UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE 4ª SÉRIE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CUIABÁ SOBRE AS CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DAS QUEIMADAS. Por: Lucia Correa de Almeida Orientador Profº Dr. Celso Sánchez Cuiabá/MT Outubro/2008 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE 4ª SÉRIE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CUIABÁ SOBRE AS CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DAS QUEIMADAS. Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Ambiental. Por: Lucia Correa de Almeida. 3 AGRADECIMENTOS A Deus, que está sempre comigo, amparando e guiando meus passos; À Universidade Candido Mendes e a Pró-Reitoria de Planejamento e desenvolvimento pelo apoio e oportunidade. Ao Prof. Celso Sánches, pela dedicação e profissionalismo na orientação deste trabalho. À toda minha família pela dedicação e companheirismo. À todos os colegas de curso, pelo convívio e amizade. Enfim a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. 4 DEDICATÓRIA Á minha estimada família Com a qual pude contar em todos Os momentos da minha vida. 5 Resumo Este trabalho teve por objetivo avaliar o conhecimento dos alunos de 4ª série de escolas municipais de Cuiabá acerca das queimadas urbanas e rurais. Para isto foram sorteadas entre as 99 escolas do município, 10 unidades que foram visitadas e distribuídos um questionário aos alunos da 4ª série. Nas escolas onde tiveram mais que uma turma de 4ª série, foi realizado sorteio entre as mesma para a realização do trabalho, totalizando 10 turmas de 4ª série avaliadas. Em cada turma foi distribuído um questionário contendo perguntas referentes a dados pessoais (idade, sexo, religião, entre outras) e outras referentes aos conhecimentos acerca das queimadas, ensinados em sala de aula e os que são veiculados pela mídia. Além da pesquisa em campo foi realizado levantamento bibliográfico a cerca da educação ambiental e as queimadas. As escolas municipais sorteadas foram EMEB Floreano Bocheneki, EMEB Constança Figueiredo Palma Bem Bem, EMEB Celina Fialho Bezerra, EMEB Antonia Tita Maciel de Campos, EMEB Dejani Ribeiro Campos, EMEB Floreano Bocheneki, EMEB José Luis Borges Garcia, EMEB Mal. Candido Mariano Rondon, EMEB Maria Tomich Monteiro da Silva, EMEB Ranulpho Paes de Barros. Foram respondidos 222 questionários nas 10 escolas municipais. Destes 113 foram respondidos por alunas e 106 por alunos, três pessoas não identificaram o sexo. A faixa etária dos alunos variou de 8 a 17 anos, sendo que os com 10 anos foram maioria com 107 indivíduos, seguido pelos de 11 anos com 43 alunos e os de 9 e 12 anos com 25 cada. 6 INTRODUÇÃO A insustentabilidade do atual modelo civilizatório com a produção e o consumo das bases materiais da vida ultrapassando os limites da capacidade do planeta, tem como resultado um custo ambiental e social muito alto. No plano ambiental o desastre já está em andamento, pois o mundo está consumindo mais desta base material do que a natureza tem capacidade para se regenerar. A partir de meados da década de 70, as atividades humanas passaram a exceder a capacidade de reprodução da biosfera. Segundo dados de 1997, o excesso já tinha atingido a marca de 30% dessa capacidade, se consideradas as necessidades de outros seres, chega a casa dos 40 – 50% (WWF, 2000). Porto - Gonçalves (2003) considera que o campo ambiental está ganhando importância e legitimidade com proporções só comparadas às dispensadas aos direitos humanos. Observa-se que essa escala de conceitos aumenta à medida que aumenta a gravidade do problema. Desta forma, o gerenciamento das questões ambientais é de extrema complexidade e passa por uma escala de conflitos e possíveis soluções, que vai do local ao global. Indissociável no seu aspecto sistêmico, os desafios ambientais e sociais colocados exigem transformações estruturais. Sendo a educação ambiental uma modalidade de pedagogia da educação, cabe uma definição quanto a compreensão do processo educativo. Entende-se que a educação é um processo de formação e não apenas de repasses de formação, como defende Demo (2001), ou seja, a educação é um processo de aprendizagem reconstrutiva, e não apenas ensino, treinamento ou instrução. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, nos Temas Transversais Terceiros e Quartos Ciclos do Ensino Fundamental, o ensino deve ser organizado de forma a proporcionar oportunidades para que os alunos possam utilizar o conhecimento sobre o meio ambiente para compreender a sua realidade e atuar nela, por meio do exercício da participação em diferentes instâncias: nas atividades dentro da própria escola e nos movimentos da comunidade. Existem diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, como as atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora da sala de aula, produção de materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que 7 conduza os alunos a serem reconhecidos como agentes no processo que norteia a política ambientalista (Sato, 2002) A inserção do meio ambiente nas escolas deve ser feita de forma contínua, que propicie aos alunos e professores, repensarem seu lugar no mundo, e as suas relações com o ambiente e com os outros seres vivos. Quando se trabalha com adultos pode-se dizer que estes acrescentam o que aprendem a bagagem que já traziam. Algumas vezes conseguimos mudar um conceito ou outro. Mas quando se fala de crianças é outra história, ai pode-se começar a construir uma maneira de se relacionar com o conhecimento. As crianças não aprendem só em conteúdos. O trabalho de conscientização é de extrema importância e se as crianças tiverem a oportunidade de ter outra relação com a natureza desde sempre, não se tornarão adultos tão negligentes como os atuais, e seus filhos os olharam com curiosidade. Eles se indagarão: quem foram estas pessoas tão egocêntricas que não viam o mal que faziam a elas mesmas? Como destruíram a natureza que tudo nos dá? Diante deste panorama muitas campanhas educativas são constantemente veiculadas pela mídia e os educadores baseando-se nos PCNs inserem este tema nos planos de aula, porém não se sabe o quanto destas informações é absorvida pelos alunos. Observa-se que apenas democratizar a informação ambiental pode não ser suficiente para produzir as mudanças necessárias de opinião. Não é pelo maior ou menor volume de informações que a população aprende a pensar criticamente e atuar em seu mundo para transformá-lo, se não tiver uma cultura e uma formação que predisponha as pessoas a valorizar esta informação. Sem isso, as pessoas vão pouco a pouco se tornando insensíveis diante da informação, como se fosse mais uma espécie de poluição onde as palavras perdem o significado e importância, e tanto faz saber que derrubaram uma árvore ou uma floresta. A simples veiculação de informação ambiental desassociada de um compromisso com a cidadania crítica e participativa como defende a educação ambiental, ao contrário de estimular uma revisão de valores, pode aumentar a velocidade do saque aos recursos do Planeta, uma espécie de ética distorcida, como se a seleção natural das espécies separasse 8 o mundo em vencedores (desenvolvidos, países de primeiro mundo) e perdedores (em desenvolvimento, subdesenvolvidos, países de segundo e terceiro mundo) onde apenas os mais aptos e espertos sobrevivem, aqueles que