INOVAÇÃO, UNIVERSIDADE E INTEGRIDADE
NA PESQUISA
Chanceler
Dom Dadeus Grings
Reitor
Joaquim Clotet
Vice-Reitor
Evilázio Teixeira
Conselho Editorial
Ana Maria Lisboa de Mello
Augusto Buchweitz
Beatriz Regina Dorfman
Bettina Steren dos Santos
Clarice Beatriz de C. Sohngen
Carlos Graeff Teixeira
Elaine Turk Faria
Érico João Hammes
Gilberto Keller de Andrade
Helenita Rosa Franco
Ir. Armando Luiz Bortolini
Jane Rita Caetano da Silveira
Jorge Luis Nicolas Audy – Presidente
Lauro Kopper Filho
Luciano Klöckner
Nédio Antonio Seminotti
Nuncia Maria S. de Constantino
EDIPUCRS
Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor
Jorge Campos da Costa – Editor-Chefe
Jorge Luis Nicolas AUDY
Marilia Costa MOROSINI
Organizadores
INOVAÇÃO, UNIVERSIDADE E INTEGRIDADE
NA PESQUISA
Porto Alegre
2012
© EDIPUCRS, 2012
CAPA Rodrigo Valls
REVISÃO DE TEXTO Fernanda Lisbôa
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Andressa Rodrigues
I58
Inovação, universidade e integridade na pesquisa [recurso
eletrônico] / org. Jorge Luis Nicolas Audy, Marilia Costa
Morosini. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2012.
130 p.
Textos em português e inglês
ISBN 978-85-397-0179-7 (on-line)
Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader
Modo de Acesso: <http://www.pucrs.br/edipucrs>
1. Educação Superior. 2. Universidades – Pesquisas.
3. Inovação. I. Audy, Jorge Luis Nicolas. II. Morosini, Marilia Costa.
CDD 378.155
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas
gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial,
bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também
às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código
Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998,
Lei dos Direitos Autorais).
Sumário
Prefácio......................................................................................6
The Ethics of Innovation: Institutional Integrity,
Research Integrity, Conflicts of Interest and the
Public Trust ................................................................................7
Jane Robbins, PhD
Conducta Responsable en
Investigación y Docencia......................................................44
Miguel Zabalza
Integridade Ética e Científica da Pesquisa.........................63
Ricardo Timm de Souza
International and National Initiatives toward
Policies and Training Programs on Research
Integrity and Responsible Conduct of Research................79
Vasconcelos, SMR; Sorenson, MM
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas............................92
Dr. José Roberto Goldim
Internacionalização no Brasil e
Condicionantes da Integridade na Pesquisa...................105
Marilia Costa Morosini
Jorge Luis Nicolas Audy
Prefácio
A Reitoria da PUCRS, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa
e Pós-Graduação, realizou o sexto evento internacional sobre
Inovação na Universidade. Em 2006, a temática foi Inovação e
Empreendedorismo; em 2007, Inovação e Interdisciplinaridade;
em 2008, Inovação e Qualidade; em 2009, Inovação e relação
com a Sociedade; em 2010, Inovação e Internacionalização na
Universidade.
O sexto evento teve como tema “Inovação, Universidade e
Integridade na Pesquisa” e ocorreu nos dias 31 de agosto e 1 de
setembro de 2011, dirigido aos diretores, coordenadores, professores
da instituição e de outras IES.
O tema orientador do seminário – Integridade na pesquisa
– intentou oportunizar a reflexão do papel da universidade frente
aos desafios do crescimento da produção científica com qualidade,
idoneidade, responsabilidade e se consubstanciou nos seguintes
objetivos:
* Configurar e mapear as inovações na
educação superior brasileira e internacional
relativa à integridade na pesquisa;
* Conhecer experiências internacionais
relacionadas à temática do evento; e
Propiciar um espaço de reflexão e discussão
sobre a integridade na pesquisa e produção
científica na universidade.
Este e-book condensa os textos do seminário Inovação,
Universidade e Integridade na Pesquisa. Serve este material
como polo difusor da ideia de uma universidade de seu tempo da
qual possamos tirar lições de potencialidades inovadoras.
Gostaríamos de expressar nossos agradecimentos à Comissão
Organizadora, integrada por
* Jorge Luis Nicolas Audy;
* Marilia Costa Morosini;
* Ellen Regina Mayhé Nunes;
* Carla Denise Bonan;
* Rosemary Sadami Arai Shinkai;
* Edimara Mezzomo Luciano;
* Marli Elizabeth Ritter dos Santos;
* Ricardo Timm de Souza;
* Maria Inês Corte Vitória;
* Jussara de Azambuja Loch;
* Vanessa Moura de Mattos;
* Bruna Behr.
Obrigado.
Jorge Luis Nicolas AUDY
Marilia Costa MOROSINI
(Orgs).
The Ethics of Innovation: Institutional Integrity, Research
Integrity, Conflicts of Interest and the Public Trust
Jane Robbins, PhD
McGuire Center for Entrepreneurship
University of Arizona
Contact: [email protected]
robbinsjane@gmail.
The question of integrity in research is inseparable from that of
the integrity of universities as institutions. The product of that integrity,
or its benefit, is public trust, a bellwether for support of both science
and universities. To the extent that university research is associated with
innovation, the relationship between research integrity, institutional
integrity, and public trust therefore creates a new area of concern for
universities: what we might call the “ethics of innovation.”
In raising the issue of the ethics of innovation, I approach the
question of research integrity from a systems perspective (Laszlo 1972;
Von Bertalanffy 1974). Traditionally, research ethics has been narrowly
conceived in either transaction terms (as a transaction between a scientist
and an industry funder, for example) or in public policy terms (as
compliance with a set of rules). In raising it up to a more systemic level,
I argue that the structure of the research enterprise itself is inhibiting
not only research integrity and institutional integrity, but innovation
itself. Increasing innovation and achieving both institutional integrity
and research integrity will require changes to the research system, and
to the culture of research. This means that the questions of research
integrity are, in the final analysis, not problems of science or policy, but
problems of leadership and management.
In this sense, a systems approach is consistent with the definition
of research integrity that I use here. I define research integrity as:
This definition communicates the idea of “wholeness” that
is at the root of the word integrity; it emphasizes that integrity is a
product of a relationship among elements, not the elements or the
activities themselves. This is quite different from the way in which
integrity was presented in the IOM’s study, Integrity in Research
(2002). Although the report introduced the idea of a need for “a
culture in which high ethical standards are the norm . . .and public
confidence in the scientific enterprise is preserved” (4), the actual
definition listed an apples-and-oranges, and non-mutually-exclusive,
set of virtues, objectives, behaviors, and policy requirements that
they labeled as “practices” (IOM 2002, 34-35). Integrity is a product
or outcome; it is visible. Other aspects of my definition emphasize the
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
the consistent relationship among the values embodied in the scientific method,
the publicly stated goals of research activities, and the actions of the scientists
and the institutions that participate in the research enterprise.
9
importance of avoiding the fallacy of lip service selection, evaluated
in terms of alignment between action and representation.
To understand, and to achieve, research integrity requires an
understanding of conflict of interest, both what is called “institutional
conflict of interest (ICOI) and “individual conflict of interest” (COI).
The Association of American Universities (AAU) has used narrowly
tailored definitions of both ICOI and COI for ten years. According to
the AAU, these definitions are:
1. Individual Conflict of Interest: “...situations in which
financial considerations may compromise, or have the appearance of
compromising, an investigator’s professional judgment in conducting
or reporting research. The bias such conflicts may conceivably impart
not only affects collection, analysis, and interpretation of data, but
also the hiring of staff, procurement of materials, sharing of results,
choice of protocol, involvement of human participants, and the use of
statistical methods; and”
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
10
2. Institutional Conflict of Interest: “...may occur when the
institution, any of its senior management or trustees, or a department,
school, or other sub-unit, or an affiliated foundation or organization,
has an external relationship or financial interest in a company that
itself has a financial interest in a faculty research project. Senior
managers or trustees may also have conflicts when they serve on the
boards (or otherwise have an official relationship with) organizations
that have significant commercial transactions with the university. The
existence (or appearance ) of such conflicts can lead to actual bias, or
suspicion about possible bias, in the review or conduct of research at
the university. If they are not evaluated or managed, they may result in
choices or actions that are incongruent with the missions, obligations,
or the values of the university.” (AAU 2001, i).
These definitions were developed following a US Government
Accounting Office report raising concerns about conflicts of interest
despite regulations already in place on individual conflict of interest—
since 1995 for the U. S. Public Health Service and 1998 for the Food
and Drug Administration (U.S. GAO 2001). The PHS/HHS and
FDA regulations were put in place after promised self-regulation by
universities was unsuccessful.
The Ethics of Innovation...
See Friedman 2002 on this close relationship and the tendency to focus on misconduct and human subjects. On
research misconduct and its closer connection to individual conflicts of interest, see Institute of Medicine 2002.
2
What initially appeared to be individual financial conflicts of interest have received more, and earlier,
attention from the public as well as the government and university associations and to some extent from
scholars (Association of American Universities February 1985; Association of American Medical Colleges
1990; Association of American Universities 1993; Slaughter and Leslie 1997).
3
In 2008 universities received $51.47 billion in sponsored research, the majority from government agencies,
and received 3,280 new (issued) patents, roughly comparable to recent years. In 2005, when research funds
were $42 billion, 15,115 patent applications were made on 17,382 disclosures filed by fewer than 200 survey
respondents, 69.9% of which were provisional; the ratio of patent applications to invention disclosures was
59%, up from 26% in 1991; and there were 628 spin-offs. The government was a major source of start-up
financing, with less than 20% of start-up funds coming from venture capital; 91% of licenses from universities
1
The Ethics of Innovation...
11
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Readily apparent in the definitions are the narrow tailoring of
conflict of interest to research, the close ties between individual and
institutional forms of conflict, and the emphasis on disclosure and
management.1, 2 AAU (and AAMC, with whom they worked closely on
these issues after prompting by the), have approached both individual
and institutional conflict of interest from a compliance standpoint—an
approach considered to be ineffective and outmoded by many ethicists
(see, e..,g Coughlan 2005; also see Davis 2007). Following convention
on individual policy, they advocated disclosure as the keystone of ICOI
policies, supported by separation of decision making between research
and investment functions, and the development and implementation of
management plans on a case-by-case basis. The guiding principles to
these three key components were to be transparency and the effectiveness
of the process and the safeguards put into place; the goal of the conflict
management process objectivity in research.
These recommendations were made despite recognition that
disclosure and flexibility in management might be inadequate; that
“firewalls” may not be possible; and that university technology transfer
activities have prompted the scrutiny of conflict of interest that has
grown since the passage of the Patent and Trademark Law Amendments
Act in 1980 (PL 96-517, known as the “Bayh-Dole Act”), which
officially gave universities the right to retain ownership to federally
funded research (AAU 2001, 3). This right to patent and receive royalty
income from university research, and the associated activity of taking
equity interests in companies in order to improve on the unsatisfactory
licensing potential of many patents (Lowe 2002), is increasingly
understood within university and academic medicine groups to be at
the core of ICOI (Martin March 28, 2001; AAMC 2002; Martin and
Reynolds 2002). 3 Notwithstanding, recommendations for dealing with
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
12
conflict of interest have tended to bypass the direct address of patent
and equity issues and their potential effects, such as the selection of
research projects (Baldwin 2002), in favor of disclosing and managing
existing conflicts themselves.
In addition, although by AAU’s own admission the concept of
ICOI was, at that time of defining it, poorly understood, it remains the
preferred definition of the AAU. Yet for precisely the lack of clarity
around the concept, after a decade of discussion about the need for
institutional conflict of interest policy, there are few detailed ICOI
policies to be found among AAU universities; many have tried to create
them, and some have abandoned the effort. Those policies that do exist
were produced following the AAU and AAMC reports of the early
2000s; in part because of the difficulty of the subject, they tend to be
conceptually and procedurally general; some are limited in application
to human subjects research or over-dependent on individual policies
that do not address institutional issues. As with the definition, they
tend to follow the standard disclosure/management approach used for
decades for individual COI (Slaughter, Feldman and Thomas 2009).
Nevertheless, the implications of ICOI have been expressed
by the AAU as extending well beyond research misconduct issues
surrounding clinical trials to penetrate the bedrock of the university: its
foundation claims to being disinterested producers and disseminators of
knowledge and service institutions deserving of nonprofit status (AAU
2001). Hallmarks of the university system, including peer review;
objective research design, data analysis and publication in scientific
journals; free access to knowledge; even the recruitment and training
of doctoral and postdoctoral students, are seen as compromised in ways
that risk a loss of public trust not only in science, but also in universities
themselves (see, as a few examples Blumenthal, Epstein and Maxwell
1986; Blumenthal, Gluck, Louis, et al. 1986; Rennie and Flanagin 1994;
Blumenthal, Causino, Campbell, et al. 1996; Blumenthal, Campbell,
Causino, et al. 1996; Angell 2000; Bodenheimer 2000; Blumenthal
2001; Bodenheimer and Cummings 2001; Eisenberg 2001; Freeman,
to start-ups were exclusive; 98% of licenses to startups from hospitals and research institutes were exclusive.
While these “counts” clearly indicate private capture, they also raise questions about the goals of research
and the logic of the system, particularly as universities have the right, but not the obligation, to either patent
or license exclusively. In one survey, 71% of university technology transfer offices stated that generation
of income is the most important goal of their office, yet losses from technology transfer offices are actually
growing over time. (Thursby and. Thursby. 2001; Powers and Campbell 2010).
The Ethics of Innovation...
Public awareness occurs through a variety of means, from investigative journalism, lawsuits, drug recalls,
and tragic events. Perhaps the best known case of the latter is the death of Jesse Gelsinger at the University
of Pennsylvania, which in many ways brought the complex web of institutional, individual, and industry
interests characteristic of much university-based medical research into both the public and policy eye. The
circumstances, however, were not unusual; as one university administrator I have interviewed told me,
“everyone looked at it and said, there but for the grace of God go we.”
4
The Ethics of Innovation...
13
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Weinstein, Marincola, et al. 2001; Somerville 2002; Campbell,
Clarridge, Gokhale, et al. 2002; Campbell, Weissman, Clarridge, et al.
2003 Meeier 2004; Miller 2007; Judson 2004; Avorn 2006; Timmerman
and Heath 2005; Bekelman and Li 2003).
Because both ICOI and individual COI have been approached
as a matter of legal compliance to policy, they have grown within their
carefully constructed rule structures as university-industry commercial
relations have grown or breaches of research ethics conducted
under university auspices have become public knowledge, and have
failed utterly to either reduce or to eliminate conflicts that raise
questions about integrity. 4 Scrutiny of conflict of interest is, in fact,
expanding. While concerns over conflict of interest and tend to wax
and wane according to public pressure, for a long time that pressure,
and discussion of how to respond, was somewhat contained to the
participants in the research enterprise, primarily the government and
research universities (in addition to the above, see, e.g Angell 2004;
Medical Technology Leadership Forum 2006; Federation of American
Societies for Experimental Biology 2006; The Royal Society April
2003). Increasingly, however, as policy pronouncements from within
science have produced little change, scrutiny has spilled over into the
mainstream, such that a wide range of journalists and scholars outside
of scientific fields are writing and raising questions about the integrity
of the research enterprise, particularly as it relates to pharmaceutical
and other health care research and delivery (see, e.g (Greenberg 2001;
Krimsky and Nader 2003; Washburn 2005; Stein 2003; Brody 2007;
Wilson 2009; Fauber 2009; Radder 2010; Elliott 2010; Duff 2010). The
government itself has reacted, with serious claims that the National
Institutes of Health (NIH), the major funding agency of medical
research, has willfully ignored financial COI, creating an “ethical
Potemkin village where a hollow system appears to provide the illusion
of integrity” (Brainard 2008; Nature 2006).
Despite growing interest and pressure in institutional conflict
of interest, however, and the recognition that conflict of interest is
increasing rather than decreasing, individual conflict has remained
the focus of policy, both government and internal to universities. Not
only has a recent major government initiative for revision to conflict of
interest policy resulted in largely cosmetic changes to individual policy,
but the question of a regulatory definition of institutional conflict of
interest has been tabled due to resistance from industry and, especially,
the AAU.5 This has occurred despite several strong argumentsfor
attending to institutional conflict of interest (for a summary, including
those of the author, see Crumel and Sorensen 2010).
The reasons for this are several. I outline them in the next
section, followed by an analysis and discussion of the inadequacy
of current policy approaches to foster integrity. I then propose an
alternative, organizationally focused approached to managing the ethics
of innovation that would provide the conditions for both research and
institutional integrity, and thus maintain the public trust in science and
universities. This approach will require leadership from all sectors of
the research enterprise: individual scientists, their institutions, industry,
and government. In the case of international collaboration, these efforts
have an additional layer of complexity, also addressed in the last section.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
14
The Challenge of Crafting Policies for Institutional
Conflict of Interest
To begin to understand why ICOI, and indeed, COI in general, is
an organizational and cultural rather than a policy issue, we can consider
the primary obstacle to progress: resistance. Efforts, including by the
NIH, to tighten ethics rules have been met with resistance, even threats,
from scientists themselves, as in the near-rebellion to the 2008 efforts
to tighten ethics rules at NIH. Nearly 40% of NIH grantee institutions
did not respond to a request by the Office of Inspector General of the
Department of Health and Human Services (HHS), which oversees
NIH, for information ICOI policies and procedures (HHS 2011). The
AAU, jointly with AAMC, has asked that that the federal government
not regulate ICOI, stating that it is “unwarranted and impracticable,”
The full original notice of proposed change to rulemaking and call for comments; all public comments
submitted, including those of the author; the proposed rulemaking itself; and call for comments on the
proposed rules are available online at http://www.NIH.gov. Search for “Responsibility of Applicants
for Promoting Objectivity in Research for Which Public Health Service Funding Is Sought and
Responsible Prospective Contractors.”
5
The Ethics of Innovation...
and recently, with the additional collaboration of the Biotechnology
Industry Organization (BIO), Association of University Technology
Managers (AUTM), and several other higher education organizations,
asked for increased leeway on conflict of interest rules in general (AAU
and AAMC 2009; BIO, AAU, ACE, et al. 2011).
Interviews with AAU member universities on conflict of interest
at the time of developing ICOI policies illuminate the major reasons
why attempting to regulate ICOI, and COI generally, meets so much
resistance.6 At the heart of the resistance may be a simple failure to agree
both among partners and within scientific communities—all exacerbated
by fear of loss of funding. A number of good faith efforts were made after
the initial studies in the early 2000s, including an effort to push beyond
the individual conflict issue to the broader concern; COGR developed
a process approach for developing an ICOI policy, essentially a set of
questions and steps, as a general guide to policy formation. But a set
of increasingly complex questions about the nature and scope of policy
procedures has plagued development of ICOI policy and prevented it from
moving beyond the over-general. This includes a question at the heart of
the policy process that has been, in effect, paralyzing. That question is,
what’s wrong with conflict of interest anyway?
15
Questions About Scope and Approach
I interviewed 15 senior administrators concerned with institutional conflict of interest, including
presidents, general counsels, and COI committee members; interviews ranged from 20 minutes to 2 hours
and 15 minutes, usually depending on whether the conversation was primary or seeking supplementary
information; the average was just under one hour. I have also analyzed, at periodic intervals as policies have
evolved, the base policies and ancillary materials (disclosure forms, enforcement templates, etc.) of AAU
universities. For details of a comprehensive review of policies in 2004, see Robbins 2004; for anupdated
review, see Robbins, forthcoming; observations here apply to both time periods.
6
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
A typical comment about determining nature and scope of ICOI
was: “Do we publish a general policy with general implementation;
a detailed policy with detailed implementation; a general policy with
detailed implementation; etc.?” Everyone was afraid to be first mover,
or to be too specific. Although most policies remain over-general, it was
recognized that an overbroad policy risked becoming irrelevant.
While discussion of ICOI has helped to raise consciousness about and
appreciation for its subtleties and interconnections involved, many of which
were laid out more than 15 years ago by Emanuel and Steiner (Emanuel and
Steiner 1995), the complexity of the problem, “a tangled web,” has proved
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
16
daunting. With only one exception, interviewees expressed a common
view that the institutional issue was more complex than the individual
one, and have concluded that the procedures and approaches being used to
handle individual conflicts did not lend themselves to wholesale transfer to
institutional issues; they “break down,” as one interviewee put it.
Nevertheless, ICOI has been conceived a “bigger” version of
individual conflict, producing a perhaps natural tendency toward a
compliance orientation--compliance with regulations that don’t yet
exist—and a parallel to individual policies, including disclosure, and
management as keys, and separation of decision making. In part the
parallel is due to the fact that ICOI was being driven from within
the research area, the traditional home for individual COI, rather
than at the President or Trustee level; getting this higher level of
attention was “a challenge.” This is related to a question with which
most institutions have struggled: Where should policy- and decisionmaking authority reside? Many institutions have recognized that, as
one interviewee put it, “How can the institution manage institutional
conflicts?” Similar questions have arisen out of efforts to define a
process for information flow and the kick-up of cases to an impartial
arbiter. Out of this has arisen the question of whether institutional
conflict of interest is a job for an internal or an external (i.e., with no
university association) group; Trustees (and increasingly Presidents)
have ties to technology transfer foundations and other corporate
entities interesting in university research, and the notion of external
reviewers for ICOI makes many universities nervous.
Also consistent with individual COI policy is the question
of how clearly bound policy parameters should be. There has been
marked disagreement over the extent to which activities covered
by the policy should be rigidly defined or, as has been traditionally
recommended and followed, looked at on a case-by-case basis, with
no firm prohibitions. A continued focus on disclosure may cloud
these questions of boundaries; in addition, questions of reciprocity—
equal rules for institutions as for faculty—have arisen.
Segregation of decision making from financial activities was
recommended by the AAU as a key goal in managing institutional
financial holdings, but there has been much doubt about whether
firewalls, used commonly in the financial industries, contribute
The Ethics of Innovation...
In some companies where patents are important, firewalls assist in gaming the system, such as in meeting
the best-mode requirement.
7
The Ethics of Innovation...
17
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
to solving ICOI. The reasons for this vary. A general sense is that
firewalls, for all intents and purposes, already exist, in the sense that
university functions are so spread out, with little communication or
coordination.7 Yet there are others who claimthat, with the “bench to
bedside” time shrinking and the work requiring close coordination at
all stages, ithas become harder “to separate the investigator from the
marketer”; that a risk exists for insider tradingamong institutional
officials who could readily ascertain research status; or that it is
impossible to everfully identifying conflicts due to the complex
genealogies, or “layers,” of relations that evolve, bothbecause of
the breadth of people covered by the policy and the indirect transfer
of tools and materials. That is, even with disclosure, second-hand
connections could remain undetectable.
The question of how to address equity in start-ups or other
licensing deals presents one of the most strenuous sources of debate
over prohibitions and the rigor of provisions. At the same time, it is an
area of increasingly common activity among institutions given licensing
limitations, often with a tu quoque rationale. As one interviewee said,
“There’s huge pressure to do so--everybody’s doing it, and it really
is everybody. It’s a huge issue.” But there is also a recognition that
“institutions are making themselves conflicted, are pushing themselves
into being conflicted. . .through intellectual property policy” and that
government rules are also implicated in financial conflict. One strongly
averred that patenting and equity are “heavily and acutely related to
financial conflict of interest” and that “the profit motive has infected
academic medicine and maybe universities.”
And herein lies the heart of the reason why ICOI policy has proved
so difficult to articulate beyond rudimentary forms. When institution
choose to make revenue from intellectual property, including equity,
the foundation of its strategy for the future; to focus their resources
seeking and managing revenue-generating industrial partnerships;
and to provide both encouragement (including in their individual
COI policies) as well as incentives and services to faculty that might
motivate them toward patent and/or equity activity, those choices raise
questions about whether the institution is conflicted or not, and whether
the so-called litmus test of “objectivity” in research can possibly be
met. And it leads to the final question about ICOI, one that exemplifies
this tension: what’s wrong with conflict of interest anyway?
The Question of ICOI as a “Real” Issue
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
18
There is a more fundamental debate underlying questions of
institutional integrity and ICOI policy. Institutions, and individuals
within them, disagree as to whether the activities in question are or are
not appropriate to the institution, and even whether conflict of interest
is inherently bad. The prior question is thus moved back from “What
is an institutional conflict of interest”--a question that many have had
difficulty getting their arms around--to “Do they matter?” or even, “Are
they bad (or good)?” As is so often the case in policy questions involving
rights, instrumental questions become moralized in the process of
debate and the defense of positions (Nelkin 1992; Snidal 1992).
There are several arguments made within institutions that
engagement in activities that produce real or perceived conflicts of
interest, including the control of patents and the start-up of firms, are
proper or “good.” One is that these activities are merely a contemporary
extension of chartered purposes of aiding in economic development.
This claim that they are doing as they were set up to do is most readily
made by public institutions established with Morrill Act funds; while not
relevant to their charters, a stronger reference point may be found by both
public and private institutions in Bayh-Dole, Stevenson-Wydler, and their
various amendments.8 Another claim is more prudential in nature, and
can be extended o include such things as major gifts according to donor
wishes. It states that, by aligning interests and securing relationships,
the conflicts produced by contested activities serve to enforce support
There is no direct reference to economic development in the Morrill Acts. The Morrill Acts provided funds
contingent as follows: “. . . the leading object shall be, to teach such branches of learning as are related to
agriculture and the mechanic arts, in such manner as the legislation of the States may respectively prescribe,
in order to promote the liberal and practical education of the industrial classes in the several pursuits and
professions of life” (Act of July 2, 1962, section 4, as amended April 13, 1926, 44 Stat.:. 247) and “. . .to be
applied only to instruction in agriculture, the mechanic arts, the English language and the various branches
of the mathematical, physical, natural, and economic sciences, with special reference to their applications
in the industries of life, and to the facilities for such instruction” (Act of Aug 30, 1890, section 1). There
is extensive evidence that such education and other informal relations remains the primary benefit from
universities desired and received by industry (Cohen, Nelson and Walsh 2002; Senker, Faulkner and Velho
1998). Even the increasingly popular “new growth theory” is predicated on the notion that the economy will
best develop when university education and training is tightly coupled to industrial needs (Romer 1999).
8
The Ethics of Innovation...
The Limitations of Policy in Regulating Research Integrity
In that COI policy has been approached as a compliance issue,
COI policies are essentially political documents. They reflect the
contentiousness of conflict of interest described above, and do not
address the underlying problem of integrity, either in research or in
institutions. In fact, they create a set of additional difficulties.
The Ethics of Innovation...
19
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
and protection for the institution. The first argument is that there is really
nothing wrong or unusual; the second, that in the grand scheme of things,
the benefits to the institution outweigh the costs. (Note, however, that the
underlying assumption here is that the benefits of university activities
properly accrue to the institution itself; the implicit goal is survival.)
These perspectives are consistent with the common statement
in virtually all individual conflict policies and association documents
that conflicts themselves are rarely problems to be avoided in the first
instance; rather, it is their disclosure and management that should be
the focus of attention, and that allows defense of the activity. Conflicts
are seen as “unavoidable,” “a fact of life,” even a “theoretical” one or
a matter of “politics” or “public relations.” In other words, there is a
perception that ICOI is not a real issue, and that regulators and others
concerned about ICOI just don’t understand.
At the same time that institutions seem confident that conflicts
are accepted (and acceptable) components of their operations, all dread
exposure. Appearing on the 6 o’clock news or in the New York Times
is to be avoided; indeed, such stories have served to draw the attention
of legislators and regulators. While the underlying theory of conflict of
interest policy and rocedures is that the ability to defend one’s position
(e.g., by demonstrating disclosure and management) will protect the
institution, there is also, in opposition, a recognition that the essence of
the issue is more abstract. “It’s a matter of public trust”; it’s a question of
“leadership,” or “doing the right thing,” or “ethics,” or universities being
seen as of “benefit to society.” In short, at the same time that institutions
believe that conflicts can remain as long as they are managed, many also
believe that their institutions are judged on the perceptions of a broader
public that has placed trust in the integrity of institutional behavior. They
remain, it seems, deeply conflicted about conflicts of interest.
Analysis of individual policy by Cho et al (2000) and the GAO
(2001) found wide variation in university policies and procedures;
while variation has narrowed somewhat since then (e.g., on regulated
items like thresholds), and variation itself is not necessarily a negative,
particularly if institutions are widely divergent in structural and
operational complexity, variation in depth and breadth remains and
does contribute to confusion, another aspect of policy noted by the
GAO. Based on my own more recent, close analysis of policy on the
dimensions shown in Table 1, I identify the following limitations of
a policy approach, which have expanded as policies themselves have
been revised and updated over the past 10 years. These observations
confirm and expand on the findings of Cho, Boyd et al, and others who
explicitly analyze COI policy; because ICOI policies are “nascent”
(Slaughter et al 2009) and have been modeled on individual policies,
these findings are relevant for the purpose of understanding why
policy is unlikely to aid either integrity in research or the larger issue
of institutional integrity and public trust.
