OUTUBRO Nº 8 2007 #8 2007 GLOB A L S OLUTI ON S FOR L OC AL C U S T O M ERS – EVERY W H ERE ESAB apóia o crescimento do agronegócio 1 OUTUBRO Editorial Nº 8 2007 #8 2007 Ao nos aproximar do final de mais um ano, não podemos deixar de nos rejubilar pelos resultados que o ano de 2007 nos deixará: crescimento do PIB acima dos 4%, manutenção da inflação em torno dos 3,5% e, apesar de todas as previsões em contrário, manutenção dos altos volumes de exportação e de entrada de investimentos estrangeiros, mesmo com considerável apreciação do real frente ao dólar americano. Dentre os setores da economia que compõem este cenário de crescimento devemos destacar o papel do agronegócio, responsável por 33% do PIB brasileiro, e que vem apresentando taxas de crescimento duas vezes maiores que a média da economia. Expediente Recuperando-se da crise enfrentada em 2005-06, o segmento Publicação institucional da ESAB Brasil apresenta sinais de forte crescimento, principalmente nos setores Rua Zezé Camargos, 117 ligados à produção de bioenergia. Cidade Industrial A ESAB, atenta às necessidades dos seus diversos clientes, está presente e pronta para apoiá-los nesta retomada, como mostramos na série de artigos desta edição da Revista Solução. Registramos aqui, também, o sucesso da nossa participação na Feimafe 2007, realizada em maio, em São Paulo. Com um estande voltado para a automatização da soldagem, e com o lançamento de uma série de novos modelos (veja os detalhes na nossa edição de maio/07), pudemos mostrar aos nossos clientes soluções capazes de agregar valor aos seus negócios, foco prin- CEP. 32210-080 – Contagem – MG [email protected] www.esab.com.br • Diretor Presidente Dante de Matos • Diretor de Vendas e Marketing Newton de Andrade e Silva • Diretor Financeiro Luís Fernando Velasco • Gerente de Marketing cipal da nossa filosofia empresarial. O sucesso de uma empresa se mede, também, pela sua contribuição para o crescimento da sociedade em que se insere. Neste sentido, a ESAB se orgulha de ter participado, desde seu início, da criação do Projeto Cidades da Solda. Destinado à inserção social de jovens oriundos de comunidades carentes, o projeto continua crescendo e frutificando, atraindo cada vez mais a atenção de entidades da sociedade civil e contribuindo para a redução das desigualdades sociais no nosso país. A ESAB continuará apoiando este projeto, ajudando na estruturação de novas unidades e na manutenção das unidades atualmente em funcionamento. Esperamos que mais esta edição da Revista Solução seja um instrumento útil de atualização tecnológica e de conhecimento. Participe. Mande suas opiniões, críticas e dúvidas, bem como sugestões para temas a serem abordados para o endereço eletrônico [email protected]. Antonio Plais • Produção Prefácio Comunicação (31) 3372-4027 • Editora Celuta Utsch – MTr. 4667 • Redação Alexandre Asquini, Marina Maria e Paulo Cunha • Coordenação Débora Santana • Revisão Cibele Silva • Editoração Tércio Lemos • Fotografias Arquivo da ESAB / outros Boa leitura. • Revisão técnica Antonio Plais Gerente de Marketing – ESAB Brasil Antonio Plais 3 4 OUTUBRO Nº 8 2007 OUTUBRO Nº 8 2007 índice Feimafe 2007 Em tempos de retomada dos investimentos industriais, ESAB enfatiza a automatização e os processos de corte Navalshore 2007 página 8 página 8 página 10 Tecnologia da ESAB participa decisivamente da arrancada do agronegócio página 11 O agronegócio no Brasil página 18 Tecnomaq investe em equipamentos ESAB na fabricação de torres de energia eólica página 23 página 11 A diluição e o seu controle em soldas de revestimento página 26 Parceria entre Techint e ESAB Brasil na montagem da jaqueta da plataforma PRA-1 página 27 Smashweld nova geração: série 0 produzida com sucesso página 30 Cidades da Solda é o principal projeto social apoiado pela empresa página 32 página 27 5 6 OUTUBRO Nº 8 2007 Plataforma