chegaram primeiro e dispõem dos melhores meios e tecnologias para retirar e utilizar com mais eficiência e rapidez os recursos do Planeta, capitalizando lucros e socializando prejuízos. Só democratizar a informação ambiental pode não ser suficiente para produzir as mudanças necessárias de opinião. Não é pelo maior ou menor volume de informações que a população aprende a pensar criticamente e atuar em seu mundo para transformá-lo, se não tiver uma cultura e uma formação que predisponha as pessoas a valorizar esta informação. Sem isso, as pessoas vão pouco a pouco se tornando insensíveis diante da informação, como se fosse mais uma espécie de poluição onde as palavras perdem o significado e importância, e tanto faz saber que derrubaram uma árvore ou uma floresta. A simples veiculação de informação ambiental desassociada de um compromisso com a cidadania crítica e participativa como defende a educação ambiental, ao contrário de estimular uma revisão de valores, pode aumentar a velocidade do saque aos recursos do Planeta, uma espécie de ética distorcida, como se a seleção natural das espécies separasse o mundo em vencedores (desenvolvidos, países de primeiro mundo) e perdedores (em desenvolvimento, subdesenvolvidos, países de segundo e terceiro mundo) onde apenas os mais aptos e espertos sobrevivem, aqueles que chegaram primeiro e dispõem dos melhores meios e tecnologias para retirar e utilizar com mais eficiência e rapidez os recursos do Planeta, capitalizando lucros e socializando prejuízos (Berna, 2007). Desta maneira este trabalho tem por objetivo avaliar o conhecimento dos alunos de 4ª série de escolas municipais de Cuiabá acerca das queimadas urbanas e rurais. 9 CAPÍTULO I A CONSTRUÇÃO DE BASES TEÓRICAS 1 - Educação – Os Quatro Pilares da Educação O próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referencias que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, algum modo, a cartografia de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele (Delors, 1996). Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve ser organizar-se à volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a vier juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. Claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta (Delors, 1996). 1.1 – Aprender A Conhecer Esta aprendizagem refere-se à aquisição dos “instrumentos do conhecimento”. Debruça-se sobre o raciocínio lógico, compreensão, dedução, memória, ou seja, sobre os processos cognitivos por excelência. Contudo, deve 10 existir a preocupação de despertar no aluno, não só estes processos em si, como o desejo de os desenvolver, a vontade de aprender, de querer saber mais e melhor. O ideal será sempre que a educação seja encarada, não apenas como um meio para um fim mas também como um fim per si. Esta motivação pode apenas ser despertada por educadores competentes, sensíveis às necessidades, dificuldades e idiossincrasias dos alunos, capazes de lhes apresentarem metodologias adequadas, ilustradoras das matérias em estudos e facilitadoras da retenção e compreensão das mesmas. Pretende-se despertar em cada aluno a sede de conhecimento, a capacidade de aprender cada vez melhor, ajudando-os a desenvolver as armas e dispositivos intelectuais e cognitivos que lhes permitam construir as suas próprias opiniões e o seu próprio pensamento crítico. Em vista a este objectivo, sugere-se o incentivo, não apenas do pensamento dedutivo, como também do intuitivo, porque, se é importante ensinar o “espírito” e método científicos ao estudante, não é menos importante ensiná-lo a lidar com a sua intuição, de modo a que possa chegar às suas próprias conclusões e aventurar-se sozinho pelos domínios do saber e do desconhecido. 1.2 – Aprender a Fazer Indissociável do aprender a conhecer, que lhe confere as bases teóricas, o aprender a fazer refere-se essencialmente à formação técnico-profissional do aluno. Consiste essencialmente em aplicar, na prática, os seus conhecimentos teóricos. Actualmente existe outro ponto essencial a focar nesta aprendizagem, referente à comunicação. É essencial que cada indivíduo saiba comunicar. Não apenas reter e transmitir informação mas também interpretar e seleccionar as torrentes de informação, muitas vezes contraditórias, com que somos bombardeados diariamente, analisar diferentes perspectivas, e refazer as suas próprias opiniões mediante novos factos e informações. 1.3 – Aprender a Viver Juntos Este domínio da aprendizagem consiste num dos maiores desafios para os educadores pois actua no campo das atitudes e valores. Cai neste campo o combate 11 ao conflito, ao preconceito, às rivalidades milenares ou diárias. Aposta-se na educação como veículo de paz, tolerância e compreensão; mas como fazê-lo? O relatório para UNESCO não oferece receitas, mas avança uma proposta faseada em dois princípios: primeiro a “descoberta progressiva do outro” pois, sendo o desconhecido a grande fonte de preconceitos, o conhecimento real e profundo da diversidade humana combate directamente este “desconhecido”. Depois e sempre, a participação em projectos comuns que surge como veículo preferencial na diluição de atritos e na descoberta de pontos comuns entre povos, pois, se analisarmos a História Humana, constataremos que o Homem tende a temer o desconhecido e a aceitar o semelhante. 1.4 – Aprender a Ser Este tipo de aprendizagem depende directamente dos outros três. Considerase que a Educação deve ter como finalidade o desenvolvimento total do indivíduo “espírito e corpo, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade”. À semelhança do aprender a viver com os outros, fala-se aqui da educação de valores e atitudes, mas já não direccionados para a vida em sociedade em particular, mas concretamente para o desenvolvimento individual. Pretende-se formar indivíduos autónomos, intelectualmente activos e independentes, capazes de estabelecer relações interpessoais, de comunicarem e evoluírem permanentemente, de intervirem de forma consciente e proactiva na sociedade. 2 – Educação Ambiental A educação ambiental (EA) vem sendo incorporada como uma prática inovadora em diferentes âmbitos. Neste sentido, destaca-se tanto sua internalização como objeto de políticas públicas de educação e de meio ambiente em âmbito nacional, quanto sua incorporação num âmbito mais capilarizado, como mediação educativa, por um amplo conjunto de práticas de desenvolvimento social. Esse é o caso, por exemplo, do diversificado rol de atividades e projetos de desenvolvimento impulsionados pelas atividades de extensão em resposta às novas demandas geradas pela transição ambiental do meio rural. Este processo de mudanças no mundo rural, que tende a gerar novas práticas sociais e culturais em que se verifica a assimilação de um ideário de valores ambientais, pode ser observado, por 12 exemplo, no crescente interesse pela produção agroecológica, na busca por medicinas alternativas e fitoterápicas, no ecoturismo e no turismo rural. Práticas estas que estão muitas vezes associadas a ações de EA, tanto na sua difusão como na valorização da paisagem socioambiental no campo (Carvalho, 2001). A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável. Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares. Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo e cíclico, o método utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os cursos capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Sato, 1995). 