MELISSA MAGAZINE Melissa Nation Inverno 2014 Inverno 2014 MELISSA NATION Celebrando a diversidade e o multiculturalismo, o inverno 2014 de Melissa une todas as etnias do mundo para traçar uma narrativa em que a busca pela essência de quem somos se transforma na valorização dos ideais coletivos. 1 + CHLOE NORGAARD A NOVA TOP GLOBAL INSPIRA A GERAÇÃO DO AMOR 2014 + NOMADISMO URBANO VIAJAR É PRECISO (A REALIDADE DE QUEM NÃO TEM FRONTEIRAS) + TRIBALISMO SONORO OS RITMOS E BATUQUES QUE CHACOALHAM GREGOS E BAIANOS + SOU MELISSEIRA TRAVELLER, GUIDE OU LOCAL: QUEM É VOCÊ NA NAÇÃO MELISSA? Plastic Dreams 2 MELISSA BLISS. INVERNO 2014. Melissa Nation Inverno 2014 3 MELISSA BOHO. INVERNO 2014. www.melissa.com.br www.melissa.com.br 18 80 112 18 A LINGUAGEM DAS CORES Chloe Norgaard, a mais linda representante da geração do amor, apresenta a nova coleção Nation 80 DOLL PARTS Criador do coletivo inglês Ponystep mixa lançamentos luxuosos dos parceiros de Melissa 112 OP ART Evocamos os anos 60 em bolinhas, listras, linhas e cores, supertrendy e optical Melissa Nation Inverno 2014 08 52 94 de Melissa concebeu o tema Nation sem fronteiras geográficas Karl: inovações deste time estrelado 12 58 98 qual seu DNA de melisseira? ;-) qual bandeira você veste hoje? Apple e a Galeria Melissa britânica 30 Erika Explica Saiba como a equipe Moods Travellers, Guides e Locals, Overseas Campanas iluminam a Big 60 SPFW Primeiro catwalk show da 100 Trevelyan são a cara da Melissa! Melissa consolida seu DNA global colore pontos de venda no Brasil! 34 64 102 Fred Butler se inspira na nova coleção e moda étnica invade a estação os pezinhos da nova geração! 36 66 106 novas maneiras de viajar pelo mundo japonês criou looks icônicos de Bowie para as datas mais especiais de 2014 44 70 110 Zakia mostra a força da cultura cigana beleza que desenham o inverno considera parte da Nação Melissa? 46 74 120 contemporânea, impossível! brasileira, que conquistou o mundo há sempre uma boa história Neonômades Histórias inspiradoras e Cinema Longa-metragem de Julia Rituais Mais bem-vindos na vida www.melissa.com.br Em pano Formatos e cores, Parceiros Gareth, VW, Jason Wu e Par perfeito Chloe Norgaard e Anna Neokitsch A artista multidisciplinar MELISSA IT. INVERNO 2014. Som na caixa A música une gerações Decolando Estilistas rodam o mundo Mito Kansai no V&A Estilista Fashion Tendências de moda e Origem A trajetória única da arte SP + Clube Melissa Coleção Nation Baby Pequenas preciosidades para GOL! Modelos icônicos de Melissa Mapa-múndi Por que você se Fiel Por trás de todo relacionamento Melissa Nation Direção de Redação Erika Palomino Editora Duda Porto de Souza Redatora-Chefe Suzy Capó MARCIA FASOLI E ALE SCHNEIDER Direção de Arte Teo Menna Designer Elisa Carareto Coordenação de Imagem Vivi Bacco Revisão Cícero Oliveira MEINKE KLEIN Capa Produção Gráfica Jairo da Rocha CTP, Impresão e Acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Projeto Gráfico Ana Starling BIZU Design com Conteúdo Jaqueta Stephen Sprouse @ House Of Liza, vestido Jean Paul Gaultier @ House Of Liza, braceletes acervo da modelo e MELISSA SOLDIER Calça Persy, top Issey Miyake @ House Of Liza, pulseiras acervo da modelo e MELISSA CLASSIC HEEL COLABORADORES Ad Ferreira, Andréia Meneguete, André Rodrigues, Anna Trevelyan, Camila Fremder, Eduardo Jordão de Magalhães, Eduardo Logullo, Fabio Tavares, Fred Butler, Guilherme Eddino, Ilana Rehavia, Jackson Araujo, Manu Carvalho, Marcio Madeira, Marina Pecoraro, Nicolas Gaillard, Rafael Assis, Richard Mortimer, Sergio Amaral, Thiago Batista AGRADECIMENTOS Toda a equipe Grendene + Melissa ENDEREÇOS DA EDIÇÃO AGENT PROVOCATEUR AGENTPROVOCATEUR.COM APARTAMENTO 03 (LUIZ CLAUDIO) APARTAMENTO03.COM.BR ARMANI ARMANI.COM ATSUKO KUDO ATSUKOKUDO. COM ASHISH ASHISH.CO.UK ALEXANDER MCQUEEN ALEXANDERMCQUEEN.COM BERNARD WILLHELM BERNHARD-WILLHELM.COM CÉLINE CELINE.COM COLCCI COLCCI.COM.BR COMME DES GARÇONS COMME-DES-GARCONS.COM ESCADA ESCADA.COM FRANCESCA MAROTTA FRANCESCAMAROTTA.COM GARETH PUGH GARETHPUGH.NET GENERAL EYEWEAR GENERALEYEWEAR. COM GIVENCHY GIVENCHY.COM HAPPY SOCKS HAPPYSOCKS.COM HOUSE OF HOLLAND HOUSEOFHOLLAND.CO.UK JASON WU JASONWUSTUDIO.COM JEAN PAUL GAULTIER @ HOUSE OF LIZA JEANPAULGAULTIER.COM JCDCASTELBAJAC @ HOUSE OF LIZA JC-DE-CASTELBAJAC.COM JEREMY SCOTT JEREMYSCOTT.COM KARL LAGERFELD KARL.COM KTZ KOKONTOZAI.CO.UK LETAGE LETAGE. COM.BR MARC JACOBS MARCJACOBS.COM MARIA BLACK MARIA-BLACK.COM MARTINA SPETLOVA MARTINASPETLOVA.COM MELISSA MELISSA.COM.BR MISSONI MISSONI.COM MOSCHINO MOSCHINO.IT NIKITA KARIZMA NIKITAKARIZMA.COM OPENING CEREMONY OPENINGCEREMONY.US OSKLEN OSKLEN.COM PRINTING PRINTING.PROVISORIO.WS RELLIK RELLIKLONDON. CO.UK ROBER DOGNANI CASADECRIADORES.UOL.COM.BR RONALDO FRAGA RONALDOFRAGA.COM.BR SIBLING SIBLINGLONDON.COM STEPHEN JONES STEPHENJONESMILLINERY.COM STEPHEN SPROUSE THESTEPHENSPROUSEBOOK.COM STATE OF CLAUDE MONTANA MONTANA.FR VALENTINO VALENTINO.COM VERSACE JEANS COUTURE VERSACE.COM VITOR ZERBINATO VITORZERBINATO.COM.BR VIVETTA VIVETTA.IT VIVIENNE WESTWOOD VIVIENNEWESTWOOD.CO.UK YON LEE CASADECRIADORES.UOL.COM.BR YSL YSL.COM CARTA DA EDITORA Erika Palomino Fazendo e escrevendo histórias FELIPE ABE Plastic Dreams 11 5 Melissa Nation Inverno 2014 mas não menos importante, Melissa Nation já é! Nesta décima-primeira edição de a exposição na Galeria SP, sua revista PLASTIC DREAMS, que busca rememorar aquele que apresenta o tema e a instante único do primeiro dia coleção de inverno 2014, de novembro no parque Villa- contemplamos tanto as inspi- -Lobos, sede da SPFW, com rações dos desenvolvimentos os modelos, a trilha sonora, a dos modelos quanto a forma energia que mudou a história de inseri-los no contexto de Melissa. A minha também, sociocultural (e fashion) do ao conceber e poder realizar MARCIA FASOLI E ALE SCHNEIDER 4 Plastic Dreams aquela apresentação de que momento. O tal do zeitgeist nunca vou me esquecer. de que a gente tanto fala _a consumidoras batizadas de Tra- expressão alemã que significa vellers, Guides e Locals (você “o espírito dos tempos”. encontra exemplos disso à pág. pre, e sob os ventos do espíri- não quando chega às lojas, 12, para melhor visualização). to de grupo, colaborativo, em Galerias e Clubes Melissa no planeta, mas nos seus pés. Conceitualmente, falamos Para frente andamos, sem- modelo de Melissa também é único, e ganha o sopro de vida de multiculturalismo, ancestra- Porém, a mais perfeita que talentos se somam num lidades e de rua, da chamada tradução do que queremos mesmo objetivo: fazer parte Como parte deste time, “vida real”. Nos produtos, a dizer passa por dois momen- da sua vida com os melhores também na condição de con- equipe de criação de Melissa tos. O primeiro foi o histórico sonhos de plástico que serão sultora, diretora desta revista, desfile de Melissa no São seus companheiros de melisseira de coração desde a Paulo Fashion Week, quan- todos os dias e noites. adolescência, convido você à do debutamos na passarela Assim, cada leitura e ao desfrute de uma focou em três famílias, como se diz, sobre grupos de oficial da moda brasileira PLASTIC DREAMS especial, que com looks multiétnicos, que dá início aos trabalhos das desafiavam mesmo os olhares comemorações dos 35 anos mais afiados dos críticos da desta verdadeira lovebrand primeira fila (e do público) global. Juntar pessoas e fo- para identificar de qual país mentar a criação e a liberdade ou tribo vinha cada um. Na é uma parte do meu trabalho, verdade, era tudo ao mesmo escrevendo e fazendo essas tempo agora, como diz a histórias. Eu faço parte da música dos Titãs. Em segundo, Nação Melissa. 6 Plastic Dreams 7 Melissa Nation Inverno 2014 FOTOS: ACERVO PESSOAL Nossa gente MANU CARVALHO CAMILA FREMDER EDUARDO LOGULLO ANDRÉIA MENEGUETE AD FERREIRA ILANA REHAVIA RAFAEL ASSIS TEO MENNA Fina de Paris, cidade onde Como sugere o título de Autor do texto sobre Andréia é jornalista pós- Com oito anos de carreira, A jornalista Ilana Rehavia Ilustrador nato e graduado Teo está de volta ao time nasceu, Manu Carvalho é seu livro “Como ter uma bandeiras publicado nesta -graduada em Estética, Arte o designer e DJ Ad Ferreira deu um tempo do ritmo em Design Gráfico pela da PLASTIC DREAMS, como referência de moda, seja vida normal sendo louca”, edição, Eduardo Logullo e Gestão da Moda pela USP. já é bem viajado, tendo maluco de mãe de um Universidade de Soroca- diretor de arte da revista. como figurinista de novela, escrito com a apresentadora escreve profissionalmente Com nove anos de experiên- atravessado o país disco- bebê de três meses para ba, Rafael trabalha como Designer obcecado por consultora de imagem para Jana Rosa, Camila Fremder há mais de 25 anos. Jorna- cia no mercado editorial, tecando em festas, clubes cobrir os shootings dos freelancer e, paralela- letras, padrões geométricos, marcas e artistas, stylist, pertence ao grupo de lista, roteirista de televisão já atuou como editora de e eventos. Durante sua editoriais desta edição. mente, como artista visual imagens monocromáticas professora ou dando dicas viajantes que transformam e escritor, já passou pelas beleza da revista “Glamour” estadia de quatro anos no Baseada numa cidade de em projetos pessoais e e pictogramas, trabalha valiosas para os mais diver- qualquer parada em uma principais redações e emis- e como repórter das revis- Bar Secreto, em São Paulo, praia próxima a Londres, coletivos. Como designer, com design editorial sos públicos. É formada pela aventura de tirar o fôlego. soras de São Paulo e do Rio tas “Vogue”, “Manequim” comandou, entre outras Ilana trabalha como desenvolveu o encarte do e tipografia. Bienal de Parsons School, de Nova Formada em publicida- – cidade em que nasceu. e do jornal “Diário do Gran- festas, a TROPICANALHA, correspondente freelancer primeiro disco de Juliana Arquitetura, Museu da York, e começou sua carrei- de com pós-graduação No momento, prepara dois de ABC”. Além disso, ela ao lado de Jackson Araujo, para revistas, sites e rádios R, entre outros trabalhos. Casa Brasileira, Festival ra na “Casa Vogue”. Manu, em roteiro para cinema novos livros, com lança- colabora para sites como iG, que também colabora nesta brasileiras, incluindo UOL, Como integrante do coletivo Música Nova, MASP e FILE é claro, é fã de Melissa e e TV, Camila desenvolve mento previsto ainda em Terra e Tempo de Mulher. edição. Já dividiu as pica- “Época”, “Marie Claire” e RAGA, ilustrou a 5ª edição são alguns dos clientes por isso a convidamos para conteúdo para empresas, 2014. Logullo sonha com Viciada em corrida, dietas pes com grandes nomes “TPM”. Vivendo na Inglater- da revista “A[P]arte da para os quais desenvolveu escrever sobre a moda no sites e produtoras, além de viagens para lugares longe detox e tratamento esté- internacionais como Justice, ra há 13 anos, trabalhou no vez”. Para a ONG Instituto Catálogos e Comunicação inverno 2014 nesta edição assinar coluna para a revista deste insensato mundo, ticos, Andréia correu atrás Michel Gondry, Brodinski, serviço mundial da BBC por MOVE, esse mesmo coletivo Visual. Participou da expo- de PLASTIC DREAMS. Além “Glamour” e editar o site em pontos remotos como das tendências de make entre outros, e fez gente oito anos, onde fez uma sé- confeccionou, com Monica sição Hidden Heroes, no de acompanhar as princi- We Pick (http://wepick. o Círculo Polar Ártico, ilhotas para o inverno 2014, que como Michael Stipe, Marc rie de coberturas especiais Chan, uma série de posters Vitra Museum (Alemanha), pais tendências da tempo- band.uol.com.br). Nas horas na Oceania, Islândia ou as ela compartilha com as fãs Jacobs e Vincent Cassal e documentários, viajando em serigrafia. Em parceria com uma família tipográfica rada em desfiles e eventos, vagas, Camila encontra florestas do Acre. Enquanto de Melissa nesta edição correrem para a pista. Há para o Japão para investigar com Felipe Vieira, o coletivo inspirada em um clip de Manu adora viajar e tempo pra escrever livros isso, navega pela internet. da PLASTIC DREAMS. Taurina três anos é DJ residente do a indústria do fetiche, e desenvolveu o projeto papel. Selecionado em três destaca entre seus destinos (já está no terceiro) e falar Se quiser contactá-lo, basta com ascendente em capri- bloco carnavalesco I Love para a Indonésia, logo após “Jardim Elétrico”, de graffiti Bienais de Design Gráfico, preferidos Nova York, Paris – sozinha, com as plantas entrar no Facebook. Lá ele córnio, Andréia só poderia Cafusú, em Recife. Desde o tsunami. Sua reportagem no SESC Bom Retiro (2012). também teve trabalhos e Itacaré, na Bahia. Em São e até quando está dormin- comenta o lado B das no- mesmo pertencer à tribo 2009, mantém sua marca sobre como as brasileiras li- Como técnico de palco expostos no London College Paulo, quando não está do. O ritmo intenso da sua tícias do dia, expressa sua das Locals! Ah, é também de roupas de cunho autoral, dam com a beleza e o corpo destaca o seu trabalho of Communication, onde fez trabalhando, Manu usa seu vida não impediu que ela indignação aos sistemas e mãe, esposa, amiga, filha... artístico e colaborativo, a caiu nas mãos da apresen- no espetáculo Bom Retiro especialização por 1 ano, tempo para se cuidar com escrevesse a crônica que fe- ações opressores e declara ONONO. AD preparou para tadora Oprah Winfrey, que 958m do grupo Teatro da e no SESC SP. Vai ser pai massagem em casa, aulas cha esta edição da PLASTIC seu amor pela anarquia, TODO DIA Eu leio a previsão esta edição um set list entrevistou Ilana em seu Vertigem. Rafael colaborou pela primeira vez logo de Pilates e caminhadas no DREAMS. Bem-vinda à famí- seja ela em forma de astrológica antes de sair inspirado na Melissa Nation. programa. Definitivamente nesta edição com a ilustra- depois do fechamento da Parque do Ibirapuera. lia das Guides, Camila! cidade, cinema ou poesia. de casa. O mood? Guides, claro! uma Traveller, num break ção que acompanha o texto revista! É, portanto, um Lo- para a maternidade. de Camila Fremder, no final cal, até segunda ordem :-) Um Guide disfarçado de Sim, Manu é Traveller de carteirinha! TODO DIA Eu me alongo Traveller, ou vice-versa? antes de deitar para dormir. TODO DIA Eu pesquiso, ouço e danço música. da revista. Seu tipo? TODO DIA Eu acordo com Guides, suspeitamos. TODO DIA A primeira coisa TODO DIA Eu penso em um sorriso da minha filha, que eu faço é rezar. Junto as dormir mais cinco minutos. Naomi. É impossível ter TODO DIA Eu pratico yoga mau humor matinal. ao acordar. mãos sobre o peito e peço muita luz, caminhos abertos e que tudo dê certo... TODO DIA Eu deixo alguma coisa para amanhã. 9 Melissa Nation Inverno 2014 2 3 GUI MOHALLEM GETTYIMAGES 1 8 VIVI BACCO Plastic Dreams 1 As belezas de uma mulher do grupo étnico Mursi, na Etiópia 2 Numa placa de trânsito em uma estrada no Uruguai, instalação confere o espírito despojado do país 3 Still do filme “Rio Cigano”, com fotografia de Gui Mohallem (veja mais à pág. 44) 4 Cena noturna em Hong Kong UMA NAÇÃO EM SI A COLEÇÃO DE INVERNO 2014 DE MELISSA REFORÇA O RESPEITO MÚTUO ENTRE PESSOAS DE TODAS AS ORIGENS, CREDOS, ETNIAS, NACIONALIDADES E NATURALIDADES. CADA VEZ MAIS PRESENTE EM TODAS AS PARTES DO GLOBO, MELISSA NATION ABORDA QUESTÕES COMO A BUSCA ANCESTRAL, O NOMADISMO URBANO E A CULTURA DAS RUAS. Texto Erika Palomino Sejam todos bem-vindos O idioma falado no territó- VIVI BACCO 4 humor ou descontração. Um Melissa fez algo quase óbvio. à Melissa Nation. Aqui não é rio da Nação Melissa é dife- assobio entra vez ou outra. Mas que nem todo mundo necessário visto de entrada, rente de qualquer outro que Como é essa música? A de faz: olhar para o lado. É que passaporte, nem imigração, você já tenha ouvido. Mistura cada um. A de todos. Muitas. todos os integrantes desta nu- apenas o trânsito livre entre o vocabulário dos dialetos do Várias. A gente aqui na Nação merosa galera viajam, viajam, cidadãos da boa vontade. Em Design, da Moda, da Inovação Melissa é bem solto mesmo. viajam muito. Para pesquisar, tempos de multiculturalismo e do Alto-Astral. A palavra e transversalidades, a coleção mais usada é plástico, funcio- te ano na “Folha de S. Paulo”, feiras ou exposições de arte, de inverno 2014 de Melissa nando, no caso, praticamente o jornalista Janio de Freitas de arquitetura e de design. reforça o respeito mútuo entre como vírgula. bem definiu: “O elemento es- Para levar adiante os valores sencial na existência de uma de Melissa. Para trocar ideia. pessoas de todas as origens, Nossa bandeira traz todas Num artigo em janeiro des- para se inspirar, para visitar credos, etnias, nacionalidades as cores e raças, e a cor da Nação é o povo. Não é o ter- Ou mesmo com o humilde e naturalidades. Cada vez pele de quem aqui nasceu ritório, não é o Estado, ambos objetivo de… ver o que está mais presente em todas as (ou elegeu como seu lugar inexistentes em várias formas rolando por aí (isso inclui partes do globo, nada mais favorito no cosmos) é pura de nação ao longo da histó- andar pelo Brasil, terra-mãe espontâneo do que Melissa miscigenação. Portanto, não ria”. Por isso, ao escolher este da Nação Melissa). Durante homenagear todos as gentes. há preconceitos de qualquer tema como nota de base para tantas horas de voo, de van, E que, neste ano, pelo calen- forma. O hino é simples: sua coleção, deliciosamente de ônibus, de carro e até de dário esportivo, acabam que aquele lá lá lá que cantarola- perfumada em tutti-frutti, moto (!), descobrimos não vão se encontrar no Brasil. mos em momentos de bom como sempre, a equipe de apenas “as próximas tendên- 10 Plastic Dreams VIVI BACCO 5 11 Melissa Nation Inverno 2014 6 8 9 10 7 FOTOS: GETTYIMAGES 5 Uma cabana no vilarejo Punta del Diablo, na costa do Uruguai 6 Cruzamento de pedestres em Shibuya, Tókio 7 As estátuas moai, na Ilha de Páscoa, um dos lugares mais isolados do planeta 8 Um viajante no parque chileno Torres del Paine 9 Pintura rupestre com a imagem de um caçador se mostra contemporânea 10 Entalhe na canoa maori Ngatokimatawhaorua, usada nas migrações para a Nova Zelândia cias”. Se quem viaja está, em tentando nos expressar. Arte e gos (metafóricos ou reais), em nossos pensamentos? chetas de madeira, enquanto curiosidade do que respeito ditamos firmemente nisso. conhece e com quem você tese, “em busca de alguma narrativa. Parece contemporâ- viajamos. Um turismo _de Tem horas que a gente se as mulheres dançam com às diferenças, sejam elas Essa é nossa constituição. E, não conhece também. E se coisa”, percebemos que certo neo, né? Sim. férias, de alma. Querendo sente perdido mesmo. E nem graça querendo ser a rainha milenares ou corriqueiramen- ao contrário, de certos países, a Terra está cartograficamen- chegar a algum lugar. Ou a precisa estar num bairro da festa. E se quiser ver te facebookianas. Alguém que fazemos valer essa declaração te rateada em fronteiras, que, a cada migração, nos lugar nenhum. Seguimos. desconhecido, numa festa es- in loco, prepare-se, pois a viva diferente de você, que de valores. o planeta pode ser dividido tornamos diferentes? As Nômades, errantes, ciga- tranha ou numa rua esquisita. capital Hanga Roa ferve com pense diferente de você, que Se nem sempre viajamos porque muitos de nós vão cidades ou as experiências de nos. Uma pessoa sábia, o esse carnaval, e vai gente SEJA diferente pode ser legal. literalmente, podemos viajar e pessoas chatas. Seja legal tentar encontrar suas raízes, deslocamento que a elas etnólogo francês Marc Augé, vidinha é a dos rapanui, lá da do mundo inteiro. Por quê? Integrante da Nação Melissa, para utópicos universos, pen- então. Vai fazer toda a dife- conhecer a terra de seus ante- levam são transformadoras. criou há coisa de 20 anos Ilha de Páscoa? Nesta extra- Talvez para reverenciar esses você já percebeu que ser dife- sando em como tudo seria rença. Com este pensamento passados, identificar a origem “Life changing”, sintetiza a uma expressão que se tornou ordinária locação, um remoto habitantes que, há bastante rente pode ser e É legal. Pen- melhor se todo o mundo _e essa ação_ você já ganhou de sua família. Em resumo, sa- boa fala da língua inglesa. importante: o não lugar. Em ponto no grande Oceano tempo, saíram da Polinésia se em diferenças como ser assim pensasse. Por outro seu carimbo virtual para fazer ber quem a gente é. A ques- Já o argentino Jorge Luis tese, lugares transitórios, sem Pacífico que, formalmente, é de canoa, pararam por ali e mais magra (ou mais gorda), lado, nos é possível agir para parte da Nação Melissa (e tão da ancestralidade ocupa Borges (quem não leu ainda, significado relevante para território chileno, todo feve- ergueram seus famosos mo- alta “demais” (ou baixinha); que isso aconteça de fato, ao andar pela rua de Melissa cada vez mais espaço nas deveria) poetiza: o homem é serem definidos como “um reiro rola o festival Tapati, em ais. Ah, você ou seu namora- gay, hétero, branco, preto, manifestando-se ao levantar a gente já não se sente discussões culturais, antropo- sempre o primeiro homem, lugar”. Pense num saguão de que a população masculina do têm uma tatuagem maori? budista, evangélica, careca ou bandeiras, placas, cartolinas. especial e diferente?). Sejam lógicas e até arqueológicas, o rio é sempre o primeiro rio. aeroporto, de rodoviária, uma compete alegremente (com Foram eles que criaram isso japonesa. Faz alguma diferen- A nós também é possível todos bem-vindos, então, com os Indiana Jones da vida Porque cada água em curso sala de espera de dentista ou calções engraçados), em também. E por que você de- ça? Faz. Não faz _ porque no atuar de forma invisível e in- mais uma vez. Pra terminar real cavoucando a picaretas é nova, como nós também uma loja de conveniência. Es- categorias como deslizar em senhou isso no corpo? Talvez fundo, somos todos humana- tangível. De modo corriqueiro lembrando de uma música e pincéis rochas, cavernas e somos outros, a cada vez que paços que a própria contem- troncos de árvore do alto do nem mesmo você saiba. Quer mente iguais. Quem você é e cotidiano. Simplesmente meio velha, da lenda nordes- mesmo o fundo do mar. Pense nela tocamos. poraneidade tornou “lugar”. vulcão, correr com cachos de saber? Não importa. está longe de pré-conceitos, ao sorrir para um estranho, tina Luiz Gonzaga, “minha Diz aí: quer algo mais “não bananas no ombro e nadar estereótipos ou classificações. tratar bem um desconhecido, vida é andar por este país pra lugar” do que nossa cabeça, no mar aberto sobre pran- Nós, da Nação Melissa, acre- em ser legal com quem você ver se um dia descanso feliz”. tipo de viajante pode estar é à procura de si mesmo. O clichê se justifica. Seja numa pintura rupestre. Éramos nós, há zilhões de anos, Também não é verdade Para sentir a temperatura e o sabor de distintos córre- Quão diferente da sua O interesse por outras formas de ser reflete menos também entre pessoas legais Plastic Dreams 12 Coleção | Moods 13 Melissa Nation Inverno 2014 TRAVELLERS Pensando nas meninas apaixonadas pelo novo, que desejam explorar outras culturas, os modelos Travellers trazem referências vindas de cidades globais como Londres, Nova York, Paris e Tóquio, mas também das cidades pequenas e charmosas, como nas praias da Costa Amalfitana e da Tailândia. O resultado é a mistura do frescor da praia com a praticidade da cidade. MELISSA BLISS A rasteirinha traz um maxiaplique no formato de coração ou triângulo (no mesmo tom da sola ou nas combinações vermelho e marinho, MELISSA BALLET HEEL FOTOS: VIVI BACCO rosa e cinza e preto e branco). Seu cordão esportivo pode ser amarrado de diferentes maneiras (no tor- O sucesso da versão flat nozelo, num laço, ou até mesmo sem ele). Além de mutante foi adaptado para ocasiões e superfresca, o modelo garante conforto e muito estilo! mais sofisticadas. Inspirada na #LOVETRIANGLE #FRIDAYFEELINGS #PREFERIDA reinterpretação das sapatilhas de ballet, um laço delicado e fitas no mesmo tom para serem amarradas ao tornozelo. #SWEET #DELICADEZA #FEMINILIDADE MELISSA LOVELY MELISSA LOVE FU Companhia perfeita para dias Com solado estampado com de sol, cabeça leve e pensamentos print de rosas em tons invernais, alegres. Os apliques de cada pé, quando a rasteirinha Love Fu ganha mais atitu- juntos, formam um charmoso laço minimalista. de com spikes em ambas as tiras. Arrase com tons vibrantes de rosa ou amarelo, ou A opção perfeita para receber os amigos em casa aposte nos básicos preto, branco ou marinho para ou começar o dia com muito mais estilo! um rasteirinha coringa para todas as ocasiões! #BOMDIA #HOTELCHIC #COMPORTAMENTO #LETTHESUNSHINEIN #FRESCOR #JETSETTERS Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. traz um salto alto e a ponta arredondada, com MELISSA CLASSIC HEEL MELISSA HARMONIC GARDEN Toda garota que viaja, Já imaginou viajar e levar suas não importa para qual destino flores favoritas aos seus pés? Modelo do mundo, tem que ter em sua perfeito para as jetsetters mais românticas, bagagem um bom salto para uma balada. agora com três maxiapliques de flores, em A Classic Heel é perfeita para isso, moderna e branco com preto, marinho com branco e total sensual, nos básicos preto, cinza e nude, e em tons pink, laranja e branco. Companheira para o dia e vibrantes de vermelho e pink. para a noite. #LIFEONTHEROAD #SOMNACAIXA #FESTACERTA #FESTANOJARDIM #IBIZAFEELINGS #DESEJO Plastic Dreams 14 Coleção | Moods 15 GUIDES A família Guides traz modelos que acompanham meninas antenadas, sempre por dentro dos hotspots das grandes cidades. Misturar é a palavra de ordem, usando referências urbanas e inspirações da década de 90. O boom das ruas e do street style é pura inspiração. MELISSA SOLDIER A ankle boot de salto traz inspiração militar no solado tratorado, sem perder a feminilidade! O salto grosso proporciona estabilidade e modela as pernas, e o elástico lateral ga- FOTOS: VIVI BACCO rante o conforto nos dias mais frios. O acabamento envernizado a torna ideal para momentos glam da noite e do dia. #SINGINGINTHERAIN #AIRPORTSTYLE #SENHORADOSRAIOS MELISSA QUEEN MELISSA FLIP Por ser confortável, feminina e combinar com todos os estilos, a sapatilha peep- A sandália anabela remete à cena de rua dos anos 80 e vai -toe tem seu lugar garantido em todos os closets. fazer qualquer menina se sentir no topo do mundo! Inovando por O modelo traz um laço duplo, que remete a momentos meio de tiras que interagem com o salto, a Melissa Flip tem um românticos, e ganha toques de modernidade com o contraste estilo impactante. Sua estética duo color é finalizada com aca- de texturas flocada e brilho. #PRATICIDADE #RAINHASMODERNAS #VERSATIL MELISSA HOOP encontros mais marcantes desta estação. MELISSA CAMPANA FAVELA FLOCADA Com solado e bow tartan, ganha versão neutra Nascida em 2005, a de preto e marinho, e combinações de bege com incomparável Campana Favela tartan azul e rosa com tartan rosa e azul, para quem ganha versão flocada nesta temporada, gosta de apostar nas cores! Perfeita para ser usada com perfeita para temperaturas de meia estação. legging e camisetão! Nas cores bordô, preto e cinza. #SARTORIALIST #CLICK #ENCONTROMARCADO #DESIGNDODIA #MELISSAHISTORY #PUROCONFORTO Hit do streetstyle, a Melissa Hoop irá guiar as meninas para os Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. bamentos flocado e com brilho. Sua cartela de cores é elegante, com cinza e marinho, off-white e preto, bordô, preto e cinza. #PODER #TOPOFTHEWORLD #ARRASA MELISSA IT nhou sua versão Melissa com muito mais humor: MELISSA NECKLACE um print de gatinho no mesmo tom do modelo, com di- O modelo conta com uma sobreposição (destacável) reito a orelhinhas salientes. A versão é flocada e se destaca que cobre a estrutura da perna até o peito do pé, alongan- ainda mais com sua cartela de cores: pink, bordô, cinza, ma- do a silheuta. O cano médio o torna perfeito para uso diário, rinho e preto. Vai agradar todas as gatinhas cosmopolitas! um novo clássico para o seu guarda-roupa. #HIT #STREETSTYLE #MEOWWWW #MODERNIDADE #SLIM #DAYWEAR Ícone da moda urbana, o tênis slip on ga- Plastic Dreams Coleção | Moods 16 17 Melissa Nation Inverno 2014 LOCALS Para mulheres que apostam num visual moderno e funcional, misturando a alfaiataria masculina com a sensualidade dos recortes arquitetônicos das cidades por onde passam. Os modelos do grupo Locals traduzem o melhor do estilo, da cultura e do design avant-garde dos pontos turísticos mais inovadores da moda. MELISSA STYLE FOTOS: VIVI BACCO A Melissa Style tem um solado flat com estética que remete aos tamancos japoneses, usados até hoje de maneira tradicional ou misturando tendências. Confortá- MELISSA BOHO vel, por ter um solado grosso e tiras que sustentam bem no pé, Apesar do formato clássico, a estrutura da é peça-chave no guarda roupa das trendsetters nesta estação. Em Melissa Boho é cheia de detalhes únicos: o sal- tons de azul, pink, off-white, cinza e preto. calcanhar, e o desenho do decote em “v” no peito do pé acompanha o bico fino, finalizado em peep-toe. Disponível nas versões flocada e fosca. #AVANT-GARDE #OUSADA #FUNDAMENTO MELISSA TAILORING A Melissa Tailoring faz referência aos clássicos sapatos Oxford, brincando com uma versão de bico fino e recortes que revelam discretamente os pés. Emblemática em sua versão black and white e superprática toda em preto. O laço dá um charme extra para o modelo. #FINA #TILDASWINTON #CONCEITO Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. to geométrico é levemente maior que o encaixe do #BALANCO #GLOBETROTTER #SUINGUE MELISSA CUTTING A flat revive o mood dos MELISSA FRESH BLOOM anos 50: alfaiataria, sensualidade, A arquitetônica Fresh Bloom chega sofisticação, modernidade e minima- à coleção Nation em suas versões mais lismo. Com recortes precisos, ela seduz nos girly-chic, se destacando com animal print pequenos detalhes: bico fino e efeito duo color na de oncinha nas cores azul, marrom e rosa e tira e na palmilha. Perfeita para ser usada com uma com xadrez pied-de-poule na sapatilha preta e saia comprida numa pista de dança! branca. Linda com legging, jeans, saia ou shorts! #ALLNIGHTLONG #CHIC #RETRÔ #PRINTLOVE #TRENDY #ROAARRRRR Plastic Dreams 18 A linguagem das cores DENTRE AS PALAVRAS MAIS IMPORTANTES DO DICIONÁRIO DO IDIOMA MELISSA ESTÁ, SEM DÚVIDA, O SUBSTANTIVO COR. AQUI, A MAIS LINDA REPRESENTANTE DA GERAÇÃO DO AMOR, A MODELO-DO-MOMENTO CHLOE NORGAARD, MEXE E REMEXE PARA MOSTRAR COM QUANTOS TONS SE FAZ UMA COLEÇÃO DE INVERNO. FOTOS MEINKE KLEIN STYLIST ANNA TREVELYAN ASSISTENTES ROSIE WILLIAMS E YAO YAO LIN HAIR CHARLIE LE MINDU @ JEDROOT COM PRODUTOS GHD E HAIRDREAMS ASSISTENTE SHIORI MAKE UP LAURA DOMINIQUE @ STREETERS NAIL ART ZARRA CELIK @ CLM HAIR & MAKE-UP COM PRODUTOS M.A.C MODELO CHLOE NOORGARD @ PREMIER VEJA O MAKING OF NO YOUTUBE/MELISSACHANNEL Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. Vestido Acervo stylist Pulseira laranja Fashion Luxx Jaqueta Issey Miyake @ House Of Liza Outras pulseiras e colar Acervo da modelo MELISSA ASCENSION + GARETH PUGH Calça Persy Pulseiras Acervo da modelo Top Issey Miyake @ House Of Liza MELISSA CLASSIC HEEL Jaqueta Jean Paul Gaultier @ House Of Liza Camiseta (usada por baixo) Jcdcastelbajac @ House Of Liza Shorts Versace Jeans Couture @ House Of Liza MELISSA STYLE 22 Vestido Jean Paul Gaultier @ House Of Liza MELISSA LOVELY Camiseta Gianni Versace @ House Of Liza Calça Nikita Karizma Bracelete Acervo da modelo MELISSA BLISS Jaqueta State Claude Montana @ House Of Liza Bracelete Acervo da modelo MELISSA NECKLACE Vestido Bernhard Willhelm @ Machine A Braceletes Acervo da modelo MELISSA MAGDA + JASON WU Camiseta (usada por baixo) Versace @ Rellik Regata YSL @ Rellik Calça Nikita Karizma Braceletes Acervo da modelo MELISSA NATION Jaqueta Stephen Sprouse @ House Of Liza Vestido Jean Paul Gaultier @ House Of Liza Braceletes Acervo da modelo MELISSA SOLDIER 30 Plastic Dreams 31 Anna Trevelyan: de Gaga para o cosmos “TENTO SER AVENTUREIRA E FAZER COM QUE AS MENINAS SEJAM FELIZES E NÃO TENHAM MEDO DE SE DIVERTIR COM SUA APARÊNCIA”, DIZ A TOP STYLIST ADORADA POR NICOLA FORMICHETTI, QUE SE INSPIRA EM HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. Acima, a top stylist Anna Trevelyan observa a produção de Chloe Norgaard para o shooting Texto Ilana Rehavia Fotos Nicolas Gaillard sejam felizes e não tenham mas de uma forma bem mais Formichetti, logo que saiu como Topshop, Guess, Hermès de arte e adoro tirar inspiração é uma das profissionais de A stylist Anna Trevelyan cas dos últimos tempos, famoso por seu estilo audacioso. com Formichetti e Gaga, Anna medo de se divertir com sua sutil: doce e de fala mansa. da faculdade. e Nike; as revistas “Dazed & de personagens e musas.” moda mais badaladas do Não é exagero dizer que Anna definitivamente continuou aparência”, conta. A fama que Anna tem de ser Desde então, Anna vem momento. Tão badalada que abocanhou um dos trabalhos firme na missão de trazer A stylist é seu melhor profissional e trabalhadora é adicionando cada vez mais e as cantoras Jessie J., Rita Ora parte de seu trabalho também foi escolhida como um dos mais disputados da indús- um elemento de diversão e cartão de visitas, a personi- totalmente justificada. Ela é nomes à sua lista de clientes e, claro, Lady Gaga. “Eu amo são uma fonte constante de cinco nomes emergentes mais tria, uma grande façanha, ousadia para a moda. Ela pa- ficação perfeita do lado leve um pacote completo. e projetos. Como Diretora de trabalhar em videoclipes”, ideias. Brasil, Japão e África influentes do mundo da moda especialmente para a então rece ter uma queda por novos e divertido que celebra em Ironicamente, foi sua Moda da revista “Untitled”, conta ela. estão entre seus destinos pelo jornal britânico “The novata. Os dois se conheceram estilistas e roupas com um seu trabalho. Durante os dois incapacidade de tirar boas por exemplo, trabalhou ao Independent”. quando ela foi selecionada impacto visual forte, como as dias que passamos com Anna fotos que a transformou em lado de profissionais badala- que já seduziram tanta gente to, a stylist conta que não Para entender tamanho por Formichetti para traba- peças que ela selecionou para no estúdio em Londres, era uma stylist. “Eu adorava criar díssimos como o estilista Heidi interessante, Anna é influen- está muito preocupada em sucesso, é impossível ignorar lhar como modelo em uma a PLASTIC DREAMS. impossível ignorar o estilo imagens e roupas, mas era Slimane e a fotógrafa Ellen ciada pelas pessoas à sua volta fazer planos a longo prazo. o período que ela passou campanha da marca japonesa Anna poderia estar descre- dela – um misto de perucas péssima em fotografia”, lem- Von Unwerth (Anna inclusive e por coisas aleatórias que vê “Mal consigo pensar além da ao lado de Lady Gaga. Anna Uniqlo. “Trabalhar com ele foi vendo a si mesma quando fala de cores fortes, chapéus fofos bra. Ela encontrou a solução se preparava para ir ao aniver- quando anda por aí. “Também semana que vem”, diz ela. trabalhou durante três anos fantástico, nunca esquecerei. sobre sua filosofia de trabalho: e saltos altíssimos, que ela às perfeita quando descobriu um sário de Ellen depois da nossa me inspiro em desenhos “Dou um passo de cada vez como assistente do stylist da Foi um enorme aprendizado e excêntrica, sexy, forte e estra- vezes tirava para ficar mais curso de Produção de Moda e sessão de fotos!) Sua lista de animados e histórias em e tento garantir que cada dia popstar, Nicola Formichetti, tão inspirador. Uma experiên- nha. “Eu tento ser aventureira confortável. Sua personali- Fotografia na London College colaborações também inclui quadrinhos e assisto muitos seja uma descoberta.” Sábias uma das figuras mais polêmi- cia incrível”, conta ela. e fazer com que as meninas dade também é cativante, of Fashion e foi descoberta por o fotógrafo Rankin; marcas filmes. Vou a várias galerias palavras, Anna. Do período que passou Confused” e “Nylon Japan”; Para criar os visuais incríveis As viagens que fazem favoritos. Vivendo o momen- 32 Plastic Dreams 33 Melissa Nation Inverno 2014 Guerreira do arco-íris Reinado colorido Cenas do backstage do shooting da capa da PLASTIC DREAMS 11 É impossível ignorar a grafada por Terry Richardson), meninas a se aventurarem (puro, poderoso, espontâneo chegada da modelo Chloe “i-D” e “Miss Vogue”, estrelou com as cores. A modelo pinta & raro) na nuca; um bigode Norgaard ao nosso estúdio em uma campanha da Benetton o próprio cabelo e tem alguns dentro do lábio superior; uma Londres. Ela é imediatamente e desfilou para Zac Posen, conselhos para quem está estrela e lua crescente no reconhecível pelo cabelo co- Rodarte e Moschino Cheap pensando em se arriscar. dedo; e uma chave atrás da & Chic, entre outros. “Divirta-se. Há tantas formas orelha esquerda, que ela fez de colorir seu cabelo, de combinando com a mãe. lorido, que chamou a atenção do mundo da moda e se O dia era de chuva em Lon- No estúdio, construído em- elementos se misturassem “Eu quis respeitar a imagem tornou sua marca registrada. Não é exagero dizer que a Para Chloe, o cabelo representa rebeldia e criatividade. spray a giz e máscaras. Brin- Naturalmente morena, ela que com as técnicas e não Island, nos Estados Unidos, tenha medo.” filha de mãe polonesa e pai Chloe cresceu em Long dres. O noticiário alertava sobre baixo de arcos ferroviários no em uma grande explosão de Chloe”, conta o cabeleireiro. trânsito e alagamentos. Mas badalado bairro de Shoreditch, colorida”, explica. “E amei o material e as cores carreira de Chloe realmente começou a brincar com as co- apesar da enorme nuvem cinza no leste de Londres, o dia Enquanto lá fora o frio das Melissas, foi uma delícia decolou quando ela decidiu res na escola, quando passava Outra característica mar- que pairava sobre a cidade, passou rápido enquanto a bombava, Chloe fazia ver- trabalhar com a marca. No final, trocar o loiro pelo azul. Ela boa parte das aulas pintando cante de Chloe – além de sua família, ela mal pode espe- havia um lugar onde o arco-íris dupla de fotógrafos holande- dadeiros contorcionismos no resolvi que queria combinar os começou a trabalhar como os cabelos com canetinhas. No inegável beleza, é claro – são rar para viajar o mundo ao apareceu o dia todo, mesmo ses Meinke ten Have e Kees quentinho do estúdio, deitada sapatos com o cabelo dela.” modelo há quatro anos, em colegial, ela aprendeu técnicas suas tatuagens. Ela tinha lado dos pais quando eles se sem o sol. Naquela sexta-feira, de Klein clicava a bela Chloe. nos pufes enormes trazi- A sessão só foi interrom- Tóquio. “Eles não gostaram de coloração com amigos que 11 no total quando conversou aposentarem. Egito, Índia e uma explosão de cores tomou “Nós queríamos fotografar as dos para as fotos. Além das pida para o almoço, uma muito de mim lá, então estudavam cosmética. “É o com a PLASTIC DREAMS, mas Madagascar estão no topo da conta do estúdio que abrigava a imagens da forma mais com- roupas e do cenário, todo o deliciosa lasanha vegetariana. acabei trabalhando como DJ meu projeto de arte na minha planejava adicionar mais uma lista. Seus planos para o futuro equipe da PLASTIC DREAMS. Dos pacta e essencial possível, visual da modelo foi pensa- E depois de um dia agitado e explorando aquela cidade cabeça. As coisas coloridas à coleção. “Fiz minha primeira também incluem aprender a cabelos da modelo americana para que elas fossem apenas do para celebrar as cores: a de trabalho, a equipe da incrível.” Quando ela resolveu sempre me atraíram, então com 16 anos e diz ‘Penny falar francês e japonês. “E o Chloe Norgaard à peruca usada sobre Chloe, os sapatos e as maquiagem feita por Laura PLASTIC DREAMS se perdeu mergulhar de cabeça no pote meu cabelo é apenas uma Lane’ dentro do meu lábio, ba- espaço! Quero muito ir para o pela superstylist Anna Treve- cores supervibrantes”, conta Dominique, as unhas pintadas pela noite londrina. Afinal, era de tinta, porém, tudo mudou. extensão disso”, conta ela. sicamente por causa do filme espaço”, conta ela. Algo nos diz lyan, passando pelas roupas e Klein. “Nossa ideia era criar por Zarra Cellik e os cabelos sexta-feira e até a chuva havia Desde então, Chloe já apare- Com mais de 150 mil Quase Famosos.” Ela também que Chloe conseguirá um dia pelo cenário, o colorido reinou. um cenário em que os três criados por Charlie Le Mindu. resolvido dar uma trégua. ceu nas páginas de revistas seguidores no Instagram, tem as palavras “pure, po- realizar o sonho de colocar sua como “Harpers Bazaar” (foto- Chloe está inspirando outras werful, spontaneous & rare” cabeça de arco-íris em órbita. dinamarquês. Muito ligada à 34 OS MUITOS TALENTOS DE FRED BUTLER Fred estudou moda feminina na Universidade de Brighton, na Inglaterra, e começou sua carreira como estagiária no Arte Fred Butler Fotos Tara Darby Texto Ilana Rehavia ASSINANDO PARCERIAS TÃO DIVERSAS COM MARCAS COMO TOPSHOP E COM O V&A MUSEUM, A ARTISTA FRED BUTLER É UMA NEOKITSCH; MELISSA NÃO PODERIA FICAR DE FORA. Melissa Nation Inverno 2014 ANTHONY LYCETT Plastic Dreams coletivo de moda As Four. Ela também trabalhou como assistente da cenógrafa Shona É difícil descrever o que Heath antes de decidir voar Fred Butler faz em apenas solo. “Na mesma época, eu uma palavra. Essa multitalen- comecei a escrever um blog tosa artista cria acessórios e para registrar minha vida e, adereços, produz filmes de inesperadamente, ele se tor- moda e é diretora de arte de nou uma parte integrante da editoriais. Fred também tem minha marca.” um blog de enorme sucesso, Ela recentemente realizou no qual registra os lances de o sonho de mostrar suas sua vida e da cena cultural e peças na Semana de Moda criativa de Londres. de Londres e está preparando Sua impressionante lista de uma exposição retrospectiva clientes é tão diversa quanto de seu trabalho, que descreve suas empreitadas, e inclui MTV, como “tátil, multidimensional, V&A Museum, a banda Sigur colorido, divertido, curioso Rós, as cantoras Nicki Minaj e e cósmico”. Beth Ditto, M.A.C Cosmetics, Fred adora o universo da Samsung, Topshop, Nike e Melissa e se identifica com a Swatch, para quem ela criou estética da marca. “Nós temos um relógio em edição limitada. em comum a criação de aces- Todos os seus projetos sórios ousados e divertidos”, têm em comum um ele- diz. Para ela, o conceito da mento de cores, diversão e M-Nation evoca a ideia de uma experimentação.“O fio condutor religião ou folclore do futuro, em meu trabalho é o desejo de que seria resultado de trocas obter e transmitir uma sensa- e influências culturais. Ou, em ção que eleve os espectadores suas próprias e loucas palavras: e usuários. Eu quero transportar “Altares futuros imaginários as pessoas para uma outra híbridos populares nômades dimensão”, conta ela. xamanistas sobrenaturais”. 35 Plastic Dreams 36 37 Melissa Nation Inverno 2014 MICHELLI PROVENSI LOUCAS PELO MUNDO NOSSAS MENINAS VIAJAM PELO MUNDO DE BICICLETA, FAZEM CICLOVIAGENS, PROCURAM AS MELHORES ONDAS EM ÁGUAS QUENTES, LUTAM PELOS DIREITO HUMANOS DE MULHERES E CRIANÇAS, TOPAM PERDER UM DIA DE PRAIA EM TEL AVIV PARA PARTICIPAR DE UMA DEMONSTRATION (ATO DE RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO, EM TERRITÓRIO OCUPADO) ORGANIZAM CAMPANHAS MUNDIAIS E LOCAIS NAS REDES SOCIAIS, DECIDEM SER MODELO PARA CONHECER O MUNDO E DOCUMENTAM DE FORMA SENSÍVEL O LUGAR MARAVILHOSO E DIVERSO EM QUE VIVEMOS! EM COMUM NOSSAS MENINAS TÊM O AMOR POR VIAJAR E TÊM O OLHAR DO VIAJANTE, ABERTO AO CONHECIMENTO DO OUTRO, E ACABAM USANDO ESSAS VIAGENS COMO UMA FORMA DE ENTENDER O MUNDO E, MUITAS VEZES, A SI MESMAS. Seu maior sonho era viajar, conhecer outros países e outras culturas. Aos 16 anos, Michelli Provensi vislumbrou na carreira de modelo a possibilidade de sair do sítio em que morava com a família na cidade de Maravilha (SC), e ganhar o mundo. “Participei de um concurso para modelos, porque queria viajar. Nunca achei que fosse vencer, pois eu era muito magra, feia e não era aquela menina cobiçada na escola”. Em seis meses, Michele já estava morando em FOTOS: ARQUIVO PESSOAL Texto Marina Pecoraro São Paulo, depois Tókio, Nova York, Londres, Paris entre outras cidades importantes do circuito da moda mundial. Aos 29 anos, decidiu contar sua história de 13 anos de carreira em um livro bem-humorado que tem agradado ao público e à crítica chamado: Preciso Rodar o Mundo – Aventuras Surreais de Uma Modelo Real, (2013, Ed. da Boa Prosa). “Há cinco anos planejo mostrar para as pessoas a vida real de uma modelo. As pessoas acham que ser modelo é fácil e que todas são milionárias e burras, claro!” No livro Michelli conta a experiência de morar com 127 garotas de nacionalidades distintas, com culturas e línguas diferentes. “A profissão de modelo oferece muitas oportunidades mas está muito longe de ser um conto de fadas. O meu livro é a minha história de vida e espero que ajude tanto as meninas que querem entrar para o ramo, assim como os pais e parentes delas”. Desfilando, ou posando para fotos e campanhas publicitárias Michelli já esteve em 37 países. Ela já foi a quase todos os continentes – quase, porque ainda falta a Ocea- Nada como ter boas histórias para contar. E isso não falta para a catarinense Michelli Provensi, que juntou memórias do que ela considera ser uma modelo “normal” para lançar um livro inteligente e cheio de curiosidades, fruto de muita experiência de vida. O projeto inspira a nova geração nia. Como viajar é o que move essa catarinense, mesmo quando não está trabalhando está planejando viagens. A próxima será no carnaval para a Islândia, onde planeja ver a aurora boreal e fazer um trekking. Além de escritora, Michelli também compõem músicas, como o rap “All the Models in the House”, que fez especialmente para divulgar seu livro. O vídeo já é um viral e foi visto por mais de 80 mil pessoas. 38 Plastic Dreams 39 Melissa Nation Inverno 2014 Caroline D’Essen, 33 anos é jornalista, antropóloga, ativista pelos direitos humanos e atualmente é coordenadora de campanhas da Avaaz, um movimento global que mobiliza milhões de pessoas de todo o mundo para agirem em causas urgentes, sejam elas internacionais, nacionais ou locais. Aos 25 anos, cansada da vida maluca de São Paulo, foi para Moçambique estudar antropologia por seis meses e acabou ficando três anos e meio, que, segundo ela, transformaram a sua vida. “O continente africano Foi só após uma cirurgia para corrigir miopia, aos 26 anos, que a estilista Maite Ramazzina Furuiti, 33, começou a surfar. foi a experiência mais marcante para mim, “O surfe é a minha meditação, foi o que encontrei para me deixar equilibrada e é o melhor significado de ‘liberdade’ para mim”. me fez mudar a perspectiva das coisas. Pela Apaixonada pelas ondas, Maite já surfou no México, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Peru e Brasil. Todas as suas viagens primeira vez estava num lugar de maioria são planejadas de acordo com as ondas. Ao todo ela já esteve em 25 países e deseja conhecer e surfar no Havaí, Ilhas Maldivas, negra, em que eu – branca, estrangeira e Ilha de Páscoa e Nova Zelândia. “Não sei ficar parada deitada na praia; procuro uma praia em que eu possa surfar e, de preferência, mulher – era total minoria. É um amadure- que não seja água fria!” A sua melhor onda até o momento, foi em uma praia no México, que Maite não revela. “Nenhum surfista gosta de surfar com uma multidão: é preciso manter segredo. Portanto, não vou falar o nome do local, mas as cimento sem tamanho e faz você enxergar melhores ondas que peguei foram em uma praia no México, em que, para chegar, é preciso dirigir 20 minutos e depois caminhar sua própria sociedade com outros olhos”. MADOKA KITANI Dentre as muitas experiências vividas em mais uns 15. Surfei todas as manhã por duas semanas, só com o meu marido e algumas tartarugas marinhas!”. Foi em uma viagem Maputo, capital de Moçambique, ter dado para surfar na Austrália com um amigo que Maite teve sua vida mudada por completo. O amigo virou marido, ela se mudou do aula no curso de jornalismo foi fundamental Brasil para Austrália e, de quebra, ficou surfando dez meses pelo Oceano Pacífico! Além de ser uma meditação, surfar também a para a sua vida. “Foi lecionando que pude deixa mais forte e corajosa para encarar o mundo.“ O surfe me ensinou a enfrentar coisas de que tenho medo. Cada dia de surfe é conhecer de fato a cultura local. Estive mui- diferente, cada mar é diferente. Antes de entrar na água, em qualquer lugar que seja, me dá um friozinho na barriga, um nervoso. tas vezes com meus alunos na periferia da Cada dia que pego uma onda boa, cada dia que volto para casa do surfe me sinto mais capaz!” capital, conhecendo seus bairros, suas famílias e as condições em que eles, e a maioria MAITE FURUITI CAROLINE D’ESSEN da população de Maputo, vive. Ter entrado em contato com a realidade deles foi a experiência mais enriquecedora da minha vida. Assim, percebi que o que eu queria fazer profissionalmente era algo que me permitisse interferir nessas realidades”. Foi ainda como mestre que Caroline percebeu a importância de ouvir e incentivar os sonhos e projetos das pessoas. “Diversas vezes tive alunos vindo me consultar sobre um projeto que gostariam de desenvolver na sua comunidade local e perFOTOS: ARQUIVO PESSOAL cebi que tudo que eles precisavam era uma simples palavra de encorajamento. Vi que o mundo precisa mais disso, de pessoas que encorajem os outros a fazer a diferença, a ir atrás de seus sonhos, de seus ideais e decidi que queria “empoderar” as pessoas”. E assim ela tem feito! Desde 2012, coordena campanhas nas redes sociais e envolve milhões de pessoas no mundo inteiro para temas como corrupção, direitos humanos, ecologia, entre outros. Aos 33 anos, Caroline conhece 36 países! Talvez o mundo fique pequeno para essa viajante! À esquerda, Caroline D´Essen, que já visitou 36 países, em alguns momentos marcantes de suas viagens. Na foto em destaque (acima) ela participa de um casamento tradicional na Índia. Ao centro a professora Carol e seus alunos de jornalismo em Moçambique. Nas demais fotos, nossa personagem na Antártida, Austrália e em Alagoas. À direita, a nossa surfista Maite Furuiti em um jantar na casa de amigos em Mal Pais, na Costa Rica. Pegando onda no México e em El Salvador. Antes de surfar no Peru, Maite foi conhecer o lago Titicaca e o Portal do Sol, em Machu Picchu. FOTOS: ARQUIVO PESSOAL 40 Plastic Dreams 41 Melissa Nation Inverno 2014 Aos 26 anos, Samar Kauss, era uma menina bem-sucedida. Tinha um bom emprego, carro zero e morava nos Jardins, região nobre da cidade de São Paulo. Era editora dos Programas de Lilian Pacce e Alex Atala, exibidos pelo canal GNT. Mesmo com tudo conspirando a favor, havia uma insatisfação que a rondava. “Tinha um sentimento de que a vida é, e poderia ser, mais do que o mundo capitalista espera de nós”. Foi então que, em 2006, decidiu largar tudo e ir estudar inglês na Austrália. “Sabia que JULIANA MUNDIM precisava aprender essa língua para poder ganhar o mundo”. FOTOS: ARQUIVO PESSOAL Morando na Austrália viajou e teve a oportunidade de conhecer diversos países da Ásia como Vietnã, Cambodja, Tailândia e Índia. “Adorei conhecer outras culturas, outras pessoas e descobri que queria conhecer o mundo”. Foi nessas viagens que O gosto por viagens foi plantado na ci- pudesse conciliar trabalho e viagens, e assim um projeto para vida e acho que só devo neasta Juliana Mundim, 30 e poucos tem rodado o mundo, filmando, fotografan- parar quando eu morrer!” Juliana já per- anos, ainda na infância. Natural de Brasí- do, desenhando e escrevendo histórias. deu a conta de quantos países visitou, mas lia, a menina percorria grandes percursos No fim dos anos 90, quando ainda es- conhece todos os seis continentes. Nepal de carro com a família – o mais longo foi tava na faculdade, teve a ideia de fazer é o lugar mais incrível e impactante em a direitos humanos – mais especificamente, a índios, mulhe- para o Maranhão. Os pais fizeram algumas o Pocket Film for Travelers (http://www. que esteve. “As paisagens mudam confor- res, negros e crianças. Em 2012, durante uma viagem à Índia, voltas ao mundo na sua infância. Quando pocketfilmsfortravelers.com). Porém, só me você sobe as montanhas No trajeto as Samar teve seu lado feminista e de luta pelos direitos humanos não havia verba para carregar os filhos, em 2006 conseguiu publicar o material na pessoas são dóceis e abertas e o esforço aflorado. “Resolvi explorar a região do Rajastão e contratei um Juliana ficava com a avó na capital federal. rede. “A ideia do site surgiu porque queria dos dias pra subir, suando, ouvindo música, motorista que aos poucos foi revelando, mesmo sem perce- “Seguíamos eles no mapa, e isso acabava unir a arte que eu fazia com internet. comendo lentilha todo dia, sendo seguido ber, as idiossincrasias da cultura indiana, como o casamento fazendo com que imaginássemos como seria Queria fazer um filme sobre uma longa por borboletas e crianças, acaba fazendo arranjado de meninas, o machismo, o trabalho pesado que cada país, pesquisavámos as culturas, e vía- viagem, de anos infinitos, mostrando não você pensar muito no sentido da vida. mos fotos dos lugares... isso nos deixou com só a viagem mas todos os devaneios da Quando chegamos no topo somos acome- mais vontade ainda de ver tudo ao vivo e em jornada. As viagens internas no Pocket são tidos por uma paz incrível e você sente um cores”. Já adulta optou por uma profissão que mais importantes que as externas. O site é amor profundo por tudo aquilo”. descobriu que não queria mais fazer televisão. Queria contar histórias de vida reais por meio de documentários relacionados as mulheres desenvolvem enquanto os homens tomam chá, Outra experiência transformadora em sua vida, aconteceu em gação do Documentário Stuck, dirigido por Thaddaeus Scheel, filme que acompanha quatro crianças de três países diferentes em suas viagens individuais de orfanatos para suas novas casas com famílias nos Estados Unidos. Samar morou em um motor home, por dois meses e percorreu 72 cidades nos EUA. Após a FOTOS: ARQUIVO PESSOAL 2013, quando teve a oportunidade de trabalhar no tour divul- SCOTT LOWE entre outras coisas”. SAMAR KAUSS exibição, havia um debate com o diretor e coleta de assinaturas para uma petição, cujo objetivo era acelerar o processo de adoção e entrevistas com famílias que estavam na mesma situação que as do filme. A turnê acabou em maio, quando a equipe do filme organizou uma passeata em Washington D.C, e entregou a petição para o Obama com milhares de assinaturas. “Nesse projeto, eu digo que não fiz um filme, e sim um Movimento. É isso que eu quero fazer: ajudar o mundo a ser um lugar mais justo e com menos desigualdades”. À esquerda Samar Kauss descobriu sua veia feminista durante as viagens pelo mundo, mais especificamente na Índia, onde vivenciou e retratou a dura situação da mulher neste país À direita desde pequena Juliana Mundim faz grandes viagens de carro pelo Brasil com seus pais. O que era para ser diversão virou paixão e a cineasta já perdeu a conta de quantos países já visitou, mas garante que conhece todos os continentes. Ao lado, imagens pessoais de suas viagens para Índia, Berlim, Nepal, Nova York, Berlim e Vietnam 42 Plastic Dreams 43 Melissa Nation Inverno 2014 Assim que saiu do programa A Liga, da Band, a apresentadora Sophia Reis, 25, estava exaurida e só pensava em viajar. Após um ano à frente do programa, que mostrava FOTOS: ARQUIVO PESSOAL a realidade de uma forma intensa, Sophia precisava ter experiências mais leves para se lembrar que, sim, o mundo é um lugar bom de se viver. “Fui para os EUA com uns amigos, fiz cursos, peguei carona e viajei muito”. O seu desejo de conhecer outros países se transformou em realidade em 2012, quando recebeu o convite para fazer parte do programa Volta Ao Mundo, do Multishow. Ao lado de Esther Ohana e Michelle Schllanger, Sophia foi para Islândia, Croácia, Itália, Israel, Palestina, Moçambique, Cingapura e Estados Unidos. De mochila nas costas e com um orçamento apertado (cerca de US$ 100 dólares) essa paulistana viajou por cerca de 50 dias. “A experiência de dar a volta ao mundo foi muito intensa; FOTOS: ARQUIVO PESSOAL foram quase dois meses que fiquei sem casa, cada dia era uma novidade. Tivemos contato A fotógrafa Laura Sobenes, 26, começou a andar de bicicleta em 2009. Assim com pessoas e realidades muito distintas”. como a maioria das pessoas, ela acreditava que bicicleta era para ser usada ou Uma das experiências mais marcantes nessa em passeios, ou era um esporte. Neste ano, passou a usar a bicicleta como meio viagem se deu na Palestina. Estavam em Tel de transporte e, no fim do ano, fez a rota Márcia Prado – percurso de 80 km que Aviv, Israel, quando conheceu um documen- vai da estação Grajaú de trem até Santos. “Acordei no dia do passeio e decidi tarista inglês que estava indo no dia seguinte ir na última hora. No meio do caminho, parei para descansar, tomar uma água para gravar uma demonstration (manifestação e quando avistei o mar, senti um frio na barriga, um medo, pois estava muito palestina contra a opressão dos israelenses no longe de casa e havia chegado lá por meio de minhas pernas, e não das rodas território Palestino). de um carro ou de um ônibus. Foi uma experiência incrível”. A comunidade ficava no topo de uma Após essa viagem, Laura foi mordida pelo “bicho” das cicloviagens e não colina, e embaixo havia um jipe do exército parou mais. Fez a rota dos romeiros, uma bela estrada que liga São Paulo a israelense, que queria invadir a comunidade Itu, depois Ilhas do Sul (ilha do Mel, Ilha do Cardoso, Superagui até Morretes), para cooptar o território para poder expandir onde pegaram o trem para Curitiba. “Fizemos todo o percurso pelas praias e foi um assentamento judeu que ficava na colina lindo”! Em 2011 fez com seu namorado e amigos o circuito Costa Verde & Mar, vizinha. Então, todos os dias, jovens com idade a primeira ciclo rota oficial do Brasil, que passa por 11 municípios catarinenses, entre 13 e 16 anos ficavam jogando pedras sendo oito no litoral e três no interior, ao longo de 270 km. nos jipes para impedir a invasão. O embate acontece diariamente há 3 anos: de um lado, SOPHIA REIS o exército jogava bomba de gás lacrimogênio e atirava com balas de borracha, e, de outro, quase uma brincadeira. Mudou o meu conceito de medo, pois o clima não era aquele, pelo menos não naquele instante. Esse foi o dia mais louco da minha vida, foi uma experiência incrível”. Agora Sophia planeja uma viagem pela Rota da Seda, entre Mongólia e China. LAURA SOBENES Björk no Lollapalooza. “Decidimos ir de Santiago para Buenos Aires de bike. Fomos de ônibus até a capital chilena, onde começamos o pedal, que durou quase os jovens jogavam pedra. “Ao contrário do que podia imaginar, o clima não era tenso, era Com as viagens nacionais dominadas, Laura se aventurou a percorrer de bike outros países e, assim, em 2012, foi ao Chile, como pretexto de ver a cantora dois meses”. Nessa viagem, Laura aprendeu a se desapegar das coisas materiais À esquerda, Sophia Reis na Palestina durante o momento mais marcante de sua “Volta ao Mundo”, no programa que apresentou no Canal Multishow. Ela presenciou a resistência do povo palestino e sofreu na pele os perigos de uma guerra. À direita, Laura Sobenes em suas cicloviagens pela América Latina. Ela começou usando a bicicleta como meio de transporte na cidade e depois foi para estrada conhecer o mundo. As fotos foram tiradas no Chile durante sua primeira viagem internacional de bike. e a dar valor aos pequenos luxos que todos nós temos nas cidades como: um banho quente, uma cama macia ou um edredom quentinho. “Em uma viagem de bike você tem pouco espaço para carregar tudo de que vai precisar: barraca, sleeping bag, comida, roupa entre outras coisas. Tudo que decidir levar você vai ter que carregar o tempo todo. Levei sete calcinhas, alguns vestidos e um monte de coisa desnecessária. Fiquei um mês carregando todo o peso do mundo”. A dica de Laura para quem deseja iniciar no mundo das viagens de bikes é simples: comece. “O importante é respeitar o próprio ritmo e pesquisar na internet os relatos das pessoas que já fizeram o percurso que você deseja fazer”. 44 Plastic Dreams Uma fábula cigana Texto Suzy Capó Fotos Gui Mohallem 45 Melissa Nation Inverno 2014 Stills do filme “Rio Cigano” sorte, as cartas de Tarô, as roupas coloridas (confeccionadas pelas próprias ciganas), as lendas (como o da loba, que ouvimos com as EM SEU PRIMEIRO LONGA-METRAGEM, A CINEASTA JULIA ZAKIA ROMPE COM PRECONCEITOS E MOSTRA A FORÇA DAS MULHERES NA CULTURA CIGANA. crianças no início do filme) e outros elementos que associamos a esse povo estão todos lá, mas Julia rompe com os mitos incrustrados no imaginário popular. Por exemplo, no filme, é a Condessa (a mulher do proprietário das terras em que a família vai pernoitar) que rouba crianças. Inspirada em Elizabeth Bathory – uma condessa sanguinária húngara – a personagem Condessa é interpretada pela atriz Georgette Fadel, que também interpreta Kaia quando já adulta, e contracena com a própria Julia, que faz o papel de Reka. Georgette acompanhou Julia em suas viagens pelos Bálcãs, assinando, com a diretora, o roteiro do filme. “O filme é minha história com a Georgette”, revela Julia. “Por isso não abri mão de interpreter a Reka”. A parceria sensível entre as duas se projeta num universo fílmico particu- Era uma vez, nas longín- trajando roupas coloridas -metragem cujo processo atravessa os mundos para De certa forma, a imo- crianças sejam matriculadas sica tradicional, assume um larmente feminino, que estendia roupas no varal. de preparação e filmagem encontrar Reka, sua amiga bilidade sugerida no filme nas escolas”, informa Julia. caráter fantástico a partir da expressa um dos aspectos Ramos, nas profundezas do Nove anos depois do estreitou os laços de Julia de infância, quase não se remete à situação atual separação das duas ciganas, que mais fascinaram a sertão de Alagoas, a cineas- primeiro contato com esses com a família e consolidou vê os deslocamentos físicos. dos ciganos calon, que ças ciganas marca também ainda crianças. A partir cineasta em seu primeiro ta paulista Julia Zakia, que ciganos calon, da família seu interesse por essa cultu- “É uma viagem interior”, começaram a chegar ao uma mudança na cultura de então, sonhos, ritos e contato com essa cultura: pesquisava locações para o Ferraz, a imagem ainda é ví- ra, despertado pelo cinema explica a diretora e co- Brasil em 1574, deportados desse povo, até então mitos se articulam de forma a força das mulheres. filme de um amigo do seu vida para Julia. Como escre- de Emir Kusturica. Agora, ela -roteirista, que evoca a jor- de Portugal, e desde então baseada exclusivamente inusitada, desestabilizando reino, o grupo-produtora veu Adélia Prado, “o que a lança no circuito cinemato- nada por meio de histórias vinham transitando entre em narrativas orais. Mas o espectador acostumado a que viajou muito para Gato do Parque. Foi quando memória ama, fica eterno”. gráfico o primeiro longa de ouvidas e imagens filmadas a Bahia, Pernambuco e são justamente as tradições estruturas rígidas de tempo descobrir que “as misturas Julia avistou de longe, à E a cineasta escolheu uma ficção sobre ciganos realiza- não apenas no período de outros estados do nordeste. transmitidas oralmente que e espaço. são possíveis, que o mundo beira da estrada de terra, narrativa audiovisual para do no Brasil, Rio Cigano. convivência com os Ferraz, Desde 2004 muitos bandos inspiraram Julia na constru- duas barracas de lona gros- perpetuar o encantamento Curiosamente, neste no sertão alagoano, como deixaram de ser nômades. ção de metáforas visuais rompe com preconceitos a gente nunca imaginou”. sa e escura. Próximo a uma daquele encontro. filme sobre esse povo nô- também durante suas via- “A bolsa-família, instituída e sonoras, que costuram a contra os ciganos, represen- Depois disso, ela fez um made, que conta a história gens pela Sérvia, Bósnia e no Governo Lula, exige história. O filme, que come- tando-os sem os habituais filme e viveu feliz para de Kaia, uma cigana que República da Eslováquia. moradia fixa para que as ça com uma narrativa clás- estereótipos. A leitura da sempre. The End. quas terras de Graciliano fogueira, crianças corriam livremente e uma mulher Primeiro fez “Tarabatara”, documentário de curta- A alfabetização das crian- Com Rio Cigano, Julia Era uma vez uma menina está cheio de coisas que 46 47 Na foto, “Welcome Home” (2011), do artista mineiro Gui Mohallem, que aparece no livro homônimo sobre suas experiências no festival Beltane; ao lado, a performer Agatha Barbosa, que encontrou sua espiritualidade numa festa da Trackers, em São Paulo NUBIA ABE Melissa Nation Inverno 2014 GUI MOHALLEM Plastic Dreams O rito recria os mitos, traz para o presente os heróis criadores, refaz a trajetória dos ancestrais, explica tudo, dá a direção da vida, aproxima céus e terra. Cada palavra, cada som é mágico e criador. Tem o poder de transcender o tempo, de transformar o mundo. O som dos cantos vem de um tempo imemorial, o tempo da criação de todas as coisas. Angela M. Pappiani PRA PAZ ROLAR NA TRIBO Tem gente que só começa Texto Suzy Capó as pessoas ou proporcionam o dia depois de tomar café uma sensação de realização, e ler o jornal. As meninas remetendo a práticas rituais aprendem, desde muito cedo ancestrais, encontradas em que devem lavar, tonificar todas as sociedades, religiões e hidratar a pele todas as e culturas. “Quando se atribui noites antes de dormir. a um ato ou gesto cotidiano Alguns amigos se reúnem um determinado valor – que nas tardes de domingo para pode ser espiritual ou não –, assistir futebol. Outros se ele pode ser considerado um encontram todo dia 29 do rito”, afirma a antropóloga mês, “religiosamente”, para Iara Pietricovsky. De ascen- comer o nhoque da sorte. dência indígena e judaica, Hábitos como esses organizam a vida, conectam Iara conta que faz o sinal da cruz toda vez que entra num 48 avião. “Com isso, eu visto um cimento é crucial para o manto de proteção”, explica. entendimento do significado O fato é que os ritos têm dos ritos, especialmente os uma grande importância coletivos. “Os ritos são atos para indivíduos e comunida- repetitivos imbuídos de valo- des, mesmo que para muitos res e procedimentos aceitos ocidentais vivendo em por determinados grupos, centros urbanos, o mundo em que você reafirma cren- globalizado possa parecer ças, compromissos, identida- destituído de raízes, e as tra- des, repactuando constan- dições, de sentido. “Os rituais temente a sua ligação com hoje em dia são desprovidos determinada religião, cultura de significados”, reflete o ou sociedade”, diz Iara. fotógrafo Gui Mohallem, cuja 49 Melissa Nation Inverno 2014 FOTOS: GETTYIMAGES Plastic Dreams Os judeus, por exemplo, experiência com o ritual celta espalhados mundo afora Beltane, celebrado por uma devido à diáspora, preserva- comunidade em um santuá- ram a sua identidade como rio ao ar livre no sudeste um grupo étnico por meio dos EUA, foi profundamente de tradições, símbolos e transformadora. rituais originários da religião Mohallem participou três judaica. Mesmo para judeus vezes do Beltane – em que seculares – ou não religiosos a fertilidade e a chegada da –, ritos como o Brit Milá, primavera são festejadas (cerimônia de circuncisão com danças em torno de dos bebês nascidos de mãe fogueiras –, mas não relata, judia) e as festividades do nem fez registros fotográfi- Shabat (dia de descanso cos do ritual em si. “É uma no judaísmo) transcendem questão de respeito pelo sa- o significado religioso. São grado”, explica. No entanto, elementos da cultura judaica você, Deus, uma mãe, um isso, eles constituem seus na é marcado pela mediação, o título do livro de fotogra- que os ligam com seus profissional etc”. Os rituais do modos de vida. Hoje, mais manifestada por meio de fias publicado por ele sobre ancestrais, unindo-os como Shabat – que se inicia quando de 200 etnias habitam o cerimônias, entre o mundo a experiência – “Welcome um povo. desponta a primeira estrela território nacional, cada uma social e o cosmos, entre o na sexta-feira, e termina delas com sua própria cultura, universo natural e sobrenatu- Home” (Bem-vindo ao Lar, “O Shabat está rela- em português) – diz bastante cionado ao sétimo dia da quando três estrelas são vi- envolvendo inúmeros rituais ral. “Nós somos parte de um sobre sua qualidade. “Só criação do mundo, quando síveis no sábado – envolvem que se realizam por meio de todo, não existe uma hierar- depois da construção desse Deus descansou”, explica a velas, um jantar previamente cantos, danças, rezas, pintura quia entre os seres – huma- sentimento de pertencimen- rabina Debora Grinberg, da preparado com a família e/ou de corpo, confecção de arte- nos, animais, plantas – que to a uma família com a qual Comunidade Shalom, em amigos, vinho, rezas e cantos, fatos, entre outras técnicas e vivem neste plano”, explica a não tenho laços sanguíneos, São Paulo. Segundo ela, foi realizados durante o jantar na procedimentos utilizados para diretora da Ikorê (www.ikore. tive coragem de ir ao Líbano, o primeiro direito adquirido sexta-feira ou na sinagoga, conectá-los com os espíritos com.br) Maíra Lacerda, filha terra natal de meus pais, da humanidade. “É um con- no sábado pela manhã. da natureza e do mundo. de um índio Krenak e de uma para entender os meus ceito muito bacana, porque mitos de origem”, diz. é universal. Todos têm o O sentimento de perten- direito de descansar, seja Na página ao lado, as simbólicas velas de Hanukkah, celebração religiosa judaica; nesta página, um índio nativo americano Os rituais também mantêm Além dos ritos de iniciação mulher branca. “Então, todas vivos mitos e tradições dos e passagem, de indivíduos e as atividades de caça, pesca povos indígenas. Mais que de grupos, o cotidiano indíge- e coleta de alimentos, por também em um ato de reverência nossos maiores patrimônios culturais a Oxalá, o orixá associado ao Nosso e figuram entre as maiores manifes- Senhor do Bonfim. tações populares do Brasil. É o caso VIVI BACCO OXALÁ Os ritos afro-brasileiros são um dos O festejo começa às 10 da 51 Melissa Nation Inverno 2014 ARIEL MARTINI / I HATE FLASH 50 Plastic Dreams da Lavagem das Escadarias da Igreja manhã, quando os participantes – do Nosso Senhor do Bonfim, a maior católicos e adeptos do candomblé exemplo, têm que ser previa- tuto Brincante, onde aprendi espaço/tempo do paulistano festa popular da Bahia depois do – se concentram em frente à Igreja mente acordadas por meio o valor espiritual de ritos comum”, explica. Influen- Carnaval, e um dos maiores exemplos da Conceição da Praia para dar início de rituais, para que elas não pagãos como o Maracatu e o ciadas pelo psicodelismo, do fenômeno de fusão de religiões a uma caminhada de 8 km até a se deem de modo violento, Cavalo Marinho”, conta. Isso tropicalidade e paganismo, conhecido como sincretismo. Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. para que elas aconteçam foi em 2010, quando a noite as “figurinhas” – como se au- O cortejo é comandado pelas harmoniosamente.” paulistana se transformava, todenominam os participan- com o surgimento de festas tes originais – detestam ser O ritual se repete toda segunda quinta-feira de janeiro, na Igreja do baianas – com vestidos brancos, Nosso Senhor do Bonfim, fundada turbantes, braceletes e colares – que indígenas têm em si a res- independentes como Voo- chamados neo-hippies, não em 1754 para abrigar uma réplica carregam vasos com água de cheiro, ponsabilidade de manter o doohop e Gente que Transa, se organizam como coletivos em madeira de uma imagem de preparada nos terreiros de can- equilíbrio da natureza. Entre das quais Agatha participava, e, sobretudo, são hiperurba- Cristo, trazida ao Brasil por um por- domblé de um a sete dias antes do os ritos com essa finalidade como num ritual, desde a nos. “A gente nunca poderia tuguês devoto. A festa tem origem rito. Atrás delas vem o bloco Filhos está o canto para manter o etapa da preparação – em largar tudo pra morar na na novena ao Nosso Senhor do de Gandhi e uma multidão de fiéis céu suspenso, praticado por que o espaço é decorado, Bahia”, brinca. Bonfim, instituída pelo papa Pio VII e turistas. A maioria se veste de vários povos, com diferen- artistas e DJs contratados e no século XIX, que culminava na branco, a cor de Oxalá. te periodicidade e formas participantes convidados – à tiplicaram, ganharam as diversas. “Os Guaranis, por própria experiência do even- ruas e também a adesão de exemplo, fazem todo dia. Eles to. “Quando ouvi a house se centenas de jovens de classe manhã do segundo domingo depois Depois de pouco mais de uma Maíra explica que os Acima, a música embala os fiéis dos rituais afro-brasileiros, que se unem para uma das maiores manifestações populares do Brasil; ao lado, registro da VOODOOSTOCK, uma das várias festas independentes que transformaram a noite paulistana Hoje as festas se mul- do Dia de Reis. Na quinta-feira hora, a procissão chega até a anterior à festa de encerramento, os escadaria. Até os anos 50, a Igreja sabem que o homem branco misturando com coco, todo média alta deslumbrados senhores portugueses faziam seus era efetivamente lavada, por dentro não vai fazer e que esse equi- mundo na mesma sintonia, com a possibilidade de viven- escravos, provenientes de nações e por fora, mas hoje a água é der- líbrio é fundamental. Por isso, mas cada um trazendo uma ciar algo próximo à expe- africanas, prepararem a igreja, ramada na escadaria externa, num os rituais são necessários.” coisa de dentro de si, percebi riência mística de Ágatha. limpando-a por dentro e por fora. gesto simbólico de purificação. As A performer Agatha Bar- que havia uma união entre Ela, por sua vez, está mais Obrigados a aderir ao catolicismo, baianas também depositam flores, bosa encontrou seu ponto de todas as coisas que eu esta- voltada aos rituais relacio- os escravos no entanto mantinham enquanto cantam o hino do Senhor equilíbrio em pleno espaço va fazendo”. nados com a maternidade e suas tradições religiosas, fazendo do Bonfim. O ritual termina em festa urbano, durante uma festa Ágatha atribui um valor ri- associações entre divindades cristãs com muita música, além de comes e na Trackers, em São Paulo. tualístico a essas festas. “Elas parto da minha filha, Azul, e entidades do Candomblé. Assim, a bebes à venda nas barracas monta- “Na época eu estudava acontecem periodicamente, me deu vontade de conhecer preparação da igreja se transformou das em torno da igreja. Letras na USP, com foco em reúnem pessoas em torno de a minha história e a de meus cultura brasileira, e no Insti- um círculo e rompem com o ancestrais”, finaliza. com suas próprias raízes. “O 52 53 Melissa Nation Inverno 2014 2 GETTYIMAGES GETTYIMAGES 1 O DEBOCHE INDIE À frente dessa libertação sonora, o norte-americanoDiplo é criador de pontes entre a cultura musical das periferias e o mainstream, sendo responsável por TÁ TUDO DOMINADO projetar o funk carioca para Na África do Sul, outro fora do Brasil. Foi ele quem expoente do resgate cul- catapultou ao estrelato a tural do lifestyle periférico rapper M.I.A, sua ex-namo- conquista reconhecimento rada, abrindo os ouvidos do global: Die Antwoord, gru- seletivo público indie para po de rap-rave da Cidade novos blends sonoros, pro- do Cabo criado por Ninja, Se tudo se confirmar, movendo a popularização Yo-Landi Vi$$er e DJ Hi-Tek. em 2050, segundo a ONU, musical periférica refeita Em africâner – dialeto quase 80% da população em beats quebrados. da Terra residirá em centros UMA NAÇÃO UNIFICADA PELOS SONS LIFESTYLE DA VIDA REAL INSPIRA O MELHOR DA MÚSICA E DOS RITMOS DO MOMENTO. Texto Jackson Araujo No palco e na arte de falado na África do Sul e Namíbia –, o nome do urbanos. Aplicando as seus álbuns, site e clipes, grupo significa “A Respos- estimativas mais conserva- M.I.A usa a sobreposição ta”. Eles cantam também doras às atuais tendências étnica como cenário babé- em xhosa (outra língua demográficas, a população lico do 3º Milênio. Na letra de seu país) e inglês, 1 Os músicos Ninja e Yo-Landi Vi$$er, da banda humana vai aumentar de “Matangi” (2013), track sempre respondendo com em cerca de 3 bilhões de que dá nome ao terceiro provocação e autoironia pessoas e o mundo será álbum, cria rimas políticas por meio de letras e vídeos uma grande cidade, incor- com nomes de países. de casting bizarro. Die Antwoord abrem o show de M.I.A. em Manchester 2 A incomparável M.I.A. se apresenta no festival Fun Fun Fun, em Austin, no Texas 3 Capa do disco “Free the Universe” (2013), do Major Lazer, projeto de Diplo em parceria com Switch, um grande mashup de afrobeats, hip hop, reggae, dub e moombahton porando definitivamente o lifestyle das periferias. Diplo, por sua vez, No provocante clipe de bomba no projeto Major “Evil Boy”, Diplo surge nas A indústria fonográfica, Lazer, em dupla com o DJ e picapes e como escravo se- por sua vez, busca artistas produtor Switch, propondo xual de Yo-Landi, rapper de fora dos grandes centros um grande mashup de baby voice louca por ratos. como eficaz estratégia de afrobeats, hip hop, reggae, O look freak de Yo-Landi e refresco estético, encontran- dub e moombahton. Ninja ilustram o vídeo do do o novo dentro da saudá- No álbum “Free The Uni- Verão 2012 de Alexander vel hibridação cultural, que verse” (2013), Major Lazer Wang, ao som de “Fatty valoriza o crossover de gê- traz para sua catarse tribal Boom Boom”, ironizando neros e a mistura de estilos, até vozes pouco relaciona- dinheiro e sucesso. Com enxergando o mundo como das com o universo do hip dois álbuns – “$O$” (2009) uma nova nação, onde hop’n’reggae: Alexis Taylor e “Ten$ion” (2012) –, eles linguagens, antes exóticas, (Hot Chip), Amber Coffman levaram sua boca suja para passam a desenhar o espí- (Dirty Projects), Ezra Koe- os festivais Coachella e rito das transformações por ning (Vampire Weekend) SXSW, abrindo os shows de meio da música. e a francesinha La Roux. M.I.A. Tá tudo dominado. 3 FOTOREPRODUÇÃO 55 Melissa Nation Inverno 2014 Plastic Dreams KRIS KRUG 5 NA ESTEIRA DE M.I.A Duas garotas seguem a trilha de M.I.A e brilham com atitude: a britânica Ebony Bones e a norteamericana Santigold. Ebony une sua atitude ESCANDINÁVIA MEETS ÁFRICA punk a raízes tribais do A arte nunca pressupõe nas graças da moda com 4 O trio Pearl Negras, do Vidigal (RJ), limites geográficos e agora trilha da campanha “Mani- os ritmos quentes passam a festo” (2009), da YSL. Seu estrelas promissoras do funk-trap que já atraem atenção internacional 5 A britânica Ebony Bones, que gravou seu disco mais recente na Índia 6 O casal de cegos do Mali, Amadou & Mariam, uniram Ebony Bones e Santigold (7) em seu mais novo álbum 8 A banda sueca Goat e seus afrobeats, “World Music” sem limites geográficos Caribe, Índia e África. Caiu influenciar a música até de novo álbum,“Behold A Pale 4 um lugar gelado. É o caso Horse” (2013), gravado CÁSSIA TABATINI da banda sueca Goat, que na Índia, tem a Orquestra estreia com o álbum “World AS PÉROLAS DO VIDIGAL Music” (2012), em mix de No Brasil, as mais novas Engajadas, as duas can- funk, afrobeats e kraut-rock. e promissoras estrelas do tam no CD “Folila” (2012), funk-trap são as cariocas de Amadou & Mariam, o Goat é pancultural e Sinfônica de Mumbai. polirrítmico, hipnótico com Alice Coelho, Mariana uma conexão vodu sur- Feitosa e Jennifer Loiola, preendente para a banda o trio Pearls Negras, que do minúsculo vilarejo de rapidamente bateu mais Korpilombo, no nordeste de 100 mil visualizações do Apaixonada pela obra da Suécia, que adota o vídeo de estreia “Pensando de Fela Kuti, reggae e mú- transe psicodélico de sua em Você”, sendo citado sica nigeriana, Santigold é música regional. como “Brazil’s hottest new respeitada por Kanye West, No palco, oriente e oci- rap girlgang” no site da Jay-Z, Björk, M.I.A e Beastie dente juntos num ritual mís- revista inglesa “Dazed”. Boys, com quem gravou tico com máscaras e capas 7 FOTOREPRODUÇÃO casal de cegos do Mali que há 30 anos cantam a favor das culturas da periferia 6 do mundo. Elas cantam o cotidiano “Don’t Play No Game That I folclóricas para intensificar da comunidade onde nasce- Can’t Win”, de viés ragga e a aura de mistério e exo- ram e moram, se conhece- moombathon. tismo, ao som de levadas ram no grupo de teatro Nós de guitarra, baixo, tablas, do Morro, assinaram con- música não quer definições órgão e bateria tribal. É folk trato com a inglesa Bolabo de gênero, mas o prolífico escandinavo com funk de Records e têm agenda de blend linguístico e sonoro raiz africana. Um acid-folk shows em Portugal, Paris, que traduz a poesia caótica sem precedentes. Madri e Reino Unido. A nação unida pela da diversidade mundial. FOTOREPRODUÇÃO MIKE GUALDONI 8 56 Plastic Dreams Tribalistas (e globais) PREPARE-SE PARA UMA IMERSÃO NO RITMO, NA DANÇA E NA TRADIÇÃO QUE UNEM GERAÇÕES AO REDOR DO PLANETA, NUM SETLIST EXCLUSIVO FEITO PELO TOP DJ AD FERREIRA PARA A PLASTIC DREAMS. Ilustração Thiago Batista HUMMING FIELDS 57 Melissa Nation Inverno 2014 EVERYBODY DOES HURRY KANE CHIRP Loudpvck BRAND NEW WAYO Colleen Brooke Candy Bass ill Euro http://migre.me/hCMn4 Mixed Grill http://migre.me/hCGge http://migre.me/hCLje http://migre.me/hCM7x “Loudpack”, dos produtores http://migre.me/hCMzG Colleen é um artista que Brooke Candy é uma canto- Bass Ill Euro é um coletivo Kenny Beats e Ryan Marks, Delicioso afro-funk da expressa uma música ra que lembra uma pin-up formado pelo DJ Schowi de Los Angeles e Nova compilação “Mixed Grill” que remete ao poder da cyberpunk. Em “Todo Mun- e DJ Passion, ambos DJs York, é um dos projetos de canções muito raras de natureza, transcrevendo em do Faz”, ela dança estranho e produtores de Berlim e precursores do movimento artistas nigerianos de funk, eletrônica o que soa como e selvagem neste dancehall Stuttgart, na Alemanha. de música Trap (literalmen- boogie & soul. um gamelão da Indonésia. pop de influência árabe. Neste remix exploram um te ‘Armadilha’). Na faixa Alguns se arriscam a dizer clássico obscuro da música ‘Chirp’ eles abrem o cala- que ela invoca o espírito sul-americana em um bouço e nos trazem sons HUMEDAD (DJs PAREJA REMIX) MKRNI Kawa Jaipur Brass Band da Barbarella em nossa moombahton tropical. diretamente do subsolo. http://migre.me/hCMC2 http://migre.me/hCHiW geração. Não sabemos Que soem os trompetes, se Jane Fonda faria esta trombones e clarinetes! São comparação com uma ex- os indianos da Kawa Jaipur PIYA TU AB TO AAJA MKRNI (lê-se Macaroni) é MAIS UM Souleance SEXAPPEAL 4D um projeto de Santiago, e http://migre.me/hCMbN http://migre.me/hCMrY recentemente ganhou este stripper do rap com tranças Souleance é um duo fran- 4D é uma banda de Synth/ remix dos DJs argentinos Brass Band, que abrem cor-de-rosa e coberta por cês de grooves oitentistas, New Wave da Alemanha Pareja. MKRNI tem um a estrada de bronze para minicamaleões. house e quebradeiras. dos anos 80. A banda é um senso de cor, leveza e sen- Recentemente lançaram a projeto de Franz Aumüller sualidade profundamente excelente faixa “Mais Um”, e Dieter Kolb, de Wun- enraizada no psicodelismo. indiana com canções de WATCH OUT FOR THIS (BUMAYE) Major Lazer que mistura um misterioso derwerke. Com exceção Humedad (literalmente amor além de Bollywood. http://migre.me/hCLSS sample de samba com dos vocais, os instrumentos ‘Umidade’) é uma ode Formado em 2008, Major uma swingada batida de são 100% digitais. A faixa sônica ao vapor hispânico, QUIMEY NEUQUEN (CHANCHA VIA CIRCUITO REMIX) Jose Larralde Lazer é um projeto musical hip hop. “Sexappeal” é uma perfeita com letras sensuais e new wave tropical. uma variedade louca de http://migre.me/hCLaN dance music mundial como http://migre.me/hCMi9 Chancha Via Circuito explora um dos empreendimentos Na onda da música ele- Asian Dub Foundation e estranheza tribal – que ritmos latinoamericanos, mais originais do movi- trônica ‘Made in Brazil’, o http://migre.me/hCMuJ se combinam numa matriz que incluem o folclore me- mento EDM atual. “Cuidado produtor Omulu apresenta Asian Dub Foundation é de eletrofunk. xicano, a cumbia colombia- com esse (Bumaye)” é a excelente rasteirinha uma banda de música ele- na, peruana e a cumbia vil- um explosivo dancehall “Patrão”, que soa como trônica britânica que toca lera argentina. Sua música em parceria com os MCs uma mistura de afoxé, funk uma mistura de rapcore, Brian Briggs borbulha dos Andes como jamaicanos Busy Signal, carioca e hip hop. dub, dancehall e ragga. http://migre.me/hCMFa lava percussiva, fervendo The Flexican e FS Green. Em “Jornada”, eles nos Brian Briggs, alter ego colocam em sintonia com de John Holbrook, é um a Nação Mãe. respeitado engenheiro de o Rajastão, misturando música tradicional popular dos produtores Diplo e Switch, e se destaca na camadas de tambores como a água e a terra lutando contra o calor. HERMETICO PATRÃO Omulu instrumentação – bongos, JOURNEY Balkan Beat Box http://migre.me/hCM4G apitos, guitarras, beats AEO (Part 1 & 2) som que trabalhou em MWENDWA The diversos estúdios londrinos. Com seu grupo de músicos, Famous Nyahururu Boys Em seu clássico new wave os israelenses Ori Kaplan http://migre.me/hCMx7 ‘Brian Damage’ de 1980, e Tamir Muskat do Balkan Um doce dueto dos Famo- traz toda a tradição do rock Beat Box tocam música de sos Meninos de Nyahururu, & roll em diferentes estilos influência mediterrânea, in- uma antiga banda da musicais populares daquele corporando as tradições da Etiópia. Cantado em Kikuyu, momento, incluindo o re- Europa Oriental, do Oriente ‘Mwendwa’ é uma canção nascimento rockabilly, new Médio e da cena eletrônica de amor. wave à base de synth e de Nova York. surf instrumental, tudo no mesmo mundo – a Música. “Encarnações de computador para a paz mundial”. . 58 Plastic Dreams 59 Melissa Nation Inverno 2014 FOTOS: GETTYIMAGES 3 1 1 A bandeira no Nepal, a única que até hoje foge do padrão retangular 2 Bandeiras do Código Internacional Náutico 3 A tradição das bandeiras no festival de música Glastonbury (2013) 4 Visitante lê mensagens em bandeiras do do festival britânico: SÍMBOLOS DE PANO Se o modo de se vestir Suas origens se perdem Na Idade Média, quando “De qual planeta você veio?” Começavam assim os Depois vieram as De bandeirada em Engraçado descobrir que Por aqui, Marcos Valle traduz arquétipos pessoais, no breu dos tempos. o mundo se dividia em ci- padrões e protocolos: a bandeiras como códigos bandeirada, a evolução o Festival de Glastonbury, popularizou, nos anos 70, as bandeiras também Impossível precisar onde dadelas, as bandeiras eram bandeira deve ter formato de leitura, em posições dessa linguagem ampliou o mais importante evento a gíria “dar bandeira” (dar tentam “singularizar” algo. surgiu a primeira bandeira, metáforas de coexistências. retangular e incluir símbo- que significam letras. o seu uso do trânsito aos musical da Grã-Bretanha, detalhe, dar pinta, revelar Nação, região, ideologia, por se tratar de algo feito Cada qual no seu quadrado, los, tem que ser honrada, A militarização aumentou esportes, de cerimônias mantém a tradição dos en- algo), ao lançar a compo- causa, aviso, conquista, de pano. As antigas bata- com a bandeira hasteada estar à vista etc. Até hoje a importância delas como religiosas a celebrações po- contros festivos dos cavalei- sição “Que Bandeira”. território, alerta. Nenhu- lhas já ostentavam bandei- avisando que aquele peda- o Nepal mantém a única sinalizações, informações, pulares, de campanhas be- ros do tempo do rei Arthur. O refrão é bom: “Que ban- ma bandeira é simples. ras nas hostes de combate. ço tinha dono, sim senhor. bandeira nacional que pedidos, saudações. neficentes ao luto. Nenhum Centenas de bandeiras e deira que você deu / Que Bandeiras manifestam Em Roma, eram associadas Bandeiras apontavam o foge do padrão retangular. Bandeiras de ataque, país seria reconhecido sem bandeirolas tremulam na bandeira não me entendeu alegorias, linguagens, ao temor, ao poder. Essa horizonte luminoso dos Bandeiras com cruzes cris- rendição, socorro, vitória, bandeira. A bandeira virou plateia. Com uma diferença: / Caretice tua chorar / associações, simbologias. representação se espalhou verbos “avançar”, “vencer”, tãs dominaram o mundo doença. E o que dizer da o amor à região em que se o público hoje leva bandei- Caretice tua brigar”. É isso com o avanço da humani- “conquistar”. aí: bandeira branca, amor! saxônico e a Escandiná- bandeira negra com o crâ- nasce, o time que se torce ras para que se “vejam” dade no mapa-múndi. Nas via. No Oriente, ficaram nio e duas tíbias apavoran- e por aí vai. nas transmissões da TV! bandeiras havia a chancela. minimalistas ou taoístas e do os oceanos? Por que as O aviso. nas Américas, os detalhes cores trazem significados? e preciosismos figurativos, E por que tantas bandeiras como é o caso da bandeira têm estrelas? do Brasil, que traz o lema nacional de ordem e progresso atravessando o céu azul e estrelado. 4 2 Texto Eduardo Logullo 60 Plastic Dreams MELISSA NATION NA SÃO PAULO FASHION WEEK PRIMEIRO CATWALK SHOW DA MARCA CONSOLIDOU SEU DNA GLOBAL. Texto Duda Porto de Souza Fotos Marcia Fasoli e Ale Schneider 61 Melissa Nation Inverno 2014 As mídias sociais da Melissa entraram pudesse identificar de onde vêm, mas, ao “A passarela era deslumbrante, uma obra em erupção quando a marca anunciou mesmo tempo, subvertendo sua literalida- de arte. Conheci a família na primeira que faria seu primeiro desfile na São de. Tudo junto e misturado, como a Nação sandalinha. Eu visitava a fábrica desde Paulo Fashion Week de Inverno 2014. Melissa, que não tem fronteiras”, explica aquela época. Para mim é simplesmente A ocasião marcou o lançamento da Erika Palomino, que assinou a concepção e um assombro ver o quanto eles caminha- coleção Melissa Nation, proporcionando direção geral do desfile. ram”, disse a empresária e consultora de uma imersão do público neste universo, A atmosfera da Sala 3 da Bienal dava moda Costanza Pascolato. um megamix de referências estéticas de o tom do que estava para acontecer. O diversos países, tais como China, Japão, ambiente escuro foi aquecido por uma Dani. “No lugar de compor looks limpos Mongólia, México, Peru, Brasil, África, versão da Bolsa Refraction, que brilha e deixar a atenção para o sapato, desen- Índia, Tibete, para citar alguns. no escuro, posicionada em cada uma das volvemos um grande camuflado étnico cadeiras dos convidados, e uma passarela para traduzir o tema Nation”. As incríveis meço ao fim”, diz Dani Ueda, um dos es- em forma de cubos coloridos em diversos perucas usadas pelas modelos vieram de tilistas mais importantes do mercado, que níveis e tamanhos. Ao fundo, o logo Nova York e foram trabalhadas pelo hair assinou o styling dos looks com o também Melissa Nation. O projeto de iluminação stylist Sylvio Giorgio. O make ficou aos cui- editor de moda Pedro Salles, seu colega ficou a cargo de Maneco Quinderé, top dados de Robert Estevão, que se inspirou na revista “Vogue”. “Procuramos trabalhar que assina os melhores desfiles e tam- na própria Melissa, suas cores, texturas e com elementos que o público do desfile bém a luz de premiadas peças de teatro. inovações tecnológicas para desenhar a “Foi um processo colaborativo do co- “Fizemos o caminho contrário”, explica Na boca de cena da sala de desfile os talentosos músicos da Orquestra Voadora e seus instrumentos de sopro e percussão beleza do desfile, com destaque para as Nada melhor para unir este pot-pourri “A gente está num momento de lindas bocas com glitter, cada uma de uma de referências do que a trilha criada marcas que têm um apelo comercial cor, que também foram o maior sucesso. pela banda de fanfarra carioca Orquestra muito forte mostrarem seu lado fashion. Dani e Pedro convidaram estilistas e Voadora, executada ao vivo. Os quatorze A Melissa é muito forte nessa coisa de marcas para comporem dentro de diferen- músicos e seus trompetes, trombones, fazer um statement de moda com um tes perfis: Yon Lee, Luis Claudio, Vitor Zer- saxofones, tuba e percussão misturaram produto de massa, digamos assim. Foi binato, Printing, Letage e Rober Dognani. de Tim Maia a Manu Dibango, indo dos um desfile show. Eu acho um passo A designer Claudia Savelli fez a curadoria Estados Unidos ao Leste Europeu. “Nosso superimportante”, relatou a editora da dos acessórios, buscando objetos em lojas repertório eclético e global resultou numa “Vogue”, Daniela Falcão. Entre as cele- de utensílios domésticos e até materiais parceria perfeita”, diz o trompetista brities que estavam na primeira fila do de construção! “Misturar Índia com Japão Thiago Rodrigues. desfile, a icônica Gaby Amarantos: “Tem num mesmo look, por exemplo, tornou- Fã de Melissa e da criatividade brasilei- muito a cara da Gaby, tem muito a cara -se um exercício de harmonia”, contam os ra, Pandemonia, personagem criada por do Brasil. Acho que a gente se conecta stylists. “A expectativa era de que fosse um artista britânico conceitual e pós-pop muito e eu gosto dessa coisa da Melissa fun, como a Melissa”, disse Lilian Pacce. com mais de 2,10 m de altura e vestido ser brasileira”, disse ela. E esse desejo se confirmou, conforme a de látex da cabeça aos pés, veio ao Brasil própria editora nos disse após o evento. especialmente para assistir ao desfile da os povos, criando uma nação Melissa O casting do desfile também foi mar- primeira fila. Pandemonia arrasava ainda que não tem uma cara, e sim a cara de cante; num primeiro momento, foram mais compondo seu look com o mode- todos os lugares por onde a Melissa já selecionadas mais de cem modelos das lo Vivienne Westwood Anglomania + passou”, explica Raquel Scherer, Gerente agências mais importantes, pois todas Melissa Slave Sandal. “Foi simplesmente de Negócios de Melissa. Neste mundo queriam participar! As escolhas finais incrível ver uma paleta de cores global interconectado, o primeiro desfile da foram feitas na Galeria Melissa, com a e tecidos que representam todas as Melissa na SPFW uniu moda, música e chegada dos produtos da nova coleção! nacionalidades no mundo. Os sapatos da design democrático, tornando as fãs da Entre as tops estavam Fabi Mayer, Bruna Melissa atendem todos os tipos de consu- marca ainda mais próximas. Tenório e Débora Müller. Completando o midoras”, contou Pandemonia à PLASTIC time de profissionais, Wan Vieira assinou a DREAMS. Nem precisa dizer que ela foi queria: teremos o segundo desfile de direção do desfile e a direção de produção SUPER fotografada e entrevistada pelos Melissa na edição de Verão 2015 da ficou por conta de Jacimar Silva. corredores do São Paulo Fashion Week. São Paulo Fashion Week! “Essa é a nossa homenagem a todos Agora a notícia que todo mundo 65 Melissa Nation Inverno 2014 Céline por Phoebe Philo Alexander McQueen VIAJAR É PRECISO Givenchy 64 Plastic Dreams DESLOCANDO-SE NO ESPAÇO E ATÉ MESMO NO TEMPO, CRIADORES RODAM O MUNDO DESCOBRINDO, EXPLORANDO E MIXANDO CULTURAS E FOLCLORES DIVERSOS SÓ PARA REINVENTAR A MODA. NESTA ESTAÇÃO, TUDO QUE É ÉTNICO PROMETE DECOLAR. Texto Sergio Amaral Fotos Marcio Madeira anos 90 e a primeira década dos 2000. e estampas gráficas dos dois primeiros todo mundo e a moda inclusive. Neste Etnias, folclores, culturas estrangeiras quanto nas modelagens de alguns vesti- território da criação, mais do que um e viagens são um tema recorrente e dos da Missoni, que fazem alusão a um prazer, viajar é quase uma necessidade. revigorante na moda assim como na tipo de indumentária tribal. Para buscar o novo, sair da zona de vida real. Viajar: quem não ama? Eu, você, Não é viagem, não. Até hoje isso parada desse fashion tour, a africanida- contato com diferentes referências, se acontece. E a temporada internacional de, também, ecoou, misturada à cultura inspirar enfim. do verão 2014 taí para provar isso, com celta e à das amazonas com a marca algumas das mais influentes e copiadas Alexander McQueen (desenhada por quando Yves Saint Laurent, o estilista ar- marcas do Planeta Fashion pegando Sarah Burton), assim como na coleção gelino que fez fama em Paris, lançou as carona nesta moda. da Céline de Phoebe Philo, que também É assim desde meados dos anos 60, bases do prêt-à-porter, levou as calças, Valentino remetia a um tipo de padronagem que, com milhagem de sobra, viajou -roupa masculino para o feminino, não só geograficamente (para um passou a mostrar coleções inspiradas Havaí distópico talvez), mas também cultural entre África e Japão, Riccardo em Marrocos, na África e na Rússia... no tempo, olhando para as roupas dos Tisci, na Givenchy, mostrou com quantas Sim, Paris podia até parecer o centro do anos 1890 para criar um verão 2014 pregas se faz um drapeado. E foram mundo. Mas ainda havia muito território original, sem praticamente nenhum vários aplicados das mais diversas e para a moda explorar. dos clichês associados à estação mais geniais maneiras, em vestidos que pa- quente do ano. reciam envoltos no corpo das modelos esse espírito desbravador de fronteiras, Missoni A começar por Marc Jacobs, em NY, o smoking e outras peças do guarda- E vários outros estilistas encarnaram Marc Jacobs Em Paris, a última e mais esperada conforto, desvendar outras culturas, ter Na temporada de Milão, o fundamen- primal/étnica. Teve mais. Sugerindo um choque e desafiavam o olhar até de gente que olhando principalmente para o Japão, a to ganhou reforço de Valentino, Pucci e China e a Índia, por exemplo, um tipo Missoni, que passearam por culturas e de coisa que John Galliano fez magistral- referências indígenas, latinas e africanas -nacional, esse voo decolou. E não mente à frente da Dior entre o fim dos em suas coleções, tanto nos bordados parece querer pousar tão cedo. entende do riscado. Regional, global, universal ou supra- Plastic Dreams BANZAI 66 67 Melissa Nation Inverno 2014 Ao lado, macacão histórico criado por Kansai para turnê de Aladdin Sane, sexto álbum de David Bowie. Nesta página, registros dos seus sempre performáticos desfiles KANSAI ESTILISTA JAPONÊS QUE CRIOU FIGURINOS PARA DAVID BOWIE E DEU O PRIMEIRO EMPREGO NA MODA A MARC JACOBS, KANSAI YAMAMOTO CHEGA AOS 70, INSPIRANDO NOVAS GERAÇÕES COM SUA MODA EXTRAVAGANTE E CHEIA DE ENERGIA. Eternizar um look no ima- discretas, que evocavam simples. Yves Saint Laurent uma mistura de cartoon fez isso com o vestido Mon- com japonismo e futurismo. drian, por exemplo. Jean E conquistaram ninguém Paul Gaultier com Madonna menos que David Bowie, e o corset de cone. Kansai o artista e ídolo que soube Yamamoto, um nome me- como ninguém se rein- nos célebre na cultura pop, ventar se desdobrando em mas igualmente grandioso inúmeras personas a cada na moda, também habita novo álbum e/ou turnê. este seleto panteão. Um dos tops da vanguar- MASAYOSHI SUKITA Texto Sergio Amaral Fotos Cortesia Victoria & Albert Museum amplas e estampas nada ginário fashion não é tarefa Num primeiro momento, Kansai assinou alguns dos da japonesa (pré-Comme looks usados por Bowie em des Garçons), ele fez fama sua famosa Ziggy Stardust entre os anos 70 e 80 com Tour, de 1973. Na turnê suas roupas de forte apelo seguinte, Alladin Sane, ele pop, cores vibrantes, formas criou todo o figurino do Plastic Dreams Kansai Yamamoto foi o primeiro estilista japonês a desfilar uma coleção de moda na Inglaterra. O convite do Victoria & Albert veio após muitas de suas criações se destacarem na exposição de David Bowie 68 69 Melissa Nation Inverno 2014 cantor, entre eles alguns navalhado e os figurinos em Londres, no início dos ce e diversão, de preferên- dos que marcariam a futuristas desenhados anos 70, que o estilista se cia com plateias e cenários iconografia do músico, do por Kansai Yamamoto lançou na moda mundial. grandiosos, como a Praça rock e da moda, como um transformaram Bowie num body assimétrico de tricô Completando 70 anos Vermelha, em Moscou, o messias alienígena do em 2014, ele ainda inspira estádio Nehru, em Nova e um absurdo macacão de rock”, afirma a pensadora gente muito boa, talen- Delhi, e o Tokyo Dome. vinil pespontado. Não é no catálogo da exposição tosa e poderosa, como trabalho para qualquer um. “David Bowie Is” monta- Marc Jacobs, que teve seu e na ativa, como provou à Até porque imagem, make, da pelo museu londrino primeiro trabalho na moda plateia do museu V&A, no cabelo e figurino na arte Victoria & Albert em 2013, com Kansai e que se inspi- fim de 2013, em uma per- de Bowie são tão (senão e em cartaz até 20 de abril rou no trabalho dele para formance cheia de energia, mais) importantes do que no Museu da Imagem e do desenhar o verão 2011 da que traduzia um simples sua música. Som, em São Paulo. Louis Vuitton. vocábulo japonês: basara. Camille Paglia, a polêmi- Foi a mesma instituição Avesso aos desfiles E se mantém firme, forte “É sobre se vestir livremen- ca e respeitada escritora e inglesa que promoveu uma convencionais desde o te, de um jeito extravagan- ensaísta norte-americana, apresentação da mais nova início de sua carreira, o ja- te e cheio de estilo, colorido explica melhor: “A ma- coleção do japonês no fim ponês gosta mesmo é dos e exuberante. Isso está no quiagem extravagante de do ano passado. Um retorno megadesfiles, misturando coração do meu design”, Ziggy, o cabelo vermelho quase mitológico, já que foi música, dança, performan- resume o estilista. Minimal, mix e máximo 71 Melissa Nation Inverno 2014 ção natural de inverno, protetor. O novo para o frio são o branco e o off-white, Texto Manu Carvalho Fotos Marcio Madeira também emblemas de minimal, cores com alta manutenção: olhou, sujou, sujou, lavou; um ciclo caro. Ainda no trilho do minimal, também vamos ver muito metálico, o ouro, O INVERNO 2014 VEM NA MEDIDA TROPICAL: BARRIGA E TORNOZELO DE FORA, COM O JOGO DAS TEXTURAS DOS MATERIAIS. ACESSÓRIOS GRANDES E SOBREPOSTOS ÀS ROUPAS, ALÉM DE MUITAS ESTAMPAS, CRIAM O NOVO E DELICIOSO PARADOXO DA ESTAÇÃO QUE É TÃO BÁSICA QUANTO ULTRAFASHION! mas principalmente o prata, com atitudes de passado e de futuro, rock e glam. E também são fortes cartelas de tons terrosos, cores de barro, de naturais como verdes e azuis e de cores que enfeitam, como em diferentes tratamentos vermelhos e vinhos. Tudo malista, mas rico em informa- – bruto, envelhecido, encerado, mais fechado e denso. ção. O minimalismo já vem há brilhante, nas modelagens algumas temporadas e se esta- tradicionais do street wear, de muita estampa. Os clássicos belece como principal direção e alfaiataria e esporte, em looks xadrezes, que todo inverno base para outras ideias. inteiros e misturados. tem, os geométricos pied O inverno 2014 vem mini- As modelagens estão mais E a temporada tem de poule e pied de coq e Mas o couro continua forte e também vem com diferentes os quadriculados. E tem ta é arquitetônica, precisa, tu- tratamentos e texturas: colo- também os florais fechados, bular como nos anos 60, com rido, metalizado recortado e com fundos mais escuros, cintura marcada e alta como vazado, bordado, matelassa- mais para floresta do que nos 50 e com a austeridade do, num mix de recursos ar- para jardim. e a classe do comprimento tesanais e tecnológicos. Outro Nos acessórios femi- mídi dos 40. Formas mais material onipresente é o tule, ninos, tem muita maxi- quadradas e amplas trazem criando ilusões em decotes e bijoux, com força no o oversize dos anos 90, e um vazados, dando sustentação maxibrinco e mais bjoux certo japonismo em ombros em todo tipo de construção por cima das roupas, uma arredondados com mangas e para qualquer tipo de peça – cultura de moda global, largas e calças mais curtas e de tops e vestidos até capas. dos continentes de inverno largas são a nova modelagem. Também teremos muita renda, gelado em que não se abre Túnicas, tops e calças cropped. pura e trabalhada, com borda- mão do decorativo, do É um inverno de barriga (1 cm) dos e pedrarias. E a novidade acessório. Nos materiais, e tornozelo de fora. Na me- é o moleton, símbolo esportivo muita estampa e textura -dida tropical. e bem anos 90, que agora de animal: onça, zebra e Nos materiais, se já tinha vem com up grade, misturado píton. E muitas mochilas. uma voz dizendo que “o couro a outras fibras e também re- Agora, disso tudo, é é o novo jeans”, a indústria cortado com outros materiais, saber o que você gosta e do índigo, forte tanto na como sedas e couros e em funciona para você. Bom fabricação quanto na con- modelagens de alfaiataria. fecção, reagiu e permeou as passarelas. Vamos ver o jeans Nas cores, começamos com o preto, que é tradu- Ronaldo Fraga simples e mais fortes. A silhue- inverno, boas novas, boas compras! Osklen 70 Coluna de moda Colcci Plastic Dreams Plastic Dreams Coluna de beleza 72 73 Melissa Nation Inverno 2014 Inverno chamando em 3, 2, 1! E, pode apostar, a estética da tendên- Phillip Lim cia de beleza será traduzida por um perfume grunge – estilo marcado nos anos 90 por jovens rockers (alô, Kurt Cobain!) cheios de atitude e um quê de melancolia. A transposição de tal imagem para o universo feminino não podia resultar em outra coisa: imponência e poder, com toque descontraído, inerente ao mood urbano. “A beleza da temporada chega ousada, As propostas de looks são sedutoras ganham um blur proposital, imprimin- e misteriosas, deixando a mulher femi- do o grunge com maestria e contem- nina, mas longe de ser frágil”, diz a poraneidade, assim como apostou coolhunter Gabriela Maretti. Acquastudio, Forum e Têca. “Os olhos Os batons elétricos, de tons abertos, dão lugar para as nuances mais com o mix de delineados e borrados. fechadas, como o vinho e o marrom, Tudo para garantir o efeito rocker”, apresentados tanto nas semanas sentencia o beauty artist Max Weber. fashionistas brasileiras (vide desfiles Ousadia e atitude NA BOCA, NUANCES FECHADAS, COMO O VINHO, O VERMELHO E O MARROM. OS OLHOS VÊM FORTES E O CABELO PODE SER MEIO BAGUNÇADO OU PRESO NUM COQUE: A BELEZA DE INVERNO REFORÇA SUA PERSONALIDADE. Texto Andréia Meneguete Fotos Agência Fotosite têm expressão forte e cores escuras Por fim, mas não menos importante, de Gloria Coelho e Forum), quanto o cabelo tem seu destaque na cena: nas internacionais, exemplificados ar bagunçado – bem ao estilo acabei perfeitamente no show de Phillip Lim de acordar. Como? Ricardo dos Anjos dá e Vivienne Westwood. Mas, claro, o pulo do gato: “Basta borrifar xampu vale destacar (e comemorar!): o ver- seco nas madeixas e amassar puxando melho não deixa de ser um clássico para baixo. O resultado será podre e e continua no nécessaire de inverno. com aparência de sujinho.” Se o desejo “No dia a dia, haverá um equilíbrio for colocar as madeixas no lugar, não na intensidade das cores que serão tenha medo do efeito molhado (à base usadas na boca e nos olhos, já que a de muito gel fixador) e a risca lateral mulher brasileira prefere não carregar bem marcada, arrematando o compri- tanto na produção.”, explica o beauty mento por um coque ou rabo de cava- artist Ricardo dos Anjos. lo. É... o inverno chega fora do lugar, Um au revoir temporário aos esfumados clássicos, pois agora os olhos descompromissado. Mas que há beleza por aqui nós não temos dúvidas! Rodarte Acquastudio com muita atitude e força imagética. Plastic Dreams 74 75 Melissa Nation Inverno 2014 VOYAGE PITTORESQUE ET HISTORIQUE AU BRÉSIL VOL.II. / BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN ARTE MESTIÇA DE DEBRET A ADRIANA VAREJÃO, A MISCIGENAÇÃO BRASILEIRA FEZ COM QUE A ESTÉTICA NACIONAL TOMASSE UM RUMO ÚNICO NA HISTÓRIA DA ARTE. Texto André Rodrigues Acima, imagens do livro “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, ilustrado por pinturas do francês Jean-Baptiste Debret. A publicação é uma referência quando se fala do desenvolvimento da sociedade brasileira Foi em 4 de abril de 1755, uma sexta- Em 1816, o pintor francês Jean-Baptiste -feira (desde sempre dia de boas notícias), Debret desembarcou no Rio de Janeiro para que o Brasil oficializou uma coisa que já dar aulas na Academia de Belas Artes. No acontecia bastante. Dom José I, rei de Portu- meio tempo, viajava pelo país pintando o gal, assinou a lei que permitia casamentos que dava na telha. O resultado foi o famoso entre portugueses e nativos. O importante “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, era povoar o vasto território tupiniquim com publicado na Europa entre 1834 e 1839. sangue europeu. Deu meio certo: o Brasil foi Dividido em três volumes – A Vida dos Índios, povoado. Só que de todo tipo de mistura. O Brasil Escravocrata e As Festas Populares Mais de duzentos anos depois, em 1997, a artista plástica Adriana Varejão expôs pela primeira vez “Testemunha Ocular”, seu tríp- –, o livro é hoje referência quando se fala do desenvolvimento da sociedade brasileira. Quase um século depois, contudo, Debret tico sobre a mestiçagem brasileira. Em três ficaria absolutamente perdido. Afinal, foi autorretratos, Adriana se coloca como uma no embalo da Semana de Arte Moderna de índia, uma mulata e uma portuguesa para 1922 que Tarsila do Amaral quebrou geral ao refletir sobre as diferentes origens do país. apresentar “Abaporu”, em 1928, e o mundo Mas, vamos voltar a fita. artístico brasileiro – então todo atrelado aos 76 quadros românticos de inspiração euro- de Di Cavalcanti, e “Lavrador de Café”, de peia – virou de ponta-cabeça de vez com Portinari, chamaram atenção por tratarem a chegada do Modernismo. de temas sociais e envolverem negros e Não era fácil identificar aquele “homem mestiços. Ilustrar diferentes etnias em um que comia gente” como alguém branco, mesmo ambiente era algo significativo, mulato ou índio, e essa era provavelmente especialmente no contexto histórico de um a intenção. Tarsila pintou em tons fortes as Brasil que havia abolido a escravidão meros cores da bandeira do Brasil e ajudou a abrir trinta e poucos anos antes. ali, num presente para o marido Oswald Conforme a poeira baixava e as novas 77 GETTYIMAGES Melissa Nation Inverno 2014 GETTYIMAGES Plastic Dreams Acima, a magia das festas populares no Brasil, que inspiraram nomes como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Cândido Portinari cujas telas deveriam refletir a cultura popular inaugurando uma nova fase da arte e do orgulho nacional mesma época que Graciliano Ramos publicava seu fundamental “Vidas Secas”. Em vilarejos de praia e pequenas cidades do interior, Di Cavalcanti acompanhava realidade local simples, os carnavais e as festas típicas, como São João e Bumba-Meu-Boi. Mais tarde, na década de 60, depois de ver tanta coisa, ele pinta seu resumo da história do país em “Brasil em Quatro Fases”: de Andrade, uma nova fase da arte e do ideias modernistas viravam norma, os a transformação da selva e do índio em vila, orgulho nacional. artistas passaram a explorar temas longe depois em cidade fervilhante e, por fim, em do circuito Rio-São Paulo. uma metrópole dominada pelos prédios e Além de Tarsila, gente como Di Cavalcanti e Cândido Portinari também escancarou Em quadros de traços experimentais e pelas sombras. portas, mostrando que as telas poderiam e capazes de cortar o coração, como “Criança deveriam refletir a cultura popular. morta” e “Retirantes”, Portinari trouxe ao ajudinha das palavras de Jorge Amado e das público das capitais uma realidade dura e figuras de Carybé, amigo e ilustrador do es- pouco conhecida de fuga da seca, ali pela critor. As pessoas sem rosto e alongadas do Obras como “Operários”, também de Tarsila, “Cinco Moças de Guaratinguetá”, Já a Bahia ganhou o mundo com uma 78 79 Melissa Nation Inverno 2014 FOTOS: REPRODUÇÃO Plastic Dreams artista enchem rodas de capoeira, aparecem famosa, um poncho com franjas e couro cor vestidas de branco no terreiro e em formas de caramelo, que ele usava sempre, Bispo voluptuosas e cor de canela pelas praias. bordou cuidadosamente nomes, orações e Imagens tão poderosas, que hoje moram no figurinhas que museus europeus hoje se inconsciente coletivo brasileiro, e que nos fa- estapeiam para apresentar. zem querer fugir para a Bahia todos os dias. Destaque baiano de outra natureza é Da colônia psiquiátrica onde vivia, fazia arte com o que pintasse: madeira, cimen- À esquerda, a obra “Abaporu” (óleo sobre tela, 1928), de Tarsila do Amaral, que se encontra exposta no Museu de Arte LatinoAmericano de Buenos Aires (MALBA). À direita, capa do documentário “Lixo extraordinário”(2010) que mostra o poder transformador da arte por meio de uma série de obras do artista Vik Muniz feitas em parcerias com os catadores do aterro sanitário de Jardim Gramacho ras, Vik Muniz. Em “Aftermath”, série de 1998, ele criava crianças de aparência pobre de arte de primeiro mundo. E voltamos à Adriana! Em 2013, ela expôs no espaço negativo no meio do lixo de coi- “Polvo” na prestigiosa galeria londrina sas pequenas – confetes, pontas de cigarro, Victoria Miro, um estudo sobre miscigenação anéis de latinha, sujeira em geral. e cor da pele. Dez anos depois, o conceito virou um Inspirada pelas respostas dos brasileiros gigante com “Pictures of Garbage”, sua série a um censo do IBGE de 1976 (“de que cor mais famosa e que rendeu o documentário você é?” foi respondida de 135 manei- “Lixo Extraordinário”. Catadores do aterro ras diferentes), Varejão criou 33 tintas, sanitário carioca de Jardim Gramacho, então batizando-as com nomes tipo Café com Leite o maior da América Latina, encarnam per- e Burro-quando-foge, para refletir sobre sonagens de quadros clássicos assinados por tanta pigmentação. Mestre Didi, líder espiritual em Salvador to, tênis, pedaços de tecido. A cabeça de e dono de uma criatividade que o fazia “louco” de Bispo, que guardava uma mistura esculpir incríveis figuras de orixás e exus de cores, estampas e referências religio- com os búzios do terreiro. Dizia que aquilo sas, podia bem ser um vislumbre do Brasil não era arte, já que esse conceito para ele resumido. Tem ali elementos do cangaço, não existia. Chamava de “odara”: o belo que dos indígenas, dos colonizadores europeus, Picasso, Il Guercino e Jacques-Louis David por Como fez há quase vinte anos com seu carrega consigo bondade e sabedoria. da cultura negra, da igreja católica. Tudo e meio de centenas de quilos de material des- tríptico sobre as origens, Adriana Varejão se mais um pouco. cartado. É a realidade da pobreza brasileira, colocou no lugar de sujeito. Pintou-se de onze povoada em sua esmagadora maioria por cores diferentes, da mais clara à mais escura. Na obra do sergipano Arthur Bispo do Rosário, a mistura de culturas brasileiras apare- A frase também é um bom resumo para ceu de um jeito diferente. Em sua peça mais o atual popstar das artes plásticas brasilei- gente negra e mestiça, elevada à condição E aí: de que cor você é? Plastic Dreams DOLL PARTS LUXO POP COMBINA TOTAL COM ALTA MODA. PARA DEMONSTRAR ESSA LIGA, CONVIDAMOS RICHARD MORTIMER, O NOME À FRENTE DO IRREVERENTE COLETIVO INGLÊS PONYSTEP, PARA MIXAR ALGUNS LANÇAMENTOS DE PARCEIROS DE MELISSA COMO VIVIENNE WESTWOOD, KARL LAGERFELD E GARETH PUGH COM PEÇAS DA ELITE DO DESIGN FASHION GLOBAL. FOTOS TOM MORAN CONCEITO E STYLING RICHARD MORTIMER CENOGRAFIA STEPHANIE KEVERS MAKEUP MONICA STORRS NAIL ART SABRINA GAYLE @ LMC WORLDWIDE 80 VEJA O MAKING OF NO YOUTUBE/MELISSACHANNEL Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. Jaqueta Gareth Pugh MELISSA ASCENSION + GARETH PUGH Vestido Karl Lagerfeld MELISSA GLOVE LOVE + KARL LAGERFELD Vestido Moschino MELISSA QUEEN Saia ‘Anglomania’ por Vivienne Westwood VIVIENNE WESTWOOD ANGLOMANIA + MELISSA LADY DRAGON Jaqueta de plástico e underwear de borracha Atsuko Kudo MELISSA LADY DRAGON Top de borracha Atsuko Kudo Saia Sibling MELISSA SOLAR GARDEN Calça House Of Holland MELISSA HARMONIC TARTAN Calça Gareth Pugh MELISSA AILERON FLIP FLOP + GARETH PUGH MELISSA ULTRAGIRL + GARETH PUGH 93 Melissa Nation Inverno 2014 Uma rara referência para a moda Texto Richard Mortimer Durante seus quase 35 anos de vida, a marca Melissa tornou-se algo como uma referência para a moda internacional. Desde seu nascimento no Brasil, o sapato de plástico transformou--se num fenômeno da cultura pop, criando statements de moda numa escala global. Recentemente, a Melissa passou a desenvolver suas criações de uma maneira diferente. Colaborações com alguns dos designers mais influentes do meio tornaram a marca conhecida entre a elite da moda. E todos simplesmente a amam. Coleções de grande sucesso em parceria com Vivienne Westwood, Gareth Pugh, Karl Lagerfeld e Jean Paul Gaultier (entre outros) deram aos pioneiros do plástico da América do Sul um raro fenômeno de moda. Para a edição Melissa Nation, uni a nova coleção com peças-chave de designers internacionais que estão em plena harmonia com a linguagem da marca. Dos parceiros Gareth Pugh, Vivienne Westwood e Karl Lagerfeld, a indumentária de plástico fetichista do fenômeno japonês Atsuko Kudo, a genialidade off-beat da italiana Moschino, ao talento londrino Sibling, uma força imparável. Richard Mortimer é o empresário responsável pelo sucesso do cultuado clube londrino BoomBox. Atualmente ele é Editor-Chefe da revista Ponystep. Plastic Dreams 94 Parcerias SUPER PARCEIROS MELISSA ASCENSION + GARETH PUGH Corajoso e irreverente, este é o design mais audacioso desenvolvido por Gareth para a Melissa. Uma anabela composta por recortes geométricos e plataforma no solado, que conta com a palmilha estampada e cinco variações de cores (preto, marinho, prata, vermelho e azul), COCRIAÇÃO, COLETIVIDADE E ESPÍRITO COLABORATIVO SÃO PALAVRAS-CHAVE QUANDO SE PENSA NO FORMATO DOS DESENVOLVIMENTOS DOS PRODUTOS ASSINADOS POR GRANDES NOMES DA MODA E DO DESIGN INTERNACIONAL JUNTO À MELISSA. CONHEÇA NAS PÁGINAS A SEGUIR AS NOVIDADES DESTA TEMPORADA. incluindo tons metálicos. Um ícone que dará vida ao look mais básico, perfeito para ser usado com jeans e t-shirt detonados e monocromáticos. A despeito de seu ousado visual, a Ascension é O estilista cult britânico Gareth Pugh iniciou sua carreira aos 14 anos, criando figurinos para o Teatro Nacional francês e hoje, aos 32, é reconhecido por alguns dos profissionais mais renomados do meio por ter “redefinido o luxo contemporâneo” (showstudio.com). Seu nome se fortalece a cada temporada e a parceria com Melissa foi fruto de um processo natural, pois o plástico é a matéria-prima de suas criações mais marcantes, assim como as formas arquitetônicas que desenham seus modelos para a marca. Para o inverno 2014, Pugh propõe três novos shapes, em sua segunda coleção para a Melissa. Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. superfirme para caminhar. A ascensão de Gareth Pugh AGÊNCIA FOTOSITE 95 Melissa Nation Inverno 2014 MELISSA AILERON + GARETH PUGH A estampa futurista característica dos prints do esti- MELISSA ULTRAGIRL + GARETH PUGH lista aparece num modelo flip flop que irá destacar as jetsetters mais modernas durante suas passagens O print geométrico e vanguardista de Pugh reveste por destinos de temperaturas mais elevadas nesta um dos modelos mais icônicos de Melissa, a Ultragirl estação. Disponível em cinco cores: preto enverniza- em cinco cores: vermelho, azul, preto, roxo e prata. do, preto fosco, azul metálico, prata e branco. 96 Parcerias A Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Satyr [1] é uma releitura charmosa de uma ankle boot de sua marca-mãe, com tecido aveludado e salto opaco. Ousado, confortável Vivienne Westwood, the one and only APENAS A IRREVERENTE DAME VIVIENNE WESTWOOD PODERIA MISTURAR GLAMOUR, TRADIÇÃO E FANTASIA EM SUA NOVA COLEÇÃO PARA A MELISSA. PREPARE-SE! e übber fashion! A Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Riding [2] é uma galocha versátil com detalhe em xadrez que possui duas versões de solado (preto, com as cores dourado e verde musgo, e rosa, 2 3 97 Melissa Nation Inverno 2014 Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. Plastic Dreams No melhor estilo Karl! And we love it! EM SUA MAIS DO QUE AGUARDADA SEGUNDA COLEÇÃO-CÁPSULA PARA A MELISSA, O INCOMPARÁVEL KARL LAGERFELD BUSCOU INSPIRAÇÃO NO SEU PRÓPRIO VESTUÁRIO PARA CRIAR SEIS NOVOS MODELOS PARA A MARCA, ALÉM DE PRESTAR HOMENAGEM AO BRASIL NUMA SAPATILHA-DESEJO DOURADA QUE VEM COM APLIQUE DE BOLA DE FUTEBOL. 12 13 14 A Melissa Glove Love + Karl 16 5 1 6 Lagerfeld [12] foi inspirada na icônica luva usada pelo estilista, com salto quadrado e vazado arredondados 15 que resultaram num modelo sexy e 4 irreverente. A cartela de cores torna-a perfeita para o dia e para a noite, com tons alegres de amerelo neon, laranja e azul petróleo, e os mais sóbrios nos tons prata e azul marinho). E para não faltar opções para o dia a dia, a Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Ultragirl [3] ganha um laço tartan romântico na parte superior do calçado. Já a Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Bailarina [4] ganha 4 novas Dos pés das celebridades para o mundo branco, marinho e preto. Já a Melissa JASON WU CONQUISTOU FÃS DE MELISSA AO REDOR DO PLANETA COM A CARACTERÍSTICA FEMINILIDADE ARTESANAL DE SUAS CRIAÇÕES, TORNANDO CADA PRODUTO DE SUA PARCERIA COM A MARCA UM SÍMBOLO DE ELEGÂNCIA E PRATICIDADE. Black Tie + Karl Lagerfeld [13] nasce da camisa branca com gravata preta frequentemente usada por Karl, uma rasteira abotinada bicolor que só poderia ser fruto desta parceria! Para a sorte das fãs da marca, a Melissa Ultragirl + Karl Lagerfeld [14] traz o modelo A Melissa Magda + Jason Wu [7] é uma interpre- 9 clássico com aplique de óculos escuros, tação autoral da sandália franciscana, com bico fino e o mesmo usado por ele em suas apa- arredondado, e recortes alongados no cabedal. Tons rições. Puro charme e bom-humor! Na ta britânica. A nova versão puros de marinho, preto e branco vão enlouquecer versão Melissa Ultragirl Heel + Karl da Vivienne Westwood as seguidoras mais descoladas do estilista. O top hit Anglomania + Melissa Lady Melissa Jean + Jason Wu [8], que desenha os pés com Dragon [5] vem com bow tar- tramas que lembram as fitas de gorgurão, ganha novas tan ou maxiaplique de coração. cores. Versões da Melissa Virtue + Jason Wu [9] e da setters na primeira fila dos desfiles da A versão perolada do modelo, Melissa Ultragirl + Jason Wu [10] ganham opção lisa próxima temporada! Por fim, a Melissa com maxiaplique de cora- e aveludada com laço de tecido e detalhe metálico. Seduce + Karl Lagerfeld [16] é uma ção, sucesso entre as noivas, Por fim, a Melissa Moon Dust + Jason Wu [11] dá um homenagem a este ano tão importante toque rock and roll para a nova coleção do estilista, em para o Brasil. O shape ganha aplicação cores e vem com o símbolo da marca-mãe da estilis- também está de volta! E para o 7 8 deleite das mamães, Vivienne galochas que recebem aplicação de spikes e minispikes Westwood Anglomania + na mesma cor do produto! Mini Melissa Ultragirl [6]. Lagerfeld [15], o mesmo modelo ganha 10 salto e cores igualmente otimistas, que certamente estarão nos pés das trend- de bola de futebol e também uma 11 versão com moderno laço. Plastic Dreams 98 Galerias Melissa Nation Inverno 2014 NOVA YORK GALERIAS Irmãos Campana e Melissa iluminam a Big Apple EM MAIS UM PASSO NA SUA ESTRATÉGIA DE EXPANSÃO INTERNACIONAL DO PROJETO GALERIA MELISSA, A MARCA JÁ CONQUISTOU SÃO PAULO, NOVA YORK E AGORA LONDRES. FERNANDO E HUMBERTO ATERRISAM EM NOVA YORK PARA BRINDAR A CHEGADA EM TERRAS ESTRANGEIRAS DESSE NOVO HIT. FERNANDO LASZLO FABIO TAVARES Parceiros de longa data de LONDON CALLING! objetos feitos de matéria- dessa parceria, a exposição Melissa e referência mundial -prima inusitada em calçados protagonizada pelo novo do design contemporâ- pode ter soado improvável modelo será composta por neo, Fernando e Humberto dez anos atrás. Mas, desde o painéis luminosos com a Campana vão fazer história lançamento, em 2004, da Me- mesma textura da Fitas e na Galeria Melissa de Nova lissa Campana (de salto fino e dois grandes lustres, feitos York no primeiro semestre de bico arredondado), da Melissa com a própria sandália. A 2014. E quem será o principal Aranha Campana e da bolsa iluminação será translúcida protagonista? O modelo Fitas, Campana, não há dúvidas de e em tons de laranja. Em cujo lançamento internacio- que a combinação da criati- março, Fernando e Humberto nal em fevereiro vem mar- vidade dos irmãos Campana aterrissam em Nova York cado por uma exposição na com a tecnologia da Melissa para brindar o novo hit. concept store da Melissa é sucesso garantido. Seus localizada no SoHo. modelos também ganharam modelo (que foi lançado no Na Melissa Nation, o versão Baby e Infantil e estão Brasil com a coleção We Are de uma bandeja que era entre os mais procurados da Flowers) ganha novas cores originalmente um estudo marca pelas fãs/consumido- glam – oito, no total, incluin- para a criação de um biombo ras de Melissa e de design do cobre, prata, dourado e feito de fitas de papelão. A acessível para todos. preto –, na versão com glitter O design da Fitas nasceu ideia de aplicar o design de E para celebrar os dez anos Na foto, os Campana Brothers, um dos poucos brasileiros com obras no acervo de design do MoMA e o novo modelo Fitas (abaixo), inspirado num biombo de papelão e sem glitter. Puro glamour! LONDRES Texto Suzy Capó e Duda Porto de Souza prédio mais antigo da King De fato, o que mais seduz o entre aquela rigidez e pompa o mundo como parâmetro Londres e o da Melissa sempre O espírito da cidade de Melissa Nation, consolida- Street, no charmoso bairro de designer naquela cidade “é a dos palácios, dos guardas, e os em meus projetos em geral, caminharam juntos. Ambos são -se outro aspecto fortíssimo, Covent Garden – são, neste mistura do tradicional com o jovens na rua que, na época, sejam eles onde for, de Campo conectados com a criatividade, comum entre ambos: a multiet- contexto, estimulantes, indi- high-tech, do passado com o eram praticamente todos Grande a Nova York”, afirma inovação e a união saudável nia. Londres abriga uma ampla cando as afinidades que ali futuro, e os parques.” punks”, conta ele. Randolph, com a tranquilidade entre o tradicional e o contem- variedade de povos e culturas, serão festejadas. porâneo – conceitos que per- característica que traduz a meiam todas as áreas, da cida- essência da coleção de inverno de e da marca. Não por acaso, 2014 da marca brasileira. Com a chegada da coleção Randolph tem uma relação Realizar um projeto desse de um profissional cujo currícu- afetiva com a capital britâni- porte e naquele ponto espe- lo combina pioneirismo o conceito inovador e futurista ca desde a sua infância. Na cífico da cidade – próximo a com diversidade. de Melissa no prédio mais an- década de 70, ele esteve em concept stores de marcas de tigo do bairro, logo, altamente Londres com a família, que foi enorme prestígio – é uma ta- highlight do projeto a sua “É um grande desafio inserir O carioca Muti Randolph, responsável pelo projeto arquitetônico das galerias Melissa de São Paulo e Londres Randolph destaca como Dame Vivienne Westwood A Galeria Melissa em Lon- e Gareth Pugh, referências dres, que abre suas portas em protegido pelas leis locais”, toda acometida por uma forte refa, no mínimo, especial. “Ter relação com a marca. “Pensar mundiais de duas gerações da 2014, servirá com um templo afirma o carioca Muti Randolph, virose. De pé, só ficaram ele e que impressionar em Londres, numa evolução do que criamos moda e do comportamento que para a celebração de todos que também assinou o projeto seu avô. “Ele me levou para ver um grande centro de inovação na Oscar Freire no bairro de sempre destacaram Londres esses valores. E os obstáculos arquitetônico da Galeria em as principais atrações turísticas artística e tecnológica mundial, Covent Garden, por si só, já é a entre as grandes metrópoles, apresentados pela própria São Paulo. “Mas isso pratica- da cidade, mas o que mais me é uma pressão grande, mas coisa mais especial sobre essa são parceiros de Melissa. localização do espaço – no mente define Londres”, explica. impressionou foi o contraste já conhecida minha: eu tenho experiência”, finaliza. ARQUIVO PESSOAL COM PROJETO ARQUITETÔNICO ASSINADO POR MUTI RANDOLPH, MELISSA ABRE GALERIA NO FAMOSO DISTRITO DE COVENT GARDEN, ZONA DE COMÉRCIO LONDRINA CUJA ORIGEM REMONTA AOS TEMPOS ROMANOS, E QUE HOJE REÚNE TODA A POMPA E MODERNIDADE FASHION DA CIDADE. Plastic Dreams 100 Galerias 101 Melissa Nation Inverno 2014 Os dez looks mais emblemáticos do desfile Melissa Nation estão expostos na Galeria Melissa São Paulo até maio de 2014 SÃO PAULO DA PASSARELA À GALERIA Textos Duda Porto de Souza Fotos Romulo Fialdini CLUBE MELISSA ARRASANDO AO REDOR DO BRASIL Que o conceito do Clube Melissa é ser muito mais do que uma cadeia de lojas (que conta com mais de 115 quatro foram posicionados na pontos de venda em todo país), você já sabe. É uma expe- seu primeiro desfile na São área externa, comunicando a ri- riência de relacionamento com nossas consumidoras onde Paulo Fashion Week, com a queza multiétnica desta coleção você encontra lançamentos de cada coleção e produtos coleção Melissa Nation para o para o coração fashion de São exclusivos da marca. Inverno 2014, a marca transpor- Paulo, a Rua Oscar Freire. A pró- tou o universo desta conquista pria fachada reproduz os cubos ção completa Melissa Nation, com ações especiais durante inspiradora para a Galeria Melis- coloridos que desenharam a todo o semestre. sa. Os dez looks mais emblemá- passarela do desfile, agora uma ticos estão expostos no espaço verdadeira obra de arte a Conheça a loja mais perto de você em: até maio de 2014, sendo que céu aberto. www.melissa.com.br/clube-melissa Para celebrar o sucesso de A partir de 22/02 cada Clube será “invadido” pela cole- 102 Plastic Dreams 103 Melissa Nation Inverno 2014 JOVEM GUARDA O PEQUENO EXÉRCITO DA PAZ DE MELISSA GANHA NESTA TEMPORADA ARMAS QUE VÃO NOS ARRANCAR SORRISOS E SUSPIROS. É UM LANÇAMENTO MAIS FOFO DO QUE O OUTRO. PRA QUE QUERER SER GENTE GRANDE QUANDO SE PODE VIVER NESTE DELICIOSO MUNDO DE SONHOS? FOTOS E DIREÇÃO CRIATIVA KARIN BERNDL VEJA O MAKING OF NO YOUTUBE/MELISSACHANNEL Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. MINI MELISSA SUGAR RAIN MINI MELISSA FURADINHA MINI MELISSA ULTRAGIRL BOW MINI MELISSA ULTRAGIRL BEAR 104 Plastic Dreams Melissa Nation Inverno 2014 MINI MELISSA ARANHA MINI MELISSA ULTRAGIRL HAPPY EASTER MINI MELISSA SUGAR RAIN 105 Plastic Dreams Coleção BABY + INFANTIL 106 107 Melissa Nation Inverno 2014 MINI MELISSA FURADINHA MINI MELISSA ULTRAGIRL BOW Dá até vontade de comer, cheia de vitamina C! Além de ganhar sua versão em verde e amarelo, A Mini Melissa Furadinha da estação vem com celebrando este ano tão especial para o Brasil, um gominho de fruta cítrica, que também a Mini Melissa Ultragirl Bow tem formato de estampa sua palminha formando boneca e vem sempre com combinações bicolores uma florzinha! Nas cores preta, azul, verde e rosa. do laço com o sapatinho. Que tal a marinho com MINI MELISSA ARANHA rosa para um aniversário, e a bege com vermelho para a escola? #PLAY #PARAPRESENTE #LOVEANDSMILE #NHACT #PICNIC #SAUDE Uma das versões mais divertidas da Mini Melissa Aranha ganha um smile num pé e um coraçãozinho no outro, remetendo a uma estética de video game dos anos 90! Nas cores transparente, preto, branco, azul e rosa. Alegria nos pezinhos das pequenas! VIVIENNE WESTWOOD ANGLOMANIA + MINI MELISSA ULTRAGIRL A nova versão de um dos modelos preferidos para as bebezucas agora vêm nas cores vermelho, preto, dourado, rosa perolado e branco perolado, além do bow e da palmilha tartan. Uma pequena preciosidade para complementar o look de uma ocasião especial, como uma festinha, casamento ou aniversário. #BABYPRINCESS #CELEBRACAO #DOCURA MINI MELISSA CAMPANA ZIG ZAG Com nova cartela de cores especialmente para as pequenas melisseiras (vermelho, azul, dourado, rosa e prata), todas com glitter, é versátil e pode ser usada em várias ocasiões, acompanhando mãe e filha em grande estilo durante o dia, afinal o modelo é um ícone da linha adulta. #DESIGN #COMPANHEIRA #ICONEMELISSA Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. #PLAY #BRINCADEIRA #LOVEANDSMILE INFANTIL Sucesso para as crianças com numeração de 26 a 32, a Melissa versão infantil apresenta 3 opções superespeciais na coleção Melissa Nation. A Melissa Ultragirl [1] é flocada e com uma charmosa palminha com padronagem colorida de losango. Já a Melissa Campana Zig Zag [2] vem nas cores prata, preto, dourado, vermelho e azul petróleo, flocada em vermelho e marinho. A Ultragirl + Zé Carioca [3] com solado estampado com o querido personagem da Disney, em celebração aos jogos de futebol que tomam conta do Brasil em 2014, também ganha versão infantil, num modelo com laço flocado e outro com transparência nas cores verde, amarelo e cinza. Ser criança este ano será ainda mais gostoso! ;-) #NOMUSEU #CRIATIVIDADE #ORGULHOBRASILEIRO 1 2 3 108 Coleção PROJETOS ESPECIAIS Melissa Nation Inverno 2014 BOLA NA REDE! Futebol e Brasil: só se fala nisso! A Melissa também entra em campo com uma linha especial inspirada neste ano tão marcante para o país. O querido Zé Carioca estampa a palmilha de duas versões da Ultragirl (verde e amarelo bandeira, com charmoso detalhe dourado na frente da sapatilha, e azul-marinho com megalaço flocado. A Nation chega em versão azul reverenciando a sede dos jogos do campeonato mundial de futebol, compondo a palavra Brasil. Para a nova geração, uma fofurice extra: a Mini Ultragirl Bow em verde e amarelo, com doce aplique de laço. Show de bola! ;-) DIA DOS NAMORADOS As princesas mais adoradas da Disney estampam versões especiais da Melissa Ultragirl Sweet Love para o Dia dos Namorados deste ano. Ambos vêm com mega-aplique com muito glitter vermelho, e se diferenciam pelas estampas das palmilhas. Na branca, com aplique de coração, a Cinderela e os fofíssimos ratinhos e passarinhos aparecem na palmilha com a frase “Won’t you dance with me?” (“Dança comigo?”). Na marinho, o aplique tem forma de laço e num pé está estampada a Fera, e no outro, a Bela. Sorridentes and in love. HAPPY EASTER MELISSA MINIATURES A Páscoa ficou muito mais doce A Melissa lança nesta estação sua primeira este ano! A Mini Melissa Ultragirl linha de miniaturas, como fizeram outros ganhou uma versão com carinha de grandes nomes do design mundial, entre coelhinho e sola estampada com elas a suíça Vitra. É a Design Collection, com cenourinhas que vai enlouquecer criações dos Irmãos Campana, Zaha Hadid, os fãs da marca de todas as idades. Gaetano Pesce e Karim Hashid. Verdadeiros Os produtos ganharam as cores objetos de arte e símbolo do desejo gerado especiais cinza e rosa e serão pelo design exclusivo e inovador da marca, vendidos exclusivamente nos já nascem hit da decoração! Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. Plastic Dreams Clubes Melissa e na Galeria de São Paulo. A embalagem da sandalinha é em formato de ovo de páscoa, tornando-o um presente ainda mais especial! Os olhinhos das pequenas vão brilhar! MINI MELISSA ANIMAL LOVERS Um rinoceronte, um coelho, um ursinho e um gatinho se uniram para formar uma das linhas mais irresistíveis para as pequenas, a Mini Melissa Animal Lovers. Com exceção do rinoceronte, que vem no formato botinha, os outros são sapatilhas estilo boneca. No pacotinho de cada modelo, as crianças vão encontrar um adesivo com a carinha do animal do produto. Nas lojas, a mãe ganhará uma cartela de papel, simulando um porta retrato, com a imagem do cenário da embalagem para a sua pequena colocar o novo adesivo, e completar com os outros bichinhos! Depois é só enquadrar! ;-) 109 110 Plastic Dreams POR QUE VOCÊ SE CONSIDERA PARTE DA NAÇÃO MELISSA? 111 Melissa Nation Inverno 2014 ”Melissa é arte nos pés, é amizade, amor, e milhões de pessoas que se unem para compor esta grande nação” “Nunca quis outro presente a não ser uma Melissa” TARSILA G. DOS SANTOS 24, vendedora TAMARÁ DE ALENCAR 21, estudante de moda FORTALEZA Texto Duda Porto de Souza “Melissa emociona e surpreende” “Me identifico com a Melissa de diversas maneiras – primeiro, porque não seguimos um estilo, estamos sempre abertas a novidades, dispostas a variar” MARIA CLAUDIA PALHARES 30, designer de produtos BEBEL SADER 23, jornalista “Não consigo ficar sem o colorido, o cheiro, o design e a praticidade. Muitos perguntam se só tenho Melissas, e associam meu cheiro ao da sandália” Melissa tornou-se muito mais do que um acessório de moda, design e desejo. É um ícone que “Adoro colorir minha vida, e a Melissa faz isso melhor do que ninguém” PRISCILA PINHO 32, enfermeira DANIELA ARCE 37, tradutora transforma sonhos em realidade, “A Melissa nos permite sonhar e viajar” ISABELLA DE CASTRO 25, designer de acessórios “Crescemos juntas, desde as brincadeiras de infância, o período da primeira graduação, o trabalho; continua-remos caminhando juntas nos altos e baixos da vida construindo uma história e também um estilo” SIMONE CABREDO 30, formanda em direito autoestima e alegria, unindo fãs no Brasil e ao redor do mundo. Presente hoje em diversos países, são muitas RIO DE JANEIRO as histórias que chegaram à PLASTIC DREAMS sobre laços e amizades que se formaram paralelamente ao cres- SÃO PAULO cimento da marca. Nada melhor do que a edição NATION para iniciarmos um mapeamento destas fãs, para as quais fizermos a pergunta acima. A ideia é que você também dê o seu depoimento, usando a #melissanation no @melissaoficial, e faça parte da evolução deste mapa! ;-) PORTO ALEGRE ”A Melissa representa minha personalidade, as cores me trazem alegria. Formei algo além de uma coleção e perdi a conta de quantos pares tenho, mas todos me fazem grande companhia. O contato com a revista me emocionou” CAMILLA DUNCAN MARQUES 32, relações públicas “Sou apaixonada por Melissa desde que a sandália tinha o símbolo da abelhinha. Fiz muitas amigas por conta deste “vício”, sou uma verdadeira colecionadora. Troco Melissas com as que calçam o mesmo número” JOSEIANA GAYGER 33, técnica em enfermagem Plastic Dreams 112 OP ART EM CLIMA OPTICAL, EXPLORANDO ESTA QUE É UMA DAS MAIS FORTES TENDÊNCIAS DA MODA HOJE, MELISSA ACIONA O VOCABULÁRIO ANOS 60 DE BOLINHAS, LISTRAS, LINHAS E CORES PARA BRINCAR COM A ALFAITARIA MODERNA. O RESULTADO VAI MUITO ALÉM DO GEOMÉTRICO DA HORA: É PURA DIVERSÃO! FOTO MATT IRWIN ASSISTENTE RUSSELL HIGTON STYLIST ANNA TREVELYAN ASSISTENTES ROSIE WILLIAMS E YAO YAO LIN CENOGRAFIA THOMAS PETHERICK MODELOS YULIA TERENTIEVA @ PREMIER E BECCA HORN @ ELITE TRATAMENTO DIGITAL DAVID ADAMS VEJA O MAKING OF NO YOUTUBE/MELISSACHANNEL Alguns produtos podem sofrer distorção de cores ou não serem disponibilizados para comercialização. Blusa e saia KTZ, Colar Acervo stylist, Sutiã Agent Provocateur, Brincos e anéis Maria Black, Meia-calça Acervo da stylist e MELISSA CUTTING À esq. Sutiã Jean Paul Gaultier @ Rellik, Saia Sister by Sibling, Cinto Francesca Marotta, Meia-calça Acervo stylist e MELISSA BALLET HEEL À dir., Sutiã Atsuko Kudo, Saia Sister by Sibling, Cinto Acervo Stylist, Meia-calça Acervo stylist e MELISSA BALLET Vestido Ashish, Blusa (usada por baixo) KTZ, Meia-calça Acervo stylist, Brincos e anel Maria Black, Óculos de sol General Eyewear e MELISSA TAILORING Macacão Armani @ Rellik, Top (usado por baixo) Kansa @ Rellik, Cinto e meia-calça Acervo stylist e MELISSA FLIP Jaqueta Jean Paul Gaultier @ House of Liza, Blusa Comme Des Garcons @ House of Liza, Saia Jean Paul Gaultier @ Rellik, Óculos escuros General Eyewear, Meia-calça Acervo stylist e MELISSA IT À esq., Top Martina Spetlova, Saia Kiko para Opening Ceremony, Meias Acervo stylist e MELISSA BOHO À dir., Top Vivetta, Shorts Escada @ Rellik, Meias Happy Socks, Chapéu Stephen Jones @ Rellik e MELISSA VIVIENNE WESTWOOD ANGLOMANIA + MELISSA SATYR 120 Plastic Dreams DEI BANDEIRA No meio de todos esses torcedores (leia-se pretendentes) eu conheci Texto Camila Fremder Ilustração Rafael Assis Meses depois, conheci o Henrique, um corin- Marco, um publicitário. thiano roxo. Me arrastou O Marco não dava a menor pro estádio, me ensinou bola pra futebol, era o gritos de torcida, nomes tipo de cara que se você de jogadores, a diferença perguntasse qual time ele entre falta, lateral e impe- torcia, ele provavelmente dimento, tudo aquilo que responderia que torcia para a gente se empenha pra o Brasil, e, assim como eu, aprender, mas esquece no não veria problema algum mês seguinte ao término em confundir um gavião da relação. com um urubu. Me apaixo- Não é toda menina que E falando em término, o sente a emoção e o orgu- nosso foi relativamente rá- e desligado do Marco, pelos lho explodindo no peito pido. Um belo dia, no meio finais de semana onde quando vê a bandeira do de algum papo maluco, eu em vez do estádio eu ia seu time hasteada, e, con- falei do “urubu” desenhado ao cinema. venhamos, não é toda me- na bandeira da torcida. Até que um belo dia, nina que tem um time. Eu, Sim, eu disse “urubu. O usando a minha camiseta na verdade, sempre tive, tempo fechou, o Henrique preferida estampada com mas foram muitos, porque ficou possesso com o meu o rosto do John Lennon, fui eu mudava conforme o engano e berrava: “A me encontrar com o Marco namorado. E sabe como é torcida chama gaviões! na porta do cinema, e que é: durantes os meus Gaviões!”. Eu me defendia antes mesmo de esco- vinte anos, eu fui bem acusando-o de doido faná- lhermos o filme o Marco namoradeira. Não digo que tico. No meio da discussão me perguntou com cara Camila Fremder é pós- a minha casa virou uma a gente resolveu que era de dúvida, “Por que você -graduanda em roteiro para cantina italiana cheia de melhor terminar. Ele não ia tá usando uma blusa do TV e cinema, colunistas camisas de futebol, mas na conseguir perdoar a minha Steve Jobs?”. Sim, ele con- de diversas revistas de última gaveta, aquela que gafe, e eu achei tudo aqui- fundiu o John Lennon com comportamento e tem três a gente guarda as coisas lo uma grande bobagem. o Steve Jobs. Foi aí que eu livros publicados, entre Peguei bode do Henrique entendi tudo. Então, Henri- eles o best-seller “Como era possível encontrar e coloquei minha camiseta que, se você estiver lendo ter uma vida normal sendo camisas de times, inclusive, do Corinthians na última isso, me desculpa, eu fui louca”, em parceria com a da Europa. gaveta, junto às outras. mesmo uma idiota... apresentadora Jana Rosa. MELISSA BLISS. que não usa muito, lá sim NVERNO 2014. nei pelo jeito tranquilo www.melissa.com.br Melissa Nation Inverno 2014 121 Plastic Dreams 122