UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Língua Portuguesa no Ensino Superior
Por: Ana Paula Silva da Rocha
Orientador
Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Língua Portuguesa necessária ou não nos cursos superiores?
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito
parcial
para
obtenção
do
grau
especialista em Docência do Ensino Superior
Por: Ana Paula Silva da Rocha
de
3
AGRADECIMENTOS
....Aos Professores e à Universidade
Gama Filho que possibilitou a pesquisa
de campo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Yandiara, minha
mãe e ao Alexandre, meu companheiro,
que tanto contribuíram.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho é avaliar a necessidade ou não do
oferecimento das disciplinas de Língua Portuguesa em pelo menos um ou mais
períodos para o bom desempenho do aluno nas instituições e na vida
profissional.
Também aprofundar as discussões sobre o ensino de Língua
materna no processo de formação do profissional, como e quando fazê-lo. Há
também uma preocupação em estimular propostas para a adaptação deste
ensino a cada curso analisado de modo que o futuro profissional absorva
profundamente os conteúdos de Língua Portuguesa com ênfase em sua área
de trabalho.
6
METODOLOGIA
Como material de base temos a análise de questionários com alunos e
professores de alguns cursos de bacharelado: Administração, Direito e
História, sobre vários aspectos do ensino da disciplina que intitula a pesquisa
ou a ausência deles nos cursos selecionados. A pesquisa foi realizada na
Universidade Gama Filho, Campus Piedade, Rio de Janeiro.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - A Língua Portuguesa
10
CAPÍTULO II - A Língua Portuguesa na Universidade 17
CAPÍTULO III – Língua, Universidade e o Profissional 28
CONCLUSÃO
38
BIBLIOGRAFIA
40
ANEXOS
43
ÍNDICE
50
8
INTRODUÇÃO
Toda língua tem uma estrutura única e é primordial que o falante da
mesma estude-a em suas diversas dimensões. Ela é elemento essencial para
a comunicação e interação entre falante e ouvinte por ser um código social.
Nas redes de ensino, seja pública ou particular, o ensino da referida
língua contêm muitas falhas. O sistema educacional traz uma gama de regras
gramaticais e pouca contextualização, por esse motivo os alunos chegam à
Universidade com inúmeras deficiências e no decorrer do curso, dependendo
de qual for, praticamente vê e analisa muito pouco sua estrutura.
Enquanto o ensino fundamental e médio não torna o falante profundo
conhecedor de seu idioma, a universidade retira cada vez mais a disciplina de
Língua Portuguesa de sua grade de sequência obrigatória.
O ensino universitário somente colocará em prática o tripé: ensino,
pesquisa e extensão desenvolvendo entre outras coisas a prática da leitura, a
busca por conhecimento e o estímulo à criação de novas teorias. A leitura se
faz necessária para tal intento.
Quem lê se apropria de vocabulário,
desenvolve habilidades de escrita e expressão oral.
Diante deste contexto nos perguntamos se a Língua Portuguesa é
necessária ou não nos cursos superiores e se esse ensino é pé-requisito ou
não para o bom exercício profissional ou apenas um fator para enriquecê-lo.
É necessário que o aluno universitário desenvolva suas competências
linguísticas e habilitações para compreender e produzir textos em diversos
momentos seja qual for a situação e falar corretamente, pois tal prática
contribui para o bom desempenho profissional. O mercado de trabalho a todo
instante torna-se competitivo, dinâmico e exigente. Um número pequeno de
profissionais sai das universidades capacitado para enfrentá-lo.
Se, como dissemos acima, não houver a reestruturação do currículo
onde a Língua Portuguesa esteja em um patamar de disciplina obrigatória em
todos os cursos dando continuidade aos estudos, muitas vezes falhos,
formaremos cada vez mais profissionais despreparados para o mercado.
9
Iniciaremos este estudo pela formação da Língua Portuguesa derivada
do Latim vulgar, onde nasceu, as transformações no seu léxico, as influências
de outros idiomas. Com registro das primeiras instituições superiores, a
oficialização do ensino de Língua Portuguesa e um breve histórico de reformas
educacionais voltadas ao ensino superior. Em seguida trazemos o resultado
da pesquisa de campo onde foi recolhida a opinião dos alunos e professores a
respeito da importância da Língua Portuguesa na formação profissional.
Gráficos em anexo ajudam no entendimento desta pesquisa.
Por fim, trazemos propostas para um ensino da Língua focado na
contextualização de cada área de trabalho. Enriquecendo o aprendizado e
capacitando para o exercício da profissão.
10
CAPÍTULO I
A Língua Portuguesa
Olavo Bilac, grande escritor parnasiano, escreveu certa vez um soneto
intitulado “Língua Portuguesa” dizendo que a mesma era a última flor do Lácio.
A última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim.
Lácio é uma região da Itália que foi centro administrativo do Império Romano.
A origem e as modificações da Língua relacionam-se à dominação deste
Império.
Língua Portuguesa tem mais de 240 milhões de falantes. Segundo o
site wikipédia ela é a quinta mais falada no mundo e a terceira no mundo
ocidental. Oficialmente é a Língua de oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Veja a geografia da Língua Portuguesa no gráfico em anexo 1.
1.1- A formação de Portugal
Afonso VI governava toda a região norte da Península Ibérica nos idos
de 1090. O rei pensava somente em expulsar muçulmanos de lá. Nesta luta
contra os mouros estavam cavaleiros de toda a parte cristã da Europa. Entre
esses participantes, encontrava-se Raimundo e seu primo Henrique, nobres
originários do ducado de Borgonha (região que pertencia à França).
O governador casa sua herdeira com Raimundo dando-lhe o governo
de Galiza (hoje atual Espanha) como dote. Algum tempo após este casamento
11
ocorreu nova união, mas agora de sua filha bastarda e Henrique. O dote que
este último recebeu foi o Condado Portucalense (região que se estendia do rio
Lima até Coimbra, ao sul, passando por entre as terras o rio Douro).
Dom Henrique continuou a luta contra os mouros. Já seu filho e de
Teresa, Afonso Henriques, em 1128, proclamou a Independência do Condado
Portucalense. Isto gerou um extenso período de lutas contra o reino de Leão.
Em 1143, Afonso Henriques foi reconhecido como rei de Portugal
dando início a primeira dinastia portuguesa: a dinastia de Borgonha.
1.2 – A origem e a evolução da Língua Portuguesa
O latim apresentava-se em duas modalidades: o latim clássico e o
latim vulgar. O primeiro em suas formas oral e escrita era falado somente por
pessoas cultas. Sua estrutura era gramaticalizada. Já o segundo era usado
pelo povo e ao contrário da outra modalidade era apenas falado. Foi do latim
vulgar que se originou a Língua Portuguesa.
No período da Idade Média, formaram-se na região da Península
Ibérica inúmeros dialetos e línguas, entre eles o gagelo-português. Acompanhe
a descrição da enciclopédia wikipédia:
“O
português
nasceu
na
antiga Galécia (Gallaecia)
(Galiza e Norte de Portugal) ao noroeste da península
ibérica e desenvolveu-se, na sua faixa ocidental, incluindo
parte
da
antiga Lusitânia
e
da
Bética romana.