2. 1 – Um Breve Histórico No decorrer das últimas décadas ocorreu a busca pela qualidade de vida da população como um dos desafios desta geração. Inclui-se nesta busca a justiça social e a sustentabilidade. Aqui, a educação ambiental torna-se um modo de indicar caminhos para uma consciência crítica sobre a temática do meio ambiente. 13 1. Justamente pelo fato de que a Educação Ambiental - EA não pode ser tratada ou desenvolvida por uma única área de conhecimento, em razão da complexidade das questões ambientais. Não seria, pois, coerente, sob os pontos de vista epistemológico e pedagógico, considerá-la uma disciplina curricular e, muito menos, uma educação especial. Assim é que, segundo publicação da UNESCO, por meio do PNUMA (Projeto das Nações Unidas sobre Meio Ambiente), já de 1990, a EA era colocada como uma das dimensões da educação geral. E, no Brasil, a Lei 9.795/99 (que instituiu a Política de EA em nosso país...) afirma a necessidade de que a dimensão ambiental da educação esteja integrada com a ciência e a tecnologia, a partir de princípios axiológicos, de valores – tendo-se em vista um futuro sustentável da humanidade. É nesse enfoque que a EA aparece no currículo da escola básica brasileira, segundo os PCNs, como tema transversal relativo a meio ambiente, entre outros temas ou dimensões curriculares. Esta proposta diretiva, oficiosa, é de plena validade e atualidade nesse aspecto. Com efeito, ela pressupõe a complexidade das questões ambientais, na medida em que abre caminho para uma contribuição conjunta das ciências naturais e sociais na análise e na busca de compreensão das questões de meio ambiente, desde a escolarização básica; nesse sentido, as reflexões e experiências educativas, metodologicamente, devem ser proporcionais em abrangência e profundidade de conteúdos ao nível de desenvolvimento e condições de aprendizagem dos alunos. Seguindo essas considerações, como entender, claramente, o que seja Educação Ambiental? Um entendimento conceitual produtivo educacionalmente, mas não como definição fechada ou formal, é o seguinte: uma orientação da prática educativa, formal ou não, mediante a qual as pessoas, individual ou coletivamente, buscam apreender as dinâmicas do meio, em termos das relações entre sociedade e natureza – interdependências –, para desenvolver atitudes críticas, a partir de questionamentos referenciados, bem como ações responsáveis e criativas, em vista da qualidade de vida mediante a manutenção do patrimônio natural e cultural e a garantia de acesso aos bens da cidadania. Esta é, evidentemente, uma conceituação de convergência sintética das várias perspectivas processuais da EA, que não acontecem ou se esgotam num único momento, já que compreendem conhecimentos progressivos e de níveis crescentes, assim como decisões e ações igualmente de um alcance mais restrito ao mais amplo, mas que têm unidade e continuidade no processo educativo tomado em 14 toda sua amplitude social e, pois, cultural, científica, econômica e política. A impressão que se tem é de que a EA parece muito recente, mas que, de fato, tem raízes que remontam a mais de um século. Numa publicação nada menos que de 1889, o educador escocês Patrick Geddes, bem merecedor do título de pai da EA, valorizava a importância desta orientação do processo educativo ao afirmar que " uma criança em contato com a realidade do seu ambiente, não só aprenderia melhor, mas também desenvolveria atitudes criativas em relação ao mundo em sua volta" (apud DIAS, 1993, p. 31). Este pronunciamento reflete a situação ambiental da época, sob o impacto da revolução industrial e dos avanços científicos e tecnológicos, desde os meados do século XIX. Desde então começa a se prenunciar o movimento ambientalista, como gradativa preocupação de indivíduos e grupos mais informados e conscientes em relação à natureza, enquanto meio físico e biológico. Tal preocupação se manifesta diversamente – pela Literatura (o norte-americano Henry David Thoreau, com Walden II, de 1854) e obras mais especializadas (dos norte-americanos George Marsh, com O homem e a Natureza, de 1864; e Guifford Pinchot, com A luta pela Conservação, de 1910), pela criação de parques e reservas naturais (EUA: Yellowstone, 1872; Yosemite e Sequoia, 1890; a reserva de Pelican Island, 1903); pela fundação de sociedades e órgãos protecionistas, nos EUA e Europa, no final do século XIX e início do XX; pela realização de conferências pró-natureza (Suiça, 1913, 1928, 1932 e 1946; em 1949, Nova Iorque: Primeira Conferência das Nações Unidas sobre os Problemas do Meio Ambiente); a publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU em 1948 (só promulgada em 1976) e, no âmbito educacional, o registro pela UNESCO (em publicação de 1972) do envolvimento de vinte e quatro países com programas de EA, na década de 1940 – mas sob o viés de um entendimento de meio ambiente tão somente como espaço natural. Nas décadas de 1950 a 1970 ocorrem grandes desastres ecológicos, contaminando o ar, as águas, os solos e, pois, os alimentos; as conseqüências refletem-se em problemas de saúde, com morte direta ou indireta de milhares de pessoas. Os movimentos ambientalistas ampliam-se, com orientação político-social e envolvendo estudantes, artistas, cientistas e ONGs (Organizações Não Governamentais)– principalmente na Europa e EUA. E um novo entendimento de meio ambiente começa a surgir, superando o simples sentido de espaço natural para incluir, sob um foco relacional, o próprio homem como parte da natureza e, assim, 15 abrir uma compreensão unitária de ambientes naturais e artificiais (construídos pelo homem). Na área da Educação sobressai, em 1968, a proposta dos países europeus nórdicos (Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia e Dinamarca) de incluírem a dimensão ambiental nas diversas disciplinas curriculares, no nível da educação básica. Por iniciativa da UNESCO, ocorreu, na época, uma série de eventos relacionados à EA, como a Oficina Internacional de Educação, em Genebra (1968) e a Reunião Internacional sobre EA nos currículos escolares, em Paris (1970); o objetivo de tais eventos era o de construir, gradativamente, uma concepção consistente de EA e suas diretrizes metodológicas. Nesse contexto de orientação, o meio ambiente passa a ser visualizado, no processo educativo escolar, não somente como um recurso didático e fonte de conhecimentos, mas como um objeto de estudo problematizado em vista de ações em prol da qualidade de vida. A Conferência de Estocolmo (1972) afirma a EA, oficialmente e em nível internacional, tanto como estratégia básica no combate à crise do meio ambiente quanto uma dimensão educativa básica ao desenvolvimento de uma política ambiental. A sua Declaração sobre o Meio Humano, no princípio 19, destaca as diretrizes fundamentais da EA, nos níveis teórico e metodológico: - a formação de condutas de responsabilidade quanto ao meio ambiente (trabalho escolar de conscientização ambiental); - a perspectiva interdisciplinar da EA, em todos os níveis e modalidades de ensino; - e a necessidade da formação inicial e permanente dos educadores, sob a ótica das diretivas anteriores. A partir de Estocolmo foram criados, pela UNESCO, o PNUMA (Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, 