L E I A NO P AN O R AM A G E R AL Dia Mundial do Solo N.º 1.322 4 de dezembro de 2014 L E I A N E ST A E DI Ç ÃO Soja e milho: Condições meteorológicas da semana beneficiam evolução das lavouras. P AN O R AM A G E R AL Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. Dia Mundial do Solo O dia 5 de dezembro foi instituído pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como o Dia Mundial do Solo, e 2015 foi escolhido, pela mesma entidade, como o Ano Internacional dos Solos. Chamar a atenção da sociedade para a importância da preservação e conservação do solo foi uma decisão oportuna e acertada da FAO, tendo em vista estarmos tratando do maior patrimônio natural que existe, a base de toda a vida animal e vegetal. Poucas vezes nos damos conta de que toda a vida que existe sobre o solo depende da vida que existe sob o solo. Nesta perspectiva, um deserto nada mais é que um solo que perdeu completamente a capacidade de reproduzir a vida existente nele. O grande desafio que se coloca para pesquisadores, técnicos e agricultores é a produção de alimentos sem comprometer a sustentação da capacidade produtiva, o que requer um uso e manejo conservacionistas. Atualmente, um dos grandes problemas, que persiste mesmo em áreas em que foi adotado o sistema plantio direto, é a erosão, decorrente do manejo inadequado, como a falta de cobertura permanente, ausência de diversificação, retirada de terraços e a compactação. Outro problema, associado ao sistema plantio direto, é o uso intensivo de agrotóxicos, entre os quais os herbicidas tiveram um aumento em seu uso muito forte nos últimos anos. Em consonância com a iniciativa da FAO, a Emater/RSAscar, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Núcleo da Região Sul da Sociedade Brasileira de Ciência de Solo, promoverá um seminário sobre o solo e sua importância para a sociedade, no dia 5 de dezembro, em Santa Maria. Será o início de um valioso trabalho que buscará conscientizar agricultores, técnicos, extensionistas e professores sobre a importância do manejo conservacionista do solo. Gervásio Paulus Diretor técnico da Emater/RS OBRA DO PROGRAMA SEGUNDA ÁGUA É ENTREGUE EM IJUÍ O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), e Emater/RS-Ascar fizeram na manhã desta quarta-feira (3/12), em Ijuí, um ato de entrega de obra do Programa Segunda Água. O ato foi realizado em Linha 5 Leste, na propriedade dos agricultores Neida e Juarez da Cruz, uma das contempladas pelo programa no país. Além da família Cruz, outros 19 beneficiários estiveram no ato para receber, simbolicamente kits de irrigação. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e, no Estado, pela SDR, o programa estimula a construção de cisternas, microaçudes e tecnologias sociais de captação de água da chuva em propriedades de agricultores familiares que se encontram na faixa da extrema pobreza – renda per capita mensal inferior a R$ 70,00. A execução dos projetos e a distribuição de kits de irrigação estão sob a responsabilidade da Emater/RS-Ascar. Em Ijuí, um dos municípios que mais fez projetos do Segunda Água no Rio Grande do Sul (são 20 no total), a maioria dos microaçudes e cisternas, segundo o técnico agrícola Edevin Bernich, estão sendo usados para o consumo dos agricultores e para irrigar hortaliças. Após garantir a segurança alimentar e hídrica, o programa estimula o uso da água armazenada da chuva para produção de alimentos. No ato, o gerente regional da Emater, Geraldo Casper, ressaltou que 600 famílias da regional de Ijuí foram atendidas pela Emater por meio do Programa de Inclusão Produtiva, que tem uma como das abas, o Segunda Água. “Com este trabalho, as famílias passaram a ter mais renda e melhor produção de alimentos para consumo próprio e comercialização”. Após a fala do gerente da Emater, o secretário da SDR, Ivar Pavan falou a respeito da política, os recursos do programa ultrapassam R$ 26.250.000,00, favorecendo ao todo, 2.700 famílias de agricultores familiares, beneficiando através de micro açude com sistema de irrigação para uma área de mil m², micro açude para piscicultura ou cisterna aberta com sistema de irrigação para uma área de 500 m². Para Pavan, o programa visa o desenvolvimento rural e por isso, o Governo do Estado elegeu como uma das prioridades de trabalho, a execução de politicas públicas em pequenas propriedades. “Nestes locais de porte menor, a produção pode sim ser grande e nelas, a tecnologia também pode ser aplicada, desde que adequada. É isso que estamos fazendo. Adequando os sistemas de irrigação e cisternas para que as famílias possam investir na produção de alimentos e, por consequência comercializar e ter aumento de renda”. A SDR, segundo Pavan, criou políticas de valorização das pessoas que não eram vistas pelas políticas públicas. “A pobreza rural não era reconhecida e hoje ela começa a ser combatida com a chegada da tecnologia em propriedades antes esquecidas. Investimos em pessoas e elas se dedicam à produção de alimentos, o que é bom para todos”. Pavan destacou ainda a importância da participação da Emater na execução do Segunda Água. “Por entender que a Emater é uma ferramenta de aplicação deste programa, bem como de muitos outros executados ou em execução pela SDR, é que investimos recursos nela, recuperamos a entidade, contratamos mais pessoas e oferecemos melhor condições de trabalho. Tudo isso, nos orgulha muito e desejamos que os frutos destes primeiros passos dados pela SDR e Emater aqui em Ijuí, se multipliquem”. Mudança de realidade De acordo com Juarez da Cruz, com o Programa Segunda Água, a mudança de vida e realidade na propriedade de 4,5 hectares tem sido muito positiva. “Eu trabalhava antes numa olaria. A rotina era muito cansativa e penosa. Hoje, me dedico apenas ao que é da minha família. Acho a atividade aqui menos cansativa e mais rentável. A satisfação é muito grande e agradeço a SDR e a Emater por esta oportunidade e por toda a ajuda que nos dão com orientações para trabalhar com a nosso horta que cultiva alface, brócolis, tomate, rúcula, pepino e morango. Aquilo que produzimos, é comercializado na feira municipal e em breve nos tornaremos fornecedores do PAA”. Regras Podem participar do Segunda Água, famílias com renda per capita de até R$ 70,00 por mês, que possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e que são beneficiárias do Bolsa Família. A seleção das famílias será feita nos municípios pelos comitês gestores, dos quais fazem parte representantes de sindicatos de trabalhadores rurais, cooperativas e o poder público municipal. Fonte: site SDR CMN REAJUSTA PREÇO MÍNIMO DA UVA O preço mínimo da uva industrial para a safra 2014/2015 foi reajustado de R$ 0,63/kg para R$ 2 0,70/kg, acréscimo de 11,11% do valor. A decisão é do Conselho Monetário Nacional (CMN). As regiões abrangidas pelo novo reajuste são as do Sul, Sudeste e Nordeste, e o período de vigência vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015. Com participação superior a 67% de toda a produção, a região Sul se destaca como a principal fornecedora brasileira de uva. Só no Rio Grande do Sul há cerca de 20 mil famílias que vivem basicamente dessa atividade. Já a produção da região Nordeste tem crescido nos últimos anos e hoje ultrapassa a marca de 20% da produção nacional. De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o custo variável de produção da uva industrial para a safra 2014/2015 no município de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, maior polo vitivinícola brasileiro, foi calculado em R$ 0,765/kg, uma variação a maior de 5,96% em relação à safra anterior. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela alta de defensivos (10,2%), fertilizantes (8,7%) e das operações com máquinas (8,3%). Fonte: site Conab FAO DEBATE COMO ALIMENTAR UM MUNDO COM 9 BILHÕES DE PESSOAS Não basta produzir mais alimentos. O desafio de abastecer 9,3 bilhões de pessoas em 2050 exige que o Brasil e o mundo também reduzam perdas e desperdícios, abram o comércio mundial, invistam em inovação, revejam a relação das pessoas com a comida e garantam que os agricultores familiares tenham renda de forma sustentável, afirma a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. A preocupação global com a segurança alimentar fica ainda maior diante de um recente estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que projeta que a população mundial pode chegar a 12 bilhões de habitantes em 2100, com uma África três vezes mais populosa do que hoje. A FAO projeta que o Brasil será o principal responsável pelo aumento da produção global de alimentos nas próximas décadas. Na avaliação da instituição, o Brasil está