proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 1 PROPOSTA DE ENSINO E “GRADE HORÁRIA” PARA A FAU.USP Euler Sandeville Junior1 Resumo: Esta proposta sugere que o curso de Arquitetura e Urbanismo adote um caráter essencialmente experimental, com redistribuição drástica da carga horária atual. Reduz também significativamente a fragmentação de disciplinas na grade do curso. Propõe maior interface com questões de construção do espaço através da experimentação e maior integração com pesquisa e extensão como a “alma da grade”. A proposta procura pensar a FAU como um todo, e não por departamentos, mas reconhece e re-propõe sua importância no projeto de escola. Mantém o curso integral, mas abre espaço para atividades externas à FAU e outras internas. APRESENTAÇÃO Esta proposta sugere que o curso de Arquitetura e Urbanismo adote um caráter essencialmente experimental, com redistribuição drástica da carga horária atual. Reduz também significativamente a fragmentação de disciplinas na grade do curso. Propõe maior interface com questões de construção do espaço através da experimentação e maior integração com pesquisa e extensão como a “alma da grade”. A proposta procura pensar a FAU como um todo, e não por departamentos, mas reconhece e re-propõe sua importância no projeto de escola. Mantém o curso integral, mas abre espaço para atividades externas à FAU e outras internas. A “grade”, seja qual for, deve parametrizar o tempo para as atividades necessárias à vida acadêmica, e também possibilitar liberdade de investigação e invenção, de combinação e integração, que não podem vir de uma “grade” extremamente rígida e completamente “amarrada” (que ironia...), mas podem vir de sua possibilidade permanente de transformação. Assim, a flexibilidade, a diversidade, a inter-relação e a transformação seriam a base de sua organicidade na FAU. Não é possível transformar a prática atual sem abrir espaço para a criatividade, envolvimento efetivo com a pesquisa e extensão, aproximação entre pós-graduação e graduação em um todo orgânico da FAU. Mas uma FAU aberta ao mesmo tempo à experimentação que priorize a associação de áreas de conhecimento, inclusive externas à FAU, contribuindo para rediscutir a própria Universidade (conforme argumento no artigo sobre disciplinaridade que apresentamos no Seminário do primeiro semestre). Uma FAU cuja experimentação esteja 1 Prof. Dr. Euler Sandeville Jr. Arquiteto e Urbanista, Arte-Educador, Mestre e Doutor Estruturas Ambientais Urbanas, Pós-Graduação em Ecologia. Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, orientador dos Programas de Pós-Graduação da FAU.USP e Ciência Ambiental da USP, Coordenador da Área Concentração Paisagem e Ambiente, FAU.USP, Coordenador do Mestrado em Ciência Ambiental, PROCAM.USP, Pesquisador do Laboratório Gestão e Projeto do Espaço (FAU/USP), Pesquisador Associado do Laboratório de Políticas Ambientais (PROCAM/USP). Editor da revista digital http://www.linguagens.ato.br. Site para contato: http://www.ambiente.arq.br. proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 2 fundada no contato dinâmico com o espaço humano em seus processos de transformação, como base do processo de ensino, e de sua função de escola pública diante das necessidades mais candentes da sociedade brasileira. A proposta procura ainda aproximar as linhas de pesquisa da FAU, consideradas como articuladoras dessa proposição para além da divisão departamental, mas podendo coexistir com ela. Valoriza experiências concentradas de ensino, por imersão, com liberação da distribuição de carga horária ao longo de todo o semestre e a liberação de tempo para pesquisas, estágios, atividades e viagens culturais. A carga de créditos dos alunos deverá caber no máximo nas 8 horas de atividade em um dia (descontando os intervalos), incluindo a carga de horas-aula, de horas-atividade (trabalhos), de participação em projetos de extensão e pesquisa, atividades culturais e estágios, ao contrário do que ocorre hoje. Hoje, em quase todos os semestres da FAU, a carga de horasaula cobre cerca de 7 horas diárias, remetendo todas as demais atividades para outros horários, criando uma jornada excessiva sob qualquer ponto de vista. A exemplo do que ocorre hoje, muitos professores e alunos poderão ultrapassar os horários mínimos estabelecidos, mas isso corresponderá a seus projetos de ensino, extensão e pesquisa, e deve ser uma opção pessoal. Na realização desse novo programa, a carga horária dos professores não será, como é hoje, superior a de outras unidades, viabilizando inclusive disciplinas de pós-graduação e interdepartamentais ou, como sugerimos, também interunidades. As atividades de pósgraduação encontrariam espaço para ocorrer próximas das de graduação. Atualmente, o professor da FAU deve dar aula em 4 períodos anuais, enquanto em outras unidades é de 3 períodos, incluindo aí pós-graduação. Isso permite ao professor dessas unidades maior articulação de pesquisas e interfaces institucionais e maior produção acadêmica, uma vez que são áreas que se assentam em longas tradições de pesquisa e no rigor de seu ensino. A proposta é de que na FAU o professor reserve anualmente 2 períodos para obrigatórias e 1 período para optativas. As horas de pós-graduação e orientação não ficariam incluídas aí, mas ficariam contempladas, e ainda “por baixo”, nas outras 4 horas semanais. DIAGNÓSTICO A base de pensamento da grade atual parece ser ocupar todos os espaços com atividades2. Veja-se a situação curiosa das aulas de projeto na grade, marcadas como das 14:00 às 17:00, e pensadas como das 14:00 às 18:00. Contradições desnecessárias. O arranjo dos 3 Departamentos implica então em manter todos os interstícios em atividade, e o que acaba ocorrendo é o drible para poder responder a uma grade que curiosamente não explicita em que momento são cumpridos os créditos trabalhos e realizadas outras atividades da vida universitária. Pela manhã, sequer o intervalo entre uma aula e outra é computado, evidente fantasia que só pode se assentar em um tipo de culpa contra o tempo que não está formalmente designado como de atividade. Essa distribuição equivocada significa que poderíamos até ampliar a carga horária do curso e ainda aumentar o tempo livre! Paradoxo? Há que superar opção pelo estresse e pelo atordoamento, confundindo amontoado de gente e atividades com ensino e produção. O 2 Muitos alunos declaram abertamente em todos os fóruns não cumprir essa carga horária, como o sabem os professores em sala de aula. proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 3 resultado atual é um comprometimento de todas as atividades e energias, que acabam emboladas e pouco prazerosas. O fato de que respondemos a isso, muito improvavelmente nos é recomendável. Uma mudança de grade não é o que garantirá outro comportamento, mas a necessidade de outro comportamento deve animar a mudança da grade. A grade horária aqui sugerida delimita o tempo de trabalho e formas de créditos no curso, mas condiciona apenas genericamente o percurso de alunos e professores, pois é pensada para viabilizar as perceptivas flexíveis indicadas nesta proposta. Essa grade não está pronta, é um estímulo à discussão em busca de alternativas que viabilizem os projetos da FAU e também sua transformação 3 . Alguns ajustes ainda necessitam ser feitos, mesmo se assumida como está, no sentido de viabilizar melhor distribuição de cargas horárias, que inclusive poderiam ser um pouco reduzidas se muito necessário. OBJETIVOS 3 • Caracterizar o ensino da FAU como experimentação fundada no contato dinâmico com o espaço humano em seus processos de transformação, e na sua função de escola pública diante das necessidades sociais mais candentes. • Reduzir a fragmentação de disciplinas na grade do curso sem prejudicar a percepção de especificidades na formação do arquiteto e urbanista • Ampliar as possibilidades de integração no ambiente universitário • Disponibilidade efetiva de carga horária para desenvolvimento de atividades disciplinares, culturais, de pesquisa, extensão e estágios. • Flexibilidade e diversidade como base da organicidade na FAU (aproximação entre ensino, pesquisa e extensão e aproximação entre pós-graduação e graduação) para além da estrutura departamental • Liberdade de investigação e invenção, de combinação e integração, adotando as linhas de pesquisa da FAU e estimulando a associação com outras áreas de conhecimento na Universidade externas à FAU, • Valorizar experiências concentradas de ensino, por imersão, com liberação da distribuição de carga horária ao longo do semestre • Novas proposições de ensino, criando espaços de debate da produção da FAU e seus processos. O diagnóstico e a fundamentação conceitual que anima esta proposta, conforme prevista na proposição dos seminários de Ensino, encontra-se aprofundada nos artigos enviados ao Seminário Ensino/Aprendizagem no primeiro semestre e em artigo enviado ao Seminário Participação e Universidade, indicados a seguir e disponíveis para dowload em meu site (http://wwww.ambiente.arq.br seção publicações): SANDEVILLE JUNIOR, Euler. Participação e universidade. Universidade e participação. Caderno de Textos. Seminário Nacional Paisagem e Participação: Práticas no Espaço Livre Público. São Paulo: FAU-USP 18 e 19 de outubro de 2007. SANDEVILLE JUNIOR, Euler. Disciplina e conhecimento. Caderno de Textos. Seminário ensino arquitetura e urbanismo. São Paulo: FAU-USP 15 e 16 de maio de 2007. SANDEVILLE JUNIOR, Euler. Fundamentos. Caderno de Textos. Seminário ensino arquitetura e urbanismo. São Paulo: FAU-USP 15 e 16 de maio de 2007. proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 4 OPERACIONALIZAÇÃO O quadro abaixo ilustra a transformação pretendida na grade horária da FAU. À esquerda está representada a grade de 2007 (tal como consta no site da Unidade). À direita está representa a grade sugerida. Os tons em cinza escuro indicam carga horária obrigatória. Os tons em cinza claro no gráfico à esquerda indicam horários optativos para cumprimento de créditos. Os tons em verde indicam disciplinas optativas e em azul na grade proposta (à direita) créditos em atividades de pesquisa, extensão e culturais. A seguir apresentamos o conteúdo dessa grade por anos, e a ênfase conceitual proposta ao percurso de alunos e professores nesse curso. Os pré-requisitos estão limitados ao primeiro, segundo e décimo semestres. Os conteúdos são indicados genericamente, para atender a um projeto de ensino. Na proposta que segue as disciplinas da Poli são consideradas optativas e substituídas por conteúdos específicos na FAU. PRIMEIRO ANO Sugere-se o primeiro ano como de FUNDAMENTOS através de programas de ensino integrados entre os 3 departamentos e programas de capacitação específicos em áreas de História, Tecnologia, Representação do Espaço (CAD, SIG). Pré-requisitos: Fundamentos I (1o semestre) fica como pré-requisito para as obrigatórias de área e Fundamentos II (2o semestre) para as optativas. Não há nenhum outro pré-requisito no curso, senão para o TFG do 10o semestre. Até a conclusão do 5o semestre, entretanto, haveria uma limitação do número de matérias a serem antecipadas a um número bastante reduzido, pressupondo-se que o amadurecimento também é parte essencial do processo de aprendizagem e favorecendo integração dos alunos em outros projetos da FAU e da universidade. Fundamentos I, no primeiro semestre, corresponde em linhas gerais à disciplina atual, mas incorpora professores da História e Tecnologia, isto é, com professores de todas as áreas de proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 5 concentração e suas principais linhas de pesquisa. A ênfase no primeiro semestre está na expressão, na percepção do espaço construindo, inclusive urbano, e na representação tridimensional, incluindo noções de estrutura. Deve haver em determinados dias uma aula expositiva de 40 minutos (3 vezes por semana), cobrindo assuntos temáticos das atuais áreas de conhecimento da FAU. Fundamentos II continua nessa perspectiva, com professores de todas as áreas de concentração e principais linhas de pesquisa, com ênfase na solução de problemas através do projeto. Deve incluir exercícios de criatividade e estudos de modelos, visões diferentes da abordagem projetual e solução de problemas específicos. Um módulo ao menos deve colocar em questão o desenho da cidade e sua problemática ambiental e da habitação. Fundamentos I e II podem ser formadas por módulos temáticos de 1 a 3 meses, com rodízio de professores, permitindo também a concentração do programa e presença de professores em carga horária concentrada por módulos temáticos, para dar conta de projetos de ensino por imersão. Apesar de se recomendar isso, é possível seguir o modelo atual também, caso se prefira, daí porque não se desdobrou essas duas disciplinas propostas em outras (Fundamentos I a IV ou VI, por exemplo), o que também seria viável. Representação do Espaço dá conta do domínio essencial de CAD e SIG e organização de pranchas de trabalho. Outros programas gráficos podem ser rapidamente ilustrados nessa disciplina e desenvolvidos em disciplinas posteriores. O exercício do desenho é abarcado em Fundamentos. Alunos com domínio anterior desses sistemas poderiam obter liberação de créditos. Fundamentos da Construção trabalha a partir de modelos tridimensionais os conceitos básicos da construção. As disciplinas de História apresentam uma visão geral da arquitetura e urbanismo contemporâneos e problematizam suas “raízes” históricas. SEGUNDO ANO Sugere-se o segundo ano como de ÁREAS DISCIPLINARES. As disciplinas obrigatórias concentram-se no 3o e 4o semestres e têm como pré-requisito Fundamentos I apenas. No 2o ano as disciplinas obrigatórias devem procurar realizar-se em parcerias em torno a questões de interesse público. Dão conta de procedimentos específicos nas áreas de concentração em questão4. 