ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 Atributosdecompósitostermoplásticoscomdetritosplásticos evegetais BernardoZandomenicoDias UniversidadeFederaldoEspíritoSanto,LaboratóriodePlanejamentoeProjetos,Vitória,EspíritoSanto,Brasil [email protected] JoãoLuizCalmon UniversidadeFederaldoEspíritoSanto,DepartmentofCivilEngineering,Vitória,EspíritoSanto,Brasil [email protected] CristinaEngeldeAlvarez UniversidadeFederaldoEspíritoSanto,LaboratóriodePlanejamentoeProjetos,Vitória,EspíritoSanto,Brasil [email protected] ABSTRACT:Thisresearchaimedtoinvestigatetheimplicationinresistancetomechanicalstress, waterabsorption,discoloration,oxidationandflammability,ofinsertingplasticandwoodwaste into the formulation of thermoplastic composites. The method used consisted of analysis of scientific papers published in the Scopus and Web of Science databases, prioritizing research publishedaftertheyear2000.Papersweregroupedaccordingtothetypeofcompositeanalyzed (virginorrecycled,andwithorwithoutwoodwaste)andastothepropertiesstudied.Theresult isanoverviewoftheknowledgeaboutsomebasiccharacteristicsofthematerialverifying,e.g., thatcompositesmadefromrecycledpolymerstendtodiscolorlikethosemanufacturedwith virginpolymers,buthavereducedresistancetooxidationwhataffectstheirusefullife. RESUMO:Estapesquisaobjetivouinvestigaraimplicaçãonaresistênciaaosesforçosmecânicos, naabsorçãodeágua,nadescoloração,naoxidaçãoenainflamabilidade,dainserçãoderesíduos plásticosevegetaisnaformulaçãodecompósitostermoplásticos.Ométodoutilizadoconsistiu da análise de trabalhos científicos publicados nas bases de dados Scopus e Web of Science, priorizandopesquisasdivulgadasapósoano2000.Ostrabalhosforamagrupadosquantoaotipo de compósito analisado (virgem ou reciclado, e com ou sem resíduos vegetais) e quanto às propriedades estudadas. O resultado é um panorama do conhecimento atual a respeito de algumas características básicas do material verificandoͲse, por exemplo, que compósitos fabricadoscompolímerosrecicladostendemadescolorirdeformasemelhanteaosfabricados compolímerosvirgens,porémtêmaresistênciaàoxidaçãoreduzida,oqueafetasuavidaútil. 1 INTRODUÇÃO Jáempregadosnaconstruçãocivilparaaconfecçãodepisos,mesasebancos,porexemplo,os compósitostermoplásticosapresentamumgrandepotencialdeabsorçãoderesíduos,comoos de origem plástica e vegetal, trazendo consigo a expectativa de reduzir a quantidade de lixo destinada aos aterros e de materiais virgens necessários à produção de novos componentes (KazemiͲNajafietal.2006). ConformeKlyosov(2007),nosEstadosUnidos,naproduçãodecompósitostermoplásticoscom madeira,ouWoodͲPlasticComposites(WPCs),sãoamplamenteempregados,afimdesubstituir parte da matriz polimérica virgem, resíduos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), de PolietilenodeBaixaDensidade(PEBD),dePolipropileno(PP)edePoli(CloretodeVinila)(PVC). Geralmente,resinaspoliméricasproduzidasapartirderesíduosplásticos,provenientesdolixo urbano,custammenosqueresinasvirgens,sendoareduçãodocustofinaldosprodutosumdos principaisatrativosparaousoderesíduosplásticos(Adhikaryetal.2008). 503 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 Por sua vez, cargas vegetais são empregadas em larga escala em compósitos termoplásticos principalmenteparasubstituirpartedamatrizpolimérica,variandoalgumascaracterísticasdo compósitoparamelhor,enquantooutrasparapior,ebarateandooprodutofinal(Klyosov2007). Segundooautor,ascargasvegetaismaisempregadasnosWPCsfabricadosnoEstadosUnidos são: farinha de madeira, serragem e casca de arroz, sendo que estas cargas são tipicamente resíduosdaindústriamadeireiraedaagroindústria. Há também cargas vegetais que possuem o papel de melhorar consideravelmente algumas característicasmecânicasdocompósito,quesãoaschamadascargasreforçadoras(Azwaetal. 2013).Entreelasestãoasfibrasdecânhamo,juta,sisalealgodão.Estascargasmuitasvezessão resíduos de processos industriais, entretanto, devido à pouca quantidade existente ou ao elevadocusto,aindanãosãoempregadasemlargaescala(Klyosov2007). De modo geral, o emprego de resíduos plásticos e vegetais na produção de compósitos termoplásticosjáocorreemescalacomercial.Porém,algumasdesuasimplicaçõesaindanão sãoconhecidasounãoestãototalmentecompreendidas,oquepodeacarretarnaescolhade um compósito com determinada composição para locais ou usos para os quais ele não seria recomendado,alémdelevaracomportamentosdomaterialaosquaisnãoseesperava. 2 OBJETIVO O objetivo da pesquisa, que faz parte de um trabalho maior, foi investigar a implicação na resistência aos esforçosmecânicos, na absorção de água, na descoloração,na oxidação e na inflamabilidade, da inserção de resíduos plásticos e vegetais na formulação de compósitos termoplásticos. 3 METODOLOGIA Aprimeiraetapadotrabalhoconsistiudabuscaporpesquisascientíficas,realizadanasbasesde dadosScopuseWebofScience,priorizandotrabalhospublicadosapósoano2000.Paraisso foramadotadaspalavrasͲchavecomo“woodplasticcomposistes”,“polymeroxidation”,“wood plastic UV”, “wood plastic composites water absorption”, “wood plastic composites flammability”,,“recycledcomposites”,“recycledcompositesoxidation”,e“recycledpolymer water absorption”. As buscas foram feitas entre novembro de 2013 e julho de 2014, selecionandoͲse23títulos,emidiomainglêseportuguês,sendoalgunsderevisãodeliteratura e outros experimentais. Os trabalhos foram posteriormente agrupados quanto ao tipo de compósito analisado (virgem ou reciclado, e com ou sem cargas vegetais) e quanto às propriedadesestudadas(resistênciaaosesforçosmecânicos,absorçãodeágua,descoloração, oxidaçãoeinflamabilidade).Emseguida,foramfeitasaanálisedaspesquisasselecionadaseas consideraçõesarespeitodaconcordânciaoudiscordânciadosresultadosencontradosemcada uma,alémdepossíveisexplicaçõesparaasdiferençasverificadas. 4 RESULTADOS AgruparamͲse os resultados segundo o tema estudado – resistência aos esforços mecânicos, absorçãodeágua,descoloração,oxidaçãoeinflamabilidade–,conformeaseguirdetalhado. 4.1 Resistênciaaosesforçosmecânicos Háváriosesforçosaosquaiscomponentes podem sersubmetidos,comoflexão,compressão axial, tração axial, punção, entre outros. Assim, determinadas variações na formulação de compósitos–tantonosconstituintescomoemsuaproporção–podemresultaremmelhoriade resistência a determinado esforço, porém em piora de resistência a outro, tornando sua utilizaçãoapropriadaapenasparadeterminadassituações(Klyosov2007). 504 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 4.1.1 Resistênciaaosesforçosmecânicosdecompósitostermoplásticosfabricadoscom resíduosplásticos Adhikaryetal.(2008)realizaramtestesderesistênciaàflexãoeàtração,etambémdeavaliação domódulodeelasticidadenosquaiscompósitosfabricadoscommatrizplásticadePEADvirgem foramcomparadosaosfabricadoscommatrizplásticadePEADreciclado.NesseestudoanalisouͲ secompósitoscomasseguintesformulações:100%PEAD;60%PEADe40%farinhademadeira; e 50% PEAD e 50% farinha de madeira, em relação à massa total do compósito. Os autores chegaram à conclusão que os compósitos feitos com matriz plástica reciclada obtiveram desempenhosemelhanteestatisticamenteaosfeitoscommatrizplásticavirgem. Outroestudo,realizadoporKazemiͲNajafietal.(2006),apósaexecuçãodeensaiosmecânicos (dentreelesresistênciaàtração,àflexãoeaoimpactoIzod,eaomódulodeelasticidade)com compósitosfabricadosapartirdePEADePPdeorigemvirgemereciclada,tambémrelataque os resultados dos ensaios de resistência à tração e à flexão, e de módulo de elasticidade encontradosforamestatisticamentesemelhantes.JáparaoimpactoIzod,oscompósitoscom matriz plástica virgem e reciclada de PP apresentaram desempenho estatisticamente iguais, diferentementedoscompósitoscommatrizdePEAD,cujasmaioresresistênciasforamasdos elementoscommatrizplásticavirgem. Beg&Pickering(2008),emsuapesquisa,realizaramensaiosderesistênciaàtraçãoeaoimpacto Charpy,edemódulodeelasticidadecomcomponentesfeitos100%dePPvirgemoureciclado. Primeiramente,ocomponenteproduzidoapartirderesinavirgemeratestadomecanicamente e, em seguida, passava por um processo de reciclagem (que incluía aquecimento e depois resfriamentodomaterial)paraproduzirumnovoelementosimilaraoanteriorque,porsuavez, eratestadomecanicamenteepassavaporumnovoprocessodereciclagemparaproduzirum novo elemento similar aos anteriores. Esse ciclo se repetiu até que o plástico chegasse à 8ª reciclagem.Comosdadosdosensaiosmecânicososautoresmostramquearesistênciaàtração eomódulodeelasticidadedoscomponentessemantinhamestatisticamenteiguaisapóscada ciclodereciclagem.Entretanto,notestederesistênciaaoimpactoCharpy,acadareciclagem realizadaovalorobtidoerainferioraoanterior,ouseja,aresistênciadocomponentediminuía comoaumentodonúmerodereciclagens.Segundoosautores,istopodeserdevidoàredução damassa moleculardoPPcausadapelosprocessosdereciclagem.Também ressaltamquea reciclagem de compósitos expostos às intempéries deve ser estudada, já que as reciclagens feitasnoestudoocorreramsemessefator,nãorepresentandoassituaçõesreais. KazemiͲNajafi (2013), em revisão de literatura, corrobora com os resultados citados anteriormente, mostrando vários estudos com compósitos fabricados a partir de plásticos recicladosqueindicamumanãovariação,emtermosestatísticos,dodesempenhoaosesforços de tração, flexão e do módulo de elasticidade dos componentes, e um decréscimo em sua resistênciaaoimpacto. Assim,aspesquisasmostramqueousoderesíduosplásticosnaproduçãodecompósitostende a não alterar o módulo de elasticidade e as resistências à flexão e à tração, porém, tende a reduzirsuaresistênciaaoimpacto. 4.1.2 Resistênciaaosesforçosmecânicosdecompósitostermoplásticosfabricadoscom cargasvegetais Adhikary et al. (2008) realizaram ensaios de resistência à flexão e à tração, e de módulo de elasticidadeemcompósitoscommatrizplásticadePEADefarinhademadeira.Osdadosdos testesmostramquequantomaioraquantidadedecargavegetalpresentenaformulaçãodo compósitomenorésuaresistênciaàflexãoeàtração,porém,houveaumentodomódulode elasticidadecomainserçãodefarinhademadeiraemsuacomposição.Noentanto,osautores ressaltamqueaquedanaresistênciaàtraçãoeàflexãodoscompósitosédevidaàmáaderência 505 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 entre a matriz plástica e a carga vegetal, que pode ser melhorada com o uso de aditivos denominadosagentesacoplantes. Kuoetal.(2009),apósarealizaçãodeensaiosderesistênciaàflexãoeàtraçãoemcompósitos commatrizpoliméricadePPcomdiversasquantidadesdefarinhademadeira(0%,28%,47%, 52%,56% e 66%damassatotaldocompósito),mostram queoscompósitos comfarinha de madeira que apresentaram melhor desempenho no ensaio de resistência à tração possuíam valoresderesistênciaacimadosqueeram100%PP,masmuitopróximoaestes.Noentanto,os elementosfeitos100%dePPforamosqueobtiverammenorresistênciaàflexão,enquantoos compósitoscom47%defarinhademadeiraforamosquealcançarammaiorresistênciaaeste esforço. Em todos os compósitos utilizouͲse 6% de aditivos, sendo 3% de estereato de zinco comolubrificante–queauxilianoprocessamentoefabricaçãodoscompósitos(Butylinaetal. 2012a)–e3%dePPmodificadocomAnidridoMaléico(MAPP)comoagenteacoplante.Segundo osautores,osdadossugeremqueaquantidadeótimadefarinhademadeiraemcompósitos, considerandoaspropriedadesmecânicas,devesernomáximo50%desuamassatotal. JáStark&Rowlands(2003)realizaramensaiosderesistênciaàflexãoeàtração,edemódulo de elasticidade em compósitos com nove formulações: 100% PP; 80% PP e 20% farinha de madeira;80%PPe20%fibrademadeira;60%PPe40%farinhademadeira;60%PPe40%fibra de madeira (em relação à massa total do compósito); e outros quatro tipos com a mesma composição que os quatro últimos citados, porém com a presença de agentes acoplantes (MAPP).RessaltaͲsequeafibrademadeirasediferenciadafarinhademadeiraporseuformato alongado,vistoqueafarinhademadeirapossuiformatotendendoaogranular.Osresultados dosensaiosmostramquecomoaumentodaquantidadedecargavegetal(tantofarinhaquanto fibrademadeira)presentenoscompósitosregistrouͲseaumentodaresistênciaàflexãoedo módulodeelasticidade,porém,diminuiçãodaresistênciaàtração.Poroutrolado,quandoos agentesacoplantesforaminseridos,ocorreuumcrescimentosignificativoestatisticamentedas trêspropriedadesavaliadascomoaumentodacargavegetal.Estecrescimentofoimaiorainda paraoscompósitoscomfibrademadeira. Desse modo, apesar de alguns estudos apresentarem resultados opostos, observaͲse uma tendênciadeaumentodaresistênciaàflexãoedomódulodeelasticidade,edediminuiçãoda resistênciaàtraçãodoscompósitoscomoaumentodacargavegetalemsuacomposição. RessaltaͲsequecompósitoscomcargasvegetaisemformadefibrademodogeralapresentam resistência à flexão diretamente proporcional à quantidade de fibras empregadas em sua composição(Klyosov2007),exibindodesempenhosuperioraoselementospuramenteplásticos e,também,superioràquelesquepossuemcargasvegetaisemformatotendendoaogranular, comoserragemefarinhademadeiraque,porsuavez,podemcausarumaquedanaresistência docompósitoaesseesforço(Stark&Rowlands2003,Klyosov2007). 4.2 Absorçãodeágua Elementosfeitosexclusivamentedeplásticopraticamentenãoabsorvemágua.Porém,quando sãoutilizadascargasmineraise,principalmente,cargasvegetaisemsuaformulaçãopodehaver umaelevaçãoacentuadadaabsorçãodeáguadocompósito(Klyosov2007).Aáguaéabsorvida peloscompósitosatravésdeseusporosecanais,eporcapilaridade,podendocausarnaspeças consequênciascomo:variaçãodimensional,quepoderesultaremondulaçõesdoelementoe pressão sobre componentes adjacentes; redução da resistência mecânica; e proliferação de microͲorganismossobreomaterial(Klyosov2007,Azwaetal.2013). 4.2.1 Absorçãodeáguaporcompósitostermoplásticosfabricadoscomresíduosplásticos Adhikaryetal.(2008)fizeramtestesdeabsorçãodeágua(por2he24h)emediçõesnaespessura doscomponentesparadetectareventuaisinchamentosdevidosàabsorçãodaágua.AnalisouͲ 506 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 secompósitoscommatrizplásticarecicladaevirgemdePEAD.Aofinaldostestes,paraambos osgruposdecompósito(feitoscommatrizplásticarecicladaecommatrizplásticavirgem),os resultados foram estatisticamente semelhantes, tanto para a quantidade de água absorvida quantoparaoaumentonaespessuradaspeças,possuindoalgunscompósitosfabricadoscom matrizplásticareciclada,resultadosmelhoresqueosfabricadoscommatrizplásticavirgem. Por outro lado, pesquisa experimental como a de KazemiͲNajafi et al. (2007) e revisão de literaturadeKazemiͲNajafi(2013)apontamparaumamaiorabsorçãodeáguadecompósitos feitosapartirdeplásticosrecicladosquandocomparadosaosfeitosapartirdeplásticosvirgens. Assim,consideraͲsequeaindahávariaçãonãocompreendidanosresultadosdosexperimentos daspesquisasmostradas,necessitando,porisso,quemaispesquisassejamrealizadasafimde compreenderosmecanismosqueregemaabsorçãodeáguadepolímerosrecicladosevirgens. 4.2.2 Absorçãodeáguaporcompósitostermoplásticoscomcargasvegetais Chowetal.(2007)realizaramtestesdeabsorçãodeáguaemcompósitoscommatrizplásticade PP, agentes acoplantes (MAPP) e fibras de sisal nas seguintes proporções, respectivamente: 81%/9%/10%,62%/18%/20%,43%/27%/30%.Aabsorçãodeáguadoscompósitosaofinaldos testes,emrelaçãoàsuamassainicial,foideaproximadamente1,5%,4%e6%respectivamente. Rowelletal.(2002)tambémrealizaramtestesdeabsorçãoimergindoemáguapor10semanas compósitos feitos de PP e farinha de madeira nas seguintes proporções, respectivamente: 100%/0%,70%/30%,60%/40%,50%/50%e40%/60%.Aabsorçãodeáguadoscompósitosno fimdoperíodofoicercade0%,3%,5%,9%e11%desuamassainicial,respectivamente.Com isso,observaͲseclaramentearelaçãodiretaentreaquantidadedecargasvegetaispresentes nos compósitos termoplásticos e sua absorção de água, sendo a absorção de água do componentefeitoexclusivamentedePPigualaaproximadamente0%desuamassainicial. EstudosexperimentaisfeitosporAdhikaryetal.(2008)comcompósitoscommatrizplásticade PEADefarinhademadeira,erevisãodeliteraturarealizadaporAzwaetal.(2013)corroboram talconclusão,evidenciandoquequantomaioraquantidadedecargasvegetaisdocompósito, maiorserásuaabsorçãodeágua. 4.3 Descoloração A descoloração dos compósitos termoplásticos ocorre quando estes são expostos principalmente aos raios solares, que causam a quebra das cadeias moleculares da matriz poliméricaoque,porsuavez,levaàmudançadecordocompósito,fundamentalmenteaoseu esbranquiçamento e perda de cores amareladas (Klyosov 2007). Além disso, fatores como a presençadeumidadepodemacelerarconsideravelmenteaperdadecor(Stark2005,Azwaet al. 2013). A descoloração, apesar de poder ocorrer simultaneamente a mecanismos que degradam os compósitos termoplásticos e causam perda de suas propriedades físicas e mecânicas,comoaoxidação,éumfenômenorelacionadoàsquestõesestéticasedegostodas pessoas (Klyosov 2007, Azwa et al. 2013). É frequentemente medida após testes de envelhecimento acelerado (realizado em laboratório e sob condições controladas) ou envelhecimentonatural(realizadoaoarlivreesobcondiçõesclimáticasreais). 4.3.1 Descoloraçãoemcompósitostermoplásticosfabricadoscomresíduosplásticos Butylina et al. (2012a) e Butylina et al. (2012b) realizaram experimentos de envelhecimento natural com compósitos de formulações semelhantes (PP, farinha de madeira, MAPP como agenteacoplante,elubrificante),masproduzidossemoucomdiferentespigmentos(marrom, cinza ou verde). Os autores constataram que aqueles compósitos que possuíam pigmento marromoucinzasofrerammenorperdadecorqueosfabricadoscompigmentoverdeousem pigmentoalgum,chegandoàconclusãoqueacordocompósitotemgrandeimportâncianonível 507 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 de sua descoloração (Butylina et al. 2012a). Já Butylina et al. (2012b) também testaram compósitosfeitosapartirderesíduosdePPeoscompararamcomosfabricadosapartirdePP virgem. Após os experimentos de envelhecimento natural, os autores concluíram que os compósitoscommatrizrecicladaobtiverammenorperdadecorqueoscommatrizvirgem.O melhordesempenhoalcançadofoiodocompósitodePPrecicladoepigmentocinza,seguidos docompósitodePPvirgemepigmentocinza,PPrecicladoepigmentomarromedosoutros compósitosfeitosapartirdePPvirgem(Butylinaetal.2012b),demonstrandoarelevânciada cordocompósitoparasuadescoloração. Bajwa&Bruce(2005)apresentamoresultadodesuapesquisanaqualécomparadoonívelde descoloraçãodecompósitosdeduascoresdistintas,sendoumacortendendoaobegeeoutra aovermelho,fabricadosapartirderesinaplásticadePEADvirgemoureciclada.Apóstestesde envelhecimento acelerado e envelhecimento natural, os compósitos reciclados obtiveram menordescoloraçãonosdoistiposdetestesparaumacor(vermelha)emaiordescoloração, também nos dois tipos de testes, para outra (bege), quando comparados aos compósitos virgens. A partir de tais dados os autores concluem que a principal variável que influencia a perda de cor dos compósitos termoplásticos é a sua cor, sendo a origem da matriz plástica (virgemoureciclada)nãosignificativa. Aavaliaçãodosdadoscolocadospelosautoresconsultadospermiteafirmarquetendeanão haverinfluêncianadescoloraçãodoscompósitosseamatrizpoliméricaévirgemoureciclada, noentanto,acoréumelementoqueexerceinquestionávelinfluência. 4.3.2 Descoloraçãoemcompósitostermoplásticosfabricadoscomcargasvegetais Em estudo, Stark (2005) executou testes de envelhecimento acelerado em compósitos com matriz plástica de PEAD e cargas vegetais de farinha de madeira. Nos testes realizouͲse a exposição dos compósitos aos raios ultravioletas e à umidade. Foram testadas as seguintes composições de PEAD/farinha de madeira, respectivamente: 100%/0%, 90%/10%, 80%/20%, 70%/30%,60%/40%,50%/50%,40%/60%.Osresultadosdostestesforammedidospelavariação dacorfinaldocompósito,apósoenvelhecimentoacelerado,emrelaçãoàcorinicial,ouseja, antesdoenvelhecimentoacelerado.Osdadosmostramumarelaçãodiretaentreaquantidade decargasvegetaisexistentesnocompósitoesuafacilidadeemdesbotarouesbranquiçar.Como exemplo,aperdadecordocomponentedecomposição40%PEADe60%farinhademadeira foi2vezesmaiorqueadocomponentedecomposição50%/50%que,porsuavez,foi25vezes maiorqueadocomponente90%PEADe10%farinhademadeira. EstudosdeKlyosov(2007)eButylinaetal.(2012a)tambémchegamàconclusãoquequanto maioraquantidadedecargasvegetaispresentesemumcompósitotermoplástico,maiorserá suafacilidadededescolorirquandoexpostoàsintempéries. 4.4 Oxidação Aoxidaçãoécausadapelaexposiçãodoscompósitostermoplásticosaosraiossolares,aocalor eaooxigênio.Alémdisso,fatorescomoaltapermeabilidadedocomponenteeexposiçãoàágua ouumidadeaceleramoprocessodeoxidaçãodopolímero(Klyosov2007,Li2000).Oprocesso deoxidaçãoocorre,emumprimeiromomento,quandoascadeiaspoliméricasdamatrizplástica sãoquebradasdevidoàaçãodosraiossolaresedocalor.Posteriormente,ascadeiaspoliméricas quebradasreagemcomooxigêniopresentenoar,formandocadeiaspoliméricasdetamanho muitomenorqueooriginal,istoé,causandosuadeterioração(Klyosov2007).Diferentemente da descoloração, a oxidação causa degradação da matriz polimérica, tornando o compósito fraco,quebradiçoesuscetívelaumafalhamecânica.Afacilidadecomaqualumpolímerooxida éfrequentementemensuradapeloOxidationInductionTime(OIT),istoé,otemponecessário paraqueaoxidaçãoinicieemdeterminadoplástico.OOITéindicadoemtesterealizadoem ambiente rico em oxigênio e numa dada temperatura. Quanto maior o tempo indicado pelo 508 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 testemaisresistenteàoxidaçãoéomateriale,comisso,maisduráveleletenderáaserem condiçõesnaturais.Klyosov(2007)colocaaindaque,emmédia,cada1minutosuportadopelo plásticonotesteequivalede2a20anosexpostoàsintempériesemcondiçõesnaturais. 4.4.1 Oxidaçãoemcompósitostermoplásticosfabricadoscomresíduosplásticos Klyosov(2007)explicaqueresinaspoliméricasvirgenssãofabricadasjácomumaporcentagem desubstânciasantiͲoxidantes,asquaissedegradamaolongodavidaútildoplásticoedesua exposição às intempéries. Assim, se após o descarte tais elementos forem enviados a um processodereciclagem,praticamentenãopossuirãomaisantiͲoxidantes.Porisso,compósitos feitoscomresíduosplásticosdevemterincorporadaàsuacomposiçãoumanovadosedeantiͲ oxidantes,casocontráriosofrerãorápidadeterioraçãoemcondiçõesnaturaiseapresentarão vidaútilinferioradecompósitosfabricadosapartirderesinasplásticasvirgens. 4.4.2 Oxidaçãoemcompósitostermoplásticosfabricadoscomcargasvegetais ExperimentosforamrealizadosporKlyosov(2007)paramediroOITdecompósitoscommatriz plásticadePEADecargavegetaldecascadearroznasseguintesproporções,respectivamente: 100%/0%, 90%/10%, 70%/30%, 40%/60%. Os valores observados nos ensaios foram os seguintes: 4,4 minutos; 15,0 minutos; 22,0 minutos e 37,0 minutos, respectivamente. Assim, podeͲseobservarpelosdadosumarelaçãodiretaentreocrescimentodaquantidadedecargas vegetais presentes nos compósitos e o crescimento de sua resistência à oxidação, sendo o compósito com apenas 10% de matriz plástica substituída por cargas vegetais quase 4 vezes maisresistenteàoxidaçãoqueocompósitofeitoexclusivamentedePEAD.Entretanto,ressaltaͲ se que caso iniciado o processo de oxidação de uma peça, a consequência pode ser sua fissuraçãoedescamação.Issofacilitaaentradadeáguanascamadasinferioresdocompósitoe o contato dela com a carga vegetal que, por sua vez, tenderá a absorver a água e inchar, provocandooaumentodasfissuraseoaparecimentodeoutras,possibilitandoaentradados raios solares, de oxigênio e de água em camadas mais profundas, acelerando o processo de oxidação(Klyosov2007,Azwaetal.2013,Li2000). 4.5 Inflamabilidade Existemváriostesteslaboratoriaisquevisamaobtençãodedadossobreainflamabilidadede ummaterial,sendoquecadaumindividualmentepossibilitaanalisarumaspectodoprocesso de queima. Assim, para se ter uma descrição completa da inflamabilidade dos materiais é necessáriaarealizaçãodeváriosensaios(Gallo&Agnelli1998). DentreostestesdeinflamabilidadeestãooLimitedOxidationIndex(LOI),ouíndicelimitede oxigênio,eacalorimetriadecone.OLOIéumíndicequeapresentaafacilidadecomaqualos materiaispoliméricosentramemignição,medindoaquantidademínimadeoxigênionecessária paraqueissoaconteça.Assim,quantomaioroLOI,maisresistenteàigniçãoéopolímero(Gallo &Agnelli1998).Jáacalorimetriadeconefornecedadosparadeterminarotempodeigniçãodo material,aquantidadetotaldecalorefumaçaliberadadurantesuaqueima,aliberaçãodecalor emrelaçãoaotempo,entreoutrosaspectos(Wangetal.2014). Paradiminuirainflamabilidadedoscompósitostermoplásticos,ouseja,aumentaropontode ignição e reduzir a velocidade de propagação do fogo, são empregadas em sua formulação substânciasretardadorasdechamasemateriaisinertes.Outraopçãoéousodeplásticosde baixainflamabilidadecomomatriz,comooPVC(Klyosov2007). 4.5.1 Inflamabilidadedecompósitostermoplásticoscomresíduosplásticos Kwak&Nam(2002)realizaramváriostestesdeinflamabilidadecomcompósitosdePPvirgem oureciclado,ecomadiçãodesubstânciasretardadorasdechamaemdiferentesproporções. 