SALES ET AL, 1999). Para a execução de sistemas de infiltração de água pluvial deve-se determinar o coeficiente de permeabilidade(k), que corresponde a velocidade média de perlocação da água no solo , e taxa de infiltração (I), que representa o volume infiltrado por unidade de área em um determinado intervalo de tempo. Com estes coeficientes estima-se a área necessária para a execução de um sistema de infiltração. Para que um sistema de infiltração seja viável , o valor da taxa de infiltração deve ser suficiente para que o solo absorva o volume de água de chuva captado em um curto intervalo de tempo, sendo um período máximo de 6 a 12 horas de esgotamento do volume captado. Quanto menor o K do solo, menor é a viabilidade de execução de um sistema de infiltração de água de chuva, pois valores de “k” abaixo de 10 -6 cms/s correspondem a solos com permeabilidade muito baixa (SILVA, 2006). Therzagh e Peck (1967), afirmam que o grau de permeabilidade de um solo, pode ser classificado segundo o valor do coeficiente de permeabilidade que o mesmo apresenta, de acordo com a Tabela 2. 13 Tabela 2: Classificação do grau de permeabilidade segundo o coeficiente de permeabilidade (K) dos solos. Grau de Permeabilidade Valores de K (cm/s) Maiores que 10 –1 Elevado Médio 10 –1 a 10 –3 Baixo 10 –3 a 10 –5 Muito baixo 10 –5 a 10 –7 Praticamente Impermeável Menores que 10 –7 Fonte: LAMBE e WHITMAN (1979) Por métodos indiretos a Tabela 3 relaciona o grau de granulometria do solo com o coeficiente de permeabilidade (PINTO, 1998). Tabela 03: Valores freqüentes para coeficiente de permeabilidade (K) dos solos. Tipo de solo Permeabilidade (cms/s) Area grossa 0,4 Areia média 0,1 Pedregulho arenoso 0,01 Areia fina 40 x 10 –4 Pedregulho arenoso-siltoso 4 x 10 –4 Areia siltosa 1 x 10 –4 Silte 0,5 x 10 –4 Argila arenosa 0,05 x 10 –4 Argila siltosa 0,01 x 10 –4 Argila 0,001 x 10 –4 Argila coloidal 1 x 10 –7 Fonte: PINTO (1998) 14 Segundo a ABGE (1996) uma das formas de se obter os valores de taxa de infiltração de um solo é através do método ensaios “in loco”, realizados em furos de sondagem de mesma profundidade e situados sobre a mesma área que os sistemas de drenagem definitivo. Emprega-se a seguinte equação : Em que, I = taxa de infiltração (L/m² . min); V= volume infiltrado no intervalo de tempo (litros); S= área da superfície correspondente ao volume infiltrado (m²); ∆ T = intervalo de tempo (min). Assim, conhecendo-se a taxa de infiltração do solo local, estima-se a área do sistema de drenagem que infiltra um volume de projeto para um igual a 12 horas. Estudos desenvolvidos por Arcova et al. (2003) demonstraram que em florestas da Mata Atlântica, em média, 18,6% da precipitação foi interceptada pela floresta secundária, retornando à atmosfera na forma de vapor. Uma pequena quantia de 0,2% escorreu pelo tronco da árvore e 81,2%, alcançou o piso como precipitação interna, concluindo que as árvores possuem grande capacidade de reter água da chuva. Esta interceptação depende da intensidade da chuva, da densidade da cobertura vegetal e do intervalo entre precipitações. Os fatores que afetam a disponibilidade de água no processo de interceptação são aspectos da vegetação – Índice de Área Foliar, variações sazonais, natureza da superfície (rugosidade, repelência, arranjo das folhas e galhos) e aspectos meteorológicos – número e intervalo entre eventos de precipitação, intensidade da chuva, velocidade do vento durante e depois da chuva. Segundo Schumacher (1998) a floresta intercepta a água da chuva através das copas das árvores dominantes, do sub-bosque e também da serapilheira existente na superfície, a qual retém grande volume de água, liberando-a lentamente para os riachos, rios e 15 lagos, permitindo um abastecimento regular dos mesmos. Interceptando a chuva, uma parte da precipitação é evaporada das copas e outra parte infiltra através das raízes ou pelo escorrimento através dos troncos, enquanto a parte restante chega ao solo através dos gotejamentos das copas. A copa da árvore desempenha um papel fundamental quanto à distribuição da água das chuvas para o solo. Num ambiente urbano as árvores garantem estabilidade na temperatura, ventos, umidade, solos e luminosidade além de ser uma forma interessante de se contribuir para a melhoria dos sistemas de coletas de água pluvial, e da paisagem. A arborização da cidade representa uma importante contribuição para a preservação ambiental e qualidade de vida da comunidade, pois favorece o conforto térmico com a absorção do calor diurno e liberação do calor noturno, melhorando a umidade do ar e amenizando a poluição atmosférica e sonora. A escolha do tipo de árvore e a forma de plantio garantem o crescimento adequado das raízes, evitando que danifiquem o piso das calçadas e proporcionando maior sombreamento, proteção e conforto aos pedestres, além de embelezar o espaço urbano e valorizar o imóvel. Segundo Braga et al. (2002), compete aos três níveis governamentais da federação (União, estados e municípios), a elaboração de um plano diretor, sendo os municípios, o que maior competência possui, constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da política urbana. Além do plano diretor, o município possui um rol de instrumentos urbanísticos que compõem o arcabouço jurídico da gestão urbana, como a Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento); a Lei do parcelamento do solo urbano; o Código de obras; e o Código de posturas municipais. O Código de Postura Municipal é restrito as questões de interesse local notadamente aquelas referentes ao uso dos espaços públicos, ao funcionamento de estabelecimentos, à higiene e ao sossego público. Destacamos o seu conteúdo em relação a higiene e utilização do espaço público: trata das normas de limpeza e drenagem de logradouros, condições de trânsito, limpeza e conservação de terrenos baldios, muros e passeios, cemitérios e estradas municipais rurais. Como se pode perceber, trata-se de um instrumento de grande alcance e importante numa política municipal de meio ambiente, na medida em que permite regular atividades e coibir práticas ambientalmente inadequadas. O Código Brasileiro de Trânsito proíbe expressamente o estacionamento de veículos sobre as calçadas públicas. Nos terrenos público, quem constrói e mantém a calçada é a Prefeitura. Quando a calçada for danificada por raízes de árvores plantadas pela Prefeitura, competirá a esta substituir a espécie de árvore e executar os reparos. Alguns modelos de 16 calçada são indicados no código de posturas de Goiânia, dependendo da localização e da largura da calçada. Nas ruas locais dos bairros, as calçadas poderão ter faixas ajardinadas, seguindo as medidas mínimas indicadas pelo código para a população em geral. De acordo com o site: www.londrina.pr.gov.br (2007), cerca de 15% da população apresenta de forma permanente ou transitória alguma dificuldade de locomoção, em conseqüência de deficiências motoras, visuais ou mentais, além de idosos e gestantes, são prejudicadas pela falta de acessibilidade gerada pelos constantes obstáculos existentes nos percursos de nossas calçadas. A calçada ideal é aquela que oferece condições de um caminhar seguro e confortável, proporcionado pela escolha de pisos adequados, ausência de obstáculos, sem degraus entre os terrenos, com o mobiliário urbano e a vegetação disposta de forma a não atrapalhar o pedestre. Segundo Lourinho (2007), vereador de São Paulo apresenta uma proposta de unir a permeabilidade do solo a padrões estéticos adotado nas maiores e mais desenvolvidos cidades brasileiras, com a finalidade de disciplinar o crescimento da cidade. O projeto permite que as futuras áreas residenciais do município possam adotar o sistema de “calçadas ecológicas” já em funcionamento em grandes cidades brasileiras como Cianorte, Guarujá, Santos e várias outras, principalmente na região Sul do país. As principais vantagens são que tais calçadas facilitam o trânsito de pedestres e portadores de necessidades especiais, assegurando-lhes o devido espaço para circulação desrespeitado hoje em