4 Exemplos: Paisagismo desenvolve projeto de parque linear em município com parceria com prefeitura e participação social, ou algum outro trabalho em desenvolvimento nos Laboratórios. Os alunos já disporiam de noções fundamentais de repertório, representação e entendimento introdutório de dinâmicas socio-ambientais do espaço urbano. A disciplina de história, por exemplo, poderia enfrentar o problema da pesquisa de forma aplicada a problemas concretos de conhecimento do espaço, reservando a optativas conteúdos de aprofundamento. Assim por diante. Essas disciplinas realizariam alternativamente projetos de gestão, de protótipos e de construção experimental nos campi da universidade, aplicando conceitos de ponta desenvolvidos nos grupos de pesquisa, integrados com outros laboratórios da universidade. Neste caso, a disciplina de paisagismo, por exemplo, realizaria o desenho de áreas comuns do campus, incluindo em parceria com outras unidades conceitos de conservação biológica, drenagem urbana, saneamento e outros e discutiria sua inserção no entorno urbano. Mas não seriam apenas simulações, visariam efetiva implementação testando- proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 6 Tecnologia do Edifício fornece noções básicas de estabilidade das edificações, sistemas construtivos, talvez como uma disciplina de Canteiro. Tecnologias Urbanas aborda aspectos da sustentabilidade e das redes de infra-estrutura urbana, seu dimensionamento e requisitos, principais problemas no suporte à vida urbana. Produção Social do Espaço discute os processos de produção do ambiente contemporâneo, “raízes” históricas, principais matrizes interpretativas e análise de dados e informações. As demais disciplinas de História dão continuidade ao programa anterior, aprofundando aspectos do projeto do edifício e do projeto urbano e da questão ambiental. Conclui-se assim um ciclo básico e introdutório de repertório e compreensão de processos de produção do espaço e do projeto de sua transformação. TERCEIRO E QUARTO ANOS Sugere-se o quinto semestre como ATELIER DE SÍNTESE. As disciplinas obrigatórias do curso encerram-se no 5o semestre. O período liberado permite realizar créditos trabalho, estágios, extensão, viagens de intercâmbio e iniciação ao longo do curso. Estimula-se a criação de disciplinas de imersão para solução de problemas e demandas concretos de produção do espaço nas diversas áreas. No 5o semestre o atelier integrado de PROJETO URBANO reúne as diversas áreas disciplinares operando conjuntamente. Tem como pré-requisito apenas Fundamentos I. Os ateliês integrados reúnem professores dos diversos GDs e AUs. Seria um contraponto às obrigatórias de áreas de conhecimento do 2o ano, ao enfrentar de modo integrado problemas de projeto, atuando as áreas de conhecimento da FAU em parceria com agentes externos em demandas concretas de planejamento e projeto, com participação social. A partir do 6o semestre há apenas créditos em optativas. Como foi afirmado antes, essas disciplinas teriam como pré-requisito apenas Fundamentos I e II (1o e 2o semestres). O oferecimento das optativas em horários alternados permitiria ao aluno maior flexibilidade na composição do horário (os horários propostos na grade no final desta proposição são indicativos de carga horária, mas devem ser flexibilizados na grade definitiva), inclusive com a possibilidade de liberação de um ano para atividades culturais e estágios, para o aluno que antecipar sua grade curricular. Cria-se espaço para oferecimento de disciplinas Interdepartamentais ou cursadas em outras unidades como parte dos créditos mínimos. Sugere-se também a criação de disciplinas Interunidades, resgatando a dimensão de universidade. Obrigatoriedade dos créditos: o aluno deverá fazer ao menos uma optativa em cada GD e AU como obrigatoriedade de crédito de optativa. As demais optativas seriam de livre eleição se alternativas de projeto. O que envolve repensar a gestão do espaço universitário com a contribuição efetiva do saber aqui produzido. Uma disciplina de projeto de edificações, integrando-se com tecnologia, por exemplo, poderia efetivamente projetar e construir protótipos habitacionais e monitorá-los ao longo do tempo, inclusive associando com optativas da área. Enfim, possibilidades novas devem ser exploradas como base da formação do aluno de arquitetura e urbanismo, dando maior concretude e experimentação ao seu processo crítico e projetual. proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 7 pelo aluno, dentre quaisquer das disciplinas oferecidas na unidade, sem vinculo com departamentos. Pode-se criar optativas de 2 dias ou 1 período, agrupando-se créditos de pesquisa e extensão ou mesmo de optativas. A modalidade de disciplinas concentradas poderia permitir realizar disciplinas de imersão ocorrendo fora do campus, em parceria com organizações, outras unidades, poder público e outras áreas da FAU, na solução de problemas projetuais e de gestão do espaço. Poderia-se introduzir no caso de disciplinas concentradas disciplinas optativas no período de recesso escolar5. Processos de discussão permanente poderiam levar a sugestões de oferecimento de disciplinas integradas e optativas nascidas no âmbito da discussão da própria escola, a partir de problemas vivenciados no curso por professores e alunos. Enfim, uma multiplicidade de opções se abre. QUINTO ANO Continua como vem sendo discutido, mas cria a presença coletiva dos alunos em um atelier aberto a professores e alunos em determinados dias. É necessário desenvolver mais a proposta do trabalho de conclusão do curso, mas seguramente possibilidades se abririam com essa reestruturação da FAU. NOVAS MODALIDADES DE CRÉDITOS E OBSERVAÇÕES A proposta de grade abaixo apresenta o mínimo a ser cursado por um aluno da FAU, todo adicional seria incorporado em seu histórico, inclusive atividades de pesquisa, oficinas e em laboratórios. As disciplinas devem ter no máximo a relação 15 alunos/professor6, exceto disciplinas de caráter quase exclusivamente teórico-expositivo, que podem chegar à relação 30/1, e seria um critério para locação de professores. Cria-se ao longo de todo o curso um espaço para eventos, entendido como atividades culturais, considerado crédito do curso, podendo uma parte desses créditos serem cumpridas em cursos e eventos externos à Universidade ou em outras unidades com aprovação prévia. Os eventos com validação de créditos seriam prioritariamente realizados nas quartas-feiras à tarde. Incluem debates e apresentação de trabalhos de graduação, de conclusão de curso e de pós-graduação, defesas de bancas, pesquisas e projetos de professores, seminários, palestras, oficinas de criação interdisciplinares, projeções de filmes e outras atividades culturais realizadas por convidados no espaço da FAU etc. Haveria ainda créditos de pesquisa e extensão a serem computados na formação do aluno, podendo ser realizados em maior número, passando a integrar o seu histórico. Os créditos 5 Imagine-se, por um momento que seja, um módulo da disciplina de Fundamentos ou uma disciplina em deriva por paisagens, que integrasse história, projeto, paisagismo, planejamento, em um deslocamento pelo rio Tietê no interior do Estado, ou quem sabe pelo São Francisco, ou pelo Pontal, ou pelo Litoral do Estado, utilizando recursos como a Internet para criar redes durante a disciplina. Não há nada que seja impedimento do ponto de vista conceitual a experimentações como essa, e outras tantas. Na verdade, o estranho é não ousar. 6 Pode-se pensar em uma relação mínima (algo como 6/1) para oferecimento de uma disciplina. proposta para fauusp - euler sandeville jr. - seminário ensino arquitetura e urbanismo, segundo semestre, 2007 8 de pesquisa e extensão necessitam estar integrados a grupos de pesquisa da FAU. O quadro abaixo indica o mínimo de créditos dessa modalidade. A opção em quatro períodos semanais libera carga horária para estágios, iniciação e outros (como créditos trabalho das disciplinas) e a utilização da infra-estrutura do edifício para outras atividades como exemplo o programa de pós-graduação, possibilitando também criar uma tarde para eventos da FAU, como parte das atividades curriculares do curso de Arquitetura e Urbanismo. Esta organização favorece atividades extracurriculares, de pósgraduação e habilitações. A proposta permite liberar um semestre para intercâmbio, e que haja um tempo para cumprir os trabalhos das disciplinas, entre outras possibilidades. A grade abaixo representa o tempo ocupado semanalmente para fácil visualização, e não é uma sugestão dos dias de oferecimento das disciplinas. Cada célula corresponde a um período, que prevê 30 minutos de intervalo definindo módulos de 2 horas aula: PERÍODO DA MANHÃ: 08:30-13:00 PERÍODO DA TARDE: 14:30-19:00 Em amarelo escuro estão representadas as disciplinas obrigatórias, em azul disciplinas específicas de História e Tecnologia, em amarelo claro optativas, em verde claro e laranja créditos de atividades de pesquisa, extensão e culturais. Em verde escuro (matutino) dia de reuniões dos principais colegiados de área da Unidade.