Lack of Clarity
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
20
Policies are rarely straightforward, and can contain complicating
qualification, hedging, and hair-splitting; many policies are in fact a set
of multiple, linked policies. In very complex systems, reviewing and
sorting it all out is not only burdensome for users but clear answers are
not readily available. This may present a hindrance to understanding
and compliance; increase the likelihood of inconsistency and error in
application; or even provide an opening for noncompliance.
Qualification and The Language of Assurance. Qualification is a
means of avoiding outright prohibition as a matter of principle--i.e., there
are no clearly spelled out, unequivocal, universal prohibitions. Policies
contain repeated reassurances of the rarity of and flexibility surrounding
prohibition--e.g., the reassurance that disclosure is usually the remedy to
a conflict; that waivers are available; that disclosure allows defense of the
activity. In an approach that emphasizes disclosure and management, it
could be argued that this is a way of encouraging full compliance. But a
high level of qualification and circumstances for exception makes it nearly
impossible for those to whom policies apply to understand expectations
or to view statements of prohibition as serious, and likely fosters
The Ethics of Innovation...
The Ethics of Innovation...
21
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
procedural inequity. Qualifications to items that are stated as prohibited
include “generally,” “normally,” “may,” “sometimes”, “ordinarily,” “in
most cases,” “without prior permission” or “without approval” (and/
or “payment” to the university), “however,” or, often, unless there is a
“compelling” reason why the activity or conflict should be left in place.
Criteria and procedures for judging are not provided.
In addition to reassuring participants that (to quote the policy of a
major research university) “ways can usually be found” to allow a conflict
to remain in place and that “Disclosure should not unnecessarily restrict
or preclude any employee’s activities,” the preamble to policies, meant
to set the tone for what is to follow, increasingly represent aggressive
motivations toward commercial relations and, often, specific patenting
activity. These policies reflect the intrusion of the technology transfer
office (TTO) into ethics policy—an ironic lack of a firewall (in fact, many
TTO officers participate in conflict of interest committee meetings).
Ex-Post-Facto disclosure, Ex Ante reporting. Policy is
specifically designed to be after-the-fact. There is no effort to avoid or
prevent conflict of interest in the first instance; this is assured by a focus
on disclosure and management. Yet disclosure forms are often written
in an anticipatory way, such that timing of disclosures and reporting of
income can result in conflicts or income never being reported, and dates
of contracts or vesting may be manipulated accordingly. This may be
why more and more cases of non-reporting of income are coming to
light as conflicts of interest are investigated.
Unaddressed or Unrealistic Objectives: Transparency,
Effectiveness, and Objectivity. As stated earlier, universities have
chosen the principles of transparency and effectiveness, and the goal
of objectivity, for their policy efforts. Regarding transparency, no
institution has posted results for its conflict management process,
and no policy states a definition for what is meant by transparency,
effectiveness, or objectivity. Many do not mention objectivity as a goal.
A first question is, transparent to whom? Institutions appear to
equate transparency with the act of filing disclosure forms, although
some disclosures may need to be made as part of informed consent.
Transparency does not mean transparent to the public, even to the
government; universities determine which conflicts will be reported to
the NIH, for example, and that is only a small “fraction” of all funded
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
22
investigators, despite the research that shows very high levels of
financial COI (NIH 2010).
With the emphasis on disclosure, the implicit definition of
effectiveness suggested by the above discussion of transparency is “full
compliance with the requirement to disclose.” However, disclosure is
still self-reported. One interviewer commented, “I can tell them whether
100% have disclosed or not, but I can’t tell them whether a conflict
that exists is disclosed or not. The problem is that it’s self-disclosure...
Self-disclosure is where it falls apart.” Another effectiveness issue is
that department heads or deans are the first line of defense for conflict
of interest, yet may themselves be conflicted; insufficiently skilled in
identifying conflict; or institutionally involved in the conflict; some see
this as the “biggest vulnerability.” In a recent survey, nearly 60% of
department chairs responding had a financial relationship with industry
(Campbell et all 2007).
But the greatest failure of policy on the effectiveness principle
is lack of enforcement, the weakest area of policy (Boyd and Bero
2006). First, related to the clarity issue, sanctions are not clearly linked
to specific violations. Institutions generally do not evaluate how they
are doing on COI by, for example, compiling and analyzing data on
collected disclosure information such as descriptive statistics on
disclosures with significant conflicts, management plans, prohibited or
divested activities, personnel levels or departments involved, informed
consent disclosures, etc. High levels of decentralization appear to be
a factor in lack of evaluative activity.9 Consistent with a compliance
approach, the institutional will to enforce the policies may vary to
the extent that the institution has “had something bad happen.” One
respondent responsible for policy enforcement said that his colleagues
at other institutions were generally “wishy-washy” about enforcement,
In one instance I found where evaluation has occurred, a total of 182 committee referrals with significant
conflicts had been reported, with 52 requiring a management plan. This is in stark contrast to the small
“fraction” of investigators with conflicts reported to NIH. In response to a question of how scientists
respond when confronted with a choice between a financial interest and the research, the reply of this
manager was, “I was astonished”: 97.5% choose to keep the investment and give up the science. Most of
these cases involved Phase II and III clinical trials, making this finding consistent with the observation of
another interviewee that clinical trials have “become an expected source of supplemental income,” and with
Campbell and Slaughter’s more general finding that scientific faculty seek revenue at the margin (Campbell
and Slaughter 1999). Asked if there was sponsor backlash in the few instances where the scientist decided to
give up the financial agreement, the response was, “Absolutely,” because sponsors “intentionally conflict”
university personnel; “but not so much that they withdraw. . .they have the license, we hold it. There’s lots
of jumping up and down, but they are still going to get what they want and ultimately settle down.”
9
The Ethics of Innovation...
largely due to “irrational” fears of the faculty leaving. Human subjects
research requiring a monitoring plan receives the most follow-up.
As policy is currently designed, the ultimate measure of effectiveness
would be accomplishment of the stated goal of a conflict management
process, objectivity. There is at present no stated way of determining
objectivity in any policy or procedure reviewed. Objectivity may not be a
measurable goal. At the very least, there is ample evidence that even minor
financial benefits, like pens, lunches, and small gifts, influence behavior. In
addition, as argued below, objectivity is the wrong criterion.
COI Policy In Sum: A Mass of Pitfalls and Internal
Contradictions
1. the sense that institutional conflict is a different and more
complex issue than individual, not solvable by the same tools, yet
at the same time wondering whether individual conflict is the real
issue and whether the solution to individual conflict could be the
key to solving institutional concerns;
The Ethics of Innovation...
23
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
While policies have tended to converge on items such as
regulatory requirements, procedural variation and decentralization
remains widespread. While variation itself is not necessarily a limitation,
a lack of data about outcomes, perhaps due in part to decentralization,
makes it difficult to rely on policy to understand policy rigor. Some
policies contained a combination of very strong, useful provisions
and very weak or unclear provisions, perhaps reflecting a piece-meal,
tinkering approach in response to regulation or simply a desire to leave
flexibility; whatever the reason, expectations are at best unclear, and at
worst seem to signal that “anything goes.” The two extremes tend to
cancel each other out. In the absence of a feedback loop, the key goals
of transparency and effectiveness cannot be said to have been met with
any level of confidence. There is no evidence that a goal of objectivity
in research has been met, and it may not be measurable.
The policies analyzed and the comments of those involved in
shaping and enforcing conflict of interest policy reflect a number of internal
inconsistencies, suggesting the ambivalence and disagreement surrounding
this topic. Some of the potentially paralyzing contradictions, or simultaneous
holding of opposing views, may be summarized as follows:
2. the active institutional encouragement, support, and reward for
patent and equity activity, while recognizing these activities as a
primary source of troubling individual and institutional conflicts;
3. the recommendation of solution structures (disclosure and
management plans) already shown to be incapable of preventing
the type of outcome they are said to protect against (e.g., as in the
Gelsinger case); similarly, the recommendation of firewalls as a
solution in the face of either belief that separation of investment
and research functions effectively already exists, or the growing
convergence of these functions;
4. the fear that funds and personnel will go elsewhere if policies
are strictly enforced or activities are prohibited (essentially a
statement of interuniversity competitiveness and commodification)
while simultaneously averring unique capabilities and resources in
support of “compelling” reasons to allow conflicts to stand. (This
is, at heart, the tension between clarity of policy and case-by-case);
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
24
5. the focus on objectivity in research while refusing to prohibit any
relationship, no matter how great a potential incentive there is, as in the
case of equity, to influence the research (Boyd, Cho and Bero 2003);
6. the focus on individual questions of objectivity as a goal and on
plans as a “defense,” when what is seen to be at risk is public trust
in the entire enterprise and even the entire university.
There is a chicken-or-egg question underlying some of these
contradictions: do individual conflicts give rise to institutional, or vice
versa? Most likely, there is an iterative interaction between university
policies and individual behavior that may make it impossible to separate
and treat institutional and individual issues independently. But whereas
an individual may act in a way that can affect the university, and the
summation of individual activities might represent major constraints
and compromises, the university is in a position to set the parameters of
work and activity for its faculty. Faculty will likely do what is permitted,
encouraged, and incentivized--and, most of all, what is modeled by
their own and university leadership.
The Ethics of Innovation...
The Ethics of Innovation...
25
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
The mixed message that many policies give, including whether
activities are a privilege or a right--or even an obligation or a requirement
for rewards such as promotion and tenure, even hiring -- likely give
rise to a substantial portion of individual conflicts. This is an important
point. Throughout both individual conflict policies and the documents
produced by university groups is a kind of apology for the continued
existence of conflict of interest that has become a dangerous mantra.
The assertion, for example, that conflict of interest “denotes a state of
affairs, not a kind of behavior” is troubling (Kaufman 2003), and has
found its way, in one form or another, into the majority of AAU conflict
of interest policies. It has also become, insidiously, the foundation
of “ethics training” in the scientific community, where scientists are
trained that conflicts are all right as long as they are disclosed and
managed. They are being trained in the politics of compliance rather
than the means to integrity.
This is all part of what I call the language of assurance. But
conflict of interest is not like the weather. It is absolutely a matter of
choice and behavior; also, financial conflicts themselves don’t enrich
the mission, the relationships do. This is particularly important to
understand because management does not eliminate conflicts, and
the research community’s criterion of objectivity may not, as several
interviewees seem to understand, be what most matters to the public.
Indeed, a definition of “public” that is limited to regulatory or funding
bodies may blind universities to a broader vulnerability among those
who perceive them as essentially educational, non-profit institutions.
This common error in perception of what matters, often characterized as
a difference between a user (the public or consumers) versus a producer
(manufacturer or marketer) frame of reference has cost many an
organization dearly. A management approach based on simple damage
control or an appellate approach, in which one tries to demonstrate that
“We didn’t do anything illegal” or “we followed all the rules,” is not a
defense in the court of public opinion.
And it is unnecessary. The notion that conflict of interest is a
fact of life, if not a justification for maintaining the status quo, reflects a
kind of hopelessness, perhaps helplessness that seems unwarranted, and
is the underlying source of the struggle over case-by-case treatment. At
the same time, in responding in a compliance manner, universities give
up the important moral and strategic high ground, behaving as if they
are subservient to their funders and in effect acknowledging that they
are resistant and need to be regulated or told what is the proper way to
structure the research enterprise. Universities are far more powerful,
including in their power to set terms to an industry--and an economy-that cannot achieve what it wants without them, than their fears reflect.
Both government and industry will bow to university wishes if the
moral stakes are made public and if universities seize the floor in the
debate; regulatory and autonomy levels are related (see Figure 1). If
universities seek to minimize regulation and at the same time fulfill
the many important missions for education, knowledge creation and
dissemination, and service to the public that they claim, they must act
decisively, publicly, and with confidence to forge a new path—one
grounded in leadership and management rather than policy.
Toward An Organizational Solution: Restructuring the
Research Enterprise to Create A Culture of Integrity10
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
26
Policy, in that it is the result of a political negotiation process, has
been improperly applied to the non-negotiable of research and institutional
integrity; after more than 15 years of experience of trying to use policy
to ensure integrity, we can conclude that it is not up to the task. Despite
knowing, as one interviewee put it, that “what’s at stake here are values
in a very fundamental way,” institutions have continued to be reactive
and to take a legalistic, compliance approach that has failed to support
either research or institutional integrity, or to minimize the risk that public
trust, and support for both science and institutions, will be undermined. In
addition, the policy approach has steadily, in its convolution and relentless
incrementalizing, become a bureaucratic nightmare.
Policy is the wrong weapon. I recommend a broader conception
of institutional integrity and a more centralized, portfolio approach to
understanding risk, suggesting that universities should be aggressively
evaluating the risk/return profile of their decisions and practices
(including patenting and equity holding) as they might affect the
institution as a whole, and embarking on an independent and proactive
process of strategic, cultural change in these areas. That is, universities
This section draws on and adapts material from Robbins, Jane. Forthcoming. Creating A Culture of
Institutional Integrity: Conflict of Interest in Higher Education. Baltimore: Johns Hopkins University Press.
10
The Ethics of Innovation...
The Ethics of Innovation...
27
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
should approach conflict of interest and related risk management as a
long-term strategic issue rather than as a legalistic or compliance issue;
they should also step back from looking at individual transactions to
considering the institution’s activities as a whole. In calling into question
a sole reliance on individual disclosure as the means to preserve trust in
the university, and on objectivity as a surrogate for that end, I broaden
the concept of institutional integrity, in practical terms, beyond the
important but inherently compartmentalizing domain of research.
This change treats conflict of interest within the context
of institutional integrity, and institutional integrity as a dynamic,
ongoing task of leadership--part of the job responsibilities of the
President of the university. In doing so, it shifts our thinking on
three parameters of conflict of interest: its nature, source, and level.
And it suggests a new definition for institutional integrity.
The shift away from compliance is related to the nature of conflict
of interest--the kind of problem or issue it is. While compliance may be
one consideration in the formation and implementation of decisions and
practices, as a focus or foundation approach it is essentially reactive
and, as Davis recently argued, may be self-interested and self-defensive
(Davis 2007), and removes control from the university. Conceiving
of conflict of interest as an organizational issue--indeed, one of
organizational strategy and behavior recognizes conflict of interest as
the complex, multilayered, unstructured problem it is rather than the
more linear, structured problem implied by a compliance approach. It
is treated as a matter of decision-making, particularly decision making
about fundamental principles and beliefs that will shape the future
direction and performance of the institution; this contrasts sharply with
the view of conflict of interest as “a fact of life,” like the weather. The
focus on decision making, which--importantly in this case--is a form of
choice-making, places it squarely in the realm of strategy. Executing on
strategy requires a further focus on organizational process to ensure that
decisions are carried out and the desired performance is achieved. The
evidence for this is organizational behavior.
In terms of source, rather than treat conflict as arising from the
activities of or relationships among individuals, it associates it with
institutions, particularly institutional culture and institutional integrity
as characteristics of institutions. These lay the foundation for behavior.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
28
By level, I mean the organizational level at which the problem
is conceived, and responsibility lies. In a well functioning culture,
institutional integrity is, from a behavioral standpoint, everyone’s
responsibility. However, from the “buck stops here” perspective, it belongs
to the leader of the organization. The responsibility for institutional
integrity, and the management of conflict of interest at all levels and
among all parties, departments, or divisions of the university, lies with
the President. Expectations for ethical behavior are signaled from the top,
including through the setting of direction (Schweitzer and Douma 2004).
Ignoring or minimizing even seemingly minor transgressions could lead
to an assumption that integrity is not important, and the consequent
acceleration and spread of conflicted behavior. The Trustees or Regents
are of important, but secondary importance, as they do not have the direct
connection with the organization; their role is governance rather than
execution. The President has non-delegatable responsibility for making
the decisions regarding institutional integrity, and is accountable for those
decisions. In collaborative arrangements, including with other institutions
and global partners, this means that it is the ultimate responsibility of the
relevant institutional executives involved in the partnerships.
That is, it is a collective action problem for which
responsibility lies at the highest levels of institutions, where
institutional values, decisions and choices that constitute “characterdefining commitments,” and a culture of integrity are set and
modeled (Barnard 1938; Selznick 1949, 1980). The executive role
is thereby distinguished from that of the administrative manager in
that it takes a long, term, big-picture view of preserving the integrity,
or coherence, of the institution, and in that its intrinsic perspective
is moral in nature. Warren Bennis has called this combination of
the leader “vision and virtue” (Bennis 1989). This sort of moral
leadership does not exist in a vacuum, however, but (in its connection
to the pivotal aspect of leadership) is exercised in relation to the
organization as a whole, in great part through role modeling.
Organizational culture expert Edgar Schein in particular emphasizes
the leader’s “unique and essential function” of creating, embedding,
and changing culture ; when culture becomes dysfunctional enough
that it threatens survival, a leader capable of “major intervention,”
or real change, is needed (Schein 1985).
The Ethics of Innovation...
This approach implies that institutional integrity is an umbrella
concept for representing the strategic goals of the university and for
the behavioral aspects of university performance. It is therefore a key
variable in evaluating the extent to which the university meets any, or
all, of its goals, including goals for integrity of research and innovation.
In addition to its root meaning of soundness and wholeness,
the word integrity has derivations connoting health and security, and
is often applied to financial matters. Over time, consequently, integrity
has come to mean freedom from corruption and unraveling damage. At
the institutional level, integrity therefore serves not only as a descriptive
characteristic but also has a function: it provides protection against
undermining influences and secures the continued stability and survival
of the institution and its purposes by maintaining public trust (see
Figure 2). There is a close and obvious connection between institutional
integrity and institutional autonomy (see Fig 1).
Within this framework, simple definitions of institutional conflict
of interest and institutional integrity—both of which would incorporate the
definition of research integrity provided early in this paper—would be:
Institutional conflict of interest is a choice-driven condition that
implicates the entire institution in a financial conflict with the
potential to undermine the reputation of or trust in the institution,
but that may arise at either an individual or institutional level.
Moving away from a compliance to an organizational approach
has many specific implications for change in university practice to
ensure the ethics of innovation through institutional integrity. Very
briefly, some of these are:
• Replacement of lack of clarity and ambivalence caused by a
discrete, case-by-case compliance approach with a long-term,
big-picture view grounded in an analysis of how best to maintain
public trust. To considerable extent, this means taking a stakeholder
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Institutional integrity is a characteristic of the university that
results from actively ensuring coherence and internal consistency
among the publicly articulated purposes and public and private
actions of the institution. It ensures control over institutional
mission, practices, and assets.
29
perspective that considers the breadth of those who are affected by
university actions in all areas (Donaldson 1995). Development of
a Credo on University Integrity should be a strategic priority of the
Office of the President. In addition to setting ethics expectations,
this would remove the growing burden from research staff
and from an area where interests and conflicts are intertwined;
centralize efforts; and provide credibility and commitment to the
issues. While a discussion of methods and approaches is beyond
the scope of this paper, in practice this would require developing
a much deeper understanding of what, in practice, is at risk when
institutional values are jeopardized. Conceptually, this means
analyzing the university as a portfolio of assets, or even revenue
streams, whose total value may fluctuate on the basis of volatility in
the value of one or more input to the whole. This fluctuation in total
value, which may be defined as “Public Trust” or even “Integrity of
Institution,” is equivalent to institutional risk (see Figure 1). Because
this takes time, institutions should develop a plan and timeline for
the above analysis and planning for institutional integrity, and alert
stakeholders of both plans and progress.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
30
• Continuous assessment against identified benchmarks of
integrity. This presupposes development of measures, perhaps
comparable to the idea of a balanced scorecard.
• Careful cataloging and consideration of the use of all possible
sources of incentive--hospital privileges, facilities, tenure, etc.—
as they impact integrity goals.
• Evaluation of all activities, and jettisoning or redesigning of
those rated as placing institutional integrity at high risk. Similarly,
review and curtailment of relationships and lobbying activities
that are co-optive or align the university with the mission or goals
of external organizations.11
• Taking the notion of the “right, but not the obligation” provision
For example, during recent extensive hearings on patents and antitrust, an issue of which higher education
has been aware but has not directly addressed (Business-Higher Education Forum 2001, 25), the only
spokesperson representing universities was counsel for BIO, whose testimony constituted an aggressive
defense of industry capture of scientific property rights. The recent response on Stanford v. Roche, op.cit.,
is another example.
11
The Ethics of Innovation...
and the control over licensing seriously as tools for reducing
conflicts of interest and maintaining public trust as keepers and
conveyors of research. For example, refuse exclusive licenses
on early-stage research and other research for which function or
commercial utility is either unclear or extremely broad/diverse
(Merges and Nelson 1990); refuse to commit to licenses in advance.
• Identification and exploration of potential avenues toward
reducing and substituting for industrial funding of research based
on a promise of reducing conflict of interest and making scientific
research more readily accessible. This might include increases in
government as well as philanthropic funds, or development of a
system or rewards.
• Allocating a meaningful portion of proceeds from technology
transfer/equity specifically for non-science purposes--e.g., for
scholarships or faculty research in the arts, education, humanities
or social sciences, or for meaningful service to the community.
If research benefits the university, it should benefit the entire
university. In fact, consider a surcharge to industry for these
purposes, the price of access to university reputation and resources.
• Creation of special awards, grants, or privileges for faculty
or departments that contribute to institutional integrity by, e.g.,
reducing or eliminating financial conflict of interest. An endowed
award is a possibility.
• Centralizing contracting; a central group could also be designed
to be a strong negotiating team. Contracts, including those
for sponsored research and consulting, contain all terms and
information relevant to identifying potential or actual conflict of
interest and conflict of commitment. By requiring direct electronic
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
• Designing collaboration on federally funded research with other
institutions with a goal of avoiding races and lowering aggregate
costs. Create a higher education “commons” for patents with
potential in areas of low industrial interest, such as low-incidence
medical conditions. A system of tailored licensing for patents by
use/segment might allow a form of “multiple exclusive licensing.”
31
submission of proposals and contracts for approval from sponsors
and hiring agents (contracts are in electronic form anyway), an
enormous amount of paperwork and enforcement efforts can be
reduced. As part of this, the institution might consider operating
a central consulting/advising clearinghouse. Provided institutionset thresholds for conflict of commitment are met by contract,
there is no reason to set income/rate thresholds or percentages.
Indeed, such an operation might result in increased faculty rates
in some areas as well as increased faculty consulting overall by
drawing attention to the institution as a source of expertise.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
32
• Tackling the complex problems of global collaborative research
and clinical trials, where there are different levels of protection
for human subjects, different attitudes and laws toward patents;
even different scientific norms, with special care (see, for some
background on this growing practice (Glickman 2009). Global
partnership, and inter-institutional partnership, offer a special
opportunity to test out the ability of diverse institutions to act
collectively as natural experiments. Institutions should consider
making the structure of these relationships, aimed at finding
common ground on the dual objectives of innovation and integrity,
a strategic objective for their formation, and a basis for contracting.
• Seeking outside help when internal processes for change are
stalled by conflict or indecision, perhaps retaining an independent
ombudsman (non faculty, non administration) to serve as sounding
board and advisor on conflict of interest and integrity issues.
Indeed, culture change invariably requires some assistance from
outside the membership.
In conclusion, I view—and urge universities and all participants
in the research enterprise to view--institutional conflict of interest as the
only issue; rather than viewing individual as the cure for institutional,
it is rather the opposite. This is somewhat counterintuitive in that it is
individuals who behave and make choices, including the institutional
leaders just singled out as so important. But in the end policy or mission
reflects institution, and it is the ethos of the institution that sets the tone
and provides the structure for each individual action.
The Ethics of Innovation...
“Report of Discussion Concerning Patent Policy at Meeting of Executive Board, April 25, 1934” with
hand notation, ‘Verbatim stenographer’s transcript of oral discussion without editorial revision or other
modification.’ Central Policy Files: Committee on Patent Policy: 1934. Archives of the National Academy
of Sciences, Washington, D.C.
12
The Ethics of Innovation...
33
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Finally, temporary reprieves for avoiding regulation of
institutional conflict of interest, such as universities recently obtained
from the government, should not make universities complacent. The
era when the university was what Clark Kerr called “a remarkably
understudied institution” is drawing to a close (Kerr 1972; 1963, vii),
and university activities and behavior, particularly as related to science,
patents, and conflict of interest, are a rapidly growing topic of scholarly
study and journalistic observation, and the findings from a wide range
of fields, from management, economics, and law to philosophy and the
history and social studies of science and technology, are beginning to
converge. Recent, widely disseminated books are questioning whether
universities are interested in serving the public good or only themselves;
while this attention has taken a long while to reach public awareness, it
is likely only to grow now that it is here (Robbins 2008; Barnett 2000;
Douglass 2007; Weisbrod, Ballou and Asch 2010; Bousquet 2008;
Thorp and Goldstein 2010; Radder 2010; Schrecker 2010) There is a
sense that in science “secrecy has replaced openness; privatization of
knowledge has replaced communitarian values; and commodification
of discovery has replaced the idea that university-generated knowledge
is a free good a part of the social commons”; there has been a loss of
“disinterestedness” (Krimsky 2003, 7).
In short, universities, not just individual cases of research or
conflict, will be under increasing pressure to show that they are not part
of what is increasingly perceived as a system that limits, not fosters, the
growth of and access to knowledge and its benefits, and that serves its
own interests first. Indeed, in 1934, Isaiah Bowman observed privately
in connection with academic patenting and the nonprofit status of
universities, “Someday, ammunition will have quickly to be put in
the hands of officers of institutions to meet the questions of society.”12
Perhaps the day has come for which Bowman issued his warning.
To respond, universities and their partners should work together to
restructure the way in which research is funded, disseminated, patented,
and licensed. A new ethics of innovation is needed.
References
AAMC Task Force on Financial Conflicts of Interest in Clinical Research.
Protecting Subjects, Preserving Trust, Promoting Progress II: Principles
and Recommendations for Oversight of an Institution’s Financial Interests in
Human Subject Research. William Danforth, M. D., chair. Washington, DC,
2002 October.
AAU Task Force on Research Accountability. Report on Individual and
Institutional Conflict of Interest. Report and recommendations. Steven
B Sample and L. Dennis Smith, chairs. Washington, DC: Association of
American Universities, 2001 October.
AAU, and AAMC. 2009. Comment Letter from AAU and AAMC. Reference:
Responsibility of applicants for promoting objectivity in research for which
public health service funding is sought and responsible prospective contractrs.
Request for comments, May 8, 2009.
Angell, M., M.D. 2004. The truth about the drug companies: How they deceive
us and what to do about it. NY: Random House.
Angell, Marcia, M.D. “Is Academic Medicine for Sale?” New England Journal
of Medicine 342, no. 20 (18 May 2000): 1516–18.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
34
Association of American Medical Colleges. Guidelines for Dealing with
Faculty Conflicts of Commitment and Conflicts of Interest in Research.
Washington, DC, 1990.
Association of American Universities. Framework Document on Managing
Financial Conflicts of Interest, 1993. Http://www.aau.edu/reports/
FrwkCOI.html.
------. University Policies on Conflict of Interest and Delay of Publication.
Washington, DC: Association of American Universities, 1985 February.
Avorn, J., M.D. 2006. Dangerous deception--Hiding evidence of adverse drug
effects. New England Journal of Medicine 355(21), 23 November:2169–71.
Baldwin, Wendy. “Conference Summary: Conflict of Interest and Its
Significance in Science and Medicine.” Science and Engineering Ethics 8, no.
3 (2002): 469–75.
Barnard, C. I. 1938. The functions of the executive. Cambridge:Harvard
University Press.
Barnett, R. 2000. Realizing the university in an age of supercomplexity.
Buckingham: Society for Research into Higher Eduction and Open
University Press.
The Ethics of Innovation...
Bekelman, J. E., and Y. Li. 2003. Scope and Impact of Financial Conflict of
Interest in Biomedical Research. Journal of the American Medical Association
289(4):454–65.
Bennis, W. G. 1989. Why leaders can’t lead: The unconsious conspiracy
continues. San Francisco: Jossey-Bass Publishers.
BIO, et al. 2011. Joint Statement of BIO, AAU, ACE, APLU, AUTM, and
COGR on the Supreme Court Decision in Stanford v. Roche.
Blumenthal, David, M.D. “Financial Conflict of Interest in Academic
Medicine: How Much and Who?” Conference presentation. Institute of
Medicine Annual Meeting: Industry, Academia, Investigator: Managing the
Relationships. Washington, D.C., 2001.
