Dra. Ana Claudia Montezino
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Dedico este livro aos meus filhos Victoria e Pedro,
pelo amor que flui naturalmente de seus corações e
estimula minha vida diariamente.
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Agradecimentos
À minha mãe, que me ensinou o valor do trabalho e
me incentivou em todos os momentos da minha busca
profissional.
Ao meu pai, que esteve sempre muito presente.
Aos meus pacientes, que tornam minha busca pelo
conhecimento um prazer e me dão oportunidade de estar
sempre a serviço.
Aos meus amigos do coração Jorge Romero, Ricardo
Naccarato, Joyce Fox, Juliana Berni, Daniel Von Simson,
Leila Nemes, Eliane Brunelli e Fernando Nadal Junqueira,
que conhecem o pior e o melhor de mim, e tornam a
transformação uma realidade.
Todos os envolvidos no projeto Forma Light, que
acreditaram no meu trabalho e confiaram nos seus resultados.
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INTRODUÇÃO ....................................................... 11
FORMA LIGHT ........................................................ 15
Conceito ........................................................................15
NUTRIÇÃO ............................................................... 17
Alimentação/Nutrição .....................................17
Alimentos/Nutrientes .......................................18
Diferentes fases da vida....................................24
Dietas ...............................................................................29
RECOMENDAÇÕES GERAIS .......................... 33
Pirâmide de alimentos ......................................33
Recomendações nutricionais .....................36
Sistema digestório .................................................39
Dicas especiais..........................................................44
Ácido úrico ................................................................. 44
Colesterol aumentado ...................................... 45
Diabetes ......................................................................... 46
Enxaqueca .................................................................... 46
Gases................................................................................. 47
Gastrite ........................................................................... 48
Intestino preso ......................................................... 49
Pressão alta ...........................................................49
SUMÁRIO
SUMÁRIO
BENEFÍCIOS DOS ALIMENTOS.................... 51
Abacate ..........................................................................51
Abóbora ........................................................................52
Agrião ..............................................................................52
Alho ...................................................................................52
Arroz integral ............................................................52
Aveia .................................................................................53
Banana.............................................................................53
Berinjela ..........................................................................53
Castanha-do-pará .................................................53
Couve-flor ....................................................................54
Maçã .................................................................................54
Mamão ...........................................................................54
Peixe ..................................................................................54
Repolho..........................................................................54
Soja .....................................................................................55
Tomate ............................................................................55
Uva .....................................................................................55
CONCLUSÃO .......................................................... 56
RECEITAS .................................................................... 57
Sucos.................................................................................58
Sanduíches ..................................................................64
Molhos ..........................................................................70
Saladas .............................................................................74
Sopas ................................................................................80
Pratos principais .....................................................86
Doces e sobremesas ...........................................96
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INTRODU
INTRODUÇÃO
E
stá claro, e as revistas e matérias de televisão não nos deixam questionar, que alimentação adequada é a base para a manutenção da saúde. O assunto da atualidade
tem sido a alimentação: dietas milagrosas são apresentadas de tempos em tempos,
programas de tv e revistas tentam ensinar como comer bem, quais alimentos fazem
bem ou mal à saúde, informam valores calóricos, nutrientes presentes nos alimentos
e suas funções etc. Não me oponho a tais divulgações, porém, utilizá-las e diferenciar
o verdadeiro do falso não é tão fácil quanto parece.
A qualidade de vida tornou-se de fato um foco da atualidade e é claro que
a alimentação faz parte dessa realidade, mas como obter sucesso nessa busca? A
correria da vida moderna transformou o hábito alimentar em teoria e estamos realmente muito longe do que podemos considerar saudável: criou-se o mito alimentação, que não necessariamente significa nutrição. Nutrir o organismo está longe de
ser o ato de alimentar-se, mas sim preocupação com a qualidade e, mais do que isto,
a consciência do que comemos. Quando falamos em emagrecimento, por exemplo, não resta dúvidas de que o acesso à informação é ágil e simples: consultando
rótulos, acessando a internet, lendo revistas ou assistindo à tv, podemos obter tais
informações. No entanto, apenas questiono se a caloria, por exemplo, é o dado mais
importante sobre o que comemos. Vejo na prática do consultório pessoas que mantêm-se informadas o tempo todo sobre o que devem ou não consumir, praticando
erros simples que podem mudar totalmente o seu estado físico ou clínico. É comum
ouvir comentários como: “Eu como pouco e não sei por que estou engordando!” ou
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“Tais alimentos são tão bons para a saúde, eu os consumo com frequência e, mesmo
assim, não tem dado resultado”. Isso acontece porque somos informados, porém
não da maneira correta, ou não sabemos praticar da maneira correta. Por exemplo,
posso ouvir que refrigerante não deve ser consumido durante a refeição, então o
substituo por água e, sem saber, posso estar atrapalhando meu processo digestivo, a
absorção de nutrientes, dificultando assim o aproveitamento de tudo o que nutriria
o organismo. Há uma vasta desinformação sobre a qualidade do que é consumido,
quanto de um abacate pode nos engordar se comparado às bolachinhas que consumimos durante o dia e que são imperceptíveis à nossa mente quando falamos
sobre as refeições que fizemos. Seria comparável a qualidade de uma fruta à de uma
guloseima?