P-51, em construção no Campo Petrolífero de Marlim Sul, no Rio de Janeiro. Primeira plataforma do tipo semi-submersível (que funciona como um sistema de flutuação) construída no Brasil, ela terá capacidade de 180 mil barris de petróleo diários e de seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. M E T I U AQ B A ES Nº 8 2007 Nelson Perez / Divulgação Petrobras OUTUBRO 7 8 OUTUBRO Nº 8 2007 Ao lado do cliente Feimafe 2007 Em tempos de retomada dos investimentos industriais, ESAB enfatiza a automatização e os processos de corte “ Neste momento em que a indústria brasileira vem crescendo consideravelmente e precisa melhorar muito a automatização de seus processos de soldagem, para ampliar a produtividade e adquirir maior competitividade, estrategicamente, decidimos que seria importante enfatizar nossos equipamentos e nossa tecnologia nesse campo, e realçar também todo o segmento de corte, incluindo os processos a plasma, a laser e o oxicorte”. A análise é do diretor de Vendas e Marketing, Newton de Andrade e Silva, e se refere à presença da ESAB na 11ª Feira de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (Feimafe), realizada de 21 a 26 de maio de 2007, no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A empresa apresentou no evento diversos lançamentos, incluindo consumíveis para manutenção ferroviária, equipamentos nas linhas de transformadores, retificadores, conjuntos de soldagem MIG e TIG, colunas e viradores. A Alcântara Machado, promotora e organizadora da Feimafe, informa que 65 mil visitantes e compradores participaram desta edição da feira, e avalia que o evento, com 1.250 expositores, foi marcado pela retomada de investimentos da indústria nacional. Newton Andrade e Silva ressalta a importância da Feimafe, considerada a maior feira de máquinas-ferramenta da América Latina. “É uma feira bienal, tradicional e muito importante para diferentes segmentos industriais, razão pela qual a ESAB tem estado presente em suas edições.” Quanto à realização de negócios, o diretor informou que o resultado foi positivo, sem falar em valores. Ele assinala ser uma característica de feiras como esta permitir a abertura de negociações que serão concluídas muito tempo depois. OUTUBRO Nº 8 2007 Ao lado do cliente O peso da informação Segundo o gerente geral da Filial São Paulo, Pedro Rossetti Neto, um aspecto chamou a atenção nesta edição da Feimafe: em comparação com edições anteriores, havia um número menor de visitantes, porém era possível perceber uma quantidade proporcionalmente maior de diretores e executivos com poder de decisão. Uma das explicações possíveis passa pelo bom momento da economia. Com muitas encomendas em carteira, as indústrias precisam reforçar seu parque produtivo, mandando seus dirigentes às compras e, ao mesmo tempo, não podem liberar encarregados e operadores diretos. “Em outros anos, ao contrário do que vimos neste, era possível reconhecer uma presença muito maior de profissionais como soldadores, montadores entre outros”, assinalou o gerente. Pedro Rossetti acentua que a ESAB atribui muita importância às feiras técnicas de que participa. Um aspecto relevante desse entendimento é a preservação da familiaridade na relação com os clientes. “Desenvolvemos uma sistemática própria de participação em feiras: trazemos profissionais de todas as filiais para receber nossos clientes de forma customizada e regionalizada”, diz. Ele explica que, antes de participar de uma exposição, é realizado um estudo a respeito de tudo o que a ESAB tem a oferecer naquele momento, considerando o público que participará do evento. A idéia é sempre expor equipamentos, produtos e serviços de uma tal maneira que as informações cheguem de forma clara e efetiva para os clientes, pois elas são fundamentais para os negócios. “Nossa experiência mostra que, muita vezes, a informação precisa, exata, é capaz de gerar