1973) e o PIEA (Programa Internacional de Educação Ambiental, 1975). No Brasil, surgiram as Secretarias de Meio Ambiente (a partir de 1973) e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, 1989); de máxima significação para o país foi a inclusão da EA na Constituição de 1988 (art. 255), instituindo sua obrigatoriedade para todos os níveis de ensino. Essas medidas institucionais, no mundo e em nosso país, em torno do meio ambiente, favoreceram o avanço da EA nos planos teórico-conceitual, axiológico-atitudinal, sócio-político e metodológico, por meio de uma seqüência de eventos marcantes: 16 • ainda na década de 70, o Seminário Internacional de EA, em Belgrado (1975) e a Conferência Intergovernamental sobre EA, em Tbilisi (1977), que estabeleceram objetivos e diretrizes teórico-metodológicas da EA.; • nos anos 80, o Congresso Internacional de Moscou (1987), que avaliou as conquistas e dificuldades da AE nos dez anos desde Tbilisi e propôs ações para a década de 1990, sob o enfoque da sustentabilidade ambiental e delineando a vertente sócio-ambiental da EA; • nos anos 90, o acontecimento mais notável (tido também como o maior evento ambiental do século XX) foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (1992), da qual a Agenda 21Cap.36 representa o marco fundamental para uma educação ético-ambiental de sustentabilidade; outro evento importante desta década foi a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, em Tessalônica, Grécia (1977), que endossou as orientações da Agenda 21 – reafirmando, numa perspectiva de urgência prática, a necessidade de uma educação de conscientização pública para a sustentabilidade ambiental, por meio das comunidades científicas, das escolas, das ONGs, dos meios de comunicação e dos órgãos de governo; por fim, devem ser ainda destacados os três Congressos Iberoamericanos de EA, dos quais os dois primeiros ocorreram no México (1992 e 1997) e o último na Venezuela (Caracas, 2000): expressam um esforço supra-nacional que busca valorizar uma certa unidade cultural (lingüístico-ideológica a partir da herança colonial euro-ibérica, mas com fortes influências e/ou composição autóctone e africana) como base diferencial para um posicionamento de negociação frente à hegemonia industrial-desenvolvimentista e de mercado pelos EUA e Canadá, em vista da preservação do patrimônio natural e cultural dos povos envolvidos; o terceiro Congresso pautou-se pelo lema Povos e Caminhos para fazer o Desenvolvimento Sustentável, valorizando a EA no compromisso ético a favor da vida, segundo os princípios da pluralidade cultural e da justiça, a partir do potencial das comunidades locais para iniciativas de sustentabilidade e visando à superação de modelos etnocêntricos, economicistas e patriarcais. Em nosso país, a EA começa a ser tratada, mais diretamente, nos meados 17 dos anos oitenta, com alguns cursos de especialização, eventos (seminários, fóruns e encontros) e a 1ª. Conferência Nacional de EA, em Brasília (1997), preparatória para Tessalônica. Medidas oficiais mais recentes são: a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1997, 1998), englobando a dimensão ambiental como um dos temas transversais nos programas curriculares do ensino fundamental; e a Lei 9.795/99, instituindo a política nacional de EA, vinculando-a à Ética, aos trabalho e às práticas sociais em articulação com as questões ambientais – locais, regionais, nacionais e globais. Afinal, o que se pode entender por Educação Ambiental? Até o momento não há uma resposta unívoca para essa questão, exacerbada em face da fome, do terrorismo, da injustiça e da degradação ambiental que ameaçam a vida no planeta. Nessa situação aflitiva, emerge um chamamento à humanidade, que procura construir e se alicerçar num assim chamado paradigma do meio ambiente e numa ética da sobrevivência. Para Reigota (1994), a educação ambiental deve ser entendida como educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. Ainda, para Reigota (1995), o meio ambiente latino-americano exige que a educação ambiental enfrente o desafio da mudança sobre as idéias de modelo de desenvolvimento, baseado na acumulação econômica, no autoritarismo político, no saque aos recursos naturais, no desprezo às culturas de grupos minoritários e aos direitos fundamentais do ser humano. O desafio ambiental requer valores como justiça social e democracia de alta intensidade. Está aqui presente outro desafio, aquele de Savater, filósofo atípico, excessivo para os perversos e belo para os/as amantes da sabedoria: viver com ética, livres e com alegria. Esse é um humanismo que transgride as verdades fundamentalistas, para dar lugar a um discurso onde todos compreendam que a reflexão sobre os valores éticos, no nosso dia-a-dia, deve permitir nossa vivência histórica com os benefícios da educação ambiental. A ambição da Educação Ambiental é grande. Não se consegue restringi-la a uma disciplina ou a uma temática. No discurso teórico, a EA almeja ser uma requalificação da própria educação. Apesar de seu inegável desenvolvimento, reconhece-se o seu alcance limitado e a sua escassa contribuição para a resolução efetiva dos problemas, o que remete à necessidade de que seus princípios sejam 18 aplicados não só na educação, mas em todos os âmbitos da sociedade. Uma característica perceptível nas práticas em EA é a dificuldade de se traduzir o discurso para o plano real. São inúmeras as razões que limitam sua aplicabilidade, dando sinais de que o discurso funciona mais como intenção para um futuro distante do que como subsídio para mudanças efetivas e imediatas. Exemplo disso são as freqüentes recomendações, em prol de uma EA que deixe de promover apenas a divulgação dos problemas ecológicos e propor soluções de caráter remediador. Para tanto, enfatizam-se estratégias de ação que vão desde a formação de professores ativamente praticantes e criticamente reflexivos até a ampliação do espaço democrático na sociedade, para que haja uma participação permanente de todos os atores sociais na gestão ambiental. Um mundo em rápida degradação ambiental revela uma forma desarmônica de viver, com padrões de produção e consumo insustentáveis. São padrões expressos nas ações cotidianas, muitas vezes amparadas em uma falta de consciência ou influenciadas por poderosos e organizados interesses. Uma necessária mudança do modo de viver passa pela ação e transformação da escola, fórum privilegiado de formação de crianças e jovens. A educação ambiental é uma postura ética. Uma educação que se preocupa com valores deve se basear no exemplo, na permanente conscientização e na coerência. 