Consideremos nossa educação alimentar. O que comíamos na infância, os hábitos criados dentro de casa, a relação do alimento com a emoção vivida em certos
momentos da vida — como quando uma criança fica doente e recebe de presente
uma caixa de chocolate, aquele que ela mais aprecia —, a tristeza preenchida pelo
consumo compulsivo do alimento que, independentemente do seu sabor, funciona
como válvula de escape para uma avalanche de emoções.
É claro que o fator genético influencia, mas se vamos dar a oportunidade para que
a genética possa se manifestar é o ponto que define a questão. Outro tipo de queixa
que tenho vivenciado vem das mães ou responsáveis por crianças. A afirmação é de
que a criança não come — o que seria impossível para mantê-la viva — ou só come
porcaria. Analisemos então quem faz as compras, quem ofereceu pela primeira vez
tais alimentos para o bebê e mantém o consumo deles em casa. Ela verá tais alimentos na tv, escola, supermercado, é verdade, mas a criança que tem o hábito da boa
alimentação se satisfaz ao consumir uma pequena quantidade desses produtos, não
sendo necessário um pacote inteiro de salgadinhos para matar sua vontade, e este
alimento não será procurado todos os dias. O hábito da casa onde ela vive é consumir legumes e verduras? Não adianta insistir em algo que não praticamos. O paladar
também deve ser respeitado, a criança terá preferências e aversões, o que não significa
não comer nada e sim selecionar o que comer. Dessa forma, os pais devem educá-la
para que saiba experimentar, assim ela terá oportunidade de conhecer os alimentos e
então escolher os que prefere. Não transforme a refeição no pior horário do dia, isto
provavelmente ficará registrado na memória do seu filho, e sua missão é estimulá-lo a
comer. Portanto, esse momento deve ser de prazer e não de desgaste.
Só nos preocupamos com o que comemos até que os resultados comecem
a incomodar, seja ele excesso, falta de peso ou ainda sintomas desagradáveis que
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surgem quando desenvolvemos alguma doença. O incômodo, ele sim, influenciará
muito na decisão para a mudança do hábito alimentar. Nos dias de hoje, vivemos
quase saudáveis, o que significa: até que a saúde desapareça. O cotidiano agitado,
o estresse do dia-a-dia e o pouco tempo de que dispomos para tarefas simples —
como comer — levam o ser humano a estar sempre no limiar da doença, vivendo
mal e insatisfeito consigo mesmo. O “incômodo” e o desgaste são comuns e freqüentes na vida das pessoas; dores de cabeça, insônia, indisposição, desconcentração e inúmeros outros sintomas são resultado da má qualidade de vida e podem
gerar crises mais graves, capazes de desestruturar toda a nossa rotina. Outros fatores
influenciam para que um indivíduo desfrute de saúde excelente e a mantenha, mas
acredito que a satisfação alcançada com a mudança na alimentação levará o leitor a
buscar práticas diárias que melhorem ainda mais sua saúde (exercícios, momentos
de descanso, disposição para as tarefas do dia-a-dia etc.).
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FORMA LIGHT
CO N CEITO
Neste livro serão abordados desde conhecimentos básicos e receitas até alguns
tipos de dietas já existentes no mercado, o que permitirá aliar a rotina ao tipo de
conduta que o leitor mais se identifica.
