OS COLÉGIOS DE APLICAÇÃO E A IMPLANTAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS Carla Cristiane Loureiro (Programa de Pós Graduação em Educação – UFSC) A implantação do Ensino Fundamental de nove anos tem gerado alterações nas redes de ensino brasileiras, tais alterações ainda não são possíveis de serem analisadas com profundidade, devido ao pouco tempo de sua implantação. Ainda assim, é possível começar a problematizar as implicações e desafios pedagógicos decorrentes da obrigatoriedade da matrícula de crianças de seis anos no Ensino Fundamental, sem perder de vista que esta implantação faz parte de uma política que apesar das contradições contidas na sua elaboração, pode trazer possibilidades de mudanças na escolarização das crianças. Com o objetivo de ampliar a discussão sobre o Ensino Fundamental de nove anos, esta pesquisa elegeu os Colégios de Aplicação das Universidades Federais como campo, tentando captar como tem sido as mudanças nestas unidades de ensino. Importante destacar também, que as considerações apresentadas são ainda bastante parciais, pois, são parte de uma pesquisa de mestrado em andamento. Palavras Chave: Fundamental de nove anos, colégio de aplicação, infância na escola. A Lei 11.274 de 06 de fevereiro de 2006 estabelece um prazo até 2010, para implementar a obrigatoriedade do ensino fundamental de nove anos (EF9Anos) no Brasil, dada essa realidade as redes de ensino deveriam definir políticas próprias para adequação a legislação. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo compreender o panorama da ampliação do Ensino Fundamental de 8 para 9 anos no âmbito dos Colégios de Aplicação (CAs)1 vinculados às Universidades Federais brasileiras. Este objetivo apresenta-se articulado a pesquisa de mestrado em andamento que tem procurado compreender as implicações e desafios pedagógicos decorrentes da ampliação do EF9Anos no âmbito CAs. A escolha dos CAs como campo e objeto dessa pesquisa, leva em conta sua inserção histórica ligada às políticas educacionais de uma época, como escolas que foram criadas para ser o lócus da formação docente e espaços para experimentação pedagógica. Assim, a fim de fazer uma investigação sobre a temática, foi realizado um 1 Por sua natureza e origem, os Colégios de Aplicação das Universidades Federais têm sua dependência no âmbito federal. Portanto, integram o sistema federal de ensino. breve percurso histórico sobre a criação dos CAs e um estudo exploratório nos colégios que atendem o ensino fundamental. O surgimento dos Colégios de Aplicação no Brasil Em 1946, em nível nacional, regulamentou-se a criação dos Ginásios de Aplicação, e somente 1948 foi fundado o primeiro deles, o Colégio de Aplicação da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pelo Decreto Lei n. 9053/46, os ginásios de aplicação são criados como um espaço destinado à prática de ensino dos estudantes de Licenciatura, em uma tentativa de garantir o nível de qualidade do ensino secundário - que se estava perdendo com a expansão que se efetivava, justamente buscando a melhoria da formação pedagógica dos profissionais que nele atuavam. Esse decreto obrigava as Faculdades de Filosofia Federais a manterem um Ginásio de Aplicação para prática docente dos alunos do Curso de Didática, cuja direção caberia ao catedrático de Didática Geral, ficando aos alunos a incumbência de lecionar as várias disciplinas. Em 1947, a Lei n° 186 ampliou de um para três anos o prazo, para que as Faculdades de Filosofia implementassem os ginásios. Assim, somente o Colégio de Aplicação da UFRJ (antiga universidade do Brasil), criado em 1948 e o da Universidade da Bahia, criado em 1949 obedeceram ao prazo de implantação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Colégio Colégio de Aplicação da UFRJ Colégio de Aplicação da UFBA Centro Pedagógico / UFMG Colégio de Aplicação da UFRGS Colégio de Aplicação da UFPE Colégio de Aplicação - CODAP/UFS Colégio de Aplicação da UFSC Colégio de Aplicação João XXIII - UFJF Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE/UFG Colégio Universitário - COLUN/UFMA Escola de Educação Básica – ESEBA/UFU Colégio de Aplicação CAP - UFAC Colégio de Aplicação /UFRR Colégio Universitário Geraldo Reis - COLUNI /UFF Quadro 1 - Criação dos Colégios de Aplicação das Universidades Federais Criação 1948 1949 1954 1954 1958 1959 1961 1965 1966 1968 1977 1981 1995 2006 O descumprimento do prazo de criação está relacionado à tradição das políticas educacionais brasileiras ao fato de o Decreto acima citado não destinar “recursos especiais nos orçamentos das Faculdades de Filosofia que lhes permitisse instalar e equipar adequadamente a nova escola” (Barros, 1988, p. 88). Sendo assim a maioria delas se instalou nos prédios das próprias faculdades, muitas vezes de forma precária. Apesar da falta de recursos para a instalação e funcionamento adequados dos Ginásios de Aplicação, Kimpara (1997, p.36) afirma que esses: [...] conseguiram se destacar dentre as demais escolas da comunidade pelo fato de terem os melhores recursos didáticos e humanos e principalmente pelo vinculo que unia às escolas superiores correspondentes, uma vez que, pelo menos em tese, nas universidades havia um pessoal docente com preocupações pedagógicas mais atualizadas do que na maioria das escolas da comunidade. Na trajetória dos CAs no Brasil, destacam-se, entre outros aspectos, as relações de tensão existentes entre o “campo experimental” e “campo de estágio”. Tal tensão se expressa nas várias concepções sobre o que seja função experimental e função do estágio, afinal esta é uma velha questão, que emerge no presente nos cursos de formação de professores. A criação de diversos Colégios de Aplicação seguiu durante décadas de 50 e 60 (conforme mostrado no Quadro 1). Após esse período foram criados mais quatro colégios que apesar de distantes do contexto de criação dos primeiros, mantêm também, em seus regimentos as funções previstas pelo Decreto Lei 9053/46 com relação a ser campo para a prática de ensino para as licenciaturas. Importante destacar que a função de ser campo de experimentação pedagógica, não foi determinada na legislação de criação dos Ginásios de Aplicação, mas foi assumida desde o inicio por todos os CAs. Segundo Barros (1988, p. 61): “Embora o Decreto Lei 9053/46 só os obrigasse a oferecer campo de estágio para os licenciandos, todos os colégios de aplicação incorporaram a função experimental desde o início do seu funcionamento e a mantiveram ao longo dos anos.”. Embora o caráter experimental também não estivesse expresso no Decreto-Lei que criou os Ginásios de Aplicação, a adoção dessa função por quase todos os ginásios talvez possa ser analisada pelos discursos da época, além é claro da influência escolanovista. Em artigo publicado na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, datado de 1957, Ernesto de Souza Campos, ministro da Educação que em 1946 assina o decreto de criação dos ginásios, além de lamentar a criação de poucos Ginásios de Aplicação até então, destaca: Qualquer estabelecimento de ensino secundário comum não serve para o fim em vista. Impõe-se, para o objetivo da prática magistral, uma instituição intimamente ligada à Faculdade de Filosofia, recebendo de suas cátedras o influxo de sua sabedoria, do seu material, do seu aparelhamento e (ponto importante) condicionada à flexibilidade experimental. Do contrário cairíamos na mesma rotina que se pretende aperfeiçoar (CAMPOS, 1957, p. 237). [grifo nosso] Das quatro unidades criadas após os anos de 1970, localizam-se três regimentos que apresentam explicitados a “função de experimentação de novas práticas pedagógicas”, além da prática dos licenciandos: o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre, criado na década de 1980; o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima, criado em 1995 e a Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, de 1977. Percebe-se então que a história das Escolas de Aplicação também está intimamente relacionada com o desenrolar histórico da prática de ensino, pois, foram criadas a partir da preocupação com a formação prática do professor para atuar no ensino secundário, servindo como campo de estágio para os futuros professores. Segundo Evangelista (1999, p.01) Tais escolas nasceram no bojo de um programa político no qual a formação do professor era central, pois dele dependeria a formação da “mentalidade brasileira”, das elites condutoras e das “massas ignaras”. Para constituir a nação tais escolas foram vocacionadas a funcionar como laboratórios para experimentação em seus alunos do que seria desejável ao trabalhador. [grifo do autor] A partir da década de 60, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em 20 de dezembro de 1961, os CAs deixaram de se constituir “como espaço importante para a experimentação pedagógica e mesmo como campo de prática de ensino, cedendo espaço às escolas públicas, eleitas como portadoras da realidade. (Evangelista, 2003, p.55)” [grifo da autora]. Além disso, destaca a mesma autora, essa lei não traz explicitamente os CAs, mas admite a implementação de projetos inovadores. O Parecer nº 292/62 do Conselho Federal de Educação orienta que a prática de ensino deva ocorrer nas escolas da comunidade, desaparecendo a obrigatoriedade dos Colégios de Aplicação nas Faculdades de Filosofia. Esse mesmo parecer altera as funções dos colégios, deixando de ser “de aplicação” para se transformarem em “centros de experimentação e demonstração”. Interessante observar que apesar do Parecer indicar a troca de funções dos CAs, de aplicação para experimentação e demonstração, na prática os colégios parecem manter a função ao menos nos nomes, dos treze CAs aqui pesquisados, somente cinco não trazem Aplicação no nome. Apesar dessas mudanças, durante as décadas seguintes algumas Universidades Federais ainda criaram seus colégios de aplicação: Universidade Federal de Uberlândia (1977), Universidade Federal do Acre (1981), Universidade Federal de Roraima (1995) e a Universidade Federal Fluminense (2006). Esses colégios nascem em outro contexto, mas carregam as determinações históricas de seus antecedentes e assim devem ser analisados. A partir da década de 70 a formação docente sofreu profundas modificações. A ideia de uma escola que demonstra que serve de exemplo ou padrão é alterada para formação em serviço. Segundo Evangelista (2003, p.56): O professor deixa de ser visto como cientista que vai aos laboratórios produzir conhecimento, mas como um sujeito que aplica receitas para o sucesso do ensino. Surgem, então, as idéias de “treinamento em serviço” e de “serviço de estágio”. Ou seja, a formação do professor é reduzida ao treinamento e recrudescem as práticas prescritivas por parte do Estado que têm na rede escolar pública seu lugar preferencial de “treinamento” para futuros professores. O Colégio de Aplicação “distante da realidade” foi obrigado a adequar-se ao tecnicismo pedagógico. [grifo da autora] A obrigatoriedade do estágio no curso de Pedagogia e a preferência deste ser realizado nas escolas da comunidade não provocam a reativação dos procedimentos experimentais nos Colégios de Aplicação. Muito pelo contrário, o que se verificou foi uma crise e tentativas de extinção2 do CAs vinculados às Universidades Brasileiras. Os Colégios de Aplicação, a partir de então não tinham uma participação efetiva dos professores da Faculdade de Educação ou das Licenciaturas, orientando os estágios, e o relacionamento desses com os CAs, em quase nada se diferenciava das demais escolas da comunidade. A partir da década de 80, “muitas escolas de aplicação consistem-se como lócus de pensamento crítico e se propõem como lugar de conhecimento, de experimentação e 2 Como exemplo podemos citar o Colégio de Aplicação da Universidade Federal da Bahia, extinto em 1976. de encaminhamento metodológico e didático para questões pendentes em seu interior e no da escola pública” (EVANGELISTA, 2003,p.57). Já nos anos 90, a partir do compromisso assumido na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, o Brasil publica o Plano Decenal de Educação para Todos em 1993. Segundo Shiroma, Moraes e Evangelista (2002, p. 62): “com esse plano o Brasil traçava metas locais a partir do acordo firmado em Jomtien e acenava aos organismos multilaterais que o projeto educacional por eles prescrito seria aqui implantado.” No bojo das ações empreendidas na discussão do plano foram promovidos dois encontros nacionais com os Colégios de Aplicação. O primeiro organizado pelo MEC em 1993, originou o documento Repensando as Escolas de Aplicação, nesse documento o então ministro da educação Murilo Avellar Hingel destaca no texto de apresentação: O fortalecimento das Escolas de Aplicação, como um dos locais privilegiados para o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas, e o preparo organizado e supervisionado de futuros docentes representam um dos aspectos importantes da política de revigoramento das licenciaturas e dos cursos de Pedagogia (MEC, 1993, p. 7). [grifo nosso] No segundo encontro, realizado em Florianópolis em 1994, sob o título O Plano Decenal de Educação e os Colégios de Aplicação, em que foram analisadas as diretrizes propostas pelo MEC no primeiro encontro. De acordo com Kimpara (1997, p. 52) “os Colégios de Aplicação apresentaram criticamente seus posicionamentos quanto ao Plano Decenal de Educação para Todos”. Nesse documento os Colégios destacam que naquele momento a prática docente e experimentação pedagógica, finalidades para as quais foram criados, já não cabiam mais, pois: Com o tempo, as finalidades dos colégios de aplicação foram se alterando, acompanhando mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade e, dessa forma, construíram novas concepções sobre ensinoaprendizagem, pautados pela atividade-fim da universidade: a experimentação na perspectiva de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (Conferência Nacional Educação para Todos, 1994, p. 326) Afirmam ainda que atender a essa função, estreitando os laços com a sociedade e as redes públicas de educação através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, só será possível com o compromisso do Estado, através do MEC, com essas escolas. A partir do Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2003) os Colégios de Aplicação praticamente desaparecem da legislação educacional, tanto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96), como dos Referenciais para formação de professores. Segundo Evangelista (1999, p. 11): É preciso lidar com a ideia de que, para o atual governo, as escolas de aplicação - resquício histórico de um programa superado - não tem significado especial para a difusão e consolidação de qualquer dos aspectos da hegemonia burguesa. Foram dispensadas como laboratórios de experimentação da ciência e como local de produção em pequena escala de uma concepção de mundo que, após depurada, seria vastamente difundida. Atualmente para o Ministério da Educação e Cultura3, os CAs têm a função de: promover a educação básica, desenvolver pesquisas, experimentação de novas práticas pedagógicas, formação de professores, criação, implementação e avaliação de novos currículos e capacitação de docentes. Esses antecedentes históricos são fundamentais para a compreensão dos colégios de aplicação hoje e para análise de suas finalidades no contexto educacional atual. O impacto do EF9Anos sobre os CAs no Brasil: análises preliminares O estudo exploratório, em uma pesquisa permite ao investigador ampliar a sua experiência em torno de um determinado problema. Ou seja, conforme TRIVIÑOS (1987, p.109), no estudo exploratório, “o pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade específica, buscando antecedentes, maior conhecimentos para, em seguida, planejar delimitar uma pesquisa descritiva ou de tipo experimental”. Esse estudo tem como primeiro objetivo fazer a seleção do conjunto de CAs que são vinculados as Universidades Federais, uma vez que existem algumas unidades em Universidades Estaduais; a partir dessa primeira seleção, identificar aqueles que atendem os anos iniciais do Ensino Fundamental (EF) e por fim localizar, ainda que parcialmente, os impactos da implantação do EF9Anos. No desenvolvimento deste estudo realizam-se as seguintes atividades: a) levantamento de todos os Colégios de Aplicação ligados às Universidades Federais; b) 3 Fonte: http://www.mec.gov.br/sesucolegio.shtm, acessado em 12/06/2009 coleta de informações preliminares com base em um questionário simplificado; c) localização dos CAs que já atendem a legislação do EF9Anos. Para execução da primeira etapa desse estudo, utilizam-se os sites das Universidades Federais, a partir dos links localizados na página do MEC, localizando quinze colégios vinculados as Universidades Federais. 4 5 6 7 8 9 Colégios de Aplicação/Escolas/Centros Colégio da Aplicação da UFAC Colégio Universitário Geraldo Reis – COLUNI CEPAE – Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação/UFG Colégio de Aplicação João XXIII Escola de Aplicação da UFMA Centro Pedagógico da UFMG Escola de Aplicação da UFPA Colégio de Aplicação da UFPE Colégio de Aplicação da UFRJ 10 Colégio de Aplicação da UFRGS 1 2 3 11 Colégio de Aplicação da UFRR 12 Colégio de Aplicação da UFSC 13 Colégio de Aplicação da UFS 14 ESEBA – Escola de Educação Básica da UFU 15 Colégio de Aplicação da UFV- COLUNI Quadro 1 - Colégios de Aplicação ligados as Universidades Federais Universidades Universidade Federal do Acre Universidade Federal Fluminense Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal do Maranhão Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal do Pará Universidade Federal de Pernambuco Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal de Roraima Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Sergipe Universidade Federal de Uberlândia Universidade Federal de Viçosa Desse levantamento foram excluídos previamente os colégios agrícolas e técnicos, o Centro Educacional da Universidade Federal de Lavras, pois o mesmo apesar de ter iniciado suas atividades vinculado ao à Escola Superior de Agricultura de Lavras com recursos do MEC, hoje se constitui como uma entidade particular sem fins lucrativos, mantida e dirigida por seus associados. Como o objetivo desse estudo exploratório era definir os CAs que atendem os anos iniciais do Ensino Fundamental, suprimi-se desse universo (Quadro 1) o Colégio de Aplicação da UFV- COLUNI, pois o mesmo só atende ao Ensino Médio. Nesse momento foram mantidos os outros quatorze CA´s constantes no universo, pois somente através dos sites não foi possível conseguir maiores informações sobre o funcionamento das instituições. Definindo o universo em quatorze instituições, parte-se para a segunda etapa desse estudo que consistiu na elaboração de um questionário simplificado com o objetivo de delimitar o campo da pesquisa. O questionário contou com nove questões, sendo que as três primeiras se referiam à identificação da unidade de ensino, com informações sobre a data de criação dos colégios e sobre o responsável pela direção do colégio. O objetivo aqui é confirmar os dados obtidos através dos sites das escolas. A quarta questão objetiva localizar os níveis de ensino atendidos pelas unidades, informação essa que é fundamental para o panorama desta pesquisa, juntamente com as outras cinco questões se referiam especificamente ao EF9Anos, buscando localizar se foi implantado ou não e se houve planejamento para a implantação. A opção por utilizar esse questionário simplificado como instrumento nesse estudo deve-se a necessidade de obter um conjunto de informações que ajudassem a identificar a elegibilidade dos colégios ao objetivo dessa pesquisa, pois através das informações iniciais aqui obtidas foi possível delimitar melhor o campo da pesquisa. Esse questionário foi enviado por email para os diretores dos colégios, e somente um deles não respondeu, ficando, portanto para a análise 13 instituições. A Tabela 1 apresenta os dados obtidos junto aos diretores dos CAs sobre os níveis de ensino atendidos por essas instituições. Tabela 1 Níveis de ensino atendidos nos Colégios de Aplicação das Universidades Federais Colégios de Aplicação/Escolas/Centros 1 Colégio de Aplicação CAP /UFAC 2 Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação / CEPAE/UFG 3 Colégio Universitário Geraldo Reis /COLUNI /UFF 4 Colégio de Aplicação João XXIII /UFJF 5 Colégio Universitário / COLUN/UFMA 6 Centro Pedagógico / UFMG 7 Colégio de Aplicação da UFRJ 8 Colégio de Aplicação da UFRGS 9 Colégio de Aplicação /UFRR 10 Colégio de Aplicação da UFSC 11 Colégio de Aplicação / CODAP/UFS 12 Escola de Educação Básica /ESEBA/UFU 13 Colégio de Aplicação da UFPE Soma Universo EI x x x 3 23% Níveis de Ensino EF I EF II EM x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 10 13 9 100 77% % 69% EJA x x x x 4 31% Obs: EI - Educação Infantil; EF I – Ensino Fundamental anos iniciais; EF II - Ensino Fundamental anos finais; EM - Ensino Médio e EJA – Educação de Jovens e Adultos. A partir desses dados realiza-se um novo recorte, retirando o Colégio Universitário da UFMA, Colégio de Aplicação da UFS e Colégio de Aplicação da UFPE por só atenderem aos anos finais do Ensino Fundamental. A partir desse panorama inicial sobre os CAs, cabe agora proceder com os dados do questionário relativos à implantação do EF9Anos nas unidades que atendem todo o conjunto do Ensino Fundamental. Acompanhando a Tabela 2, observa-se que apenas uma das unidades não iniciou a ampliação, o Colégio de Aplicação da UFRR. Tabela 2 Situação da Implantação do EF9Anos nos Colégios de Aplicação das Universidades Federais Colégios de Aplicação/Escolas/Centros Colégio de Aplicação CAP – UFAC Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – 2 CEPAE/UFG 3 Colégio Universitário Geraldo Reis - COLUNI /UFF 4 Colégio de Aplicação João XXIII – UFJF 5 Centro Pedagógico/ UFMG 6 Colégio de Aplicação da UFRJ 7 Colégio de Aplicação da UFRGS 8 Colégio de Aplicação /UFRR 9 Colégio de Aplicação da UFSC 10 Escola de Educação Básica – ESEBA/UFU Soma Universo 1 EF9Anos Sim x Quando Previsão Não x x x x x x x x x 9 1 90% 10% 2009 2007 2006 2008 2005 2000 2008 2010 2007 2007 Apesar do Colégio Universitário da UFMA, o Colégio de Aplicação da UFS e o Colégio de Aplicação da UFPE, não atenderem aos requisitos dessa pesquisa, pois só trabalham com os anos finais do ensino fundamental, é importante salientar o modo como essas unidades receberam a legislação do EF9Anos. O Colégio Universitário da UFMA que atendia os anos iniciais até quatro anos atrás informa através do questionário que não fez nenhuma alteração, nem de nomenclatura. O mesmo acontece com o Colégio de Aplicação da UFS, que apesar de já haver debates sobre tema não realizou nenhuma alteração. Já o Colégio de Aplicação da UFPE, fez apenas uma adequação de nomenclatura, exigindo apenas mudanças em documentos expedidos, em formulários, e, questões administrativas, sem, no entanto realizar alterações na estrutura física, pedagógica ou em recursos humanos. Essas informações fornecem pistas para a compreensão de como essa política tem chegado aos CA´s, pois parece que a inclusão da classe das crianças com seis anos no Ensino Fundamental pode representar apenas uma medida administrativa de deslocamento dessas crianças da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Assim sendo, é possível que haja apenas uma adaptação ao processo educativo já realizado nas primeiras séries, ou, a conservação das práticas pedagógicas das classes de educação infantil. Nessas duas possibilidades, ter-se-ia apenas uma antecipação do acesso, sem que isso representasse alterações no sistema de ensino como um todo. Sobre essa questão os documentos de orientações da SEB/MEC, apontam que: É importante lembrar que o conteúdo do 1o ano do ensino fundamental de nove anos não deve ser o conteúdo trabalhado no 1o ano/1a série do ensino fundamental de oito anos, pois não se trata de realizar uma adequação dos conteúdos da 1a série do ensino fundamental de oito anos. Faz-se necessário elaborar uma nova proposta curricular coerente com as especificidades não só da criança de 6 anos, mas também das demais crianças de 7, 8, 9 e 10 anos, que constituem os cinco anos iniciais do ensino fundamental. Essa nova proposta curricular deve, também, estender-se aos anos finais dessa etapa de ensino. (BRASIL, 2006, p. 9) Voltando às unidades que atendem ao Ensino Fundamental, um dado que chama a atenção é a implantação no ano de 2000 observada no Colégio de Aplicação da UFRJ, bem antes da legislação sobre o EF9Anos. Na página do referido colégio apresenta-se o seguinte texto: “a partir de 2000, o Ensino Fundamental foi ampliado para 9 anos com a abertura da classe de alfabetização, totalizando o atendimento à aproximadamente 760 alunos do CA ao Ensino Médio e cerca de 300 alunos da licenciatura.”4 Para justificar essa ampliação a partir de 2000 localiza-se o Parecer E/CME 0001 de 17/03/1999 que aprova proposta da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro de implantação do Ensino Fundamental com duração de nove anos, a partir do ano letivo de 1999. Outra unidade que implantou o EF9Anos antes da Lei 11.274 de 2006 foi o Centro Pedagógico/ UFMG, no ano de 2005. Sobre esse caso deve-se levar em consideração que, segundo Santos e Vieira (2006, p. 777): “ao agregar o denominado terceiro período da pré-escola no ensino fundamental, foi divulgado ser Minas Gerais o primeiro estado brasileiro a assumir tal medida na sua rede de ensino”.Essas duas realidades (Rio de Janeiro e Minas Gerais) indicam que estes CAs apesar de serem da rede federal, atendem a orientações das legislações municipais e estaduais. Quanto aos outros CAs aqui pesquisados, o período de implantação acontece a partir da legislação específica sobre o EF9Anos, conforme já apresentado na Tabela 2, e, para analisar melhor esses dados apresenta-se a Tabela 5: 4 Informação obtida através do site: http://www.cap.ufrj.br/. Acesso em 08 de julho de 2009. Tabela 3 - Planejamento da Implantação do EF9Anos nos Colégios de Aplicação das Universidades Federais Planejamento Colégios de Aplicação/Escolas/Centros 1 Colégio de Aplicação CAP - UFAC 2 Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE/UFG 3 Colégio Universitário Geraldo Reis - COLUNI /UFF 4 Colégio de Aplicação João XXIII - UFJF 5 Centro Pedagógico / UFMG 6 Colégio de Aplicação da UFRJ 7 Colégio de Aplicação da UFRGS 8 Colégio de Aplicação /UFRR 9 Colégio de Aplicação da UFSC 10 Escola de Educação Básica – ESEBA/UFU Soma Universo Sim x x x x x x x Tempo para planejamento Não x x x 8 2 80% 20% 100% 3 anos NI NI 3 anos NI 7 meses 2 anos SP SP NI Obs: NI – Não informado; SP – Sem período para planejamento Localizar no movimento dos CAs a ampliação do ensino fundamental, a questão do planejamento e da preparação para a reestruturação desse nível de ensino foi de suma importância. Afinal, se os CAs ainda apresentam as funções de serem campos de estágio e de experimentação pedagógica, não deveriam ser os primeiros a experimentar esse novo sistema? O documento intitulado Ensino fundamental de nove anos: Orientações para a inclusão de criança de seis anos de idade, produzido pelo MEC em 2006 destaca várias questões importantes que devem ser observadas para a implantação do EF9Anos tais como: “assegurar, entre outras condições, uma política de formação continuada em serviço, o direito ao tempo para o planejamento da prática pedagógica, assim como melhorias em suas carreiras”; promover uma alteração no mobiliário e nos equipamentos para atender às crianças; além de “repensar todo o ensino fundamental – tanto os cinco anos iniciais quanto os quatro anos finais.” Nesse sentido, procura-se captar a partir do questionário se essas condições estão postas nos CAs. Apenas duas unidades da amostra informam não ter realizado um planejamento para a implantação do EF9Anos. O Colégio de Aplicação da UFRR, que apesar de prever a implantação somente para 2010, não tem realizado discussões e adequações para a implantação e o Colégio de Aplicação da UFSC que atende ao EF9Anos desde 2007, e que somente no ano de 2009 passa a discutir a reestruturação curricular para o ensino fundamental. As outras oito unidades informam que houve planejamento para a ampliação, e, observando somente essa informação, pode parecer que a maioria os CAs não fizeram apenas alterações meramente administrativas. Mas, para uma análise mais aprofundada cabe discutir o que algumas dessas unidades explicitaram sobre esse planejamento5. Iniciar-se-á pelo Colégio Universitário Geraldo Reis - COLUNI /UFF, que não informa tempo de planejamento, pois conforme sua diretora: O planejamento foi feito para a implementação do ensino fundamental de uma nova escola que já estava pensada e organizada para acontecer em nove anos. Portanto, essa instituição difere de todas as outras, pois como foi criada em 2006, já inicia suas atividades com o EF9Anos. Já a direção do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE/UFG nos informa que: Não foi necessário muito tempo para a adequação a nova lei. No CEPAE já existia uma primeira série que recebia crianças a partir dos cinco anos e meio de idade. Com a nova lei passamos a receber crianças somente a partir dos seis anos de idade e, portanto já ficamos com os nove anos exigidos pela lei. Ou seja, no CEPAE já tínhamos o ensino de nove anos, mas o iniciávamos com crianças a partir dos cinco anos e meio. Parece que nessa instituição toda questão do EF9Anos se concentra na entrada das crianças de seis anos no ensino fundamental e como já atendiam essa faixa etária na 1ª série, não houve grandes alterações. Cabe destacar que o depoimento indica que o ensino fundamental nessa unidade já tinha nove anos. Buscando compreender essa organização do ensino fundamental na cidade de Goiânia apresenta-se o artigo de Barbosa (2008, p.385): O atendimento às crianças menores de sete anos por parte da Secretaria Municipal de Educação (SME), em Goiânia, iniciou-se em 1985, com a inserção de crianças de seis anos de idade no ensino fundamental, por meio do projeto Bloco Único de Alfabetização, desenvolvido até 1997. [...] Em 1995, realizou-se um curso de capacitação específica para os professores que 5 Cabe aqui explicar que a última questão, buscava saber apenas sobre o tempo de planejamento para implantação do EF9Anos, mas, gerou respostas mais amplas por parte de alguns entrevistados, que acabaram por explicar mais detalhadamente esse planejamento. São essas informações que utilizamos nesse momento, destacadas em itálico. assumiriam 23 turmas de pré-escolas implantadas em escolas de ensino fundamental, visando atender crianças a partir de quatro anos e nove meses. Juntando a fala da direção do CEPAE e o artigo de Barbosa percebe-se que a criança de cinco e seis anos está há muito tempo fazendo parte do ensino fundamental de Goiânia, resta perguntar como tem sido feito o atendimento a essas crianças. Nos três CAs localizados em Minas Gerais o Colégio de Aplicação João XXIII – UFJF parece ter feito um planejamento para implantação, enquanto nas duas outras escolas têm-se duas situações bem distintas, observa-se uma tentando se reestruturar e outra com dificuldades resultantes da implantação do EF9Anos. A direção do Centro Pedagógico da UFMG considera que o planejamento para implantação foi realizado em termos, uma vez que: A proposta de implantação foi muito discutida, e contempladas as diversas necessidades em função da inclusão de crianças com seis anos de idade. No entanto, mesmo tendo sido a proposta aprovada nas instâncias competentes no âmbito da UFMG, não existem recursos humanos e financeiros para a devida conclusão da implantação. O que parece indicar que nessa instituição houve uma preocupação com a entrada das crianças de seis anos, mas não houve planejamento da estrutura administrativa, dos espaços físicos e professores para atender a demanda. Não fica claro se houve uma reestruturação curricular. Já na Escola de Educação Básica – ESEBA/UFU, segundo a direção: Como a ESEBA já ofertava vagas para crianças de 6 anos, na Educação Infantil, adequar os espaços físicos, materiais pedagógicos, a quantidade de professores e de profissionais de apoio, com formação adequada e plano de carreira não demandou muito tempo, foi apenas uma questão de redimensionamento, pois tudo isso já existia na escola. A partir de 2007 o 3º período da Ed. Infantil (6 anos), já existente na ESEBA, passou a ser Fase Introdutória do Ensino Fundamental, funcionando ainda com a proposta pedagógica da Educação Infantil. Neste mesmo ano, organizamos um grupo de estudos com todos os professores e especialistas que trabalhavam com esta faixa etária com objetivo de estudar a proposta do Ensino Fundamental de nove anos e, de acordo com a proposta da Escola, fazer as adequações necessárias a Fase Introdutória (1º. Ano do Ensino Fundamental de nove anos). Isto porque, a partir de 2008, iniciaríamos na ESEBA, o processo de construção da sua Carta de Princípios, com toda comunidade escolar, que iria orientar a reestruturação do Projeto Pedagógico da Escola. Nessa instituição o que se destaca e o processo de reestruturação do Projeto Pedagógico da Escola, uma vez que a estrutura física e administrativa já existia. A partir da leitura do documento "A escola que temos" (2009) 6, que traz o diagnóstico da instituição, elaborado a partir da visão de toda a comunidade escolar (alunos, docentes, técnico-administrativos e pais), depreende-se que o movimento para reestruturação do PPP não foi iniciado somente pela necessidade da implantação do EF9Anos. Interessante observar que, apesar de Minas Gerais ter implantado o EF9Anos a partir de 2003, somente o Centro Pedagógico da UFMG parece ter seguido a legislação estadual, os outros dois implantaram o EF9Anos a partir da vigência da lei federal. Considerações finais Destaca-se que nesse momento o objetivo não é realizar análises aprofundadas sobre os dados obtidos, mas sim, lançar luzes para o desenvolvimento posterior desta pesquisa. Além disso, esses dados devem acumular informações que permitirão o refinamento das análises. Partindo de uma análise preliminar dos dados até agora apresentados sobre os impactos do EF9Anos nos CAs aparecem algumas questões. Será que os CAs estão compreendendo as bases filosóficas, políticas e ideológicas da proposta do EF9Anos? Os CAs que afirmaram no estudo exploratório já atenderem crianças de seis anos no ensino fundamental parecem ter dado atenção somente a faixa etária das crianças envolvidas no EF9Anos, sem fazer a reorganização curricular indicadas nas políticas de implantação. Dos dez CAs pesquisados 80% indicaram ter feito planejamento para implantação, mas apesar disso, pode-se indicar, ao menos preliminarmente que os CAs se diferenciaram muito pouco das demais escolas das redes municipais e estaduais no caso da implantação do EF9Anos. Alguns fizeram planejamento, outros, apesar de planejarem-se, ainda tem problemas relacionados a espaço físico e contratação de professores. Por fim conclui-se que, se a antecipação do ingresso da criança no ensino fundamental obrigatório pode proporcionar mais tempo para aprender, pode também resultar na antecipação do processo de exclusão. Mas também é possível que tal política 6 Documento localizado no site: www.4shared.com/file/116800186/a0cf4690/Diagnstico_Final_Eseba.html. . Acesso em 21 de julho de 2009. constitua-se em um pretexto para uma revisão histórica, sobre os princípios e finalidades pedagógicas dos CAs. BIBLIOGRAFIA BARBOSA, Ivone Garcia. Das políticas contraditórias de flexibilização e de centralização: reflexões sobre a história e as políticas da Educação Infantil em Goiás. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ. UFG, 33 (2): 379-393, jul./dez. 2008. BARROS, Zilma Gomes Parente de. Redefinição conceitual dos colégios de aplicação. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1988. BRASIL, Ministério da Educação, Conselho Federal de Educação: (1962). Parecer 292/62, de 14 de novembro de 1962 – Fixa a parte pedagógica dos currículos mínimos relativos aos cursos de licenciatura. Relator: Valnir Chagas. Brasília/DF: Documenta nº 10, 10 Dez. 1962, p. 95-100. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Repensando as escolas de aplicação. Brasília, 1993. (Cadernos da Educação Básica, Institucional, V). BRASIL. Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília: FNDE, Estação Gráfica, 2006. Disponível: www.mec.gov.br/seb CAMPOS, Ernesto de Souza. Colégio de Aplicação. Revista brasileira de Estudos pedagógicos. Rio de Janeiro, vol.28, nº 67: jul/dez. 1957. Disponível em: www.inep.gov.br. Acesso em: 18 setembro 2009. CONFERENCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO, PARA TODOS 1994. Brasilia, DF; CUNHA, Celio da. Anais, Plano decenal de educação para todos 1993-2003. 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