Blumenthal, David, M.D., Eric Campbell, Nancyanne Causino, and Karen
Sheashore Louis. “Participation of Life-Science Faculty in Research
Relationships with Industry.” New England Journal of Medicine 335, no. 23
(5 December 1996): 1734–39.
Blumenthal, David, M.D., Nancyanne Causino, Eric Campbell, and Karen
Sheashore Louis. “Relationships Between Academic Institutions and Industry
in the Life Sciences--an Industry Survey.” New England Journal of Medicine
334 (8 February 1996): 368–73.
Blumenthal, David, M.D., Sherrie Epstein, and James Maxwell.
“Commercializing University Research: Lessons from the Experience of the
Wisconsin Alumni Research Foundation.” New England Journal of Medicine
314 (1986): 1621–26.
Bodenheimer, Thomas, M.D. “Uneasy Alliance: Clinical Investigators and the
Pharmaceutical Industry.” New England Journal of Medicine 342, no. 20 (18
May 2000): 1539–44.
Bodenheimer, Thomas, and Steven Cummings. “Industry, Academia,
Investigator: Managing the Relationships; What is the Impact on Science?”
Conference presentation. Institute of Medicine Annual Meeting: Industry,
Academia, Investigator: Managing the Relationships. Washington, D.C., 2001.
Bok, Derek. Universities in the Marketplace: The Commercialization of
Higher Education. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2003.
Bousquet, M. 2008. How the university works: Higher education and the lowwage nation. NY: NYU Press.
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Blumenthal, David, M.D., Michael Gluck, Karen Sheashore Louis, Michael
A. Stoto, and David Wise. “University-Industry Research Relationships in
Biotechnology: Implications for the University.” Science 232 (13 June 1986):
1361–66.
35
Boyd, E. A., and L. A. Bero. 2006. Improving the use of research evidence
in guideline development: 4: Managing conflicts of interest. Health Research
Policy and Systems 4(16), 1 December.
Brainard, J. 2008. NIH turns blind eye to academics’ financial conflicts, audit
says. Chronicle of Higher Education, 1 February.
Brody, H. 2007. Hooked: Ethics, the medical profession, and the pharmaceutical
industry. Lanham and others: Rowman & Littlefield Publishers, Inc.
Boyd, Elizabeth A., Mildred K. Cho, and Lisa A. Bero. “Financial Conflictof-Interest Policies in Clinical Research: Issues for Clinical Investigators.”
Academic Medicine 78, no. 8 (August 2003): 769–74.
Business-Higher Education Forum. Working Together, Creating Knowledge:
The University-Industry Research Collaboration Initiative. Washington, D.C.:
American Council on Education, 2001.
Campbell, E.G., B. R. Clarridge, M. Gokhale, L. Birenbaum, S. Hilgartner,
N.A. Hotzman, and D. Blumenthal. “Data Withholding in Academic Genetics:
Evidence from a National Survey.” Journal of the American Medical
Association 287, no. 4 (2002): 473–81.
36
Campbell, Eric G.; Weissman, Joes S.; Ehringhaus, Susan; Sowmya, R. Rao;
Moy, Beverly; Feibelmann, Sandra; Goold, Susan Dorr. 2007. Institutional
Academic-Industry Relationships. Journal of the American Medical
Association 298, Oct 17: 1779-1786.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Campbell, E.G., J. S. Weissman, B. Clarridge, R. Yucel, N. Causino, and D.
Blumenthal. “Characteristics of Faculty on IRBs: Results of a National Survey
of Medical School Faculty.” Academic Medicine 78, no. 8 (2003): 831–36.
Campbell, Teresa Isabelle Daza, and Sheila Slaughter. “Faculty and
Administrators’ Attitudes Toward Potential Conflict of Interest, Commitment,
and Equity in University-Industry Relationships.” Journal of Higher
Education, May/June 1999, 309–52.
Cho, Mildred, et al. “Policies on Faculty Conflicts of Interest at U. S. Universities.”
Journal of the American Medical Association 284 (2000): 2203–08.
Cohen, Wesley M., Richard R. Nelson, and John P. Walsh. “Links and Impacts:
The Influence of Public Research on Industrial R&D.” Management Science
48, no. 1 (January 2002): 1–23.
Colyvas, Jeannette, Michael Crow, Annetine Geljins, Roberto Mazzonleni,
Richard R. Nelson, Nathan Rosenberg, and Bhaven N. Sampat. “How Do
University Inventions Get Into Practice?” Management Science 48, no. 1
(January 2002): 61–72.
The Ethics of Innovation...
Coughlan, R. 2005. Codes, values and justifications in the ethical decisionmaking process. Journal of Business Ethics 59:45–53.
Crumel, D. R., and H. Sorensen. 2010. Be Careful What You Ask For: NIH’s
Request for Comments on Conflicts of Interest in Research. American Health
Lawyers Connections, January, http://www.healthlawyers.org/News/Connections/
CurrentIssue/Documents/2010%20Features/Feature_Jan2010.pdf.
Davis, K. R. 2007. The compliance racket. The Chronicle Review/Chronicle
of Higher Education Section B (19 January):B11.
Douglass, J. A. 2007. The entrepreneurial state and research universities.
Higher Education Management and Policy 19(1):84–120.
Duff, W. 2010. Drug Maker wrote a book under 2 doctors’ names, documetns
say. The New York Times, 29 November.
Elliott, C. 2010. The deadly corruption of clinical trials. Mother Jones,
September-October.
Eisenberg, Rebecca S. “Bargaining Over the Transfer of Proprietary Research
Tools: Is This Market Failing or Emerging?” In Expanding the Bounds of
Intellectual Property: Innovation Policy for the Knowledge Society, edited
by D. L. Zimmerman, R. C. Dreyfuss, and H. First. NY: Oxford University
Press, 2001.
Emanuel, Ezekiel J., and Daniel Steiner. “Institutional Conflict of Interest.”
New England Journal of Medicine 332, no. 4 (26 January 1995): 262–67.
37
Fauber, J. 2009. Are doctors loyalties divided? Journal editor gets royalties as
articles favor devices. Journal Sentinel, 24 December.
Feldman, Maryann, Irwin Feller, Janet Bercovitz, and Richard Burton. “Equity
and the Technology Transfer Strategies of American Research Universities.”
Management Science 48, no. 1 (January 2002): 105–21.
Freeman, Richard B., Eric Weinstein, Elizabeth Marincola, Janet Rosenbaum,
and Frank Solomon. “Careers and Rewards in the Biosciences: Extremophiles
in the PhD Job Market,” 2001. NBER working paper, Harvard University.
Friedman, Paul J. “The Impact of Conflict of Interest on Trust in Science.”
Science and Engineering Ethics 8, no. 3 (2002): 413–20.
Glickman, S. e. a. 2009. Ethical and Scientific implications of the
globalization of clinical research. New England Journal of Medicine 360(8),
19 February:816–23.
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Federation of American Societies for Experimental Biology. 2006. Shared
responsibility, individual integrity: Scientists addressing conflicts of interest
in biomedical research. Conference report, July 14.
Greenberg, D. S. 2001. Science, money, and politics: Political triumph and
ethical erosion. Chicago: University of Chicago Press.
Hall, Bronwyn H, and Rosemarie Hamm Ziedonis. “The Patent Paradox Revisited:
An Empirical Study of Patenting in the U.S. Semiconductor Industry, 1979–1995,”
2000. Www.jonescenter.wharton.upenn.edu/papers/2000/wp00–16.pdf.
HHS, Office of Inspector General. Institutional Conflicts of Interest at NIH
Grantees. January 2011.
Institute of Medicine, National Research Council, Committee on Assessing
Integrity in Research Environments. Integrity in Scientific Research: Creating
an Environment That Promotes Responsible Conduct. Washington, DC:
National Academies Press, 2002.
Judson, H. F. 2004. The great betrayal: Fraud in science. NY: Harcourt.
Kaufman, Russell E., M. D. “‘Dealing with Industry: Managing Institutional
and Individual Conflicts of Interest.” Presentation. Association of American
Medical Colleges. Washington, DC, 2003.
Kerr, Clark. The Uses of the University, with a “Postscript--1972”. Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1972.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
38
Kim, Weonseek. “Three Essays on Patent Policy for the Optimal R&D
Procurement Under Asymmetric Information.” Ph.D. diss. University of
California, Berkeley, 2001.
Korn, David, M. D., and Stephen J. Heinig, eds. Academic Medicine 77, no. 12
(2002 December) Public Versus Private Ownership of Scientific Discovery: Legal
and Economic Analyses of the Implications of Human Gene Patents. Vol. 77.
Krimsky, S., and R. Nader. 2003. Science in the private interest: Has the lure
of profits corrupted biomedical research? Lanham, MD: Rowan & Littlefield.
Laszlo, E. 1972. Introduction to systems philosophy. Toward a new paradigm
of contemporary thought. San Francisco: Harper
Lerner, Josh. “Venture Capital and the Commercialization of Academic
Technology: Symbiosis and Paradox.” In Industrializing Knowledge:
University-Industry Linkages in Japan and the United States, Lewis M.
Branscomb, et al, Ch. 15. Cambridge, MA: MIT Press, 1999.
Lim, Phillip Wonhyuk. “The Privatization of Species: An Economic History
of Biotechnology and Intellectual Property Rights in Living Organisms
(Patents).” Ph.D. diss. Stanford University, 1993.
Lowe, Robert A. “Entrepreneurship and Information Asymmetry: Theory
and Evidence from the University of California.” Haas School of Business,
University of California, Berkeley, 2002.
The Ethics of Innovation...
Martin, Joseph B. “Are Policy Changes Needed to Address Conflict-of-Interest
and Intellectual Property Issues Arising in University Research?” Presentation
to the Government-University-Industry Research Roundtable. Washington,
DC, 2001, 28 March.
Martin, Joseph B, and Thomas P. Reynolds. “Academic-Industrial
Relationships: Opportunities and Pitfalls.” Science and Engineering Ethics 8,
no. 3 (2002): 443–54.
Medical Technology Leadership Forum. 2006. Economics vs. Innovation:
When Does Collaboration Become Conflict of Interest? MTLF Forum Report,
June 13–14. Boston, MA.
Meeier, B. 2004. Two studies, two results, and a debate over a drug. New York
Times, 3 June.
Merges, R. P. “Intellectual Property Rights and Bargaining Breakdown: The
Case of Blocking Patents.” Tennessee Law Review 62 (1994).
Merges, R.P., and R. R. Nelson. “On the Complex Economics of Patent
Scope.” Columbia Law Review 90, no. 4 (1990): 839–916.
Miller, F. G. 2007. Financial relationships of institutional review boards. New
England Journal of Medicine 356(9), 1 March:965.
Mowery, David C., Richard R. Nelson, Bhaven N. Sampat, and Arvids A.
Ziedonis. 2004. Ivory Tower and Industrial Innovation: University-Industry
Technology Transfer Before and After the Bayh-Dole Act in the United States.
39
Nature. 2006. Agency accused of “illusion of integrity”. Nature 443 (21
September).
National Institutes of Health, Report of the National Institutes of Health Blue
Ribbon Panel on Conflict of Interest Policies, June 22, 2004
Palmer, Tom. “Are Patents and Copyrights Morally Justified? The Philosophy
of Property Rights and Ideal Objects.” Harvard Journal of Law and Public
Policy 13, no. 3 (Summer 1990).
Powers, J.B. and E.G. Campbell, Fixing Technology Transfer, Inside Higher
Ed, March 16, 2010).
Rai, Arti Kaur. “Regulating Scientific Research: Intellectual Property Rights
and the Norms of Science.” Northwestern University Law Review 94, no. 1 (Fall
1999): 77–152. Radder, H. 2010. The commodification of academic research:
Science and the modern university. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press.
Ramanathan, Kannan. “Determinants of Value in Pharmaceutical Innovation:
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Nelkin, Dorothy, ed. Controversy: Politics of Technical Decisions, 3rd Edition.
Newbury Park, CA: Sage, 1992.
A Property Rights Approach.” Ph.D. diss. University of Illinois at UrbanaChampaign, 1999.
Rennie, D., and A. Flanagin. “Authorship! Authorship! Guests, Ghosts,
Grafters, and the Two-Sided Coin.” Journal of the American Medical
Association 271 (1994): 1469–71.
Robbins, Jane. “Solving the Patent Problem: Cognition, Communication,
and the National Academy of Sciences in the Evolution of University Patent
Policy, 1917–1966.” Ph.D. diss., 452 pp. Philadelphia, PA: University of
Pennsylvania, 2004.
Robbins, J. 2008. Toward a theory of the university: Mapping the American
research university in space and time. American Journal of Education 114
(February):243–72 plus online supplement.
Romer, Paul. “Should the Government Subsidize Supply and Demand in the
Market for Scientists and Engineers?” NBER Working Paper 7723, 1999.
The Royal Society. Keeping Science Open: The Effects of Intellectual Property
Policy on the Conduct of Science. London: The Royal Society, 2003 April.
Schein, E. H. 1985. Organizational culture and leadership: A dynamic view.
San Francisco: Jossey Bass Publishers.
40
Schrecker, E. 2010. The Lost Soul of Higher Education:Corporatization, the
Assault on Academic Freedom, and the End of the American University. NY:
The New Press.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Selznick, Philip. Leadership in Administration: A Sociological Interpretation.
Berkeley, CA: University of California Press, 1957.
------. TVA and the Grass Roots: A Study in the Sociology of Formal
Organization. Berkeley, CA: University of California Press, 1949.
Senker, Jacqueline, Wendy Faulkner, and Lea Velho. “Science and Technology
Knowledge Flows Between Industrial and Academic Research: A Comparative
Study.” In Capitalizing Knowledge: New Intersections of Industry and Academia,
Henry Etzkowitz, Webster Becker, Andrew, and Peter and Healey, ed. Frontiers
in Education, Ch. 5. Albany, NY: State University of New York Press, 1998.
Slaughter, Sheila, and Larry L. Leslie. Academic Capitalism: Politics,
Policies, and the Entrepreneurial University. Baltimore, MD: The John
Hopkins University Press, 1997.
Slaughter, S., M. P. Feldman, and S. L. Thomas. 2009. U.S. research
universities’ instituional conflict of interest policies. Journal of Empirical
Research on Human Subjects:3–20.
Stein, D. G., ed. 2003. Buying in or selling out: The commercialization of the
American research university. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.
The Ethics of Innovation...
Snidal, Donald. “Public Goods, Property Rights, and Political Organizations.”
In The Moral Dimensions of Public Policy Choice: Beyond the Market
Paradigm, edited by John Martin Gillroy and Maurice Wade, 285–311.
Pittsburgh, PA: University of Pittsburgh Press, 1992.
Somerville, Margaret A. “A Postmodern Moral Tale: The Ethics of Research
Relationships.” Nature 1 (April 2002): 316–20.
Stein, Donald G., ed. Buying in or Selling Out: The Commercialization of
the American Research University. New Brunswick, NJ: Rutgers University
Press, 2003.
Svatos, Michele. “Biotechnology and the Utilitarian Argument for Patents.”
Social Philosophy & Policy 13, no. 2 (Summer 1996): 113–44.
Thorp, H., and B. Goldstein. 2010. Engines of innovation: The entrepreneurial
university in the twenty-first century. Chapel Hill: University of North
Carolina Press.
Thrush, Carol R., Putten, Jim Vander; et al. “ Content Validation of the
Organizational Climate for Research Integrity (OCRI) Survey.” Journal of
Empirical Research on Human Research Ethics 2:4, 35-52 (2007)
Thursby, J. G., R. Jensen, and M. C. Thursby. 2001. Objectives, characteristics,
and outcomes of university licensing: A survey of major U.S. universities.
Journal of Technology Transfer 26:59–72
Timmerman, L., and D. Heath. 2005. Drug researchers leak secrets to Wall
Street. Seattle Times, 7 August.
U.S. Department of Health and Human Services, Office of Inspector General.
Institutional Conflicts of Interest at NIH Grantees. January 2011.
Von Bertalanffy, Ludwig. 1974. Perspectives on General System Theory,
Edited by Edgar Taschdjian. NY: George Braziller.
Washburn, J. 2005. University, Inc.: The corporate corruption of higher
education. NY: Basic Books.
Weisbrod, B. A., J. P. Ballou, and E. D. Asch. 2010. Mission and Money:
Understanding the University. Cambridge: Cambridge University Press.
Wilson, D. 2009. Medical Schools quizzed on ghost writing. The New York
Times, 18 November.
The Ethics of Innovation...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
U.S. General Accounting Office. Biomedical Research: HHS Direction Needed to
Address Financial Conflicts of Interest. Report to the Ranking Minority Member,
Subcommittee on Public Health, Committee on Health, Education, Labor and
Pensions, U. S. Senate. GAO-02–89. Washington, DC, 2001 November.
41
Table 1. Categories for Policy/Procedure Review
Indicate:
Public or Private
Date of Individual Policy
Date of Institutional Policy
Indicate if covered/included/available and specifics:
Thresholds (financial and commitment)
Allowable activities
Prohibited activities
Publication guidelines
Handbook
Definitions
Educational materials
Disclosure Forms
Annual Disclosure
Ad Hoc Disclosure
Electronic system
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
42
The Ethics of Innovation...
Who discloses/to whom
Committees
Management and Decision-making
Practices
Resources
Retention
Audit involvement/process
Sanctions
Special scrutiny
IRB involvement
Public disclosure and informed consent
Philosophy
Figure 1. Relationship Between University Integrity
and Autonomy
HIGH
43
LOW
Jane Robbins © 2008
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
The Ethics of Innovation...
Figure 2. “Earnings at Risk” Model:
The Relationship Between Public Trust and the
University’s Portfolio of Activities“
44
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Jane Robbins ©2005
The Ethics of Innovation...
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Prof. Miguel Zabalza
Universidad de Santiago de Compostela
Introducción: sobre la “aceptabilidad de las conductas”
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
46
En principio, no soy demasiado partidario de “moralizar” los
espacios de actuación profesional. No suele servir demasiado y genera
un fuerte malestar entre los interlocutores porque suele tratarse de
una estructura comunicacional poco amigable y en la que una de las
partes (la que señala, sugiere o impone las modalidades de conducta)
se sitúa por encima de la otra (quien, supuestamente, ha de acatar,
obedecer y cumplir un código de una manera más atenta a como lo
venía haciendo). Suele haber excesiva tendencia a la moralización “de
los otros”, no siempre exenta de un implícito narcisismo por parte de
quien o quienes lo hacen. En ocasiones, aún es peor, pues, también a
este caso, se podría aplicar aquel viejo dicho español de “dime de qué
presumes y te diré de qué careces”.
Esta controversia sobre los valores morales aplicables tanto
a la investigación como a la docencia viene de lejos. Suele estar
presente en muchos planteamientos, excesivamente simplistas, en los
que se hace un esquema dicotómico entre buenos y malos, mejores
y peores, progresistas o conservadores, etc. Esquemas demasiado
simples en un ámbito tan complejo y poliédrico como la docencia
y la investigación. Demasiado expuesto a servir de proyección a
criterios y/o conductas personales (sean o no, mayoritarias) que se
intentan imponer sobre otros planteamientos. En un ámbito como la
universidad, planteamientos de este tipo coartan, con frecuencia, la
libertad y la creatividad marcos de trabajo necesarios para que pueda
surgir la innovación y de ahí, la ciencia.
Planteamientos de este tipo han surgido cuando se ha hablado de
profesores o investigadores “progresistas”, “humanistas”, “ecologistas”,
“políticamente comprometidos”, “innovadores”, “críticos”, etc.
Atribuciones que se convierten en más peligrosas cuando referidas a uno
mismo. O cuando se usan en un debate intelectual. Esa auto-atribución
deslegitima a quien discute contigo (“el otro no puede entender o defender
lo que mismo que tú porque su posición personal o ideológica está en las
antípodas de la tuya”,- que es la buena, por supuesto-”. Ya no se discute
sobre los argumentos en cuestión, sino sobre la legitimidad de quien los
plantea. Argumentos “ad hominem”. El fin de la discusión científica.
Soy consciente, por eso precisamente lo planteo al inicio de mi
aportación, de que esta posición es discutible. Posiblemente la calificarían
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
47
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
de “neutra” y “descomprometida” algunos de mis colegas. Y estaríamos,
de nuevo, en una la escalada moralizante. Tendría que defender no tanto
las ideas sobre las que mi posición se apoya, sino a mí mismo y mi nivel
personal de compromiso y de ética personal. Ése es el riesgo que yo veo
a un exceso de “moralidad” en los discursos académicos.
Y sin embargo, yo mismo he de acudir, con frecuencia, a
argumentaciones de tipo ético y deontológico cuando me refiero a las
prácticas docentes, a las metodologías de enseñanza utilizadas en la
universidad, a la necesidad de la colaboración y el trabajo en grupo,
a la evaluación, etc. Desde el campo del derecho, algunos colegas,
critican la excesiva tendencia de la Pedagogía y de los pedagogos y
psicólogos a plantearse las cosas en términos de valores, conductas
éticas, buenas prácticas, etc. En alguna ocasión me han sugerido que,
desde su perspectiva, las cosas son “legales” o “ilegales”, es decir,
se trata de algo que se puede hacer o de algo que está prohibido y,
probablemente, sancionado. Tampoco estoy de acuerdo con esa
posición que, sin embargo, resulta más objetiva y descontaminada.
Resulta, también, cómoda y estimulante y suelo acudir a ella para tratar
de evitar el burocratismo institucional en el que estamos cayendo. Una
posición basada en el derecho nos permite decir que “todo lo que no
está prohibido está permitido” y, por tanto, la estrategia creativa de
docentes e investigadores es ir buscando los resquicios de innovación
que te permita la ley o las normas institucionales.
Hace sólo unas semanas, un colega y amigo español, el
Prof. Juan Manuel Escudero, en una conferencia desarrollada en
mi universidad sobre “Nuevos profesores para el S.XXI”, aludía a
la necesidad de “ideologizar más la formación de profesores”. Su
exposición fue, a la vez, profunda y radical, avalada por la enorme
experiencia que posee en el ámbito de la formación de profesores.
Reclamaba que los profesores y profesoras, como intelectuales
críticos, han de ser profesionales militantes y comprometidos tanto
en la dimensión social de su trabajo como en lo que se refiere a su
propia profesión. No le asustaba el componente netamente político
que su propuesta contenía, al contrario, veía la profesión docente
inmersa en una clara politización “no dogmática” y de izquierdas. Ser
profesor (igual que ser investigador) debe capacitarnos para discutir
políticamente las propias prácticas porque unas u otras maneras de
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
48
llevar a cabo esas prácticas benefician a unos u otros de nuestros
estudiantes y/o de los posibles beneficiarios de nuestra actividad.
También en este caso, el planteamiento suena fantástico pero está
lleno de riesgos de “moralización” de las conductas. No todas las
conductas son igualmente valorables pero no porque pertenezcan a la
izquierda o la derecha (conceptos, por otra parte, demasiado confusos
en la actualidad y fáciles de ser adaptados por quien se los atribuye),o
porque resulten más o menos cargados de ideología (puestos al límite,
todo acaba convirtiéndose en ideología, desde los motivos políticos
a los religiosos, desde los posicionamientos humanistas hasta los
técnicos, desde las prioridades sociales hasta aquellas otras más
basadas en la eficiencia y la rendición de cuentas). Seguir por ese
camino nos obligaría a entrar en disquisiciones sobre “izquierdas”
buenas y malas, “ideologías” buenas y malas. Y volveríamos a estar
en el mismo nivel de incertidumbre.
En definitiva, entrar a discutir temas vinculados a “conductas
responsables” en investigación y docencia es como meterse en un
pantanal, en territorio de arenas movedizas en el que podemos tener
dificultades para movernos con claridad. Obviamente, eso no debe ser
obstáculo para que lo hagamos, aunque sí debe llevarnos a movernos
con prudencia como es aconsejable hacerlo en tales ámbitos. Sin dejarse
llevar por el vértigo de querer establecer principios y normas definitivas
y de obligado cumplimiento para todos. Sin dogmatizar. Sin encorsetar
en exceso el ya de por sí difícil papel a desarrollar por docentes e
investigadores. No estamos en un territorio apto a “guardianes de la
moralidad”. La Historia nos ha enseñado que cuando han intervenido,
sólo ha servido para identificar y sacrificar “herejes” y para destruir
cualquier tipo de creatividad y desarrollo.
I Innovación
He quedado muy gratamente sorprendido por la insistencia con
que estas jornadas internacionales organizadas por la PUCRS han ido
abordando el tema de la innovación. Desde el año 2006 cada convocatoria
ha ido vinculando el tema de la innovación con otros componentes
esenciales del quehacer universitario: el “espíritu emprendedor”
(2006); la “interdisciplinaridad” (2007); la “calidad” (2008); las
“relaciones con la sociedad” (2009) y la “inteligencia” (2010). Es como
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
49
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
si implícitamente la PUCRS estuviera diciéndonos que el eje central de
lo que se puede hacer con la universidad y a través de la universidad
tiene siempre que ver con la innovación. Si ése fuera el mensaje, yo
estaría absolutamente de acuerdo con ello. La universidad, nuestra
universidad, ha sido brillante y transformadora solo en los momentos
en que ha sido innovadora. A medida que han ido incrementándose
las legislaciones y la normativa, a medida que la burocracia se ha ido
adueñando de los procesos, a medida que se ha ido fijando un discurso
de lo políticamente correcto y penalizando las desviaciones del mismo,
a medida que el profesorado se ha limitado a cumplir sus obligaciones,
la universidad ha dejado de ser un espacio de debate y creación. Salvo
honrosas excepciones, el impulso hacia la transformación social, hacia
la renovación intelectual y creación artística y técnica no se encuentra
hoy en día en la universidad sino en otros escenarios sociales.
Con respecto a la innovación me interesaría destacar que, desde
mi perspectiva, innovar no es solo hacer cosas distintas ni estar siempre
cambiando. Ni el cambio, ni lo distinto en sí mismo, al margen de las
aportaciones de mejora que ofrezcan merecerían quedar incluidos en
la categoría de innovación. Menos aún podemos llamar innovación al
mero cumplimiento formal y burocrático de los requerimientos de la
autoridad académica o política. Cambios de este tipo se han producido
con frecuencia en la historia de las universidades, pero son escasas las
mejoras que podamos atribuir fehacientemente a dichas adaptaciones
superficiales a lo que prevé la normativa. Por el contrario, podríamos
decir, que la innovación está vinculada a tres condiciones básicas
del ejercicio profesional (tanto en investigación como en docencia):
apertura, actualización y mejora. La apertura es una importante
condición de toda práctica profesional que se opone a la rutinización y el
esclerosamiento (de actitudes, conocimientos, destrezas, recursos, etc.).
La apertura está unida a la flexibilidad, capacidad de adaptación, etc.
Las propias innovaciones cuando surgen como planteamientos rígidos,
demasiado predeterminados y cerrados, anteponen la “fidelidad” sobre
el “compromiso activo” y aunque pueden mejorar los dispositivos
formativos y sus resultados, no tienen buen pronóstico sobre todo porque
no generan una cultura innovadora (que se basa más en el desarrollo de
una actitud favorable al cambio y a la introducción de reajustes). La
actualización tiene que ver con el necesario aggiornamento y puesta
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
50
al día. Cuando se introducen nuevos modelos y/o formas de actuación
se trata de poner al día los sistemas de enseñanza o investigación
incorporando los nuevos conocimientos y recursos disponibles. En ese
sentido la actualización se opone al estancamiento, a la arqueología en
los procedimientos, a la incapacidad de evolucionar, al desconocimiento
del progreso disciplinar y profesional vinculado al propio campo de
actuación. Es frecuente que las innovaciones se planteen como una
opción alternativa sin más (como “hacer algo distinto”) pero al margen
de un estudio previo de por dónde van las cosas, qué se sabe de ese tema,
qué otras experiencias se han hecho y cuáles han sido sus resultados,
etc. Es decir, sin una voluntad explícita, de actualización de los procesos
que se pretende mejorar. La mejora es el compromiso básico de toda
innovación. Aunque puede perecer (y lo es) un contra-sentido pensar
que se introduce algo diferente para empeorar las cosas, no son pocas
las innovaciones que podrían describirse de ese modo porque suponen
“retrocesos” y pérdida de la calidad de lo que había. De ahí que más que
hacer insistencia en lo que una innovación tiene de nuevo o de cambio
habría que insistir en lo que aporta como superación de la situación
anterior, e insistir igualmente en la forma en que se pretende pasar de la
situación anterior (peor) a la nueva (virtualmente mejor).
