PRÁTICAS DE LEITURA, PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL (Gt4: Práticas Investigativas) Deise Santos do Nascimento* RESUMO Este artigo foi desenvolvido com o objetivo de analisar e levar à reflexão as práticas de leitura, produção e interpretação de texto aplicadas no ensino fundamental, das escolas brasileiras. Ao analisar as relações entre escola e sociedade o presente contribui para a explicação das práticas de leitura no contexto escolar e para compreensão da realidade da educação no país, relevando a problemática e a importância da leitura que ainda continua sendo um grande desafio na vida escolar dos educandos. Pretende-se então, mostrar várias formas de como se processar a leitura em diferentes níveis. Apresenta-se, ainda, as linhas mestras de um referencial teórico que possibilita um enfoque sóciopolítico do problema das práticas de leitura no contexto escolar e aponta-se na direção de uma pedagogia crítica, voltada para a realidade das escolas. Palavras- chave: Leitura. Escola. Sociedade RESUMEN Este artículo fue desarrollado con el fin de examinar y tomar la discusión de las prácticas de lectura, escritura y comprensión de lectura implementado en la escuela primaria, las escuelas de Brasil. Al analizar la relación entre la escuela y la sociedad lo que contribuye a la explicación de las prácticas de lectura en el contexto escolar y de entender la realidad de la educación en el país, haciendo hincapié en la importancia de la lectura y el problema sigue siendo un reto importante en la vida escolar de los estudiantes . El objetivo es entonces para mostrar distintas maneras de cómo manejar la lectura en diferentes niveles. Presenta también las líneas generales de un marco teórico que permite un enfoque socio-política al problema de las prácticas de lectura en el contexto escolar y apuntando en la dirección de una pedagogía crítica, frente a la realidad de las escuelas. Palabras clave: Lectura. La escuela. Sociedad *Professora da rede particular de Aracaju e pública do Estado de Sergipe, além de desenvolver atividades de tutoria na UAB/ UFS para a disciplina Produção e Recepção de Texto I 1 1- A LEITURA NA PERSPECTIVA DA ESCOLA O sucesso da criança em leitura é imprescindível para seu êxito em todas as disciplinas e, consequentemente, indispensável para o seu ajustamento emocional à escola. A criança que não consegue ler ou lê com dificuldade poder ter complicações em seu desenvolvimento intelectual, social e emocional. O que se espera da leitura? Uma transformação do indivíduo como ser integrante de uma sociedade, onde ele possa opinar suas idéias e suas decisões, sendo assim um critico dentro de uma sociedade. A leitura se constitui na técnica Fundamental da cultura e envolve uma relação ativa entre o leitor e o texto. Envolve o reconhecimento e a compreensão das palavras lidas, avaliação do que é lido e integração das idéias transmitidas pela leitura . (ZÓBOLI,1991: P. 137). Concorda-se com a autora que a leitura é uma das técnicas fundamental para a aprendizagem do docente, pois a mesma é um processo na qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Os PCNs nos informa. O trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competente e, consequentemente, a formação escritores, pois a possibilidade de produzir textos eficazes sua origem na prática de leitura espaço de intertextualidade e fonte de referências modernizadoras. de tem construção da (1997) Entende-se como fundamental o trabalho com leitura para a formação de leitores competentes seja amplamente discutido e elaborado conjuntamente com a comunidade escolar, ou seja, que não fique restrito às decisões e recomendações de outros. As maiorias dessas práticas de leitura nas escolas estão apoiadas em uma concepção tradicional de ensino-aprendizagem. 2 Esse fato deve alertar para a importância da reflexão sobre qual é a educação que quer se oferecer aos alunos para que a incorporação da leitura não seja, apenas o “antigo” travestido de “moderno”, pois uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidade e texto que caracterizam as práticas de leitura de fato, ( PCNs.p.57). Para aprender a ler, portanto é preciso interagir com a diversidade de textos escritos, participar de ato de leitura, tornando assim leitores críticos da sociedade. Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça as necessidades pessoais, segundo SMITH as criança que têm em encontrar sentido na leitura precisam de mais leitura significativa,(1999.p.45). Concordando com autor que o ato de ler precisa de significado, o qual seja aceito pelo tempo e pelo espaço que o leitor esteja inserido. O ato de ler é uma das principais formas de questionamento do ser humano enquanto sujeito e objeto. É caminho para sua tomada de consciência: pela interpretação, há o compreender-se do leitor no mundo através de suas decisões e seu comportamento. Cada leitor passa a existir e ganhar sua individualidade à medida do desvelar e o vivenciar dos significados mediados por seu mundo. As crianças apropriam-se das práticas e escrita reconhecendo o valor cultural das mesmas, Há uma preocupação com a leitura que em busca de aprendizagem. CHATIER e HÉBRAD ressaltam que: “Aprendizagem, aliás, impossível de concluir, visto que a boa leitura é a leitura eficaz seja qual for o texto em questão (...) não se acaba nunca de ler, simplesmente, porque não se acaba de aprender (...). A escola privilegia a leitura não porque seria o instrumento privilegio das comunicações sociais num mundo moderno, mas porque tornouse a ferramenta indispensável e complexa de todo o trabalho escolar”.(1995.p.565-567) É com esta visão que se faz necessário que o educador repense sua prática de leitura em sala de aula, pois é através dela que o aluno tem um conhecimento de mundo. Acredita-se e defende-se, assim, uma aprendizagem significativa, em que é possível a relação do que se sabe com o que se aprende, não a levando para a questão do 3 extremo em relação ao tudo ou nada, mais de grau estão presentes as condições de aproximação do que se pretender com o que já sabe. Na concepção construtivista o papel ativo e protagonista do aluno se contrapõe à necessidade de um papel igualmente ativo por parte do educador. Assim concebe-se a intervenção pedagógica com uma ajuda adaptação ao processo de construção do aluno. De acordo com Vygotsky, a aprendizagem na zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim ao caminho que o individuo vai percorrer para desenvolver funções, que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, (1995.p.60). A teoria de Vygotsky apresenta-se como historia social do desenvolvimento que propõe uma visão da formação das funções psíquicas superiores como internalizarão medida da cultura e, positiva, um sujeito social que não é apenas ativo, mas sobretudo interativo, e uma intervenção que vai criando zona de “desenvolvimento proximal” em que a aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo sua abertura na zona de desenvolvimento proximal, mas quais as interação sociais e o contexto sociocultural são “centrais” e que ajuda os alunos a percorrê-la. Assim percebe-se que o sujeito não vive só e nem aprende sem o outro, sem interação social. É por meio desta que cada um constrói sua aprendizagem, tornando-se um sujeito ativo, criativo e inteligente, de modo a elaboração e reelaborar seu conhecimento, tornando-se social-histórico-cultural. Acredita-se nos desafios de um ensino-aprendizagem voltado para um processo dirigido, que sugere desafios que possam ser enfrentados e que promovam avanços significativos. Na visão de GRÉGOIRE E PIÉRART (1997) em nossa sociedade, a aprendizagem da leitura constitui uma aposta crucial no percurso escolar e, principalmente, no desenvolvimento profissional, social e cultural de cada individuo. Só se adquire o especifico da linguagem escrita em contato com texto de uso social e refletindo acerca desses textos. Os livros de contos, outros livros infantis, cartas, notas, escritas, jornais, e revistas, folhetos, cartazes, etc, são modelos autênticos sobre as propriedades da linguagem escritas. As crianças não estão vazias, na verdade, estão cheias de idéias, de hipóteses, de teorias e de convicções pessoais que são muito profundas e arraigadas. 4 As crianças não aprendem espontaneamente, nem por si mesmas. Aprendem reflexivamente, porque alguém as põe em situação de pensar. Por tanto, o professor é o protagonista ativo da aprendizagem de seus alunos. O oficio de professor requer, para dominá-lo, muito conhecimento. Uma grande quantidade de idéias, uma grande habilidade nos procedimentos e nas estratégias de ensinar e lidar com os alunos e excelentes atitudes, hábitos pessoais para o ensino. Assim é o conhecimento verdadeiro: saber, sabe fazer, ser. Teoria, experiência, arte, tecnologia, valores e atitudes, etc, todos são ingredientes necessários que, em cada pessoa, são combinados de diferentes modos. Se algum dos ingredientes está abaixo do ponto mínimo, o resultado perde o valor. 