dia por grande parte da população. Além disso, ao mesclar concreto e gramíneas, o projeto pode reduzir os investimentos iniciais e resultar em nova fonte de renda para outros munícipes, além de facilitar a captação das águas das chuvas pelo solo. O código de posturas de Goiânia menciona as características das calçadas verdes no capítulo V, seção I,III,V; capítulo VII, seção I e II e no capítulo X. 3 METODOLOGIA Inicialmente, o trabalho foi desenvolvido através de consultas a artigos acadêmicos, pesquisas em internet e bibliotecas, legislações pertinentes e em contatos com entidades, órgãos estaduais e municipais. Por ser um assunto novo, houve uma certa dificuldade em se levantar bibliografias. 17 Na segunda fase foi realizada com visitas técnicas aos locais, bairros Sul e Jaó, pertencentes a cidade de Goiânia, em que foram verificadas as situações dos calçamentos ali existentes. Situações resgistradas através de fotos ilustrativas e de anotações, juntamente com entrevistas feitas com os moradores locais para complementar a situação existente. Tendo em vista que os objetivos da pesquisa foram determinados procurando-se analisar a situação real do calçamento ali existente com fotos ilustrativas, e por consulta direta aos moradores , por meio de entrevistas, permitindo ao entrevistado manifestar suas opiniões e argumentos sobre o tema exposto. Não foi seguida uma metodologia padrão para a formulação da entrevista , porem as seguintes etapas foram previstas: A entrevista feita com os moradores foi simples , com perguntas específicas ligadas ao tema do trabalho, e que permitia uma interpretação objetiva. Objetivou-se caracterizar o conhecimento dos moradores a respeito do tema, com base na situação existente no local ,calçadas ecológicas ou não ecológicas. Com isto objetivou-se saber se os moradores possuíam algum interesse sobre o tema, e se os mesmos que não se enquadrassem na realidade, se propusessem a alterá-la ( reforma da calçada , troca de pavimento, implantação de uma arborização adequada ou ajardinamento). Finalizando foram organizadas as informações, com as respectivas fotos ilustrativas chegando-se a uma conclusão esperada. As informações recebidas foram utilizadas apenas com a finalidade acadêmica. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Uma pesquisa do Ministério das Cidades, efetuada em 437 municípios brasileiros com mais de 60 mil habitantes, aponta que 35% da população se desloca a pé para o trabalho, 32% em transporte público, 28% de automóvel, 3% de bicicleta e 2% de moto. Esses números mostram que o passeio público é utilizado diariamente por grande parte da população. Por outro lado, um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA), entidade subordinada ao Ministério do Planejamento, aponta que nove entre cada mil paulistanos já caíram na rua por falta total de conservação. Outro estudo realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, o Pro Teste, e pela Associação Médica Brasileira (AMB) em quatro hospitais da capital mostravam que 30% dos pacientes atendidos nos setores de ortopedia foram vítimas de calçadas mal conservadas. As quedas e tropeços são causadas principalmente por buracos e 18 inclinações. Apesar da maior participação dos pedestres na circulação viária, o fato é que as calçadas não cumprem seu papel de proteção aos cidadãos que nelas circulam, sem falar nos sérios problemas enfrentados pelos deficientes físicos. Além dos buracos, outros fatores como desníveis e fios expostos, entradas e saídas de carros sem sinalização, falta de itens de segurança como faixas de travessia e passarelas e inexistência de corredores de ônibus na maioria das localidades são outros riscos que o pedestre tem pela frente no seu dia a dia. Muitas calçadas encontram-se em condições precárias, atrapalhando a livre circulação dos pedestres, onde as mesmas encontram-se com diversos problemas desde a falta de um simples pavimento até obstrução total por entulhos oriundos de diversos fins. A calçada desenvolve um papel de caráter humano