atendendo o chamado e ampliando constantemente a oferta de alimentos, por meio do desenvolvimento e da adoção de tecnologias. De acordo com projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, já divulgadas, só nos próximos dez anos o Brasil deve ampliar a produção de grãos e de carnes em mais de 30%. Fica clara a importância do papel da agricultura familiar no crescimento desta oferta global de alimentos, com seus cinco milhões de famílias produtoras. Neste ano, o país produzirá em torno de 200 milhões de toneladas de grãos, 26 milhões de toneladas de carnes, 35 bilhões de litros de leite e 1,2 bilhão de dúzias de ovos, entre outros indicadores. Fonte: site MAPA CO N DI ÇÕ E S M ET EO R O L Ó G I C AS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 28/11/2014 A 04/12/2014 No período compreendido entre os dias 28 de novembro a 04 de dezembro foram registrados maiores volumes de chuva na Campanha e Depressão Central e menores na Serra do Nordeste. Entre sexta-feira (28/11) e sábado (29/11) o tempo manteve-se firme devido à atuação de uma massa de ar seco sobre o Estado. A partir de domingo (30/11) a chegada de uma frente fria no Estado causou chuvas, principalmente na região da Campanha e na fronteira Oeste do RS. Entre segunda-feira (01/12) e terça-feira (02/12), a frente fria avançou para SC, PR e para o oceano, porém ainda provocou chuva em todas as regiões do RS, os municípios da Campanha, Depressão Central e Norte foram os mais beneficiados com as chuvas. Na quarta-feira (03/12) e na quinta-feira (04/12) o estabelecimento de uma região de alta pressão atmosférica deixou o tempo seco em todo o território gaúcho. Os maiores volumes de precipitação no período ocorreram em Quaraí (109,0 mm), Uruguaiana (107,2 mm) e São Borja (92,8 mm). As maiores temperaturas foram registradas em São Luiz Gonzaga (36,6°C) dia 28/11 e Alegrete (36,4°C) dia 29/11 e as menores em São José dos Ausentes (11,3°C) dia 29/11 e Pelotas (12°C) dia 28/11. 3 PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA SEMANA DE 05/12/2014 A 11/12/2014 A previsão meteorológica para o período de 05 a 11 de dezembro indica maiores volumes de chuva no extremo Oeste e no Norte do RS. Na sextafeira (05/12) e no sábado (06/12) uma região de alta pressão atmosférica predominará sobre o Estado deixando o tempo seco em todas as regiões. A partir da noite de domingo (07/12) até a quarta-feira (10/12) a passagem de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, principalmente segunda-feira e terça-feira, com risco de temporais, descargas elétricas e rajadas de vento, os volumes mais significativos são esperados na região da Campanha e Oeste do RS. Na quintafeira (11/12) o tempo voltará ficar seco em todo Estado. Ao longo do período, os volumes acumulados de chuva deverão ficar entre 35 mm e 50 mm no Extremo Oeste e Norte do RS. E nas demais regiões, os totais oscilarão entre 2 mm e 20 mm. A temperatura máxima absoluta prevista para o período será de 36°C na região da Campanha e Depressão Central e a mínima absoluta de 10°C na Serra do Nordeste. maneira geral, apesar dos pequenos contratempos ocasionados pelo clima no início do plantio, as lavouras se desenvolvem sem problemas, e os produtores tratam de controlar inços e intensificar a aplicação de adubos nitrogenados, importantes para obtenção de uma boa produtividade. Algumas poucas lavouras plantadas mais cedo – menos de 01% do total – já começam a entrar na fase reprodutiva, suscetível às mudanças bruscas de temperatura. Dado o regime de chuvas registrado até aqui, os reservatórios e os demais mananciais hídricos se encontram com suas cotas dentro da normalidade, o que dá segurança ao produtor no quesito irrigação. Arroz: fases da cultura no RS Plantio Ger./Des. vegetativo Floração Safra atual Em Em 04/12 27/11 96% 88% 94% 86% 0% 0% Safra anterior Em 04/12 97% 95% 02% Média Em 04/12 100% 97% 02% A comercialização foi considerada normal e sem problemas de oferta e demanda, com a saca de 50 kg cotada a R$ 36,09. Fonte: CEMETRS - FEPAGRO G R ÃO S Grãos de Verão Arroz – A conclusão do plantio está próxima, Feijão 1ª safra – A semeadura do feijão avança na região dos Campos de Cima da Serra, a última a semear a cultura em grande escala no Estado, pois conforme o Zoneamento Agrícola, ela se estende até o próximo dia 10 de dezembro no entorno do município de Vacaria, onde se concentra a maior área de feijão dessa região. Também na zona Sul, alguns pequenos produtores ainda estão para concluir o plantio, basicamente para autoconsumo. A safra já ultrapassa os 90% do plantio, com boa germinação, desenvolvimento e floração das plantas, fases atuais com maior índice da área. Muitos produtores seguem realizando adubação nitrogenada de cobertura nas áreas semeadas. As precipitações da semana amenizaram as necessidades hídricas das plantas, melhorando seu desenvolvimento até então deficiente em algumas áreas pontuais, inclusive com abortamento de flores (regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo). faltando poucas áreas a serem finalizadas. Vale ressaltar que o período recomendado pelo Mapa se encerra no próximo dia dez. De 4 Feijão 1ª safra: fases da cultura no RS Plantio Ger./Des. vegetativo Floração Enchimento de grãos Maduro por colher Colhido Safra atual Em 04/12 92% 35% 27% 18% 3% 0% Safra anterior Em Em 27/11 04/12 88% 96% 38% 27% 24% 30% 16% 24% 1% 7% 0% 1% Média Em 04/12 97% 30% 31% 23% 7% 4% A saca de 60 kg do feijão preto no RS, nessa semana, ficou com valor médio em R$ 110,40, mantendo tendência de alta em razão do menor estoque de produto e consequente redução de oferta. O aumento foi de 0,91% em relação à semana anterior. Mas mesmo assim, fica 21% abaixo do valor da saca de produto no mesmo período do ano que passou. Esse, provavelmente, é um dos fatores que vêm desestimulando e determinando a redução de área de plantio no RS, ano após ano. Milho – O bom nível de umidade presente no solo beneficiou a cultura, principalmente as lavouras formadas no cedo que se encontram nas fases de floração e enchimento de grãos. Apesar disso, existe a necessidade de chuvas frequentes para manter o potencial produtivo da cultura, uma vez que nesta época do ano o clima é favorável a uma evapotranspiração mais intensa. Nesse sentido, no Noroeste do Estado já há relatos, segundo o Escritório Regional de Santa Rosa, de áreas que foram submetidas à deficiência hídrica nas últimas semanas, fato que poderá afetar de forma negativa a produção a ser obtida. Em termos de plantio, o Estado atinge nesta semana 90% da área já semeada, e deverá ser encerrado até fins de dezembro, quando as primeiras lavouras serão colhidas. Milho: fases da cultura no RS Plantio Ger./Des. vegetativo Floração Enchimento de grãos Safra atual Em 04/12 90% 46% 26% 18% Em 27/11 85% 50% 22% 13% Safra anterior Em 04/12 85% 42% 25% 18% Média Em 04/12 76% 38% 20% 18% Como referência, a saca de 60 kg ficou cotada a um preço médio de R$ 23,83 pagos ao produtor, o que representou uma variação de +1,19% em relação ao preço anterior. Soja – As precipitações ocorridas no período, embora por vezes esparsas e isoladas, elevaram a umidade do solo, permitindo uma retomada acelerada da semeadura, além de favorecerem a germinação e emergência das plantas. As primeiras lavouras implantadas estão com desenvolvimento vegetativo normal, e os produtores já iniciaram o controle de lagarta usando formulações biológicas de inseticidas. A área semeada até o momento é de 80%, ficando próxima à média dos últimos anos. Soja: fases da cultura no RS Plantio Ger./Des. vegetativo Safra atual Em Em 04/12 27/11 80% 60% 77% 58% Safra anterior Em 04/12 78% 76% Média Em 04/12 81% 78% HO RT IG R AN J E IRO S FRUTICULTURA Banana – No Litoral Norte, as condições climáticas foram favoráveis à cultura; os pomares estão em produção, com frutos em ponto de colheita, apresentando boa qualidade. A produtividade média inicial é de 10 t/ha. Embora haja acomodação de preços para baixo, a banana prata e a banana caturra estão com preços acima da média histórica para a época. A normalização da produção nos grandes centros produtores desaquece a procura pela produção do litoral gaúcho. Algumas propriedades estão com sobra de produto. Preços no mercado local Banana prata (caixa com 20 kg): R$ 20/cx. de primeira qualidade e R$ 10/cx. para a banana de segunda qualidade. Banana caturra (caixa com 20 kg): R$ 10 a R$ 14/cx. de primeira qualidade e R$ 5 a R$ 7/cx. para banana de segunda. Citros – Na região do Alto Uruguai, os pomares de laranja já foram colhidos, à exceção de alguns com a variedade valência. Alguns pomares passam por tratamentos com caldas para controle de pragas e doenças, e os demais estão sem manejo nenhum. Nos pomares de laranja de umbigo, os frutos estão com diâmetro aproximado de 4 a 5 cm. Alguns pomares estão com problemas de queda de frutos jovens. Os pomares de bergamotas estão em frutificação, com frutos de diâmetro aproximado de 3 cm; os tratamentos estão em andamento e os pomares não apresentam problemas fitossanitários. 5 O preço da laranja valência é de R$ 0,30 a R$ 0,35/kg. Na região do Alto da Serra do Botucaraí, estima-se redução da produção para a próxima safra em função da baixa emissão de flores e por doenças na floração, como a antracnose. Nessa época há o aparecimento de pragas como pulgões e larva minadora. Nos casos de maior incidência, há necessidade de realizar tratamentos fitossanitários para controle. Melancia – Na região Carbonífera, na maior parte das lavouras a cultura está em fase de frutificação e crescimento dos frutos; algumas com muitos frutos recém-formados e outras em ponto de colheita. Em várias lavouras, a colheita foi iniciada na semana que passou. Os produtores estimam que a produtividade ficará dentro da média de 30 t/ha. Os produtores de Triunfo estão recebendo R$ 0,70/kg de melancia, preço que tende a cair rapidamente com o aumento da oferta do produto. A comercialização concentra-se principalmente na Ceasa, nas margens da RS-386 e diretamente na lavoura. Grande parte do produto tem como destino final a região litorânea do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O mercado é satisfatório para melancia, havendo a possibilidade de comercialização durante os meses de colheita, que acontece de dezembro e janeiro. Morango – No Vale do Caí, as cultivares de dias curtos, na maioria cultivada em solo, estão se aproximando do final do ciclo e por consequência, apresentando frutos de menor qualidade comercial. Os cultivos hidropônicos em substrato, que na grande maioria são cultivares de dias neutros, apresentam ainda boas floradas, frutos de boa qualidade comercial e plantas com boa sanidade. O ataque de Drosophila suzukii continua causando algum dano às lavouras. A diminuição no ataque da praga é relatada por produtores que colhem os frutos atacados e os levam para fora da lavoura, usando-os para alimentação de peixes ou enterrando. O morango convencional foi comercializado na média de R$ 24/dz de bandejas, o equivalente a R$ 8/kg. O preço do morango orgânico comercializado em feiras ou na Loja da Ecomorango é de R$ 5/ bandeja de 300 gramas, preço que se mantém constante o ano todo, equivalendo a R$ 16,60/kg. Pêssego – Na região Sul, mantém-se o monitoramento da mosca da fruta e a aplicação de iscas tóxicas nos pomares de pêssego. Em função da melhoria das condições climáticas, houve diminuição dos focos de doenças fúngicas, concentrando-se nas variedades de ciclo normal. As frutas estão começando a manifestar sintomas de murchamento por falta de umidade no solo. Terminou a colheita nas variedades precoces. Na Serra gaúcha, as condições climáticas no período, com intensa insolação e temperaturas elevadas, adiantaram bastante a colheita da variedade chimarrita, inclusive já finalizada em algumas propriedades com pequenas áreas. O rendimento está aquém do esperado, mas as frutas são de grande calibre e excelente qualidade, além da precificação compensatória. Seguem as práticas culturais como as roçadas. No geral, o estado fitossanitário dos pomares é bom, com casos de aparecimento de bacteriose um pouco acima do normal, principalmente em locais com exposição Sul devido à ação dos ventos frios. Na semana houve alta incidência de mosca das frutas nos pomares, muito favorecida pelas temperaturas elevadas, preocupando os persicultores e exigindo bastante atenção e tratamentos para controle. O preço médio do pêssego nas propriedades é de R$ 2/kg. Uva – Na Serra gaúcha, segue a colheita de variedades superprecoces, como a vênus. As condições climáticas favoráveis vêm desenvolvendo cor adequada e sabor excelente para as uvas. As demais variedades estão se desenvolvendo dentro da normalidade, exibindo carga de frutos acima da média. As plantas estão com boa sanidade e vigor, indicando uma safra com altas produtividades. A ocorrência de míldio, que vinha se mostrando persistente, foi satisfatoriamente controlada. As bagas que foram infectadas pelo míldio já estão em fase final de queda. O momento é de aplicações preventivas de fungicidas, principalmente com o início do uso da calda bordalesa, que inclusive auxilia na maturação dos sarmentos. Também está ocorrendo o manejo de plantas de cobertura do solo, principalmente pelo acamamento ou roçada. O período é favorável para toda a cadeia vitivinícola, pois os principais produtos derivados se encontram com estoques reduzidos. Para superar esse fato, as vinícolas estão inovando na aquisição de uvas de mesa a serem processadas e reforçando reservas de sucos; isso deverá manter os clientes até a entrada dos produtos derivados das cultivares tradicionais. O preço se mantém estável para a variedade vênus, ficando na média de R$ 2,50/kg. 6 Na região do Alto Uruguai, um dos grandes problemas da viticultura é a pérola da terra. Outro grande problema é o míldio, que causa queda de bagas nesta fase, e a antracnose, decorrentes principalmente de chuvas excessivas em setembro; além disso, alguns pomares ficam expostos à cerração e também podem ter ocorrido ventos frios, proporcionando a ocorrência destas doenças. OLERICULTURA No Vale do Caí, permanece boa a quantidade de chuvas registradas nesta primavera, que tem permitido o bom desenvolvimento das hortaliças bem como o plantio de novas lavouras. O aspecto sanitário da produção de hortaliças é considerado muito bom até o momento, no que se refere à incidência de doenças e de pragas. Os olericultores que produzem e comercializam para Ceasa e na grande Porto Alegre, reafirmam que o mercado de hortaliças neste ano de 2014 continua sendo o melhor no que se refere ao aspecto mercadológico. Entretanto, produtores de Vale Real informam que o mercado para comercialização na Ceasa tem apresentado uma redução significativa na venda dos produtos. Alho – Na Serra gaúcha, o tempo foi favorável à colheita do alho; estima-se que cerca de 50% já tenha sido colhido, e os produtores com área menores praticamente já encerraram a colheita. O alho colhido é armazenado em galpões para cura, aguardando o momento da toalete e preparo para a venda. A comercialização está ainda muito lenta, e somente alguns negócios foram realizados até o momento. Batata – Na Serra gaúcha, as condições fitossanitárias da cultura são boas. Muitos produtores atrasaram o plantio neste ano, pois não pretendem produzir sementes para utilização própria, normalmente produzidas nas primeiras áreas semeadas. Atrasaram também o plantio, por acreditarem que o preço estará melhor a partir de fevereiro. Atualmente, o plantio cobre cerca de 30% da área total prevista. Beterraba – Na Serra gaúcha, o plantio de primavera está concluído e 30% já foi colhido. As condições fitossanitárias das lavouras são boas. O preço na lavoura é de R$ 18/caixa de 29 kg. Também permanece boa a quantidade de chuvas registradas nesta primavera, permitindo o bom desenvolvimento das hortaliças e o plantio de novas lavouras. Brássicas (couve-flor, brócolis e repolho) – No Vale do Caí, o período foi de condições favoráveis para as atividades de produção da couve-flor e de brócolis. As chuvas ocorridas no período foram bem distribuídas e de boa intensidade. Assim, os cronogramas de plantio, tratos culturais e colheita tiveram prosseguimento em condições normais nesse período. Os produtos colhidos e levados para a comercialização também apresentaram boa qualidade. Em Alto Feliz, as brássicas estão em período de desenvolvimento vegetativo. No geral, as culturas se desenvolvem normalmente sem maiores problemas significativos, com boa sanidade. Nos Campos de Cima da Serra 50% da área de brócolis já está plantada. A previsão é que a área plantada avance 10% por semana. Cenoura – Na Serra gaúcha o plantio de primavera já foi concluído e o de verão já está com praticamente 30% das lavouras implantadas. A cultura segue com bom desenvolvimento; a necessidade de irrigação é contínua e exige uma grande quantidade de água disponível, já que praticamente todas as áreas são irrigadas por aspersão – é difícil instalar um sistema de gotejamento, uma vez que as lavouras são itinerantes. O preço na lavoura é de R$ 22 a R$ 25/caixa de 29 kg. Pepino Conserva/salada – Em Bom Princípio, a cultura do pepino –nos cultivos para indústria ou para mesa – está em fase de colheita. O clima tem propiciado um bom desenvolvimento da cultura. No município os cultivos para indústria são conduzidos em estufas, com cultivos subsequentes, propiciando disponibilidade permanente de produto ao longo do ano. Os produtores estão relatando valores de venda de pepino indústria e salada tipo japonês a R$ 40 por caixa de 20 kg, e salada convencional a R$ 30 por caixa de 20 kg. Em Alto Feliz, o período é de desenvolvimento vegetativo e colheita. O período favoreceu o trabalho na lavoura, e a cultura, no geral, se desenvolve bem, sem problemas significativos. Tomate Cereja/Tomate – No Vale do Caí, as condições climáticas nas últimas semanas favoreceram os trabalhos no campo, e no geral a cultura se desenvolve bem. Em Bom Princípio, a cultura do tomate está em fase de frutificação e 7 colheita. A sanidade é boa. Em Alto Feliz, o período é de desenvolvimento vegetativo e colheita do tomate cereja. CR I AÇ Õ E S Forrageiras – A semana que passou apresentou um quadro de clima com boa luminosidade e ocorrência de chuvas na maioria dos municípios do Estado, com temperaturas amenas ao amanhecer e mais elevadas no decorrer do dia. Estas condições proporcionaram umidade do solo favorável continuar o processo do cultivo das pastagens anuais e perenes de verão, como capim sudão, milheto, sorgo forrageiro e tifton, entre outras. Em plena estação de primavera o campo nativo também apresenta excelente brotação, e a produção de forragem está proporcionando maior disponibilidade de matéria verde com qualidade nutricional para os rebanhos. De maneira geral, as pastagens cultivadas anuais de inverno, como azevém e aveia, concluíram seu ciclo entrando na fase reprodutiva, quando os agricultores realizam a colheita de sementes das áreas deferidas de pastoreio ou das áreas cultivadas exclusivamente para produção de sementes. As áreas de pastagens cultivadas perenes, como trevos e cornichão, destacam-se pela grande disponibilidade e qualidade nutricional destas leguminosas. Também permanecem realizando os tratos culturais, especialmente adubações nitrogenadas de cobertura nas lavouras de milho destinadas para produção de silagem. Estas práticas devem se estender durante todo este mês, em muitos municípios do Estado. Bovinocultura de corte – Em geral o rebanho bovino de corte que permanece exclusivamente no campo nativo em diversas regiões do Estado apresenta boas condições sanitárias e nutricionais. As condições climáticas neste período de primavera, caracterizadas por chuvas bem distribuídas e temperaturas em elevação, favorecem tanto o rebrote das espécies forrageira naturais como o desenvolvimento das pastagens cultivadas. Os cuidados e preocupações maiores dos criadores são com os ecto e endoparasitos, especialmente verminoses e carrapatos, cuja disseminação é favorecida pelo clima úmido e pelas temperaturas altas do período. Em relação à comercialização, o preço do boi e da vaca gorda continua estável na maioria das regiões produtoras de carne bovina. No entanto, com o aumento da oferta de animais originários das áreas de pastagens anuais cultivadas de inverno, ocupadas com culturas anuais de verão (soja e/ou milho), há expectativa de queda no preço nas próximas semanas. Preços pagos aos agricultores e pecuaristas na região Sul do Estado no período. Boi gordo - R$ 3,90 a R$ 4,50 por kg/vivo Vaca gorda - R$ 3,20 a R$ 4,15 por kg/vivo Terneiro - R$ 4,30 a R$ 5 por kg/vivo Bovinocultura de leite – A atividade leiteira vive um bom momento em praticamente todas as regiões do Estado, tanto em relação ao aumento da produção como em relação à produtividade. Em virtude das boas condições climáticas do período, com aumento da umidade e temperaturas, há abundante oferta de forragem e de espécies cultivadas como nativas, que estão em plena fase de desenvolvimento vegetativo. Por outro lado, os produtores intensificam a realização dos tratos culturais e instalação das lavouras de milho destinadas pra a produção de silagem em vários muitos municípios. No entanto, a comercialização do leite é preocupante para a maioria dos pequenos agricultores familiares, assim como para as pequenas cooperativas e/ou empresas sem estrutura para a industrialização do produto. Durante o período, os preços ficaram praticamente estáveis na maioria das regiões produtoras, mas com muitas variações de preços entre os produtores, sendo prejudicados os com os menores índices produtivos. Na região de Ijuí, na semana que passou, o preço bruto máximo foi de R$ 1,12/litro e mínimo de R$ 0,55/litro. Na região de Caxias do Sul, muitos produtores de leite também estão insatisfeitos com o preço recebido e com a condenação e descarte de leite por baixa qualidade. O foco dos produtores é buscar alternativas para reduzir o custo de produção para compensar a queda de preço do leite no nível de propriedade. No atual contexto, a perspectiva de valorização do leite não é boa, pois a maior oferta do produto provoca redução de preço, com reflexos no mercado. O preço médio do litro em âmbito estadual ficou em R$ 0,85, representando uma variação de -1,16% em relação ao preço da semana passada. 8 O preço do milho neste cenário é um componente muito importante, pois é componente fundamental na formulação de rações. No momento, os produtores estão preocupados em melhorar a qualidade do produto para obter maior compensação financeira. Ovinocultura – Os rebanhos ovinos das diversas regiões produtoras do Estado continuam apresentando boas condições nutricionais e sanitárias. No entanto, as condições climáticas características da primavera gaúcha, com muita umidade e altas temperaturas, exigem cuidados no controle de ecto- e endoparasitos, especialmente verminoses. Os rebanhos permanecem sendo esquilados, com o preço da lã variando em média entre R$ 4/kg nas raças de carne e R$ 11/kg nas raças lanígeras. A comercialização de animais para abate ainda é baixa na maioria dos municípios devido à falta de animais terminados. Grande parte dos ovinocultores estão preparando os cordeiros para ofertar no final do ano, quando o aumento da procura tradicionalmente eleva os preços da carne ovina. Preços pagos aos ovinocultores na região Sul do Estado no período. • • • Ovelha - R$ 3,50 a R$ 4 por kg vivo Cordeiro - R$ 4,20 a R$ 4,80 por kg vivo Capão - R$ 3,80 a R$ 4 por kg vivo o o Ideal (Prima A) - R$ 10/kg Lã Corriedale (Cruza 1) - RS 7,60/kg Apicultura – Alguns apicultores da região de Erechim estão encontrando muitos enxames com população reduzida de abelhas, em relação à safra passada. Algumas colmeias apresentam produção de mel razoável e outras muito abaixo do esperado. Os produtores estão atribuindo este fato ao excesso de chuvas ocorrido nos últimos meses, que dificultou muito a coleta de pólen e néctar, provocando assim a redução da postura e consequente número de abelhas operárias. Uma das causas atribuídas à diminuição de mel no período são as floradas deficientes e desuniformes de muitas espécies nativas e exóticas. No momento, está começando a florada do rabo de bugio e chegando ao fim o período de floração de uva do japão e angico. Os apicultores desta região estimam que a produção de mel este ano vai ser bem inferior à do ano anterior. O preço praticado no período ficou torno de R$ 10/kg na comercialização direta ao consumidor. 9 ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES PRODUTOS ARROZ FEIJÃO MILHO SOJA SORGO TRIGO BOI VACA SUÍNO CORDEIRO LEITE Período UNIDADE 50 kg 60 kg 60 kg 60 kg 60 kg 60 kg kg v kg v kg v kg v litro SEMANA ATUAL 04.DEZ.14 36,09 110,40 23,83 57,94 19,60 24,70 4,45 4,04 3,67 4,24 0,85 01/12-05/12 SEMANA ANTERIOR 27.NOV.14 35,99 109,40 23,55 58,13 19,47 24,72 4,43 3,99 3,68 4,29 0,86 24/11-28/11 MÊS ANTERIOR ANO ANTERIOR 06.NOV.14 05.DEZ.13 35,74 106,40 22,62 56,94 18,73 25,27 4,29 3,89 3,48 4,25 0,89 03/11-07/11 35,13 140,07 24,52 70,57 20,75 36,84 3,60 3,23 3,00 4,18 0,92 02/12-06/12 MÉDIAS DOS VALORES DA SÉRIE HISTÓRICA 2009-2013 GERAL DEZEMBRO 33,02 104,29 25,53 56,00 20,91 29,54 3,46 3,10 2,67 3,89 0,76 - 33,11 103,84 26,28 58,43 20,91 30,05 3,48 3,12 2,92 4,01 0,77 - Fonte dos dados/elaboração: Emater/RS-Ascar, Gerência de Planejamento, Núcleo de Informações, Análises e Planejamento - NIP. Índice de correção: IGP-DI (FGV). NOTA: Semana atual, Semana anterior e Mês anterior são preços correntes. Ano anterior e Médias dos valores da série histórica são valores corrigidos. Média geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2009-2013 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais corrigidos, da série histórica 2009-2013. OBS.: 1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias. 2) Leite: preço bruto. 3) SI indica sem informação. ST indica sem transação.