2.2 Princípios Gerais da Educação Ambiental: Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico; Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas naturais; Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista; Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema; 19 Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade. A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a resolução de problemas, contribui para o envolvimento ativo do público, torna o sistema educativo mais relevante e mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e social, com o objetivo de um crescente bem estar das comunidades humanas. Se existe inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se devem em parte ao fato das pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos recursos naturais. Elas não estão e não foram preparadas para delimitar e resolver de um modo eficaz os problemas concretos do seu ambiente imediato, isto porque, a educação para o ambiente como abordagem didática ou pedagógica, apenas aparece nos anos 80. A partir desta data os alunos têm a possibilidade de tomarem consciência das situações que acarretam problemas no seu ambiente próximo ou para a biosfera em geral, refletindo sobre as suas causas e determinarem os meios ou as ações apropriadas na tentativa de resolvê-los. As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas pela UNESCO, logo após a Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes: "Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam”. A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/ MEC), agrega em suas ações amplos temas, como alfabetização e Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Ambiental, Educação para DireitosHumanos, Educação Escolar Indígena e diversidade étnico-racial. Sendo que a Coordenação-Geral de Educação Ambiental (CGEA), lotada na Diretoria de Diversidade e Cidadania, é responsável pela construção e gestão das políticas públicas de Educação Ambiental nos sistemas de ensino. Preocupada com implantação efetiva da educação ambiental nas escolas o Censo Escolar do Inep 20 entre 2001 e 2003, inseriu uma pergunta sobre a presença da Educação Ambiental nas escolas de ensino fundamental no Brasil. A mesma foi ampliada em 2004 quando verificou-se que, em 2001, 61,2% das escolas do ensino fundamental declararam trabalhar com Educação Ambiental e, em 2004, este percentual sobe para 94% das escolas (Trajber & Mendonça 2006, p. 12). É possível afirmar que, no geral, em conversa com os professores, percebemse pouquíssimas iniciativas interdisciplinares de Educação Ambiental. Prevalecem as abordagens individuais fomentadas pelos conteúdos curriculares. Há um grande desconhecimento do corpo docente sobre o que seja Educação Ambiental e como fazê-la (Trajber & Mendonça 2006, p. 167). 3. Queimadas Fonte: REVISTA FURNAS ANO XXX Nº. 312 SETEMBRO 2004 Na época do descobrimento do Brasil, o povo indígena vivia em relativa harmonia com as florestas, exercendo baixa pressão sobre o meio ambiente. Com o crescimento da população, houve necessidade de se utilizarem extensas áreas para a produção de alimentos e produtos madeireiros para a sua sobrevivência, utilizando-se tecnologia avançada, de preferência, de baixo custo, sem qualquer preocupação com os efeitos negativos sobre o meio ambiente. Dentre essas técnicas operacionais de baixo custo, destaca-se o uso intensivo do fogo na limpeza de áreas para plantio ou na limpeza de áreas de pastagem. A degradação contínua de nossas florestas, áreas agrícolas e pastagens, em razão do seu manejo indevido, 21 bem como outras agressões ao meio ambiente na área urbana, afetando a qualidade de vida das pessoas de forma direta e indireta, começou a preocupar alguns segmentos da sociedade, surgindo, então, uma série de ações para conscientizar a população sobre a importância de se preservar e usar racionalmente os seus recursos (Reis, 1995, p. 26). Os desmatamentos e as queimadas fazem com que sistemas inteiros de vida vegetal e animal sejam tirados de seu equilíbrio. À medida que tal modelo de desenvolvimento provocou e movimentos que reflitam a consciência de parcelas da população sobre o perigo que a humanidade corre ao afetar de maneira tão violenta o seu meio ambiente. Observa-se em um contexto local, que as queimadas destroem a fauna e a flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo e em alguns casos provocam até acidentes. Em âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhares de pessoas, a aviação e aos transportes também altera ou destroem ecossistemas. Em uma visão mais global, a composição química da atmosfera e do clima do planeta (Meio Ambiente, 2004) Os problemas relacionados às queimadas são muitos: entre eles estão os riscos à saúde humana, à segurança de rodovias e à integridade das linhas elétricas. Mas alguns de seus piores efeitos são, sem dúvida, os ambientais. A vegetação florestal desaparece, sendo substituída por formações abertas. Os animais silvestres sofrem de diversas formas: de morte direta no fogo à redução de recursos alimentares e de locais para viver, além da maior exposição a predadores. Os impactos do aumento das queimadas foram desastrosos para as comunidades afetada, e também para o clima do planeta, pois a proliferação dos incêndios intensificou as emissões de carbono. Estudos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia mostram que, num quadro de aquecimento global e secas mais freqüentes, as florestas da região amazônica perdem muita umidade, tornamse muito mais vulneráveis às queimadas, a mortalidade de árvores aumenta significativamente e há um aumento nas emissões de carbono para a atmosfera (Greenpeace, 2006). 22 Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso fechou o ano de 2007 com aumento de 61,68% no número de queimadas se comparado a 2006. No ano passado, os satélites do Inpe registraram 188.863 focos de calor, contra os 116.811 do ano anterior (REMADE, 2008). Dos trinta e seis municípios tachados de ‘campeões do desmatamento’, o Estado concentra dezenove. São eles: Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Cotriguaçú, Colniza Confresa, Gaúcha do Norte, Juara, Juína, Marcelândia, Nova Maringá, Nova Ubiratã, Nova Bandeirantes, Paranaíta, Peixoto de Azevedo , Porto dos Gaúchos, Querência, São Félix do Araguaia e Vila Rica. A lista da portaria ministerial aponta o Pará (PA) na segunda colocação com 12 municípios. Rondônia com 04 e Amazonas com 01. O período proibitivo das queimadas, de 15 de julho a 15 de setembro, é definido pela Lei Complementar 233, de 21 de dezembro de 2005, que dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Mato Grosso e dá outras providências. A Lei prevê que dependendo das condições climáticas, o órgão ambiental estadual poderá antecipar ou prorrogar o período de restrição ao http://www.folharegionalonline.com acessado em 27/ 03/2008. uso do fogo 23 CAPÍTULO II ANÁLISE DE CASO 1.1 Metodologia O Município de Cuiabá possui atualmente 99 escolas onde são ofertadas desde a educação básica até o ensino médio, destas foram sorteadas 10 unidades escolares (Quadro 1) para compor o universo amostral deste projeto, sendo que o objeto de estudo será o aluno. Nas escolas onde tiveram mais que uma turma de 4ª série, foi realizado sorteio entre as mesma para a realização do trabalho, totalizando 10 turmas de 4ª série avaliadas. Em cada turma foi distribuído um questionário contendo perguntas referentes a dados pessoais (idade, sexo, religião, entre outras) e outras referentes aos conhecimentos acerca das queimadas, ensinados em sala de aula e os que são veiculados pela mídia (Anexo 1). Em poder dos dados, estes serão tabulados e analisados estatisticamente. Quadro I – Escolas Municipais de Ensino Básico de Cuiabá, sorteadas para o desenvolvimento do estudo. Escola Regional Celina Fialho Bezerra Norte Antonia Tita Norte Dejane Ribeiro Norte Constança Figueiredo Palma Bem Bem Sul Floriano Bochineke Sul Francisca Figueiredo de Arruda Martins Leste José Luiz Borges Garcia Leste Ranulpho Paes de Barros Oeste Maria Tomich Monteiro da Silva Oeste Marechal Candido Mariano da Silva Rondon Oeste 24 1.2 Caracterização das Unidades Escolares Atualmente o Município de Cuiabá possui 99 (noventa e nove) unidades de ensino na zona urbana e rural. Em sua maioria trabalha apenas com o Ensino fundamental, porém em algumas unidades, por necessidade da comunidade existe a parceria com a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso e a escola passa a oferecer o Ensino Médio. • EMEB FLOREANO BOCHENEKI A escola localiza-se no Bairro Parque Atalaia, regional sul de Cuiabá. Atende no modo ciclado desde a educação infantil de quatro anos até ao quarto ano do segundo ciclo, já na modalidade seriada atende de quarta a sétima série totalizando 439 alunos. • EMEB CONSTANÇA FIGUEIREDO PALMA BEM BEM Esta unidade está situada no bairro Osmar Cabral, regional sul. Nesta são atendidas crianças a partir do quinto ano do ensino fundamental até ao nono ano na modalidade ciclada. Na forma seriada atende de sexta a oitava series do ensino fundamental, bem como os três anos do ensino médio. No total a escola atende 1078 alunos. • EMEB CELINA FIALHO Situada no bairro Altos da Serra, regional norte, atende crianças na educação infantil a partir dos cinco anos e na a modalidade ciclada do primeiro ano até o sexto ano do ensino fundamental, totalizando 426 alunos atendidos. 25 • EMEB JOSE LUIS BORGES GARCIA Localiza-se no bairro Carumbé, regional leste de Cuiabá. Atende apenas a modalidade ciclada a partir do terceiro até o nono ano. A menor unidade avaliada atende apenas 353 alunos no total. • EMEB PROFª. FRANCISCA FIGUEIREDO DE ARRUDA MARTINS Esta unidade está situada no bairro Eldorado, regional leste. Esta escola também atende apenas a modalidade ciclada desde a educação infantil de quatro anos até o nono ano do ensino fundamental, atende no total 561 alunos. • EMEB MAL. CANDIDO MARIANO DA SILVA RONDON Situada no bairro Alvorada, regional oeste de Cuiabá, atende as crianças desde os quatro anos na educação infantil até o sexto ano do ensino fundamental da modalidade ciclada. Nesta unidade é oferecida a educação de jovens e adultos (EJA), juntos totalizam 700 alunos atendidos. • EMEB MARIA TOMICH MONTEIRO DA SILVA Esta unidade localizada no bairro Ribeirão do Lipa, regional oeste, possui um diferencial das outras avaliadas, pois possui o atendimento a educação de alunos especiais. As crianças são recebidas na educação infantil a partir dos quatro anos até o terceiro ano dos nove anos na modalidade ciclada. No total são atendidas 418 crianças por esta unidade. • EMEB RANULPHO PAES DE BARROS Situada no bairro Santa Izabel, regional oeste, atende as crianças a partir do terceiro ano do primeiro ciclo até o sexto ano do terceiro ciclo da 26 educação fundamental. Nesta unidade é ofertado o ensino médio e a educação de jovens e adultos, totalizando 1360 alunos atendidos nesta unidade escolar. • EMEB DEJANI RIBEIRO CAMPOS Esta escola fica no bairro Jardim Vitória, regional norte, atende a partir do quarto ano do segundo ciclo até o nono ano do terceiro ciclo na modalidade ciclada, na modalidade seriada atende desde a quarta série até a sétima serie do ensino fundamental. Oferece também a educação para jovens e adultos, totalizando 1460 alunos atendidos nesta unidade. • EMEB ANTONIA TITA MACIEL DE CAMPOS Situada no bairro Umuarama, regional norte de Cuiabá, atende crianças desde os 4 anos na educação infantil até o nono ano do ensino fundamental na modalidade ciclada. Oferece também o ensino médio e a educação de jovens e adultos. No total são atendidos nesta unidade 1130 alunos. 2. Resultados e Discussão 2.1. Análise Geral Foram respondidos 222 questionários em 10 escolas municipais. Destes 113 foram respondidos por alunas e 106 por alunos, três pessoas não identificaram o sexo. A faixa etária dos alunos variou de 8 a 17 anos, sendo que os com 10 anos foram maioria com 107 indivíduos, seguido pelos de 11 anos com 43 alunos e os de 9 e 12 anos com 25 cada (Fig. 1). 27 120 109 100 60 43 25 25 20 5 2 de ze se te qu at or ze tre ze do ze no ve on ze de z 0 2 1 10 br an co 40 oi to nº alunos 80 idade Figura 1. Distribuição dos alunos pela faixa etária. Dos 222 alunos questionados apenas 10 (4,5%) disseram nunca ter ouvido falar sobre as conseqüências das queimadas. A televisão foi apontada como o meio de comunicação mais eficaz para o repasse de informações para os entrevistados com 127 indicações. Seguido pela escola que recebeu 97 indicações, observa-se o quanto as aulas são importantes como formadoras de opinião (Fig. 2). 28 140 127 nº de alunos 120 97 100 68 80 60 58 31 40 20 0 televisão escola casa internet rádio Meio de divulgação Figura 2. Distribuição das respostas acerca do meio de acesso as informações sobre as queimadas. O rádio, a televisão e a imprensa constituem uma fonte de informações sobre o meio ambiente para a maioria das pessoas, sendo, portanto, inegável sua importância no desencadeamento dos debates que podem gerar transformações e soluções efetivas dos problemas locais. No entanto, muitas vezes, as questões ambientais são abordadas superficialmente ou equivocadas pelos diferentes meios de comunicação. Notícias de televisão e de rádio, de jornais e revistas, programas especiais tratando de questões relacionadas ao meio ambiente têm sido cada vez mais freqüentes (Brasil, 1998). Dos entrevistados 150 (57,67%) disseram nunca ter participado de palestras sobre as queimadas na escola ou em seu bairro, desta forma evidencia-se falhas na realização das mesmas nas unidades escolares (Fig. 3). Sabemos que muitas ações são realizadas, porém em áreas centrais como a realizada pelo corpo de bombeiros, que contou com a colocação de adesivos em 21 ônibus de circulação intermunicipal e distribuição de 50 mil panfletos em quatro pontos da cidade: Trevo Santa Rosa, saída para Chapada dos Guimarães e avenidas Mato Grosso e CPA (Francisco, 2004) 29 3 68 150 sim não branco Figura 3. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão três. Em relação a questão número quatro onde foi avaliado o número de alunos que já tiveram em suas escolas, aulas sobre as conseqüências das queimadas o resultado foi satisfatório, pois 148 (66,66%) alunos disseram que já tiveram aulas sobre o tema (Fig. 4). Segundo a coordenadora do projeto de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Educação (PrEA/Seduc), Débora Pedrotti, para implementar a Educação Ambiental na escola, deve-se agregar todas as ciências, considerando o caráter transdisciplinar. “A Educação Ambiental deve ser trabalhada em todas as áreas do conhecimento em conjunto”, afirma a coordenadora. O segundo passo é trazer a comunidade para discussão, para fazer com que todos sejam agentes transformadores. “Alunos, professores e a comunidade devem ser os protagonistas de ações voltadas para conservação e preservação do Meio Ambiente” (www diariodecuiaba.com.br). Segundo Oliveira (2000) tem-se três dificuldades a serem vencidas na processo da efetiva implementação da Educação Ambiental no âmbito escolar: 1. A busca de alternativas metodológicas que façam convergir o enfoque disciplinar para indisciplinar; 30 2. A barreira rígida da estrutura curricular em termos de grade horária conteúdos mínimos, avaliação, etc; 3. A sensibilização do corpo docente para a mudança de uma pratica estabelecida, frente às dificuldades de novos desafios e reformulações que exigem trabalho e criatividade. 