2-DISTÚRBIOS DE AQUISIÇÃO DA LEITURA 2.1- Dificuldades na visão O defeito de visão, dependendo da gravidade do problema pode dificultar ou até mesmo inviabiliza a aprendizagem da leitura. Segundo Bacha (1969) muitas vezes a culpa pelas deficiências da criança em leitura cabe à escola. O aluno que não enxerga bem, pode confundir as imagens das palavras, as quais perdem o significado. A criança que não esta acostumada a olhar uma página cheia de caracteres pequenos agrupados; não conseguem direcionar os olhos de maneira precisa, fazendo ajustamentos visuais para que possam aprender a ler. A visão é o canal através do qual reagem aos símbolos escritos, dando-lhes um significado. Por maior esforço que o aluno faça, sua reação será mínima e, muitas vezes tentará adivinhar o que lê pelo pouco que consegue perceber, sendo quase sempre mal sucedido. As habilidades visuais das crianças de primeiro ano variam, não apenas também de acordo com as experiências que as criança já tiveram como o que viram e com suas impressões visuais. Outro ponto de vista que é bem freqüente nas crianças cujos pais tem baixo poder aquisitivo, é que, poucas usam óculos. Ir a um médico em rede pública é muito difícil, ir a um médico particular é muito caro. 5 Algumas crianças desenvolvem hábito de observarem com cautela e percebem minuciosamente pequenas diferenças entre objetos. Já outros, percebem apenas as grandes diferenças. Essas crianças estão em diferentes estágios preparatórios para a aprendizagem de leitura. 2.2- Dificuldades na fala. A linguagem oral é atualmente considerada, por autoridades na matéria, com fator de maior importância para a aprendizagem da leitura. Com dificuldade na fala a criança não consegue interpretar a linguagem escrita, nem ter uma boa estruturação de sentenças e uma pronúncia clara, não compreendendo desta os símbolos escritos. Os defeitos de fala influem sobre a aprendizagem da leitura, principalmente porque, para aprender e aperfeiçoar a leitura é essencial que o aluno pronuncie e articule bem as letras, sem gaguejar e sem quaisquer vício de linguagem. As crianças que têm algum defeito de linguagem, não conseguem fazer boa leitura oral, misturam sons, não se fazem entender e, como conseqüências sofrem e sentem-se desajustadas, ficam inibidas e passam a detestar a leitura. A criança aprende o que é lhe ensinado no meio em que vive, desta forma ela passa a ser uma imitadora de adultos. Esse desenvolvimento da linguagem se faz necessário para boa aprendizagem, onde o ensino corretivo precisa ser ministrado. Quando os defeitos são congênitos, deve-se ter cautela para que possa trabalhá-los de forma a resolucionar continua e vagarosamente estes problemas. Mas se os forem, e sim adquiri-los, deverá atacar esses fatores, com firmeza e persistência. De modo geral, quando a família do aluno tem o interesse em que os filhos tornem-se alguém na vida, mesmo se os mesmos não têm boa fala, eles fazem com que os filhos tentem aprender a falar corretamente. A fala é muito importante para o convívio social do ser humano, qualquer erro que o individuo comete na fala é percebido, se o outro indivíduo que está fazendo parte desse diálogo tiver uma boa fala. Para a aprendizagem da leitura se faz necessário que a criança tenha um bom domínio da linguagem oral. 2.3- Dificuldades na audição. 6 A habilidade para perceber sons é importante na aprendizagem da leitura, sendo que os defeitos de audição influem sobre esta aprendizagem, porque, para aprender a ler, o aluno tem que ouvir e ver bem. A acuidade deve está bem desenvolvida, para quando ela for ler, deva dar o som certo a cada palavra. A criança deve ter oportunidade para perceber semelhanças e diferenças em palavras, tanto auditiva e visualmente. Ela tem o privilegio de ouvir em casa, histórias, canções, músicas, bons programas, fazer viagens de lazer, se comunicar com pessoas com bom desenvolvimento intelectual, descobrem muita coisa mesmo antes de entrar na escola. Quando vão estudar em uma escola terão muito mais facilidade de diferenciar os diversos tipos de sons e sua sensibilidade de reação sobre eles será muito mais aguçada. Verifica-se os diversos tipos de sons, nota a variação com que se apresenta. Alguns são baixos, outros altos, uns curtos, outros mais longos, uns mais puros, outros menos puros, uns mais graves, outros mais agudos etc. Deve-se sempre chamar a atenção da criança para as várias qualidades de sons, ajudando a perceber e distinguir as diversas características que antes lhes passavam despercebidas. Depois de se trabalhar esses diversos tipos de sons, gradativamente serão inseridos os sons em palavras, os sons vocais. Em quase todas as situações de aprendizagem da leitura, a audição está presente e é necessária. Desta forma se a criança não ouve bem, apresentam dificuldade para ler: trocam os sons das palavras, não acompanham a aula, frequentemente tornamse emocionalmente desajustadas. Saber ouvir é essencial e imprescindível para que a criança tenha um desenvolvimento pleno na aprendizagem. 2.4-Distúrbios emocionais. As crianças que possuem problemas emocionais tendem a refugiar-se num estado regressivo infantil. Esses problemas põem barreiras na aprendizagem da criança que transfere para a leitura a hostilidade que sente pelo adulto. Ela recusa-se a ler para irritar ao professor aos pais. 7 Existem vários fatores que podem provocar frustrações e conseqüentemente esses distúrbios emocionais: a proteção demasiada dos pais, deficiente em casa, pressão injusta de adultos, ansiedade ou indiferença aparente de pais ou professores, rejeição por um grupo social, insegurança econômica, defeitos físicos, etc. A aprendizagem da leitura requer um certo grau de concentração, deve estar presa ao material usado, voltando sua atenção para o que está fazendo. Quando o professor está ocupado com outros alunos, é necessário que ele trabalhe sozinho, e quando está trabalhando em grupo, deve ter a capacidade de tomar parte nas atividades sem se distrair com o que acontece ao seu redor. As criança que estão habituadas a resolverem problemas sem muita ajuda, são seguras emocional, espiritual e materialmente, estão propensas a serem bem sucedidas em suas experiências preparatórias e iniciais de leitura do que as inseguras, dependentes e inábeis para tratar com seus colegas. 3-Orientações e ensino inadequados. Muitas vezes, a culpa pelas deficiências da criança em leitura cabe à escola. O aluno tem dificuldade porque a aprendizagem foi falha e se foi é porque o ensino foi deficiente. Pode verificar que existem vários fatores que podem causar as dificuldades das crianças em leitura; como: ausência de prontidão para leitura em qualquer fase, métodos inadequados de ensino, materiais de leitura em desacordo com o nível de desenvolvimento do aluno ou em desacordo com seus interesses, pouca ênfase no desenvolvimento das habilidade básica de leitura, desatenção às diferenças individuais, má organização do currículo escolar, fracasso do professor em conseguir, na classe, atmosfera amiga, encorajadora, propicia à aprendizagem. “ Um método sobrecarregado monótono, difícil e que descuida os interesses infantis na seleção do vocabulário e dos temas pode criar na criança uma atividade negativa e de recusa com relação à leitura”. Segundo CONDEMARIM(p.44, 1986). Para se ter uma boa aprendizagem se faz necessário, um tempo oportuno e elemento que conduzam de forma positiva. 8 Se o professor selecionar um bom métado, mas o aplica mal, com deficiências, qual será o resultado? O professor e equipe técnica das escolas devem caminhar sempre juntos. Quando o professor tiver alguma dificuldade deve procurar ajuda. Os materiais usados para a leitura se forem além ou aquém com o nível do aluno ele passará a não gostar da leitura. Em todas as classes, existem alunos vários níveis de desenvolvimento, e o professor deve está atento a isso. A escola, muitas vezes elaboram currículos que dão ênfase demasiada a certas áreas e deixa pouco tempo para o desenvolvimento das habilidades de leitura. Avaliação irregulares, descontinuas e ineficientes, fazem com que os professores não descubram as falhas na aprendizagem. Desta forma os alunos vão acumulando deficiências e tornando-os desestimulados. A atividade de ler, na fase de aprendizagem tem muita complexidade. Quando há interrupção no processo de aprendizagem, por qualquer que seja o motivo; doença, mudança da família de um cidade para outra, transferência de escola, na mesma localidade ou em localidade diferente, e mudança de professor, pode provocar problemas em leitura. Quando o professor não dá continuidade às atividade trabalhadas na sala de aula, os alunos sentem-se desestimulados. “O maior problema do hábito de ler não seria a falta de motivação com a qual as crianças se deparam quando tem frases e textos através de cartilhas já ultrapassadas, totalmente alienadas dos problemas de sua realidade”. Segundo SILVA, ( p. 31, 1983). Cada etapa do desenvolvimento da aprendizagem da leitura é importante para o desenvolvimento da criança. Se essas etapas são puladas ou invertidas, sem que as crianças tenham concluídos, será uma lacuna no ciclo que é demasiadamente importante. Cada etapa deve ser trabalhada até que as crianças estejam firmes. O professor tem que se desdobrar para motivar essas aulas e fazer com que a criança sinta interesse em aprender e busque sempre mais. 9 A descontinuidade nas experiências de sala de aula deve ser identificada e trabalhada, sempre que por ventura ocorrer. Nenhum professor está livre, a pular etapas, pois se existe o planejamento é para evitar ao máximo esses problemas. A implicação de perturbações na aprendizagem em leitura devem ser somadas, através de mudanças no planejamento, compromisso do professor e reforço em casa. 4-Desinteresse pela leitura Diversas situações de aprendizagem produzem frustrações e desgostos pela leitura. Sejam elas: materiais contendo a linguagem de nível superior ao desenvolvimento desta criança ou com motivos que não as interessem, tenham informações difíceis da criança identificar, professores muito exigentes, atividade monótonas ou repetitivas dentre outras. Essas situações acima citados podem ser as causas que provocam no aluno o desinteresse pelos livros e apresentam problemas em leitura, pois se o aluno não participa da atividade de leitura, não consegue obter qualquer progresso, pelo contrário, pode haver uma regressão. Segundo Condemarim, (1986), as crianças que tem experiência com livros televisão, viagens, boa linguagem etc, possuem potencial maior para captar e dar significado à folha impressa. De modo geral não existe só um elemento responsável pelo problema, mas um conjunto deles, e se não for possível afastá-los não será o ensino corretivo que vai resolver. Combater o desinteresse pela leitura é demasiadamente difícil se o professor não tiver alerta que qualquer fator que ocasionou este problema está direta ou indiretamente prejudicando o desenvolvimento pleno da criança. Pais que tem hábitos de ler podem ajudar muito a resolução desses problemas. Isso porque se os pais lêem muito, terão vários tipos de livros em casa. A criança tem oportunidade de manter o contato com os livros diariamente. O professor por sua vez deve estimular o aluno a ler, mostrando que em tudo e em todo lugar existem palavras, que podem passar despercebidas se não souberem ler. Deve ainda levar para a sala de aula, livros diversos, dentre outros 10 materiais que possa ler, como: revistas, embalagens, anúncios, placas de trânsito, etc. Deve-se mostrar para a criança que nós vivemos num mundo de leituras e que se faz muito importante essa habilidade, seja na escola, na vida familiar e em sociedade. 11 5- CONCLUSÃO No decorrer do trabalho foi possível ver que quando o aluno chega à escola, na maioria das vezes, eles não estão preparados ainda para a aprendizagem. Assim, primeiro devem ser feitos os ajustamentos sociais e emocionais, para que as crianças fiquem seguras e conheçam as novas regras sociais, proporcionando que as mesmas saibam se comportar em todos os momentos, e aprendam a respeitar as regras básicas, para que a classe tenha um ambiente propício à aprendizagem. Em uma classe de trinta ou quarenta alunos serão observadas características variadas. Enquanto alguns revelam-se bem imaturos, outros já venceram o estágio preparatório de aprendizagem. Deve ser feito então um ensino diferenciado, a divisão da classe em grupos, com atividades especificas para cada um de acordo com seu rendimento. É grande a tarefa do professor que se propõe a ensinar crianças a ler. A leitura é a compreensão, interpretação e o reconhecimento do que se está lendo. Leitura no contexto escolar, enquanto instrumento auxiliar para melhoria dos resultados do ensino, no contexto da sociedade brasileira. Sem dúvida, não é possível repensar a leitura, produção e interpretação de texto de forma isolada, pois reflete uma concepção de educação, de escola e de sociedade, sendo dela um reflexo. Repensar a leitura é um caminho possível para trilhar em busca de redirecionamento da totalidade do processo pedagógico. Através deste trabalho pretende-se levar a comunidade escolar a fazer uma reflexão no sentido de repensar as práticas de leitura no contexto escolar. 12 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1997. BACHA, Magdala Lisboa – Leitura na Primeira série, 2-ed, Rio de Janeiro, ed. Ao Livro Técnico, Brasília, INL, 1975. BACHA, Magdala Lisboa – Desenvolvimento da Leitura na Escola Primeira ( da 2ª a 6ª série), Rio de Janeiro, ed. Ao Livro Técnico, 1969. CHARTIER, Anne e HEBRÁRD, Jean. Discursos sobre a leitura. São Paulo: Àtica, 1995. 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