Este é um novo conceito de saúde que objetiva a reeducação alimentar e a
opção por uma vida mais saudável. Acredito que nosso corpo é o bem mais precioso que temos, só com ele em ordem é que podemos nos sentir saudáveis para
nos relacionarmos bem, social e profissionalmente. Isso requer mudanças profundas
na opção de vida feita até aqui, mas, a partir do momento em que você optar pela
melhora, os meios se tornarão prazerosos e o resultado, eficaz.
Não há nenhuma fórmula mágica: por meio da informação fornecida nos capítulos a seguir, colocando em prática as dicas mais simples do livro, você se sentirá
bem melhor. Só então você estará preparado para, de acordo com seu objetivo,
optar pelo tratamento mais adequado. Caso contrário, será uma tentativa de chegar
ao topo da montanha sem o devido treinamento para poder escalá-la.
O livro não está baseado em condutas individualizadas e tampouco busca o
tratamento de doenças. Portanto, nenhuma orientação aqui fornecida dispensa o
acompanhamento médico e nutricional, embora possa ser adaptado à sua realidade
e colocado em prática a partir do momento em que se tome conhecimento de
como negligenciamos nossa nutrição.
Saiba como alimentar-se bem e mude sua vida para sempre!
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NUTRIÇÃO
NUTRIÇÃO
ALIMENTAÇ ÃO/NUTR I Ç ÃO
Quando pensamos em alimentação, o que nos vem à mente é a idéia de que
para nos alimentarmos basta comer — comer para matar a fome, a ansiedade, a
vontade. Mas será que assim estamos nos nutrindo?
Há uma diferença simples, mas significativa, entre alimentar e nutrir. A nutrição
está relacionada ao que foi ingerido, transportado e absorvido pelo organismo. A
alimentação identifica apenas o fato de fornecer alimento para o organismo: o que
ocorre na seqüência é o processo de nutrir. Podemos dizer, de forma simples, que a
escolha alimentar será a alimentação, e a seleção e aproveitamento do que foi escolhido levarão à nutrição.
Podemos aplicar um raciocínio semelhante aos alimentos: fruta, carne, chocolate, legumes, refrigerantes, verduras, sorvete etc. Como identificar os nutrientes? Na
verdade, todos são alimentos e todos contêm nutrientes, porém somente alguns
serão classificados como alimentos nutritivos.
ALIMENTO S/NUTR IENTE S
Para facilitar esse entendimento, é necessário conhecer o que compõe cada
grupo alimentar. É a aplicação correta desses grupos que proporcionará uma boa
nutrição. Vamos conhecê-los.
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CARBOIDRATOS
Principal fonte de energia da alimentação, cada grama de carboidrato fornece
em média 4 kcal da alimentação diária.
O ideal é que não sejam eliminados do
hábito alimentar, embora algumas condutas determinem sua exclusão do cardápio.
O consumo diário deve estar em equilíbrio com o gasto de energia de cada indivíduo, e a escolha do tipo de carboidrato
a ser consumido determina seu aproveitamento pelo organismo. A ingestão em
excesso, e de má qualidade, leva ao acúmulo de gordura, podendo acarretar obesidade, problemas de placa de gordura nas artérias, hiperglicemia (alta taxa de açúcar
no sangue), cáries, entre outros prejuízos. Os carboidratos podem ser: complexos
— pães, cereais, farinhas, arroz, tubérculos (batata, mandioca, mandioquinha, cará,
inhame), aveia, trigo, tortas, grãos, macarrão e fubá — ou simples — açúcar refinado
ou mascavo, mel, melaço, geléia, xaropes, doces em geral, frutose (açúcar presente
nas frutas).
Evitar o consumo freqüente de açúcares simples diminui a probabilidade de
várias complicações encontradas atualmente na maioria da população. A grande
dificuldade está em manter esse equilíbrio, já que muitos alimentos “saudáveis”
podem conter os ingredientes mencionados na sua composição.
A dica básica para evitar o problema é ler os ingredientes que estão presentes nos alimentos antes de comprá-los, informação encontrada no rótulo de quase
todos os produtos industrializados.
É importante lembrar que alguns desses alimentos também fornecem fibras,
que são fundamentais para o bom funcionamento do intestino. Bons exemplos
são as frutas e os grãos integrais, além de legumes que contêm carboidrato na sua
composição.