e social a população das cidades e conseqüentemente protege o pedestre e o meio ambiente. A idéia deste trabalho é que o cidadão possa resgatar o hábito de andar na calçada com conforto, praticidade e segurança. Surge então o conceito de calçadas ecológicas onde há a integração dos seguintes elementos: vegetação, piso drenante, piso tátil e disposição de equipamento públicos harmoniosos. Um projeto de calçada verde, consiste no plantio de árvores, arbustos, forração vertical ( hera e unha de gato, por exemplo) e grama de forma organizada. A copa das grandes árvores minimiza a massa contruida das cidades, propiciando sombriamento e ambientes mais frescos. Os arbustos e trepadeiras plantados em muros, viadutos e arrimos propiciam uma maior sensação de verde. O conjunto de árvores, arbustos e trepadeiras melhoram a qualidade ambiental, retendo o calor durante o dia e amortecendo o calor durante a noite, sendo que estas calçadas contribuem para uma variação de temperatura menor e consequentemente uma população mais saudável. Nas calçadas ecológicas o uso do piso especialmente desenvolvido com material drenante é fundamental, pois permite a drenagem das águas pluviais e alimenta o lençol freático, diminuindo assim o efeito das enchentes nas grandes cidades. O piso tátil de alerta e direcional, e a rampa de acesso, são equipamentos que permitem a entrada, acesso e permanência com segurança e autonomia de pessoas com deficiência ou com dificuldade de locomoção, tais como idosos e gestantes, que devem conter no projeto de calçadas ecológicas, tornando-as acessíveis.O mobiliário urbano é fundamental para convidar a população ao convívio e ao passeio nas calçadas. A iluminação deve ser estruturada de forma estratégica para ressaltar pontos focais e belos caminhos ao longo do passeio, além de sinalizar e proporcionar segurança no período noturno. Equipamentos como um ponto de ônibus e um totem telefônico devem trazer harmonia e linguagem comum ao 19 conjunto da calçada. A largura da calçada é um fator importante, pois dependendo de seu tamanho pode ser ou não convidativa e agradável ao convívio.Quanto maior for a largura melhor será para a proteção dos pedestres e para a existência de vegetação, favorecendo a paisagem urbana e o conforto visual. Calçadas com largura inferior a 2m não permitem vegetação e obrigam o adensamento de postes de iluminação e de comunicação visual, atrapalhando o caminho de quem passa. O ideal de largura mínima da calçada é de 2,5 metros. No setor sul, foi observado nos locais visitados uma grande variedade de ajardinamentos nos calçamentos, principalmente nos condomínios, com uma arborização urbana adequada tanto ao calçamento quanto a rede elétrica. Quanto ao pavimento permeável observou-se uma grande utilização de blocos entretravados nos parques como o Areião e utilização tímida, porém crescente de blocos concregramas em estacionamentos de pontos comerciais. No total de 20 estabelecimentos visitados no setor Sul apenas 06 estabelecimentos utilizaram a técnica da calçada ecológica, obedecendo aos padrões do uso de pavimentos permeáveis, com rampa de acesso para portadores de necessidades especiais, com uma arborização adequada, e ajardinamentos. Porém não foram observados piso tátil para deficientes visuais. Os 14 estabelecimentos restantes não obedeciam os padrões de uma calçada ecológica, onde foram observados: 10 estabelecimentos com o calçamento totalmente revestido com pavimento impermeável, tais como cimento, concreto e rejunto com pedras ornamentais. A arborização quando ali existia, não estava adequada com o local em que as espécies estavam com podas mal conduzidas de desobstrução de fiação e ate mesmo com projeção de copa sob a calçada, atrapalhando o trânsito de pedestres. Os 04 estabelecimentos restantes não possuíam também um calçamento com pavimento permeável, e o calçamento estava obstruído por entulhos de contrução civil, e resíduos orgânicos, provenientes de limpeza de jardins. E também virificou-se que o calçamento ali existente