Por otra parte, en toda innovación han de tomarse como
marco de referencia tanto sus diversos componentes: doctrinales,
personales, organizativos y culturales. Los componentes doctrinales
se refieren a la fundamentación teórica sobre la que se basa la
innovación. Una innovación sin soporte teórico resulta siempre
anecdótica y superficial. Demasiado vulnerable a la improvisación
y a modificaciones injustificadas. Por otra parte no pueden obviarse
los aspectos personales. Cualquier propuesta innovadora o surge
a propuesta de alguien o, en cualquier caso, ha de ser puesta en
práctica por alguien. Sean, en ambos casos, individuos o grupos, sus
características personales y sus afiliaciones sociales formarán parte,
indefectiblemente, de la propia propuesta y de la reacción que dicha
propuesta provoque en el entorno. Pensar que en el ámbito universitario
se puede llevar a cabo alguna innovación al margen de las personas
implicadas (o en contra de ellas) resulta necio y poco práctico. Como
ya señalaba en un punto anterior, la universidad y los académicos
precisamos de un cierto nivel de “caos” para poder funcionar. Cuando
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
51
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
se formalizan en exceso los procedimientos o cuando todo pretende
estar regulado hasta el más mínimo detalle, el contexto de actuación
se convierte en un corsé y el profesorado se ahoga.
Hace unos años, en una reunión en el Ministerio de Educación
español, se hablaba de las nuevas regulaciones que había que establecer
en torno al Proceso de Bolonia. Entró en conversación el borrador de una
nueva Ley del Profesorado con respecto a la cual los sindicatos se quejaban
de que no había sido negociada con ellos. Uno de los rectores asistentes
queriendo resultar gracioso comentó: “Pero vamos a ver, ¿cuándo una ley
de caza se ha negociado con las perdices?”. Era una broma, pero resulta
una buena expresión de cómo, en algunas ocasiones, se han afrontado las
innovaciones en los contextos académicos. Llegó a hablarse, en algún
momento, de innovaciones “a prueba de profesores”. Inútil decir que
tiene muy mal pronóstico algo pensado en estas coordenadas.
A nivel general puede decirse, por tanto, que no hay innovación
sin personas que la lleven a cabo. Las características personales y
profesionales de quienes participan en la innovación (su personalidad, su
creatividad, su disponibilidad, su dedicación, su salario, su experiencia,
etc.) van a influir, sin duda, en el desarrollo de ésta. La experiencia nos
ofrece muchas evidencias, además, de que, por principio, la innovación
resulta más viable si cuenta con la implicación voluntaria y activa del
profesorado. También podría obligárseles (a través de normativas o reglas)
pero, en ese caso, el cambio se quedaría en los aspectos más formales
y difícilmente acabaría traduciéndose en una nueva cultura profesional.
Por otra parte, resulta igualmente claro que no hay innovación, salvo
la muy restringida (cambios menores que puedan hacer profesores
o investigadores en su propio trabajo) sin participación del contexto
organizativo. En la práctica, cualquier innovación que se propongan llevar
a cabo profesores o investigadores pasa, con rapidez, de la adscripción y
dependencia personal de quien la propone a la adscripción institucional.
Es decir, pasa de ser una cosa que afecta sólo al profesor/investigador que
la promueve a ser algo que afecta y se ve afectado por la organización
de la institución (horarios, uso de recursos institucionales, presupuesto,
necesidad de coordinación, etc.). Dentro de esos aspectos institucionales
juegan un especial papel todos los relacionados con el liderazgo y los
estilos de gobernanza. En cualquier innovación, el apoyo de la institución
y de quienes la dirigen constituye un punto clave. Suele decirse que, por lo
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
52
general, los líderes no son capaces, por sí solos, de provocar el cambio (al
menos si el propósito es llegar a un cambio cultural, de las ideas) pero, si
no lo ven claro y no lo apoyan, sí son capaces de boicotearlo. En definitiva,
podríamos decir que no hay innovaciones (salvo algunas muy restringidas
y que van “de incognito”) si no existen condiciones organizativas que las
hagan posibles. Otro tanto puede decirse de la dimensión cultural de las
innovaciones: es difícil que prosperen procesos de innovación y mejora de
las prácticas docentes o de investigación si no se produce, como condición
previa, una cierta (previsiblemente difuminada e incierta en sus primeras
etapas) “cultura” (personal e institucional) de preocupación por la calidad
de lo que se hace y favorable a introducir las modificaciones necesarias
para alcanzarla. Una cultura institucional homeostática y defensora de las
tradiciones provoca, irremediablemente, la asfixia de cualquier esfuerzo
innovador (salvo que los individuos se lo planteen como una acción de
francotiradores y hasta “donde aguante el cuerpo”). En definitiva, lo
que quisiera señalar es que innovar es una posibilidad cuyo progreso
depende de que se produzca la conjunción positiva de varios factores:
una idea nueva cuya introducción en las prácticas desarrolladas mejoraría
las cosas, unas personas dispuestas a llevarla a cabo y unas condiciones
institucionales que faciliten su desarrollo y que la apoyen.
Al final, la innovación es un proceso que debe producir cambios
en las cosas que se hacen y cambios en las personas que se implican
en ellas. Que el cambio en las cosas (las prácticas, los recursos, los
procedimientos, los dispositivos institucionales, etc.) y su sentido
es importante pero insuficiente ya ha quedado claro, o eso espero,
en los puntos anteriores. Pero más allá de esos cambios “visibles”,
las innovaciones lo son porque incorporan nuevas modalidades de
pensamiento y estratégicas, nuevos recursos, nuevas estructuras
organizativas, etc. Pero, con todo, eso no sería suficiente si, a la vez,
no se produjeran cambios en las personas. Y en este caso no se trata,
específicamente, de cambios que se hayan de producir en los alumnos
o en los “target groups” de la investigación, sino en todos aquellos
que participen en el proceso innovador (profesores, investigadores,
directivos, profesionales implicados, etc.). En la evaluación de la
innovación debería de tenerse en cuenta este aspecto de una manera
muy especial. La pregunta obvia frente a cualquier innovación es
¿qué estamos haciendo de nuevo y en qué eso ha mejorado nuestros
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
resultados? Pero esa pregunta central no debería hacernos olvidar
otras igualmente relevantes: ¿qué hemos aprendido nosotros de todo
este proceso?, ¿en qué hemos cambiado? La cuestión básica de las
innovaciones no se culmina con el hecho de “hacer cosas distintas”, hay
que llegar a “pensar de forma distinta”: valorar de forma distinta lo que
hemos de hacer, ampliar nuestras perspectivas profesionales, nuestro
conocimiento de los procesos, nuestras actitudes, etc. En general, poco
bueno se podría decir de un proceso de innovación del cual salieran sus
protagonistas en las mismas condiciones en las que entraron (como si
la innovación hubiera pasado por ellos “sin romperlos ni mancharlos”).
No quisiera concluir este apartado sin hacer una referencia al
aspecto ya señalado en la introducción sobre los peligros de sobresaturar
de contenidos axiológicos o actitudinales el análisis de la innovación.
Innovar es bueno, tener una actitud positiva al cambio es bueno pero
su sentido comienza a pervertirse cuando se utiliza como criterio de
discriminación entre profesionales. Como ya hemos señalado en un
punto anterior no todas las personas son igualmente proclives a adherirse
a cambios de cualquier tipo pero eso no las convierte, necesariamente,
en peores profesionales. En el ámbito de la docencia (en la investigación
podría suceder, salvatis salvandis, algo parecido), relativizar esa visión
maximalista de la innovación resulta positivo por varias razones que
conectan con lo dicho en la introducción:
2. Evita las “posturas dogmáticas” y del “todo o nada”. Ninguna
innovación es por sí misma la panacea que resuelva los problemas.
Y quienes mejor lo saben son los propios profesores que participan
en ellas. Los innovadores también se equivocan y no siempre
queda claro que por cambiar se hayan mejorado substantivamente
las cosas. Cuanto más rígida y maximalista es una postura (por la
razón que sea: de tipo doctrinal, técnico o profesional) más difícil
hace llegar a un consenso con las personas que no lo ven tan claro
y menos facilita un desarrollo colectivo de la innovación.
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
1. Neutraliza la tendencia habitual a “moralizar”. Si se identifica
la innovación con lo bueno y al profesor “innovador” con el buen
profesor, se corre el riesgo de deslizarse, explícita o implícitamente,
a la denuncia generalizada de quienes no participen en las
innovaciones porque no lo vean claro (o por cualquier otra razón) y
a la etiquetación de los “no innovadores” como “malos profesores”.
53
3. Evita también la utilización de la etiqueta “innovador” como
añagaza destinada a crear una imagen profesional fraudulenta. Sucede
igual que con otras etiquetas como “progresista”, “creativo”, “de
izquierdas”, “ecologista”, etc. Ninguna etiqueta debe hacer olvidar
que lo sustantivo es “ser profesor” o “ser investigador” (o ambas cosas
a la vez) y en ello está la identidad profesional. Ninguna convicción
personal ni postura profesional puede compensar las carencias que se
tengan en lo sustantivo.
4. Nos conduce a una posición más “neutra” con respecto a las
innovaciones e iniciativas de cambio en los centros escolares.
Quienes nos adherimos a ellas lo hacemos convencidos de que
ésa es una “buena opción” para la mejora de la enseñanza que
estamos llevando a cabo. Pero podemos entender y aceptar sin
descalificaciones que puede haber otras personas que no lo vean
tan claro y que decidan, por tanto, no participar, al menos de
momento, en ellas.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
54
De todas maneras, que quede claro que esta defensa de una
visión “relajada” y “constructiva” de la innovación tiene como único
sentido la evitación de que la “innovación” se convierta en un factor
de ruptura institucional y de incomunicación entre colegas. Algunos
expertos han defendido ese planteamiento (la innovación como
“denuncia” y como “ruptura” cuasi revolucionaria) que personalmente
no comparto. Es cierto que toda innovación trae consigo conflictos
puesto que cualquier cambio supone romper con estructuras anteriores
para crear otras nuevas y eso nunca es algo fácil. Pero ya tenemos
bastante con afrontar el conflicto y los problemas sustantivos que
generan las innovaciones como para suponer que, además de eso,
podamos también cargar con la tensión que genera la descalificación y
ruptura con los colegas menos dispuestos a colaborar. Pero esa virtual
“neutralidad” no debe ser confundida con el “laissez-ferismo”, con
que todo dé igual e incluso con la defensa de la pasividad y desinterés.
La idea que he tratado de transmitir es que la innovación, en cuanto
compromiso global con la mejora constante de nuestro trabajo,
es algo que nos afecta a cuantos participamos en la enseñanza o la
investigación (y, generalmente, en ambas cosas). La innovación, en
tanto que implicación personal en experiencias concretas de cambio,
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
es algo que dependerá de nuestro mejor criterio profesional. Y
también, sin duda, de otros aspectos secundarios pero que adquieren
una importancia básica en el ámbito relacional: simpatía con los
promotores de la experiencia, contexto personal-familiar en que nos
encontremos en ese momento, factores coyunturales diversos, etc.
II Investigación
La investigación constituye, al menos en la normativa española,
una actividad que forma parte sustancial del perfil profesional de todo
docente universitario. Siendo eso así, las constataciones empíricas de los
últimos años hablan que no más del 30% del profesorado universitario
investiga realmente y no más allá del 1,5% dirige investigaciones como
investigador/a principal. Con todo, la situación no es homogénea ni en
los diversos espacios científicos ni en las diferentes universidades. Todo
ello nos lleva a situar el tema de la investigación tanto en el contexto de
las actitudes y competencias individuales del profesorado como en el
contexto de las políticas de investigación y de los apoyos institucionales.
Investigación y competencias profesionales
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
55
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
La carrera docente y profesional del profesorado universitario
español está plenamente ligada a su participación en la investigación
y a los resultados obtenidos en ella. Aunque las contrataciones y el
acceso a la carrera docente se hacen en función de las necesidades
docentes, los méritos que se contabilizan pertenecen, casi en
exclusiva, al ámbito de la investigación. El progreso en la carrera
docente también se halla vinculado a los méritos en investigación,
medidos en sexenios (evaluación de la producción científica de
cada profesor/a que se realiza, voluntariamente, cada 6 años).
Cada seis años, los profesores seleccionamos nuestras 5 mejores
publicaciones de investigación y las sometemos a la evaluación de
una comisión. Cada trabajo puede ser valorado entre 0 y 2 puntos
(normalmente concedidos en función de la posición de la revista
donde se publicó en alguno de los índices de impacto reconocidos
nacional e internacionalmente). Se precisan 7 puntos para superar la
evaluación y recibir el sexenio.
Siendo tan importante la implicación en proyectos de investigación,
no es de extrañar que exista todo un itinerario formalmente establecido para
consolidar las competencias investigadoras de los docentes. Los estudiantes
más vocacionados hacia la investigación y con mejores expedientes suelen
obtener becas para la formación del personal investigador. La beca dura
4 años (incluye 3 salidas a instituciones internacionales de investigación)
al final de los cuales se supone que la tesis debe estar completada. La
tesis doctoral constituye el primer nivel de acreditación. La nueva ley de la
ciencia da por supuesto que éste es el inicio de la carrera docente, aunque
la actual situación de crisis y la restricción de contratos para la docencia
hacen improbable que esa posibilidad se cumpla. Con todo, el conjunto de
competencias que configurarían el perfil de investigador/a no se encuentra
formalizado (ni a nivel general ni por Facultades o ámbitos científicos) y
eso constituye, probablemente, la causa principal de la heterogeneidad de
situaciones personales con respecto a un buen ejercicio de la investigación.
Investigación y contexto institucional
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
56
Pese a que quienes investigan son personas individuales o grupos
de personas, no cabe duda que la variable fundamental que condiciona las
prácticas reales son las políticas globales y los dispositivos institucionales.
Como ha señalado Buesa (2006)1 el desarrollo de la innovación
en los procesos de investigación dependen, básicamente, de 4 factores:
el entorno económico y productivo en el que nos encontremos; las
líneas de investigación abiertas y las actividades realizadas por
empresas y universidades; la existencia de empresas, instituciones o
grupos innovadores y, finalmente, la existencia de políticas científicas
capaces de interpretar y, en su caso, corregir las demandas del mercado
y distribuir coherentemente los recursos a los diferentes sectores
comprometidos en la generación de conocimiento.
Parece correcto, por tanto, pensar que la mayor o menor
presencia de investigación en un determinado país va a depender de
las políticas de I+D+I que se desarrollen en él. Y de eso dependerán,
también, la mayor o menor implicación en programas de investigación
de las instituciones universitarias. El establecimiento de prioridades,
Buesa, M. (2006). El Sistema Nacional de Innovación en España. En MIOD Revista Electrónica. Número
monográfico dedicado a “20 años de la Ley de la Ciencia: 1986-2006”. http://www.madrimasd.org/revista/
revistaespecial1/articulos/buesa.asp.
1
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
la distribución de los recursos, la supervisión de los procesos, la
potenciación de la transferencia de resultados, etc. son factores mucho
más relevantes que la mayor o menor disposición de los sujetos.
Investigación y conductas responsables
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
57
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
La temática central de este Congreso pretende relacionar la
Innovación con las conductas responsables en investigación y docencia.
Se trata de un aspecto de relevante importancia tanto en lo que se refiere
a los comportamientos individuales como a las estrategias y dispositivos
institucionales, incluidas las políticas científicas de cada país y la forma
de supervisión introducida.
Este componente de la investigación constituye un focus central
de la vida universitaria. Es un elemento clave para regular los procesos
de investigación que se llevan a cabo en su seno, pero resulta aún
más importante considerado desde la perspectiva de la formación de
investigadores/as que la universidad lleva a cabo. Constituye, así, tanto
un objetivo institucional como un contenido de la formación.
Por lo general, se espera de los investigadores (y de las
instituciones que los acogen y avalan) un alto nivel de credibilidad. Para
los investigadores se han planteado demandas tanto de tipo científico
como ético, tanto en lo que se refiere a su trabajo individual como en
lo que afecta a su disposición a colaborar con otros colegas, tanto en la
gestión del proceso como en la presentación de los resultados de sus
investigaciones. Para las instituciones se han planteado exigencias de
supervisión, de higienización de los procesos y demandas (evitando la
excesiva presión sobre los investigadores), de organización adecuada
de los recursos, los ambientes y las condiciones de desarrollo de las
investigaciones. Para las políticas estas exigencias se refieren a la
adecuada definición de las condiciones, prioridades e incentivos de la
investigación, así como a una adscripción de recursos coherente con las
expectativas generadas en relación al progreso en la investigación y al
nivel de competitividad del propio país en el contexto internacional.
Con todo, la literatura y las revisiones de las buenas prácticas
suelen estar centradas en el comportamiento de los investigadores
de los que se espera honestidad intelectual, responsabilidad en la
gestión de las investigaciones en las que participa y actuaciones que
respondan a criterios contrastados (aunque no siempre explícitos).
Los comportamientos no aceptables en esos tres campos (research
misconduct) constituyen un tema frecuente en la literatura internacional
(con marcada relevancia en los estudios que tienen que ver con la
investigación biomédica). Siendo el investigador/a la parte más
vulnerable del sistema por la gran cantidad de presiones que se acumulan
en su trabajo, sobre él/ella se han centrado los estándares y exigencias
de “buenas prácticas. En el cuadro que sigue recogemos algunas de las
demandas que se plantean a los investigadores, así como algunas de las
conductas que se han mencionado como negativas e impropias.2
Conductas aceptables2
Conductas inaceptables
(misconduct)2
Honestidad intelectual en la propuesta,
desarrollo y publicación de la
investigación.
Fabricación fraudulenta de datos
falsos o resultados amañados.
Precisión y rigor en la presentación de
los datos.
Justicia en la evaluación de pares.
58
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Disponibilidad a colaborar con los pares
e a intercambiar con ellos/as avances y
conocimientos.
Transparencia en los conflictos de
intereses.
Buenas prácticas vinculadas al empleo
de sujetos humanos y/o animales
Falsificación
o
manipulación
de materiales o procesos de
investigación; omitir datos, alterar la
presentación de resultados.
Plagio o uso de ideas de otros, de sus
resultados, etc. sin citarlo o darle la
relevancia que se merece.
Valoración
prematura
o
excesivamente
optimista
o
pretenciosa de los resultados
alcanzados
Incorporar como autores a personas
que no han participado en el trabajo.
O dejar de incluir a otros que sí lo han
hecho.
Manipulación
de fotografías,
gráficos, tablas o cualquier tipo de
expresión de datos u opiniones.
Asunción de las responsabilidades que
le corresponden a él/ella en su equipo
y/o al propio equipo en el conjunto de
la investigación.
Board on Health Sciences Policies, Institute of Medicine (2002). Integrity in Scientific Integrity in
Scientific Research: Creating an Environment That Promotes Responsible Conduct (pp 35-35). Washington,
D.C.: The National Academy Press.
2
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Investigación y acción
Uno de los principales compromisos que asume, al menos en el
campo educativo, es constituir un elemento de progreso en la acción. El
sentido de “conocer” en nuestro campo no tiene (no debería tener) un
objetivo puramente incremental sino de mejora de las políticas y de las
prácticas educativas3. Ha constituido un problema histórico la escasa
transferencia de conocimiento que se ha producido desde el ámbito de
la investigación al de las políticas y las prácticas profesionales.
La relación entre investigación y acción viene condicionada
porque se den una serie de condiciones en los procesos de investigación:
• Corregir los problemas de comunicación. Esto es, hacer un
inventario de los obstáculos más persistentes en la relación entre
investigación y acción (selección de temáticas, dispositivos de
recogida y análisis de la información, sistemas de difusión de los
resultados, distanciamiento entre investigadores y prácticos, escasa
reserva de fondos para la visibilización de los trabajos, etc.).
• Llevar a cabo una mayor contextualización de la investigación,
de forma tal que estemos en disposición de generar sinergias y
coaliciones entre investigadores y prácticos, al menos en los temas
de más urgente abordaje.
• Prestar especial atención a la diseminación cuidadosa de los
resultados y conclusiones de los trabajos. Una buena diseminación
requiere, con frecuencia, de tareas paralelas de divulgación y
popularización tanto de las premisas teóricas como de los resultados
obtenidos y de su proyección sobre la práctica.
Estas características son importantes en todos los campos,
pero muy especialmente en la investigación de las ciencias sociales.
Kagan, S.L. (2002) A relacão investigacão-politicas de accão: para além do incrementalismo.
En B. Spodek (Org.): Manual de Investigacão em Educacão de Infância. Lisboa. Fundacão
Calouste Gulbenkian. P.1135-1164.
3
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
• Reforzar el nivel de compromiso social y profesional en lo que
se refiere a la selección de las temáticas y/o problemas a investigar
priorizando aquellos con mayor capacidad de impacto en las políticas
y prácticas profesionales.
59
Como indicaban Caldwell y Ricutti (1973)4 tiene que producirse una
relación simbiótica entre la política y la acción social por un lado, y la
investigación y la teoría que subyace a ella por el otro.
III Docencia y conductas responsables
Aunque ha sido el campo de la investigación el más claramente
regulado en lo referente a las “conductas impropias”, no resulta
superfluo ampliar similares consideraciones a las actividades docentes.
Aunque buena parte de la literatura y de la normativa en relación
a las conductas inapropiadas de los docentes se refieren a “abusos
sexuales”, está claro que no es ése ni el principal ni, probablemente, el
más peligroso de de los desafíos que la regulación ética de la profesión
debe afrontar. El Ontario College of Teachers5 ha identificado una
serie de misconducts sobre las que pide compromisos a sus docentes y
estudiantes. Entre ellas se mencionan las siguientes:
1. Conductas relacionadas con la acreditación profesional:
a) Proporcionar documentos o información falsa sobre la propia titulación
y acreditaciones, así como actuar en ámbitos no permitidos a su nivel de
acreditación profesional
60
b) Usar nombres o identificadores profesionales que no son los propios.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
c) No ser capaz de mantener los estándares exigidos a la profesión.
2. Conductas relacionadas con los estudiantes:
a) Dar información sobre los estudiantes a alguien que no sea el propio estudiante
o personas autorizadas para conocerla.
b) Cualquier tipo de abuso verbal, físico, psicológico o sexual de los estudiantes
3. Conductas relacionadas con el ejercicio de la docencia:
a) Ejercer la profesión bajo el influjo de sustancias que afectan a su actividad
b) No documentar y llevar al día los registros que formen parte de sus obligaciones
c) No supervisar adecuadamente a las personas que le ha sido encargado supervisar
d) Seguir ejerciendo la profesión sin tomar en consideración el conflicto de intereses.
Caldwell, B. y Ricutti, H. (Eds.). Child Development and Social Policy. Review of child
development research. Chicago: University of Chicago.
5
Ontario College of Teachers (2010): Foundations of Professional Practice . http://www.oct.ca/
publications/PDF/foundation_e.pdf
4
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
e) Llevar a cabo acciones u omisiones que razonablemente deberían ser valoradas
por un docente como impropia, vergonzosa, deshonrosa o no profesional
4. Conductas relacionadas con la investigación:
a) No cooperar con los colegas en las investigaciones
5. Conductas relacionadas con la institución y sus normas:
a) Firmar o adherirse a sabiendas a documentos que contienen declaraciones falsas
b) No cumplir las leyes que le afectan como profesional o contravenirlas en provecho
propio o cuando tal hecho pueda afectar negativamente a sus estudiantes.
c) No presentarse a la citación de un Comité de Investigación que lo haya citado
oficialmente, o no cumplir las órdenes que una vez comparecido el Comité le
haya ordenado.
d) No aportar la información solicitada de forma completa y precisa cuando se
le solicite y le obligue a ello las normas de la institución.
e) No cumplir los compromisos suscritos con la institución o los acuerdos
adoptados por ésta.
f) No cumplir con las obligaciones que a los profesionales de la enseñanza
plantea las leyes sobre la infancia y la familia.
Conclusión
61
1. Compromiso consigo mismo:
– La formación continua y el desarrollo personal en los diversos
frentes en los que actúa como profesional: la docencia, la investigación,
la extensión universitaria, la gestión, etc. Esa formación puede
estar planteada bien desde la perspectiva de los propios deseos y/o
necesidades del académico, bien desde las necesidades de desarrollo de
la institución a la que pertenece.
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
En cualquier caso, siempre parece preferible, hablar de conductas
responsables, como indica el título de este Congreso, más que de
conductas impropias. Resulta un discurso más respetuoso y amigable.
También más justo, pues la gran mayoría de nosotros nos movemos
es esa línea positiva de actuación. En ese sentido quisiera concluir mi
intervención señalando, a modo de resumen, los que, a mi modo de ver,
son los grandes compromisos que asumen los académicos universitarios:
2. Compromiso con la profesión:
– Producir conocimiento científico y didáctico a través de las
investigaciones y publicaciones propias de su campo.
– Asumir los valores profesionales (deontología) y no
defraudar las altas expectativas que sobre los académicos se han
generado en nuestra sociedad. Justamente, del fracaso en este
compromiso hemos hablado al referirnos a las misconducts en la
práctica profesional.
– Mejorar la enseñanza y/o la investigación. Es decir, asumir la
cultura de la calidad y de la mejora constante, al menos en la medida
en que nos lo permitan los recursos disponibles. El compromiso con la
propia formación va muy ligado a este propósito.
3. Compromiso con los alumnos:
– Propiciar aprendizajes de calidad. Sea cual sea el tipo de tarea
que los decentes desarrollamos en la universidad, nuestro propósito
central ha de estar siempre en la búsqueda de las más altas cotas de
aprendizaje de calidad de nuestros estudiantes.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
62
– Atender la DIVERSIDAD como condición de los tiempos
modernos. La Educación Superior ha dejado de ser el reducto de las
élites y eso obliga a los docentes a hacer más patente su capacidad
de adaptarse a las diferencias que sus estudiantes plantean.
4. Compromiso con la Institución:
– Comprometerse con el Proyecto Educativo y con el Plan
estratégico de la institución de la que forma parte.
Puede parecer un catálogo excesivo de cargas y compromisos.
A veces lo es. Pero el trabajo en la universidad, a nada que uno
lo cuide, siempre resulta desafiante y atractivo tanto en el terreno
humano como intelectual. También resulta esencial para el desarrollo
de las generaciones jóvenes y para ir avanzando en la sociedad del
conocimiento. Por eso merece la pena hacerlo bien. 6
6
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da FFCH/PUCRS.
Conducta Responsable en Investigación y Docencia
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Três dimensões de sua condição de possibilidade
Ricardo Timm de Souza1
I Introdução
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
64
A palavra “ética” tem se tornado, especialmente desde meados
da última década do século XX e ao longo desse século XXI que se
inicia, mais e mais presente. Como se correspondesse à emergência
inesperada, na superfície da terra, de veios e rachaduras por onde flui
a fumaça oriunda das profundidades, anunciando uma erupção de um
vulcão distante ou aparentemente extinto, a palavra “ética” se insinua
em discussões as mais diversas, irrompe no corpo dos discursos, faz-se
presente, de forma muitas vezes incômoda, em documentos, manifestos,
estudos e libelos os mais variados, que pretendem desenvolver linhas
de desenvolvimento de instituições, programas, eventos da mais
diversa ordem – especialmente em termos educacionais, jurídicos,
científicos e tecnológicos. Tornou-se não só adequado e pertinente
introduzir o termo “ética” nos mais variados meios e contextos, como
estar algo mais aprofundadamente o seu real significado nas diversas
escolas filosóficas, o que garantiria, em tese, uma espécie de chancela
legitimante da qualidade e das pretensões dos discursos.
Isso, porém, não significa absolutamente que haja um domínio
social mínimo dos níveis semânticos elementares desta que é, na sua
origem e essência, uma disciplina filosófica de grande complexidade
e longa evolução. Pois o fato é que se fala de “ética”, geralmente,
com uma espécie de confiança subliminar em uma pretensa potência
autoexplicativa dessa categoria. E essa confiança não advém, na quase
generalidade das vezes, de uma consciência dos sentidos diversos desse
termo, ou de sua gravidade; ela aparece como uma espécie de resposta a
uma difusa consciência de uma exigência social ampla, de muito difícil
compreensão, mas que se articula com a especificidade dos tempos que
ora vivemos – tempos de fronteiras em todos os sentidos.1
Ora, não se pode, evidentemente, nem ao menos abordar o tema
da pesquisa cientificamente relevante, adequada, sem que as condições
de sua integridade sejam explicitadas com clareza. E, naturalmente, a
condição ética da pesquisa é determinante para a sua integridade, em
qualquer sentido desse termo.
A seguir, examinaremos de modo conciso e sumário três dimensões
de possibilidade da integridade da pesquisa a partir de sua origem – da
Cf. nosso Totalidade & Desagregação – sobre as fronteiras do pensamento e suas alternativas, Porto
Alegre: EDIPUCRS, 1996, especialmente p. 15-29.
1
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
motivação que lhe deu origem – a qual, por óbvio, como tudo que é
humano, não pode ser senão ética. Tais dimensões – cuja argumentação
de base, obviamente, não é viável desenvolver nos limites desse texto –
serão para os fins desse escrito, apresentadas como “postulados”.
II Ética como condição de concepção de uma vida
propriamente humana
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
65
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Esta referida não consciência suficiente das implicações e
sentidos, não apenas filosóficos, da categoria “ética”, traz consigo
perigos consideráveis; perigos de generalização inconsequente, ou,
o que é mais grave, de banalização ou manipulação conceitual. É
necessário, portanto, que se repensem continuamente as dimensões
realmente significativas do termo “ética”. O presente texto insere-se
nessa linha de argumentação: é necessário reconsiderar continuamente
os significados do termo “ética”, para que se possa encontrar, a cada
momento, o equilíbrio máximo entre o rigor teórico e a disponibilidade
responsável do conceito. E esse é, também, o objetivo maior deste
texto: manter a argumentação no ponto possível de equilíbrio entre a
fundamentação teórica mais rigorosa possível – ainda que não explícita
no discurso – e a acessibilidade responsável que viabilize a utilização
intersubjetiva do termo “ética” de forma filosoficamente sólida e
defensável por não especialistas, especialmente no que concerne à
pesquisa científica íntegra.
A Ética não é um elemento a mais a ser levado em consideração
quando se pensa sobre a questão filosófica fundamental: a condição
humana. Em verdade, a Ética é o fundamento da própria possibilidade
de pensar o humano. Essa afirmação pode parecer estranha à primeira
vista, mas essa estranheza se desfaz muito rapidamente, quando os
termos definidores da questão são examinados com propriedade
filosófica. Pois a própria ideia de pensar pressupõe a Ética. Não existe
pensamento fora de alguém que pensa, e esse alguém não é uma mônada
fechada em si mesma, mas, de algum modo, o fruto das relações –
seja no âmbito de sua gênese biológica (ninguém nasce senão de
seus pais), seja em termos de sua geração social e histórica (ninguém
existe fora de uma cultura e de uma língua que o acolhem, ou fora de
estruturas materiais que o sustentam). Ser humano é provir e viver na
multiplicidade do humano, e aí, na teia de relações, sobreviver. E não
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
66
qualquer multiplicidade, mas multiplicidade qualificada ou, exatamente,
em termos filosóficos, multiplicidade ética, do agir de uns com relação
aos outros e dos sentidos desse agir. Pois, para que a gestação chegue
a um bom termo, é necessário que nem nossa mãe, nem todos os que
a apoiaram tenham agido de forma má, pelo menos não a ponto de
impedir nosso desenvolvimento. O mesmo se dá, evidentemente, em
cada um dos momentos de nossa vida, não apenas daqueles por nós
facilmente percebidos como decisivos ou extremamente importantes,
mas igualmente naqueles, aparentemente coloquiais, aparentemente
irrelevantes, que constituem propriamente o dia a dia de nossa vida, a
teia dos momentos na qual vivemos em nossa cotidianidade. Em suma:
em todos os momentos de nossa vida, define-se em cada situação a
continuidade de nossa existência, não através de atos indiferentes ou
pretensamente “neutros”, mas na especificidade única e não neutra de
cada ato. Um ato qualquer, isolado, pode tanto fazer viver como fazer
morrer; embora tal fato seja claramente perceptível nos grandes instantes
decisivos da vida, em que a vida e a morte se encontram – tanto um ato
heroico de sacrifício por outrem como um ato que mata outrem, tanto
uma intervenção cirúrgica bem-sucedida como a destruição de aspectos
da vida – na verdade tal fato se dá, de um modo ou de outro, em todo
e cada um dos instantes da existência. Não há instante isolado, neutro
ou indiferente para a vida; há apenas instantes que conspiram, ou para
a continuação e promoção da vida, ou para sua corrosão e destruição. E
isso por um motivo muito simples: o ser humano é um ser não neutro
por excelência. Essa não neutralidade é simultaneamente, em termos
filosóficos, o resultado da reflexão original sobre a condição humana e
a possibilidade de tal reflexão.
Ética é, assim, o fundamento da condição humana que vive e
medita sobre si, sobre seu lugar, sobre sua casa, seu oikos, suas relações,
seu mundo; ética é, nesse sentido, essencialmente, uma questão ecológica. E, assim sendo, ética é o fundamento de todas as especificidades
do viver, em suas mais complexas relações e derivações, da história
das comunidades e da própria filosofia. E, evidentemente, para o que
aqui é relevante, emerge ao natural o primeiro postulado de nossa
argumentação: a ética como fundamento da existência humana em
todas as suas dimensões é igualmente o fundamento da possibilidade
da pesquisa científica íntegra.
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
III Desneutralizando a ciência: desnaturalizando a
lógica científica
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
67
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Vivemos, porém, em um mundo de extrema complexidade.
Isso vem sendo destacado pelos mais eminentes pensadores da nossa
era. Qualquer um percebe a que ponto, contemporaneamente, a
complexidade nos penetra, a que ponto penetramos a complexidade do
mundo. É evidente que isso não poderia deixar de acontecer no campo
das organizações que, de algum modo, estabelecemos para viabilizar
as formas de relações do ponto de vista de instituições criadas para
a preservação da vida. E, aqui, fique bem claro: por “instituições”
não entendemos senão isso: tentativa de organização social fundada
segundo a preocupação original e inarredável de preservação da vida.
Trata-se aqui, portanto, da questão da relação entre a ética e
as instituições. Qual seria essa relação? Ora, segundo o que até aqui
temos proposto, não poderia ser essa relação outra, senão uma relação
fundacional. Ou seja, uma instituição que não tenha por base permitir a
possibilidade de relações eticamente saudáveis entre seus membros é uma
instituição vocacionada ao fracasso ou à formalização violenta de suas
estruturas (tantas vezes observável em instituições reais), que acabam por
denunciar à contemporaneidade, pela violência a que sujeita os indivíduos
em nome de uma vaga generalidade ou formalidade, a sua desumanidade
e as suas dimensões antissociais e antiecológicas: antiéticas (quer dizer:
anti-humanas e antiecológicas). Toda instituição que não seja capaz de
contemplar essa preocupação vital fundamental – a saber, de uma relação
eticamente saudável entre os indivíduos e não apenas das relações dos
seres humanos uns com os outros, mas dos seres humanos com todo e
qualquer ser vivo e com a natureza em geral, é uma instituição que tende
necessariamente a fracassar e a abortar a sua profissão de existência.
Essas reflexões nos conduzem ao redimensionamento histórico
das próprias instituições já existentes. Quais das instituições existentes
são fiéis à vida? Quais as instituições existentes promovem condições
que permitem não só a sobrevivência dos indivíduos, mas a sua vida
propriamente dita enquanto conteúdo de realidade mais próximo
delas mesmas? Por outro lado, quais são as instituições atualmente
vigentes que não fazem senão mutilar, ou mesmo impedir, que a vida
possa se desenvolver em toda a sua exuberância? A resposta a essa
questão é uma resposta decisiva, que nos conduz à reconfiguração
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
68
histórica e social das instituições hoje existentes. Ressaltemos
uma vez mais: evidentemente, temos para essa reconsideração um
parâmetro muito claro de validade e esse parâmetro não pode ser
senão ético. Instituições que têm vida própria e que funcionam como
grandes, imensas, máquinas anônimas, a bem da produção de dinheiro
ou riquezas ou da reprodução de poder, nas quais os indivíduos não
passam de números, autômatos ou engrenagens substituíveis, são
instituições que nada têm a ver com a vocação humana e, portanto,
são instituições absolutamente antiéticas. Não têm como subsistir em
um mundo ecologicamente sustentável. Pensar, por outro lado, no seu
aperfeiçoamento, é algo que nos parece, até certo ponto, improvável.
Na verdade, a instrumentalização da razão, a razão instrumental, tal
como chamavam, por exemplo, Adorno e Horkheimer, é capaz de
destilar monstruosidades em que as pessoas se sintam de certa forma
pertinentes, sem que sua pertença seja concreta. Números que flutuam,
símbolos que se substituem à carne e ao sangue de cada um de nós,
estruturas estreitas, quantificações, hierarquias kafkianas, ordenações,
lógicas anquilosadas, sistemas de poder, na verdade tudo isso se
constitui numa espécie de repositório de neuroses sociais que, uma vez
examinado a fundo, revelará nada mais do que uma extrema violência
de origem, uma totalização que conspira, em todos os sentidos, contra
a vida. Instituições desse estilo não são apenas antiéticas, elas são
antiecológicas e antipolíticas, elas são anti-humanas e, portanto, não
oferecem absolutamente nenhuma possibilidade de futuro; tratamse de abortos daquilo que se poderia pensar ter ou dever ter uma
instituição como tal. Instituições já são, por sua própria natureza,
dimensões-limites do humano, ao formalizar o informalizável para
bem possibilitar a convivência nas sociedades, e não existem sem
grandes dificuldades e tendências a oprimir o humano, e isso, muitas
vezes, apesar de toda a boa vontade ética de quem as pensou. O que
dizer, agora, de instituições que, em nome de princípios políticos
e econômicos, se pretendem substituir a vida como tal? Pois uma
implementação, uma instituição, uma formalização, muitas vezes,
acaba por afastar os seres humanos uns dos outros, estabelece entre
os indivíduos limites invisíveis que impedem a naturalidade das
relações vitais mais fundamentais. Todavia, temos de reconhecer que,
na complexidade do mundo atual, seria muito difícil sobrevivermos
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
69
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
sem instituições reguladoras. O que é agora necessário, então, é
que consigamos, com o crivo ético, no sentido que temos até agora
desenvolvido, ser capazes de criticar a fundo a lógica de constituição
e perpetuação de toda e qualquer instituição, em nome da ética.
Em suma: instituições que transformam pessoas em engrenagens e
máquinas não são apenas antiéticas, ou anti-humanas, elas são antivitais.
E, por isso, contradizem a própria lógica da vida: não podem subsistir. A
vida, com o passar do tempo e no devido tempo, saberá, provavelmente de
forma muito dolorosa, derribar essas monstruosidades que o ser humano
é capaz de conceber e erigir, caso não sejamos lúcidos o suficiente para
desconstruirmos aquilo que se constituiu de forma desumana. A ética é,
portanto, também, uma espécie de crivo do sentido vital. Tudo aquilo que
se formaliza a tal ponto que não se encontra mais com sua origem, tudo
aquilo que se transforma em uma espécie de máquina semovente que não
se compreende a si mesma, de tal forma que não é capaz de legitimar a
sua própria existência em função da vida, não passa de algum tipo de
máquina de violência anti-humana ou de figuras de um futuro museu
teratológico. Substituir pessoas por números, por dinheiro, por palavras,
por símbolos é, do ponto de vista administrativo da razão instrumental,
muito útil; é, todavia, do ponto de vista da sobrevivência da humanidade
dos seres humanos e do planeta, inviável.
Assim, uma instituição não pode ser concebida, em termos
humanos, a não ser no sentido de originar-se da mesma semente da
relação humana ética, saudável, pois essa relação saudável é o corretivo
que a instituição necessitará constantemente para não degenerar em
totalidade violenta. Ética e instituição devem ser, no dia a dia, concreto
da vida institucional, tão próximas quanto possível; poderíamos dizer:
radicalmente interdependentes. Uma instituição que não tenha, na
sua constituição mais profunda, na sua medula de sentido, a própria
dimensão relacional humana, é uma instituição vocacionada ao fracasso.
Ela não subsistirá aos momentos concretos que se sucedem no tempo e
acabam expondo aquilo que está oculto em nome de grandezas ou jogos
de poder ecológica e humanamente injustificáveis.
Ora, é muito provável que a (tecno)ciência seja a mais complexa,
poderosa e influente das instituições contemporâneas. Desde seu
nascimento, há muitos séculos, a ciência nada faz, senão se sofisticar, se
multiplicar e estabelecer parâmetros de existência e validade em todas
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
70
as dimensões da vida. O ser humano acabou por fazer da ciência a sua
verdade racional, tendendo, especialmente na cultura ocidental, a fazer
dela o seu ídolo autolegitimante ao qual tudo o mais – especialmente
outras formas de racionalidade – é sacrificado.
Por outro lado, sabemos, pelo testemunho doloroso do século que
acaba de findar, que essa ciência tem muitas faces, muitas dimensões,
e está muito longe de ser compreendida em todo o seu potencial,
tanto construtivo quanto destrutivo. Na verdade, boa parte daquilo
que temos chamado a “esquizofrenia civilizatória do século XX”,2 ou
seja, a convivência de situações absurdas do ponto de vista da vida e
de sua sobrevivência com situações de avanço científico inusitado e
extraordinário, tem a ver com o desconhecimento desses potenciais. A
que poderia se dever o desconhecimento desses potenciais? A resposta
a essa questão não é extraordinariamente difícil; podemos avançar que,
na verdade, uma das dimensões mais avessas ao controle externo é
justamente a ciência, talvez por ter essa nascido, pelo menos em sua
feição moderna, como uma espécie de superação dos muros externos
de controle de pensamento. Essa vocação de desenvolvimento, que
pode ser percebida na forma de como a ciência foi destruindo uma série
de barreiras a ela externas, do ponto de vista, por exemplo, filosófico,
religioso e ideológico, acabou por se transformar no mote de seu
próprio desenvolvimento. A ciência precisa de liberdade; ciência sem
liberdade não existe. Essa retórica é, evidentemente, muito eloquente
e tem a sua porção de verdade. Por outro lado, trata-se de uma retórica
de uma extrema periculosidade. Há de se descobrir isso facilmente, na
medida em que se descobrem, por exemplo, as falácias do positivismo
científico. A ciência, abandonada a si mesma e à sua própria lógica, é
um animal selvagem e furioso recluso em uma sala repleta de obras de
arte e cristais preciosos. Ele tentará sair da sala, e para isso quebrará
muito do que ali se encontra. Em nome de sua liberdade, sacrificará
muitos bens; em nome de sua sobrevivência, sacrificará muitas das
dimensões também importantes, ou mesmo muito mais importantes que
ele, que nessa sala se encontram. E essa é apenas uma das dimensões do
problema. Mas uma dimensão que leva a desdobramentos muitíssimo
perigosos, dos quais alguns exemplos são muito perceptíveis hoje em
Cf. nosso Totalidade & Desagregação – sobre as fronteiras do pensamento e suas alternativas, op.
cit., p. 15-29.
2
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Cf. nosso “Da neutralização da diferença à dignidade da Alteridade: estações de uma história
multicentenária”, in: SOUZA, R. T. Sentido e Alteridade – Dez ensaios sobre o pensamento de E. Levinas,
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000, p. 189-208.
3
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
71
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
dia – por exemplo, a transformação da ciência em uma espécie de braço
intelectual armado das lógicas de poder hegemônico. Ou seja, deixada a
si mesma, a ciência abdicará de sua origem humana – não existe ciência
que não seja humana, pois toda ciência é feita por e para humanos – e
cometerá, sem mais, o matricídio em relação ao que a deu origem – a
ação ética. Exemplos disso, aliás, não faltam na história.
Sabemos muito bem dos grandes dilemas que surgem no cérebro
de qualquer criança quando descobre que, com uma pequena porcentagem
dos gastos anuais com armas se poderia acabar com a fome no mundo.
Que lógica é essa, que subjaz a esta questão humana? Propomos refazer
a pergunta: qual a justificativa para tal fato? Evidentemente não se trata
de uma justificativa ética.
A constatação fundamental para abordar construtivamente esse
impasse latente ou manifesto é perceber que ciência e ética provêm
de fontes racionais, algo diferenciadas na sua origem. Ciência, saber,
iluminar, invadir a realidade, expor as essências, descobrir os núcleos
da existência, ir até aonde nunca outro ser humano tenha ido, esses
sonhos modernos, mas que já repousavam in nuce na pré-história do
logos,3 todos eles têm como preocupação muito secundária o respeito
por aquele que é o seu objeto, o objeto científico. Caso assim não
fosse, não poderiam dissecá-lo, não poderiam analisá-lo. Mas a
ciência não é analítica por natureza? Esse é um dos dilemas centrais
com os quais temos que conviver hoje, e que exige uma mobilização
ímpar de energias intelectuais.
Todavia, o tema é passível de clarificação. Basta adiantarmos
inicialmente as seguintes considerações: tal como o ser humano, e
exatamente como fruto do ser humano não neutro por definição, a ciência
nada tem de neutra. O mito da ciência neutra é muito conveniente àqueles
que a manipulam, e que, com ela, manipulam outros. Essa questão, que
parecia nem ao menos ter lugar no cérebro de grandes pensadores e cientistas
até há pouco tempo atrás, parece definitivamente diluída, do ponto de vista
teórico, ao fim da famosa querela do positivismo, onde se evidencia com
clareza, hoje incontestável, que não há ciência nem cientista sem interesses
muito além dos meros interesses “científicos” – interesses que, se não são
claros, podem ser dissecados a ponto de exporem o seu núcleo de claridade.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
72
Ora, talvez esse seja o pequeno elo que possa unir ética, vida
humana, vida na Terra, com ciência: potência intelectual humana que se
desprende da própria humanidade para transformar o mundo numa espécie
de mera correlação entre objetos conhecidos e aqueles que conhecem
os objetos. A ciência, pelo menos a ciência moderna (não estamos
aqui falando da mais prudente ciência contemporânea), normalmente
se instrumentaliza em tecnologia de invasão, não só dos átomos e das
moléculas, mas igualmente dos povos e das consciências. Essa ciência não
mantém com a ética um parentesco evidente. Todavia, um elo possível de
aproximação está no fato de que ambas são não neutras, porque ambas
são produtos humanos. E nada do que é humano é neutro.
Esse é o ponto de partida. Se quisermos pensar uma articulação
entre ciência e ética, teremos que estabelecer uma hierarquia clara. Qual
a hierarquia que temos convivido desde a modernidade? Exatamente
a hierarquia entre a ciência e a ética, em que primeiro se pensam os
interesses científicos, e depois se tenta resolver, se é que se tenta,
os problemas éticos daí decorrentes. Porém, situações complexas e
dolorosas que a contemporaneidade tem vivido instigam a inversão
dessa hierarquia que pareceu, a muitos modernos, “natural”. Tratase, assim, de uma reconsideração axiológica radical. A ciência, fruto
do intelecto humano, não é fruto da vida humana como tal, mas de
uma de suas parcelas, de uma de suas dimensões, embora uma das
suas dimensões mais poderosas: a sua racionalidade. O ímpeto grego
pelo conhecer, que permitiu que chegássemos tão longe em dimensões
científicas, deve ser refreado pela reconsideração contemporânea do
sentido do conhecer enquanto questão humana fundamental. O sentido
do conhecer, o sentido não neutro, e que não pode nunca ser reduzido a
uma dimensão de uma equação de igualdade, repousa não na lógica do
desenvolvimento da própria ciência e em suas implicações tecnológicas
ou tecnocráticas, mas, exatamente, na ética que deveria sempre
fundamentar o conhecimento científico. Tão simples assim aparece
a questão, e tão dificilmente exequível, a julgarmos pelos fatos que
podemos acompanhar no dia a dia. Talvez estejamos aqui ainda mais
longe, do que em outros casos, de uma situação próxima da ideal. Porém
não podemos abdicar dessa consciência. Ciência sem consciência é uma
contradição suicida, mas, infelizmente, é uma contradição concreta, a
mais encontrável de todas as situações, quando examinamos os dilemas
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
humano-ecológicos do planeta; em muitos níveis, podemos experimentála nas mais diversas dimensões da vida contemporânea. “Ciência com
consciência”, a Morin e outros autores, por outro lado, deve significar,
para nós, ciência com ética como base. A consciência da ciência é a
ética, ou seja, a reflexão sobre seu “antes”, “durante” e “depois”, seu
sentido humano e histórico e, direta ou indiretamente, seu sentido vital.
A ética é, dessa forma, a possibilidade fundante e metacientífica da
racionalidade científica, aquilo sem o qual a racionalidade científica,
fechada em si mesma, acaba por implodir em sua totalização de poder e
sentido, destruindo a tudo em seu autodestruir-se.
Surge, portanto, nosso segundo postulado, no sentido de uma
“ética epistemológica”: só é possível realizar pesquisas cientificamente
íntegras se a ciência nas quais se baseiam traz clara em si e a si mesma
a metarreflexão de seu sentido de fazer o que faz.
IV Em busca da pesquisa ética e cientificamente íntegra
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
73
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
As questões reais são, dessa forma, claras: qual o real sentido
do conhecimento hoje? Essa é a questão fundamental, capaz, uma vez
desdobrada, de requalificar tanto a lógica da pesquisa científica quanto
a estruturação das novas conquistas da ciência e da tecnologia. E
“sentido do conhecimento” nada tem a ver com dimensões meramente
abstratas do mesmo, ou deriváveis das suas estruturas internas que
são socialmente apropriadas por quem faz da posse do conhecimento
expressão de poder. Tem a ver, sim, com a questão humana do
conhecimento, com o sentido de realidade que o conhecimento assume
ou pode vir a assumir. O “conceito” de disciplina é excessivamente
estreito para comportar a carga de responsabilidade que a construção
e posse dos dados do conhecimento significa. O mesmo vale, por
decorrência, para termos dele derivados, como “interdisciplinaridade”
ou “transdisciplinaridade”: todos traduzem, é verdade, um sentido
de aperfeiçoamento da falha evidente e tão visível na atualidade,
traduzida pela compartimentação dos saberes e pela apropriação e
manipulação escancaradas das linguagens científicas e organizacionais
por detentores do poder econômico e político. Mas, em si, esses termos
acabam por serem insuficientes na essência do que expressam. É no
núcleo da própria ideia de disciplina que deve ser procurada sua falha
básica: a tendência lógica de autonomização que a habita e que é, por
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
74
sua vez, expressão do desenvolvimento do que, em germe, se encontra
na concepção filosófica da realidade como mero “objeto” do saber, e
não como dimensão relacional. A realidade se vinga da simplificação
instrumental a que é submetida pelas disciplinas e ciências tradicionais
constituindo problemas de crescente complexidade e gravidade,
cuja correta abordagem transcende, em muito, as potências do mito
iluminista e de sua derivação contemporânea, a razão instrumental.
A interdisciplinaridade, valiosa em suas intenções e em muitas de
suas conquistas, é igualmente insuficiente para o equacionamento
de tais problemas, pois a raiz dos mesmos se encontra des-locada
em relação à possibilidade de referenciação científica, tenha essa
o nível de sofisticação que se queira. É desde outro âmbito que tais
problemas têm de ser abordados (concretamente, como exemplo, a
articulação geopolítica bélico-econômica que ora vivemos e as questões
socioecológicas de gravidade global e extrema, como o esgotamento da
água potável). Esse outro âmbito é o nível ético-humano da realidade,
como a seguir examinaremos.
O século XX acaba sem que a solução dos problemas humanos
fundamentais esteja ao menos encaminhada; muitos desses problemas
se tornaram, na verdade, muito mais agudos. Conflitos, desigualdades,
tensões sociais, revoluções no âmbito tecnológico e das comunicações,
tudo isso determina a direção na qual a racionalidade tem de tomar na
sua atual relação com o mundo. Trata-se da direção ética. É da melhor
fundamentação possível do agir humano, da racionalidade desse agir ético –
ou melhor, desse agir ético enquanto forma de racionalidade fundamental
– que depende a legitimidade do conhecimento, hoje, porque é disso que
depende tanto o nosso presente vivível como o futuro do mundo.
Relembremos com ênfase: nem sempre é fácil entender até que
ponto a ética é determinante na vida dos indivíduos e das sociedades. É
preciso, antes de mais nada, que se observe que “Ética” não tem, aqui, o
sentido de um mero conjunto de reflexões, pretensamente neutro, sobre
as diversas formas do agir humano. Também não significa um mero
conjunto de prescrições a serem seguidas. “Ética” tem, aqui, o sentido de
uma condição original e fundante de toda e qualquer atividade humana,
inclusive do próprio conhecimento, na medida em que não se pode
construir ciência alguma com sentido humano em um meio – no contexto
de uma guerra, por exemplo – onde a convivência entre os diversos seja
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
75
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
dirigida não no sentido da relação uns com os outros, mas da aniquilação
de uns pelos outros (a não ser, evidentemente, a racionalidade derivada da
própria beligerância e que será então, por sua vez, beligerante). Portanto,
para que se possa pensar ou conceber o conhecimento, a pesquisa, com
sentido humano, hoje, para que as preocupações epistemológicas possam
tomar forma, sejam elas quais forem, fez-se necessário que o chão por
sobre o qual caminhamos seja determinado por relações éticas mínimas:
elas são absolutamente indispensáveis.
Mas isso é verdade não só com relação a qualquer especulação:
também com relação a toda e qualquer atividade humana. Não há uma só
atividade humana que não dependa diretamente de ações éticas prévias,
ou que não sejam essas ações mesmas. O fato de termos chegado à idade
adulta envia-nos a um passado no qual inúmeras pessoas agiram para
conosco no sentido de permitir tal crescimento, do ponto de vista físico,
psicológico etc. Bastaria que apenas uma delas agisse de forma inversa
– assassinando-nos, por exemplo – para que aqui não estivéssemos,
pensando justamente em nosso passado. O fato de que tal não aconteceu
é a condição de nossa vida. Retornamos ao primeiro postulado: o agir
ético humano é a expressão da não neutralidade da vida. Assim, como
disse Ludwig Wittgenstein certa vez, “a ética não trata do mundo... a
ética deve ser uma condição do mundo...”. E a ciência, não enquanto
razão instrumental ou formal, mas enquanto expressão do sentido
humano de uma relação não meramente objetivante com a realidade, é
igualmente derivada dessa referência ética de fundo.
Desse modo, todas as questões humanas – das mais prosaicas
e individuais aos grandes projetos coletivos das comunidades e das
sociedades – apontam, em primeiro lugar, para questões éticas de
origem: sua origem é ética. Todas as grandes questões que devastam
os seres humanos enquanto coletividade de vida têm fundo ético – da
escassez da água às crises socioambientais, das disparidades nortesul à precariedade das instituições políticas, do buraco de ozônio às
emissões tóxicas na atmosfera, das guerras maiores e menores ao
contexto de violência, em infinitas formas, que vicejam em meio ao
medo coletivo. E, especialmente, o que sintetiza tudo: a transformação
da qualidade em quantidade, quer dizer, de vida em dinheiro, em sua
expressão mais vulgar. Nenhuma dessas tão importantes e decisivas
questões pode nem ao menos ser abordada senão desde o prisma
de uma profunda questão ética a ser equacionada filosoficamente
de forma muito séria, pois desse correto equacionamento pode
vir a depender a sobrevivência da humanidade como um todo.
Muito além da formalização, da disciplina, da instrumentalidade
científica, a exigência da vida conduz à necessidade impostergável
de uma reconsideração da racionalidade enquanto expressão de vida
relacional na articulação “ser humano-mundo”. Essa é certamente a
mais urgente e decisiva tarefa da racionalidade, ou seja, essa é a tarefa
epistemológica por excelência do século XXI. Podemos, portanto,
concluir essa breve reflexão com nosso terceiro e último postulado:
pesquisa científica íntegra, ética e cientificamente, é aquela que
assenta e se desenvolve desde e sobre a promoção da vida em todas as
suas formas e em todos os seus sentidos, no espaço e no tempo, aqui
e agora, na responsabilidade de um fazer que – etimologicamente,
humanamente – responde pelo que faz, e o faz como expressão éticoecológica da vida humana em relação com o mundo.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
76
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Referências
ALHO, Clarice S. (Org.). Ciência e Ética – os grandes desafios. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2005.
CLOTET, J.; FEIJÓ, A.; OLIVEIRA, M. G. (Orgs.). Bioética – uma visão
panorâmica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.
SOUZA, Ricardo Timm de. Totalidade & Desagregação – sobre as fronteiras
do pensamento e suas alternativas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996.
_______. O tempo e a Máquina do Tempo – estudos de filosofia e pósmodernidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.
_______. Ainda além do medo – filosofia e antropologia do preconceito. Porto
Alegre: DaCasa-Palmarinca, 2002.
_______. Sobre a construção do sentido – o pensar e o agir entre a vida e a
filosofia. São Paulo: Perspectiva, 2003.
_______. Responsabilidade Social – uma introdução à Ética Política para o
Brasil do século XXI. Porto Alegre: Evangraf, 2003.
_______. Razões plurais – itinerários da racionalidade ética no século
XX: Adorno, Bergson, Derrida, Levinas, Rosenzweig. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2004.
_______. Fontes do humanismo latino – A condição humana no pensamento
filosófico moderno e contemporâneo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
_______. Sentidos do Infinito – A categoria de “Infinito” nas origens
da racionalidade ocidental, dos pré-socráticos a Hegel. Caxias do Sul:
EDUCS, 2005.