PROTEÍNAS
São importante fonte estrutural do nosso organismo, uma vez que é delas que dependem a cicatrização, o crescimento, bem como a formação muscular
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e de tecidos. Como os carboidratos, fornecem cerca de 4 kcal para cada grama de
proteína no alimento. Seu consumo também deve estar equilibrado com o gasto
diário de energia de cada indivíduo. Antigamente, o foco se restringia apenas ao
consumo de proteína animal (leite e derivados, carne vermelha, frango, peixe e ovos),
mas hoje já se sabe que tão importantes quanto os alimentos acima são as proteínas
vegetais (ervilha, feijão, grão-de-bico, lentilha e soja), que fornecem ainda fibras e
podem colaborar para a melhoria do hábito intestinal, além da propriedade benéfica
específica de cada um desses alimentos.
Deve haver um cuidado especial com relação à proteína animal, visto que, por serem alimentos muito ricos em gordura, podem elevar
o índice de colesterol e de triglicérides, colaborando para a formação de placas de gordura que podem entupir as artérias e causar
infarto. É preciso considerar também o uso indiscriminado de suplementos à base
de aminoácidos (pequenas partes que, juntas, formam a proteína), os quais podem
acarretar carga excessiva de trabalho para os rins e, como decorrência, provocar infecções freqüentes, formação de pedras e, em casos específicos, o mau funcionamento
do órgão. Dietas restritas à base de proteínas devem ter um acompanhamento freqüente e os sintomas, avaliados sempre que necessário, já que a maioria dessas condutas indicará a origem animal como fonte principal de calorias para dieta.
LIPÍDIOS (GORDURAS)
São os alimentos que fornecem mais energia
na dieta: são 9 kcal por grama de gordura consumida. Seu consumo deve ser bem controlado,
com a qualidade bem determinada, mais do que
a quantidade. É comum a exclusão de alimentos
gordurosos nas dietas de emagrecimento, porém,
deve ficar claro que, normalmente, os alimentos
retirados da dieta são aqueles que são gordura
pura, caso da margarina, da manteiga e da maionese. É importante lembrar que muitos outros
alimentos, como os carboidratos, contêm gordura na composição: frios em geral,
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queijos, alimentos pré-cozidos — tortas e massas instantâneas —, além das frituras
(pratos à milanesa), gorduras utilizadas no preparo de feijão, feijoadas e outros que
fazem parte da prática alimentar da maioria da população. Já que as gorduras precisam estar presentes na alimentação, pois algumas vitaminas dependem delas para
serem aproveitadas no organismo, a qualidade torna-se fundamental.
Gorduras vegetais (azeitona, azeite, óleo de canola, soja ou girassol, castanhado-pará, amendoim, amêndoas) oferecem mais benefícios do que a gordura animal
(leite e derivados, carne vermelha, pele de frango etc.). Os peixes de água fria (atum,
cavalinha, salmão) são uma fonte excelente de boa gordura, os ácidos graxos ômega:
consuma-os pelo menos uma vez por semana. Atenção para o consumo de margarinas: quanto mais amolecida ou macia, pior a qualidade de gordura presente na sua
composição. Nesses casos, pode ser melhor optar pelo consumo da manteiga.
MINERAIS
São necessários para a manutenção da saúde e variam em cada alimento de
acordo com o local de origem, devido à composição do solo.
Sua importância na alimentação depende da função que cada mineral exerce
no corpo humano: formação óssea, influência na musculatura, controle de líquidos
dentro e fora das células, e assim por diante. A quantidade de ingestão também varia
segundo a fase da vida em que o indivíduo se encontra (gestação, terceira idade).
Alguns fatores influenciam o consumo de minerais, como o uso de medicamentos, a restrição alimentar e o local onde se vive.
Cálcio e fósforo — são fundamentais para a formação e a manutenção de ossos
e dentes durante a fase de crescimento e, na terceira idade, combatem a diminuição
da densidade óssea, identificada como osteoporose.
Para sanar a deficiência do cálcio, no passado, a
ênfase era dada ao consumo de alimentos de origem
animal (leite e seus derivados e carnes), mas hoje já se
conhecem alguns vegetais que também colaboram
positivamente para sua manutenção. É o caso da soja,
couve-de-bruxelas, couve-flor, espinafre, semente de
melão, rúcula e gergelim.
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Ferro — mantém a disposição e imunidade físicas.
A adoção de dietas restritas em ferro, como a vegetariana e a macrobiótica, podem levar à anemia.
Sua absorção pode ser ajudada por algumas
vitaminas e pela acidez do estômago. O mineral está
presente nas carnes, vísceras (principalmente fígado), ovos, feijão e nozes. Vegetais
folhosos e verdes, assim como frutas secas, são indicados para indivíduos que não
consomem carnes e ovos.
Vale lembrar que todos os erros cometidos na nossa alimentação podem tornar
o ferro ineficiente para o organismo.
Zinco — melhora a imunidade, mantém os sentidos
íntegros (paladar, olfato e, sobretudo, a visão), estimula
a formação óssea e previne a diminuição da visão em
idosos, entre vários outros benefícios. Para incluí-lo na
alimentação, devemos consumir frutos do mar (principalmente ostras), fígado, ovos e leite. Cereais integrais,
como trigo, centeio, farinha de milho e aveia também fornecem zinco, embora sua
absorção não seja tão eficaz como nos alimentos de origem animal.
VITAMINAS
São fundamentais para o bom equilíbrio do organismo. Elas não fornecem
calorias e em geral estão em defasagem em relação à necessidade de consumo
diário na maioria das pessoas. São encontradas em frutas, verduras e legumes, substituídos na dieta atual por carboidrato e proteína em excesso, bem como por suplementos prontos que não oferecem a mesma qualidade obtida com a ingestão diária
de alimentos que, naturalmente, as possuem. Deixamos claro que encorajamos o
consumo de todas as vitaminas citadas por meio
de alimentos e não de comprimidos.
Vitamina B6 (Piridoxina) – atua na formação
de proteínas e na produção de células do sistema
imunológico (de defesa do corpo), alivia sintomas
de tensão pré-menstrual (tpm), diminui a ansiedade
e previne doenças de pele. Está presente em carnes,
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vísceras, grãos integrais, levedo de cerveja, leite, legumes (cenoura, chuchu, abobrinha, vagem) e banana.
Vitamina C — melhora a absorção do ferro, tem efeito antioxidante (combate o
envelhecimento), diminui a incidência de alguns tipos de câncer, aumenta a imunidade e reduz o risco de infecções, além de atuar de forma benéfica no caso de diabetes gestacional. Essa vitamina pode ser encontrada no abacaxi, acerola, batata, brócolis, catalonha, couve-flor, goiaba, kiwi, limão, maracujá, morango, pepino, rúcula,
entre outros.
Vitamina E — estimula o sistema imunológico, atua como importante antioxidante, fornece proteção contra doenças cardiovasculares
(infarto) e alivia cãibras musculares. Folhas verdes, rúcula, espinafre, couve, ovo, cereais integrais, óleos vegetais (azeite, soja, canola, girassol),
nozes e gérmen de trigo são fontes importantes
de vitamina E.
Vitamina K — embora não seja muito lembrada, é fundamental para a cicatrização. Sua
deficiência é comum em dietas muito restritas
em calorias, em pacientes com histórico de uso
prolongado de alguns medicamentos e em doenças de má absorção. Alimentos que contêm lactobacilos (como iogurte), ajudam na sua produção.
Fígado, legumes verdes, queijo, manteiga, óleos
vegetais e brócolis são fontes de vitamina K.
A ÁGUA
Falamos de alguns nutrientes, e agora vamos discorrer sobre um elemento primordial, tão ou mais importante que todos eles: a água. Ela é essencial para nossa
sobrevivência, já que compõe, em média, 60% do peso do nosso organismo (chega, no
prematuro, a constituir 80% do peso). Apesar de tudo isso, a água ainda é esquecida
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por nós no dia-a-dia. Pare e pense: quantos copos de água
você toma desde que acorda até a hora de dormir: dois
ou três? Se você ingere mais do que isso, considere-se um
vencedor: você já conseguiu um diferencial na quantidade
de ingestão desse líquido precioso.
Quando o corpo manda o sinal da sede, acredite,
você já está desidratado, o seu organismo já usou todas
as reservas disponíveis e está implorando por um pouco
de água. Antes da prática de exercícios, é fundamental a
hidratação e, dependendo da duração e intensidade do
esporte praticado, ela se torna igualmente importante
após seu término.
Nos dias de verão, a água deve ser nossa maior companheira, mesmo que você
esteja confinado em seu local de trabalho. Tente iniciar a prática de ingerir oito a dez
copos por dia: seus rins agradecem. Lembre-se, porém, de tomá-los fora do horário
das refeições. A ingestão de líquidos durante as refeições dilui o ácido clorídrico do
estômago, atrapalhando a digestão e dilatando o estômago.
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D I FER ENTE S FA SE S DA VI DA
A função de cada alimento é exercida de acordo com a faixa etária do indivíduo.
Uma criança não se alimenta da mesma forma que um adolescente, nem uma gestante deve se alimentar como uma mulher na menopausa.
Vamos abordar a seguir alguns aspectos principais da nutrição de acordo com
as fases da vida, com o objetivo de ajudar a colocar em prática pequenas mudanças
que podem fazer a diferença na formação e na manutenção do hábito alimentar.
PRIMEIRA INFÂNCIA
Após o nascimento, é fundamental o aleitamento materno. O leite oferecido durante a
amamentação esteve em produção durante toda
a gestação, e seus benefícios são incontestáveis:
imunidade em abundância, digestão perfeita
(conforme o estágio em que se encontra o aparelho digestório do recém-nascido) e, por fim, a
fortificação do vínculo entre mãe e filho — afinal,
o bebê acaba de sair de um ambiente protegido, escuro e aconchegante para o
meio externo. Se pudéssemos nos lembrar dessa primeira emoção, certamente faríamos grandes descobertas sobre as sensações que temos durante a vida inteira e não
sabemos de onde vêm. Quando não é possível amamentar, embora se trate de uma
perda, a mãe não deve se preocupar, pois as fórmulas infantis atuais aproximam-se
bastante da composição geral do leite materno.
As prioridades nessa fase são o desenvolvimento e o crescimento: a cada mês,
são vários centímetros de comprimento e quilinhos a mais no peso. A quantidade
de leite que o bebê mama depende de cada mãe, mas é bom lembrar que isso é
muito importante para que a criança passe por essa fase em condições ideais. Também é preciso considerar o início da introdução de alimentos, com atenção especial
à seleção dos alimentos que serão oferecidos para o bebê, já que permanece sua
dificuldade para digerir e absorver o que consome — um dos motivos óbvios é que
os dentes ainda não nasceram. Algumas enzimas digestivas não são produzidas em
quantidade suficiente, e podem surgir, como conseqüência, os primeiros sintomas
de rejeição ou alergia a alguns alimentos. A mãe não deve misturar tudo o que considera saudável e transformar em sopinha: isto dificultará a identificação do que não
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foi bem aceito. Devem-se evitar os alimentos mais alergênicos: primeiro, devem ser
oferecidos aqueles mais simples, um tipo de cada vez, sem nenhum tempero artificial. Ervas naturais (hortelã, alecrim, salsinha) melhoram o sabor da refeição. Após o
almoço, deve-se garantir o soninho tranqüilo do nenê.
Há várias formas de tornar esse momento inicial mais prazeroso para a mãe e o
bebê, portanto, informe-se constantemente com o pediatra. Não deixe as dúvidas
para depois!
INFÂNCIA
Fase em que se inicia a “bagunça” na alimentação, e em que algumas mães, pais e avós se
desesperam, pois a criança questiona o que come
e a mãe tenta “empurrar” o que o filho diz não
gostar de comer. Se a introdução da alimentação
foi feita de maneira orientada, essa fase pode se
tornar um pouco mais amena.
Para melhorar isso, vamos deixar claro alguns
pontos principais:
1. Ninguém come o que não vê a família
comendo em casa, portanto, não obrigue
seu filho a consumir alimentos que não fazem parte dos hábitos da família.
Comece mudando seus próprios hábitos: o resultado virá mais rápido do
que você imagina.
2. Legumes e verduras são importantes e seu filho deve ser estimulado a experimentá-los. O sabor parecerá estranho, portanto, a rejeição é normal no
primeiro momento: são necessárias pelo menos 4 a 5 tentativas até que
possa ocorrer a aceitação. Não force a criança a aceitar o que está sendo
oferecido, tente simplesmente oferecer de maneiras diferentes, em preparações como tortas, misturado ao arroz (assim fica colorido), legumes ao
creme etc. Dessa forma, o alimento começa a existir, e o fato de curti-lo
ocorre mais facilmente.
3. Quando a criança estiver adaptada à maioria dos alimentos, lembre-se de
sempre ter vegetais à mesa. Não se deve restringir as refeições a carnes, batatas fritas e purês. O uso de alimentos como beterraba, cenoura, brócolis,
chuchu, entre outros, fará a diferença no dia-a-dia.
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