estava muito danificado devido a raízes das árvores e ate mesmo pela falta de manutenção por parte dos moradores, onde as mesmas estavam esburacadas, faltando pisos e ajardinamento. Das trinta pessoas entrevistada no bairro Sul apenas 06 pessoas sabiam o que era uma calçada ecológica, e adotam em suas residências ou condomínio, sendo ambas com cursos superiores. O restante que não sabiam o que era uma calçada ecológica, após a informação, 09 pessoas predispôs em alterar suas calçadas, com a utilização de jardins e com exemplares da arborização urbana, mas não com pavimentos permeáveis e duas, além das 20 faixas de vegetação predispôs a alterar o calçamento com pavimento permeável. Destas onze pessoas entrevistadas, oito possuem curso superior e apenas três são estudantes. As treze pessoas restantes que não sabiam o que era uma calçada ecológica, e com as informações dadas, não alterariam seus calçamentos existentes, alegando fatores financeiros, dificuldade de manutenção e até mesmo por falta de interesse e por comodidade e praticidade em impermeabilizar todo o calçamento. Destas treze pessoas, dois são estudantes universitários e as outras onze possuem curso superior. No Setor Jaó, também foi observado uma grande variedade de ajardinamentos e arborização nos calçamentos residenciais, com uma arborização urbana adequada ao calçamento e a rede elétrica. Quanto ao pavimento permeável observou-se uma grande utilização de blocos entretravados nos parques como o Sabiá e Beija-Flor e uma utilização tímida de blocos entretravados nos calçamentos das áreas residenciais. No total de 20 estabelecimentos visitados no setor Jaó apenas 05 estabelecimentos utilizaram a técnica da calçada ecológica, obedecendo alguns padrões, como a utilização de pavimentos permeáveis, arborização adequada, e ajardinamentos. Porém não foram observados piso tátil para deficientes visuais. Os 15 estabelecimentos restantes não obedeciam os padrões de uma calçada ecológica, onde foram observados: 09 estabelecimentos com o calçamento revestido com pavimento impermeável, tais como cimento, concreto e rejunto com pedras ornamentais, porém em alguns casos o calçamento está intercalado com faixas de grama e com gramado nas laterais. A arborização quando ali existia, estava adequada com o local, observando-se em alguns casos a impermeabilização total da área de absorção do exemplar junto ao caule. Os 06 estabelecimentos restantes não possuíam também um calçamento com pavimento permeável, e o calçamento estava danificado, (tais como buracos, falta de pisos, pisos quebrados) e alguns obstruído por entulhos. As quatro fotos seguintes ilustram esta situação mencionada: Das trinta pessoas entrevistadas no bairro Jaó apenas 05 pessoas sabiam o que era uma calçada ecológica, e adotam em suas residências, sendo ambas com cursos superiores. O restante que não sabiam o que era uma calçada ecológica, após a informação, 15 pessoas predispôs em alterar suas calçadas com elementos que facilitam a absorção da água da chuva e amenizam o calor, tais como faixas de jardins, exemplares da arborização urbana, e pavimentos permeáveis. Destas quinze pessoas entrevistadas, 13 possuem curso superior e apenas duas são estudantes. As dez pessoas restantes que não sabiam o que era uma calçada ecológica, e com as informações dadas, não demonstraram nenhum interesse quanto ao tema 21 ou não alterariam seus calçamentos existentes, alegando apenas comodidade e praticidade em impermeabilizar todo o calçamento. Destas dez pessoas todas possuem curso superior. A implantação das medidas de controle ás inundações e a recarga do lençol freático é fundamental, e por isso deve estar pautada em um processo de discussão participativo, em que todos os interessados devem estar envolvidos de modo a se popularizar as técnicas e conhecimentos a respeito de drenagem urbana, que se começa com a utilização de pavimentos permeáveis em uma simples calçada ou interior de estabelecimentos. Tais discussões se dá com trabalhos de educação ambiental, artigos publicados, propagandas dentre outros. Com este trabalho publicado, observa-se que o tema calçadas ecológicas é muito recente, apesar de envolver situações corriqueiras como inundações, prejuízos econômicos, falta de água. Por isto a dificuldade em se levantar materiais, pois este objeto de estudo esta sendo colocado em prática a pouco tempo(pavimentos permeáveis), e por ser um assunto que em muito das vezes é desconhecido por parte da população e até mesmo pelas autoridades e profissionais. Observa-se que com a crescente preocupação com o meio ambiente, a prefeitura de Goiânia tem se sensibilizado quanto a infiltração, adotando na construção dos parques da capital, assim como na reforma dos mesmos, pavimentos permeáveis como os blocos entretravados, que são utilizados em pistas de Cooper e estações de lazer . Outro ponto verificado se refere quanto a arborização dos bairros em que a prefeitura, em especial o departamento de arborização urbana da Agência Municipal do Meio Ambiente, se mostrou como criteriosa, dando prioridade a espécies nativas da região, assim como exemplares adequados para cada situação, como por exemplo , calçamentos mais estreitos e com rede elétrica, onde há arborização de pequeno porte com a utilização de espécies nativas como a quaresmeira(Tibouchina granulosa Cogn.), Bauinia-lilas (Bauinia Variegata L.) e exóticas como o ipê de jardim (Tecoma stans (L.) H.B.K), Cafezinho(Rhamnidium elaeocarpus), Aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius Raddi), Murta (Muraia exótica), dentre outras , e calçamentos mais largos e desprovidas de rede elétrica, onde há uma arborização de grande porte com espécies nativas como o Ipê rosa(Tabebuia pentaphylla Hemsl.), Ipê amarelo(Tabebuia ochracea Standl.) e Ipêroxo(Tabebuia impetiginosa), jacarandá mimoso(Jacarandá mimosaefolia), angico-branco (Albisia hasslerii(Chodat.)Burr.), painera (Chorisia speciosa), nó-de-porco (Phisocalima scaberrimum Pohl), dentre outras, além de algumas espécies exóticas como o oiti ( Licania tomentosa Benth), pau-ferro(Caesalpinia férrea), jambo-do–pará(Syzygium malaccense), 22 Lanterneiro (Lophantera lavtescens) dentre outras. A utilização dos blocos concregramas está crescente se sobressaindo em estacionamentos de pontos comerciais, principalmente no bairro Sul de Goiânia. Os pavimentos permeáveis por serem utilizados há pouco tempo na capital, tem dispertado a atenção dos moradores pois num total de quarenta estabelecimentos visitados nos dois bairros, onze utilizavam tais pavimentos, e os outros vinte e nove pontos, encontrou-se calçadas impermeabilizadas, sendo algumas danificadas. Isto se dá devido ao mal costume dos profissionais no passado e da própria população em impermeabilizar todo o calçamento devido a praticidade. Goiânia por ser conhecida como uma cidade arborizada e ajardinada, com praças, ilhas, avenidas e parques floridos e sombreados, a população tem o hábito de plantar em seus quintais, e em suas calçadas, fator verificado em quase todos os locais pesquisados, mesmo encontrando pavimentos totalmente impermeáveis. Esta herança dos jardins goianienses com muita topiaria, se baseia nos jardins ingleses e franceses do século XVII. A arborização e os jardins encontrados nos calçamentos dos bairros é muito útil para a cidade, pois influencia diretamente na qualidade de vida da população, como obtenção de frutas, sombra e umidade, sensação de prazer e bem estar para a mesma, além das copas das árvores amortecer a chuva. Verificou-se com as entrevistas que o conhecimento ao tema proposto, assim como a futura implantação do calçamento verde, independe da formação escolar e superior dos moradores. A prefeitura em parceria com profissionais da construção civil como arquitetos, geólogos, engenheiros, dentre outros devem desempenhar juntamente com a população uma educação ambiental enfocando este tema, de maneira que as calçadas ecológicas possam fazer parte do cotidiano das construções na capital, modelo já utilizado pelas cidades mais desenvolvidas do país. Um ponto negativo observado é a questão da utilização dos pisos táteis para portadores de deficiência visual, inexistente em todos os pontos de calçamentos visitados, e o desinteresse de uma pequena parcela de entrevistados com relação ao assunto, cerca de 38%. 