INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO UNIDADE IV – REFINO DE PETRÓLEO Refino de petróleo Petróleo bruto É uma complexa mistura de hidrocarbonetos que apresenta contaminações variadas de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. No seu estado bruto, o petróleo tem pouquíssimas aplicações, servindo quase que somente como óleo combustível. Refino de petróleo O refino de petróleo consiste na série de beneficiamentos pelos quais passa o mineral bruto para a obtenção dos derivados, estes sim, produtos de grande interesse comercial. Refino de petróleo constitui na separação do petróleo, via processos físico-químicos, em frações de derivados. Refino de petróleo Os produtos finais dividem-se em 3 categorias: Combustíveis (gasolina, diesel, óleo combustível, GLP, QAV, querosene, coque de petróleo, óleos residuais) cerca de 90% dos produtos de refino no mundo. Produtos acabados não combustíveis lubrificantes, graxas, asfalto e coque). (solventes, Intermediários da indústria química (nafta, etano, propano, butano, etileno, propíleno, butilenos, butadieno, BTX). Refino de petróleo Refinarias Refinarias de petróleo são um complexo sistema de operações múltiplas; as operações que são usadas em uma dada refinaria dependem das propriedades do petróleo que será refinado, assim como dos produtos desejados. Por esta razão, "não existem duas refinarias iguais no mundo". Refinarias As etapas do processamento de refino de óleo cru são basicamente três: separação conversão tratamento Etapas do processo de refino Processos de separação Processos de conversão Destilação atmosférica Craqueamento térmico Destilação a vácuo Craqueamento catalítico Estabilização de naftas Visco-redução Extração de aromáticos Coqueamento retardado Desasfaltação a propano Hidrocraqueamento Desaromatização a furfural Reforma catalítica Desparafinação a solvente Isomerização catalítica Desoleificação a solvente Alquilação catalítica Adsorção de N-parafinas Polimerização catalítica Etapas do processo de refino Processos de tratamento Hidrotratamento Tratamento cáustico Tratamento DEA/MEA Tratamento MEROX Tratamento BENDER Dessalgação eletrostática Processos de refino Para a realizam destes processos as refinarias utilizam diversos equipamentos, tais como: Vasos Torres de destilação Reatores Fornos Trocadores de calor Bombas Bombas de vácuo Caldeiras Torres de resfriamento Possuem também um complexo sistema de tubulações, instrumentação e controle, além do sistema de geração e distribuição de energia elétrica. Fluxograma típico do refino de petróleo Fluxograma típico do refino de petróleo Frações ou cortes iniciais Gás combustível (C1 – C2) Combustível de refinaria, matéria-prima para etileno GLP (C3 – C4) Combustível doméstico e industrial, matéria-prima para petroquímica, obtenção de gasolina de aviação, veiculo propelente para aerossóis Nafta (20 – 220 C) Gasolina automotiva e de aviação, matéria-prima para petroquímica (principal), produção de solventes Querosene (150 – 300 C) Querosene de aviação, querosene industrial, produção de detergentes. Gasóleo atmosférico (70 – Diesel, combustível doméstico e industrial (heating oil) e matéria-prima para petroquímica (gasóleo 400 C) petroquímico) Gasóleo de vácuo (400 – Carga para craqueamento (gasolina, GLP), produção de lubrificantes (subproduto parafinas), matéria-prima para 750 C) petroquímica Resíduos de vácuo (acima Óleo combustível, asfalto, lubrificantes de alta viscosidade, coque de petróleo 570 C) Classificação do Petróleo • Grau de densidade API (API), do American Petroleum Institute • Teor de enxofre • Razão dos componentes químicos presentes (parafínicos, naftênicos, asfálticos, etc) Grau de densidade API (API) • O cálculo do grau API é realizado utilizando a seguinte equação: o 141,5 API 131,5 densidade • Quanto maior o valor do API mais leve é o óleo ou derivado. Grau de densidade API (API) • Exemplos: Asfalto 11 API Óleo bruto pesado 18 API Óleo bruto leve 36 API Nafta 50 API Gasolina 60 API Grau de densidade API (API) • Petróleos leves: acima de 30 API (densidade do óleo < 0,72) • Petróleos médios: entre 21 e 30 API • Petróleos pesados: abaixo de 21 API (densidade do óleo > 0,92) Classificação quanto ao teor de enxofre • Petróleos “doces”: – teor de enxofre < 0,5% em massa • Petróleos “’ácidos”: – teor de enxofre > 0,5% em massa Classificação quanto aos componentes químicos • Petróleo Parafínico: – Quando os hidrocarbonetos presentes em maior quantidade forem saturados de cadeia aberta Classificação quanto aos componentes químicos • Petróleo Naftênico: – Quando os hidrocarbonetos presentes em maior quantidade forem saturados de cadeia cíclica Classificação quanto aos componentes químicos Parafínico Naftênico Classificação quanto aos componentes químicos • Petróleo Aromático: – Quando os hidrocarbonetos presentes em maior quantidade forem insaturados de cadeia fechada, apresentando ligações duplas e simples alternadas (núcleo benzênico) Compostos Aromáticos Classificação quanto aos componentes químicos • Petróleo Olefínico: – Quando os hidrocarbonetos presentes em maior quantidade forem insaturados de cadeias apresentando ligações duplas Classificação quanto aos componentes químicos • Petróleo Acetilênicos: – Quando os hidrocarbonetos presentes em maior quantidade forem insaturados de cadeias retilíneas com ligação tripla Dessalgação Antes da separação em frações na refinaria, o petróleo cru precisa ser tratado para a remoção de sais corrosivos. O processo de dessalinização também remove alguns metais e os sólidos em suspensão que podem: causar danos às unidades de destilação ou reduzirem a sua eficiência; provocar corrosão nos equipamentos; se depositar nas paredes dos trocadores de calor, causando entupimentos e reduzindo a sua eficiência, além de catalisarem a formação de coque nas tubulações; danificar os catalisadores que serão usados nas posteriores etapas de processamento. Destilação atmosférica A destilação atmosférica é o primeiro processo de refino em qualquer refinaria. Consiste na separação do petróleo em frações mais leves, de acordo com os diferentes pontos de ebulição de cada fração Torre de destilação atmosférica Processo de destilação atmosférica Principais equipamentos da instalação: Torre atmosférica Forno atmosférico Dessalgadora Vasos separadores Trocadores de calor Bombas Além destes equipamentos a planta inclui: uma complexa rede de tubulações instrumentação e controle utilidades industriais, tais como: água de resfriamento vapor d’água ar comprimido energia elétrica sistema de proteção contra incêndio. Destilação a vácuo O resíduo da destilação atmosférica serve de carga para a unidade de destilação a vácuo Processo de destilação a vácuo O conhecimento do fluxograma do processo é fundamental para o planejamento de um projeto de construção de uma unidade de destilação Craqueamento catalítico O craqueamento catalítico usa calor, pressão e um catalisador para efetuar a quebra das moléculas de hidrocarbonetos em moléculas menores e mais leves. O craqueamento catalítico substituiu amplamente o craqueamento térmico, pois é possível, através dele, produzir mais gasolina de alta octanagem Processos de tratamento De modo geral, um processo de tratamento busca atingir um ou mais dos seguintes objetivos: Eliminação de compostos de enxofre Eliminação de compostos de nitrogênio Separação e eliminação de materiais asfálticos Correção do odor do produto Correção da coloração do produto Estabilidade do produto Diagrama esquemático do Tratamento Bender Operações de suporte Tratamento de efluentes Tratamento de gás e recuperação de enxofre Produção de aditivos Composição Tanques de estocagem Torres de resfriamento