509 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 Entreoutrostestes,foifeitacalorimetriadeconeeoensaioLOI.Osdadosdostestesmostram que os elementos com a mesma quantidade de substâncias retardadoras de chama mas compostospormatrizesplásticasdeorigensdistintas,istoé,virgemoureciclada,apresentaram resultadosdiferentes,sendoque:notesteLOI,omelhordesempenhofoiobtidoporelementos compostosporPPreciclado.Jáotemponecessárioparaentraremigniçãofoimenorparaos compósitosdePPreciclado,ouseja,entraramemcombustãomaisrápido,enquantoosmaiores picosdecalorliberadosduranteaqueimaforamosdoscompósitosdePPvirgem.Quantoà quantidadetotaldecalorliberadaduranteaqueima,oscompósitosdePPvirgemapresentaram piordesempenhoqueosdePPrecicladoquandopossuíampequenasquantidadedesubstâncias retardadorasdechama,masmelhorquandopossuíammaioresquantidadesdestas.Osautores apresentam como explicação para o melhor desempenho em vários aspectos dos elementos compostosdePPrecicladoaexistênciadepartículasinorgânicasdeoutrosmateriaisemsua composição.Taispartículassãoprovenientesdemáquinaseoutrosmateriaiseseimpregnam nos polímeros durante seu processo de separação e reciclagem, sendo mais estáveis termicamentequeamatrizpolimérica,oquediminuiainflamabilidadedoscompósitos. ElͲsabbagh et al. (2013) executaram o teste LOI com compósitos formados, em várias proporções, por PP, fibra de linho, agentes acoplantes (MAPP) e substância retardadora de chama(hidróxidodemagnésio).Conformeosautores,todososcompósitosforamreciclados duasvezes.OscomponentesdetodasasformulaçõestiverampiordesempenhonotesteLOI apósasreciclagens,apesardosautoresressaltaremquetalpiorafoiemníveltolerável.ObservaͲ sequeoscompósitosdemelhordesempenhopossuíamíndiceumpoucoacimade27noteste LOIantesdasreciclagens,eapósaprimeiraeasegundareciclagempassaramparacercade26,8 e25,9,respectivamente.Istoé,tiverampiorade4,5%notesteLOIapósasduasreciclagens. EmrelaçãoaoLOIdecompósitosfeitoscomPPvirgemereciclado,osestudosapresentados diferemnosresultados.SeguindooexpostoporKwak&Nam(2002),umapossívelexplicaçãoé ofatodequeoscomponentesrecicladosnoestudodeElͲsabbaghetal.(2013)passarampor reciclagem em laboratório, provavelmente não sendo misturados a outros materiais e tendo contato com menos máquinas, o que diminuiria a quantidade de partículas inorgânicas incorporadas a eles durante o processo. Mas, ressaltaͲse o pequeno número existente de pesquisassobreainfluênciadareciclagemnainflamabilidadedospolímeros. 4.5.2 Inflamabilidadedecompósitostermoplásticoscomcargasvegetais Sainetal.(2004)executaramotesteLOIedeinflamabilidadehorizontalcompeçascompostas porPP,cargasvegetaiseagenteacoplante(MAPP)nasseguintesproporções,respectivamente: 100%/0%/0%; 47,5%/50% (farinha de madeira) /2,5% e 47,5%/50% (casca de arroz) /2,5%. Ambos os elementos com cargas vegetais apresentaram pior desempenho no teste de inflamabilidade horizontal quando comparados ao elemento composto unicamente por PP, explicitando uma maior sensibilidade de tais compósitos às chamas (Sain et al. 2004). No entanto,notesteLOIocompósitocomfarinhademadeiratevedesempenhosuperioreocom cascadearrozdesempenhoestatisticamentesemelhanteao100%PP. Araoetal.(2014)realizaramotestedeinflamabilidadehorizontaledecalorimetriadeconecom elementos com matriz polimérica de PP e farinha de madeira nas seguintes proporções, respectivamente:100%;90%/10%;80%/20%;70%/30%;60%/40%;50%/50%e40%/60%.Para todas as composições o desempenho dos elementos com farinha de madeira no teste de inflamabilidadehorizontalfoipiorqueodoelemento100%PP,sendoopiordesempenhoodo compósitofeitode60%PPe40%farinhademadeira.Jánotestedecalorimetriadecone,o compósito50%PPe50%farinhademadeiraentrouemigniçãomaisrápidoqueo100%PP,por outrolado,opicoeototaldecalorliberadoduranteaqueimaforammenoresqueosdeste. Porsuavez,Seefeldt&Braun(2011)realizaramensaiosdecalorimetriadeconecomcompósitos dematrizplásticadePPecargasvegetaisnasseguintesproporções,respectivamente:50%/50%; 510 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 40%/60%e30%/70%.Osresultadosdosensaiosmostramquequantomaioraquantidadede cargasvegetaisnoscompósitos,menoressãoospicoseaquantidadetotaldecalorliberada duranteaqueima,melhorandoseudesempenhonoteste. Testes de calorimetria de cone também foram realizados por Wang et al. (2014) a fim de identificar o tempo de ignição e a quantidade de calor liberado resultante da queima de elementoscompostosporPEAD,fibradecânhamoeaditivoemváriasproporções.Osensaios mostramquequantomaioraquantidadedecargasvegetaisnoscompósitos,menoressãoos picosdecalorliberadosdurantesuaqueima.Noentanto,otempodeigniçãodoselementos comcargasvegetaisdiminuiu,istoé,entraramemcombustãomaisrápido,excetoocompósito com a maior quantidade de fibras de cânhamo (50% em massa) que, quando comparado ao componente100%PEAD,manteveomesmodesempenho. Osestudosmostramqueoaumentodecargasvegetaisnoscompósitostendeamelhorarseu desempenhonotesteLOI,apiorarnotestedeinflamabilidadehorizontal,adiminuirseutempo deigniçãoeareduzirospicoseaquantidadetotaldecalorliberadaduranteaqueima. 5 CONSIDERAÇÕESFINAIS A partir do estudo dos trabalhos apresentados, podem ser feitas as seguintes afirmações a respeitodaspropriedadesdecompósitostermoplásticoscomresíduosplásticosevegetais: x x x x x x x ousoderesíduosplásticosemcompósitostendeanãoalteraromódulodeelasticidadee asresistênciasàflexãoeàtraçãodesses,mas,parecereduzirsuaresistênciaaoimpacto; apesar de alguns estudos mostrarem resultados opostos, observaͲse uma tendência de aumentodaresistênciaàflexãoedomódulodeelasticidade,edereduçãodaresistênciaà traçãodoscompósitoscomoaumentodacargavegetalemsuacomposição; quanto à absorção de água de polímeros virgens e reciclados, os trabalhos analisados apresentamresultadosopostos,oqueabreespaçoparaquemaispesquisassejamfeitas; maioraquantidadedecargasvegetaisdocompósito,maiorserásuaabsorçãodeágua; a matriz polimérica ser virgem ou reciclada parece não influenciar a descoloração dos compósitos,poroutrolado,acordestespareceserdefundamentalimportânciaparatal; quantomaioraquantidadedecargasvegetaispresentesemumcompósitotermoplástico, maiorserásuafacilidadededescolorirquandoexpostoàsintempéries; há poucos artigos sobre a influência da reciclagem na inflamabilidade dos polímeros, apontandoparaanecessidadedemaispesquisascientíficasnaárea. Assim,osresultadosdosestudosindicamqueosresíduosplásticossãoumapromissorafonte dematériaͲprimaparaaconfecçãodecompósitostermoplásticos,umavezqueproporcionam, em várias propriedades, desempenho semelhante aos de compósitos feitos com plásticos virgens.Alémdisso,apesardosestudosmostraremumatendênciadepioradodesempenhodos compósitos em determinadas características quando se adicionam cargas vegetais, principalmenteaquelasrelacionadasàexposiçãoàsintempéries,seuusopodeserindicadopara ambientesinternos,ondetenderãoatermaiorvidaútil.Ainda,pesquisasapontamparauma melhoriadeváriascaracterísticasdoscompósitoscomcargasvegetaispormeiodainserçãode aditivos,oquetendeaaumentarsuavidaútiltambémquandoemáreasexternas. Tais fatos mostram que, se corretamente especificados, os compósitos termoplásticos com resíduospodemtermaiordurabilidadeeserumaalternativaaoutrosmateriais,reduzindoo impactoambientalcausadopeladisposiçãoderesíduosepelaextraçãodenovosmateriais. 6 AGRADECIMENTOS OsautoresagradecemàCoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior(CAPES) peloapoioàpesquisa. 511 ConnectingPeopleandIdeas.ProceedingsofEUROELECS2015.Guimarães.Portugal.ISBN978Ͳ989Ͳ96543Ͳ8Ͳ9 REFERÊNCIAS Adhikary, K.B., Pang, S. & Staiger, M.P. 2008. Dimensional stability and mechanical behaviour of wood–plastic compositesbasedonrecycledandvirginhighͲdensitypolyethylene(HDPE).CompositesPartB:Engineering39(5): 807–815. Arao, Y. et al. 2014. Improvement on fire retardancy of wood flour/polypropylene composites using various fire retardants.PolymerDegradationandStability100:79–85. Azwa,Z.N.etal.2013.Areviewonthedegradabilityofpolymericcompositesbasedonnaturalfibres.Materials& Design47:424–442. Bajwa, D.S. & Bruce, D. 2005. 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