Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO DE CORES O emprego da cor no processamento de imagens tem base na maior capacidade do olho humano para diferenciar variações de tons do que de valores. A aplicação da cor facilita os processos de análise visual e a preparação para outros tratamentos digitais. T Teoria i Básica Bá i das d Cores: C o Espaço E RGB Trabalho desenvolvido por Thomas Young (1773-1829) revelou os princípios da teoria básica das cores. Ele descobriu que, projetando luz através de filtros vermelho, azul e verde no sentido de produzir círculos superpostos, diversos efeitos eram obtidos: - Onde os círculos coincidiam, a luz branca era produzida (apesar de saber-se na época que a luz branca era composta por um espectro continuo de cores, ao usar apenas 3 filtros não se esperava p o resultado obtido). ) - Onde qualquer duas cores coincidiam, outras cores eram produzidas ( vermelho e azul = magenta; vermelho e verde = amarelo e azul e verde = cyano). Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Teoria Básica das Cores: o Espaço RGB (continuação...) - A variação da quantidade relativa de vermelho, verde e azul na área de sobreposição era possível produzir uma enorme gama de cores. - Qualquer uma das 3 cores utilizadas nos filtros não podiam ser produzidas pela mistura de duas delas. Por isso, chamou elas de cores primárias aditivas. A subtrair Ao bt i vermelho, lh verde d e azull da d luz l branca, b usando d filtros filt obtenho bt h as chamadas h d cores primárias subtrativas. Branca – Vermelho = Cyano; Branca – Verde = Magenta g e Branca – Azul = Amarelo. Usando-se então as cores primárias ou secundárias é possível se obter todas as tonalidades de cores. co es Considerando o espaço tridimensional que geram os eixos ortogonais, das três cores primárias,, a cor de cada p p pixel será dado p por: onde R,G,B são as três cores primárias e r,g,b são os coeficientes de mistura, os quais são geralmente limitados ao intervalo 0≤r,g,b≤1. 0≤r g b≤1 Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Teoria Básica das Cores: o Espaço RGB (continuação...) Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Escolha da melhor combinação de bandas Com o objetivo de visualizar o máximo de informação não redundante (maior variância) é necessário utilizar as bandas que apresentam a maior variância e o menor coeficiente de correlação entre elas. Para termos a máxima variância a dispersão dos dados de cada banda deve ser a maior possível e isso significa que a banda aporta mais informações a composição colorida do qualquer l outra t banda b d que tenha t h seus ND agrupados d em torno t a um determinado d t i d valor. l Os menores coeficientes de correlação supõem que a informação aportada por cada uma das bandas tende a ser independente p das demais bandas. Por outro lado uma composição de bandas com pequena variância e alta correlação originará uma composição colorida de baixo contraste. Para tal poderemos utilizar o Optimum Index Factor (OIF) desenvolvido por Chavez (1982), para selecionar as 3 melhores bandas para a composição colorida. onde: sk é o desvio padrão dos ND de cada uma das três bandas; rj é o coeficiente de correlação entre cada um dos possíveis pares de bandas. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo de Munsell Um dos primeiros sistemas criados (e também um dos mais conhecidos) para classificação de cores, foi desenvolvido em 1905 pelo artista americano Albert H. Munsell baseado em três atributos distintos: Matiz M ti (ou ( Tom T -> > HUE H ): ) é a qualidade lid d que distingue di ti uma cor da d outra, t é o conceito it de d cor usando os termos comuns das cores, vermelho, amarelo, azul, etc, com cores de transição e outras subdivisões. A matiz depende do comprimento de onda dominante. Saturação (ou croma -> SATURATION S ): é dada pela intensidade ou pureza da cor. Munsell estabeleceu uma escala d t d té 14 graus para ascendente de até correlacionar as diferenças entre a cor pura e o cinza neutro. Valor (ou brilho -> VALUE V ): é a medida subjetiva de refletância, aparência clara ou escura de acordo com uma escala de 0 (preto) ( t ) a 10 (branco). (b ) Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo X Y Z Proposto pela CIE (Commission Internationale de ll’Eclairage) Eclairage) é baseado nas cores primárias imaginárias X, Y e Z. Neste modelo teórico, qualquer combinação aditiva entre duas cores sempre será localizada na reta t que conecta t estas t duas d cores no plano l XY XY. As cores primárias X, Y e Z estão linearmente relacionadas com o modelo RGB por A cor branca é representada por X = Y = Z = 1. Os coeficientes de cromaticidade x = X/(X+Y+Z) e y = Y/(X+Y+Z) podem ser utilizados para produzir o diagrama: Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo C M Y Modelo com base nas cores primárias subtrativas ciano (C, cyan), magenta (M, magenta) e amarelo (Y, yellow), as quais podem ser obtidas do sistema RGB da seguinte forma: Outra maneira de obter o modelo CMY é realizar a mudança ç de coordenadas subtraindo-se as cores primárias R, G e B da cor branca (W, white), representada por W = (1, 1, 1), ou em sensoriamento remoto por W = (255, 255, 255), para um sensor 8bits. Assim: Nos modelos de impressão dificilmente se obteria a cor preta com a combinação de quantidades iguais das cores CMY (teríamos uma tonalidade próxima ao marron escuro) e por este motivo que se adiciona o “cartucho” preto ao modelo de cores, obtendo-se assim o que chamamos de CMYK (K, (K black – não se utiliza a letra B para a cor preta porque foi consagrado o uso para a cor Azul, blue em inglês). Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo Y I Q Neste modelo, o componente Y corresponde à luminância e os componentes I (matiz) e Q (saturação) juntos codificam as informações de crominância. A conversão do modelo RBG para YIQ é definida como: em que 0 ≤ R, G, B ≤ 1. A soma dos elementos da primeira p imei a linha da matriz mat i é igual ig al a 1, 1 enq enquanto anto a soma das duas d as outras linhas é igual a zero. Assim, para uma imagem tom de cinza, em que todos os componentes RGB são iguais, os componentes I e Q são 0. O modelo YIQ é utilizado para transmissão de sinal de televisão em cores, o que possibilita a compatibilidade de televisores preto-e-branco e coloridos (padrão americano da NTSC – National Television System Committee). Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo Y U V É utilizado para representar cores nos padrões de televisão PAL (Phase Alternation by Line) e SECAM (Séquentiel Couleur à Mémoire). O componente Y corresponde à luminância e os componentes U e V codificam as i f informações õ de d crominância. i â i A conversão do modelo RBG para YUV é definida como: em que q e 0 ≤ R, R G, G B ≤ 1. 1 Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo Y Cb Cr Modelo largamente utilizado em vídeos digitais. A informação de luminância é representada pelo componente Y, enquanto a informação de cor é armazenada nos componentes Cb e Cr. O componente t Cb é a diferença dif entre t a cor azull e um valor l de d referência. f ê i O componente Cr é a diferença entre a cor vermelhar e um valor de referência. A conversão do modelo RBG para YCbCr é definida como: Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo HSV Definido pelos parâmetros matiz (H, hue), saturação (S, saturation) e luminância (V, value). A representação gráfica tridimensional do modelo HSV é uma pirâmide hexagonal derivada do cubo RGB. Os diferentes matizes estão representados na parte superior da pirâmide, a saturação é medida ao longo do eixo horizontal e a luminância é medida ao longo g do eixo vertical, o qual passa pelo centro da pirâmide. Nessa base hexagonal cada vértice corresponde a uma das co es primárias cores p imá ias RGB ou o às cores co es primárias p imá ias complementares CMY. O ângulo entre os vértices é de 60º. O vermelho corresponde a 0º, o amarelo a 60º, o verde a 120º e assim p por diante. A saturação varia de 0 a 1 e é representada como sendo a razão entre determinado matiz e sua pureza máxima (S 1) Um determinado matiz possui ¼ de pureza em (S=1). S=0,25. Quando S = 0, tem-se a escala de cinzas. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo HSV A luminância varia de 0 (no pico da pirâmide), que representa a cor preta, a 1 (na base), onde as intensidades das cores são máximas. A conversão do modelo RGB para o modelo HSV será: em que m=min(R,G,B) e M=max(R,G,B). A luminância â V e a saturação ã S estão ã normalizadas entre 0 e 1. graus O matiz H varia entre 0 e 360 graus. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo HSL Definido pelos parâmetros matiz (H, hue), saturação (S, saturation) e luminosidade (L, lightness). A representação gráfica do modelo HSL é formada por dois cones de altura 1, cujas bases são coincidentes. i id t O matiz é determinado pelos pontos no círculo da borda das duas bases comuns aos cones. A saturação varia de 0 a 1, conforme a distância ao eixo do cone. A luminosidade varia de 0 (preto) a 1 (branco) ao longo do eixo comum aos dois cones, onde se encontra a escala de cinza. Os matizes puros são encontrados no plano onde a luminosidade é igual a 0,5 e a saturação é igual a 1. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo HSL A conversão do modelo RGB para o modelo HSL será: em que m=min(R,G,B) e M=max(R,G,B). A luminosidade L e a saturação ã S estão ã normalizadas entre 0 e 1. graus O matiz H varia entre 0 e 360 graus. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S Definido pelos parâmetros intensidade (I, intensity), matiz (H, hue) e saturação (S, saturation). A combinação desses parâmetros em um espaço de cores tridimensionais resulta num estrutura piramidal de três lados. Os atributos HSI descrevem a formação de cores de uma maneira muito mais próxima àquela pela qual o sistema visual humano as percebe e, devido a isso, este sistema apresenta vantagens em relação ao sistema i RGB RGB. Intensidade é a medida de energia total envolvida em todos os comprimentos de onda, sendo portanto responsável pela sensação de brilho dessa energia incidente sobre o olho. Matiz M ti de d um objeto bj t é a medida did do d λ médio édi da d luz l que ele reflete ou emite, definindo portanto a cor do objeto. Saturação, ou pureza, expressa o intervalo de λ ao redor do λ médio no qual a energia é transmitida ou refletida. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S Utiliza coordenadas cilíndricas polares para representar as cores. A distância de um ponto até a origem ou ápice do cone representa a intensidade ou brilho (normalizado entre 0 e 1). A distância radial do ponto até o eixo central do cone representa a saturação da cor ( (normalizado li d entre t 0 e 1). 1) O matiz é representado como uma sequência radial saturação eixo ao redor edo dos ccírculos cu os de satu ação e do e o de intensidade. Embora o matiz varie na prática de 0 a 255, devido às das digitais, à características t í ti d imagens i di it i seu valor l representa na verdade um ângulo entre 0 e 360º, onde: 0º = verde (ND=0) ( ) 120º = vermelho (ND=85) 240º = azul (ND=170) 360º = verde (ND=255) Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S A representação no espaço de cores IHS apresenta algumas propriedades, entre as quais se destaca o ordenamento das resoluções espaciais dos componentes I, H e S, na forma como o olho humano é capaz de percebê-las. A componente t I é percebida bid por máxima á i resolução, l ã seguida id de d H e S, S devido d id ao fato f t de d que a retina do olho humano compõe-se de maior número de bastonetes (responsáveis pela percepção de luminosidade ou brilho I) do que de cones (responsáveis pela percepção do matiz H). ) Para exemplificar isso imagine uma foto aérea tomada com um filme preto e branco do visível de uma área do terreno, portanto, colorida. As cores mais vivas da paisagem corresponderiam na foto preto e branco aos tons de cinza claros e as cores escuras corresponderiam aos tons de cinza escuros. A foto aérea em preto e branco seria, portanto, uma representação da intensidade I. Para compensar a falta dos outros dois atributos da cor, elas têm com principal característica a alta resolução espacial, espacial de 1 m ou mais, mais que possibilita a identificação dos objetos pela análise de suas formas e não pelas propriedades de matiz e saturação. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S Elas possuem assim, uma baixa resolução espectral, mas uma alta resolução espacial. Então, o ideal seria ter um sensor que pudesse registrar com a máxima eficiência os três componentes das cores com alta resolução espacial. Mas o que vemos é uma maioria de sistemas sensores orbitais com um módulo multiespectral com baixa resolução espacial, adicionado com uma banda de ampla largura espectral, tal como das fotos aéreas e com uma alta resolução ç espacial. p Essa banda tem sido denominada de banda pancromática. Utilizando Utili ando a técnica IHS podemos processar p ocessa conjuntamente conj ntamente as imagens multiespectrais m ltiespect ais e a banda pancromática, combinando as suas resoluções e obtendo como resultado uma imagem com alta resolução espectral e espacial como será visto no próximo tópico de estudos. Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S A conversão do modelo RBG para IHS segue os seguintes passos: 1) Muda-se a escala dos NDs de 0 a 255 para 0 a 1. 2)) Calculam-se os novos valores de RGB com as seguintes g equações: q ç Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S A conversão do modelo RBG para IHS segue os seguintes passos: 3) Cálculo da Intensidade (I). 4)) Calcula-se a Saturação ç ((S)) observando os seguintes g condicionantes de Intensidade ((I): ) Colégio Politécnico da UFSM – DPADP0024 : Processamento Digital de Imagens (Prof. Dr. Elódio Sebem) Outros modelos utilizados para a representação de cores Modelo I H S A conversão do modelo RBG para IHS segue os seguintes passos: 5) Calcula-se o Matiz (H) observando os seguintes condicionantes: