1 Biblioteca :.:etorrhi COS-O VIVIANE MARIA FRANCIO DO VALLI', AMÁLGAMA DENTAL: Presente e Futuro 41■■••••• 111.■■• •■•■■•1.., Florianópolis 2001 LIFSC filhltoseca VIVIANE MARIA FRANCIO DO VALLE AMÁLGAMA DENTAL: Presente e Futuro Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação, em Dentistica Restauradora, na Escola de Aperfeiçoamento Profissional, da Associação Brasileira de Odontologia — SC, como requisito parcial à obtenção do Titulo de Especialista. Orientador: Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada Florianópolis 2001 I1FSC cus-o DEDICATÓRIA Ao meu filho Leonardo e ao meu esposo Josias, que através de muito carinho e apoio, colaboraram para a realização deste trabalho. 4 r"---TCP-s • il,hltotec. ,etor CCS-0 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada, pela orientação e acompanhamento deste trabalho, Aos professores e funcionários da EAP — Escola de Aperfeiçoamento Profissional, Aos meus colegas de curso, que através do intercâmbio de informações, propiciaram um aumento nos meus conhecimentos, Aos meus familiares, que através da confiança e motivação colaboraram para a realização de mais esta etapa, A todos que colaboraram para que houvesse uma finalização deste trabalho. SUMARIO 1 INTRODUÇÃO 1 2 HISTÓRICO 3 3 AS RESTAURAÇOES DE AMÁLGAMA 8 3.1 Ligas para Amálgama 8 3.2 Preparo Cavitário 14 3.3 0 Mercúrio e sua Toxidade 21 3.4 0 Amálgama frente aos Materiais Alternativos 27 4 DISCUSSÃO 34 5 CONCLUSÃO 37 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 RESUMO A história do amálgama dental é controvertida. Há relatos de seu uso desde épocas bastante remotas, ou seja, a partir do ano 659 D.C. Sua trajetória envolve alguns tumultos, como o causado pelos irmãos Crawcour, que ao utilizarem inadequadamente o amálgama, trouxeram-lhe ma reputação. Contudo, a decisiva contribuição em prol do amálgama, aconteceu com Greene Vardiman Black, que por suas pesquisas melhorou este material. Anos após, a partir das fórmulas desenvolvidas por Black, limes e Youdelis, alcançou-se a primeira liga de fase dispersa, o Dispersalloy, com excelentes resultados. 0 amálgama tem como característica, o preparo adequado, que lhe garante maior resistência. Em cavidades amplas, pode-se fazer uso de retenções adicionais, tais como pinos rosquedveis, amalgapin e canaletas. Visando superar muitas desvantagens dessas retenções e do próprio amálgama, procedeu-se a uma associação do amálgama com outro material, criando-se os sistemas adesivos (amálgama adesivo), numa tentativa de superar a sua falta de adesividade. Entretanto, sua atuação ainda é questionável. Restaurações de amálgama s6 são possíveis graças As características do mercúrio. E é justamente por causa deste elemento que surgem as controvérsias, onde alguns pesquisadores condenam as restaurações de amálgama por liberarem mercúrio no organismo. Apesar das várias teorias existentes sobre os efeitos negativos do merciirio no organismo, estudos recentes demonstram não haver diferenças significativas em pacientes com e sem restaurações de amálgama. Apesar das controvérsias geradas, o amálgama é um material de qualidade a serviço da odontologia. Os diferentes materiais surgidos no mercado, como possíveis elementos alternativos, ainda não conseguiram superá-lo em suas características. Espera-se, portanto, que no futuro, encontrese um material biocompativel, duradouro, estético, adesivo e com todas as propriedades mecânicas pertinentes ao amálgama. ABSTRACT The history of dental amalgam is controversial. There are accounts of its use since very remote times, so, since the year 659 a .C. Its course involves some troubles, like the one caused for the Crawcour brothers, when they used the amalgam inadequately, giving it a bad reputation. However the decisive contribution in favor of amalgam, happened with Greene Valdiman Black, that for his researches turned this material better. After years, from the formulas desenvolved by Black, Times and Youdelis, it did reach the first dispersed phase alloy, the Dispensalloy, with excellent results. The amalgam has as a characteristic, the adequate prepare, that guarantee it a greater resistance. In wide carves, it's possible to do the use of additional retaintions, like screwable pin, amalgapin and flute. Having in view to overcome a lot of disadvantages of these retaintions and of amalgam itself, proceeded to an association of amalgam with another material, creating the bonding systems (the bonding amalgam), on an attempt to overcome its lack of being adhesive. However, its use is still questionable. Restaurations of amalgam are only possible because of the characteristics of mercury, and it's exactly because of this element that comes the controversies, which some researchers convict the restaurations with amalgam for releasing mercury in the organism. In spite of the theories about the negative effects of mercury in the organism, recent studies shows that there's no significant differences in patients with or without restaurations of amalgam. In spite of the produced controversies, the amalgam is a material of quality to dental serve. The different materials appeared in the market , as possible alternative elements, they still didn't overcome the amalgam on its characteristics. It's expected, therefore, that in the future, find a biocompatible material, lasting, esthetic, adhesive and with all the mechanic properties relevant to amalgam. I I INTRODUÇÃO O amálgama dental tem sido utilizado nos serviços odontológicos há mais de 160 anos, apesar de constar em alguns relatos, o seu surgimento no ano 659 d.C., na China. As ligas comumente usadas, na atualidade, são as com alto conteúdo de cobre que possibilitam melhores condições, comparadas às ligas com propriedades convencionais (com baixo teor de cobre). A resistência ao desgaste, o auto-selamento, o fácil manuseio e a durabilidade são caracterisitcas do amálgama dental, embora a liberação do merciu-io, levante controvérsias sobre sua toxicidade e efeitos colaterais. As desvantagens do amálgama, tais corno a falta de estética e a não adesividade, impulsionaram o surgimento de materiais alternativos para a restauração de dentes posteriores. Assim, no presente trabalho, visando uma análise completa da utilização do amálgama na restauração de dentes, serão abordados: o processo históricoevolutivo, tipos de ligas, materiais alternativos, bem como, as questões relativas presença do mercitrio e sua possível toxicidade, destacando-se a importância da higiene do mesmo. Nesse sentido, cabe ressaltar, que face à importância do terna e das controvérsias existentes, tem-se como objetivo de pesquisa: o estudo teórico do amálgama dental e suas impl icações na restauração de dentes. 2 0 progresso biotecnológico e as inovações de mercado, visando melhores resultados estéticos no tratamento dentário, tornou importante a abordagem do uso do amálgama na odontologia, consider an do-se as suas características e qualidades. 3 2 HISTÓRICO A história do amálgama é marcada por informações incompletas e, por assim dizer, incertas. No entanto, o uso de uma pasta de prata, como material obturador, foi relatado a partir do ano de 659 D.C., na China, segundo informam Berry et al., 1998. Esta massa é mencionada no manuscrito da Dinastia Tang, o "Matéria Médica", por Su Kung, que preconizava o uso de 100 partes de mercArio misturadas em 45 partes de prata e mais 900 partes de estanho. Aproximadamente, um milênio depois, uma espécie de amálgama com cobre foi desenvolvida na Alemanha por Iohannes Stocker, o qual foi o primeiro a chamálo de amálgama (Molin, 1992). Greener (1979), relata que por volta dos séculos XVII e XVIII, um metal chamado "metal d'arcet" era amplamente empregado como material restaurador, o qual era constituído de 8 partes de bismuto, 5 partes de chumbo, 3 partes de estanho e uma parte de mercúrio. Este material causava muito desconforto para o paciente, já que era plastificado a uma temperatura de 100 °C, indo diretamente boca do paciente para inserção na cavidade. Em 1818, na França, Regnart sugeriu diminuir a temperatura de fusão, acrescentando mais mercúrio na composição. Em 1819, um químico inglês chamado Charles Bell, inventou uma espécie de amálgama de prata, chamada de "massa de vidraceiro de Bell". 4 Posteriormente, em 1836, na França, Auguste Onésime Taveau, fez um amálgama de prata, "Patê d' argent", amassando pedaços de moedas de prata e misturando-as com mercúrio em suas mãos. Por volta do ano de 1830, os irmãos da família Crawcour ganharam muito dinheiro na Europa, apregoando restaurar dentes cariados sem qualquer dor, usando um material que eles chamaram de "Royal Mineral Succedaneum", parecido com a massa de Bell. 0 pretensioso atributo "Royal" sugeria um substituto para o ouro coesivo. Em 1833, dois dos irmãos Crawcour mudaram-se para Nova York. Lá encontraram dura oposição dos dentistas já estabelecidos, que eram especializados no uso do ouro coesivo (Molin,1992). Os Crawcour tiveram grande sucesso econômico. Entretanto, logo tornou-se claro de que a técnica "sem dor" consistia em preparos cavitários não adequados e sem a remoção do tecido cariado. Isto fez com que as restaurações falhassem, tornando os irmãos Crawcour conhecidos como charlatães. Em 1845, a Sociedade Americana de Cirurgiões Dentistas, baixou uma resolução "pronunciando" o uso do amálgama como uma má prática, obrigando seus membros a assinarem um termo de compromisso, onde quem não respeitasse a resolução seria passível de expulsão. (Greener,1979) Nessa época ocorreu a chamada "primeira guerra do amálgama", haja vista que, alguns poucos dentistas acreditavam na possibilidade de um novo 5 material, tais como, Thomas W. Evans (1848), na França e Dr. Towsend (1855), na Filadélfia, que produziram algumas ligas, cujas fórmulas, não balanceadas, causaram problemas de encolhimento/expansão (Crawford,1989). Em 1870, Dr. J. Foster Flagg criou um movimento pró-amálgama, acreditando em seu potencial e defendendo pesquisas para aprimorar o seu uso. A decisiva contribuição, entretanto, foi feita por Greene Vardiman Black. Seus estudos da topografia da lesão cariosa, resultaram em sua época, em regras para preparo, baseadas nos principios da "extensão para a prevenção". Estes métodos requeriam materiais com grande resistência nas bordas. Como consequência, Black iniciou suas pesquisas para desenvolver melhores amálgamas. (Molin,1992) Em 1896, Black publicou uma pesquisa, concluindo que uma boa liga deveria conter 72,5% de prata, 27,5% de estanho e no máximo 5% de cobre, devendo-se adicionar pequena quantidade de mercúrio, suficiente para obter massa plástica para condensação, segundo informa Crawford (1989). Greener (1979) relata que a partir das conclusões de Black, surgiu no mercado a primeira liga para amálgama, rica em prata, produzida em grande escala: True Dentalloy, 1900 (SSWHITE). Em 1926, um químico alemão chamado Alfred Stock escreveu um artigo intitulado "0 perigo do vapor do mercúrio e do amálgama", que causou na época veementes discussões. 6 Muitas reclamações infundadas começaram a assustar as pessoas, que foram incentivadas a recusar as restaurações feitas com amálgama. Na verdade, diferente da primeira guerra, que se preocupava com o mercúrio, a reclamação recaia sobre o uso da corrente galvânica, produzida por metais diferentes no meio oral, denominada de "galvanism° oral" (Molin,1992). Em 1963, o aluno de graduação David Innes e o professor de engenharia metalúrgica, Bill Youdelis, ambos canadenses, idealizaram a primeira liga de fase dispersa. A partir da fórmula original de Black, aumentaram os tradicionais 5% de cobre para 12%. Essa larga quantidade de cobre eliminava a fraca, plástica e corrosiva fase Y2 (SnHg). A nova fórmula decresceu o "creep" em 600% e aumentou a resistência à compressão para mais de 30%. 0 que levou estes estudiosos de engenharia a pesquisar na Area de odontologia foi o desafio feito por Ralph Youdelis (dentista) ao irmão Bill Youdelis, incentivando-o a elaborar urna liga para amálgama com propriedades melhores do que as já existentes. Dessa forma, Innes e Youdelis, satisfeitos com os resultados obtidos, lançaram a primeira liga de fase dispersa: o "Dispersalloy". Diante dos excelentes resultados clínicos, a Jonhson & Jonhson adquiriu a patente do "Dispersalloy", comercializando-o por muitos anos (hoje a patente pertence a Dentisply) (Crawford,1989). 7 Por fim, Asgar, em 1974, desenvolveu um novo tipo de liga para amálgama denominada "liga de composição única" (Tytin, da SSWhite). 0 novo material cm 60% de prata, 27% de estanho e 13% de cobre por peso, foi concebido a partir da fusão desses elementos. 0 resultado mostrava que as partículas continham metais componentes distribuídos em camadas, sendo que a camada mais interna tinha maior teor de estanho, a camada média tinha mais prata e a camada externa, maior conteúdo de cobre. Essa liga não mostrou melhor desempenho que aquela de fase dispersa. comportamento parecido (Silveira et al., 2000). Ambas tiveram o 8 3 AS RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA As restaurações feitas com amálgama são, há muito tempo, utilizadas na odontologia. Atualmente, tem-se questionado sobre a sua utilização, principalmente, quando da necessidade de se manter um melhor padrão estético. Compreende-se que alguns problemas se apresentaram ao longo de sua evolução e aperfeiçoamento, contudo, suas indicações mantém-se até os dias de hoje. Cabe observar, portanto, algumas especificidades que referem à composição de ligas, preparo cavitário, utilização do merciirio e riscos de toxidade e o lançamento no mercado de materiais alternativos. 