O
romance galego-português nasce do latim falado, trazido
pelos soldados e colonos romanos desde o século III
a.C.. O contacto com o latim vulgar fez com que, após
um
período
de
bilinguismo,
as
línguas
locais
desaparecessem, levando ao aparecimento de uma
variedade de latim com características galaicas. Assume-
12
se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação
das outras línguas ibéricas através do contacto das
diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que
levou ao possível desenvolvimento de diversos traços
individuais ainda no período romano. A língua iniciou a
segunda fase do seu processo de diferenciação das
outras línguas românicas depois da queda do Império
Romano, durante a época das invasões bárbaras
no século V quando surgiram as primeiras alterações
fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico”.
(www.wikipédia.com.br acessado em 10/05/2009)
Na evolução do Português, podemos citar duas fases históricas: a fase
do português arcaico e a do português moderno. A primeira se iniciou no
século XII e se estendeu ao século XVI. Ora em textos galego -portugueses
ora em textos nos quais havia uma separação entre o galego e o português.
Entretanto, a fase correspondente a do português moderno se iniciou quando a
língua adquiriu as características do português em voga, no século XVI.
Com a publicação de o Cancioneiro Geral de Garcia Resende, em 1516,
o português arcaico morre.
Quando ouvimos que a Língua portuguesa é a Língua de Camões é
porque o mesmo nesta época, teve grande contribuição na uniformização do
idioma. Gramáticas e dicionários da língua em questão surgiram neste século.
A Língua Portuguesa também sofreu influencias das línguas indígena e
africana. No Brasil, na época da colonização, os índios falavam o tupi-guarani
tal língua era falada junto com o português. Mas por volta de 1757, o tupi foi
proibido nas colônias. A esta altura o português tornara-se mais falado do que
o tupi. Exemplos de palavras de origem indígena que permanece no português:
caatinga, abacaxi, capim, catapora, etc.
Quanto à influência africana não foi diferente. Escravos vindos da Africa
agregaram muito do seu vocabulário ao idioma falado nas colônias. Temos
então, alguns exemplos desta junção: caxumba, canjica, marimba, samba, etc.
13
1.3 – O ensino de Língua Portuguesa no Brasil
Após toda essa trajetória e formação da Língua Portuguesa, em 1229,
no reinado de Dom Dinis, é criada a primeira Universidade portuguesa, em
Lisboa. Assim, o rei decretou que o Português até então afamado como língua
vulgar fosse conhecido por Língua Portuguesa e seu uso passasse a ser
oficial.
No período colonial vieram para o Brasil Jesuítas1 membros da
Companhia de Jesus (Ordem religiosa fundada em 1554, por Inácio de
Loyola). Chefiados por Manuel da Nóbrega tinham a missão de catequizar os
índios. Fundaram aqui, escolas de ensino elementar, mas na Europa, de
ensino equivalente ao grau mediano. A intenção era unicamente a de transmitir
o conhecimento da norma padrão somente aos filhos de classes sociais com
maior poder aquisitivo.
“Os padres jesuítas foram os primeiros professores, do
Brasil se a abordagem recair na chamada educação
formal – escolarizada. Se consideramos que antes do
chamado descobrimento aqui viviam outras pessoas, uma
população ameríndia e, se considerarmos que o conceito
de educação remetemos a uma abrangência incalculável;
teremos necessariamente que considerar que antes da
Companhia de Jesus, existiam outras educações,
portanto, outras histórias da educação”. (Rosário e Silva.
www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009)
De acordo com Pereira em Ensino da Língua Portuguesa: Um detalhe
da sua história: “Foi na carta régia de 12 de setembro de 1727 que se oficializa
a expressão ‘Língua Portuguesa’ “.
Anos mais tarde, a Reforma Pombalina² (1757) tornou o ensino de
Língua Portuguesa obrigatório nas escolas baseado na Lei do Diretório dos
1
Jesuítas eram padres vindos de Portugal para catequizar os índios.
14
índios . Dentre tantas reformas feitas pelo Marquês de Pombal uma delas foi a
2
3
expulsão dos jesuítas do país alegando conspiração contra o reino português.
Após duzentos anos de catequização a educação brasileira iniciava um
período de mudanças no ensino de língua materna. Se antes ela era somente
ensinada por imposição passou a ter uma preocupação com sua aplicação na
vida diária. A linguagem tornou-se necessária para a manifestação do
pensamento. Já o exercício da escrita seria o resultado desse pensamento,
uma reflexão.
O ensino de língua portuguesa na universidade será abordado no
segundo capítulo.
2.0- O ensino superior brasileiro
No período de educação jesuítica, existiam cursos superiores—
mas não Universidades— de Teologia, Filosofia, Artes e Letras ministrados
pelos padres.
O ensino superior não era difundido. Havia certo temor de Portugal
em relação ao fato dos estudantes refletirem e virem a contribuir com as
manifestações a respeito da independência brasileira.
Os alunos que desejassem concluir os estudos deveriam matricularse no Colégio Central da Bahia ou ir a Portugal para matricular-se na
Universidade de Coimbra. Sendo que ao chegarem lá seria necessário migrar
para o curso de Teologia.
Somente em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, mais
precisamente ao Rio de Janeiro. E neste que passava a ser a sede da coroa
portuguesa, o ensino superior brasileiro tornou-se formal. Visto que a
transferência de Portugal para cá implicou a reorganização de setores
2
3
Lei de cunho político e judicial que impôs a oficialização da língua portuguesa nas colônias.
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal implementa
uma educação que priorize a educação do indivíduo em consonância com o estado entre 1750 e 1777.
São criados os cargos de mestres em Literatura Latina, Retórica, Gramática Grega e Língua Hebraica.
administrativo,
econômico
e
educacional.
Este
último
para
15
atender
especificamente filhos de portugueses nascidos no Brasil, ou seja, a elite.
Os primeiros cursos criados foram Medicina, Engenharia e Belas
Artes. O curso de medicina foi criado por decreto em 18 de fevereiro do
mesmo ano da chegada da família real. Chamava-se Curso Médico de Cirurgia
na Bahia.
Foram inúmeros os ensaios para a criação de novos cursos e
expandi-los a São Paulo e a Olinda, em Recife, após debate na Constituição
de 1823, nada foi concretizado. No período de 1891 a 1910 surgiram algumas
escolas de ensino superior que mais tarde tornaram-se universidades.
Ao apagar do Império, as tentativas de se iniciar Universidades não
foram adiante. Existiam nesta época apenas seis institutos de cursos
superiores e absolutamente nenhuma Universidade.
Em 1915, o Brasil já como república na Reforma Carlos Maximiliano4
propõe a junção da Escola Politécnica e a Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro. Então, nos idos de 1920 cria-se a Universidade do Rio de Janeiro. Por
fim em 1927 é criada nos estados de São Paulo e Recife a faculdade de
Direito.
Da década de 20 aos dias atuais inúmeras reformas educacionais foram
realizadas, porém a maior parte delas volta-se para os ensinos fundamental e
médio.
Até aqui apenas duas dessas reformas deram atenção ao ensino
universitário. Atualmente existe um projeto de lei para reformar o ensino
superior denominado pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva de
REUNI. Terceira reforma universitária que consiste em aumentar o número de
vagas nas universidades brasileiras, ampliar o ensino à distância e tecnizar o
ensino superior. Uma das iniciativas é o ProUni (Programa Universidade para
todos) sistema de reservas de vagas para alunos oriundos da rede pública,
negros e índios. Segundo informações contidas no site do MEC (Ministério da
4
Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Maximiliano reorganiza o ensino secundário e o
superior aprovando o Decreto n° 11.530, 18/3/1915.
16
Educação e Cultura) o governo tem como meta até 2011 matricular pelo
menos 30 % dos jovens entre 18 e 24 anos.
O governo pretende com esta reforma priorizar cursos técnicos. O que
causará danos aos cursos da área de humanas. Desta forma o aluno perderá
aos poucos o contato com o espaço universitário. Alguns críticos comparam
esta à reforma universitária da ditadura, onde o objetivo era individualizar o
ensino universitário.
É notório o cunho político por trás destas mudanças, porém a discussão
deve ser mais acentuada no que diz respeito à qualidade do trabalho deste
profissional, formado por este sistema. Há muito que se fazer por uma
educação pública e de qualidade. Essas modificações nos currículos e na
concessão de cursos diversos são delicadas. Aumentar a oferta de cursos e
relegar a qualidade a segundo plano deteriora o ensino.
Por isso temos várias pessoas graduadas ou pós-graduadas que com
tantas facilidades no ensino pesquisam cada vez menos, limitam-se a fazer
extremamente o necessário o que os torna não um profissional, mas sim um
mero executor de tarefas.
CAPÍTULO II
A Língua Portuguesa na Universidade
17
Depois de uma “viagem” pela formação da Língua Portuguesa e a sua
importância política e social, nos ateremos agora à aplicação da mesma nas
salas de aula. Com o foco direcionado a formação do profissional dentro da
instituição universitária.
O homem é um ser social e comunicativo necessariamente estabelece
contato, interage, reflete, critica a respeito de diversas situações. Quando
ingressa na universidade, defronta-se com o mais propício espaço educacional
para isso. O problema é que a grande maioria chega aos bancos universitários
com um déficit nos conteúdos de Língua Portuguesa ministrados durante os
ensinos fundamental e médio. Apesar deste conteúdo ser fundamental para
seu desempenho na graduação e no mercado de trabalho. Atualmente há
procura e necessidade global por profissionais dinâmicos, críticos, que
possuam capacidade de expressar-se escrita e oralmente de forma impecável.
Espera-se desse profissional um conhecimento das normas gramaticais
e a aplicabilidade delas. Infelizmente o que se vê são universitários nãoleitores. Oriundos de um sistema onde o ensino nos níveis fundamental e
médio deixa muito a desejar. Existem inúmeras falhas provocando perdas
como diz Cíntia Barreto (2004:01):
“No entanto sabe-se que para muitos o ato de escrever
não é agradável, pois a pouca ou total ausência da
modalidade escrita foi uma das lacunas deixadas pelos
ensinos fundamental e médio. Antes a ênfase nas
nomenclaturas reduzia o espaço da interpretação, da
leitura e da escrita, de forma que o aluno não conseguia,
quando
solicitado,
ensinados.”
utilizar
os
recursos
gramaticais
18
Diante desta situação, sentimos a necessidade de elaborar um estudo a
respeito. Pesquisamos os cursos de graduação ─ Administração, Direito e
História ─ da Universidade Gama Filho – UGF. Redigimos um questionário de
5 questões para discentes e 2 questões para docentes. Entre o corpo docente
responderam professores de cursos diversos além dos que foram citados
acima.
No decorrer da pesquisa fomos informados de que o curso de História
terá Língua Portuguesa como disciplina obrigatória somente até dezembro de
2009 a partir do ano que vem será eletiva. Os outros dois cursosAdministração e Direito- possuem Língua Portuguesa em um ou dois períodos.
Entre o corpo docente responderam professores de cursos diversos além dos
que foram citados acima.
O questionário foi elaborado com intuito de saber dos professores o
quão importante é o ensino de Língua Portuguesa em seus cursos. E para os
alunos além da pergunta inicial, queremos saber o que ela acrescenta, se ele
domina ou não as regras gramaticais principalmente aspectos ortográficos e de
coerência e coesão.
Fizemos as seguintes perguntas ao corpo discente:
Pergunta 01- Professor (a), o ensino de Língua Portuguesa é
essencial para a formação do profissional do curso no qual o (a) senhor
(a) trabalha? Justifique.
Pergunta 02- Em sua disciplina, ao avaliar seu aluno, o (a) senhor
(a) atribui alguma importância as questões ortográficas e de coerência e
coesão? Justifique.
As respostas foram as mais variadas, porém unânimes ao concordar
com a importância da Língua Portuguesa para a formação profissional. No que
diz respeito aos professores, 100 % afirmam que a Língua Portuguesa é
importante para qualquer curso. Veja algumas opiniões:
“Sim. É essencial na medida em que estamos formando
profissionais
e
que
nossos
alunos
manifestam
19
incapacidade na construção de textos e falta de hábito de
leitura.” (Pedagogia)
“Sim. O ensino de Língua Portuguesa é essencial para
formação
do
profissional
em
qualquer
área
de
conhecimento. Hoje em dia há uma grande dificuldade
dos alunos e até mesmo profissionais em articular suas
idéias
e
conceitos
teóricos
de
forma
clara.”
(Administração)
“ Sim. A Língua Portuguesa é fundamental para o ensino
de História.” (História)
“Sim. Sem dúvida. Não se pode permitir que uma
solicitação de compras ou até mesmo uma prescrição
dietética contenha erros de ortografia”. (Nutrição)
Na segunda questão, temos uma pequena divergência, 80% dos
professores que responderam ao questionário atribuem alguma importância às
questões ortográficas e de coerência e coesão na hora de avaliar seus alunos.
Os 20% dos professores não se consideram aptos a abordar nenhum aspecto
de Língua Portuguesa. Alegam estar apenas direcionados as suas áreas de
trabalho.
“Sim. A interpretação das questões é parte do problema.
Respostas que não seguem coerência e são muito
prolixas têm menor valor que aquelas concisas e bem
interpretadas.” (Nutrição)
“Ainda que indiretamente, sim, visto que o aluno
necessita ser claro, preciso, coerente nas explicações e
justificativas de seu raciocínio sempre que solicitado”.
(Engenharia)
“ Não retiro pontos por erros gramaticais, de coerência e
coesão. Apenas avalio sobre os conteúdos ministrados
por mim.” (Nutrição)
20
“ Não, quando se trata de atribuir ou tirar pontos, uma vez
que, não sendo da área, não me cabe fazê-lo. No
entanto, chamo a atenção dos alunos para este tipo de
erro destacando-os e estimulando os alunos a se
empenharem na correção dos mesmos. Nesse sentido
dou muita importância.” (Pedagogia)
Percebemos nesta última resposta uma contradição. Inicialmente a
professora é bem enfática quando afirma não computar pontos ou retirá-los
devido a ocorrências gramaticais equivocadas, alegando não caber a ela esta
tarefa já que leciona a disciplina de Didática e não Língua Portuguesa. Porém,
a mesma mais adiante afirma “chamar atenção dos alunos para este tipo de
‘erro’ destacando-os...”.
Entre os professores houve certa resistência para responder ao
questionário. Muitos alegaram não ter tempo ainda que apontássemos as duas
únicas questões. Chegamos a ouvir a seguinte frase: “Não preciso dizer o que
você já sabe. É lógico que o ensino da Língua Portuguesa é fundamental”.
No tocante a pesquisa realizada junto aos alunos, podemos detectar
alguns dados:
•
Primeiro o fato de que a Língua Portuguesa é para 100 % deles
fundamental;
•
Segundo a capacidade de elaboração de texto coerente e coeso
somente 50% dos alunos consideram-se aptos;
•
Terceiro, quanto à aquisição do conteúdo necessário ao ingresso na
Universidade 60% acredita possuí-lo.
•
Quarto, no que diz respeito ao conteúdo ministrado durante o curso,
cerca de 80% acredita ter sido insuficiente.
•
Quinto, na visão mais de 70% dos alunos os conteúdos necessários de
Língua Portuguesa não foram trabalhados durante o curso.
Seguem as questões direcionadas aos alunos. Vale ressaltar que as
mesmas são interligadas com intuito de avaliar também a perspicácia dos
universitários no momento em que discursavam sobre cada item.
21
Gráficos em anexo 3.
Pergunta 1: Em seu curso há a disciplina de Língua Portuguesa? Você a
considera importante ou não? Justifique
Pergunta 2: Quanto ao aspecto de coerência e coesão textual, você
acredita estar apto, ou seja, ter domínio de todos os recursos para
elaborar um texto? Justifique.
Pergunta 3: Você acredita que adquiriu o conteúdo necessário para o
ingresso na universidade? Justifique.
Pergunta 4: O conteúdo de Língua Portuguesa ministrado durante o curso
de graduação para você é suficiente? Justifique.
Pergunta 5: Existe algum conteúdo de Língua Portuguesa que para você é
essencial ao exercício da sua profissão, mas não foi ou não será
adquirido até a conclusão do curso? Cite-os.
A maioria das respostas endossa o que abordamos acima sobre a
dificuldade de leitura e interpretação por parte dos alunos. Muitos
universitários, inclusive de últimos períodos, não conseguiram associar as
perguntas que são interligadas. Ou seja, se ao responder na questão 2, sim,
deveria dar a mesma resposta na questão 3.
Outro fator observado foi o fato de alguns alunos questionarem a
quantidade de perguntas e a existência da palavra justifique a qual consideram
certo estorvo visto que implica dissertar, refletir, indagar. Chegaram a dizer que
só o fato de responder sim ou não já seria o suficiente. Outros se esquivaram
afirmando não serem bons para escrever e não poderiam ajudar nas
pesquisas. Orientávamo-los sobre a importância de sabermos a opinião de
cada um, pois somente desta forma teríamos material para nossa pesquisa.
Para a primeira questão obtivemos 100% de concordância entre os
alunos quanto à importância da Língua Portuguesa em seus cursos.
Justamente pelo fato de sentirem necessidade de mais conhecimentos
ortográficos, sintáticos e semânticos.
22
Observem as respostas de uma aluna do último período de Direito:
Pergunta 01:
“Sim, mas não tão intensificada como
deveria. Considero
muito importante, pois o advogado
utiliza de muitos textos.”
Pergunta 02- “ Não, pois não possuo o domínio de todos
os recursos.”
Pergunta 03: “Sim”
Pergunta 04: “Não”
Pergunta 05: “Não”
Ao perceber que a mesma não justificava mais as respostas,
aproximamo-nos e alertamos para a falta de justificativas. Tivemos então, a
seguinte resposta: “Olha, não esqueci não. É que não gosto dessas coisas de
português. Prefiro não escrever mais.”
Talvez para explicar tal comportamento, sirvam as palavras de uma
parte do seguinte estudo feito por Neves in Travaglia (2001:102) quando
entrevistou alguns professores sobre para que se usa a gramática que é
ensinada.
“Quanto à pergunta:” Para que se usa a gramática que é
ensinada?”, Neves registra que a maioria das indicações
se liga ao melhor desempenho linguístico, registrado
como “ falar e escrever melhor” e ligado a sucesso na
vida prática. O melhor conhecimento da língua vem
traduzido em sucesso em concursos e bom desempenho
social e profissional e como instrumento de ascensão
social e segurança, embora também venha apontado
como utilizável “para nada”. O ensino de gramática
(teoria) aparece como algo desligado de qualquer
utilidade ou utilização prática, tendo objetivo em si
mesmo;”
23
É possível que para a universitária em questão a Língua Portuguesa
seja importante socialmente, mas como acima dito não há uma utilização
prática. Talvez o importante para ela seja o aprender os termos advocatícios e
as Leis apenas.
Percebemos uma incoerência enorme nas respostas às perguntas
sucessoras: Pergunta 03
“ Acredito não ter todos os recursos para elaborar um
texto, o que é aprendido na escola com o tempo acaba
sendo esquecido, e a faculdade não explora.” (Direito)
“ Domínio total, não,mas em termos medianos.” (Direito)
“ O domínio de todos os recursos não, mas outros
aspectos básicos, sim. A Língua Portuguesa, em si é
muito complexa e deveria ser melhor estudada.” (História)
“ Não totalmente apta, eu considero o meu domínio da
língua portuguesa um pouco desatualizado em relação a
nova nomenclatura gramatical.” (Administração)
Os alunos manifestam-se através destas dissertações afirmando não
possuírem o conteúdo necessário à elaboração de um texto coeso e coerente.
Responsabilizam o ensino obtido nas modalidades anteriores a universidade.
Outros pontos chamativos são com relação a primeira e última respostas. Visto
que o aluno do curso de Direito diz: “... o que é aprendido na escola com o
tempo acaba sendo esquecido...” e a aluna de Administração declara:
“considero meu domínio da língua portuguesa desatualizado em relação a
nova nomenclatura gramatical.”
Primeiro, o que se aprende e apreende, não se esquece. O que talvez o
estudante de Direito queira ter dito é o fato de a escola enfatizar regras com
pouca ou nenhuma contextualização. Segundo, para a futura administradora
podemos afirmar que a mesma faz uma grande confusão em sua resposta. O
conteúdo administrado não é chamado de nova nomenclatura e sim de
estrutura da Língua em seus campos fonológico, morfológico e semântico.
24
Conforme mencionado, as perguntas são inter-relacionadas, portanto as
respostas deveriam complementar-se justamente o contrário do que se vê.
Na terceira pergunta queríamos saber se o estudante havia adquirido o
conteúdo necessário para o ingresso na universidade. E se ele afirmasse na
questão anterior possuir algum ou total domínio para elaborar textos coesos e
coerentes isto implicaria se considerar apto a ingressar na universidade.
Contudo as respostas dizem o contrário:
“Não porque quanto mais você aprende menos você
percebe que sabe.” (Direito)
O aluno em questão afirmou ter domínio de alguns recursos para
elaborar textos na pergunta anterior.
“Sim, tive uma base satisfatória no ensino fundamental.”
(Direito)
Se isso é verdade por que afirmou na terceira pergunta não se considerar
apto a escrever um texto coeso e coerente?
“Sim, na minha formação como aluno uma ampla gama
de conhecimentos foran abordados, alêm de ter tido bons
professores.” (História)
Este sinalizou na pergunta 03 não ter domínio total para elaborar textos,
mas modifica a opinião na questão 04. Observem nesta resposta equívocos
ortográficos comprometedores a quem garante ter frequentado aulas
ministradas por bons professores. São eles: “ foran ao invés de foram” e “
alêm ao invés de além”.
“Sim, no sentido de treinamento, decorar “macetes” , mas
com dificuldade em aspectos, tais como, interpretação de
texto.” (História)
Ele sustenta a ideia de que não sabe elaborar textos claros e objetivos
referindo-se a aspectos de coerência e coesão em resposta à pergunta
anterior. Como estamos vendo, na citação acima, atesta saber apenas
macetes, ou seja, decorou o considerado por ele essencial para entrar na
universidade. Além de no aspecto sintático fazer a concordância errada ao
25
dizer: “tais como” automaticamente deveria enumerar vários pontos e não um
só.
Quanto às perguntas finais relativas aos tópicos de conteúdo ministrado
durante o curso de graduação e os que sequer foram abordados, mas são de
extrema importância para a formação do profissional; vejamos as ponderações
a respeito:
“Sim, consigo ler e entender com clareza textos, artigos,
enunciados, piadas, reportagens e etc... “ (História)
Embora afirme conhecer diferentes tipos textuais comete um engano
ao utilizar a conjunção e seguida de etc e reticências. Praticando assim, um
dos equívocos mais comum o da redundância.
“Não, porque em concursos é português é o mais
importante então temos que sempre esta estudando.”
(Administração)
Antes de analisarmos a citação acima voltemos à questão 2 onde a mesma
aluna respondeu o seguinte:
“Tenho domínio para elaborar um texto sim, porque no
trabalho
tenho
que
fazer
muitos
relatórios.”
(Administração)
Duas respostas interessantíssimas, visto que a universitária declara ter
domínio de todos conteúdos para a elaboração de um texto, mas ao redigir a
resposta da pergunta 04 escorrega na gramática. Diz que o português é muito
requisitado em concurso. Para isso faz um texto completamente desconexo:
“porque em concurso é (qual o sentido deste é?) português é o mais
importante, então temos que sempre esta (aqui deveria utilizar o verbo no
infinitivo: estar) estudando.”
Para finalizar nosso estudo examinemos a última questão. Cuja
informação a ser recolhida era a aquisição ou não de conteúdos de Língua
Portuguesa essenciais ao exercício da profissão:
“Redação e interpretação” (Direito);
“Todos os conteúdos da Língua.” (História);
26
“Coerência, coesão textual, ortografia, concordância
nominal e concordância verbal.” (História);
“Redação e gramática.” (Administração);
“Penso que na minha área de administração não. A base
para o português deveria vir antes, na época de escola.”
(Administração)
Temos várias opiniões sobre a falta ou não de conteúdos na formação
profissional. A conclusão que chegamos é a de que os alunos reconhecem as
falhas do ensino tanto na educação fundamental quanto universitária.
Aprender, conhecer, manusear as regras gramaticais, explorar campos
morfológicos, fonéticos e semânticos; é uma tarefa contínua. Não se pode
estudar no ensino fundamental, às vezes no ensino médio, dependendo do
curso, e parar na universidade como se o aluno não fosse mais utilizar a
Língua Materna para expressar-se escrita e oralmente.
Este presente estudo comprova entre outras questões mais políticas a
existência de um iato entre os conteúdos ministrados ao longo da vida do
educando, principalmente universitário.
27
CAPÍTULO III
Língua, Universidade e o Profissional.
Estudar, discutir, escrever a língua que falamos é um exercício realizado
por nós desde os primeiros momentos da infância e perpassa por toda a vida.
As queixas são muitas a respeito de sua gramática, das regras e de suas
exceções. Mário A. Perini (2001:47) sustenta que nenhuma outra disciplina é
tão rejeitada quanto o Português:
“Outras disciplinas há que são tão ou mais difíceis, como
por exemplo a matemática e a química e, para alguns, a
história. Mas nenhuma suscita reações tão violentas
como a gramática; parece fácil aceitar que alguém seja
matemático, geógrafo, especialista em cogumelos ou
grande autoridade na fisiologia dos morcegos; mas um
gramático é uma pessoa que todos
28
consideram
excêntrica ou coisa pior.”
Essa ideia povoa o pensamento de muitas pessoas. Inclusive dos
universitários, embora saibam que ela é importante. E confessam não se
considerarem aptos a manejá-la. Como vimos no capítulo anterior, a maioria
tem grande déficit de conteúdos gramaticais ― aliás, algo comprovado pelas
respostas.
Não defendemos que o domínio de regras gramaticais tornará o
universitário um excelente profissional. Levantamos a bandeira de que ele não
deve parar de pesquisar, refletir e estudar. Porém, para isso é necessário o
conhecimento de algumas normas aliado a uma grande vontade de aprender e
apreender conhecimentos que vão além das matérias-base de cada área
universitária. Ou seja, um bom advogado para decodificar normas em nossa
Constituição é preciso ter o hábito de leitura. Pois sabemos da necessidade
dos profissionais dessa área extrair dessas mesmas normas a interpretação ou
perspectiva que melhor atenda às pretensões de seus clientes. Não é por outra
razão que um dos temas mais estudados nos bancos universitários de Direito é
exatamente a hermenêutica jurídica. A fim de assimilar as melhores técnicas
de interpretações que lhes permitirá retirar dos textos o essencial para suas
teses ou ocultar aquilo que lhes desfavorece.
Na pedagogia, por exemplo, como saber qual método ou filosofia mais
adequada a este ou aquele aluno? Por que Vygotsky falava tanto em
aproximar o conhecimento dos alunos, um contribuindo com o outro? E Piaget
que desenvolveu a teoria dos estágios? As respostas a essas questões só
aparecem com o tempo, com análises e práticas. Impossível tê-las sem refletir,
sem amadurecê-las. A leitura, a escrita são fundamentais para tal intento. Um
aluno que não gostar de ler e tão pouco se expressar por escrito jamais
entenderá esta atmosfera.
3.1- O papel da universidade
29
A proposta do ensino de Língua Materna em um ou mais períodos de
qualquer curso de bacharelado consiste em continuar a tarefa iniciada nos
ensinos fundamental e médio de desenvolver a competência comunicativa dos
usuários da língua. Não importa em qual circunstância o mesmo encontra-se,
seja falante ou ouvinte. Segundo Charolles in Travaglia, (2001:18) existem três
capacidades de 5competência textual: formativa, transformadora e qualificativa.
Elas manifestam-se em diversas situações de fala ou escrita.
De posse desses conhecimentos, espera-se do usuário da língua que
no tocante a capacidade formativa detecte na formação de um texto se a
mesma é boa ou ruim.
Já na capacidade transformativa ser capaz de
modificar o texto de várias maneiras resumindo-o, parafraseando-o ou
refazendo-o. E por fim, na capacidade qualificativa o usuário tem condições de
informar a que tipo de texto pertence um trecho ou um texto. Qualificá-lo de
acordo com características se é um bilhete, uma carta, um romance ou uma
crônica, se é religioso ou científico, etc.
Para Travaglia (2001:18) o grande ponto:
“é propiciar o contato do aluno com a maior variedade
possível de situações de interação comunicativa por meio
de um trabalho de análise e produção de enunciados
ligados aos vários tipos de situações de enunciação.”