1 72 148 não sim branco Figura 4. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão quatro. As queimadas sempre são temas utilizados nas aulas de ciências, em Mato Grosso, na época das secas, pois somos campeões de focos de queimadas do país, porém nem sempre é feita de modo satisfatório e interdisciplinar. Segundo Vieira (2007) inserir a educação ambiental como tema de maneira isolada e relacionado apenas com as disciplinas de ciências e geografia, não é a forma correta de abordar a educação para o meio ambiente. Essa tem que ser praticada no di-a-dia da escola, para que possa ser levada também para fora da mesma e para o ambiente de cada indivíduo. Dos 222 indivíduos questionados sobre o que era uma queimada predatória152 (68,47%) disseram não saber do que se tratava, deixando claro que os conteúdos não estão sendo ministrados de forma atrativa para que possa ser absorvido como deveriam ser (Fig. 5). 31 1 86 152 sim não branco Figura 5. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão cinco. Nas respostas referentes as questões número 6, 7 e 8 a somatória das respostas poderão ultrapassar os 222, pois os alunos puderam assinalar mais de uma resposta, desta forma não apresentaremos a porcentagem por resposta, afim de que não surja a possibilidade de comparações errôneas (Fig. 6, 7 e 8). Estas questões avaliaram no nível de conhecimento a cerca das causa e conseqüências das queimadas, porém observa-se que existem ainda muitas dúvidas e confusões a respeito dos conceitos básicos. Devemos chamar a atenção para a figura 7, pois quando inquiridos sobre o que fazer com as folhas de seus próprios quintais, 214 respostas das respostas apontaram para a alternativa em que sugeria que deveriam catar e colocar para que o lixeiro levasse. 32 168 180 160 nº de respostas 140 122 120 100 80 60 55 47 40 20 0 a b c d alternativas Figura 6. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão seis. 250 214 nº de respostas 200 150 100 50 9 6 0 a b c alternativas Figura 7. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão sete. Em relação a questão número 8 na qual eram levantadas as principais causas de queimadas urbanas não houve uma tendência muito forte, as alternativas que sugeriam a eram causadas pela limpeza de quintais e terrenos baldios, curto circuito e por acidente tiveram quase a mesma proporção de respostas (Fig. 8) 33 120 114 nº de respos tas 100 85 80 60 43 40 20 0 a b c alternativas Figura 8. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão oito As respostas da questão número nove, já poderia ser prevista apenas olhando os desenhos confeccionados pelos alunos. Muitos mostravam pessoas jogando tocos de cigarros pelas estradas e homens colocando fogo em florestas. Infelizmente muito tem sido feito para conter as derrubadas, porém ao mesmo tempo em que fazem campanhas educativas sobre o assunto existem as campanhas publicitárias muitas vezes mais atrativas, que estimulam o consumismo. Ou seja, não sabem se pedem para conter ou aumentar a destruição em detrimento ao consumismo. Observa-se que as alternativas que continham os acidentes causados pelos tocos de cigarros jogados na beira das estradas e a limpeza de áreas para plantações e pastos, foram apontadas como as principais causas das queimadas rurais (Fig. 9) 34 90 77 80 nº de respostas 70 60 56 50 40 31 29 b c 30 20 10 0 a d alternativas Figura 9. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão nove. Na questão número 10 foi pedido para que cada aluno fizesse um desenho que pudesse ser utilizado como parte de uma campanha de conscientização das conseqüências das queimadas. Muitos foram os desenhos abrangendo os mais variados temas. Foram selecionados quatro desenhos sobre temas diferenciados. Na figura 10 podemos observar percepção do papel importante que o Corpo de Bombeiros desempenha, é notória em conversas informais com os alunos a confiança depositada nesta corporação. Na figura 11 o aluno chama atenção para os dois lados do desrespeito ao meio ambiente e o papel do homem em preservar as florestas. Na figura 12 é clara a influência das aulas de ciências, o tema é o efeito estufa. O interresante é o quanto o aluno absorveu desta aula, pois consegue fazer a ligação desta aula com o tema proposto, fato este, que não foi observado em outros desenhos. A figura 13 chama a atenção para outro problema gravíssimo de desrespeito a natureza, o desmatamento e o comercio ilegal de madeiras. Sabe-se que este assunto está em alta nos meios de comunicação, até pela preocupação da “globalização” da Amazônia. 35 Figura 10. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT. Figura 11. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT. 36 Figura 12. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT. Figura 13. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT. 37 2.2 O PERFIL DE CADA UNIDADE ESCOLAR Das 10 unidades amostradas, 5 turmas possuíam 25 alunos, sendo elas EMEB Maria Tomich, EMEB Mal. Candido Rondon, EMEB Ranulfo Paes de Barros, EMEB Floreano Bocheneke, EMEB Francisca Martins. As demais unidades apresentaram valores inferiores sendo que a EMEB Dejani Ribeiro apresentou o menor número de alunos na turma, 16 alunos ( Fig. 14). 30 N º d e a lu n o s 25 20 15 10 5 o eR ib e ir ja n De r ge sG ar c ia lh o Bo F ia l i na Ce Be m Be m a to n ia Tit s nci sca F ra An Ma r ti n no rea Flo lf o nu Ra on d l. R Ma Mª To m ic on h 0 EMEBs Figura 14. Número de alunos por unidade escolar que responderam aos questionários. Analisando a figura 15, verifica-se que os alunos com 10 anos de idade predominaram em todas as unidades avaliadas. Apenas na EMEB Constança Bem Bem o alunos que tinham 11 anos ficaram na mesma proporção. Vale ressaltar que apenas dois alunos, um na EMEB Borges Garcia e outro na EMEB Dejane Ribeiro, apresentaram idades muito acima da faixa etária indicada para série, 14 e 17 anos respectivamente. 38 Em relação ao sexo dos alunos observa-se que há uma pequena variação entre as unidades, destaca-se as EMEBs Mal. Candido Rondon e a Mª Tomich que apresentaram os dados mais desproporcionais e opostos entre si, sendo que a primeira apresentam em sua maioria alunos do sexo masculino e a segunda na sua maioria feminina (Fig. 16). No quadro II foram compiladas todas as respostas dos questionários por escola, lembrando que não foram adicionadas as porcentagens porque alguns alunos marcaram mais de uma opção. Observa-se que as escolas municipais avaliadas apresentam um perfil padrão nas respostas, com variações não significativas. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 Mª 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos Figura 15. Número de alunos por faixa etária em cada unidade de ensino avaliada. 