_______. Em torno à Diferença – aventuras da alteridade na complexidade da
cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
______. Justiça em seus termos – dignidade humana, dignidade do mundo.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
_______. A dignidade da pessoa humana: uma visão contemporânea. In:
Filosofazer, Passo Fundo, ano XIV, n. 26, p. 7-36, 2005-II.
_______. Nós e os outros. Sobre a questão do humanismo, hoje. In: PAVIANI,
Jayme – DAL RI Jr. Arno (Orgs.), Globalização e humanismo latino. Porto
Alegre, EDIPUCRS, 2000, p. 203-212.
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
_______. Ética como fundamento – uma introdução à ética contemporânea.
São Leopoldo, Editora Nova Harmonia, 2004.
77
_______. Por uma estética antropológica desde a ética da alteridade: do
‘estado de exceção’ da violência sem memória ao ‘estado de exceção’ da
excepcionalidade do concreto. In: Veritas – Revista de Filosofia, v. 51, n. 2,
junho 2006, p. 129-139.
SOUZA, Ricardo Timm de.; OLIVEIRA, Nythamar Fernandes de. (Orgs.)
Fenomenologia hoje III – bioética, biotecnologia, biopolítica. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2008.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
78
Integridade Ética e Científica da Pesquisa
International and National Initiatives toward Policies and
Training Programs on Research Integrity and Responsible
Conduct of Research
Vasconcelos, SMR; Sorenson, MM
Science Education Program
Medical Biochemistry Institute, Federal University of
Rio de Janeiro (UFRJ) – Brazil
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
80
Research integrity and the responsible conduct of research
(RI/RCR) have been on the agenda of many developed countries, as
these issues are increasingly linked to the idea of research excellence.
1
In the US, the UK, and many other countries of the Organization
for Economic Cooperation and Development (OECD), efforts have
been made to implement RI/RCR policies at universities, funding
agencies and scientific societies.2 The OECD Global Science
Forum of 2007 was one of the major efforts to draw attention to
the importance of addressing RI/RCR among country members. The
Forum called particular attention to the relevance of these policies in
the context of international collaborations. This factor had already
been addressed at a European meeting on RI/RCR, organized
by the European Science Foundation in collaboration with the
Spanish National Research Council. In the context of international
collaborations, these meetings have pointed out potential sources of
conflicts in cross-cultural collaborative projects when it comes to
dealing with questionable research practices. 3
This is a reasonable concern. The definition of research
misconduct itself is not universally accepted among all countries.
Although the US federal definition - fabrication, falsification and
plagiarism (FFP) - approaches a consensus in most developed
countries, some have broader views. In the European code of conduct
for research integrity, besides FFP, “other forms of misconduct” are
considered. The definition includes “failure to meet clear ethical and
legal requirements… breach of confidentiality, lack of informed consent
and abuse of research subjects or materials.
Misconduct also includes improper dealing with
infringements, such as attempts to cover up misconduct and
reprisals on whistleblowers”.4 In the Australian definition of
misconduct, for instance, irresponsible authorship receives special
attention in the definition of research misconduct.5 In many other
countries, irresponsible authorship may be viewed as a lesser evil, a
questionable research practice. This reading would have an impact
on criteria used to investigate alleged unethical practices and apply
sanctions to misconduct cases.
Another critical factor is that in different national contexts,
research systems are at different levels of development, with their own
International and National Initiatives toward Policies...
particular hierarchy and organization. They may respond to ethical
challenges in rather different ways. For countries with relatively young
research systems, for example, ethics and research integrity policies will
need time to mature. This assumption can be illustrated by the excerpts
below, which refer to Kazakhstani, Chinese, Polish and Brazilian
research systems, respectively.6
“Although the Kazakhstani government and universities have a very
strong motivation and make major efforts to establish international
research ties with other countries, some characteristics of the
system create complications for successful collaborative research.
First, the Kazakhstani system of education and research is much
less stable than those in the West due to continuing reform. Second,
the existing pool of researchers includes some trained in the Soviet
system, others educated under the new system in Kazakhstan,
and still others with degrees from contemporary Russia, the
West and non-Soviet Asia. These different groups have different
understandings of the process of scientific inquiry, somewhat
different motivations, as well as varying types of expertise and
methodological skills in their fields.”
“The past legacy of Polish science and its relative inexperience
in dealing with many ethical issues inherent in a free-market
economy, particularly those surrounding partnerships between
academy and industry, create distinctive challenges for
international collaborations. The legacy of the previous political
era is also perceived by some to shape key generational differences
International and National Initiatives toward Policies...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
“Modern doctoral education in China has a short history of only
20 years. As of 2007, 795 institutions (479 universities and 316
research institutes) offer graduate education programs in China.
With a new cohort of 58,000 in 2007, over 2,000,000 doctoral
students were enrolled in the system (Ministry of Education China,
2008). Chinese doctoral education is in a transition stage, and there
is strong government input, aimed at enhancing the innovativeness
of Chinese graduate education. However, these reformative
strategies are highly concentrated on a small number of prestigious
universities, while broader changes may take longer to take place.”
81
in how academics approach the opportunities and constraints
inherent in the research system. In the previous political milieu,
the researchers who were able to accomplish their goals were
often those who found ways to play a difficult and sometimes
hostile system. The ability to successfully subvert the bureaucratic
structures of the Communist state was often considered a virtue,
even if not by most, then certainly by many intellectuals.”
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
82
“Another important contrast [in Brazilian higher education] is
in the approach to ethics and research integrity. Research ethics
occupy only a minor place in most graduate education curricula.
The Brazilian Bioethics Society (SBB) was founded in 1995,
and has since tried to promote bioethics training in graduate
biomedical programs. However, bioethics training in Brazil has
many challenges to meet when it comes to graduate education.
There are initiatives to raise awareness of the need to provide
training in ethical concepts, but at this point it seems evident that
Brazilian graduate students cooperating with colleagues from
developed countries need to be better prepared to discuss how to
share research protocols, data and ideas.”
On the other hand, even looking at those countries that have led RI/
RCR initiatives, an international pattern in terms of governance cannot
be assumed. When it comes to misconduct allegations, a comparison
between the US and the European countries reveals quite different
traditions. European countries tend to rely more on self-governance at
the institutional level, whereas in the US there are federal policies and
regulations to deal with misconduct that may interfere with institutional
actions. In this context, American federal agencies such as the National
Science Foundation and the National Institutes of Health can impose
sanctions on researchers involved in misconduct allegations.7
In this diverse setting, conflicts may arise in ethical disputes
involved in collaborative projects among, for example, researchers
from the US, European and non-European countries for which RI/
RCR policies do not exist or are in a very early stage. Some of these
concerns have recently been addressed in the Annual Meeting of the
American Association for the Advancement of Science.8 The theme
of the meeting was Science without Borders. It included sessions
International and National Initiatives toward Policies...
International and National Initiatives toward Policies...
83
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
on “reaching a global standard in research integrity”, “research
integrity in the global perspective”, and “integrity in Chinese-US
collaborative research”, among others relevant to the discussion of
emerging ethical issues in international research collaborations.
Also, a conference entitled “Ethical considerations in research
collaborations” is to be held in September, 20119 Sponsored by the US
Office of Research Integrity (US ORI), the University of Washington
and other organizations, the conference program includes sessions on
emerging ethical issues in researcher-to-researcher collaborations and
in international collaborations in the global arena.
These initiatives may be regarded as responses to the increasing
number of programs designed to stimulate cross-cultural collaborative
projects among students and young researchers from diverse research
systems.10 These programs aimed at promoting mobility highlight the
fact that cooperation among developed and developing countries is high
on the global agenda. A recent report by the UK Royal Society 11 points
to a changing pattern of international collaborations and highlights
the increasing presence of so-called developing countries. This report
shows that in Latin America, Brazil has particularly been regarded as a
strong partner in the international research network.
For Brazil, this growing interaction and visibility poses particular
challenges in the area of research ethics in general; there is a need for
actions that focus especially on federal and state universities, where most
of the research is carried out. One challenge is to develop strategies to make
RI/RCR training courses part of the culture of Brazilian graduate programs.
This strategy should be considered top priority, with federal policies to
deal with particular allegations of misconduct a secondary goal. In fact,
Brazil is perhaps the Latin American country with the greatest potential
for stimulating concrete RI/RCR initiatives in other countries in the region.
To our knowledge, at least in South America, Brazil is the only
country that has already established a national forum to address RI/
RCR12 and that has started to offer credit courses on RI/RCR, such
as “Ethics and Integrity in Research in Science and Technology” at
the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) and at the Military
Institute of Engineering (IME). However, training programs on RI/RCR
in Brazil, and in most non-native English-speaking countries, should
identify the core competencies that students need to develop.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
84
In this context, it is expected that topics such as plagiarism,
fabrication, falsification, redundancy, intellectual property, and
copyright should be high on the agenda. Additional concerns could
include data management, conflicts of interest, mentoring, social
responsibilities of scientists, notions of ownership, authorship, and of
collaboration in science, among others. An overview of some of the
syllabi for training programs in developed countries shows that most of
these topics are part of mainstream courses.13, 14, 15
However, the constraints involved in doing, writing,
and publishing science in a developing country are particularly
challenging for young researchers.16, 17, 18 One of these is the linguistic
constraint, for the ability to write original manuscripts in English
will be compromised by lack of linguistic competence. Most of these
countries do not have English as either a second or even third official
language and rarely offer formal training in scientific writing.19, 20 This
is a critical aspect of graduate students’ training, which will certainly
also have an impact on their ability to avoid plagiarism and their
concept of originality in science.
When it comes to RI/RCR training, international programs often
reflect general and particular Anglophone assumptions, which naturally
take their own norms for granted.20 Regarding Brazilian science,
fostering responsible authorship is as relevant as developing authors’
abilities to write clearly in the English-only research setting. Thus, core
competencies in RI/RCR training in Brazilian graduate programs should
include traditional topics in RCR and others that may potentially affect
graduate students’ roles as authors in national and international settings.
The importance of training students to write well in English should
not be underestimated, as it is a critical competence in the context of
plagiarism and redundancy for many developing countries.
An understanding of FFP, redundancy and copyright is
indispensable, and these topics should be part of the scope of all
courses proposed to familiarize Brazilian young researchers with
the most current issues in RI/RCR. They are even relevant for senior
researchers, as “train the trainer” is a trend and a requirement, for
example, in the US context.21 As a matter of fact, this global debate
over research ethics and the need for RI/RCR training in all countries
is reflected in a recently crafted document on research integrity,
International and National Initiatives toward Policies...
International and National Initiatives toward Policies...
85
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
one that may be interpreted as an acknowledgement that times have
changed, and so has the scientific zeitgeist. This document, the
Singapore Statement for Research Integrity22, initially developed by
OECD countries,23 was the result of conversations before and during
the Second World Conference on Research Integrity in 201024. The
Singapore Statement aims to reflect a consensual view on RI/RCR
practices that can assist countries to develop ethical policies that are
relevant to their particular cultural context and, hence, to establish
regionally appropriate means to assess misconduct and questionable
research practices, and at the same time provide guidance for designing
institutional RI/RCR training programs.
The Singapore Statement lists major principles for integrity in
doing, revising, publicizing and publishing research. The Singapore
Statement is one of the initiatives that aim to make the approach to
research integrity a global concern, not only of interest to developed
countries. Although this is a non-prescriptive document, it can be
understood as an attempt to demonstrate that these principles and
responsibilities need not conflict with research traditions and can thus
be considered valid irrespective of researchers’ cultural backgrounds.
As stated in the document, “Publication of the Singapore Statement is
intended to challenge governments, organizations and researchers to
develop more comprehensive standards, codes and policies to promote
research integrity both locally and on a global basis”. The Singapore
Statement is presented as follows:
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
86
International and National Initiatives toward Policies...
International and National Initiatives toward Policies...
87
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
In an educational context, principle 13 is of particular importance,
as the document recommends that research institutions “create and
sustain environments that encourage integrity through education, clear
policies, and reasonable standards for advancement, while fostering
work environments that support research integrity.” Globally, initiatives
have been targeted toward meeting this responsibility, and these have
been part of the efforts of educational programs at many universities in
the US, European Union and some Asian countries.
In the US, RI/RCR programs have been disseminated through
leading universities, such as the University of Michigan25, the University
of Miami26, Johns Hopkins University27, among many others. As for
countries in the European Union, which, as already shown, have taken
an active role in the global debate on research integrity, RI/RCR training
programs are still timid. In Norway, the University of Bergen is one of
the few that have developed RI/RCR educational programs, including
pedagogical materials in the area.28
Scandinavian countries, Germany and the UK are among the
leaders in implementing policies that should stimulate training programs
in RI/RCR.29 Nevertheless, “creating and sustaining environments that
encourage integrity through education [and] clear policies…” is not a
trivial task. Developing a national system that encourages these actions
promises to stimulate educational efforts in RI/RCR at universities as
well. In Ireland, “universities are now working with funding agencies
and the Royal Irish Academy to develop a robust national system.”30
Gradually, RI/RCR training programs will become a requirement
in an increasing number of countries, a trend which should have
a positive impact on the research community at large. Identifying
core competencies to be addressed, especially among newcomers
in academia, appears to be one of the most challenging aspects to
design culturally contextualized courses and tailor-made pedagogical
materials. As suggested above, addressing major topics in RI/RCR
training programs, such as irresponsible authorship, questionable
research practices, fabrication, falsification and plagiarism is expected.
This approach “reflect[s] the need for establishing minimum standards
for conducting, publishing and reviewing research. Irrespective of
cultural assumptions, minimum standards of RCR can be fostered
among graduate students participating in RCR courses focusing on these
major topics. However, identifying core competencies for conducting,
publishing and reviewing research in an English-only research setting
remains a crucial step for the effectiveness of RCR training in nonEnglish-speaking developing countries.”31
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
88
International and National Initiatives toward Policies...
References:
1- Quest for Research Excellence Conference (2011). Washington, DC.
Available at http://ori.hhs.gov/conferences/upcoming_conf.shtml
2- OECD Global Science Forum (2007). Best practices for ensuring scientific
integrity and preventing misconduct. Available at http://www.oecd.org/
dataoecd/37/17/40188303.pdf
3- European Science Foundation ( 2008). Researchers resolve to crack down
on fraud. Available at http://www.esf.org/ext-ceo-news-singleview.html?tx_
ttnews[tt_news]=544&cHash=f6f611a827845f7fa7aa2a7721f981a3
4- European Science Foundation (2010). Fostering research integrity in
Europe. Executive Report. Available at http://www.esf.org
5- CSE’s White Paper on Promoting Integrity in Scientific Journal Publications
(2006). Available at http://www.councilscienceeditors.org/editorial_policies/
whitepaper/3-2_international.cfm
6- Anderson, MS; KOT, FC; Jie, Y, Kamata, T; Kuzhabekova, A; Lepkowski,
CC; Shaw, MA, Sorenson, MM, Vasconcelos, SMR (2010). Differences in
national approaches to doctoral education: Implications for international
research collaborations In: International research collaborations: Much to be
gained, many ways to get in trouble. 1ed. New York : Routledge Education
_Taylor & Francis Group. pp. 167-190.
89
7- American Association for the Advancement of Science (2011). Annual
Meeting. Science without Borders. Available at http://www.aaas.org/
meetings/2011/
9- UNESCO (2011). Globalization and cross-border education: Challenges for
the development of higher education in commonwealth countries. Available at
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001915/191584e.pdf
10- Royal Society Report (2011). Knowledge, networks and nations. Available
at http://royalsociety.org/uploadedFiles/Royal_Society_Content/Influencing_
Policy/Reports/2011-03-28-Knowledge-networks-nations.pdf
11- Report on the I Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and
Publication Ethics (2011). Available at http://www.ibrispe.coppe.ufrj.br/port.php
12- University of Michigan. Program for Education and Evaluation in
Responsible Research and Scholarship. Available at http://my.research.umich.
edu/peerrs/
International and National Initiatives toward Policies...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
8- Ethical Considerations in Research Collaborations (2011). Conference.
Washington, DC. Available at http://courses.washington.edu/oriconf/
13- University of Miami. Ethics Programs. Available at http://www.miami.
edu/index.php/ethics/projects/rcr/rst_course_descriptions/
14- Johns Hopkins University. Research Ethics Workshops about the
Responsibilities and Duties of Scientists. Available at http://www.hopkinscme.
edu/core.html
15- Vasconcelos SMR, Sorenson MM, Costa LOO, Pinto AL, and Leta J
(2009). Plagiarism in Latin American science: Brazilian researchers begin to
address an ethical issue. Embo Reports, 10: 677–682.
16- Heitman,E; Litewka, S. (2011). International perspectives on plagiarism
and considerations for teaching international trainees. Urologic Oncology:
Seminars and Original Investigations, 29: 104-108.
17- La Madeleine, BL (2007). Lost in translation. Nature, 445: 25, 454-455.
18- Vasconcelos, S M R; Batista, PD ; Sant’ Ana, MC; Sorenson, MM; Leta, J
(2008). Researchers´ writing competence: A Bottleneck in the publication of
Latin American science?. EMBO Reports, 9: 700-702.
19- Freeman P, Robbins A (2006) The publishing gap between rich and poor:
the focus of AuthorAID. Journal of Public Health Policy, 27: 196–203.
90
20- Vasconcelos, SMR; Masuda, H; Palacios, M; Steneck, N; Sorenson,
MM (2011). RCR Training in brazilian graduate programs in the sciences:
Identifying core competencies. Quest for Research Excellence Conference.
Washington, DC.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
21- Steneck, NH; Bulger, RE (2007). The history, purpose, and future of
instruction in the responsible conduct of research. Academic Medicine, 82:
828- 834.
22- The Singapore Statement on Research Integrity. Available at http://www.
singaporestatement.org/
23- Second World Conference on Research Integrity (2010). Conference.
Singapore. Available at http://www.wcri2010.org/
24- Action Plan for the Work on Academic Integrity at the University of Bergen
2009-2012. University of Bergen. Available at http://www.uib.no/filearchive/
handlingsplan-akademisk-redelighet-april-2009_eng-versjon.pdf
25- Bosch, X (2008). Integrity: Croatia’s standards unusual in much of Europe.
Nature 453: 980–982.
26- Irish Times (2010). Research is nothing without integrity - it
needs protection. Available at http://www.irishtimes.com/newspaper/
sciencetoday/2010/0923/1224279493287.html
International and National Initiatives toward Policies...
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Prof. Dr. José Roberto Goldim
Uma Abordagem Contemporânea da Ética e da Bioética
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
92
Atualmente, a Ética passou a fazer parte do discurso da população,
dos meios de comunicação, de profissionais de várias áreas, com seu
significado nem sempre utilizado de forma correta. Talvez devido ao
pouco conhecimento formal que a maioria das pessoas tem da Ética,
muitas não sabem propriamente o que é a Ética, qual a sua finalidade
e como ela atua. Muitas vezes, a palavra Ética é utilizada também
como adjetivo, com a finalidade de qualificar uma pessoa ou uma
instituição como sendo boa, adequada ou correta. Esse uso pode ter sido
influenciado pela definição de Ética proposta por George Edward Moore,
de que ela é “a investigação geral sobre aquilo que é bom”.1 O ideal
é sempre utilizá-la na forma adverbial, ou seja, ela própria merecendo
ser qualificada – eticamente adequada ou eticamente inadequada –, mas
não pressupondo que a Ética, no seu sentido substantivo, sempre se
associe ao bom, ao adequado e ao correto.
Ricardo Timm de Souza afirmou que a maior revolução
epistemológica do pensamento ocidental foi a proposta por Emanuel
Lévinas, ao postular que a Ética fosse considerada como Filosofia
primeira, invertendo a subordinação tradicional à Lógica e à Ontologia.2
Três autores contemporâneos podem auxiliar na compreensão
adequada dessas questões fundamentais. Adolfo Sanches Vasques
caracterizou a Ética como sendo a busca de justificativas para verificar
a adequação ou não das ações humanas.3 Joaquim Clotet afirmou que
a “Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser
humano chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa”.4
Complementando, Robert Veatch dá uma boa definição operacional de
Ética ao propor que ela é “a realização de uma reflexão disciplinada das
intuições morais e das escolhas morais que as pessoas fazem”.5
Da Ética para a Bioética é como estabelecer uma extensão do
olhar. A Bioética pode ser entendida como sendo uma reflexão complexa,
interdisciplinar e compartilhada sobre a adequação das ações envolvendo
MOORE, GE. Princípios éticos. São Paulo: Abril Cultural; 1975.
SOUZA, RT. Razões plurais. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2004.
3
VASQUES, AS. Ética. 20a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; 2000.
4
CLOTET, J. Una introducción al tema de la ética. Psico. 1986;12(1):84-92.
5
VEATCH, RM. Medical ethics. 2nd ed. Boston: Jones & Bartlett; 2000.
1
2
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
a vida e o viver.6 A Bioética é uma reflexão complexa, pois inclui múltiplos
aspectos envolvidos no seu objeto de atenção; é interdisciplinar, devido à
possibilidade de contar com conhecimentos oriundos de diferentes áreas
do saber; e é compartilhada, por utilizar as diferentes interfaces para
realizar conversações7 mutuamente enriquecedoras.
A Bioética Complexa é uma proposta de abordagem onde a Ética
se insere na realidade e não apenas a ela se aplica.
A Bioética parte de problemas e acaba por refletir sobre situações
de complexidade sempre crescente. No processo de reflexão e de tomada
de decisão o importante é identificar adequadamente o problema a ser
abordado, os fatos e as circunstâncias envolvidos, as alternativas e
suas respectivas consequências. Devem ser incluídos, nessa reflexão,
os referenciais teóricos e os casos já ocorridos relacionados ao
problema. Todos esses elementos, desde a identificação do problema
até a utilização de experiências e vivências prévias são passíveis de
discussão racional. A Bioética Complexa também leva em consideração
outros dois componentes: a Afetividade e os Sistemas de Crenças e de
Valores.6 Esses dois componentes são fundamentais para a tomada de
decisão, pois ao serem não racionais,8 exprimem dimensões pessoais e
de pertencimento que não estariam presentes no discurso racional.
93
A Adequação Ética de uma Pesquisa
GOLDIM, JR. Bioética: Origens e Complexidade. Rev HCPA 2006;26(2):86-92.
MATURAMA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Ed.UFMG, 1998:91.
8
WEBER, M. Economy and Society: an outline of interpretive sociology. Berkeley: University of California,
1978 (1914):1:26-28
6
7
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
A reflexão sobre os aspectos éticos envolvidos na Ciência e na
Pesquisa é um dos temas mais atuais e importantes da Bioética. Nessa
reflexão, além dos aspectos éticos, inúmeros outros podem e devem
ser incluídos. As questões morais e legais envolvidas na pesquisa
assumem importante papel regulatório. Inúmeros documentos legais
e morais servem de base para a avaliação da adequação das atividades
científicas. Os aspectos sociais, políticos e culturais também atuam
sobre essas mesmas atividades de geração de conhecimento. Os aspectos
econômicos e financeiros associados à pesquisa têm importante influência
na definição de projetos e de estratégias de pesquisa. As repercussões
psicológicas e espirituais também têm que ser levadas em consideração,
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
94
pois igualmente atuam nesse mesmo processo de tomada de decisão. Por
fim, mas não esgotando o elenco de possíveis aspectos que podem vir
a influenciar a pesquisa, as questões científicas propriamente ditas, de
caráter metodológico, são fundamentais de serem consideradas.
A adequação científica pode ser avaliada por meio de três
grandes fatores: a geração de conhecimentos, a exequibilidade
e a relevância da pesquisa. A geração de novos conhecimentos é a
base de toda a pesquisa. Os novos conhecimentos surgem da tensão
existente entre o caos e a ordem, o acaso e a necessidade, o necessário
e os possíveis e entre a autonomia e a dependência. Das atividades
empíricas podem surgir improvisações, que podem ser testadas
experimentalmente gerando inovações que podem ser transpostas para
o uso quotidiano. A diferença de improvisação e inovação é o método,
é o planejamento experimental, é a intencionalidade. O caos, o acaso,
o que é necessário e a autonomia podem influenciar positivamente na
geração de improvisações, mas a ordem, a necessidade, os possíveis e
a dependência atuam no sentido da inovação.
A exequibilidade de uma pesquisa pode ser avaliada em seus
aspectos éticos, metodológicos e logísticos. A avaliação desses aspectos
é indissociável, por exemplo, uma mudança metodológica pode ter
reflexos nos aspectos éticos e logísticos. A exequibilidade é fruto do
passado dos pesquisadores, por meio de suas qualificações; do presente,
com as condições e propostas contidas nos projetos; e do futuro, com a
antevisão de seus resultados e aplicações.
A relevância é o item de avaliação do projeto de maior dificuldade,
pois pode envolver múltiplos aspectos éticos, morais, sociais e econômicos
que devem ser avaliados valorativamente de forma simultânea.
Todos esses aspectos e itens devem ser incluídos na reflexão
sobre a adequação de uma pesquisa científica. A abordagem complexa,
associada à interdisciplinaridade e ao compartilhamento de inquietudes
e saberes, permite uma reflexão bioética consequente.
Os Aspectos Científicos
A pesquisa científica se diferencia do simples acumular de
conhecimentos pelo uso de métodos passíveis de discussão racional. A
escolha de um método cientificamente adequado aos objetivos de um
projeto é técnica, mas pode ter consequências éticas.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
MARTIN, KE. Innovation, Ethics, and Business. 2008. Disponível em: <http://www.darden.virginia.edu/
corporate-ethics/pdf/innovation_ethics.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2011.
9
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
95
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Os diferentes modelos de pesquisa a serem utilizados devem
basear-se em uma fundamentação teórica consistente. Esse é um dos
critérios de adequação mais importantes.
Aatual velocidade de produção e de transposição de conhecimentos
tem dificultado diferenciar Ciência e Tecnologia. Em algumas áreas,
como a da saúde, a pesquisa translacional é uma realidade, pois os
resultados da bancada (bench) são rapidamente transpostos à beira do
leito (bedside), assim como os problemas verificados no atendimento
assistencial dos pacientes geram projetos nos laboratórios. Essa troca
de saberes beneficia a ambos. A pesquisa qualifica a assistência, e a
assistência propõe novos desafios para a pesquisa, ambas aprimorando
as atividades educacionais.
As inovações geradas pela pesquisa, quando bem-sucedidas,
requerem contínuas modificações e aprimoramentos. As características das
inovações importam muito, tendo maior ou menor impacto na realidade.9
Algumas pesquisas realizadas atualmente não geram qualquer
inovação, mesmo sendo metodologicamente adequadas, pois apenas
reproduzem conhecimentos já disponíveis anteriormente. Esse é o caso
dos estudos com novas drogas, semelhantes a outras já existentes (me-todrugs), com o objetivo testar a sua não inferioridade comparativamente
a um já comercializado.
Uma outra importante reflexão, extremamente necessária,
é a que se refere às pesquisas realizadas com base em projetos de
pesquisa cientificamente inadequados. Esses projetos são, por definição,
considerados como sendo eticamente inadequados, pois irão expor pessoas
ou modelos animais a danos, utilizar recursos, dispender tempo, sem a
possibilidade de gerar dados capazes de serem utilizados cientificamente.
Essa é uma questão extremamente relevante na avaliação da adequação.
A pesquisa só se concretiza quando os seus resultados são
disponibilizados à comunidade científica para debate. Os periódicos
científicos são um canal fundamental para que esse compartilhamento
ocorra. Atualmente muitas questões têm sido incorporadas na
discussão sobre a publicação de dados de pesquisa. Os diferentes
fatores de impacto e as demais formas de avaliar e classificar as
publicações têm gerado distorções no momento da decisão sobre
96
onde publicar. O fator de impacto deveria ser uma decorrência da
qualidade e da adequação dos artigos submetidos a um periódico.
Nesse sistema altamente competitivo, ocorre o inverso. Os autores
buscam selecionar revistas de alto impacto para as suas publicações,
que poderão não ter repercussão no seu próprio meio.
Uma outra inadequação já constatada é a da imposição, por parte
dos editores, para que os novos artigos submetidos incluam referências
de outros artigos publicados no mesmo periódico, com o objetivo
de aumentar o volume de citações. Essas citações são indevidas e
manipulam o fator de impacto.
Outro problema associado à divulgação científica é a
concentração das publicações em apenas poucas editoras. Mesmo
mantendo comissões editoriais independentes, a editoração, impressão
e distribuição são realizadas por algumas poucas editoras.
Os periódicos digitais, antes apontados como uma alternativa
democrática para o acesso aos conhecimentos, têm demonstrado que,
pelo menos em alguns casos, isso não se confirma. Ao exigirem dos
pesquisadores o pagamento de valores significativos para divulgarem
eletronicamente seus artigos, com valores incompatíveis com os
orçamentos de pesquisa, esses periódicos tolhem a própria divulgação
dos conhecimentos.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Aspectos Econômicos
Na discussão dos aspectos econômicos dois temas se destacam:
o da propriedade intelectual e dos conflitos de interesse.
As diferentes formas de proteção dos direitos de propriedade
intelectual, como o patenteamento, surgiram como uma forma
de proteger quem descobre ou desenvolve algum produto ou
conhecimento. A contrapartida a essa proteção era a exigência de que
todas as informações necessárias ao pleno conhecimento do que estava
sendo protegido deveriam ser depositadas em um órgão regulador da
propriedade intelectual. Atualmente, as informações apresentadas não
esclarecem devidamente, apenas cumprem os requisitos mínimos,
sem o detalhamento antes exigido. Muitas vezes os resultados de uma
pesquisa não são publicados, apesar de estarem disponíveis, por razões
estratégicas do patrocinador, da instituição ou do próprio pesquisador.
Esse bloqueio do fluxo de informações tem gerado grandes desconfortos.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Os Conflitos de Interesse ocorrem quando um interesse secundário
assume uma importância primária para a pessoa ou instituição. Ter
interesses concorrentes não implica obrigatoriamente ter conflitos. A
questão central é a do comprometimento associado a esses interesses.
A inclusão de diferentes fontes de financiamento à pesquisa,
sejam elas públicas ou privadas, pode gerar alguns conflitos de
interesses. A relação assimétrica entre patrocinador e pesquisador
fragiliza este último. A inserção das instituições de pesquisa nesse tipo
de negociação qualifica a discussão, mas não impede a ocorrência de
conflitos de interesse. A simples transparência de vínculos, patrocínios
e filiações não resolve essa questão, mas permite que as demais pessoas
tenham acesso a estas informações.
Aspectos Profissionais
10
YOUNG, PV. Scientific social surveys and research. Englewoodd Cliffs: Prentice-Hall, 1959:320-321.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
97
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
O cientista é responsável por suas ações, é responsável pelas
consequências previsíveis de seus atos. Nem sempre o erro é uma
inadequação. Os erros casuais são assumidos na pesquisa científica
como parte do método. Ao planejar uma pesquisa, o cientista deve
prever a possibilidade de que erros casuais ocorram. A caracterização
do erro do tipo I, isto é, assumir que existe uma diferença entre os
grupos que estão sendo comparados, quando na realidade ela não
existe, e do erro do tipo II, quando é assumida uma igualdade entre os
grupos que na realidade são diferentes, é fundamental para a própria
validade metodológica de um estudo.
Contudo, existem condutas inadequadas culposas por parte do
cientista, isto é, que ocorrem sem a intenção de cometer o erro. Essas
condutas, que podem ser caracterizadas como erros por falta de cuidado,
são a Imperícia, a Imprudência e a Negligência.10
O erro por Imperícia denota a falta de qualificação adequada por
parte do cientista. Esse tipo de erro ocorre quando o cientista vai além
de suas capacidades, extrapola a sua competência como investigador.
O uso inadequado de programas estatísticos, as escolhas e a aplicação
equivocadas de testes estatísticos e a utilização de amostras não
representativas são exemplos desse tipo de inadequação.
Os erros por Imprudência, ou seja, caracterizados pela precipitação
no agir de um pesquisador, ocorre frequentemente ao realizar análises de
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
98
dados em volume insuficiente ou propor a interrupção do projeto quando os
dados são favoráveis, porém ainda insuficientes de acordo com o planejado.
Os erros por Negligência, caracterizados pela falta de cuidado ou
de aplicação, ou ainda, pela omissão aos deveres que as circunstâncias
exigem, são frequentes no descuido com a padronização, por não
seguir os padrões metodológicos estabelecidos, e por não revisar
adequadamente os dados de pesquisa após transcrições, por exemplo.
Habitualmente essa situação ocorre na aplicação descuidada dos
critérios de inclusão e exclusão dos participantes de um estudo, gerando
maior possibilidade de ocorrência de eventos adversos sérios, ou na
constituição e aleatorização de grupos-controle.
A inadequação mais grave em pesquisa ocorre quando são
realizadas condutas dolosas, ou seja, quando são cometidos erros
de forma intencional. A ocorrência de fraudes na Ciência não é um
fenômeno atual. Desde o século XIX, já existe a categorização dessas
condutas científicas fraudulentas.11 A manipulação intencional de
dados podem ocorrer por ajustes, transformações ou pela geração de
dados inexistentes.
Os ajustes fraudulentos (data trimming) forçam as observações
para que se tornem adequadas a um determinado padrão previamente
desejado, removendo pequenas porções em excesso ou ampliando
porções que são reduzidas. As transformações fraudulentas (data
cooking) ocorrem quando medidas usuais são alteradas para serem tidas
como medidas com alto grau de acurácia. Isso pode ser obtido através
da coleta sucessiva de tantas medidas quantas forem necessárias para
obter os dados que sejam adequados ao padrão desejado, eliminando as
demais observações não conformes com o esperado.
A criação de dados inexistentes (data forgery) é a pior de todas
as formas de fraude, pois é um engano deliberado pelo registro de
dados fictícios de acordo com o padrão desejado. Inúmeros exemplos
desse tipo de situação são conhecidos e, infelizmente, se repetem
em uma frequência considerável. Isso pode ser constatado nas bases
bibliográficas quando um artigo é retratado pelos seus autores devido à
inconsistência dos dados.
Essas fraudes podem estar associadas a aspectos políticos,
BABBAGE, C. Section 3. On the frauds of observers. Reflections on the Decline of Science in England.
London: B. Fellowes, 1830:174-183.
11
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
sociais e econômicos. As inovações científicas e tecnológicas afetam e
são afetadas por muitas pessoas. As inovações perturbam o status quo.12
Muitas vezes, ao longo da história da humanidade, a Ciência foi
utilizada para validar modelos políticos, com a finalidade de associar a
respeitabilidade que a pesquisa oferece a um modelo ideológico. Nessas
situações, a pesquisa gera conhecimentos com base nesse viés.
Outras vezes, a vaidade dos cientistas ou a pressão dos próprios
meios de comunicação tornam a pesquisa um espetáculo e o pesquisador
em uma celebridade socialmente fugaz. Essa espetacularização
da Ciência faz com que haja uma escalada por novas descobertas,
progressivamente de maior impacto e geradas em um curto espaço
de tempo. Essa característica também pode ser associada a fatores
econômicos com o objetivo de gerar especulação de mercado e ganhos
financeiros muito voláteis.
Aspectos Legais
Martin KE. Innovation, Ethics, and Business. 2008. Disponível em: <http://www.darden.virginia.edu/
corporate-ethics/pdf/innovation_ethics.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2011.
12
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
99
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
A pesquisa científica e a inovação tecnológica são reguladas
por leis nacionais, tratados internacionais e diretrizes, entre outros
regramentos, que estabelecem o marco regulatório para essas atividades.
Nem sempre existe adequação e coerência entre esses documentos legais.
Apesar de a pesquisa científica e de a inovação estarem intimamente
associadas, o marco regulatório da pesquisa tem o sentido de proteger
o processo, enquanto o da inovação visa proteger o produto. Isso pode
gerar algumas inconsistências e incoerências quando a reflexão sobre
pesquisa e inovação não levar em conta essas questões.
Vários países do mundo ainda não dispõem de legislações
nacionais sobre pesquisas científicas, particularmente as que envolvem
seres humanos. Por outro lado, alguns países têm sistemas legais
associados à pesquisa que quase inviabilizam a sua realização. O
desafio é estabelecer um conjunto de leis e normas que compatibilizem
a proteção das pessoas com as atividades de pesquisa.
A situação regulatória brasileira atual é bastante peculiar. A
pesquisa envolvendo seres humanos está baseada em resoluções do
Conselho Nacional de Saúde, que é um órgão de controle social associado
ao Ministério da Saúde. Todas as pesquisas envolvendo seres humanos
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
100
devem basear-se na Resolução CNS 196/96, mesmo as realizadas fora do
âmbito da saúde. O estabelecimento de um marco regulatório por meio
de resoluções desse tipo é extremamente frágil, desde o ponto de vista
jurídico, pois se situa no plano infralegal. Paradoxalmente, a pesquisa em
animais é regrada por uma lei federal, Lei 11794/2008, que estabelece as
bases legais para a sua realização. Outro ponto controverso é a liberação
de embriões humanos congelados com finalidade de reprodução assistida
para fins de pesquisa. A Lei de Biossegurança, Lei 11135/2005, possibilita
a utilização desses embriões, porém ainda não há uma legislação que
estabeleça os critérios de adequação para os procedimentos de reprodução
assistida. Dessa forma, existe a previsão legal para a liberação do produto
de um processo, que ainda não foi regulado. Esse tipo de inadequação é
importante de ser discutido por toda a sociedade.
As diferenças de abordagem para as questões de pesquisa
científica nas legislações nacionais podem gerar dificuldades na
harmonização de projetos que sejam realizados em múltiplos centros de
pesquisa internacionais. O que pode ser adequado em um centro pode
ser inadequado em outro.
As atribuições de órgãos de regulação, especialmente os
Comitês de Ética em Pesquisa e Comissões Nacionais e Internacionais
de Ética em Pesquisa e Bioética, devem ser harmonizadas e revisadas
sistematicamente, pois os avanços do conhecimento apresentam novos
e incessantes desafios.
Estabelecer órgãos colegiados, que não tenham caráter
executivo, que auxiliem os gestores no processo de tomada de decisão
na área da pesquisa e da inovação é fundamental. O Comitê de Ética do
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CEDECIT) da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul é um exemplo disso. Esses
órgãos podem balizar propostas de ações desde o ponto de vista ético,
mas com o devido enquadramento no marco regulatório, podendo até
propor que a própria instituição estabeleça autorregulamentações em
áreas ainda carentes de regramento.
Aspectos Éticos
A pesquisa e a inovação são responsabilidades compartilhadas
entre todos os seus promotores e órgãos reguladores, sejam cientistas,
instituições de pesquisa, patrocinadores e comitês de ética em pesquisa.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Duas características são fundamentais na avaliação dos aspectos
éticos associados à pesquisa: a humildade e a precaução. A Humildade
é a consequência apropriada que segue a afirmação “posso estar errado”
e exige responsabilidade de aprender com as experiências e com os
conhecimentos disponíveis.13 O Princípio da Precaução estabelece que,
quando há a existência de risco de um dano sério ou irreversível, devem
ser implementadas medidas que possam prevenir a ocorrência do mesmo.14
O Tri-council do Canadá, que reúne os três conselhos canadenses
envolvidos na avaliação de projetos de pesquisa nas áreas de Pesquisa
em Saúde, de Ciências Sociais e Humanidades e da área de Ciências
Naturais e Engenharias, estabeleceu uma política para integridade na
pesquisa.15 Nesse documento são apresentadas sete diretrizes que devem
ser seguidas na pesquisa realizada em todas as áreas do conhecimento:
1. Respeito pela Dignidade Humana;
2. Respeito pela abertura plena de objetivos e agenda de pesquisa;
3. Respeito pelas pessoas vulneráveis;
4. Respeito pela privacidade e confidencialidade;
5. Respeito pela justiça e pela inclusão social;
101
6. Balanço dos danos e dos benefícios;
O respeito à dignidade humana é o princípio central de toda a
Ética em Pesquisa Contemporânea. Mais do que o Respeito às Pessoas,
proposto pelo Relatório Belmont, a dignidade humana amplia essa
abrangência, e talvez por isso, esteja sendo alvo de críticas no sentido
de desconstruir a sua validade como critério de adequação.
O dever de informar aos demais parceiros de pesquisa, sejam eles,
as universidades, institutos, empresas, patrocinadores ou outras instituições
envolvidas na pesquisa, assim como aos participantes e a própria sociedade
POTTER, VR. Bioética Profunda. O Mundo da Saúde 1998;22(6):370-374.
JONAS, H. Ética, medicina e técnica. Lisboa: Vega 1994:117-69.
15
Medical Research Council of Canada, Natural Sciences and Engineering Research Council of Canada,
Social Sciences and Humanities Research Council of Canada. Tri-council policy statement: Integrity in
Research and Scholarship. Disponível em: <http://www.nserc-crsng.gc.ca/NSERC-CRSNG/policiespolitiques/tpsintegrity-picintegritie_eng.asp>. Acesso em: 20 ago. 2011.
13
14
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
7. Minimizar os danos.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
102
é fundamental de ser cumprido. A informação é a base do processo de
obtenção do consentimento informado. Os registros públicos de pesquisa,
como o Clinical Trials nos Estados Unidos e o Registro Brasileiro de
Ensaios Clínicos (REBEC), têm esse importante papel a desempenhar.
A adequada comunicação dessas informações é a garantia
da sociedade em não ser surpreendida, isso se dá por meio do
acompanhamento exercido pelos órgãos de controle social, como
os Comitês de Ética em Pesquisa. Esses órgãos colegiados devem
ser informados dos objetivos e das perspectivas que as pesquisas
estejam buscando. Mesmo em áreas sensíveis e estratégicas, essas
informações devem ser compartilhadas, pois todos esses órgãos de
controle e acompanhamento, envolvendo todos os seus membros e
demais profissionais que tenham acesso a essas informações, têm um
dever formal de confidencialidade. Vale lembrar que essas informações,
que têm um alto valor em termos de propriedade intelectual, devem
ser entendidas como informações de acesso privilegiado, às quais se
associam o dever de confidencialidade.
Essas informações permitem avaliar a adequação das
estratégias de proteção para todas as pessoas envolvidas, sejam elas
participantes, pesquisadores, trabalhadores ou a sociedade como um
todo. As pessoas ou grupos vulneráveis, por terem a sua capacidade
para a tomada de decisão reduzida, de forma estática ou dinâmica,
merecem consideração e proteção adicionais. Devem ser observadas
as obrigações específicas de proteção para os indivíduos vulneráveis
e incapazes de proteger os seus próprios interesses, de maneira a
garantir que os mesmos não sejam explorados pelos projetos de
pesquisa e pelos programas de inovação.
Assim como os órgãos de controle e acompanhamento das
atividades de pesquisa têm o dever de proteger as informações que são
com eles compartilhadas, os pesquisadores têm também o dever formal
de resguardar as informações dos participantes da pesquisa. A proteção
à privacidade dessas pessoas é uma corresponsabilidade de todos os
setores envolvidos na pesquisa.
O respeito à privacidade e à confidencialidade auxiliam a
proteger a integridade psicológica e mental. Divulgação indevida de
participantes, de resultados de programas, de questões referentes à
propriedade intelectual.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Os benefícios e os danos associados aos programas de inovação
devem ser distribuídos baseando-se na equidade. Nenhum segmento
da sociedade pode ser prejudicado pelos danos da inovação de forma
intencional. A avaliação dos danos potenciais decorrentes das atividades
de pesquisa pode ser influenciada por diversos fatores. O interesse e
o entusiasmo em pesquisar e inovar podem influenciar no sentido de
subestimar os potenciais danos associados a esse novo programa ou
proposta. O estabelecimento de diferentes cenários, incluindo o mais
desfavorável previsível, auxilia nessa tarefa. Os danos previsíveis não
devem suplantar os benefícios prováveis. Mesmo com uma relação
risco-benefício favorável, os riscos de danos associados devem ser
minimizados o quanto possível. Pelos mesmos interesses e entusiasmo,
os benefícios prováveis podem ser superestimados. É eticamente
inaceitável enganar deliberadamente uma pessoa para que participe em
uma pesquisa prometendo falsos benefícios. A justiça distributiva impõe
que nenhum grupo ou indivíduo seja discriminado ou negligenciado
dos benefícios advindos da pesquisa e inovação.
Considerações Finais
16
17
CLOTET, J. Bioética: uma aproximação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003:209.
POTTER, VR. Bioethics. Bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1971:69.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
103
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
A reação de estranhamento frente aos novos conhecimentos
pode ser de entusiasmo ou de temor. Tanto um quanto outro devem ser
avaliados desde o ponto de vista da adequação ética dessa inovação.
Às vezes os novos conhecimentos amedrontam pela
dificuldade em dimensionar a sua abrangência e impacto, pela falta de
entendimento das novas possibilidades apresentadas, pelo potencial
de alterar a vida das pessoas. A esse tipo de conhecimento, sobre o
qual não há, por paradoxal que pareça, muitos outros conhecimentos
associados, foi dada a denominação de conhecimento perigoso.
Muitas vezes a resposta ao conhecimento perigoso é o banimento
dessas propostas, é impedir que essa inovação seja bem e mais
conhecida. Clotet afirmou “a pesquisa não pode ser banida, apenas
deve ser orientada para o bem geral da humanidade”.16 Potter, por sua
vez, propôs que “a melhor maneira de se lidar com o conhecimento
perigoso é buscando mais conhecimento”.17
Desde o início da busca sistemática do conhecimento, essa
discussão é realizada. Hipócrates, em seu primeiro Aforisma,18 propôs:
A vida é breve,
a arte é duradoura,
a oportunidade é fugidia,
a experimentação é perigosa,
o julgamento é difícil.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
104
18
HIPPOCRATES. The Aphorisms of Hippocrates. London: AJ Valpy, 1822:1.
Ciência e Pesquisa Eticamente Corretas
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da
Integridade na Pesquisa1
Marilia Costa Morosini 2
Jorge Luis Nicolas Audy 3
a
Pensar a integridade da pesquisa passa necessariamente por
pensar em fatores que compõem o campo científico do qual a investigação
faz parte e é condicionada. E, no caso específico deste texto, vamos
nos concentrar nos condicionantes advindos da internacionalização
da universidade. Isso porque, na contemporaneidade: em nível de
contexto mundial, a internacionalização é fator marcante tanto do
processo de globalização, princípio da Sociedade do Conhecimento,
como das crenças da era do ouro da ciência (CLARK, 1983), pela qual
o conhecimento é construído em redes e de livre circulação a todo o
universo; e, porque, em nível de contexto do estado-nação, a formação
de recursos humanos de alto nível e a consequente produção do
conhecimento têm sua governança normatizada pelo estado brasileiro,
sendo fator determinante das políticas nacionais de Ciência, Tecnologia
e Inovação.
Para dar conta desse tema, o presente trabalho aborda, sob a
ótica brasileira: a trajetória da internacionalização da educação superior
e a pesquisa; as políticas atuais de internacionalização da produção
de conhecimento e a pesquisa; e desafios à integridade da pesquisa
decorrentes desse cenário.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
106
I A trajetória da internacionalização da educação
superior no país
O Brasil, como colônia de Portugal, sempre esteve sobre a
influência da matriz portuguesa, afirmação que se estende para a
educação superior. Mesmo após a Independência, em 1822, e após a
República, em 1899, as influências portuguesas eram decisórias. Ainda
que os marcos regulatórios dessa dependência já tivessem sido abolidos,
essa forma de internacionalização da educação superior marca um longo
período de nossa história – o da distinção social. Uma segunda fase está
relacionada à adoção de uma política de internacionalização que ocorre
pós-segunda guerra, num processo de modernização da educação
superior no país, característica do período ditatorial brasileiro, e está
diretamente ligado à criação do SNCT – Sistema Nacional de Ciência
e Tecnologia (C&T). A terceira fase, a da globalização, ocorre a partir
da década de 1990, na qual a internacionalização é fator basilar para a
inclusão do país no bloco dos emergentes/desenvolvidos, seguindo os
ditames da Sociedade do Conhecimento.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
107
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
A primeira fase, a da distinção social, se inicia no Brasil
colônia, atravessa o movimento de criação dos cursos superiores que
datam do início do século XIX (1808), passa pela criação das primeiras
universidades (1930...), no século XX, e tem como limite a criação e
implementação do Sistema Nacional de C&T (MOROSINI, 2005).
O processo de internacionalização da educação superior, no
Brasil, até essa data, se consubstanciava num movimento ao exterior
para a formação das elites políticas e/ou agrárias brasileiras em
Coimbra (Direito) e em MontPellier (Medicina). A ida desses jovens
estava mais ligada a conferir uma distinção social ao emigrante e sua
linhagem do que, propriamente, a torná-lo competitivo no mercado de
trabalho. O Brasil anterior à criação de seu Sistema Nacional de Ciência
e Tecnologia formava sua elite intelectual de forma assistemática e
diretamente relacionada à decisão de emigração dependente da riqueza
inicial do agente (CARVALHO, 2004).
Em 1924, são criadas a Associação Brasileira de Educação e a
Academia Brasileira de Ciências, que corroboraram para a emergência
de uma nova concepção de universidade numa nítida reação ao
positivismo do período. Isso se reflete na proposta de criação de
universidades com consequente desenvolvimento de atividades de
pesquisa. Entretanto, na prática, o modelo era de uma instituição
voltada ao ensino (MOROSINI, 2011).
A década de 1930 a de 1960 é marcada por acordos bilaterais
com Alemanha (63), França (67), Portugal (67), Suécia (69), Japão
(71), Holanda (71). O foco de qualificação estava sediado nos países
desenvolvidos, e os intercâmbios internacionais sinalizam interesses
vinculados à pesquisa bélica, a um alinhamento aos interesses
hegemônicos norte-americanos e a um redirecionamento da tradição
de formação propedêutica europeia que marcou fortemente a sociedade
brasileira até a primeira metade do século XX.
Uma segunda fase da internacionalização da educação superior,
a da modernização, tem como um dos seus marcos regulatórios mais
importantes a Reforma Universitária de 1968, estabelecendo o ente
“Universidade” como modelo institucional. É nesse período que se
inicia um processo de internacionalização mais acentuado, porém sem
uma sistematização e nem perfeitamente distribuído entre todas as
universidades e nem no interior das instituições. É a fase Doméstica
(BARTELL, 2003), compreendida como uma perspectiva etnocêntrica
da universidade, quando as instituições têm sua atuação voltada à nação
onde estão situadas e com pouca participação no circuito internacional.
Por sua natureza de produção de conhecimento, a universidade
sempre teve como norma a internacionalização da função de pesquisa.
A função investigativa tem uma autonomia ligada ao pesquisador, e esse
busca relações internacionais para o desenvolvimento do conhecimento.
Já, em 1953, foram concedidas 79 bolsas, das quais 54 no exterior. No ano
seguinte, foram 155, das quais 72 no exterior. O ano de 1965 é de grande
importância para a pós-graduação: 27 cursos são classificados no nível
de mestrado e 11 no de doutorado, totalizando 38 no país. No Gráfico 1,
podemos acompanhar a expansão do número de bolsas distribuídos pela
CAPES e pelo CNPq, a partir de 1985 e projeções até 2020.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
108
Gráfico 1. Evolução da concessão de bolsas de mestrado e doutorado no país
(CAPES) no período de 1985 a 2010 e projeção até o ano de 2020.1
Fonte: PNPG 2011-2020. Brasília, 2011. p. 271.
As curvas, verde e azul, mostram a evolução da concessão de bolsas de mestrado e doutorado baseada
em uma tendência calculada pela metodologia de Alisamento Exponencial. A curva vermelha mostra uma
projeção induzida, com crescimento anual de 16% das bolsas de doutorado, o que reflete a nova política da
CAPES em aumentar em quantidade as bolsas para essa modalidade de formação.
1
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
É dessa fase a criação do Sistema Nacional de Ciência e
Tecnologia, que tem na pós-graduação stricto sensu um de seus mais
fortes pilares, sendo a responsável pela formação dos recursos humanos
de alta qualificação. No Brasil, a pós-graduação vem inserida em planos
governamentais do período ditatorial que tinham a ciência e tecnologia
como mola propulsora do desenvolvimento do país.
À competência adquirida no exterior somava-se àquela já conseguida dentro
do próprio país, e tinha-se, então, como resultado, a ampliação do número de
pesquisadores e professores dentro do Brasil. Esse corpo docente constituir-se-ia
na “massa crítica” que daria suporte humano à criação do sistema. Pode-se dizer
que a consolidação do sistema de pós-graduação no Brasil, desde o final dos anos
de 1960, contou também com o investimento consciente, propiciado pelo Estado,
em matéria de capacidade adquirida no exterior. (CURY, 2005. p. 7).
A política do período ditatorial se concentra em Planos Nacionais
de Desenvolvimento (PNDs), Planos Brasileiros de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (PBDCTs) e em Planos Nacionais de PósGraduação (PNPGs). A CAPES e o CNPq são os principais órgãos
de fomento. Essa situação se mantém, com o acréscimo do fomento
via Fundação de Amparo à Pesquisa estaduais (FAPS), e pode ser
visualizada no gráfico a seguir.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Gráfico 2. Panorama da Distribuição de Bolsas de Pós-Graduação – 2010.
Fonte: PNPG 2011 – 2020. Brasília, 2011, p. 270.
109
II As políticas atuais de internacionalização da
produção de conhecimento e a pesquisa
A terceira fase da internacionalização da educação superior no
Brasil, a da globalização, é aquela em que a internacionalização adquire
magnitude e apresenta uma postura diferenciada: a internacionalização
torna-se transnacional.
A expansão da internacionalização da educação superior no
Brasil pode ser visualizada nos gráficos a seguir. No Gráfico 3, relativo
ao ano de 1998, a cooperação internacional ocorria basicamente com os
países do Norte e com a Austrália. Essa forma pode ser classificada como
em direção a um modelo de cooperação tradicional (DIDRIKSSON,
2005), definida como modelo de mercado. Países e IES competem entre
si por demandas dos sujeitos e consumidores, por ideias e influências.
Há ênfase nos contatos internacionais e atividades que fortaleçam a
competitividade da IES sobre todas as atividades de investigação ou de
estudos de alto nível.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
110
Gráfico 3. Bolsistas de PG brasileiros no Exterior, 1998.
Fonte: CAPES, GEOCAPES, 2011.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Onze anos após (Gráfico 4), em 2009, constata-se, além da
cooperação tradicional, a cooperação, em menor porte, horizontal,
que abrange países emergentes. E tem como base a solidariedade e
a consciência internacional e busca contribuir ao desenvolvimento
de uma capacidade própria ou sua potenciação local, sub-regional
e regional. Os atores locais são os principais responsáveis pela
formulação das propostas, programas e projetos de mudança.
Destaca-se também a cooperação com os BRICs – Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul. O Gráfico 5 apresenta os bolsistas
brasileiros no exterior, em 2010.
111
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Gráfico 4. Expansão da Internacionalização da Educação Superior no Brasil –2009.
Fonte: CAPES, GEOCAPES, 2011.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
112
Gráfico 5. Bolsistas no exterior, Brasil, 2009.
Fonte: CNPq/CAPES.
A perspectiva da importância da inserção internacional é
reafirmada no PNPG (2005-2010) que tem entre suas seis propostas
de diretrizes gerais2 as de Políticas de cooperação internacional
e de formação de recursos humanos no exterior. São colocados
como programas internacionais de cooperação: Scholarships
abroad (individual fellowships); Bi-National Doctoral Colleges;
Joint research projects and University; Partnerships; Visiting
Professorships; Outstanding Visiting Professorships; General
International Cooperation Program; New Program: Expansion of
International; e Fellowships.
Estabilidade e indução de programas, visando reduzir as diferenças regionais, intrarregionais e entre
estados, bem como estabelecer programas estratégicos buscando a sua integração com políticas públicas de
médio e longo prazos. A indução estratégica de programas de pós-graduação ou programas prioritários de
pesquisa deverá ser operacionalizada através do aporte de recursos adicionais; 2. Estratégias para melhoria
do desempenho do sistema envolvem Programas Estratégicos Específicos; Ampliação da articulação entre
agências para criar e apoiar os programas estratégicos específicos; Ampliação da articulação das Agências
Federais com os Governos dos Estados – Secretarias de Ciência e Tecnologia e Fundações de Apoio;
Ampliação da articulação das Agências Federais com o Setor Empresarial; Participação mais efetiva dos
fundos setoriais na pós-graduação; e Definição de novas tipologias regionais para a pós-graduação; 3.
Financiamento e sustentabilidade; 4. Novos modelos de pós; e 5. Avaliação e qualidade.
2
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Nesse Plano é afirmado:
o Brasil estará formando mais de 16.000 doutores e 45.000 mestres em 2010,
e prevê-se para o período de 6 anos um acréscimo do orçamento de bolsas e
fomento no valor de R$ 1,66 bilhão, consideradas todas as agências, federais e
estaduais, que fornecem tais tipos de recurso. O crescimento do corpo docente
da pós-graduação, necessário para a manutenção e ampliação conforme as
demandas do PNPG, exigirá recursos adicionais equivalentes ao orçamento
de bolsas e fomento. Conclui-se que, alcançadas as metas propostas por esse
cenário, o Brasil atingirá, em 2010, o número de doutores por 100 mil habitantes
equivalente ao nível alcançado pela Coreia em 1985. (p. 89.)