A cada ano o número de universitários no Brasil cresce e os cursos
também. A democratização universitária, a globalização, a modernidade e a
inclusão digital facilitam e tornam também mais fáceis as informações. Desta
forma o discente muitas vezes acaba “descobrindo” algo que já foi escrito por
outro, contudo utiliza este material sem nenhum receio de estar fazendo algo
de errado.
5
“É a capacidade de, em situações de interação comunicativa, produzir e compreender textos
considerados bem formados, valendo-se de capacidades textuais básicas...”. Charolles
30
De acordo com a educadora Barreto (2004:24), a universidade precisa
motivar os alunos a conhecer a norma padrão e mostrar a importância dela na
expressão escrita:
“O uso padrão da língua tem hora e lugar para acontecer
e é papel da universidade fornecer textos motivadores
para que a língua formal, para que a língua padrão, seja
utilizada em textos dissertativos e/ou argumentativos.
Assim, se os ensinos fundamental e médio não foram
suficientes para inspirar ou seduzir as pessoas para o ato
de escrever, cabe à universidade não deixar que um
indivíduo saia desse espaço sem saber organizar suas
idéias e articular as palavras, transformando-as em
períodos coesos e coerentes que formarão um texto claro
para ele e para seus receptores.
Portanto, escrever é importante antes, durante e depois
da universidade, ou melhor, o ato de escrever se faz
necessário para sempre na vida de qualquer pessoa.”
É fundamental que o sistema universitário compreenda a necessidade
de modificar a grade curricular de alguns cursos e atribuir enorme importância
ao ensino de Língua Materna. Não como reparação de equívocos oriundos dos
ensinos fundamental e médio, mas abrindo um leque de pesquisa e
desenvolvendo habilidades contribuintes da vida acadêmica de cada
universitário. Se ele adquirir o hábito de leitura com as capacidades
mencionadas anteriormente, dificilmente terá problemas ao manifestar-se em
seu meio de trabalho e/ou no meio acadêmico.
Ao fazermos a pesquisa de campo, notamos uma grande resistência à
escrita ainda que não houvesse a necessidade de identificação. Ou seja,
existia certo receio para expressar-se e se alguém iria saber depois de quem
eram aquelas palavras. Se isso ocorresse em um nível médio seria
perfeitamente aceitável, embora já ser cobrado desde então uma postura de
31
pensamento crítico e abandono da lógica do “achismo”, contudo estávamos em
uma universidade.
A convicção de alguns alunos de que a Língua Portuguesa é difícil de
ser aprendida e suas regras então... A associação entre a importância e a
aplicação dela nas grades dos cursos pesquisados foi unânime. Os
universitários têm plena consciência de que se houvessem continuado o
estudo da mesma teriam mais segurança em suas áreas escolhidas.
3.2- O falante da Língua no Mercado de Trabalho.
Segundo a Revista Veja (2007:88), a Língua bem falada e escrita pode
abrir portas de trabalho.
“O bom uso da língua influi na carreira. Um estudo feito
em 39 empresas americanas mostrou que a chance de
ascensão
profissional
está
diretamente
ligada
ao
vocabulário que a pessoa domina. Quanto maior seu
repertório, mais competência e segurança ela terá para
absorver novas ideias e falar em público.”
Diz também que ao deter todas as informações triviais para o bom uso
do idioma é garantia de sucesso pessoal e profissional para todas as áreas de
trabalho. Ainda na revista encontramos informações que garantem a cobrança
de empresas de grande porte com relação ao domínio das normas, uma
palavra mal escrita ou pronunciada pode colocar fim nos planos de pertencer
ao quadro de funcionários destas empresas.
Veja a seguir um quadro muito interessante trazido também pela Revista
Veja (2007:91) sobre erros que o usuário da Língua comete e são
comprometedores no mercado de trabalho:
“Pecados da Língua
32
Dez erros que comprometem a vida social e as
pretensões profissionais de qualquer um.
1 HOUVERAM problemas.
“Houve” problemas. Haver no sentido de existir, é sempre
impessoal.
2 Se ele dispor de tempo.
É erro grave conjugar de forma regular os verbos
derivados de ter, vir e por. Neste caso, o certo é
“dispuser”.
3 Espero que ele seje feliz e Vieram menas pessoas.
Dois erros inadmissíveis. A conjugação “seje” não existe.
E “menos” não concorda com o substantivo, pois é
advérbio e não adjetivo.
4 Ela ficou meia nervosa.
“Meio” nervosa. Os advérbios não têm concordância de
gênero.
5 Segue anexo duas cópias do contrato.
Atenção para a concordância verbal e nominal: “Seguem
anexas”.
6 Esse assunto é entre eu e ela.
Depois de preposição, pronome oblíquo tônico: entre
“mim” e ela.
7 A professora deu um trabalho para mim fazer.
Antes do verbo, usa-se o pronome pessoal, e não o
oblíquo: para “eu” fazer.
8 Fazem dois meses que ele não aparece.
O verbo fazer indicando tempo é impessoal: “faz” dois
meses.
9 Vou estar providenciando o seu pagamento.
O
chamado
gramatical,
“gerundismo” não
mas
é
um
chega
vício
a
33
ser erro
insuportável.
“Vou
providenciar” é mais elegante.
10 O problema vai ser resolvido a nível de empresa.
O febrão do “a nível de” parece ter passado, mas ainda
há quem utilize essa expressão pavorosa. Na frase em
questão, “na” ou “pela” empresa são mais exatos e
elegantes.“
Ainda que o
6
internetês esteja em voga e os usuários da língua
conectados à rede mundial de computadores utilizem-no com grande
frequência, ele não deve “tomar” o lugar da escrita correta. Inúmeras
empresas, principalmente os departamentos de RH queixam-se de candidatos
a vagas despreparados. Quando solicitados para elaborarem um texto ou
falarem um pouco de si e de suas pretensões, muitos utilizam o internetês por
acreditar que estão desta forma “antenados” com o novo. Ledo engano. A
forma como nos comunicamos na internet pode ser informal, no ambiente de
trabalho, não.
3.3-
Propostas
para
o
ensino
da
Língua
na
Universidade.
O ensino de Língua Portuguesa não deve constituir uma disciplina de
reparação ou de nivelamento como diz Valdir Heitor Bartozzo in Claudete
Ghiraldelo (2006:12):
“A compreensão de que o aluno precisava ser suprido de
um conhecimento que não havia conquistado em sua
formação anterior ao ingresso em um curso superior fez
com que a disciplina Língua Portuguesa, embora não
34
explicitamente, assumisse um caráter de disciplina de
nivelamento. Era nela que eram repostos os
conhecimentos considerados faltantes para que os alunos
do ensino superior fizessem uma boa leitura e a escrita
de seus trabalhos.”
Voltamos a dizer que a pesquisa, a reflexão e a exposição de ideias são
primordiais para o indivíduo que frenquenta a universidade. Ler, compreender,
internalizar, apontar, inferir informações de um texto é tarefa que condicionará
a prática profissional. De nada adianta a inclusão desta disciplina na grade
obrigatória se a mesma for ministrada voltada apenas para decorar termos. É
fundamental a contextualização entre o que se aprende e a prática profissional.
Não temos a pretensão de ditar fórmulas e sim trazer à tona esta
discussão do que se ensina de fato, do que os alunos sabem ao certo.
Destacamos alguns itens a serem trabalhados nas disciplinas objeto deste
estudo:
3.3.1- Na graduação de Administração;
O administrador tem como função elaborar relatórios, emitir pareceres,
organizar planos e projetos, arbitrar e produzir laudos com conhecimento
inerentes à organização. Além de pesquisar, analisar, interpretar, coordenar e
entre outras funções planejar e administrar. Por onde começar na elaboração
da ementa da disciplina de Língua Portuguesa?
Primeiro passo é voltar-se para a tipologia textual, leva-se à sala de aula
textos diversos pertencentes aos mais variados gêneros textuais. E provocamse situações reprodutoras de um ambiente de trabalho. Tais como: enviar um
parecer a um órgão ou construir uma análise de orçamento e administração de
material hospitalar, por exemplo.
6
Linguagem utilizada pelos usuários da Internet. Consiste em usar abreviações e símbolos para
simplificar a escrita.
35
Na oralidade, instigar a expressão oral em sala para que o aluno adaptese a falar com diversos grupos. Mas não trabalhinhos onde os alunos fingem
que fizeram e os professores fingem que entenderam. É preciso ser uma
pesquisa de verdade. Se for o caso, por que não agendar umas visitas a
empresas? Quando o aluno vivencia, ele internaliza. E até define se é isso
mesmo que deseja. O contato com a prática esclarece o universitário do que
realmente irá fazer ao término do curso. Na área financeira estudar os
enunciados, trabalhando com inferências e/ ou exatidão de informações a fim
de compreender realmente o porquê do cálculo.
3.3.2- Na graduação de Direito;
O aluno formado em Direito torna-se bacharel e como tal está
autorizado a atuar como advogado na defesa de seus clientes, em
três
instâncias: penal, civil ou trabalhista. Deve estudar as leis do Brasil. Há
também a possibilidade de dedicar-se a carreira pública sendo delegado, juiz
ou promotor público.
O que o aluno da área de Direito deve esperar da Universidade
enquanto ao conteúdo de Língua Portuguesa, ainda que optativa? O
graduando de Direito precisa desenvolver competências, habilidades e
aptidões no tocante a sua qualificação profissional. É necessário ampliar os
conhecimentos de interpretação, principalmente das leis e fazê-lo expressar-se
nas modalidades oral e escrita da Língua perfeitamente.
A argumentação, a dissertação se faz presente no dia a dia de um
advogado. Para este aluno, o espaço universitário deve propiciar o contato
com a leitura e a escrita crítica ora defensiva ora agressiva. Se o mesmo não
conhecer, ou melhor, reconhecer textos, apontar elementos sintáticos tais
como: sujeito, complementos verbais e nominais pode levar todo um trabalho
ao lixo. Vez ou outra a mídia nos traz informações de juízes reclamando de
petições mal redigidas. Introduções intermináveis, onde não se sabe quem é
algoz quem é vítima. Portanto uma das formas de se resolver este impasse é a
36
ênfase na leitura e na produção textual. Não com temas aleatórios, mas sim
voltados para a prática advocatícia. O professor deve levar para sala de aula
casos e propor aos alunos a análise dos mesmos. Sem esquecer de trabalhar
vocábulos oriundos do latim e muito utilizados na doutrina. Como em todas as
outras áreas de estudo são fundamentais a prática e a pesquisa sempre e não
somente no estágio ou ao término do curso.
3.3.3- Na graduação de História
O aluno do curso de história poderá atuar em universidades, arquivos,
museus, editoras e instituições do poder público e privadas, também nas
escolas de ensino fundamental e médio, se obtiver a licenciatura, como
professor do 6° ao 9° ano e 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio. Está apto além
do magistério, a selecionar, organizar e planejar produções documentais,
construir textos de memórias, pesquisar e definir políticas envolvendo
patrimônio.
Se num curso de História este tiver do professor uma cobrança para que
aprenda todas as classificações das orações coordenadas e subordinadas,
mas não souber, por exemplo, como construir uma resenha, fazer um resumo,
um cronograma de acontecimentos de uma determinada época, será em vão
suas idas às aulas de Língua Portuguesa. Não estamos condenando o ensino
da sintaxe, apenas precisamos atrelar o estudo da estrutura da Língua ao
estudo da História e ao desenvolvimento de competências necessárias a um
graduando deste curso. Ler, ler e reler é a base de estudo para qualquer aluno.
Ainda mais de História. Inferir opiniões implícitas ou explícitas faz parte do
cotidiano de um historiador. Posicionar-se diante dos fatos de forma parcial ou
imparcial só será possível com o desenvolvimento de competências adquiridas
nas aulas de Língua Portuguesa.
37
CONCLUSÃO
A Língua Portuguesa é a Língua oficial aqui no Brasil e em mais sete
nações: Angola, Cabo-verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé
e Príncipe e Timor-Leste. Possui 240 milhões de falantes. E desde a sua
origem derivada do Latim vulgar sofreu e sofre transformações até hoje.
Após tornar-se Língua oficial na Reforma Pombalina nos cursos
secundários e com a criação de cursos superiores, nas Universidades, muito
se questiona a respeito da aplicação de seu conteúdo em sala de aula. Por ser
através dela que nos comunicamos, demonstramos pensamentos, posições e
interagimos com o outro. Portanto, entendê-la, conhecê-la a fundo se faz
extremamente necessário ainda mais para o universitário preste a entrar no
mercado de trabalho.
Esse cada vez mais exigente e dinâmico só absorve profissionais
qualificados. Uma das exigências feitas aos profissionais é o conhecimento da
estrutura de seu idioma em vários aspectos: fonológicos, sintáticos e
semânticos. Escrever e falar bem é cada vez mais importante. Seja no local de
trabalho, seja na universidade ou com amigos.
O
mercado
de
trabalho
vem
sinalizando
o
quanto
cresce
profissionalmente o candidato detentor de um extenso vocabulário. As
empresas não perdoam deslizes. Elas deixam clara a importância do estudo da
Língua Portuguesa, ou seja, mostram ao candidato que não é suficiente saber
as matérias-base é preciso empenhar-se em expressão oral e escrita.
Essas habilidades não são copiadas, são adquiridas com prática. Por
isso as universidades têm papel fundamental na formação desse profissional.
Desta forma não se desvincula de seu objetivo: o ensino, a pesquisa e a
extensão.
A pesquisa realizada no campus universitário traz à tona a discussão
sobre a importância da Língua Portuguesa no Ensino Superior. Esta vem
38
perdendo espaço nas grades curriculares obrigatórias dos cursos universitários
contribuindo para a má formação profissional desses universitários.
Realizamos a pesquisa de campo na Universidade Gama Filho junto ao
corpo docente e discente. Onde recolhemos dados para esse trabalho
monográfico. Sendo assim tentando provar a como a Língua Portuguesa faz
falta na grade curricular universitária.
Deparamo-nos com a resistência de alguns alunos e professores a
participar desta pesquisa. Muitos alegaram não “ter paciência” para escrever e
muito menos justificar cada resposta. Em anexo trazemos os questionários
aplicados e os gráficos respectivos.
Diante do quadro, propomos maneiras de trabalhar os conteúdos
curriculares dentro de cada área, neste caso em específico, as áreas de
Administração, Direito e História, por terem sido os cursos pesquisados.
Primeiro defendemos a contextualização, sempre. Estudar, mas sem
saber para que serve esta ou aquela informação fica inviável a compreensão
do conteúdo. Outro fator é a extrema atenção reservada às regras gramaticais
com frases soltas e não num contexto.
Se os professores ao invés de repetirem regras, em alguns casos,
“macetes”, propuserem oportunidades de debates, elaboração de projetos,
resolução de problemas, visitação as instituições onde o aluno futuramente
poderá trabalhar, a proposta de trabalho será muito mais atrativa para o aluno.
Visto que, durante a graduação o universitário terá nas aulas de Língua
Portuguesa momentos não de “decoreba”, mas de aplicação da estrutura da
Língua de fato em sua área de trabalho.
BIBLIOGRAFIA
39
ALBUQUERQUE, Elaine Borges de. Mudanças Didáticas e Pedagógicas da
Língua Portuguesa: apropriações de professores. São Paulo: Autêntica, 2002.
CÂMARA JR, Joaquim Matoso. Manual de expressão oral escrita. 21 ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.
DEMO, Pedro.Leitores para sempre. Porto Alegre: Mediação,2006.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever,
aprendendo a pensar.Rio de Janeiro: FGV,2006.
GERALDI, João Vanderley (org.) O texto na sala de aula. 3° edição,São Paulo:
Ática, 2001.
GHIRALDELO, Claudete Moreno (org.). Língua Portuguesa no Ensino
Superior: experiências e reflexões. São Paulo: Claraluz, 2006.
LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: ática, 2000.
MURRIE, Zuleika de Felice (org.). O Ensino de Português. São Paulo:
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PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 2001.
REVISTA VEJA, n°2025, 12 de setembro de 2007,p. 88.
TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de
gramática no 1° e 2° graus. E ed. São Paulo: Cortez, 2001.
WEBGRAFIA
40
BARRETO, Cíntia. A importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua
Portuguesa.www.cintiabarreto.com.br.acessado em 03/04/2009.
ROSÁRIO, Mária José Aviz e SILVA, José Carlos da. A Educação Jesuítica no
Brasil Colônia. www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009.
VIDEIRA
RAMOS
LOURENÇO,
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Língua
Portuguesa:
nosso
instrumento de trabalho. www.Ufrr.br acessado em 03/04/2009.
WIKIPÉDIA, www.wikipédia.com.br A origem da Língua Portuguesa acessado
em 10/05/2009.
BIBLIOGRAFIA CITADA
41
BARRETO, Cíntia. A importância do Ato de Escrever no Ensino de Língua
Portuguesa.www.cintiabarreto.com.br.acessado em 03/04/2009.
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Superior: experiências e reflexões. São Paulo: Claraluz, 2006.
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REVISTA VEJA, n°2025, 12 de setembro de 2007,p. 88.
ROSÁRIO, Mária José Aviz e SILVA, José Carlos da. A Educação Jesuítica no
Brasil Colônia. www.ufpi.br/mesteduc/eventos acessado em 15/04/2009.
TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de
gramática no 1° e 2° graus. E ed. São Paulo: Cortez, 2001.
WIKIPÉDIA, www.wikipédia.com.br A origem da Língua Portuguesa acessado
em 10/05/2009.
ANEXOS
Índice de anexos
42
Anexo 1
Mapa dos países que têm a Língua Portuguesa como idioma oficial. 44
Anexo 2
Questionários da pesquisa de campo
45
Anexo 3
Gráficos
47
ANEXO 1
43
Em destaque, países e regiões onde o Português é língua
oficial.
(www.wikipédia.com.br acessado em 10/05/2009)
ANEXO 2
Questionário direcionado aos alunos
44
Pesquisa para trabalho monográfico.
Tema: A Língua Portuguesa no Ensino Superior
Por: Ana Paula S. Rocha
Universidade Gama Filho
Curso: __________________________________ Período:___________
1- Em seu curso há a disciplina de Língua Portuguesa? Você a considera
importante ou não? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2-Quanto ao aspecto de coerência e coesão textual, você acredita estar apto,
ou seja, ter o domínio de todos os recursos para elaborar um texto? Justifique.
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3-você acredita que adquiriu o conteúdo necessário para o ingresso na
universidade? Justifique.
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4-O conteúdo de Língua Portuguesa ministrado durante o curso de
graduação para você é o suficiente? Justifique.
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5-Existe algum conteúdo de Língua Portuguesa que para você é essencial ao
exercício da sua profissão, mas não foi ou não será adquirido até a conclusão
do curso?
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Questionário direcionado aos professores
45
1- Professor (a), o ensino de Língua Portuguesa é essencial para a
formação do profissional do curso no qual o (a) senhor (a) trabalha? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2- Em sua disciplina, ao avaliar seu aluno, o (a) senhor (a) atribui alguma
importância às questões ortográficas e de coerência e coesão? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
ANEXO 3
GRÁFICOS
46
Importância da Língua Portuguesa na Graduação.
Questão 01 p/ alunos e professores.
100%
80%
60%
Alunos
Professores
40%
20%
0%
SIM
NÃO
Consideração dos aspectos ortográficos e
gramaticais, tais como coerência e coesão, na
avaliação dos exames. Questão 02 p/ professores.
100,00%
80,00%
60,00%
SIM
NÃO
40,00%
20,00%
0,00%
Aptidão para produzir textos dentro das regras
gramaticais. Questão 02 p/ alunos.
47
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Consideram-se aptos
Consideram-se
inaptos
Consideram-se aptos
a escrever alguns
textos na área de
formação respectiva
Aquisição de conteúdo necessário ao ingresso na
universidade. Questão 03 p/ alunos.
70,00%
60,00%
50,00%
Sim, afirmam ter
adquirido todo o
conteúdo
Não, consideram o
conteúdo adquirido
insuficiente
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Alunos
Satisfação do aluno quanto ao conteúdo de
língua portuguesa ministrado na graduação. Questão 04 p/
alunos.
48
80%
70%
60%
50%
Não estão satisfeitos
40%
Estão satisfeitos
30%
20%
10%
0%
Conteúdo da língua portuguesa que não foi trabalhado
na universidade. Questão 05 p/ alunos.
80,00%
70,00%
60,00%
Afirmaram que todo
conteúdo foi
trabalhado
Afirmaram que não
foi abordado todo o
conteúdo
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
ÍNDICE
49
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
A Língua Portuguesa
10
1.1 – A formação de Portugal
10
1.2– A origem e a evolução da Língua Portuguesa
11
1.3 – O ensino de Língua Portuguesa no Brasil
13
2.0– O ensino superior brasileiro
14
CAPÍTULO II
A Língua Portuguesa na Universidade
17
CAPÍTULO III
Língua, Universidade e o Profissional
28
3.1– O papel da Universidade
29
3.2– O falante da Língua no Mercado de Trabalho
32
3.3– Propostas para o ensino da Língua na Universidade
34
3.3.1– Na graduação de Administração
35
3.3.2– Na graduação de Direito
36
3.3.3– Na graduação de História
37
CONCLUSÃO
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
40
BIBLIOGRAFIA CITADA
41
ANEXOS
43
50
ÍNDICE
50
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