3.1 Ligas para Amálgama As ligas para amálgama são classificadas de acordo com o teor de cobre e fase gama 2. Sao elas: • ligas com baixo teor de cobre ou também chamadas de ligas convencionais; e, • as ligas enriquecidas com cobre (sem gama 2 ou com gama 2 reduzida). 9 Enquanto as ligas convencionais apresentam de 4 a 6% de cobre, as enriquecidas, também chamadas de "alto teor" podem conter de 9 a 30% de cobre. (Baratieri et al., 1992) Segundo Nagem Filho et al. (1991), essas ligas apresentam-se da seguinte forma: as convencionais, podendo ser encontradas nas formas de limalha, esféricas e misturadas; e, as com alto conteúdo de cobre, na forma de misturadas e fase única (esféricas ou esferoidais). Garone & Oliveira (1990) escrevem que, nas ligas, a reação inicial poderia ser controlada através do tamanho e forma das partículas, pela proporção liga-mercúrio e pela trituração. Partículas menores foram obtidas (finas e micro) e formas diferentes foram produzidas (esféricas). Essas alterações provocaram um aumento de resistência na primeira hora, mas a longo prazo observou-se não haver alteração, mantendo-se igual nos amálgamas convencionais. Nagem Filho et al. (1991) concluem, portanto, que as ligas consistem essencialmente de prata e estanho, embora outros materiais possam estar presentes como o cobre, zinco, ouro, mercúrio, desde que o fabricante apresente a aprovação da ADA. Nas ligas com baixo teor de cobre ou chamadas convencionais, a reação de cristalização pode ser simplificada pela seguinte reação: 10 Ag3Sn + Hg ---> Ag3Sn + Ag2Hg3 + Sn8Hg (liga) (mercúrio) (gama) (gama 1) (gama2) Baratieri et al. (1992), salientam que 30% do amálgama cristalizado pode ser de fase gama, ou seja, partículas de liga que não sofreram o ataque do mercúrio. Lembram esses autores, que esta fase é muito importante durante os primeiros estágios da reação contribuindo, assim, para a resistência do amálgama. Contudo, Osborne et al. (1997), observam que o grande problema dos sistemas de amálgama com baixo conteúdo de cobre é a fase gama 2, a qual representa de 10 a 15% do amálgama e dissolve-se com o passar do tempo. Esta dissolução resulta em porosidade através da restauração, enfraquecendo a estrutura significativamente, ou seja, o amálgama literalmente fragmenta-se em flocos. Assim, considerando-se que a fase gama 6, aproximadamente, três vezes mais resistente que a fase gama 1 e sete vezes mais resistente que a fase gama 2, quanto mais a fase gama estiver retida no amálgama final, mais resistente ele o será. Nesse sentido, as fases gama 1 e gama 2 são, respectivamente, menos resistentes que gama. Pode-se concluir, portanto, que a fase gama é um tanto neutra, a fase gama 1 é nobre e a fase 2 é a menos resistente. Porquanto, nos 11 amálgamas de alto conteúdo de cobre a fase gama dois praticamente não existe (Nagem Filho et al., 1991). Com o surgimento das ligas com alto conteúdo de cobre, pode-se superar certos inconvenientes apresentados pela liga convencional como, por exemplo, escurecimento, perda de brilho, corrosão e valamento marginal, através da diminuição ou eliminação da fase estanho-mercúrio (gama 2). Garone & Oliveira (1990) sustentam que o cobre possuindo afinidade com o estanho, o seu excesso, ao invés de reagir com o mercúrio e formar a fase gama 2, reage com o cobre formando o composto cobre-estanho (Cu6Sn5). Este composto 6, portanto, mais resistente A. corrosão quando comparado à fase gama 2. Alguns dos constituintes do amálgama podem causar determinados efeitos, como, por exemplo, a prata que tem como efeito geral aumentar a expansão do amálgama. A prata ainda contribui para a resistência ao enegrecimento, retarda o endurecimento da massa, expande-se e aumenta a resistência de borda (Nagem Filho et al., 1991). Observa-se, portanto, que as ligas para amalgama que apresentam porcentagens menores do que 65% de prata irão fornecer restaurações mais susceptíveis ao escurecimento e corrosão (Garone&Oliveira, 1990). Porquanto, o zinco, mesmo em pequenas quantidades, causa expansão anormal do amálgama em presença de umidade. É a chamada "expansão tardia 12 do amálgama". Contudo, o zinco melhora a cor, acelera o endurecimento e dá plasticidade à massa. Nos amálgamas convencionais, feitos de limalha, a presença de zinco mostrou ser eficiente na integridade marginal. De igual forma, algumas ligas experimentais apresentam na sua composição o flúor na forma de fluoretos. O fluoreto estanoso, se adicionado até 0,5% na composição do amálgama, não altera a tendência à corrosão, resistência e até a expansão tardia pela contaminação por umidade. No Brasil, entretanto, não é comum a liga para amálgama contendo flúor (Nagem Filho et al., 1991). Escrevem Osborne et al. (1997), que tradicionalmente, a fórmula do amálgama era encontrada na proporção liga/mercúrio de 5:8. Atualmente, com a técnica introduzida por Eames, que reduziu a quantidade de mercúrio, esta fórmula encontra-se na proporção de 1:1. Assim, esta proporção evita o excesso de mercúrio, pois, quanto menor a quantidade de mercúrio residual na restauração, melhores condições ela apresentará. Com o uso da proporção 5:8, inicia-se a mistura com o excesso de mercúrio, que deverá ser eliminado após a manipulação e através da condensação. Fato este que, se negligenciado, acarretará prejuízos à restauração. (Nagem Filho et al., 1991) A partir dos primeiros ensaios visando a utilização do amálgama nas restaurações de dentes, os pesquisadores sempre tiveram como objetivo obter uma boa mistura. Atualmente, com o advento dos amalgamadores de ultravelocidade, consegue-se facilmente uma mistura num período de tempo muito 13 curto. Amálgamas com alto conteúdo de cobre mostram que a subtrituração provêm melhores resultados do que a supertrituração. A supertrituração ocon -e porque o calor aquece facilmente o amálgama à temperaturas de 71-85 °C, o que induz à sua rápida cristalização, diminuindo a plasticidade da massa. A rápida cristalização e a redução da plasticidade combinam-se para produzir um amálgama mais poroso e que se adaptará de forma deficiente (Osborne et al., 1997) Por outro lado, questiona-se também o uso de ligas de partículas esféricas. Notadamente, as ligas ricas em cobre são de forma esférica, fáceis de condensação, com grande adaptabilidade as paredes da cavidade. Contudo, tais ligas podem provocar maior sensibilidade pós-operatória, devido à sua adaptação deficiente e com reais possibilidades de microinfiltração. Para evitar tais problemas, há necessidade de se modificar a técnica de condensação, que deve ser executada em movimentos de lateralidade e angulada a 450, diferente da condensação de ligas do tipo mistura que são menos sensíveis, e podem ser condensadas verticalmente, provendo boa adaptação (Osborne et al., 1997). Por outro lado, amálgamas com alto conteúdo de cobre não necessitam de polimento após a colocação, como se recomenda para ligas convencionais, visando aumentar a sua longevidade. Através da escovação diária, boas restaurações produzem uma superfície final similar A. polida (Berry, 1998). 14 3.2 Preparo Cavitfirio 0 aperfeiçoamento de materiais e técnicas de colocação, assim como, a utilização de métodos preventivos para alterar o desenho dos preparos cavitários, têm sido observados quando da utilização do amálgama, onde mínimas intervenções representam uma solução para a preservação da estrutura dentária.(Berry et al.,1998) Segundo explicam Stegall & Grande (1988), dentre os princípios que regem a confecção dos preparos cavitários, o que mais chama atenção, é o da "extensão para a prevenção", preconizado por Black. Este pesquisador admitia o englobamento de todas as estruturas, as quais "eram consideradas susceptíveis" à cárie, como por exemplo, as Areas de cicatriculas e fissuras. Muitos dos conceitos que se perpetuaram após Black estão sendo revistos à luz de novos conhecimentos. A concepção biológica do preparo cavitário é tão ou mais importante que a mecânica, restringindo-se à remoção da lesão de cárie. E hoje, de senso comum, que o sucesso nas restaurações com amálgama é fortemente influenciado pela largura do istmo do preparo cavitário, segundo informam Osborne et al. (1997). 0 uso de brocas menores permite uma preparação que envolve a remoção somente do esmalte e dentina enfraquecidos, permitindo a preservação de mais estrutura dental sadia ( Berry et al., 1998). Sabe-se, hoje, que restaurações mais amplas, no sentido de abertura de istmo, UPS . l'''Biblioteca (3435•U 15 mostram uma fratura marginal maior e mais alto índice de recolocação do que restaurações estreitas. Outros beneficios, associados com a observância de pequenos preparos, incluem a redução do estresse oclusal nas margens e a preservação da força do dente. (Berry et al., 1998) Em cavidades classe I para amálgama, as paredes vestibular e lingual devem estar convergentes para a oclusal em casos de cavidades com istmo estreito. Em cavidades com istmo amplo, as paredes vestibular e lingual devem estar paralelas para evitar o enfraquecimento dessas paredes. Os ângulos diedros vestibulo-pulpar e linguo-pulpar devem estar ligeiramente arredondados, pois, conferem ao dente uma maior resistência A. fratura. As margens da cavidade devem se localizar em estrutura dental sadia e sujeitas a mínimos esforços. O contorno da restauração deve ser estendido para incluir esmalte socavado por cáries, respeitando-se os contatos céntricos. (Baratieri et al., 1992) Para cavidades classe II, as paredes vestibular e lingual da caixa proximal convergem para oclusal. Os ângulos vestíbulo e linguo-gengivais, assim como o áxio-pulpar, são arredondados. Nas cavidades classe II, ditas conservadoras, tipo "almquist", as paredes vestibular e lingual da caixa proximal devem formar um ângulo de 90 0 com a superficie externa do dente. O aplanamento da parede gengival é realizado com instrumentos cortantes rotatórios ou manuais, removendo-se, assim, o esmalte dental sem suporte, segundo orientam Steagall & Grande (1988). 16 A presença de sulcos de retenção na proximal é ainda um assunto controvertido. Contudo, alguns autores recomendam a incorporação do mesmo ao preparo, tais como uma ranhura na caixa proximal do ângulo pulpo proximal com uma broca esférica 1/4 , que pode propiciar adequada retenção, evitando, portanto, o deslocamento, conforme observam Steagall & Grande (1988) e Osborne et al. (1997). Em casos onde existe extensa destruição dos dentes posteriores, o amálgama é muito indicado, necessitando muitas vezes de retenções adicionais durante o seu preparo. 0 uso de pinos pré-fabricados ficou consagrado como fator de retenção para restaurações complexas de amálgama. Todavia, observaram-se inúmeras desv antagens no seu emprego, tais corno: • requerem desgaste excessivo da estrutura dental sadia para o seu correto posicionamento; • podem causar trincas e estresse na dentina; • oferecem riscos de acidentes no trans-operatório, como perfuração pulpar ou periodontal e fratura do pino ou dente; • exigem maior tempo de colocação; • dificultam a condensação do amálgama ao seu redor, podendo ocorrer a presença de poros na interface pino/restauração. 17 Visando, portanto, superar as desvantagens dos pinos pré-fabricados, surgiram várias alternativas para retenções diretas, ou seja, fornecidas pelo próprio material. Um preparo cavitario com caixas e sulcos retentivos pode ser obtido eliminando-se os efeitos nocivos de pinos. Prescreve-se também a confecção de canaletas circunferenciais em toda a parede gengival do preparo cavitario. Emprega-se, também, o "amalgapin" que consiste em uma técnica retentiva auxiliar para restaurações de amálgama, servindo como alternativa ao uso de pinos pré-fabricados. Neste caso, são realizadas perfurações dentindrias que receberão o amálgama (pino de amálgama), formando um só corpo com o restante da restauração. Em relação aos pinos o "amalgapin" é mais vantajoso nos seguintes aspectos: menor custo, técnica operatória mais rápida e mais fácil, eliminação de tensões na dentina, pode ser empregado em dentes despolpados e com coroas clinicas curtas, etc. Nesse sentido, escrevem Rocha et al. (1992), que se o compararmos com restaurações metálicas fundidas, o "amalgapin" mostrase mais econômico, exige menor número de sessões, possibilita um preparo cavitario mais conservador e oferece menor risco de infiltração marginal. Assim, diferente das resinas compostas, o amálgama não tem adesão ao dente devendo ser retido à cavidade através de um preparo com características adequadas, no formato de suas caixas, promovendo retenção. Ao se fazer essas retenções e dando as paredes cavitarias características próprias, removem-se 18 estruturas sadias do órgão dental, obtendo-se urn a cavidade menos conservadora. Cantarelli et al. (1996) relatam que, de forma geral, as restaurações feitas com amálgama sofrem microinfiltração na interface dente/restauração, logo após a sua colocação na cavidade. Algum tempo depois, produtos de corrosão se formam selando essa interface, minimizando o ingresso de bactérias e reduzindo o potencial de sensibilidade pós-operató ria. Alguns estudos realizados mostraram que a aplicação de mon8meros adesivos as paredes do preparo cavitário, antes da condensação do amálgama, tem sido efetiva na diminuição da microinfiltração (Cantarelli et al., 1996). Assim, ao comparar-se a sensibilidade pós-operatória em dentes com amálgama adesivo com outros com amálgamas retidos a pino, concluiu-se que os dentes com amálgama adesivo apresentaram menor sensibilidade do que os dentes com amálgama retidos a pino. De igual forma, em relação à presença de sensibilidade, observou-se, que um ano após a sua inserção, esta já havia desaparecido. Este achado mostra que, possivelmente, corn o resultado de produtos de corrosão na interface das restaurações com amálgama adesivo WI urna diminuição da microinfiltração. Por isso, pode-se dizer que a baixa sensibilidade inicial, pode ser uma vantagem ( Berry et al., 1998). Sabe-se, hoje, que o amálgama, em sua fase plástica, pode ser aderido ao esmalte e à dentina condicionados por um forramento adesivo resinoso. Tal 19 técnica permite não so inibir a microinfiltração marginal inicial, como também diminuir o preparo cavitario, dando suporte intracorondrio as cúspides enfraquecidas, melhorando a resistência à fratura, e permitindo, portanto, uma rápida restauração de elementos dentais amplamente destruidos, que no passado, só seriam recuperados através de restaurações metálicas fundidas. Com o advento do amálgama adesivo tem-se a possibilidade de se ignorar retenções adicionais como sulcos, canaletas, pinos e perfurações e centralizar a atenção apenas na remoção do tecido cariado, permitindo, portanto, um preparo cavitário de forma mais conservadora e com maior resitência (Cantarelli et al., 1996). De igual forma, o verniz cavitario não está sendo mais utilizado nas restaurações com amálgama, e a sua exclusão no tratamento dentário, não ofereceu quaisquer conseqüências relativas à sensibilidade pós-operatória e longevidade das restaurações (Osborne et al., 1997). Segundo Menezes et al. (2000), o uso de uma película permanente sob a restauração de amálgama (adesivos resinosos), tem um papel mais efetivo do que os vemizes cavitários (que são solúveis). Esta técnica, portanto, tem sido muito utilizada, em especifico como opção na odontopediatria, para cavidades em que a parede gengival estende-se abaixo do limite amelocementdrio, principalmente, quando os contatos oclusais contra-indiquem as resinas compostas, nas reconstruções de 20 cúspides, quando existe esmalte socavado e por razões econômicas (Cordeiro & Basso, 1999). Outro material que possui pequena adesividade à estrutura dental é o Cimento de Ionômero de Vidro. Contudo, a sua associação com o amálgama é possível na tentativa de diminuir a microinfiltração e aumentar a retenção da restauração. 0 principio lógico desta técnica, reside na comprovação de que o material adesivo une-se com a estrutura dental e, ao mesmo tempo, com a liga para amálgama. Existem três opções para sua obtenção. A primeira opção, consiste na utilização de um sistema adesivo dentindrio de cura dual (o amálgama é condensado sobre o adesivo antes que ele tome presa, causando uma interpenetração do metal na camada de adesivo, produzindo um embricamento mecânico com o mesmo); a segunda, na associação de um sistema adesivo fotopolimerizavel e um cimento resinoso, onde o amálgama é condensado sobre o cimento resinoso; e, por fim, a terceira opção, que consiste na utilização de um cimento de ionômero de vidro (CIV) sobre a estrutura dental, seguida pela condensação do amálgama, que se interpenetra com o CIV. Todavia, a menor adesividade à dentina que estes materiais apresentam, em comparação aos adesivos, indicam a utilização de amálgamas adesivos com CIV, mais para tentar reduzir a microinfiltração marginal do que para aumentar a retenção. 21 Embora muitos estudos demonstrem resultados positivos, deve-se promover um maior número de pesquisas e acompanhar o resultado clinico a longo prazo. Mesmo porque, alguns resultados têm demonstrado que, o amálgama adesivo não deve ser a única forma de retenção, já que, apresentou valores menores de retentividade comparado ao pino rosquedvel e arnalgapin (Torres et al., 2001). 3.3 0 Mercúrio e a sua toxidade A restauração de amálgama só é possível gaps As características únicas apresentadas pelo mercúrio. E, é justamente por causa deste elemento, que a utilização das restaurações com amálgama tern sido discutida por muitos pesquisadores de diversos países, onde muitos afirmam que o mercúrio é responsável pela ocorrência de graves doenças degenerativas, de etiologia e cura desconhecida, tais como Alzheimer e Esclerose múltipla (Silveira et al., 2000). Assim, não tem sido somente por motivos de saúde que o amálgama foi julgado, mas também por razões ambientais. Essa preocupação teve inicio em 1950, com o gr-ande desastre ecológico na baia de Minamata, no Japão. Uma companhia japonesa despejou lixo industrial, contendo altos níveis de mercúrio, dentro da baia, impregnando de plAnctons, plantas, peixes e animais, contaminando também a população que dependia da água da baia. Muitas 22 crianças nasceram com graves deformidades fisicas. Pesquisadores descobriram altos níveis de mercúrio, inclusive em alguns alimentos. A descoberta levou à parada do uso de mercúrio naquele pais (Felippe et al., 1999). O mercúrio existe em três formas maiores: elementar, inorgânico e orgânico. Estas tits formas são diferentes em suas propriedades fisicas e químicas, suas taxas de absorção e excreção e seu modelo de distribuição nos tecidos. 0 mercúrio elementar é o mais volátil dos três, e o vapor do mercúrio no ar é a forma mais predominante do mercúrio elementar (ADA, 1998). Os componentes orgânicos do mercúrio podem ser muito tóxicos, como o metil-mercúrio. Do mesmo modo, sais inorgânicos de mercúrio são altamente tóxicos, mais por seu efeito cáustico, que dissolve a camada do trato gastrointestinal do que pelo próprio efeito tóxico do mercúrio, 0 vapor do mercúrio tem alta pressão podendo ser absorvido pelos pulmões, sendo potencialmente perigoso para o paciente, o profissional e o pessoal auxiliar (Osborne & Godoy, 1995). Sem dúvida, o mercúrio proveniente de uma restauração corn amálgama possui a capacidade de penetrar na estrutura dental. Durante a mastigação, ocorre a liberação de pequena parte de mercúrio, em torno de dois microgramas por dia. Assim, um paciente que possua doze restaurações com amálgama, sera) necessários dez mil anos para que todo o mercúrio de todas as restaurações seja liberado (Osborne et al., 1997). )3 - A liberação ocorre devido A. abrasão da escova dental ou do bolo alimentar. A quantidade de mercúrio liberada é afetada principalmente pelo tipo de liga usada. Ligas com alto conteúdo de cobre são mais estáveis e perdem menos mercúrio em relação As ligas convencionais. Muitos trabalhos mostram não haver evidências de que esses níveis acarretem contaminação, uma vez que são inferiores aos de outras fontes, como por exemplo, a alimentar. Alguns alimentos apresentam mercúrio na sua composição, como mostra o Quadro 1. Quadro 1 — indices de mercúrio em alguns alimentos (*) ALIMENTOS BATATA FRUTAS CARNE DE PORCO PÃO BRANCO PÃO DE CEREAIS PEIXES DO MAR PEIXES DO RIO ATUM MG/KG DE MERCtRIO 4,4 mg/kg 4,8 mg/kg 97,6 mg/kg 14,7 mg/kg 26,2 mg/kg 200 mg/kg 250 mg/kg 366 mg/kg (*) Fonte: Felippe et al., 1999. Os efeitos toxicológicos de várias fonnas de mercúrio tem sido bem documentados e investigados, principalmente, na população com excessiva exposição ocupacional ou no meio ambiente. Além de reações alérgicas, indícios associados com a toxicidade do mercúrio incluem: tremor, ataxia, troca de personalidade, perda de memória, insônia, ansiedade, fadiga, depressão, dores 24 de cabeça, irritabilidade, transmissão nervosa vagarosa, perda de peso, perda de apetite, problemas gastrointestinais, estresse psicológico e gengivite (ADA, 1998). Algumas teorias revelaram que alguns distúrbios imunes ou auto-imunes podem ser desenvolvidos pela liberação do mercúrio do amálgama. Cite-se, como exemplo, a publicação do jornal "Diário da Suécia", onde se afirmava que o mercúrio do amálgama é fator causal de doenças, tais como: esclerose miastenia grave, reumatismo e asma, entre outras. Citando como o único tratamento efetivo, a remoção do amálgama. Constata-se, portanto, que podem ser apontados fatores psicológicos que podem influenciar em vários fatores imunológicos. Nesse sentido, o susto do mercúrio pode ser mais potente que o próprio mercúrio. Alguns autores tem também determinado que o mercúrio do amálgama dental tern efeitos deletérios na reprodução, determinando a relação entre a concentração total de mercúrio nos cabelos de dentistas mulheres e seus fracassos reprodutivos. Entretanto, na Suécia, em estudo relatado por Molin (1992), incluindo mais de oito mil resultados de gravidez, referente malformações, baixo peso ao nascer e sobrevida perinatal, o único desvio que se encontrou foi uma baixa taxa de morte perinatal da prole de dentistas em comparação com o total de nascimentos. 25 A possibilidade de reações tóxicas no paciente, provenientes de traços de mercúrio, que penetram nos dentes ou, ainda, a sensibilidade devida à dissolução de sais de mercúrio das superficies do amálgama é muito remota. A estimativa mais realista sugere que o mercúrio do amálgama não contribui de forma significativa para a exposição total a que o paciente vive sujeito. Uma pequena parte da população é sensível ao mercúrio, o que também é verdade, em relação a muitos elementos químicos. Uma pesquisa realizada na Suécia envolvendo 1.462 mulheres provou não haver correlação entre restaurações a amálgama e doenças cardiovasculares, diabetes, cancer, depressão e fadiga (ADA, 1998). Outros estudos usaram como alvo profissionais de odontologia, uma vez que estes apresentam um índice de exposição ao mercúrio 2 a 4 vezes mais alto do que a população em geral, devido ao manuseio do mercúrio em consultório. A conclusão, entretanto, mostrou que cirurgiões dentistas vivem mais e não possuem índice mais elevado de esclerose múltipla doença de Alzheimer, , cancer, problemas cardiacos, artrites e nem qualquer outra doença que qualquer outra classe profissional possa ter (Osborne et al., 1997). Assim, recomenda-se no trabalho odontológico, em especifico, nas restaurações com amálgama, algumas medidas de higiene e manuseio do mercúrio, que devem ser seguidas. Entre elas: 26 • os instrumentos que entram em contato com o amálgama devem ser lavados antes de serem esterilizados; • restaurações removidas devem ter critérios objetivos de troca, sendo removidas com alta refrigeração e sucção, com profissional e assistentes protegidos por óculos, máscaras e luvas; • ligas ricas em cobre, assim como material encapsulado, deveriam ser mais recomendados, dificultando o contato com o mercúrio. A ADA recomenda que a armazenagem de resíduos seja feita em recipientes inquebráveis, em local bem ventilado e fora da sala de atendimento; que restos sejam guardados em recipientes herméticos contendo hipossulfito de sódio (solução fixadora de radiografias) e que o ambiente do consultório seja de fácil limpeza e bem arejado (Felippe et at, 1999). O liquido fixador radiografico deve ser usado porque contém enxofre, que combina com o mercúrio, formando um sal bastante estável, evitando, assim, a vaporização. A água não deve ser utilizada no armazenamento, pois o mercúrio acaba evaporando junto com ela ( Silveira et al., 2000). 27 3.4 0 amalgama frente aos materiais alternativos 0 aumento de materiais restauradores que competem com o amálgama tem sido muito grande; contudo, este ainda permanece como o mais comumente usado material restaurador. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, o amálgama representa mais de 75% das obturações colocadas. (Ziskind et al., 1998 e Dunne et al., 1997). Escreve Alexandre Henrique Susin (2001) que, "Observamos atualmente uma incansável luta com o objetivo de desqualificar o amálgama devido à sua falta de estética e, mais recentemente, a presença de mercúrio tem sido motivo de muitas polêmicas, porém devemos reconhecer que estamos diante de uma nova ordem ecológica, atualmente pensamos em aspectos nunca antes imaginados e que influem diretamente na nossa vida e na manutenção de nossa saúde e do planeta. Por isso, acreditamos que os fundamentos observados pelos defensores da extinção do amálgama do meio odontológico devam ser considerados, porém acreditamos que esteja havendo uma supervalorizag do de alguns aspectos por eles defendidos. 0 que temos de certeza é que o amálgama ainda é o melhor material restaurador direto para restaurações em dentes posteriorese continuará a ser utilizado por muito tempo, no mínimo pela sua abrangência". Assim, enfatizam Dunne et al. (1997), que em comparação com alguns materiais alternativos, as restaurações com amálgama são de fácil colocação, requerendo pouco tempo operatório, com profissional já treinado para o seu uso, devido as experiências e pesquisas acumuladas ao longo dos 160 anos de uso do amálgama. Já as resinas compostas, que estão sendo usadas como material alternativo ao amálgama dental, têm como vantagem a menor remoção de tecido 28 dental, a estética e a biocompatibilidade. Entretanto, segundo Baratieri et al. (1998), estes materiais alternativos apresentam muitas desvantagens, tais como: são mais caros que o amálgama; a técnica operatória é mais critica; apresentam contração de polimerização, infiltração marginal e expansão higroscópica. Observa-se ainda que o amálgama possui características fisiológicas similares ao esmalte dental. Em ligas convencionais ocorre uma pequena contração com a absorção do mercúrio, seguida de uma breve expansão. Em ligas modernas, como as com alto conteúdo de cobre ocorre uma minima mudança dimensional, comparada com os compósitos e cimentos de ionõmero de vidro, tanto convencional como o fotopolimerizável, que tem uma grande contração, gerando estresse para a estrutura dental e conseqüente dor no pósoperatório. Os cimentos de ionômero de vidro não possuem propriedades mecânicas adequadas para o uso em restaurações definitivas. Muitas restaurações de ionõmero de vidro apresentam problemas devido à fratura de sua própria estrutura, pelo fato de apresentarem baixa força mecânica. Apesar da expectativa criada pela liberação de flúor, cáries secundárias tem sido encontradas e são também um dos motivos de falhas nesse tipo de restauração. A longevidade das restaurações de ionõmero de vidro são mais dependentes do uso de técnicas apropriadas, devido ao material ser bastante sensível, especialmente com respeito à absorção e desidratação de água (Hickel & Manhart, 2001). 29 Uma vantagem particular do amálgama é a adaptação marginal, que com o passar do tempo vai melhorando. Ocorre um selamento marginal em virtude do acúmulo de produtos corrosivos no micro espaço dente/restauração. Portanto, um amálgama antigo tem margens mais bem seladas que um amálgama novo. Em todos os outros materiais, a adaptação marginal se deteriora com o passar do tempo. Este fator valoriza o amálgama, que apresenta melhores resultados, comparativamente a outros materiais. Assim, é este selamento marginal que contribui para a baixa incidência de carie recorrente (Dunne et al., 1997). Em materiais como resina composta, o desgaste, a fratura das restaurações, a deterioração marginal, a descoloração e a infiltração marginal com o aparecimento de caries secundarias, são as principais razões de falhas e limitações na longevidade das resinas compostas (Hickel & Manhart, 2001). O amálgama também apresenta grande longevidade clinica quando comparado com outros materiais, especialmente quando colocado em grandes cavidades sujeitas A. forças oclusais (Dunne et al., 1997). De igual forma, as cerâmicas representam uma boa alternativa na restauração dental. Elas têm boa estética, contudo, são frágeis. Seu preparo demanda tempo clinico maior que o amálgama dental, além de seu custo ser mais elevado (Eley, 1997). Hoje, os novos materiais cerâmicos são extremamente atraentes devido à adaptação marginal, resistência ao desgaste e A. fratura e, principalmente pela sua aparência estética. Novos materiais e sistemas de cimentação têm rapidamente 30 surgido no mercado. Muitos, modificados pelos fabricantes, para se adaptarem as exigências dos consumidores (Bottino et al., 2001). E de se observar, ainda, que o amálgama dental é o que oferece menores problemas em relação à sensibilidade operatória. Porquanto, um isolamento do campo operatório é necessário para providenciar uma restauração mais durável, a contaminação pode ainda permitir uma restauração aceitável, pelo menos durante um curto tempo. Este aspecto o difere de outros materiais que, simplesmente, não podem ser utilizados quando em presença de saliva, fluido gengival e sangue (Dunne et al., 1997). Uma das desvantagens do amálgama 6, sem davida, a falta de adesão à estrutura dental. Faz-se necessário, portanto, a confecção de uma forma especial da cavidade para a colocação do material, o que pode causar fratura dentária, já que muitas vezes é necessário remover a estrutura dental sadia para conseguir a forma de resistência (Dunne et al., 1997). As novas resinas compostas, condensáveis, são adesivas, e foram introduzidas no mercado, visando substituir o amálgama. Apresentam, contudo, algumas vantagens sobre as resinas tradicionais que são: alto conteúdo de carga inorgânica, embalagens em doses ¡Micas, profundidade de polimerização, radiopacidade, resistência de média e alta, baixa contração de polimerização e baixa taxa ao desgaste. Quanto as desvantagens, podem ser observadas: a dificuldade de polimento, falta de familiarização com a técnica, número de cores 31 limitado e provável aumento da sensibilidade operatória, além da dificuldade de confeccionar o ponto de contato (Borba et al., 2001). Segundo informam Baratieri et al. (1998), o amálgama, também, pode estar sujeito à corrosão, coexistindo também a preocupação com a biocompatibilidade, devido a liberação de ions metálicos no meio bucal. A presença do amálgama próximo de restaurações de metais preciosos, pode causar a corrente galvânica (Galvanismo). 0 ouro é um metal precioso que apresenta qualidades superiores ao amálgama, mas que demanda maior tempo clinico e laboratorial para a sua fabricação. Tem um custo sete a oito vezes maior que uma restauração de amálgama e, embora, se saiba de sua longevidade, não apresenta condições estéticas tal qual o amálgama (Eley, 1997) Conforme Dunne et al. (1997), outras desvantagens significativas do amálgama são, ainda, a falta de estética e a toxicidade devido a exposição mercuria. Um dos materiais alternativos lançados são as ligas baseadas no metal gálio, onde este é utilizado como substituto do mercúrio. As restaurações feitas com este material se assemelham esteticamente aos amálgamas. No entanto, estudos clínicos realizados não aprovaram esse material, que mesmo após constantes modificações apresentam-se extremamente sensíveis à técnica e muito susceptiveis à contaminação condensados (Osborne et al., 1997). por umidade, mesmo após serem 32 Restaurações feitas com liga de gálio apresentam grande número de fratura de borda, tanto de corpo quanto de parede dental, o que leva a maior sensibilidade dental. Durante a confecção da restauração, a pegajosidade apresentada pela liga é excessiva, necessitando de longa limpeza após a restauração concluida. Com relação à corrosão e ajuste marginal, o desempenho clinico das restaurações com ligas de gálio 6, também, considerado sofrível. (Scholz Jr., 2001) Outra alternativa, utilizada para a redução do mercúrio no amálgama, foi a substituição de parte do mercúrio necessário para a trituração, pelo elemento índio. Quando o amálgama é triturado com Hg-In, a liberação de vapores de mercúrio é menor, pois a rápida formação de uma película de óxidos contribui para a redução da liberação do mercúrio devido à formação de uma barreira efetiva A. evaporação (Pagani et al., 1999). Na verdade, nenhum material é absolutamente seguro, e muitos problemas são associados ao uso dos compósitos de resinas, tais como: • o uso de peróxidos que geram radicais livres na polimerização de compósitos de resinas (sabe-se, ainda, que os peróxidos são conhecidos por promoverem tumores de pele); • os radicais livres produzidos durante a polimerização que podem, também, estar envolvidos no desenvolvimento de alguns tipos de cancer; ,asmaa. Biblioteca Universitária UFSC • 33 os dimetacrilatos que são componentes da resina e podem ser enzimaticamente degradados por enzimas presentes na saliva e fluido gengival, aumentando a taxa de toxicidade; e, • o BisGMA que interfere nos estrógenos naturais e pode atacar os receptores de estrogênios nas células. Estes estudos baseiam-se em algumas reclamações, de que compósitos resinosos e selantes usados na odontologia restauradora podem contribuir para o câncer de mama e de testículos, como também, têm sido responsabilizados por uma diminuição na taxa de esperma. Estes problemas associados aos compósitos podem ser questionados. Entretanto, as evidencias levam à dúvida: se os compósitos são mais ou menos alergênicos ou tóxicos do que o amálgama dental (Eley, 1997). 34 4 DISCUSSÃO O amálgama dental é utilizado na odontologia restauradora há mais de 160 anos e continua sendo um material efetivo apesar do constante aprimoramento dos materiais estéticos. Segundo Dunne et al. (1997), comparativamente a alguns materiais alternativos, o amálgama é de fácil colocação e requer pouco tempo operatório. Sua adaptação marginal com o passar do tempo vai melhorando, devido ao acúmulo de produtos corrosivos na interface dente/restauração. Apresenta, de igual forma, longevidade clinica quando comparado à outros materiais, especialmente, quando colocados em grandes cavidades sujeitas à forças oclusais. E menos sensível a técnica, diferente de outros materiais que não obtém resultados clínicos aceitáveis quando utilizados na presença de sangue, saliva e fluido gengival. No momento atual, as resinas compostas são consideradas um material de eleição, quando o que se busca é a estética e a conservação dos tecidos dentais, características não apresentadas pelo amálgama dental. Em contrapartida, Hickel & Manhart (2001), observam que a insuficiente resistência ao desgaste, a dificuldade de obtenção de contatos proximais, a infiltração marginal, a contração de polimerização e o aparecimento de cáries secundárias são hoje, r-- UFSC Iflihttotec• Setorsso 5-o 35 apesar da estética apresentada, as principais limitações na longevidade dessas resinas. Para Torres et al. (2001) e Cantarelli et al. (1996) o chamado "amálgama adesivo", tenta unir as propriedades adesivas do ionõmero de vidro, adesivos dentindrios e cimentos resinosos de cura dual, com as boas propriedades, já citadas do amálgama dental, na tentativa de obter melhor retentividade e diminuir o problema de remoção do tecido dental sadio. Para Torres et al. (2001), o uso deste sistema deve ser feito com cautela, pois estudos realizados demonstraram um resultado não muito eficiente quando comparados com os tipos de retenções já existentes, corno pinos rosquedveis, amalgapins e canal etas. Sabe-se que nenhum material é totalmente seguro para uso na cavidade bucal e várias controvérsias têm surgido sobre o emprego do amálgama dental, principalmente, porque tem o merciirio como um de seus componentes. Silveira et al., em 2000, relatou que muitos países responsabilizam o mercúrio, liberado das restaurações de amálgama, pela ocorrência de muitas doenças degenerativas, entre as quais, Alzheimer e a Esclerose Molin, em 1992, assinalou que muitas teorias comprovaram que os distúrbios imunes ou auto-imunes podem ser desenvolvidos pela liberação do mercúrio do amálgama dental, assim também como, diversos outros problemas em nível reprodutivo. Contudo, este mesmo autor, relata alguns estudos com a 36 prole de dentistas-mulheres, que não resultaram em problemas significativos em comparação ao restante da população. A própria ADA, em 1998, relatou que não foram detectados problemas de saúde, provocados pela liberação de mercúrio do amálgama dental, devido As baixas taxas existentes. Entretanto, a controvertida discussão com relação toxicidade mercurial e a falta de estética do amálgama dental, são fatores importantes que motivam a pesquisa de materiais alternativos. Nesse sentido, as resinas compostas ganharam destacada importância, sendo consideradas por Baratieri et al. (1998), como biocompativeis. Entretanto, Eley, em 1997, responsabilizava alguns dos componentes das resinas, tais como, os dimetacrilatos e o BisGMA, de terem efeitos tóxicos e que poderiam causar alguns tipos de câncer e defeitos hormonais. Para a American Dental Association (1998), as inúmeras informações cientificas disponíveis e os demonstrados beneficios do amálgama dental ao longo dos anos, parece não justificar o seu abandono. Silveira et al. (2000), acredita que, apesar da evolução dos materiais adesivos, ainda não se pode propagar a "morte" do amálgama dental. É de se observar, portanto, que os materiais alternativos, disponíveis no mercado atual, não tiveram suas propriedades comparadas, cientificamente, com o antigo amálgama dental. 37 5 CONCLUSÃO O amálgama dental é considerado, atualmente, como o material mais abrangente na odontologia restauradora, quer seja por seu baixo custo, ou pela facilidade no trabalho odontológico, ou ainda, pelos bons resultados que vem apresentando desde o século passado. Até o presente momento, os materiais que competem com o amálgama dental não podem ser considerados como substitutos, mas tão somente como materiais alternativos. Em sua grande maioria, esses materiais alternativos apresentam características, que deixam a desejar quando comparados ao amálgama dental. Os estudiosos de materiais odontológicos, têm pesquisado no decorrer de todos estes anos, um material que concilie as boas características do amálgama com a estética e a adesividade das resinas e materiais adesivos. A pressão mercadológica e a procura de materiais estéticos "da cor dos dentes" faz com que estes materiais sejam valorizados e amplamente estudados, comparados ao amálgama dental. Acredita-se que, brevemente, os serviços de odontologia restauradora possam contar com um material que apresente a estética das resinas compostas combinada com as boas propriedades do amálgama. Enquanto esse dia não 38 chega, deve-se, ainda, utilizar o amálgama dental, que apresenta muitas indicações, já que outros materiais alternativos, apesar de muito evoluídos, ainda continuam limitados. Assim, pode-se concluir afirmando que, • o amálgama dental é um material efetivo, de fácil colocação, requer pouco tempo operatório, com boa adaptação marginal progressiva (devido ao acúmulo de produtos corrosivos na interface dente/restauração), longevidade clinica, em especifico quando colocado em grandes cavidades sujeitas à forças oclusais e é menos sensível à técnica; • as resinas compostas são um material de eleição, quando o objetivo é a estética e a conservação dos tecidos dentais. Contudo, apresentam as seguintes limitações: insuficiente resistência ao desgaste, dificuldade de obtenção de contatos proximais, infiltração marginal, contração de polimerizaçã'o e aparecimento de cáries secundárias; • o amálgama adesivo (que une as propriedades adesivas do ionômero de vidro, adesivos dentindrios e cimentos resinosos) apresenta algumas vantagens sobre a técnica convencional, entre as quais, a diminuição da possibilidade de ocorrer microinfiltração, auxilia na retenção e protege contra as fraturas das paredes laterais dos preparos. Entretanto, o uso desse sistema deve ser cauteloso; 39 • a controvérsia maior situa-se, no entanto, em relação à toxidade mercurial. Muitas teorias afirmam ser o amálgama responsável por diversas doenças imunes e auto-imunes, provocadas pela liberação do mercúrio. No entanto, as informações cientificas disponíveis, na atualidade, não comprovaram essas afirmativas teóricas. 40 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. 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