A CAPES trabalha com a ideia de ciclo virtuoso da ciência
brasileira que envolve a iniciação científica – pós-graduação, formação
dos grupos de pesquisa e a cooperação internacional. A CAPES busca
desenvolver as atividades da pós-graduação brasileira no contexto
mundial e apoiar os grupos de pesquisa brasileiros, principalmente
por meio do intercâmbio internacional, buscando a excelência da pósgraduação no país. Tem como objetivos específicos da cooperação
o apoio à comunidade acadêmica brasileira; internacionalizar mais
a universidade brasileira; participar ativamente dos programas de
cooperação internacional; receber mais estudantes estrangeiros;
fortalecer as Assessorias Internacionais nas universidades; e avaliar as
ações da cooperação.
Essa expansão induzida da PG tem como impacto direto a
expansão da produção científica, como se constata no Gráfico 6 a seguir.
113
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Gráfico 6. Produção científica: Brasil e mundo.
Fonte: PNPG 2011-2020. Brasília, 2011.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
114
Entre os desafios para o desenvolvimento da PG com qualidade
no país, está a marcante diferenciação de níveis de desenvolvimento e
de distribuição no Brasil e inter-regiões. O mapa a seguir identifica o
desenvolvimento da PG no Brasil segundo as mesorregiões. Constata-se
uma alta concentração na Região Sudeste e Sul, com menor intensidade
e focos de desenvolvimento como os apresentados na Região Norte.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Mapa 1. Distribuição dos programas de pós-graduação pelas Mesorregiões
Geográficas do Brasil no ano de 2009.
Fonte: MCT. PNPG (2011 – 2020).
Esta conferência foi precedida de cinco conferências regionais (CO, N, NE, SE, S), realizadas até meados
de abril de 2010. Seis seminários preparatórios permitiram uma discussão aprofundada de grandes temas:
Desenvolvimento Sustentável; O Papel da Inovação na Agenda Empresarial; Ciência Básica e a Produção
de Conhecimento; Educação de Qualidade desde a Primeira Infância: o Papel da CT&I na Redução das
Desigualdades Sociais e na Inclusão Social; e O Brasil na Nova Geografia da Ciência e da Inovação Global.
3
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Um dos documentos orientadores da Política Nacional de CT&I,
resultante da 4ª CNCTI,3 é Política de Estado para Ciência, Tecnologia e
Inovação com vistas ao Desenvolvimento Sustentável (Livro Azul). Nesse
documento o MCT, reconhecendo o momento histórico para o avanço
da ciência brasileira, o qual tem sido notável nas últimas décadas, tanto
qualitativa como quantitativamente, destaca a Cooperação internacional
que alcança novo patamar e a instalação recente de uma rede de Institutos
Nacionais de Ciência e Tecnologia – INCTs –, a instalação e expansão
das universidades públicas e a criação de dezenas de novos centros de
pesquisa em todo o Brasil bem como o importante papel das FAPs.
115
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
116
A Presidência da República, através de sua Secretaria de Assuntos
Estratégicos, elaborou em 2010 o livro Brasil 2022. Ali é apresentado o
cenário da multipolaridade das nações em três blocos: a primeira corresponde
à estratégia da união europeia e da Otan de ampliar o seu espaço geopolítico
até os limites da Rússia e de celebrar acordos de livre comércio com
países da periferia subdesenvolvida, principalmente com suas ex-colônias.
Por meio dessa ampliação, são incorporados à União Europeia, como
sócios menores, pequenos estados da Europa e, por acordos com países
subdesenvolvidos da periferia, são estabelecidas relações econômicas e
políticas no estilo tradicional que caracterizava os sistemas dos impérios
coloniais: o intercâmbio de matérias-primas por produtos manufaturados.
Na segunda vertente da multipolarização, os Estados Unidos
incorporam a seu sistema econômico, mas não incluem em sistema
político doméstico, nem formam com eles uma nova entidade econômica
e política, países da periferia subdesenvolvida e até mesmo Estados
desenvolvidos como a Austrália e a Nova Zelândia. Por outro lado, à
medida que a economia desses Estados fica extremamente vinculada
à dos Estados Unidos, eles vêm a se tornarem aliados próximos da
política externa americana em suas mais diversas iniciativas.
No caso da terceira vertente, a da China, essa se tornou um polo
catalisador do comércio e dos investimentos na Ásia, aumentando suas
importações de matérias-primas e de componentes industrializados dos
demais países da região e se tornando destino e origem dos principais
fluxos regionais de investimento. O principal parceiro comercial e de
investimento do Japão é a China, onde se encontram 33.000 empresas
produtivas japonesas.
Cabe ao Brasil, diante dessa tendência inexorável, em primeiro
lugar, não se deixar incorporar em nenhum desses blocos de forma
absoluta ou mesmo parcial, o que afetaria sua capacidade de executar
políticas de desenvolvimento com base no fortalecimento do capital e da
mão de obra nacional; em segundo lugar, prosseguir na árdua tarefa de
construção de um bloco sul-americano, região em que há muito maior
homogeneidade, e muitos membros e ressentimentos, do que em outras
regiões do globo, tais como a Europa ou a Ásia, para participar de forma
mais eficiente do jogo político internacional e da formulação de regras e
para organizar um mercado maior para sua economia e a de seus vizinhos.
Nesse contexto são apresentadas as metas do centenário e, entre essas,
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
destacamos: elevar o dispêndio total em Pesquisa e Desenvolvimento
para 2,5% do PIB; dobrar o número de bolsas concedidas pelo CNPq
e pela CAPES; ter 450 mil pesquisadores; alcançar 5% da produção
científica mundial; triplicar o número de engenheiros formados;
dominar as tecnologias de microeletrônica e de produção de fármacos;
duplicar o número de empresas inovadoras; decuplicar o número de
patentes; assegurar independência na produção de combustível nuclear;
dominar as tecnologias de fabricação de satélites e veículos lançadores.
Na perspectiva da educação propriamente dita são apontados:
erradicar o analfabetismo; universalizar o atendimento escolar de quatro a
17 anos; atingir as metas de qualidade na educação de países desenvolvidos;
interiorizar a rede federal de educação para todas as microrregiões; atingir
a marca de 10 milhões de universitários; incorporar a educação artística
nos currículos escolares em todos os níveis; universalizar o acesso aos
bens e conteúdos culturais a todos os brasileiros; atingir cinco livros
per capita/ano como índice de leitura nacional; transformar museus e
bibliotecas em equipamentos básicos da atividade pedagógica; estruturar
a cartografia e o mapeamento da diversidade cultural brasileira; organizar
escolas de formação de artistas, técnicos e gestores de cultura em todos os
estados; triplicar o número de estudantes negros nas universidades.
O plano Brasil 2022 ainda afirma:
O PNPG 2011 – 20204 (BRASIL, 2011) torna a ressaltar a
importância da internacionalização e da cooperação internacional e
determina o envio de mais estudantes ao estrangeiro para fazer PhD,
em áreas defasadas da CT&I do país, em vista da dinamização do
sistema e da captação do conhecimento novo; a expansão de programas
O Plano Nacional de PG para 2011-2020 está dividido nos seguintes capítulos: 1. Introdução; 2.
Antecedentes: Os planos anteriores; 3. Situação Atual da Pós-Graduação; 4. Perspectivas de Crescimento
da Pós-Graduação; 5. Sistema de Avaliação da Pós-Graduação Brasileira; 6. A importância da Inter(Multi)
disciplinaridade na PG; 7. Assimetrias: Distribuição da PG no Território Nacional; 8. Educação Básica: Um
Novo Desafio para o SNPG; 9. Recursos Humanos para Empresas; 10. Recursos Humanos e Programas
Nacionais; 11. Internacionalização da PG e a Cooperação Internacional; 12. Financiamento da PósGraduação; 13. Indução: Um Novo Papel para as Agências; 14. Diretrizes e Conclusões; e Documentos.
4
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Em 2010, tendo o Brasil 2,3% do Produto Mundial; 1,2% das
exportações; 1,6% dos investimentos diretos estrangeiros mundiais; 0,3% das
patentes solicitadas no mundo; 1% das despesas mundiais militares; não sendo
membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e não sendo
potência nuclear, não teria o Brasil, com maior razão, capacidade, através de
sua ação isolada, de radicalmente transformar a estrutura do sistema mundial
nem o curso de suas tendências. (p. 30.)
117
de graduação e doutorado-sanduíche; o estímulo à atração de mais
alunos e pesquisadores visitantes do estrangeiro; o apoio a avanços na
produção científica qualitativa; e o aumento do número de publicações
com instituições estrangeiras.
Complementarmente ao destaque a políticas estatais de CT&I
com caráter de internacionalização, uma normatização específica a
essa temática, em julho de 2011, é divulgada pelo ministro da ciência e
tecnologia: PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS: um programa
especial de mobilidade internacional em ciência, tecnologia e inovação.
Esse programa busca atender os seguintes objetivos:
* Avançar na ciência, tecnologia, inovação e competitividade
industrial através da expansão da mobilidade internacional.
* Aumentar a presença de estudantes e pesquisadores brasileiros
em instituições de excelência no exterior.
* Promover maior internacionalização das universidades
brasileiras.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
118
* Aumentar o conhecimento inovador do pessoal das indústrias
brasileiras.
* Atrair jovens talentos e pesquisadores altamente qualificados
para trabalhar no Brasil.
Para atender a esse nível de desenvolvimento partiu-se de um
diagnóstico da capacidade existente quanto à formação de recursos
humanos de alto nível para o desenvolvimento econômico social do
país. Ficou constado o baixo número de engenheiros formados tanto na
graduação (Gráfico 7) como na pós-graduação (Gráfico 8). Em 2000 o
percentual de engenheiros concluintes em relação a todas as outras áreas
de formação era de 7,00% e, em 2009, ocorreu um decréscimo para
5,9%, o que era equivalente a 47.098 engenheiros concluintes frente a
800.318 concluintes de outros cursos. Esses dados nos permitem afirmar
que apesar da marcada expansão do ensino superior, após a LDB – Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Superior –, de 1996, essa se fez
basicamente em áreas não tecnológicas.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Tais afirmações podem ser estendidas à pós-graduação (Gráfico
8). Examinando a distribuição bolsas de estudo no exterior concedidas
por instituições federais, segundo grandes áreas temáticas, constatamos
que: a grande expansão entre 2001-2009 ocorreu nas áreas humanas e
biológicas. As áreas das Engenharias mantiveram-se estacionárias, o
aumento foi de quatro bolsas em oito anos e inclusive na área das Ciências
Exatas e da Terra ocorreu uma diminuição no número de bolsas.
119
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Gráfico 7. Concluintes de graduação, 2000 a 2009. Total de Engenharias e
participação percentual das Engenharias.
Fonte: PNPG 2011 – 2020. Brasília, 2011.
Gráfico 8. Bolsas de estudo no exterior concedidas por instituições federais –
grandes áreas temáticas.
Fonte: PNPG 2011 – 2020. Brasília, 2011.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
120
Frente ao disgnóstico, o MCT determina como áreas prioritárias
do “Programa Ciência sem Fronteiras” as: Engenharias e demais
áreas tecnológicas (Ciências Exatas e da Terra: Física, Química,
Geociências; Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde; Computação
e Tecnologias da Informação; Tecnologia Aeroespacial); Fármacos;
Produção Agrícola Sustentável; Petróleo, Gás e Carvão Mineral;
Energias Renováveis; Tecnologia Mineral; Tecnologia Nuclear;
Biotecnologia; Nanotecnologia e Novos materiais; Tecnologias de
Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais; Tecnologias de transição
para a economia verde; Biodiversidade e Bioprospecção; Ciências do
Mar (Indústria criativa; Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva;
Formação de Tecnólogos).
As Modalidades de Bolsas e Metas Globais podem ser
visualizadas na Tabela 1, e na Tabela 2 está apresentado o orçamento
geral distribuído entre CAPES e CNPq.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Tabela 1. Modalidades de Bolsas e Metas Globais.
MODALIDADE
N°
Bolsa Brasil Graduação
27.100
Bolsa Brasil Doutorado ( 1 ano )
24.600
Bolsa Brasil Doutorado Integral ( 4 anos )
9.790
Bolsa Brasil Pós-doutorado ( 1 ou 2 anos )
8.900
Bolsa Brasil Estárgio Senior ( 6 meses )
2.660
Treinamento de Especialistas de Empresas no Exterior ( até 12 meses)
700
Bolsa Brasil Jovens cientistas de grande talento ( 3 anos )
860
Pesquisadores Visitantes Especiais no Brasil ( 3 anos )
390
Total
75.000
Fonte: PNPG 2011 – 2020. Brasília, 2011.
As 75.000 bolsas estão sendo distribuídas nas seguintes
modalidades:
•Bolsa Brasil Graduação (1 ano)5 – Destinado aos Melhores
Alunos, selecionados por MÉRITO. É constituída por estágios
de 1 ano, sendo 6 a 9 meses acadêmico e o restante em Empresas
ou Centros de P&D, nas melhores Universidades do mundo;
Bolsa inclui: Passagem aérea, bolsa mensal, seguro-saúde, auxílio instalação, taxas de uso de infraestrutura;
excepcionalmente pode incluir taxas escolares → parcerias com empresas; Universidades brasileiras
devem reconhecer os créditos; CAPES e CNPq estão buscando parcerias para cursos de língua estrangeira.
Metodologia de Seleção dos Estudantes Elegíveis. Tenham completado no mínimo 40% e no máximo 80% dos
créditos necessários para obtenção do diploma; Pontuação no ENEM > 600, qualquer instituição; Melhores
alunos de Iniciação Científica e Tecnológica; Alunos premiados em olimpíadas científicas (Matemática,
Ciências etc...); Cotas adicionais para Instituições com IGC-4 ou 5 e cursos com Conceito Preliminar de
Cursos de Graduação (CPC) do curso maior ou igual a 4; Em todos os casos, cada instituição deve selecionar
os bolsistas por chamadas públicas competitivas, abertas aos estudantes elegíveis.
6
Destinadas a jovens cientistas talentosos em início de carreira, prioritariamente brasileiros, que atuem nos temas
prioritários da Ciência sem Fronteiras e que tenham se destacado qualitativa e quantitativamente pela produção
científica ou tecnológica; Será estimulada a alocação destes bolsistas em todas as regiões do país, especialmente
através de convênios com as FAPs mediante contrapartida; A instituição de destino no Brasil deve oferecer,
comprovadamente, as condições de espaço físico e infraestrutura necessários ao desenvolvimento do projeto.
5
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
•Bolsa Brasil Jovem cientista de grande talento no Brasil
(3 anos)6 – Destinada a jovens pesquisadores com produção
científica ou tecnológica diferenciada, para desenvolver
atividades com um grupo de pesquisas no Brasil ou em
121
empresas (com compartilhamento de custos);
• Pesquisador Visitante Especial no Brasil (3 anos)7 – Destinadas
a grandes lideranças científicas internacionais consolidadas,
prioritariamente brasileiros radicados no exterior, que atuem nos
temas estratégicos do Ciência sem Fronteiras.
•O pesquisador assume o compromisso de vir ao Brasil com
regularidade previamente definida (2 meses a cada ano) e a
receber estudantes e pesquisadores brasileiros no seu laboratório
no exterior. A proposta prevê a associação com grupo no Brasil
que ficará responsável pelo gerenciamento do projeto.
•Treinamento de Especialistas e Engenheiros de Empresas
no Exterior (até 12 meses). Serão elegíveis especialistas e
engenheiros de empresas ou Instituições de Ciência e Tecnologia
que necessitam absorver ou aperfeiçoar técnicas específicas;
necessariamente é preciso ter sido aceito para as melhores
universidades do mundo, ou principais institutos de pesquisa
básica ou tecnológica reconhecidos internacionalmente;
estende-se aos técnicos e gestores de tecnologia, núcleos de
inovação tecnológica e centros de pesquisa e desenvolvimento
de empresas; a prioridade será dada a micro e pequenas empresas
de base tecnológica.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
122
Tabela 2. Orçamento geral, Ciência sem fronteiras,
Brasil 2011.
Quantidade de Bolsas
Orçamento (R$)
CNPq
CAPES
35.000
40.000
1.429.441.973
1.731.424.647
Total Geral
75.000
3.160.866.620
Fonte: PNPG 2011 – 2020. Brasília, 2011.
Entre os benefícios estão a Bolsa de Visitante Especial – BVE – que o pesquisador recebe integral quando
está no Brasil, custo de uma viagem anual para o pesquisador, uma bolsa PDJ, uma bolsa de doutoradosanduíche, recursos de custeio para pesquisa. As agências abrirão editais internacionais periódicos, em revistas
de grande prestígio, para concessão de bolsas nesta modalidade; Será estimulada a alocação destes bolsistas
em todas as regiões do país, especialmente através de convênios com as FAPs mediante contrapartida.
7
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
123
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
Considerando que o programa Ciência sem fronteiras tem como
focos as áreas de Ciências da Saúde, Ciências da Vida e Engenharias
e Tecnologias, os cursos selecionados são os seguintes: Medicina,
Biomedicina, Veterinária, Enfermagem, Fonoaudiologia, Análises
Clínicas, Farmácia, Educação Física e Esporte, Odontologia, Nutrição,
Fisioterapia etc.; Bioquímica, Biologia, Biomateriais, Biofísica,
Botânica, Biologia Molecular, Genética, Microbiologia, Farmacologia,
Zoologia etc.; e Cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção,
Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica – Eletrotécnica, Engenharia
Química, Engenharia de Computação, Engenharia Ambiental e
Sanitária, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica
– Eletrônica, Engenharia de Petróleo, Engenharia de Telecomunicação,
Engenharia Biomédica, Engenharia de Energia, Engenharia de
Alimentos, Engenharia de Petróleo, etc. Ao todo estão envolvidas 238
universidades, das quais: Área de Ciências da Saúde (64); Área de
Ciências da Vida (88); e Área de Engenharias e Tecnologias (86).
Com esses programas, em termos de internacionalização, estaremos
ainda na fase doméstica e longe de fases como a Multidoméstica, quando
a universidade oferece estudos no exterior e possui centros de pesquisa
localizados em um país específico para o atendimento das exigências de
bolsistas de outros lugares; ou uma fase Multinacional, que engloba o
desenvolvimento de escolas de negócios internacionais como empresas
autossustentáveis de uma instituição matriz, usando um corpo docente
local; ou instituições de Educação Superior além das fronteiras através da
educação continuada; ou mesmo Global ou transnacional marcada pela
evolução de organizações envolvidas em transações fora de seus países
de origem (BARTELL, 2003).
O impacto sobre a integridade da pesquisa também está
imbricado com a elaboração do Plano Nacional de Educação 20112020 ora em discussão na comunidade brasileira. A meta 14, relativa à
pós-graduação, afirma elevar gradualmente o número de matrículas na
Pós-Graduação Stricto Sensu de modo a atingir a titulação anual de 60
mil mestres e 25 mil doutores.
Essa meta ocorrerá no contexto de um Sistema Nacional
de Pós-Graduação (SNPG) em expansão, em especial nas IFES,
paralelo a uma demanda advinda da ampliação dos critérios mínimos
de Universidade: a atual composição do corpo docente de uma
universidade é marcado pela presença de 1/3 de mestres e doutores e
a PNE prevê a presença mínima de 2/4 de Mestres e Doutores, bem
como o aumento de doutores na fração de M/D.
Assim, a expansão de doutores (Tabela 3) combinada com
a determinação de um forte aumento de titulados no exterior, via
Doutorados Plenos irá implicar numa presença internacional marcante
no país e obviamente com reflexos na integridade da pesquisa.
Tabela 3. Projeção do crescimento do número de
doutores no Brasil e comparação com outros países.
Ano
124
2010
2013
2020
2024
2027
2033
2038
N°
doutores
titulados
por ano (1)
11.974
13.962
28.987
44.005
60.182
112.566
189.680
Doutores
por mil
habitantes
no Brasil (2)
2,26
2,74
4,54
6,34
8,26
14,50
23,77
Crescimento
em relação a
2010
21%
101%
180%
265%
541%
951%
Doutores por
mil habitantes
de outros países
em 2008 (3)
Canadá (6,5)
Eua (8,4)
Alemanha (15,4)
Suiça (23,0)
O número de titulados em doutorado por ano no período de 2010-2013 foi baseado
nas projeções calculados no Capítulo IV desse plano. A parit de 2014, foi considerada
uma média de crescimento anual de 11% baseada no período de 1987 a 2013;
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
(1)
Para o cálculo do número de doutores por mil habitantes, dividiu-se o total de
pessoas portadoras de título de doutor, que representa a soma do número de doutores
em 2008 com os novos titulados em cada ano, pela população na faixa etária de 25 a 69
anos. O número de doutores existentes no Brasil em 2008 era de 132 mil indivíduos,
segundo dado divulgado pelo estudo “Doutores 2010: Estudos da demografia da base
científica brasileira”, CGEE. A população de 25 e 69 anos foi considerada como uma
média de 38% do total da população brasileira, baseado na série estatística do IBGE
“População por grupos de idade (população presente e população residente)” de 18722000. Foi utilizada a projeção da população total brasileira até o ano de 2040, de
acordo com o IBGE, dados divulgados no documento “Revisão 2008 - Projeção da
população do Brasil” “IBGE, Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para
o período 1980-2050 - Revisão 2008”;
(2)
(3)
de acordo com a Tabela 12.5-1
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
A meta 14 também trará impacto na integridade da pesquisa,
na medida em que reconhece e propõe o PG como resultado natural
da qualificação da pesquisa, implicando o aumento da Infraestrutura
de Pesquisa na colocação de mais foco na pesquisa e menos no ensino
(no Doutorado).
A integridade da pesquisa no contexto da expansão do SNPG
não se restringe à academia, mas com o desenvolvimento do processo
de inovação se expande às empresas (nacionais e internacionais, novos
centros de P&D offshore – insourcing e outsourcing no país, start ups
e spin offs acadêmicos). Tal mudança proposta apresenta inúmeros
desafios,8 dos quais se destaca a Mudança da Demanda por Titulação
de Mestres e Doutores fundamentalmente para Doutores.
Entre as Ações Propostas se destaca, novamente, o foco na
internacionalização, fronteira de qualificação do SNPG (programas
com conceitos 6 e 7, da CAPES).
III Desafios à integridade da pesquisa
Considerando a trajetória da Ciência e Tecnologia e mais
recentemente da Inovação no Brasil (parte 1 deste texto) e o panorama
atual (parte 2) algumas inferências podem ser levantadas quanto à
integridade da pesquisa:
• Ainda em nível de gestão, especial cuidado deve ser dado à
governança compartilhada no plano de expandir a articulação
entre as agências oficiais de fomento (CAPES, CNPq, FAps),
com foco na qualidade e nos diferentes níveis de produção,
sintetizados na academia e na empresa;
Este desafio irá implicar em equacionar a revalidações de diplomas obtidos no exterior; - reduzir o turn over
dos novos contratados nas IFES; - desenvolver políticas de fixação dos Doutores nas diversas regiões do país;
- reduzir as assimetrias inter e intra regionais (mesorregiões); - apoiar fortemente a pesquisa (infra-estrutura,
acervos bibliográficos qualificados, grupos de pesquisa, atuação em rede e interdisciplinar (AUDY, 2011).
8
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
• A expansão do sistema nacional de PG (meta 14 do PNE) traz
consigo inúmeros questionamentos sobre a dicotomia expansão e
qualidade. Assim faz-se necessário aperfeiçoar o vigoroso sistema
de avaliação do SNPG, como forma de garantir o crescimento do
sistema com a qualidade desejada e neste um especial cuidado
com os princípios de integridade à pesquisa;
125
• Buscar compreender novas lógicas de integridade e de domínio
referentes ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação,
aos formatos de EAD para a área de PG Stricto Sensu;
• A relação entre educação e internacionalização, da forma como
está sendo posta, é mais complexa e contenciosa do que clara.
Pode ser concentrada na perspectiva liberalista, se considerar
a exportação de oportunidades, e na perspectiva protecionista,
quando se considera a importação. A internacionalização da
Educação Superior na medida em que tem ênfase mais na
interação entre culturas e menos na homogeneização de culturas,
pode minimizar os danos da educação transnacional;
• É também de ressaltar que a internacionalização do SNPG,
indicador da qualidade, vai colocar frente a frente diferentes
níveis de compreensão e de exigências à integridade, em
diferentes países, e isso implica, como Sorensen (2011), afirma,
numa urgente reflexão junto aos aprendizes de cientistas e aos
próprios cientistas brasileiros de questões de ética científica, de
autoria e outras relacionadas à integridade da pesquisa; e
• Finalmente considerar que a integridade da pesquisa está
diretamente imbricada com a integridade da instituição
universitária, seus atores e suas interações (ROBBINS, 2011).
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
126
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Referências
AUDY, J.L.N. MCT. Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020.
Principais Destaques. FOPROP – SUL, 2011. (Lâminas).
BARTELL, M. Internationalization of universities: A university culture-based
framework. Higher Education. Manitoba, Winnipeg, 2003, p. 37-52.
BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. (2007). Ciência, Tecnologia
e Inovação para o Desenvolvimento Nacional. Plano de Ação 2007-2010.
Resumo. Investir e inovar para crescer. Brasília: DF, 2007. 65p. Disponível
em: <http://www.mct.gov.br>. Acesso em: 3 fev. 2009.
_______. Brasil 2022. Presidência da República, Secretaria de Assuntos
Estratégicos – SAE. Brasília, 2010.
_______. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior. Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 20112020 / Coordenação de Pessoal de Nível Superior. – Brasília, DF: CAPES,
2010. 2 v.: il.; 28 cm.
CAPES. Plano Nacional de Pós-Graduação (Pnpg) 2005-2010. (2004).
Brasília: CAPES/MEC. Disponível em: <http://www.capes.gov.br>. Acesso
em: 05 fev. 2009.
CARVALHO, Leandro Siqueira. Restrição de crédito, auto-seleção e brain
effect: dois ensaios sobre migração. 1v. 1p. Mestrado. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro – Economia. Disponível em: <http://www.capes.
gov.br.; banco de teses>. Acesso em: 01 mar. 2004.
CNPQ/CAPES. Ciências sem fronteiras. Um programa especial de mobilidade
internacional em ciência, tecnologia e inovação. Conselho Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social. Julho 2011. Aloizio Mercadante.
Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia.
CURY, Jamil. Quadragésimo ano do parecer CFE no 977/65. Revista Brasileira
de Educação. Set/Out/Nov/Dez 2005 Nº 30. 2005. p. 7.
DIDRIKSSON, A. Reformulación de la cooperación internacional en la
educación superior de América Latina y el Caribe, 2005. Disponível em:
<http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:CuVtvyVtxbkJ:www.
reduc.cl/raes.nsf/0/dcb6d1d656d1e39304256839006d6479/%24FILE/
rae08.190..pdf+author:%22Didriksson%22+intitle:%22Reformulaci%C3%B
3n+de+la+cooperaci%C3%B3n+internacional+en+la+...%22>.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
CLARK, Kerr. Higher education cannot escape history: issues for the twentyfirst century, 1983. (on-line)
127
MEC. Projeto de Lei n. 8035/2010, que aprova o Plano Nacional de Educação
para o decênio 2011-2020 e dá outras providencias.
MCT. Livro Azul da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e
Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília: Ministério da Ciência
e Tecnologia/Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010. 99 p.
MOROSINI, M.C. Internacionalização da Educação Superior. In: MOROSINI
(Ed Chefe). Enciclopédia da Educação Superior: GLOSSARIO. Brasília:
MEC/INEP, 2006.
_______. Universidade e Política Nacional de Ciência e Tecnologia Pós 70.
Porto Alegre: CADERNOS GEU. UFRGS, 1995.
_______. (Org.) Modelos de Universidade no Brasil. Brasil: INEP/MEC,
2011. 2 ed. On-line.
ROBBINS, Jane. The Ethics of Innovation: Institutional Integrity, Research
Integrity, Conflicts of Interest and the Public Trust. In: AUDY, J.L.N;
MOROSINI, M.C. (Orgs.). Universidade, Inovação e Integridade da Pesquisa.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.
Inovação, Universidade e Integridade na Pesquisa
128
SORENSEN, Martha. A Inserção de Cursos de Integridade em Pesquisa na
Pós-Graduação Brasileira: Quais são as Competências? In: AUDY, J.L.N;
MOROSINI, M.C. (Orgs.). Universidade, Inovação e Integridade da Pesquisa.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.
Internacionalização no Brasil e Condicionantes da...
Download

Inovação, Universidade e Integridade na