CALÇADAS ECOLÓGICAS: CONSTRUÇÃO E BENEFÍCIOS
SÓCIO-AMBIENTAIS
Rodrigo Braga de Almeida1
Osmar Mendes Ferreira2
Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental
Av. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3227-1351.
CEP: 74605-010 – Goiânia - GO.
Resumo
Este trabalho tem como objetivo relatar sobre a importância que as calçadas exercem no dia a
dia das pessoas, informando o papel que ela desempenha no meio ambiente e no contexto
urbano. Foi abordado o tema calçada ecológica, um tipo de construção que respeita o meio
ambiente, em que se utiliza pavimentos permeáveis, uma arborização urbana adequada,
canteiros de jardim ou de gramas, que contribuem para a infiltração da água da chuva e
recarga do lençol freático, diminuindo assim os problemas enfrentados pelas metrópoles no
que se refere a enchentes e suas conseqüências, um fenômeno bastante comum nas cidades
brasileiras. Dentro deste contexto se discute as calçadas inteligentes, que dão proteção,
conforto e segurança aos cidadãos que nelas circulam.Foram levantados para ilustrar o tema a
situação existente em alguns trechos dos calçamentos dos bairros Jaó e sul da cidade de
Goiânia, Go.
Palavras-chave: calçadas ecológicas, calçadas inteligentes, infiltração da água.
Abstract:
This work has as objective to tell on the importance that the sidewalk exerts in the day the day
of the people, informing the paper that it plays in the environment and the urban context. The
subject was boarded ecological sidewalk, a type of construction that respects the environment,
where if uses permeáveis floors, an adjusted urban arborization, seedbeds of garden or grams,
that contributes for the infiltration of the water of rain and recharge of the freático sheet, thus
diminishing the problems faced for the metropolises as for floods and its consequences, a
sufficiently common phenomenon in the Brazilian cities. Inside of this context if the sidewalk
argues intelligent, that they give protection, comfort and security to the citizens who nelas
circulam.Foram raised to illustrate the subject the existing situation in some stretches of the
stone pavements of the Jaó quarters and south of the city of Goiânia, Go.
Key- words: sidewalk ecological, sidewalk intelligent, infiltration of the water.
Goiânia, junho/2008
1
2
Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected])
Orientador Profº Msc. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás - UCG. ([email protected])
2
1 INTRODUÇÃO
Garantir com igualdade o direito de ir e vir a toda comunidade é um ato de
cidadania. É comum encontrarmos calçadas em condições precárias, que atrapalham ou até
impedem a circulação dos pedestres. Basta caminhar um pouco pela cidade de Goiânia para
encontrar diversos problemas, como: buracos, pedras e pisos soltos, degraus, desníveis ou
saliências, piso escorregadio, irregular ou trepidante, raízes expostas de árvores inadequadas,
veículos em cima do passeio, materiais de construção, entulho, lixo, produtos de lojas em
exposição, vendedores ambulantes, ou ainda equipamentos urbanos mal localizados.
Como a maioria das ruas, calçadas, quintais e espaços abertos da cidade estão
asfaltados ou cimentados, as águas das chuvas rapidamente escorrem para ralos, bocas de
lobos e em pouco tempo estão nos rios, sendo que, logo após as chuvas pararem, já
encontraremos nossas ruas e calçadas nos lugares mais altos secas e as baixadas alagadas.
Para evitar estes transtornos de enchentes e prejuízos econômicos devido a alagamentos com
perda de bens, propomos através deste trabalho alertar a população sobre a importância de se
implantar as calçadas verdes ou calçadas ecológicas.
A calçada ecológica que consiste em evitar a impermeabilização dos passeios
públicos e privados, através da implantação de material permeável como os concregramas,
entretravados e faixas de gramados ou jardins, juntamente com uma arborização adequada no
calçamento, fará com que a cidade fique valorizada no aspecto estético, quebrando um pouco
da frieza de nossas ruas, dando um charme à mesma, seguido de uma correta sinalização para
portadores de necessidades especiais, através dos pisos táteis contribuirá para o sucesso da
calçada ecológica. Neste sentido, este trabalho tem como o objetivo à informação da
importância em se obter um calçamento ecológico, ou seja, um calçamento permeável.
Essa pesquisa foi definida e justificada pelo fato de ser de grande importância para
nossas cidades, pois envolve situações corriqueiras, desde uma calçada intransitável, com uma
arborização inadequada, até uma inundação com grandes prejuízos econômicos. Além de ser
um modelo novo que envolve qualidade de vida, e respeito ao meio ambiente. Pode ser uma
solução para a reciclagem e destinação de materiais, que sem valor econômico se
transformariam em sucatas e entulhos, como exemplo os pneus.
Tal projeto tem como objetivo demonstrar as vantagens de uma calçada ecológica
baseada nas construções existentes nos setores Jaó e Sul de Goiânia. O projeto visa também à
3
comparação destas estruturas encontradas em determinados pontos destes setores, citando os
benefícios que este tipo de calçamento traz aos moradores. Tais informações obtidas poderão
ser exigidas pelos moradores aos profissionais (arquitetos e engenheiros) competentes,
durante a reforma ou construção deste equipamento público ou particular específico.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Mendes (2000), devido a um processo intenso de urbanização
durante as décadas de 1960 e 1970 ocorreu o surgimento no cenário urbano brasileiro,
nomeado de cidade legal e a cidade ilegal, gerando uma ocupação urbana diferenciada e
desigual, que por um lado conta com loteamentos regulares, infra-estrutura adequada e
serviços urbanos disponíveis (cidade legal), e de outro lado conta com loteamentos irregulares
de áreas alagáveis, com ausência de infra-estrutura urbana adequada, com o surgimento de
favelas e periferias situadas em área de risco (cidade ilegal).
No final dos anos cinqüenta mais de sessenta por cento da população estava no
campo, agora temos mais de setenta e cinco por cento da população na cidade, com muitos
desterritorializados de várias partes, que constituíram as imensas periferias, favelas e as
cidades precárias, irregulares e ilegais existentes em todas as localidades brasileiras
(ROLNIK, 1995, p. 8).
Segundo Carlos Tucci (2003), a freqüente ocorrência de invasões pela população
de baixa renda das áreas ribeirinhas pertencentes ao poder público, é devido a falta de
equipamentos urbanos e acesso dos mesmos a uma estrutura adequada, levando-os a ocupação
das áreas alagáveis.A subordinação dos sistemas das águas se deu devido a uma ocupação
informal das áreas alagáveis, com a implantação de avenidas marginais aos rios urbanos
desconsiderando sua compatibilidade com o meio.No Brasil este processo é muito comum,
baseado na adaptação da hidrografia ao sistema de mobilidade urbana, em que rios urbanos
sofreram intervenções drásticas de retificação de suas margens, muitas vezes por se tratar de
terreno barato, como exemplo as avenidas marginais aos rios Tietê e pinheiros em São Paulo.
Conforme Mendes et al (2000), a crescente impermeabilização do solo, ocupação
de fundos de vale e invasão de áreas de proteção permanente nos leva a refletir sobre o
processo de ocupação mencionado acima, a respeito da cidade legal e ilegal.
4
De acordo com Albrecht Hoffman (2000) o primeiro europeu a explicar as
inundações foi Konrad of Megenberg (1309-1374), em que citava que este fenômeno era
como erupções de águas armazenadas no solo. Durante a idade média as inundações eram
compreendidas como fenômenos seguidos por morte e ruína, e tal idéia teve extensão até o
século XVI, quando as inundações eram vistas como produto de forças celestiais ou um
julgamento divino, pensamento que modificou aos longos dos anos, devido ao entendimento
das causas e efeitos das mesmas.
Segundo Reis (2005), com o desenvolvimento urbano há um aumento do
escoamento superficial, causando maiores cheias urbanas, devido ao desequilíbrio do balanço
hídrico nas cidades, exigindo-se assim que sejam implementados sistemas de drenagem
sustentáveis e de controle na fonte.As inundações nos grandes centros urbanos são recentes
devido a tradicional forma das obras de canalizações, e de intensa impermeabilização
produzida pelo tipo de desenvolvimento urbano após 1960. Segundo dado do IBGE (2000) e
World Bank Group (2002) houve no Brasil a partir de 1970, explosiva migração da população
rural para o meio urbano, de acordo o que mostra a Tabela 1.
Tabela 1: Evolução do crescimento urbano brasileiro (em milhões)
ano
1940
1950
1960
1970
1980
1991
1996
2002
Pop. urbana
12,88
18,78
31,30
52,08
80,44
110,99
123,08
143,50
Pop. Rural
28,36
33,16
38,77
41,05
38,57
35,83
33,99
31,50
Fonte: FNUAP (2002) World Bank Group (2002)
Com o progresso urbanístico, há uma influência nos recursos hídricos,
principalmente ao que se refere ao equilíbrio natural existente nos fatores qualitativos e
quantitativos do ciclo hidrológico, pois as ações antrópicas originam grandes superfícies
impermeáveis, que provocam aumento do volume de escoamento superficial e juntamente com
ocupações indevidas de áreas de risco, falhas no processo de coleta e disposição do lixo, dentre
outros, geram prejuízos significativos para toda a sociedade, devido a cheias urbanas.As
medidas de controle sustentáveis que minimizem os impactos da urbanização devem ser
introduzidas para promoverem a infiltração da água da chuva no solo. (REIS 2005).
As redes de drenagem urbana convencionais apresentam alguns problemas como o
5
transporte de contaminantes advindos do escoamento superficial; o transporte do esgoto
doméstico interligados de forma clandestina e construção excessiva de canais e condutos que
apenas transferem os problemas de inundações de um local peara outro dentro da cidade
(TUCCI, 2003). Em Goiânia com a função de amortecer as vazões de água da chuva no
sistema de drenagem urbana, houve o desenvolvimento de sistemas alternativos de drenagem
na fonte, dentre eles a execução de poços de infiltração no sistema predial de água pluvial.
No final do século XVIII surgiu o conceito de sanitarista, onde tudo que oferecesse
risco a saúde humana deveria ser transportado para fora dos centros urbanos, e em meados de
1970 surge o conceito de ambientalista, com o início do desenvolvimento sustentável,
idealizando o tratamento dos problemas de drenagem urbana na fonte que é gerado, e o
tratamento dos efluentes pluviais (SILVEIRA, 2001).
De acordo com Tucci (2003), o escoamento pluvial pode produzir inundações de
áreas ribeirinhas e inundações devido à urbanização. A primeira consiste devido a oscilações
de natureza climática em que a seção ocupada pelo volume escoado em um rio tende a
extravasar suas margens (leito menor) e ocupar o leito maior, atingindo as habitações
localizadas entre estes leitos, denominada de área de risco. As medidas a serem adotadas são
de cunhos não estruturais como a conscientização da população. Devido a ocupação deste
leito os impactos das inundações tornam-se freqüentes, e se acentua com alguns fatores, como
a impermeabilização do solo e aumento de escoamento por canais; a desorganização na
implantação da infra estrutura urbana; o aumento da deposição de sedimentos em função da
desproteção das superfícies e deposição de resíduos sólidos que obstruem rios e canais. Já as
inundações ocasionadas pelo processo de urbanização se dão devido a um acentuado
acréscimo no pico da vazão proporcionado pelo aumento da impermeabilização, gerando um
volume em excesso de água em um curto intervalo de tempo com o escoamento superficial.
Souza (2000), define que de acordo com Andrade (2004) podemos combater as
enchentes utilizando-se de duas frentes, uma que atue na diminuição da ocorrência (medidas
estruturais) e outra que busque a redução das perdas (não estruturais). Esta última pode ser
citada as medidas de zoneamento das áreas de risco; planejamento do uso do solo; sistemas de
previsão e alerta; seguro contra enchentes; evacuação temporária da área da várzea; aumento
da capacidade de escoamento do canal; e controle da erosão e reflorestamento.
O planejamento do uso e ocupação do solo é importantíssimo, pois diz respeito de
como as áreas determinadas pelas medidas de zoneamento devem ser ocupadas. Um
percentual mínimo de área permeável deve ser mantido para proporcionar a infiltração e
6
dificultar o escoamento superficial. As medidas estruturais constituem-se em obras da
engenharia hidráulica implementadas para mitigar os impactos causados pelas enchentes, e as
extensivas são as medidas que agem na bacia, fazendo com que através de medidas físicas
diretas possam reduzir o coeficiente de escoamento e diminuir os efeitos da erosão e como
conseqüência a diminuição dos riscos de enchente.
Exemplos de obras de medidas extensivas podem ser o controle da cobertura
vegetal, obras de micro-drenagem, obras que aumentem a capacidade de infiltração e de
percolação (pavimentos permeáveis, valos de infiltração, bacias de percolação, dispositivos
hidráulicos permeáveis e etc.), armazenamento (telhados) e o controle da erosão do solo.
A vegetação exerce nas áreas das bacias a função de interceptação de parte da
precipitação, em que retém a água principalmente nas copas arbóreas. Quanto menor a
cobertura vegetal, menor a infiltração e maior o volume de água que irá escorrer
superficialmente, ocasionando a erosão, destruindo e desagregando o solo, e enchendo os
cursos d’água de detritos que irão impedir ou dificultar seu escoamento.
A capacidade de interceptação da água da chuva pela vegetação está relacionada
às características da cobertura vegetal, como tipo, forma e densidade, e é inversa ao volume e
duração das chuvas, pois quanto mais intensas e/ou mais longas as chuvas, menor a
capacidade relativa de interceptação.
Com a erosão há um transporte de sedimentos que com o tempo vão se
acumulando nos leitos dos rios, nas redes de afluentes e nos sistemas de drenagem construída
causando assoreamento e como conseqüência o aumento do nível da base dos rios e
diminuição da capacidade de vazão da rede de afluentes e do sistema de drenagem construída,
causando inundações nas cidades com prejuízo para as pessoas que habitam as áreas
ribeirinhas.
Tucci e Guenz (1995) aconselham que nos projetos de residências, quantos de
equipamentos urbanos, maximizem as áreas vegetadas, tais com jardins, pomares, passeios,
praças, parques entre outros, diminuindo o coeficiente de impermeabilização, pois o custo
financeiro para implantação do sistema de drenagem urbana é diretamente proporcional ao
volume de águas pluviais a escoar. As principais vantagens das obras que aumentam a
capacidade de infiltração e percolação da bacia constituem-se no aumento da recarga, redução
da ocupação em áreas com lençol freático baixo, preservação da vegetação natural, redução da
poluição transportada para os rios, redução das vazões máximas a jusante e a redução máxima
7
dos condutos.
Como exemplo temos as calçadas verdes, com faixa de grama ou pedregulho que
melhoram a absorção das águas pluviais. O pavimento permeável tem como vantagem a
redução do escoamento superficial previsto com relação à superfície impermeável; redução
dos custos do sistema de drenagem pluvial e da lâmina de água de estacionamentos e
passeios. Este tipo de pavimento é uma medida estrutural que pode ser utilizado em passeios,
estacionamentos, quadras esportivas e ruas de pouco trafego, e tem como desvantagem a
manutenção do sistema para evitar que fique colmatado com o tempo, maior custo direto de
construção sem considerar os benefícios de redução de condutos e contaminação dos
aqüíferos (TUCCI E GUENZ, 1995).
Segundo Costa Junior (2006) a ocupação e impermeabilização dos centros
urbanos causam impactos no meio ambiente, como: modificação do ciclo hidrológico, que
geram eventos, dentre eles inundações urbanas. Para minimizar este evento como medida de
controle local utilizam-se pavimentos permeáveis e microreservatórios de retenção dentre
outros. Os pavimentos permeáveis são superfícies porosas ou perfuradas que permitem a
infiltração de parte do escoamento superficial. Como exemplo de pavimentos permeáveis são
os blocos vazados, intertravados, concregramas, que são assentados diretamente sobre o solo
natural compactado (SILVA, 2005).
Araújo (1999) classifica os pavimentos permeáveis em três tipos: pavimento de
asfalto poroso, de concreto poroso e de blocos de concreto perfurado preenchido de areia ou
grama. Os pavimentos porosos possuem uma camada de revestimento executada de forma
similar aos pavimentos convencionais, mas com a retirada da fração de areia fina da mistura
dos agregados do pavimento. Os pavimentos permeáveis devem ser compostos por duas
camadas de agregados de diferentes granulometrias sob a camada de pavimento permeável
propriamente dito, em que o escoamento infiltra no revestimento poroso, passando por um
filtro de agregados finos de espessura de 2,5 cm, indo para um reservatório de britas mais
profundo, dimensionado de acordo com uma vazão de projeto (ARAÚJO et.al, 2000).
Os seguintes parâmetros que possibilitam a instalação deste tipo de equipamento
devem ser considerados: tipo do solo, nível da água e do lençol freático, profundidade da
camada impermeável do solo, aceitação por parte dos moradores, área livre dos lotes,
topografia e custos envolvidos (COSTA JÚNIOR et al, 2006).
8
Figura 01: Concregrama utilizado em
estacionamento.
Figura 02: Pavimento permeável em forma de
entretravado utilizado em aeroporto
Fonte:Paviarte,2008
Figura 03: Pavimento permeável em forma de entretravado utilizado em calçadas
Fonte:Paviarte,2008
Os códigos de obras e edificações na maioria das vezes são cumpridos na
elaboração de projetos visando a liberação da obra. O código de edificações – Lei n° 5062 de
1975, em Goiânia, determina que toda edificação tenha uma área reservada a permeabilidade,
de acordo com a zona onde está inserida, com percentual de área definida. Mas os
proprietários quase sempre alteram a edificação para atenderem suas necessidades,
pavimentando a área permeável após o “habite-se”.
Segundo Tucci (2003) muitas cidades do Brasil e do mundo possuem um grande
9
problema em comum, que são os sistemas de drenagem de água de chuva defeituosos,
ineficientes, mal projetados ou ultrapassados em que alguns desses sistemas trabalham no
limite.
Molim et al. (2007), elaboraram estudos na área de drenagem urbana e captação
de água da chuva, com o objetivo de tornar as cidades mais permeáveis, chegando a conclusão
de que a captação de água de chuva em cisternas, por exemplo, levaram o município de São
Paulo a implantar tal medida como lei municipal. Outros estudos tratando uso de “green
roofs” ou telhados verdes, que seriam pequenos jardins nos tetos das residências de forma a
interceptar as chuvas e ainda proporcionar um embelezamento da região. Também existem
medidas que tornam a cidade mais permeável através da criação quintais gramados, parques,
jardins ou mesmo calçadas gramadas, ou seja , áreas de solos expostos.
Silva et al. (2006), relatam que as estimativas de vazões máximas de escoamento
superficial é fundamental em bacias hidrográficas de ocupação urbana, assim como em
projetos de controle de erosão e inundações. Do volume total precipitado, uma parte é
interceptada pela vegetação, enquanto o restante atinge a superfície do solo, em que as poças
da água nas depressões existentes nas superfícies do solo, ocorrem quando a intensidade de
precipitação excede a taxa de infiltração, ou quando a capacidade de armazenamento de água
no solo for ultrapassada.
Quando a capacidade de retenção superficial do solo estiver esgotada, a água da
chuva começa a escoar transportando partículas do solo. Se a intensidade da precipitação for
menor que a taxa de infiltração, toda a água precipitada infiltrará no solo. McMilhan e Burgy
(1960) definem interceptação como o processo de retenção da precipitação pela vegetação e a
água da precipitação retida em depressões da superfície do solo, como poças e diques
denominando-se armazenamento superficial.
Villela e Mattos (1975) relacionam as características da chuva através da equação
de chuva intensa que relaciona a intensidade máxima média de precipitação (mm/h), duração,
período de retorno em anos (TR), freqüência, parâmetros relativos a localidade (k, a, b, c),
para se aplicar em trabalhos de drenagem de superfície.
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Segundo Oliveira et al. (2000), para obter estimativas de equações de chuvas
intensas para algumas localidades do estado de GO, através da metodologia da desagregação
de chuva de 24 h. Utilizou-se para cada estação uma série anual de valores extremos de
chuvas, com os respectivos coeficientes apresentados na Tabela 1, permitindo gerar pontos
suficientes para obter curvas de intensidade e duração referentes a diferentes períodos de
retorno (TR). A variação da intensidade com a frequência é dada de acordo com a função de
Gumbel:
P= 1 - exp[ - exp ( - Y tr)]
Onde:
P = probabilidade de um valor extremo de a série ser maior ou igual á magnitude
de um determinado evento;
YTR = variável reduzida
Onde:
KTR = fator de
X = evento extremo no decorrer do ano;
= média dos valores extremos da média histórica,
s= desvio padrão dos valores extremos da série histórica.
Para um mesmo período de retorno:
Que podem ser linearizadas pela aplicação da função logarítima:
log (I n) = log D - c log(t+b) e log D = log K+ a log T R
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Tabela 1 . Coeficientes de desagregação de dados pluviométricos da cidade de Goiânia no ano
de 2000.
duração
24h/1dia
12h/24h
10h/24h
8h/24h
6h/24h
1h/24h
coeficientes
1,14
0,85
0,82
0,78
0,72
0,42
duração
30min/h
25mim/1 h
20min/1h
15min/1h
10min/1h
5min/1h
coeficientes
0,74
0,91
0,81
0,70
0,54
0,34
Fonte: Oliveira et al, 2000.
Tabela 2. Ajuste do parâmetro das equações de chuvas e respectivos coeficientes estatísticos
para os municípios do estado de Goiás.
Localidade
K
a
B
c
R²
ERM(%)
Alvorada do
1018,591
0,1354
12,0
0,7598
0,9999
14,0
Alto Garças
873,374
0,1328
10,0
1,7418
0,9931
13,3
Aporé
1265,319
0,1368
15,0
0,7858
0,9975
10,3
Aruanã
1274,090
0,1520
12,0
0,7599
0,9998
11,0
Caiapônia
1138,151
0,1643
12,0
0,7599
0,9998
11,0
Campo
975,439
0,1643
12,0
0,7598
0,9998
12,0
Catalão
1018,591
0,1320
12,0
0,7600
0,9998
11,0
Ceres
959,621
0,1764
12,0
0,7601
0,9998
12,0
Goiânia
920,450
0,1422
12,0
0,7599
0,9998
13,0
Israelândia
1120,211
0,1598
12,0
0,7598
0,9947
5,6
Morrinhos
1003,460
0,1376
10,0
0,7418
0,9998
12,5
Niquelândia
972,299
0,1204
10,0
0,7420
0,9947
14,4
Norte
Alegre
Fonte: Oliveira et al, 2000.
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De acordo com Oliveira et al. (2000), a relação intensidade-duração-frequencia com
base nos dados pluviométricos se mostrou adequada, com valores de erro relativos médios
menores que 14,4 %, permitindo sua utilização em locais onde não há disponibilidade de
registros pluviométricos.
Sales et al. (1999), descreveram que a capacidade de infiltração representa a
intensidade máxima que o solo pode absorver da água da chuva em dada condição e tempo,
sendo que este processo não é constante ao longo do tempo. Devido a uma chuva, a
velocidade de infiltração é máxima no início do evento, e de acordo com as condições do solo
a velocidade decresce rapidamente. A velocidade de infiltração gradualmente se aproxima de
um valor mínimo e constante, sob chuva, e com o passar do tempo essa velocidade constante
é denominada de velocidade de infiltração básica. (BERNARDO, 1989). Os fatores apontados
como responsáveis pelas variações nos valores da velocidade de infiltração básica dos solos
são: textura, estrutura, tamanho e disposição do espaço poroso, manejo do solo, mineralogia,
umidade inicial para solos com argilas expansivas ( SALES ET AL, 1999).
Para a execução de sistemas de infiltração de água pluvial deve-se determinar o
coeficiente de permeabilidade(k), que corresponde a velocidade média de perlocação da água
no solo , e taxa de infiltração (I), que representa o volume infiltrado por unidade de área em
um determinado intervalo de tempo. Com estes coeficientes estima-se a área necessária para a
execução de um sistema de infiltração. Para que um sistema de infiltração seja viável , o valor
da taxa de infiltração deve ser suficiente para que o solo absorva o volume de água de chuva
captado em um curto intervalo de tempo, sendo um período máximo de 6 a 12 horas de
esgotamento do volume captado. Quanto menor o K do solo, menor é a viabilidade de
execução de um sistema de infiltração de água de chuva, pois valores de “k” abaixo de 10
-6
cms/s correspondem a solos com permeabilidade muito baixa (SILVA, 2006).
Therzagh e Peck (1967), afirmam que o grau de permeabilidade de um solo, pode
ser classificado segundo o valor do coeficiente de permeabilidade que o mesmo apresenta, de
acordo com a Tabela 2.
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Tabela 2: Classificação do grau de permeabilidade segundo o coeficiente de
permeabilidade (K) dos solos.
Grau de Permeabilidade
Valores de K (cm/s)
Maiores que 10 –1
Elevado
Médio
10 –1 a 10
–3
Baixo
10 –3 a 10
–5
Muito baixo
10 –5 a 10
–7
Praticamente Impermeável
Menores que 10 –7
Fonte: LAMBE e WHITMAN (1979)
Por métodos indiretos a Tabela 3 relaciona o grau de granulometria do solo com o
coeficiente de permeabilidade (PINTO, 1998).
Tabela 03: Valores freqüentes para coeficiente de permeabilidade (K) dos solos.
Tipo de solo
Permeabilidade (cms/s)
Area grossa
0,4
Areia média
0,1
Pedregulho arenoso
0,01
Areia fina
40 x 10 –4
Pedregulho arenoso-siltoso
4 x 10 –4
Areia siltosa
1 x 10 –4
Silte
0,5 x 10 –4
Argila arenosa
0,05 x 10 –4
Argila siltosa
0,01 x 10 –4
Argila
0,001 x 10 –4
Argila coloidal
1 x 10 –7
Fonte: PINTO (1998)
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Segundo a ABGE (1996) uma das formas de se obter os valores de taxa de
infiltração de um solo é através do método ensaios “in loco”, realizados em furos de
sondagem de mesma profundidade e situados sobre a mesma área que os sistemas de
drenagem definitivo. Emprega-se a seguinte equação :
Em que,
I = taxa de infiltração (L/m² . min);
V= volume infiltrado no intervalo de tempo (litros);
S= área da superfície correspondente ao volume infiltrado (m²);
∆ T = intervalo de tempo (min).
Assim, conhecendo-se a taxa de infiltração do solo local, estima-se a área do
sistema de drenagem que infiltra um volume de projeto para um igual a 12 horas.
Estudos desenvolvidos por Arcova et al. (2003) demonstraram que em florestas da
Mata Atlântica, em média, 18,6% da precipitação foi interceptada pela floresta secundária,
retornando à atmosfera na forma de vapor. Uma pequena quantia de 0,2% escorreu pelo
tronco da árvore e 81,2%, alcançou o piso como precipitação interna, concluindo que as
árvores possuem grande capacidade de reter água da chuva. Esta interceptação depende da
intensidade da chuva, da densidade da cobertura vegetal e do intervalo entre precipitações. Os
fatores que afetam a disponibilidade de água no processo de interceptação são aspectos da
vegetação – Índice de Área Foliar, variações sazonais, natureza da superfície (rugosidade,
repelência, arranjo das folhas e galhos) e aspectos meteorológicos – número e intervalo entre
eventos de precipitação, intensidade da chuva, velocidade do vento durante e depois da chuva.
Segundo Schumacher (1998) a floresta intercepta a água da chuva através das
copas das árvores dominantes, do sub-bosque e também da serapilheira existente na
superfície, a qual retém grande volume de água, liberando-a lentamente para os riachos, rios e
15
lagos, permitindo um abastecimento regular dos mesmos. Interceptando a chuva, uma parte da
precipitação é evaporada das copas e outra parte infiltra através das raízes ou pelo
escorrimento através dos troncos, enquanto a parte restante chega ao solo através dos
gotejamentos das copas. A copa da árvore desempenha um papel fundamental quanto à
distribuição da água das chuvas para o solo. Num ambiente urbano as árvores garantem
estabilidade na temperatura, ventos, umidade, solos e luminosidade além de ser uma forma
interessante de se contribuir para a melhoria dos sistemas de coletas de água pluvial, e da
paisagem.
A arborização da cidade representa uma importante contribuição para a
preservação ambiental e qualidade de vida da comunidade, pois favorece o conforto térmico
com a absorção do calor diurno e liberação do calor noturno, melhorando a umidade do ar e
amenizando a poluição atmosférica e sonora. A escolha do tipo de árvore e a forma de plantio
garantem o crescimento adequado das raízes, evitando que danifiquem o piso das calçadas e
proporcionando maior sombreamento, proteção e conforto aos pedestres, além de embelezar o
espaço urbano e valorizar o imóvel.
Segundo Braga et al. (2002), compete aos três níveis governamentais da federação
(União, estados e municípios), a elaboração de um plano diretor, sendo os municípios, o que
maior competência possui, constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da
política urbana. Além do plano diretor, o município possui um rol de instrumentos
urbanísticos que compõem o arcabouço jurídico da gestão urbana, como a Lei de uso e
ocupação do solo urbano (zoneamento); a Lei do parcelamento do solo urbano; o Código de
obras; e o Código de posturas municipais. O Código de Postura Municipal é restrito as
questões de interesse local notadamente aquelas referentes ao uso dos espaços públicos, ao
funcionamento de estabelecimentos, à higiene e ao sossego público. Destacamos o seu
conteúdo em relação a higiene e utilização do espaço público: trata das normas de limpeza e
drenagem de logradouros, condições de trânsito, limpeza e conservação de terrenos baldios,
muros e passeios, cemitérios e estradas municipais rurais. Como se pode perceber, trata-se de
um instrumento de grande alcance e importante numa política municipal de meio ambiente, na
medida em que permite regular atividades e coibir práticas ambientalmente inadequadas.
O Código Brasileiro de Trânsito proíbe expressamente o estacionamento de
veículos sobre as calçadas públicas. Nos terrenos público, quem constrói e mantém a calçada
é a Prefeitura. Quando a calçada for danificada por raízes de árvores plantadas pela Prefeitura,
competirá a esta substituir a espécie de árvore e executar os reparos. Alguns modelos de
16
calçada são indicados no código de posturas de Goiânia, dependendo da localização e da
largura da calçada. Nas ruas locais dos bairros, as calçadas poderão ter faixas ajardinadas,
seguindo as medidas mínimas indicadas pelo código para a população em geral. De acordo
com o site: www.londrina.pr.gov.br (2007), cerca de 15% da população apresenta de forma
permanente ou transitória alguma dificuldade de locomoção, em conseqüência de deficiências
motoras, visuais ou mentais, além de idosos e gestantes, são prejudicadas pela falta de
acessibilidade gerada pelos constantes obstáculos existentes nos percursos de nossas calçadas.
A calçada ideal é aquela que oferece condições de um caminhar seguro e confortável,
proporcionado pela escolha de pisos adequados, ausência de obstáculos, sem degraus entre os
terrenos, com o mobiliário urbano e a vegetação disposta de forma a não atrapalhar o
pedestre.
Segundo Lourinho (2007), vereador de São Paulo apresenta uma proposta de unir
a permeabilidade do solo a padrões estéticos adotado nas maiores e mais desenvolvidos
cidades brasileiras, com a finalidade de disciplinar o crescimento da cidade.
O projeto permite que as futuras áreas residenciais do município possam adotar o
sistema de “calçadas ecológicas” já em funcionamento em grandes cidades brasileiras como
Cianorte, Guarujá, Santos e várias outras, principalmente na região Sul do país. As principais
vantagens são que tais calçadas facilitam o trânsito de pedestres e portadores de necessidades
especiais, assegurando-lhes o devido espaço para circulação desrespeitado hoje em dia por
grande parte da população. Além disso, ao mesclar concreto e gramíneas, o projeto pode
reduzir os investimentos iniciais e resultar em nova fonte de renda para outros munícipes,
além de facilitar a captação das águas das chuvas pelo solo.
O código de posturas de Goiânia menciona as características das calçadas verdes
no capítulo V, seção I,III,V; capítulo VII, seção I e II e no capítulo X.
3 METODOLOGIA
Inicialmente, o trabalho foi desenvolvido através de consultas a artigos
acadêmicos, pesquisas em internet e bibliotecas, legislações pertinentes e em contatos com
entidades, órgãos estaduais e municipais. Por ser um assunto novo, houve uma certa
dificuldade em se levantar bibliografias.
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Na segunda fase foi realizada com visitas técnicas aos locais, bairros Sul e Jaó,
pertencentes a cidade de Goiânia, em que foram verificadas as situações dos calçamentos ali
existentes. Situações resgistradas através de fotos ilustrativas e de anotações, juntamente com
entrevistas feitas com os moradores locais para complementar a situação existente.
Tendo em vista que os objetivos da pesquisa foram determinados procurando-se
analisar a situação real do calçamento ali existente com fotos ilustrativas, e por consulta direta
aos moradores , por meio de entrevistas, permitindo ao entrevistado manifestar suas opiniões
e argumentos sobre o tema exposto. Não foi seguida uma metodologia padrão para a
formulação da entrevista , porem as seguintes etapas foram previstas:
A entrevista feita com os moradores foi simples , com perguntas específicas
ligadas ao tema do trabalho, e que permitia uma interpretação objetiva. Objetivou-se
caracterizar o conhecimento dos moradores a respeito do tema, com base na situação existente
no local ,calçadas ecológicas ou não ecológicas. Com isto objetivou-se saber se os moradores
possuíam algum interesse sobre o tema, e se os mesmos que não se enquadrassem na
realidade, se propusessem a alterá-la ( reforma da calçada , troca de pavimento, implantação
de uma arborização adequada ou ajardinamento).
Finalizando foram organizadas as informações, com as respectivas fotos
ilustrativas chegando-se a uma conclusão esperada. As informações recebidas foram
utilizadas apenas com a finalidade acadêmica.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Uma pesquisa do Ministério das Cidades, efetuada em 437 municípios brasileiros
com mais de 60 mil habitantes, aponta que 35% da população se desloca a pé para o trabalho,
32% em transporte público, 28% de automóvel, 3% de bicicleta e 2% de moto. Esses números
mostram que o passeio público é utilizado diariamente por grande parte da população. Por
outro lado, um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA), entidade subordinada ao
Ministério do Planejamento, aponta que nove entre cada mil paulistanos já caíram na rua por
falta total de conservação. Outro estudo realizado pela Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor, o Pro Teste, e pela Associação Médica Brasileira (AMB) em quatro hospitais da
capital mostravam que 30% dos pacientes atendidos nos setores de ortopedia foram vítimas de
calçadas mal conservadas. As quedas e tropeços são causadas principalmente por buracos e
18
inclinações.
Apesar da maior participação dos pedestres na circulação viária, o fato é que as
calçadas não cumprem seu papel de proteção aos cidadãos que nelas circulam, sem falar nos
sérios problemas enfrentados pelos deficientes físicos. Além dos buracos, outros fatores como
desníveis e fios expostos, entradas e saídas de carros sem sinalização, falta de itens de
segurança como faixas de travessia e passarelas e inexistência de corredores de ônibus na
maioria das localidades são outros riscos que o pedestre tem pela frente no seu dia a dia.
Muitas calçadas encontram-se em condições precárias, atrapalhando a livre circulação dos
pedestres, onde as mesmas encontram-se com diversos problemas desde a falta de um simples
pavimento até obstrução total por entulhos oriundos de diversos fins. A calçada desenvolve
um papel de caráter humano e social a população das cidades e conseqüentemente protege o
pedestre e o meio ambiente. A idéia deste trabalho é que o cidadão possa resgatar o hábito de
andar na calçada com conforto, praticidade e segurança. Surge então o conceito de calçadas
ecológicas onde há a integração dos seguintes elementos: vegetação, piso drenante, piso tátil e
disposição de equipamento públicos harmoniosos.
Um projeto de calçada verde, consiste no plantio de árvores, arbustos, forração
vertical ( hera e unha de gato, por exemplo) e grama de forma organizada. A copa das grandes
árvores minimiza a massa contruida das cidades, propiciando sombriamento e ambientes mais
frescos. Os arbustos e trepadeiras plantados em muros, viadutos e arrimos propiciam uma
maior sensação de verde. O conjunto de árvores, arbustos e trepadeiras melhoram a qualidade
ambiental, retendo o calor durante o dia e amortecendo o calor durante a noite, sendo que
estas calçadas contribuem para uma variação de temperatura menor e consequentemente uma
população mais saudável. Nas calçadas ecológicas o uso do piso especialmente desenvolvido
com material drenante é fundamental, pois permite a drenagem das águas pluviais e alimenta
o lençol freático, diminuindo assim o efeito das enchentes nas grandes cidades.
O piso tátil de alerta e direcional, e a rampa de acesso, são equipamentos que
permitem a entrada, acesso e permanência com segurança e autonomia de pessoas com
deficiência ou com dificuldade de locomoção, tais como idosos e gestantes, que devem conter
no projeto de calçadas ecológicas, tornando-as acessíveis.O mobiliário urbano é fundamental
para convidar a população ao convívio e ao passeio nas calçadas. A iluminação deve ser
estruturada de forma estratégica para ressaltar pontos focais e belos caminhos ao longo do
passeio, além de sinalizar e proporcionar segurança no período noturno. Equipamentos como
um ponto de ônibus e um totem telefônico devem trazer harmonia e linguagem comum ao
19
conjunto da calçada.
A largura da calçada é um fator importante, pois dependendo de seu tamanho
pode ser ou não convidativa e agradável ao convívio.Quanto maior for a largura melhor será
para a proteção dos pedestres e para a existência de vegetação, favorecendo a paisagem
urbana e o conforto visual. Calçadas com largura inferior a 2m não permitem vegetação e
obrigam o adensamento de postes de iluminação e de comunicação visual, atrapalhando o
caminho de quem passa. O ideal de largura mínima da calçada é de 2,5 metros.
No setor sul, foi observado nos locais visitados uma grande variedade de
ajardinamentos nos calçamentos, principalmente nos condomínios, com uma arborização
urbana adequada tanto ao calçamento quanto a rede elétrica. Quanto ao pavimento permeável
observou-se uma grande utilização de blocos entretravados nos parques como o Areião e
utilização tímida, porém crescente de blocos concregramas em estacionamentos de pontos
comerciais. No total de 20 estabelecimentos visitados no setor Sul apenas 06 estabelecimentos
utilizaram a técnica da calçada ecológica, obedecendo aos padrões do uso de pavimentos
permeáveis, com rampa de acesso para portadores de necessidades especiais, com uma
arborização adequada, e ajardinamentos. Porém não foram observados piso tátil para
deficientes visuais.
Os 14 estabelecimentos restantes não obedeciam os padrões de uma calçada
ecológica, onde foram observados: 10 estabelecimentos com o calçamento totalmente
revestido com pavimento impermeável, tais como cimento, concreto e rejunto com pedras
ornamentais. A arborização quando ali existia, não estava adequada com o local em que as
espécies estavam com podas mal conduzidas de desobstrução de fiação e ate mesmo com
projeção de copa sob a calçada, atrapalhando o trânsito de pedestres. Os 04 estabelecimentos
restantes não possuíam também um calçamento com pavimento permeável, e o calçamento
estava obstruído por entulhos de contrução civil, e resíduos orgânicos, provenientes de
limpeza de jardins. E também virificou-se que o calçamento ali existente estava muito
danificado devido a raízes das árvores e ate mesmo pela falta de manutenção por parte dos
moradores, onde as mesmas estavam esburacadas, faltando pisos e ajardinamento.
Das trinta pessoas entrevistada no bairro Sul apenas 06 pessoas sabiam o que era
uma calçada ecológica, e adotam em suas residências ou condomínio, sendo ambas com
cursos superiores. O restante que não sabiam o que era uma calçada ecológica, após a
informação, 09 pessoas predispôs em alterar suas calçadas, com a utilização de jardins e com
exemplares da arborização urbana, mas não com pavimentos permeáveis e duas, além das
20
faixas de vegetação predispôs a alterar o calçamento com pavimento permeável. Destas onze
pessoas entrevistadas, oito possuem curso superior e apenas três são estudantes. As treze
pessoas restantes que não sabiam o que era uma calçada ecológica, e com as informações
dadas, não alterariam seus calçamentos existentes, alegando fatores financeiros, dificuldade
de manutenção e até mesmo por falta de interesse e por comodidade e praticidade em
impermeabilizar todo o calçamento. Destas treze pessoas, dois são estudantes universitários e
as outras onze possuem curso superior.
No Setor Jaó, também foi observado uma grande variedade de ajardinamentos e
arborização nos calçamentos residenciais, com uma arborização urbana adequada ao
calçamento e a rede elétrica. Quanto ao pavimento permeável observou-se uma grande
utilização de blocos entretravados nos parques como o Sabiá e Beija-Flor e uma utilização
tímida de blocos entretravados nos calçamentos das áreas residenciais. No total de 20
estabelecimentos visitados no setor Jaó apenas 05 estabelecimentos utilizaram a técnica da
calçada ecológica, obedecendo alguns padrões, como a utilização de pavimentos permeáveis,
arborização adequada, e ajardinamentos. Porém não foram observados piso tátil para
deficientes visuais.
Os 15 estabelecimentos restantes não obedeciam os padrões de uma calçada
ecológica, onde foram observados: 09 estabelecimentos com o calçamento revestido com
pavimento impermeável, tais como cimento, concreto e rejunto com pedras ornamentais,
porém em alguns casos o calçamento está intercalado com faixas de grama e com gramado
nas laterais. A arborização quando ali existia, estava adequada com o local, observando-se em
alguns casos a impermeabilização total da área de absorção do exemplar junto ao caule. Os 06
estabelecimentos restantes não possuíam também um calçamento com pavimento permeável,
e o calçamento estava danificado, (tais como buracos, falta de pisos, pisos quebrados) e
alguns obstruído por entulhos. As quatro fotos seguintes ilustram esta situação mencionada:
Das trinta pessoas entrevistadas no bairro Jaó apenas 05 pessoas sabiam o que era
uma calçada ecológica, e adotam em suas residências, sendo ambas com cursos superiores. O
restante que não sabiam o que era uma calçada ecológica, após a informação, 15 pessoas
predispôs em alterar suas calçadas com elementos que facilitam a absorção da água da chuva
e amenizam o calor, tais como faixas de jardins, exemplares da arborização urbana, e
pavimentos permeáveis. Destas quinze pessoas entrevistadas, 13 possuem curso superior e
apenas duas são estudantes. As dez pessoas restantes que não sabiam o que era uma calçada
ecológica, e com as informações dadas, não demonstraram nenhum interesse quanto ao tema
21
ou não alterariam seus calçamentos existentes, alegando apenas comodidade e praticidade em
impermeabilizar todo o calçamento. Destas dez pessoas todas possuem curso superior.
A implantação das medidas de controle ás inundações e a recarga do lençol
freático é fundamental, e por isso deve estar pautada em um processo de discussão
participativo, em que todos os interessados devem estar envolvidos de modo a se popularizar
as técnicas e conhecimentos a respeito de drenagem urbana, que se começa com a utilização
de pavimentos permeáveis em uma simples calçada ou interior de estabelecimentos. Tais
discussões se dá com trabalhos de educação ambiental, artigos publicados, propagandas
dentre outros.
Com este trabalho publicado, observa-se que o tema calçadas ecológicas é muito
recente, apesar de envolver situações corriqueiras como inundações, prejuízos econômicos,
falta de água. Por isto a dificuldade em se levantar materiais, pois este objeto de estudo esta
sendo colocado em prática a pouco tempo(pavimentos permeáveis), e por ser um assunto que
em muito das vezes é desconhecido por parte da população e até mesmo pelas autoridades e
profissionais. Observa-se que com a crescente preocupação com o meio ambiente, a prefeitura
de Goiânia tem se sensibilizado quanto a infiltração, adotando na construção dos parques da
capital, assim como na reforma dos mesmos, pavimentos permeáveis como os blocos
entretravados, que são utilizados em pistas de Cooper e estações de lazer .
Outro ponto verificado se refere quanto a arborização dos bairros em que a
prefeitura, em especial o departamento de arborização urbana da Agência Municipal do Meio
Ambiente, se mostrou como criteriosa, dando prioridade a espécies nativas da região, assim
como exemplares adequados para cada situação, como por exemplo , calçamentos mais
estreitos e com rede elétrica, onde há arborização de pequeno porte com a utilização de
espécies nativas como a quaresmeira(Tibouchina granulosa Cogn.), Bauinia-lilas (Bauinia
Variegata L.) e exóticas como o ipê de jardim (Tecoma stans (L.) H.B.K),
Cafezinho(Rhamnidium elaeocarpus), Aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius Raddi),
Murta (Muraia exótica), dentre outras , e calçamentos mais largos e desprovidas de rede
elétrica, onde há uma arborização de grande porte com espécies nativas como o Ipê
rosa(Tabebuia pentaphylla Hemsl.), Ipê amarelo(Tabebuia ochracea Standl.) e Ipêroxo(Tabebuia impetiginosa), jacarandá mimoso(Jacarandá mimosaefolia), angico-branco
(Albisia hasslerii(Chodat.)Burr.), painera (Chorisia speciosa), nó-de-porco (Phisocalima
scaberrimum Pohl), dentre outras, além de algumas espécies exóticas como o oiti ( Licania
tomentosa Benth), pau-ferro(Caesalpinia férrea), jambo-do–pará(Syzygium malaccense),
22
Lanterneiro (Lophantera lavtescens) dentre outras.
A utilização dos blocos concregramas está crescente se sobressaindo em
estacionamentos de pontos comerciais, principalmente no bairro Sul de Goiânia. Os
pavimentos permeáveis por serem utilizados há pouco tempo na capital, tem dispertado a
atenção dos moradores pois num total de quarenta estabelecimentos visitados nos dois bairros,
onze utilizavam tais pavimentos, e os outros vinte e nove pontos, encontrou-se calçadas
impermeabilizadas, sendo algumas danificadas. Isto se dá devido ao mal costume dos
profissionais no passado e da própria população em impermeabilizar todo o calçamento
devido a praticidade.
Goiânia por ser conhecida como uma cidade arborizada e ajardinada, com praças,
ilhas, avenidas e parques floridos e sombreados, a população tem o hábito de plantar em seus
quintais, e em suas calçadas, fator verificado em quase todos os locais pesquisados, mesmo
encontrando pavimentos totalmente impermeáveis. Esta herança dos jardins goianienses com
muita topiaria, se baseia nos jardins ingleses e franceses do século XVII. A arborização e os
jardins encontrados nos calçamentos dos bairros é muito útil para a cidade, pois influencia
diretamente na qualidade de vida da população, como obtenção de frutas, sombra e umidade,
sensação de prazer e bem estar para a mesma, além das copas das árvores amortecer a chuva.
Verificou-se com as entrevistas que o conhecimento ao tema proposto, assim
como a futura implantação do calçamento verde, independe da formação escolar e superior
dos moradores. A prefeitura em parceria com profissionais da construção civil como
arquitetos, geólogos, engenheiros, dentre outros devem desempenhar juntamente com a
população uma educação ambiental enfocando este tema, de maneira que as calçadas
ecológicas possam fazer parte do cotidiano das construções na capital, modelo já utilizado
pelas cidades mais desenvolvidas do país. Um ponto negativo observado é a questão da
utilização dos pisos táteis para portadores de deficiência visual, inexistente em todos os
pontos de calçamentos visitados, e o desinteresse de uma pequena parcela de entrevistados
com relação ao assunto, cerca de 38%.
23
SETOR JAÓ
Figura 01 e 02 : Exemplo de calçadas ecológicas, mostrando uma grande extensão de área permeável, composta
por faixas de grama entre o pavimento, e por gramado.
Figura 03: Exemplo de calçadas ecológicas, onde se
observa pavimento permeável (entretravado), e área
de infiltração composta por gramado.
Figura05: Exemplo de pavimento permeável
(entretravado) no parque Beija-flor.
Figura 04: Exemplo de calçada, onde se observa faixa de
gramas entre o pavimento.
Figura 06:Exemplo de uma calçada
intransitável, desrespeito ao pedestre.
24
SETOR SUL
Figura 07: Exemplo de concregrama utilizado em
estabelecimento comercial.
Figura 09: Exemplo de uma calçamento danificado,
desrespeito ao pedestre.
Figura 11: Exemplo de uma calçada Ecológica,
com uma arborização adequada, e com pavimento
permeável (entretravado)
Figura 08: Exemplo de calçamento totalmente
impermeabilizado.
Figura 10: Exemplo de um calçamento com faixas
de jardim, e com uma Arborização adequada a rede
elétrica.
Figura 12: Exemplo de um calçamento com faixas de
jardim entre e nas laterais do pavimento.
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Foram alcançados os objetivos, uma vez que informou uma pequena parcela dos
moradores dos bairros pesquisados sobre as vantagens de uma calçada ecológica, e o que ela
favorece no contexto urbano, colocando os moradores a par de situações causada pela
ausência de um calçamento adequado. E também quanto a situação da arborização urbana
,assim como dos canteiros e floreiras presentes nos calçamentos dos estabelecimentos
visitados, característica de uma calçada verde, principalmente encontrado no bairro Jaó,
tipicamente residencial.
Espera-se com este trabalho, ter contribuído para um melhor entendimento em
relação impermeabilização do solo, assim como um ambiente mais agradável para a
população, permitindo traçar cenários de construção confiáveis, estabelecendo controle de
inundações urbanas provenientes da crescente ocupação e impermeabilização desordenada do
solo.Enfim, informar e traçar pontos de planejamento de sistema de drenagem e infiltração
natural, integrando com o crescimento das cidades.Pontos que envolvem o conforto da
população, o respeito ao meio ambiente, controle de inundações e principalmente a recarga do
lençol freático. Espera-se com isto, que novos trabalhos introduzam uma análise mais
profunda e outros aspectos de análise em relação ao tema discutido.
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McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, SP. 245p.
28
ANEXO:
Entrevista realizada com os moradores: ( 30 residentes no bairro sul e 30 residentes no bairro
Jaó)
01) Qual o nome e formação (estudante, formação superior, apenas nível médio) do
responsável pelo estabelecimento.
02) Se o morador possui algum conhecimento a respeito sobre as calçadas ecológicas ou
calçadas verdes. Caso tiver conhecimento do tema :
a) Para reduzir as enchentes, se estaria disposto a instalar em sua calçada pavimentos
permeáveis (entretravados, concregaramas) ou ajardinamentos para ajudar na absorção da
água da chuva e amenizar o calor. (Avaliação da sensibilidade dos moradores em relação às
alternativas de solução para problemas decorrentes de inundações).
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calçadas ecológicas: construção e benefícios sócio-ambientais