23 SETOR JAÓ Figura 01 e 02 : Exemplo de calçadas ecológicas, mostrando uma grande extensão de área permeável, composta por faixas de grama entre o pavimento, e por gramado. Figura 03: Exemplo de calçadas ecológicas, onde se observa pavimento permeável (entretravado), e área de infiltração composta por gramado. Figura05: Exemplo de pavimento permeável (entretravado) no parque Beija-flor. Figura 04: Exemplo de calçada, onde se observa faixa de gramas entre o pavimento. Figura 06:Exemplo de uma calçada intransitável, desrespeito ao pedestre. 24 SETOR SUL Figura 07: Exemplo de concregrama utilizado em estabelecimento comercial. Figura 09: Exemplo de uma calçamento danificado, desrespeito ao pedestre. Figura 11: Exemplo de uma calçada Ecológica, com uma arborização adequada, e com pavimento permeável (entretravado) Figura 08: Exemplo de calçamento totalmente impermeabilizado. Figura 10: Exemplo de um calçamento com faixas de jardim, e com uma Arborização adequada a rede elétrica. Figura 12: Exemplo de um calçamento com faixas de jardim entre e nas laterais do pavimento. 25 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Foram alcançados os objetivos, uma vez que informou uma pequena parcela dos moradores dos bairros pesquisados sobre as vantagens de uma calçada ecológica, e o que ela favorece no contexto urbano, colocando os moradores a par de situações causada pela ausência de um calçamento adequado. E também quanto a situação da arborização urbana ,assim como dos canteiros e floreiras presentes nos calçamentos dos estabelecimentos visitados, característica de uma calçada verde, principalmente encontrado no bairro Jaó, tipicamente residencial. Espera-se com este trabalho, ter contribuído para um melhor entendimento em relação impermeabilização do solo, assim como um ambiente mais agradável para a população, permitindo traçar cenários de construção confiáveis, estabelecendo controle de inundações urbanas provenientes da crescente ocupação e impermeabilização desordenada do solo.Enfim, informar e traçar pontos de planejamento de sistema de drenagem e infiltração natural, integrando com o crescimento das cidades.Pontos que envolvem o conforto da população, o respeito ao meio ambiente, controle de inundações e principalmente a recarga do lençol freático. Espera-se com isto, que novos trabalhos introduzam uma análise mais profunda e outros aspectos de análise em relação ao tema discutido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCOVA, F.C.S; Cicco, V; Rocha, P.A.B. Precipitação efetiva e interceptação das chuvas por floresta deMata Atlântica em uma microbacia experimental em Cunha – São Paulo. 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Calçadas ecológicas disponível no site: <www.diariodefato.com.br>, acessado em outubro de 2007. SOUZA PINTO, N. L; Holtz, A. C. T; Martins, J. A.; Gomide, F. L. S. 2. Hidrologia Básica. Edgard Blucher, 1976: 278p. TUCCI, C.E.M. Drenagem Urbana. Cienc. Cult. vol.55 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2003 TUCCI, C. E. M.; BERTONI, J. C. (org). Inundações urbanas na América do Sul. Porto Alegre:, Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2003, 471 p. TUCCI, C.E.M. (2002) Controle de Enchentes, In: Tucci, C. E. M. (org): Hidrologia: Ciência e Aplicação, 3ª ed., Editora da Universidade, 621-652. TUCCI, C. E. M, Porto, R. L., Barros, M. T., Drenagem Urbana, Editora da Universidade, ABRH, Porto Alegre, 428 pg. TUCCI, C. E. M, et Al, (2001) Hidrologia – Ciência e Aplicação, Editora da Universidade, ABRH, Porto Alegre, 939 pg. TUCCI, C. E. M. (organizador). Hidrologia Ciência e Aplicação. Coleção ABRH de Recursos Hídricos, vol 4, EDUSP/ABRH, 1993: 943p. TUCCI, C. E. M; Porto, R. L.; Barros, M. T. 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