17 anos l i na Ce e ja n De To m ic h l Ma r ec ha lf o nu Ra a Tit ia to n sG r ge An arc ia no r ea Flo Bo is c a Fra nc Be m Ma Be r ti n s m 0 F ra Bo Mas Fem Figura 16. Número de alunos por sexo em cada unidade de ensino avaliada. e l in a jan Ce De l ch ha l fo i ta mi r ec To Ma nu ia T Ra t on sG a rc ia Mª An s m no r tin Be r ea Ma m F lo sc a r ge n ci Be 40 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 41 Quadro II. Resumo das respostas dos questionários, por escola avaliadas. EMEB Questão Questão Questão Questão Questão Questão Questão Questão Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 sim não a Bem Bem 20 0 4 Francisca 24 1 Floreano 22 Borges b c d 2 15 0 12 13 18 2 14 6 18 1 7 23 0 Ranulpho 23 Marechal e sim não sim não sim não a b c 0 4 16 8 12 3 17 8 13 6 6 6 8 17 15 10 16 8 4 15 9 3 6 5 18 22 2 9 15 4 5 5 2 7 4 15 17 2 3 16 8 3 9 3 10 5 17 3 20 3 2 9 5 11 1 10 11 14 19 6 21 4 10 9 20 1 6 6 19 7 Mª Tomich 25 0 11 6 20 2 1 6 19 Dejane 16 0 11 5 3 0 4 8 19 0 10 8 15 8 7 11 d a b c a b c a b c d 5 2 19 1 5 15 4 6 0 2 12 14 5 1 23 1 10 11 8 16 6 4 5 19 14 4 1 22 2 17 7 0 15 3 3 6 3 13 6 1 0 18 1 15 5 2 15 1 5 9 20 4 21 18 11 4 23 0 13 10 2 18 2 4 8 15 10 6 20 9 2 1 24 1 18 8 3 22 5 4 7 17 9 16 4 14 13 3 0 25 0 7 17 4 19 5 6 11 24 1 3 22 4 23 14 10 0 25 0 10 1 14 24 1 2 1 8 16 0 6 9 4 9 7 4 0 16 0 8 4 3 9 0 3 5 7 17 2 18 1 5 19 14 9 0 19 0 10 7 2 6 4 5 9 Martins Garcia Antonia Tita Rondon Ribeiro Celina Fialho 3. CONCLUSÃO A realização desta pesquisa é por si um aprendizado de valor inigualável, pois a cada escola visitada era um contato direto com a realidade “nua e crua” da educação em nosso município. Deve-se destacar o heroísmo de nossos educadores e mesmo o empenho do Gestor Municipal, que é professor, em desenvolver políticas que possibilitem melhoras na educação. Quanto a avaliação da educação ambiental com foco nas queimadas, verifica-se que as ações são isoladas e de forma descontínua. Concentrando-se apenas em temporadas críticas e de forma não interdisciplinar, ficando a cargo apenas dos professores de ciências. Observa-se que os alunos não apresentam defasagens quanto à idade, o que indica pouca repetência escolar. Desta forma a escola tem que ser o espaço social e o local onde o aluno será sensibilizado para as ações ambientais e fora do âmbito escolar ele será capaz de dar seqüência ao seu processo de socialização. Os comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. 43 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Brasil (1997) Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF. Carvalho, Isabel Cristina de Moura. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.2, abr./jun.2001. Craide, Sabrina, 2007. “Ano do fogo” tem 30% mais incêndios florestais, afirma diretor de prevenção. Agencia Brasil. Disponível em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias. Acesso em 10 março de 2008. Demo, Pedro, 2001. Conhecimento e aprendizagem uma nova mídia. Brasília Plano, 119p. Francisco, Nelson, 2004. Corpo de Bombeiros deflagra operação contra queimadas em MT. Disponível em http://www.secoml.gov.br/noticias. Acesso em 12 março, de 2008. 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Educação na diversidade: o que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental. – Brasília: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2006. 256 p.: il. – (Coleção Educação para Todos, Série Avaliação; n. 6, v. 23) WWF. Living Plant Report, 2000. WWW. Internacional Gland. 45 Berna, Vilmar, 2007. Educomunicação Socioambiental 10 Dicas de Comunicação Ambiental. Disponível em F:\Nova pasta\Educomunicação Socioambiental 10 Dicas de Comunicação Ambiental, por Vilmar Berna.mht Acesso em 15 de maio de 2008. 46 Anexo 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Avaliação do nível de conhecimento dos alunos de 4ª série das escolas municipais de Cuiabá sobre as causas e conseqüências das queimadas. Questionário Escola: Idade: Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 1) Você já ouviu falar sobre as conseqüências das queimadas? a) Sim ( ) b) Não ( ) 2) Onde? a) Na escola ( ) b) Em casa ( ) c) Na televisão d) No rádio e) Na internet ( ) 3) Você já participou de alguma palestra sobre as queimadas na sua escola ou no seu bairro? a) Sim ( ) b) Não ( ) 4) Você já teve alguma aula sobre as queimadas e suas conseqüências? a) Sim ( ) b) Não ( ) 5) Você sabe o que é uma queimada predatória? a) Sim ( ) b) Não ( ) 6) Quais são os principais problemas causados pelas queimadas? a) Produção de carvão ( ) b) Destruição do meio ambiente ( ) c) Problemas respiratórios ( ) 47 d) Poluição das águas ( ) 7) O que devemos fazer com as folhas dos nossos quintais? a) Juntar e colocar fogo ( ) b) Juntar e colocar para o lixeiro leve ( ) c) Não juntar ( ) 8) Quais as principais causas das queimadas urbanas? a) Para limpeza de quintais e terrenos baldios ( ) b) Curto circuito ( ) c) Por acidente 9) Quais as principais causas de queimadas rurais? a) Toco de cigarros jogados na beira de estradas ( ) b) Relâmpagos ( ) c) Por acidentes ( ) d) Para limpeza de áreas para plantações e pastos ( ) 10) Você foi escolhido para fazer um cartaz para a próxima campanha contra as queimadas. Capriche! 48 INDICE INTRODUÇÃO 7 CAPÍTULO I – A CONSTRUÇÃO DE BASES TEÓRICAS 11 1 - EDUCAÇÃO – OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÀO 11 1.1 – APRENDER A CONHECER 12 1.2 – APRENDER A FAZER 12 1.3 – APRENDER A VIVER JUNTOS 13 1.4 – APRENDER A SER 13 2 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL 14 2.1 – UM BREVE HISTÓRICO 15 2. 2 - PRINCÍPIOS GERAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 22 3. QUEIMADAS 24 CAPÍTULO II – ANÁLISE DE CASO 27 1.1 – METODOLOGIA 27 1.2 CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES ESCOLARES 28 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO 30 2.1 – ANÁLISE GERAL 30 2.2 – O PERFIL DE CADA UNIDADE ESCOLAR 41 3. CONCLUSÃO 46 4 – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47 49 ANEXO 50 INDICE 52 INDICE DE FIGURAS 54 INDICE DE QUADROS 55 FOLHA DE AVALIAÇÃO 56 50 INDICE DE FIGURAS Figura 1. Distribuição dos alunos pela faixa etária 31 Figura 2. Distribuição das respostas acerca do meio de acesso as informações sobre as queimadas 32 Figura 3. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão três 33 Figura 4. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão quatro 34 Figura 5. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão cinco 35 Figura 6. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão seis 36 Figura 7. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão sete 36 Figura 8. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão oito 37 Figura 9. Demonstrativo das respostas dos alunos referente a questão nove 38 Figura 10. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT 39 Figura 11. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT 39 Figura 12. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT 40 Figura 13. Desenho feito por aluno de 4ª série de Escola Municipal de Educação Básica do Município de Cuiabá – MT 40 51 Figura 14. Número de alunos por unidade escolar que responderam aos questionários 41 Figura 15. Número de alunos por faixa etária em cada unidade de ensino avaliada 43 Figura 16. Número de alunos por sexo em cada unidade de ensino avaliada 44 52 INDICE DE QUADROS Quadro I – Escolas Municipais de Ensino Básico de Cuiabá, sorteadas para o desenvolvimento do estudo 27 Quadro II. Resumo das respostas dos questionários, por escolas avaliadas 40 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Título da Monografia: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE 4ª SÉRIE DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CUIABÁ SOBRE AS CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DAS QUEIMADAS. Autor: LUCIA CORREA DE ALMEIDA Data da entrega: 10 de setembro de 2008 Avaliado por: Celso Sánchez Conceito: