UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Língua Portuguesa no Ensino Superior Por: Ana Paula Silva da Rocha Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Língua Portuguesa necessária ou não nos cursos superiores? Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau especialista em Docência do Ensino Superior Por: Ana Paula Silva da Rocha de 3 AGRADECIMENTOS ....Aos Professores e à Universidade Gama Filho que possibilitou a pesquisa de campo. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Yandiara, minha mãe e ao Alexandre, meu companheiro, que tanto contribuíram. 5 RESUMO O objetivo deste trabalho é avaliar a necessidade ou não do oferecimento das disciplinas de Língua Portuguesa em pelo menos um ou mais períodos para o bom desempenho do aluno nas instituições e na vida profissional. Também aprofundar as discussões sobre o ensino de Língua materna no processo de formação do profissional, como e quando fazê-lo. Há também uma preocupação em estimular propostas para a adaptação deste ensino a cada curso analisado de modo que o futuro profissional absorva profundamente os conteúdos de Língua Portuguesa com ênfase em sua área de trabalho. 6 METODOLOGIA Como material de base temos a análise de questionários com alunos e professores de alguns cursos de bacharelado: Administração, Direito e História, sobre vários aspectos do ensino da disciplina que intitula a pesquisa ou a ausência deles nos cursos selecionados. A pesquisa foi realizada na Universidade Gama Filho, Campus Piedade, Rio de Janeiro. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Língua Portuguesa 10 CAPÍTULO II - A Língua Portuguesa na Universidade 17 CAPÍTULO III – Língua, Universidade e o Profissional 28 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 40 ANEXOS 43 ÍNDICE 50 8 INTRODUÇÃO Toda língua tem uma estrutura única e é primordial que o falante da mesma estude-a em suas diversas dimensões. Ela é elemento essencial para a comunicação e interação entre falante e ouvinte por ser um código social. Nas redes de ensino, seja pública ou particular, o ensino da referida língua contêm muitas falhas. O sistema educacional traz uma gama de regras gramaticais e pouca contextualização, por esse motivo os alunos chegam à Universidade com inúmeras deficiências e no decorrer do curso, dependendo de qual for, praticamente vê e analisa muito pouco sua estrutura. Enquanto o ensino fundamental e médio não torna o falante profundo conhecedor de seu idioma, a universidade retira cada vez mais a disciplina de Língua Portuguesa de sua grade de sequência obrigatória. O ensino universitário somente colocará em prática o tripé: ensino, pesquisa e extensão desenvolvendo entre outras coisas a prática da leitura, a busca por conhecimento e o estímulo à criação de novas teorias. A leitura se faz necessária para tal intento. Quem lê se apropria de vocabulário, desenvolve habilidades de escrita e expressão oral. Diante deste contexto nos perguntamos se a Língua Portuguesa é necessária ou não nos cursos superiores e se esse ensino é pé-requisito ou não para o bom exercício profissional ou apenas um fator para enriquecê-lo. É necessário que o aluno universitário desenvolva suas competências linguísticas e habilitações para compreender e produzir textos em diversos momentos seja qual for a situação e falar corretamente, pois tal prática contribui para o bom desempenho profissional. O mercado de trabalho a todo instante torna-se competitivo, dinâmico e exigente. Um número pequeno de profissionais sai das universidades capacitado para enfrentá-lo. Se, como dissemos acima, não houver a reestruturação do currículo onde a Língua Portuguesa esteja em um patamar de disciplina obrigatória em todos os cursos dando continuidade aos estudos, muitas vezes falhos, formaremos cada vez mais profissionais despreparados para o mercado. 9 Iniciaremos este estudo pela formação da Língua Portuguesa derivada do Latim vulgar, onde nasceu, as transformações no seu léxico, as influências de outros idiomas. Com registro das primeiras instituições superiores, a oficialização do ensino de Língua Portuguesa e um breve histórico de reformas educacionais voltadas ao ensino superior. Em seguida trazemos o resultado da pesquisa de campo onde foi recolhida a opinião dos alunos e professores a respeito da importância da Língua Portuguesa na formação profissional. Gráficos em anexo ajudam no entendimento desta pesquisa. Por fim, trazemos propostas para um ensino da Língua focado na contextualização de cada área de trabalho. Enriquecendo o aprendizado e capacitando para o exercício da profissão. 10 CAPÍTULO I A Língua Portuguesa Olavo Bilac, grande escritor parnasiano, escreveu certa vez um soneto intitulado “Língua Portuguesa” dizendo que a mesma era a última flor do Lácio. A última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. Lácio é uma região da Itália que foi centro administrativo do Império Romano. A origem e as modificações da Língua relacionam-se à dominação deste Império. Língua Portuguesa tem mais de 240 milhões de falantes. Segundo o site wikipédia ela é a quinta mais falada no mundo e a terceira no mundo ocidental. Oficialmente é a Língua de oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Veja a geografia da Língua Portuguesa no gráfico em anexo 1. 1.1- A formação de Portugal Afonso VI governava toda a região norte da Península Ibérica nos idos de 1090. O rei pensava somente em expulsar muçulmanos de lá. Nesta luta contra os mouros estavam cavaleiros de toda a parte cristã da Europa. Entre esses participantes, encontrava-se Raimundo e seu primo Henrique, nobres originários do ducado de Borgonha (região que pertencia à França). O governador casa sua herdeira com Raimundo dando-lhe o governo de Galiza (hoje atual Espanha) como dote. Algum tempo após este casamento 11 ocorreu nova união, mas agora de sua filha bastarda e Henrique. O dote que este último recebeu foi o Condado Portucalense (região que se estendia do rio Lima até Coimbra, ao sul, passando por entre as terras o rio Douro). Dom Henrique continuou a luta contra os mouros. Já seu filho e de Teresa, Afonso Henriques, em 1128, proclamou a Independência do Condado Portucalense. Isto gerou um extenso período de lutas contra o reino de Leão. Em 1143, Afonso Henriques foi reconhecido como rei de Portugal dando início a primeira dinastia portuguesa: a dinastia de Borgonha. 1.2 – A origem e a evolução da Língua Portuguesa O latim apresentava-se em duas modalidades: o latim clássico e o latim vulgar. O primeiro em suas formas oral e escrita era falado somente por pessoas cultas. Sua estrutura era gramaticalizada. Já o segundo era usado pelo povo e ao contrário da outra modalidade era apenas falado. Foi do latim vulgar que se originou a Língua Portuguesa. No período da Idade Média, formaram-se na região da Península Ibérica inúmeros dialetos e línguas, entre eles o gagelo-português. Acompanhe a descrição da enciclopédia wikipédia: “O português nasceu na antiga Galécia (Gallaecia) (Galiza e Norte de Portugal) ao noroeste da península ibérica e desenvolveu-se, na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galego-português nasce do latim falado, trazido pelos soldados e colonos romanos desde o século III a.C.. O contacto com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de uma variedade de latim com características galaicas. Assume- 12 se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do contacto das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano. A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico”. (www.wikipédia.com.br acessado em 10/05/2009) Na evolução do Português, podemos citar duas fases históricas: a fase do português arcaico e a do português moderno. A primeira se iniciou no século XII e se estendeu ao século XVI. Ora em textos galego -portugueses ora em textos nos quais havia uma separação entre o galego e o português. Entretanto, a fase correspondente a do português moderno se iniciou quando a língua adquiriu as características do português em voga, no século XVI. Com a publicação de o Cancioneiro Geral de Garcia Resende, em 1516, o português arcaico morre. Quando ouvimos que a Língua portuguesa é a Língua de Camões é porque o mesmo nesta época, teve grande contribuição na uniformização do idioma. Gramáticas e dicionários da língua em questão surgiram neste século. A Língua Portuguesa também sofreu influencias das línguas indígena e africana. No Brasil, na época da colonização, os índios falavam o tupi-guarani tal língua era falada junto com o português. Mas por volta de 1757, o tupi foi proibido nas colônias. A esta altura o português tornara-se mais falado do que o tupi. Exemplos de palavras de origem indígena que permanece no português: caatinga, abacaxi, capim, catapora, etc. Quanto à influência africana não foi diferente. Escravos vindos da Africa agregaram muito do seu vocabulário ao idioma falado nas colônias. Temos então, alguns exemplos desta junção: caxumba, canjica, marimba, samba, etc. 13 1.3 – O ensino de Língua Portuguesa no Brasil Após toda essa trajetória e formação da Língua Portuguesa, em 1229, no reinado de Dom Dinis, é criada a primeira Universidade portuguesa, em Lisboa. Assim, o rei decretou que o Português até então afamado como língua vulgar fosse conhecido por Língua Portuguesa e seu uso passasse a ser oficial. No período colonial vieram para o Brasil Jesuítas1 membros da Companhia de Jesus (Ordem religiosa fundada em 1554, por Inácio de Loyola). Chefiados por Manuel da Nóbrega tinham a missão de catequizar os índios. Fundaram aqui, escolas de ensino elementar, mas na Europa, de ensino equivalente ao grau mediano. A intenção era unicamente a de transmitir o conhecimento da norma padrão somente aos filhos de classes sociais com maior poder aquisitivo. “Os padres jesuítas foram os primeiros professores, do Brasil se a abordagem recair na chamada educação formal – escolarizada. Se consideramos que antes do chamado descobrimento aqui viviam outras pessoas, uma população ameríndia e, se considerarmos que o conceito de educação remetemos a uma abrangência incalculável; teremos necessariamente que considerar que antes da Companhia de Jesus, existiam outras educações, portanto, outras histórias da educação”. (Rosário e Silva. www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009) De acordo com Pereira em Ensino da Língua Portuguesa: Um detalhe da sua história: “Foi na carta régia de 12 de setembro de 1727 que se oficializa a expressão ‘Língua Portuguesa’ “. Anos mais tarde, a Reforma Pombalina² (1757) tornou o ensino de Língua Portuguesa obrigatório nas escolas baseado na Lei do Diretório dos 1 Jesuítas eram padres vindos de Portugal para catequizar os índios. 14 índios . Dentre tantas reformas feitas pelo Marquês de Pombal uma delas foi a 2 3 expulsão dos jesuítas do país alegando conspiração contra o reino português. Após duzentos anos de catequização a educação brasileira iniciava um período de mudanças no ensino de língua materna. Se antes ela era somente ensinada por imposição passou a ter uma preocupação com sua aplicação na vida diária. A linguagem tornou-se necessária para a manifestação do pensamento. Já o exercício da escrita seria o resultado desse pensamento, uma reflexão. O ensino de língua portuguesa na universidade será abordado no segundo capítulo. 2.0- O ensino superior brasileiro No período de educação jesuítica, existiam cursos superiores— mas não Universidades— de Teologia, Filosofia, Artes e Letras ministrados pelos padres. O ensino superior não era difundido. Havia certo temor de Portugal em relação ao fato dos estudantes refletirem e virem a contribuir com as manifestações a respeito da independência brasileira. Os alunos que desejassem concluir os estudos deveriam matricularse no Colégio Central da Bahia ou ir a Portugal para matricular-se na Universidade de Coimbra. Sendo que ao chegarem lá seria necessário migrar para o curso de Teologia. Somente em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, mais precisamente ao Rio de Janeiro. E neste que passava a ser a sede da coroa portuguesa, o ensino superior brasileiro tornou-se formal. Visto que a transferência de Portugal para cá implicou a reorganização de setores 2 3 Lei de cunho político e judicial que impôs a oficialização da língua portuguesa nas colônias. Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal implementa uma educação que priorize a educação do indivíduo em consonância com o estado entre 1750 e 1777. São criados os cargos de mestres em Literatura Latina, Retórica, Gramática Grega e Língua Hebraica. administrativo, econômico e educacional. Este último para 15 atender especificamente filhos de portugueses nascidos no Brasil, ou seja, a elite. Os primeiros cursos criados foram Medicina, Engenharia e Belas Artes. O curso de medicina foi criado por decreto em 18 de fevereiro do mesmo ano da chegada da família real. Chamava-se Curso Médico de Cirurgia na Bahia. Foram inúmeros os ensaios para a criação de novos cursos e expandi-los a São Paulo e a Olinda, em Recife, após debate na Constituição de 1823, nada foi concretizado. No período de 1891 a 1910 surgiram algumas escolas de ensino superior que mais tarde tornaram-se universidades. Ao apagar do Império, as tentativas de se iniciar Universidades não foram adiante. Existiam nesta época apenas seis institutos de cursos superiores e absolutamente nenhuma Universidade. Em 1915, o Brasil já como república na Reforma Carlos Maximiliano4 propõe a junção da Escola Politécnica e a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Então, nos idos de 1920 cria-se a Universidade do Rio de Janeiro. Por fim em 1927 é criada nos estados de São Paulo e Recife a faculdade de Direito. Da década de 20 aos dias atuais inúmeras reformas educacionais foram realizadas, porém a maior parte delas volta-se para os ensinos fundamental e médio. Até aqui apenas duas dessas reformas deram atenção ao ensino universitário. Atualmente existe um projeto de lei para reformar o ensino superior denominado pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva de REUNI. Terceira reforma universitária que consiste em aumentar o número de vagas nas universidades brasileiras, ampliar o ensino à distância e tecnizar o ensino superior. Uma das iniciativas é o ProUni (Programa Universidade para todos) sistema de reservas de vagas para alunos oriundos da rede pública, negros e índios. Segundo informações contidas no site do MEC (Ministério da 4 Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Maximiliano reorganiza o ensino secundário e o superior aprovando o Decreto n° 11.530, 18/3/1915. 16 Educação e Cultura) o governo tem como meta até 2011 matricular pelo menos 30 % dos jovens entre 18 e 24 anos. O governo pretende com esta reforma priorizar cursos técnicos. O que causará danos aos cursos da área de humanas. Desta forma o aluno perderá aos poucos o contato com o espaço universitário. Alguns críticos comparam esta à reforma universitária da ditadura, onde o objetivo era individualizar o ensino universitário. É notório o cunho político por trás destas mudanças, porém a discussão deve ser mais acentuada no que diz respeito à qualidade do trabalho deste profissional, formado por este sistema. Há muito que se fazer por uma educação pública e de qualidade. Essas modificações nos currículos e na concessão de cursos diversos são delicadas. Aumentar a oferta de cursos e relegar a qualidade a segundo plano deteriora o ensino. Por isso temos várias pessoas graduadas ou pós-graduadas que com tantas facilidades no ensino pesquisam cada vez menos, limitam-se a fazer extremamente o necessário o que os torna não um profissional, mas sim um mero executor de tarefas. CAPÍTULO II A Língua Portuguesa na Universidade 17 Depois de uma “viagem” pela formação da Língua Portuguesa e a sua importância política e social, nos ateremos agora à aplicação da mesma nas salas de aula. Com o foco direcionado a formação do profissional dentro da instituição universitária. O homem é um ser social e comunicativo necessariamente estabelece contato, interage, reflete, critica a respeito de diversas situações. Quando ingressa na universidade, defronta-se com o mais propício espaço educacional para isso. O problema é que a grande maioria chega aos bancos universitários com um déficit nos conteúdos de Língua Portuguesa ministrados durante os ensinos fundamental e médio. Apesar deste conteúdo ser fundamental para seu desempenho na graduação e no mercado de trabalho. Atualmente há procura e necessidade global por profissionais dinâmicos, críticos, que possuam capacidade de expressar-se escrita e oralmente de forma impecável. Espera-se desse profissional um conhecimento das normas gramaticais e a aplicabilidade delas. Infelizmente o que se vê são universitários nãoleitores. Oriundos de um sistema onde o ensino nos níveis fundamental e médio deixa muito a desejar. Existem inúmeras falhas provocando perdas como diz Cíntia Barreto (2004:01): “No entanto sabe-se que para muitos o ato de escrever não é agradável, pois a pouca ou total ausência da modalidade escrita foi uma das lacunas deixadas pelos ensinos fundamental e médio. Antes a ênfase nas nomenclaturas reduzia o espaço da interpretação, da leitura e da escrita, de forma que o aluno não conseguia, quando solicitado, ensinados.” utilizar os recursos gramaticais 18 Diante desta situação, sentimos a necessidade de elaborar um estudo a respeito. Pesquisamos os cursos de graduação ─ Administração, Direito e História ─ da Universidade Gama Filho – UGF. Redigimos um questionário de 5 questões para discentes e 2 questões para docentes. Entre o corpo docente responderam professores de cursos diversos além dos que foram citados acima. No decorrer da pesquisa fomos informados de que o curso de História terá Língua Portuguesa como disciplina obrigatória somente até dezembro de 2009 a partir do ano que vem será eletiva. Os outros dois cursosAdministração e Direito- possuem Língua Portuguesa em um ou dois períodos. Entre o corpo docente responderam professores de cursos diversos além dos que foram citados acima. O questionário foi elaborado com intuito de saber dos professores o quão importante é o ensino de Língua Portuguesa em seus cursos. E para os alunos além da pergunta inicial, queremos saber o que ela acrescenta, se ele domina ou não as regras gramaticais principalmente aspectos ortográficos e de coerência e coesão. Fizemos as seguintes perguntas ao corpo discente: Pergunta 01- Professor (a), o ensino de Língua Portuguesa é essencial para a formação do profissional do curso no qual o (a) senhor (a) trabalha? Justifique. Pergunta 02- Em sua disciplina, ao avaliar seu aluno, o (a) senhor (a) atribui alguma importância as questões ortográficas e de coerência e coesão? Justifique. As respostas foram as mais variadas, porém unânimes ao concordar com a importância da Língua Portuguesa para a formação profissional. No que diz respeito aos professores, 100 % afirmam que a Língua Portuguesa é importante para qualquer curso. Veja algumas opiniões: “Sim. É essencial na medida em que estamos formando profissionais e que nossos alunos manifestam 19 incapacidade na construção de textos e falta de hábito de leitura.” (Pedagogia) “Sim. O ensino de Língua Portuguesa é essencial para formação do profissional em qualquer área de conhecimento. Hoje em dia há uma grande dificuldade dos alunos e até mesmo profissionais em articular suas idéias e conceitos teóricos de forma clara.” (Administração) “ Sim. A Língua Portuguesa é fundamental para o ensino de História.” (História) “Sim. Sem dúvida. Não se pode permitir que uma solicitação de compras ou até mesmo uma prescrição dietética contenha erros de ortografia”. (Nutrição) Na segunda questão, temos uma pequena divergência, 80% dos professores que responderam ao questionário atribuem alguma importância às questões ortográficas e de coerência e coesão na hora de avaliar seus alunos. Os 20% dos professores não se consideram aptos a abordar nenhum aspecto de Língua Portuguesa. Alegam estar apenas direcionados as suas áreas de trabalho. “Sim. A interpretação das questões é parte do problema. Respostas que não seguem coerência e são muito prolixas têm menor valor que aquelas concisas e bem interpretadas.” (Nutrição) “Ainda que indiretamente, sim, visto que o aluno necessita ser claro, preciso, coerente nas explicações e justificativas de seu raciocínio sempre que solicitado”. (Engenharia) “ Não retiro pontos por erros gramaticais, de coerência e coesão. Apenas avalio sobre os conteúdos ministrados por mim.” (Nutrição) 20 “ Não, quando se trata de atribuir ou tirar pontos, uma vez que, não sendo da área, não me cabe fazê-lo. No entanto, chamo a atenção dos alunos para este tipo de erro destacando-os e estimulando os alunos a se empenharem na correção dos mesmos. Nesse sentido dou muita importância.” (Pedagogia) Percebemos nesta última resposta uma contradição. Inicialmente a professora é bem enfática quando afirma não computar pontos ou retirá-los devido a ocorrências gramaticais equivocadas, alegando não caber a ela esta tarefa já que leciona a disciplina de Didática e não Língua Portuguesa. Porém, a mesma mais adiante afirma “chamar atenção dos alunos para este tipo de ‘erro’ destacando-os...”. Entre os professores houve certa resistência para responder ao questionário. Muitos alegaram não ter tempo ainda que apontássemos as duas únicas questões. Chegamos a ouvir a seguinte frase: “Não preciso dizer o que você já sabe. É lógico que o ensino da Língua Portuguesa é fundamental”. No tocante a pesquisa realizada junto aos alunos, podemos detectar alguns dados: • Primeiro o fato de que a Língua Portuguesa é para 100 % deles fundamental; • Segundo a capacidade de elaboração de texto coerente e coeso somente 50% dos alunos consideram-se aptos; • Terceiro, quanto à aquisição do conteúdo necessário ao ingresso na Universidade 60% acredita possuí-lo. • Quarto, no que diz respeito ao conteúdo ministrado durante o curso, cerca de 80% acredita ter sido insuficiente. • Quinto, na visão mais de 70% dos alunos os conteúdos necessários de Língua Portuguesa não foram trabalhados durante o curso. Seguem as questões direcionadas aos alunos. Vale ressaltar que as mesmas são interligadas com intuito de avaliar também a perspicácia dos universitários no momento em que discursavam sobre cada item. 21 Gráficos em anexo 3. Pergunta 1: Em seu curso há a disciplina de Língua Portuguesa? Você a considera importante ou não? Justifique Pergunta 2: Quanto ao aspecto de coerência e coesão textual, você acredita estar apto, ou seja, ter domínio de todos os recursos para elaborar um texto? Justifique. Pergunta 3: Você acredita que adquiriu o conteúdo necessário para o ingresso na universidade? Justifique. Pergunta 4: O conteúdo de Língua Portuguesa ministrado durante o curso de graduação para você é suficiente? Justifique. Pergunta 5: Existe algum conteúdo de Língua Portuguesa que para você é essencial ao exercício da sua profissão, mas não foi ou não será adquirido até a conclusão do curso? Cite-os. A maioria das respostas endossa o que abordamos acima sobre a dificuldade de leitura e interpretação por parte dos alunos. Muitos universitários, inclusive de últimos períodos, não conseguiram associar as perguntas que são interligadas. Ou seja, se ao responder na questão 2, sim, deveria dar a mesma resposta na questão 3. Outro fator observado foi o fato de alguns alunos questionarem a quantidade de perguntas e a existência da palavra justifique a qual consideram certo estorvo visto que implica dissertar, refletir, indagar. Chegaram a dizer que só o fato de responder sim ou não já seria o suficiente. Outros se esquivaram afirmando não serem bons para escrever e não poderiam ajudar nas pesquisas. Orientávamo-los sobre a importância de sabermos a opinião de cada um, pois somente desta forma teríamos material para nossa pesquisa. Para a primeira questão obtivemos 100% de concordância entre os alunos quanto à importância da Língua Portuguesa em seus cursos. Justamente pelo fato de sentirem necessidade de mais conhecimentos ortográficos, sintáticos e semânticos. 22 Observem as respostas de uma aluna do último período de Direito: Pergunta 01: “Sim, mas não tão intensificada como deveria. Considero muito importante, pois o advogado utiliza de muitos textos.” Pergunta 02- “ Não, pois não possuo o domínio de todos os recursos.” Pergunta 03: “Sim” Pergunta 04: “Não” Pergunta 05: “Não” Ao perceber que a mesma não justificava mais as respostas, aproximamo-nos e alertamos para a falta de justificativas. Tivemos então, a seguinte resposta: “Olha, não esqueci não. É que não gosto dessas coisas de português. Prefiro não escrever mais.” Talvez para explicar tal comportamento, sirvam as palavras de uma parte do seguinte estudo feito por Neves in Travaglia (2001:102) quando entrevistou alguns professores sobre para que se usa a gramática que é ensinada. “Quanto à pergunta:” Para que se usa a gramática que é ensinada?”, Neves registra que a maioria das indicações se liga ao melhor desempenho linguístico, registrado como “ falar e escrever melhor” e ligado a sucesso na vida prática. O melhor conhecimento da língua vem traduzido em sucesso em concursos e bom desempenho social e profissional e como instrumento de ascensão social e segurança, embora também venha apontado como utilizável “para nada”. O ensino de gramática (teoria) aparece como algo desligado de qualquer utilidade ou utilização prática, tendo objetivo em si mesmo;” 23 É possível que para a universitária em questão a Língua Portuguesa seja importante socialmente, mas como acima dito não há uma utilização prática. Talvez o importante para ela seja o aprender os termos advocatícios e as Leis apenas. Percebemos uma incoerência enorme nas respostas às perguntas sucessoras: Pergunta 03 “ Acredito não ter todos os recursos para elaborar um texto, o que é aprendido na escola com o tempo acaba sendo esquecido, e a faculdade não explora.” (Direito) “ Domínio total, não,mas em termos medianos.” (Direito) “ O domínio de todos os recursos não, mas outros aspectos básicos, sim. A Língua Portuguesa, em si é muito complexa e deveria ser melhor estudada.” (História) “ Não totalmente apta, eu considero o meu domínio da língua portuguesa um pouco desatualizado em relação a nova nomenclatura gramatical.” (Administração) Os alunos manifestam-se através destas dissertações afirmando não possuírem o conteúdo necessário à elaboração de um texto coeso e coerente. Responsabilizam o ensino obtido nas modalidades anteriores a universidade. Outros pontos chamativos são com relação a primeira e última respostas. Visto que o aluno do curso de Direito diz: “... o que é aprendido na escola com o tempo acaba sendo esquecido...” e a aluna de Administração declara: “considero meu domínio da língua portuguesa desatualizado em relação a nova nomenclatura gramatical.” Primeiro, o que se aprende e apreende, não se esquece. O que talvez o estudante de Direito queira ter dito é o fato de a escola enfatizar regras com pouca ou nenhuma contextualização. Segundo, para a futura administradora podemos afirmar que a mesma faz uma grande confusão em sua resposta. O conteúdo administrado não é chamado de nova nomenclatura e sim de estrutura da Língua em seus campos fonológico, morfológico e semântico. 24 Conforme mencionado, as perguntas são inter-relacionadas, portanto as respostas deveriam complementar-se justamente o contrário do que se vê. Na terceira pergunta queríamos saber se o estudante havia adquirido o conteúdo necessário para o ingresso na universidade. E se ele afirmasse na questão anterior possuir algum ou total domínio para elaborar textos coesos e coerentes isto implicaria se considerar apto a ingressar na universidade. Contudo as respostas dizem o contrário: “Não porque quanto mais você aprende menos você percebe que sabe.” (Direito) O aluno em questão afirmou ter domínio de alguns recursos para elaborar textos na pergunta anterior. “Sim, tive uma base satisfatória no ensino fundamental.” (Direito) Se isso é verdade por que afirmou na terceira pergunta não se considerar apto a escrever um texto coeso e coerente? “Sim, na minha formação como aluno uma ampla gama de conhecimentos foran abordados, alêm de ter tido bons professores.” (História) Este sinalizou na pergunta 03 não ter domínio total para elaborar textos, mas modifica a opinião na questão 04. Observem nesta resposta equívocos ortográficos comprometedores a quem garante ter frequentado aulas ministradas por bons professores. São eles: “ foran ao invés de foram” e “ alêm ao invés de além”. “Sim, no sentido de treinamento, decorar “macetes” , mas com dificuldade em aspectos, tais como, interpretação de texto.” (História) Ele sustenta a ideia de que não sabe elaborar textos claros e objetivos referindo-se a aspectos de coerência e coesão em resposta à pergunta anterior. Como estamos vendo, na citação acima, atesta saber apenas macetes, ou seja, decorou o considerado por ele essencial para entrar na universidade. Além de no aspecto sintático fazer a concordância errada ao 25 dizer: “tais como” automaticamente deveria enumerar vários pontos e não um só. Quanto às perguntas finais relativas aos tópicos de conteúdo ministrado durante o curso de graduação e os que sequer foram abordados, mas são de extrema importância para a formação do profissional; vejamos as ponderações a respeito: “Sim, consigo ler e entender com clareza textos, artigos, enunciados, piadas, reportagens e etc... “ (História) Embora afirme conhecer diferentes tipos textuais comete um engano ao utilizar a conjunção e seguida de etc e reticências. Praticando assim, um dos equívocos mais comum o da redundância. “Não, porque em concursos é português é o mais importante então temos que sempre esta estudando.” (Administração) Antes de analisarmos a citação acima voltemos à questão 2 onde a mesma aluna respondeu o seguinte: “Tenho domínio para elaborar um texto sim, porque no trabalho tenho que fazer muitos relatórios.” (Administração) Duas respostas interessantíssimas, visto que a universitária declara ter domínio de todos conteúdos para a elaboração de um texto, mas ao redigir a resposta da pergunta 04 escorrega na gramática. Diz que o português é muito requisitado em concurso. Para isso faz um texto completamente desconexo: “porque em concurso é (qual o sentido deste é?) português é o mais importante, então temos que sempre esta (aqui deveria utilizar o verbo no infinitivo: estar) estudando.” Para finalizar nosso estudo examinemos a última questão. Cuja informação a ser recolhida era a aquisição ou não de conteúdos de Língua Portuguesa essenciais ao exercício da profissão: “Redação e interpretação” (Direito); “Todos os conteúdos da Língua.” (História); 26 “Coerência, coesão textual, ortografia, concordância nominal e concordância verbal.” (História); “Redação e gramática.” (Administração); “Penso que na minha área de administração não. A base para o português deveria vir antes, na época de escola.” (Administração) Temos várias opiniões sobre a falta ou não de conteúdos na formação profissional. A conclusão que chegamos é a de que os alunos reconhecem as falhas do ensino tanto na educação fundamental quanto universitária. Aprender, conhecer, manusear as regras gramaticais, explorar campos morfológicos, fonéticos e semânticos; é uma tarefa contínua. Não se pode estudar no ensino fundamental, às vezes no ensino médio, dependendo do curso, e parar na universidade como se o aluno não fosse mais utilizar a Língua Materna para expressar-se escrita e oralmente. Este presente estudo comprova entre outras questões mais políticas a existência de um iato entre os conteúdos ministrados ao longo da vida do educando, principalmente universitário. 27 CAPÍTULO III Língua, Universidade e o Profissional. Estudar, discutir, escrever a língua que falamos é um exercício realizado por nós desde os primeiros momentos da infância e perpassa por toda a vida. As queixas são muitas a respeito de sua gramática, das regras e de suas exceções. Mário A. Perini (2001:47) sustenta que nenhuma outra disciplina é tão rejeitada quanto o Português: “Outras disciplinas há que são tão ou mais difíceis, como por exemplo a matemática e a química e, para alguns, a história. Mas nenhuma suscita reações tão violentas como a gramática; parece fácil aceitar que alguém seja matemático, geógrafo, especialista em cogumelos ou grande autoridade na fisiologia dos morcegos; mas um gramático é uma pessoa que todos 28 consideram excêntrica ou coisa pior.” Essa ideia povoa o pensamento de muitas pessoas. Inclusive dos universitários, embora saibam que ela é importante. E confessam não se considerarem aptos a manejá-la. Como vimos no capítulo anterior, a maioria tem grande déficit de conteúdos gramaticais ― aliás, algo comprovado pelas respostas. Não defendemos que o domínio de regras gramaticais tornará o universitário um excelente profissional. Levantamos a bandeira de que ele não deve parar de pesquisar, refletir e estudar. Porém, para isso é necessário o conhecimento de algumas normas aliado a uma grande vontade de aprender e apreender conhecimentos que vão além das matérias-base de cada área universitária. Ou seja, um bom advogado para decodificar normas em nossa Constituição é preciso ter o hábito de leitura. Pois sabemos da necessidade dos profissionais dessa área extrair dessas mesmas normas a interpretação ou perspectiva que melhor atenda às pretensões de seus clientes. Não é por outra razão que um dos temas mais estudados nos bancos universitários de Direito é exatamente a hermenêutica jurídica. A fim de assimilar as melhores técnicas de interpretações que lhes permitirá retirar dos textos o essencial para suas teses ou ocultar aquilo que lhes desfavorece. Na pedagogia, por exemplo, como saber qual método ou filosofia mais adequada a este ou aquele aluno? Por que Vygotsky falava tanto em aproximar o conhecimento dos alunos, um contribuindo com o outro? E Piaget que desenvolveu a teoria dos estágios? As respostas a essas questões só aparecem com o tempo, com análises e práticas. Impossível tê-las sem refletir, sem amadurecê-las. A leitura, a escrita são fundamentais para tal intento. Um aluno que não gostar de ler e tão pouco se expressar por escrito jamais entenderá esta atmosfera. 3.1- O papel da universidade 29 A proposta do ensino de Língua Materna em um ou mais períodos de qualquer curso de bacharelado consiste em continuar a tarefa iniciada nos ensinos fundamental e médio de desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua. Não importa em qual circunstância o mesmo encontra-se, seja falante ou ouvinte. Segundo Charolles in Travaglia, (2001:18) existem três capacidades de 5competência textual: formativa, transformadora e qualificativa. Elas manifestam-se em diversas situações de fala ou escrita. De posse desses conhecimentos, espera-se do usuário da língua que no tocante a capacidade formativa detecte na formação de um texto se a mesma é boa ou ruim. Já na capacidade transformativa ser capaz de modificar o texto de várias maneiras resumindo-o, parafraseando-o ou refazendo-o. E por fim, na capacidade qualificativa o usuário tem condições de informar a que tipo de texto pertence um trecho ou um texto. Qualificá-lo de acordo com características se é um bilhete, uma carta, um romance ou uma crônica, se é religioso ou científico, etc. Para Travaglia (2001:18) o grande ponto: “é propiciar o contato do aluno com a maior variedade possível de situações de interação comunicativa por meio de um trabalho de análise e produção de enunciados ligados aos vários tipos de situações de enunciação.” A cada ano o número de universitários no Brasil cresce e os cursos também. A democratização universitária, a globalização, a modernidade e a inclusão digital facilitam e tornam também mais fáceis as informações. Desta forma o discente muitas vezes acaba “descobrindo” algo que já foi escrito por outro, contudo utiliza este material sem nenhum receio de estar fazendo algo de errado. 5 “É a capacidade de, em situações de interação comunicativa, produzir e compreender textos considerados bem formados, valendo-se de capacidades textuais básicas...”. Charolles 30 De acordo com a educadora Barreto (2004:24), a universidade precisa motivar os alunos a conhecer a norma padrão e mostrar a importância dela na expressão escrita: “O uso padrão da língua tem hora e lugar para acontecer e é papel da universidade fornecer textos motivadores para que a língua formal, para que a língua padrão, seja utilizada em textos dissertativos e/ou argumentativos. Assim, se os ensinos fundamental e médio não foram suficientes para inspirar ou seduzir as pessoas para o ato de escrever, cabe à universidade não deixar que um indivíduo saia desse espaço sem saber organizar suas idéias e articular as palavras, transformando-as em períodos coesos e coerentes que formarão um texto claro para ele e para seus receptores. Portanto, escrever é importante antes, durante e depois da universidade, ou melhor, o ato de escrever se faz necessário para sempre na vida de qualquer pessoa.” É fundamental que o sistema universitário compreenda a necessidade de modificar a grade curricular de alguns cursos e atribuir enorme importância ao ensino de Língua Materna. Não como reparação de equívocos oriundos dos ensinos fundamental e médio, mas abrindo um leque de pesquisa e desenvolvendo habilidades contribuintes da vida acadêmica de cada universitário. Se ele adquirir o hábito de leitura com as capacidades mencionadas anteriormente, dificilmente terá problemas ao manifestar-se em seu meio de trabalho e/ou no meio acadêmico. Ao fazermos a pesquisa de campo, notamos uma grande resistência à escrita ainda que não houvesse a necessidade de identificação. Ou seja, existia certo receio para expressar-se e se alguém iria saber depois de quem eram aquelas palavras. Se isso ocorresse em um nível médio seria perfeitamente aceitável, embora já ser cobrado desde então uma postura de 31 pensamento crítico e abandono da lógica do “achismo”, contudo estávamos em uma universidade. A convicção de alguns alunos de que a Língua Portuguesa é difícil de ser aprendida e suas regras então... A associação entre a importância e a aplicação dela nas grades dos cursos pesquisados foi unânime. Os universitários têm plena consciência de que se houvessem continuado o estudo da mesma teriam mais segurança em suas áreas escolhidas. 3.2- O falante da Língua no Mercado de Trabalho. Segundo a Revista Veja (2007:88), a Língua bem falada e escrita pode abrir portas de trabalho. “O bom uso da língua influi na carreira. Um estudo feito em 39 empresas americanas mostrou que a chance de ascensão profissional está diretamente ligada ao vocabulário que a pessoa domina. Quanto maior seu repertório, mais competência e segurança ela terá para absorver novas ideias e falar em público.” Diz também que ao deter todas as informações triviais para o bom uso do idioma é garantia de sucesso pessoal e profissional para todas as áreas de trabalho. Ainda na revista encontramos informações que garantem a cobrança de empresas de grande porte com relação ao domínio das normas, uma palavra mal escrita ou pronunciada pode colocar fim nos planos de pertencer ao quadro de funcionários destas empresas. Veja a seguir um quadro muito interessante trazido também pela Revista Veja (2007:91) sobre erros que o usuário da Língua comete e são comprometedores no mercado de trabalho: “Pecados da Língua 32 Dez erros que comprometem a vida social e as pretensões profissionais de qualquer um. 1 HOUVERAM problemas. “Houve” problemas. Haver no sentido de existir, é sempre impessoal. 2 Se ele dispor de tempo. É erro grave conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e por. Neste caso, o certo é “dispuser”. 3 Espero que ele seje feliz e Vieram menas pessoas. Dois erros inadmissíveis. A conjugação “seje” não existe. E “menos” não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo. 4 Ela ficou meia nervosa. “Meio” nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero. 5 Segue anexo duas cópias do contrato. Atenção para a concordância verbal e nominal: “Seguem anexas”. 6 Esse assunto é entre eu e ela. Depois de preposição, pronome oblíquo tônico: entre “mim” e ela. 7 A professora deu um trabalho para mim fazer. Antes do verbo, usa-se o pronome pessoal, e não o oblíquo: para “eu” fazer. 8 Fazem dois meses que ele não aparece. O verbo fazer indicando tempo é impessoal: “faz” dois meses. 9 Vou estar providenciando o seu pagamento. O chamado gramatical, “gerundismo” não mas é um chega vício a 33 ser erro insuportável. “Vou providenciar” é mais elegante. 10 O problema vai ser resolvido a nível de empresa. O febrão do “a nível de” parece ter passado, mas ainda há quem utilize essa expressão pavorosa. Na frase em questão, “na” ou “pela” empresa são mais exatos e elegantes.“ Ainda que o 6 internetês esteja em voga e os usuários da língua conectados à rede mundial de computadores utilizem-no com grande frequência, ele não deve “tomar” o lugar da escrita correta. Inúmeras empresas, principalmente os departamentos de RH queixam-se de candidatos a vagas despreparados. Quando solicitados para elaborarem um texto ou falarem um pouco de si e de suas pretensões, muitos utilizam o internetês por acreditar que estão desta forma “antenados” com o novo. Ledo engano. A forma como nos comunicamos na internet pode ser informal, no ambiente de trabalho, não. 3.3- Propostas para o ensino da Língua na Universidade. O ensino de Língua Portuguesa não deve constituir uma disciplina de reparação ou de nivelamento como diz Valdir Heitor Bartozzo in Claudete Ghiraldelo (2006:12): “A compreensão de que o aluno precisava ser suprido de um conhecimento que não havia conquistado em sua formação anterior ao ingresso em um curso superior fez com que a disciplina Língua Portuguesa, embora não 34 explicitamente, assumisse um caráter de disciplina de nivelamento. Era nela que eram repostos os conhecimentos considerados faltantes para que os alunos do ensino superior fizessem uma boa leitura e a escrita de seus trabalhos.” Voltamos a dizer que a pesquisa, a reflexão e a exposição de ideias são primordiais para o indivíduo que frenquenta a universidade. Ler, compreender, internalizar, apontar, inferir informações de um texto é tarefa que condicionará a prática profissional. De nada adianta a inclusão desta disciplina na grade obrigatória se a mesma for ministrada voltada apenas para decorar termos. É fundamental a contextualização entre o que se aprende e a prática profissional. Não temos a pretensão de ditar fórmulas e sim trazer à tona esta discussão do que se ensina de fato, do que os alunos sabem ao certo. Destacamos alguns itens a serem trabalhados nas disciplinas objeto deste estudo: 3.3.1- Na graduação de Administração; O administrador tem como função elaborar relatórios, emitir pareceres, organizar planos e projetos, arbitrar e produzir laudos com conhecimento inerentes à organização. Além de pesquisar, analisar, interpretar, coordenar e entre outras funções planejar e administrar. Por onde começar na elaboração da ementa da disciplina de Língua Portuguesa? Primeiro passo é voltar-se para a tipologia textual, leva-se à sala de aula textos diversos pertencentes aos mais variados gêneros textuais. E provocamse situações reprodutoras de um ambiente de trabalho. Tais como: enviar um parecer a um órgão ou construir uma análise de orçamento e administração de material hospitalar, por exemplo. 6 Linguagem utilizada pelos usuários da Internet. Consiste em usar abreviações e símbolos para simplificar a escrita. 35 Na oralidade, instigar a expressão oral em sala para que o aluno adaptese a falar com diversos grupos. Mas não trabalhinhos onde os alunos fingem que fizeram e os professores fingem que entenderam. É preciso ser uma pesquisa de verdade. Se for o caso, por que não agendar umas visitas a empresas? Quando o aluno vivencia, ele internaliza. E até define se é isso mesmo que deseja. O contato com a prática esclarece o universitário do que realmente irá fazer ao término do curso. Na área financeira estudar os enunciados, trabalhando com inferências e/ ou exatidão de informações a fim de compreender realmente o porquê do cálculo. 3.3.2- Na graduação de Direito; O aluno formado em Direito torna-se bacharel e como tal está autorizado a atuar como advogado na defesa de seus clientes, em três instâncias: penal, civil ou trabalhista. Deve estudar as leis do Brasil. Há também a possibilidade de dedicar-se a carreira pública sendo delegado, juiz ou promotor público. O que o aluno da área de Direito deve esperar da Universidade enquanto ao conteúdo de Língua Portuguesa, ainda que optativa? O graduando de Direito precisa desenvolver competências, habilidades e aptidões no tocante a sua qualificação profissional. É necessário ampliar os conhecimentos de interpretação, principalmente das leis e fazê-lo expressar-se nas modalidades oral e escrita da Língua perfeitamente. A argumentação, a dissertação se faz presente no dia a dia de um advogado. Para este aluno, o espaço universitário deve propiciar o contato com a leitura e a escrita crítica ora defensiva ora agressiva. Se o mesmo não conhecer, ou melhor, reconhecer textos, apontar elementos sintáticos tais como: sujeito, complementos verbais e nominais pode levar todo um trabalho ao lixo. Vez ou outra a mídia nos traz informações de juízes reclamando de petições mal redigidas. Introduções intermináveis, onde não se sabe quem é algoz quem é vítima. Portanto uma das formas de se resolver este impasse é a 36 ênfase na leitura e na produção textual. Não com temas aleatórios, mas sim voltados para a prática advocatícia. O professor deve levar para sala de aula casos e propor aos alunos a análise dos mesmos. Sem esquecer de trabalhar vocábulos oriundos do latim e muito utilizados na doutrina. Como em todas as outras áreas de estudo são fundamentais a prática e a pesquisa sempre e não somente no estágio ou ao término do curso. 3.3.3- Na graduação de História O aluno do curso de história poderá atuar em universidades, arquivos, museus, editoras e instituições do poder público e privadas, também nas escolas de ensino fundamental e médio, se obtiver a licenciatura, como professor do 6° ao 9° ano e 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio. Está apto além do magistério, a selecionar, organizar e planejar produções documentais, construir textos de memórias, pesquisar e definir políticas envolvendo patrimônio. Se num curso de História este tiver do professor uma cobrança para que aprenda todas as classificações das orações coordenadas e subordinadas, mas não souber, por exemplo, como construir uma resenha, fazer um resumo, um cronograma de acontecimentos de uma determinada época, será em vão suas idas às aulas de Língua Portuguesa. Não estamos condenando o ensino da sintaxe, apenas precisamos atrelar o estudo da estrutura da Língua ao estudo da História e ao desenvolvimento de competências necessárias a um graduando deste curso. Ler, ler e reler é a base de estudo para qualquer aluno. Ainda mais de História. Inferir opiniões implícitas ou explícitas faz parte do cotidiano de um historiador. Posicionar-se diante dos fatos de forma parcial ou imparcial só será possível com o desenvolvimento de competências adquiridas nas aulas de Língua Portuguesa. 37 CONCLUSÃO A Língua Portuguesa é a Língua oficial aqui no Brasil e em mais sete nações: Angola, Cabo-verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Possui 240 milhões de falantes. E desde a sua origem derivada do Latim vulgar sofreu e sofre transformações até hoje. Após tornar-se Língua oficial na Reforma Pombalina nos cursos secundários e com a criação de cursos superiores, nas Universidades, muito se questiona a respeito da aplicação de seu conteúdo em sala de aula. Por ser através dela que nos comunicamos, demonstramos pensamentos, posições e interagimos com o outro. Portanto, entendê-la, conhecê-la a fundo se faz extremamente necessário ainda mais para o universitário preste a entrar no mercado de trabalho. Esse cada vez mais exigente e dinâmico só absorve profissionais qualificados. Uma das exigências feitas aos profissionais é o conhecimento da estrutura de seu idioma em vários aspectos: fonológicos, sintáticos e semânticos. Escrever e falar bem é cada vez mais importante. Seja no local de trabalho, seja na universidade ou com amigos. O mercado de trabalho vem sinalizando o quanto cresce profissionalmente o candidato detentor de um extenso vocabulário. As empresas não perdoam deslizes. Elas deixam clara a importância do estudo da Língua Portuguesa, ou seja, mostram ao candidato que não é suficiente saber as matérias-base é preciso empenhar-se em expressão oral e escrita. Essas habilidades não são copiadas, são adquiridas com prática. Por isso as universidades têm papel fundamental na formação desse profissional. Desta forma não se desvincula de seu objetivo: o ensino, a pesquisa e a extensão. A pesquisa realizada no campus universitário traz à tona a discussão sobre a importância da Língua Portuguesa no Ensino Superior. Esta vem 38 perdendo espaço nas grades curriculares obrigatórias dos cursos universitários contribuindo para a má formação profissional desses universitários. Realizamos a pesquisa de campo na Universidade Gama Filho junto ao corpo docente e discente. Onde recolhemos dados para esse trabalho monográfico. Sendo assim tentando provar a como a Língua Portuguesa faz falta na grade curricular universitária. Deparamo-nos com a resistência de alguns alunos e professores a participar desta pesquisa. Muitos alegaram não “ter paciência” para escrever e muito menos justificar cada resposta. Em anexo trazemos os questionários aplicados e os gráficos respectivos. Diante do quadro, propomos maneiras de trabalhar os conteúdos curriculares dentro de cada área, neste caso em específico, as áreas de Administração, Direito e História, por terem sido os cursos pesquisados. Primeiro defendemos a contextualização, sempre. Estudar, mas sem saber para que serve esta ou aquela informação fica inviável a compreensão do conteúdo. Outro fator é a extrema atenção reservada às regras gramaticais com frases soltas e não num contexto. Se os professores ao invés de repetirem regras, em alguns casos, “macetes”, propuserem oportunidades de debates, elaboração de projetos, resolução de problemas, visitação as instituições onde o aluno futuramente poderá trabalhar, a proposta de trabalho será muito mais atrativa para o aluno. Visto que, durante a graduação o universitário terá nas aulas de Língua Portuguesa momentos não de “decoreba”, mas de aplicação da estrutura da Língua de fato em sua área de trabalho. BIBLIOGRAFIA 39 ALBUQUERQUE, Elaine Borges de. Mudanças Didáticas e Pedagógicas da Língua Portuguesa: apropriações de professores. São Paulo: Autêntica, 2002. CÂMARA JR, Joaquim Matoso. Manual de expressão oral escrita. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. DEMO, Pedro.Leitores para sempre. Porto Alegre: Mediação,2006. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar.Rio de Janeiro: FGV,2006. GERALDI, João Vanderley (org.) O texto na sala de aula. 3° edição,São Paulo: Ática, 2001. GHIRALDELO, Claudete Moreno (org.). Língua Portuguesa no Ensino Superior: experiências e reflexões. São Paulo: Claraluz, 2006. LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: ática, 2000. MURRIE, Zuleika de Felice (org.). O Ensino de Português. São Paulo: Contexto, 1998. PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 2001. REVISTA VEJA, n°2025, 12 de setembro de 2007,p. 88. TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1° e 2° graus. E ed. São Paulo: Cortez, 2001. WEBGRAFIA 40 BARRETO, Cíntia. A importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa.www.cintiabarreto.com.br.acessado em 03/04/2009. ROSÁRIO, Mária José Aviz e SILVA, José Carlos da. A Educação Jesuítica no Brasil Colônia. www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009. VIDEIRA RAMOS LOURENÇO, Izaulina. Língua Portuguesa: nosso instrumento de trabalho. www.Ufrr.br acessado em 03/04/2009. WIKIPÉDIA, www.wikipédia.com.br A origem da Língua Portuguesa acessado em 10/05/2009. BIBLIOGRAFIA CITADA 41 BARRETO, Cíntia. A importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua Portuguesa.www.cintiabarreto.com.br.acessado em 03/04/2009. GHIRALDELO, Claudete Moreno (org.). Língua Portuguesa no Ensino Superior: experiências e reflexões. São Paulo: Claraluz, 2006. PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 2001. REVISTA VEJA, n°2025, 12 de setembro de 2007,p. 88. ROSÁRIO, Mária José Aviz e SILVA, José Carlos da. A Educação Jesuítica no Brasil Colônia. www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009. TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1° e 2° graus. E ed. São Paulo: Cortez, 2001. WIKIPÉDIA, www.wikipédia.com.br A origem da Língua Portuguesa acessado em 10/05/2009. ANEXOS Índice de anexos 42 Anexo 1 Mapa dos países que têm a Língua Portuguesa como idioma oficial. 44 Anexo 2 Questionários da pesquisa de campo 45 Anexo 3 Gráficos 47 ANEXO 1 43 Em destaque, países e regiões onde o Português é língua oficial. (www.wikipédia.com.br acessado em 10/05/2009) ANEXO 2 Questionário direcionado aos alunos 44 Pesquisa para trabalho monográfico. Tema: A Língua Portuguesa no Ensino Superior Por: Ana Paula S. Rocha Universidade Gama Filho Curso: __________________________________ Período:___________ 1- Em seu curso há a disciplina de Língua Portuguesa? Você a considera importante ou não? Justifique. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2-Quanto ao aspecto de coerência e coesão textual, você acredita estar apto, ou seja, ter o domínio de todos os recursos para elaborar um texto? Justifique. _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3-você acredita que adquiriu o conteúdo necessário para o ingresso na universidade? Justifique. _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4-O conteúdo de Língua Portuguesa ministrado durante o curso de graduação para você é o suficiente? Justifique. _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5-Existe algum conteúdo de Língua Portuguesa que para você é essencial ao exercício da sua profissão, mas não foi ou não será adquirido até a conclusão do curso? _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Questionário direcionado aos professores 45 1- Professor (a), o ensino de Língua Portuguesa é essencial para a formação do profissional do curso no qual o (a) senhor (a) trabalha? Justifique. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2- Em sua disciplina, ao avaliar seu aluno, o (a) senhor (a) atribui alguma importância às questões ortográficas e de coerência e coesão? Justifique. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ANEXO 3 GRÁFICOS 46 Importância da Língua Portuguesa na Graduação. Questão 01 p/ alunos e professores. 100% 80% 60% Alunos Professores 40% 20% 0% SIM NÃO Consideração dos aspectos ortográficos e gramaticais, tais como coerência e coesão, na avaliação dos exames. Questão 02 p/ professores. 100,00% 80,00% 60,00% SIM NÃO 40,00% 20,00% 0,00% Aptidão para produzir textos dentro das regras gramaticais. Questão 02 p/ alunos. 47 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Consideram-se aptos Consideram-se inaptos Consideram-se aptos a escrever alguns textos na área de formação respectiva Aquisição de conteúdo necessário ao ingresso na universidade. Questão 03 p/ alunos. 70,00% 60,00% 50,00% Sim, afirmam ter adquirido todo o conteúdo Não, consideram o conteúdo adquirido insuficiente 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Alunos Satisfação do aluno quanto ao conteúdo de língua portuguesa ministrado na graduação. Questão 04 p/ alunos. 48 80% 70% 60% 50% Não estão satisfeitos 40% Estão satisfeitos 30% 20% 10% 0% Conteúdo da língua portuguesa que não foi trabalhado na universidade. Questão 05 p/ alunos. 80,00% 70,00% 60,00% Afirmaram que todo conteúdo foi trabalhado Afirmaram que não foi abordado todo o conteúdo 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% ÍNDICE 49 FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I A Língua Portuguesa 10 1.1 – A formação de Portugal 10 1.2– A origem e a evolução da Língua Portuguesa 11 1.3 – O ensino de Língua Portuguesa no Brasil 13 2.0– O ensino superior brasileiro 14 CAPÍTULO II A Língua Portuguesa na Universidade 17 CAPÍTULO III Língua, Universidade e o Profissional 28 3.1– O papel da Universidade 29 3.2– O falante da Língua no Mercado de Trabalho 32 3.3– Propostas para o ensino da Língua na Universidade 34 3.3.1– Na graduação de Administração 35 3.3.2– Na graduação de Direito 36 3.3.3– Na graduação de História 37 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40 BIBLIOGRAFIA CITADA 41 ANEXOS 43 50 ÍNDICE 50