um novo negócio. A edição 2007 da Feimafe foi um exemplo muito claro disso: fechamos diversos negócios significativos na área de automatização de processos de soldagem devido à qualidade das informações apresentadas aos potenciais clientes durante o evento.” O estande da ESAB na Feimafe 2007, com design arrojado e demonstrações ao vivo, atraiu a atenção dos visitantes 9 10 OUTUBRO Nº 8 2007 Ao lado do cliente ESAB se destaca na Navalshore 2007 Esta logomarca foi criada pela ESAB especialmente para o segmento P O estande da ESAB, que teve destaque no espaço da exposição, expôs os produtos de acordo com as linhas, para mostrar a variedade de oferta de máquinas e consumíveis da empresa ara promover o intercâmbio entre fornecedores e compradores de produtos e serviços da indústria naval, aconteceu entre os dias 29 e 31 de agosto, no Rio de Janeiro, a Navalshore 2007. O evento contou com a participação de grandes empresas do mercado offshore e naval, com destaque para a ESAB, que é a maior fornecedora de máquinas e consumíveis de soldagem e corte para o segmento. Neste ano, 120 estandes foram montados em mais de 6 mil m2 de área de exposição. Participante do evento há vários anos, a ESAB marcou presença novamente na feira, e aproveitou a oportunidade para lançar seu novo catálogo específico para o setor de construção naval, além da logomarca que representará a nova identidade visual do Segmento Naval & Offshore. Para Cláudio Turani, consultor técnico da ESAB, a Navalshore foi uma oportunidade de consolidar o trabalho da empresa no setor. “Queremos mostrar aos nossos clientes que possuímos uma linha completa e diversificada de produtos, que atendem a todas as suas necessidades”, explica. Cláudio afirma que a Navalshore está crescendo a cada ano, e a mudança da localização da feira é um dos sinais da expansão. Realizado em 2006 no Armazém 6 do Porto, o evento este ano aconteceu no Rio Cidade Nova Convention Center, um novo centro de convenções da cidade. “Sem dúvida, a estrutura de 2007 foi bem melhor. Também dá para perceber que a característica regional do evento está desaparecendo, com o aumento da participação de expositores do Brasil e do mundo”, comenta. O estande da ESAB, que teve destaque no espaço da exposição, expôs os produtos de acordo com as linhas, para mostrar a variedade de oferta de máquinas e consumíveis da empresa. Cláudio explica que a feira atualmente tem um caráter mais institucional, com o objetivo de fazer contatos e divulgar marcas, mas que isso está mudando. “Acredito que a tendência é que a Navalshore se torne mesmo uma feira de negócios”, afirma. Guinada no setor A indústria naval no Brasil passou por uma forte crise nos anos 90, com falta de investimentos e perda de mercado internacional. A retomada aconteceu no início desta década, especialmente depois da decisão da Petrobras de abrir lici- tação para embarcações de apoio marítimo construídos em estaleiros nacionais. A ESAB participou dessa mudança, fornecendo seus produtos de alta qualidade para as indústrias de construção naval e offshore. A demanda por equipamentos e consumíveis de soldagem com altos índices de produção aumentou, abrindo espaço para que a empresa se consolidasse como a maior fornecedora desses itens para os estaleiros brasileiros. OUTUBRO Nº 8 2007 11 Tecnologia da ESAB participa decisivamente da arrancada em segmentos dinâmicos do agronegócio Reportagem e redação Alexandre Asquini O s sinais de crescimento do setor sucroalcooleiro vêm de algum tempo. No primeiro semestre de 2006, em entrevista para esta revista Solução, o vicepresidente da Dedini Indústria de Base S/A, José Luiz Olivério, avaliava que, em razão do crescimento da demanda, seria preciso implantar 70 novas usinas até a safra 2010/2011, significando ampliação de 20% no parque instalado, com vistas a produzir, para o mercado interno e para exportação, 31,7 milhões de toneladas de açúcar (contra 26,5 milhões de toneladas na safra 2004/2005) e 27,3 bilhões de litros de álcool (contra 17,4 bilhões de litros do combustível, igualmente na safra 2004/2005). Aquela análise mostra-se coerente com a previsão recentemente divulgada pela Agência Internacional de Energia (AIE): segundo este organismo, a produção diária de biocombustíveis no Brasil deverá crescer de 293 mil barris em 2006 para 421 mil barris em 2009 e 528 mil barris em 2012. Mirian Rumenos Piedade Bacchi, professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da USP – tradicional centro de ensino e pesquisa localizada em Piracicaba-SP – considera lógicas essas duas interpretações e analisa uma perspectiva aberta para esse setor nos últimos meses, em razão da disseminação do uso do etanol. Ela diz que o setor centrará esforços na consolidação do mercado internacional desse insumo. “O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, a Única, Marcos Jank, anunciou em recente entrevista coletiva a intenção de montar escritórios de representação do setor sucroalcooleiro brasileiro nos Estados Unidos, Europa e Ásia, visando apressar esse processo.” A professora acrescenta que, atualmente, se reconhece que o uso de biocombustíveis pode mitigar o aquecimento global – fenômeno tornado incontestável pelos relatórios da ONU sobre o tema, divulgados no primeiro semestre de 2007. “Sendo assim, as perspectivas de aumento das exportações do etanol brasileiro são bastante boas. O custo de produção SIAMIG Agronegócio OUTUBRO Nº 8 2007 Agronegócio Paulo Soares / Esalq 12 Mirian Rumenos Piedade Bacchi, professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq do etanol produzido aqui, o mais baixo do mundo, vai permitir que o Brasil seja um importante participante desse mercado. Contudo, para que o mercado internacional de etanol se consolide, há a necessidade de que outros países também passem a participar desse mercado.” Além do setor sucroalcooleiro, também o setor de grãos dá sinais de firmeza. Informe divulgado pelo IBGE na primeira quinzena de julho mostrava que a produção de grãos no país deverá alcançar este ano 133,4 milhões de toneladas, um volume 14% superior ao registrado em 2006. Com uma outra metodologia de pesquisa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de acordo com informações publicadas em agosto no site do Ministério da Agricultura, assinalou que as culturas de algodão, milho e soja impulsionam a produção brasileira de grãos no sentido de alcançar 131,15 milhões de toneladas no período 2006/07, um aumento de 7% sobre a do ciclo anterior – 2005/06 –, que foi de 122,53 milhões de toneladas. Este número representa ainda um crescimento de 0,5% sobre a estimativa divulgada em julho, que era de 130,51 milhões de toneladas. Não é de hoje que a ESAB tem acompanhado o que acontece no campo no Brasil e, por essa razão, tem participado efetivamente da recente arrancada empreendida por esses setores dinâmicos dos agronegócios. Conforme observou o diretor de Vendas e Marketing da ESAB, Newton de Andrade e Silva, “a ESAB procura estar em todos os mercados que são intensivos em solda, ou seja, naqueles segmentos em que os processos de soldagem sejam fundamentais na construção dos equipamentos destinados à produção, transporte e armazenamento”. Ele acrescenta que alguns do segmentos do agronegócio, incluindo o setor de açúcar e álcool, e os que se dedicam à produção de grãos, seguramente estão entre aqueles cujos elos da cadeia produtiva dependem da eficiência e qualidade dos processos de soldagem. Efeitos do crescimento agrícola Confirmadas aquelas previsões de crescimento, segmentos como o de máquinas e implementos agrícolas e de veículos de transportes dedicados ao setor receberão influência direta e certamente serão beneficiados, conforme avalia a professora Mirian Bacchi. Ela sustenta que, quando há investimentos em qual- OUTUBRO Nº 8 2007 13 Agronegócio SIAMIG SIAMIG estratégica, a ESAB pôde antever essas situações altamente positivas e está preparada para o crescimento anunciado. “A ESAB investiu muito em suas fábricas, localizadas em Contagem-MG. A fábrica de eletrodos já tinha a capacidade suficente para responder ao aumento da demanda que observamos agora, e estamos concluindo, neste mês de agosto de 2007, a ampliação da fábrica de arames tubulares”, disse. O diretor da ESAB acrescenta que a aplicação de arames tubulares no setor sucroalcooleiro cresce consideravelmente porque as indústrias necessitam de processos automatizados, mas efetivos e mais rápidos. “Hoje as paradas de manutenção precisam ser cada vez menores; existe a tendência de eles pararem cada vez menos a produção nas fábricas. Essa velocidade é muito importante. Os arames tubulares ajudam muito nisso, e os equipamentos também”, diz, acrescentando que a maior fábrica de arame tubular da América Latina é a da ESAB e está implantada no Brasil. “Aqui se produz todo tipo de arame, dos mais finos aos mais grossos; tanto arames comuns como especiais, para união e para revestimento.” SIAMIG quer setor da economia, aparecem os efeitos positivos não somente sobre os segmentos mais diretamente ligados à área que realizou os investimentos, mas também sobre muitos outros. “Na verdade, os efeitos se disseminam sobre toda a economia. O maior emprego gera renda e renda gera consumo ou outros investimentos, que beneficiam outros segmentos econômicos também.” Apresentando dados do seu setor, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, exemplifica o que disse a professora. Recentemente, ao comentar no site de sua organização a vertiginosa ascensão no mercado dos automóveis tipo “flex”, que alternam o uso de gasolina e álcool – as vendas acumuladas evoluíram de 48,2 mil unidades em 2003 para 376,6 mil em 2004 e para 1,2 milhão em 2005, chegando, agora, a 2 milhões de veículos –, esse dirigente assinalou que tal desempenho favorece uma extensa cadeia econômica, que inclui a base agrícola de produção de cana-de-açúcar, a produção de álcool combustível, o setor de equipamentos para usinas e chega aos revendores de veículos, sem que se possa esquecer os ganhos ambientais. Já a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), reportando-se a um balanço divulgado pela Anfavea, deu destaque ao crescimento de 11% no número de emprego no setor automotivo em julho de 2007 em comparação com o mesmo mês de 2006, atribuindo esse resultado à crescente demanda por máquinas agrícolas para os setores de cana-de-açúcar, café e fruticultura, e à volta da compra de colheitadeiras pelos produtores de grãos. De acordo com o balanço da Anfavea, entre janeiro e julho de 2007, em comparação com igual período do ano passado, a produção de máquinas aumentou 26,8%, alcançando 35.210 unidades; a produção de tratores cresceu 32,2%, atigindo 27.732 unidades, e o número de colheitadeiras registrou incremento de 59,5%, para 2.492 unidades. Newton de Andrade e Silva assinala que, como resultado de uma postura Percepção e movimento das empresas Atuam diretamente ou contribuem com o segmento de agronegócios muitas empresas com as quais a ESAB mantém sólidas parcerias. Fundada no início de 1959 para fabricar componentes hidráulicos, a Motocana S/A, localizada em Piracicaba-SP, está acostumada a perceber oportunidades no setor sucroalcooleiro. Já nos primeiros tempos, projetou e fabricou a primeira carregadora de cana-de-açúcar do país. A partir do sucesso desse equipamento pioneiro, foi desenvolvendo tecnologias e novos produtos para o setor e, atualmente, produz soluções para movimentação e transporte de cargas para os segmentos canavieiro, florestal, industrial e rodoviário, comercializadas no mercado interno e exportadas para outros países Segmento sucroalcooleiro é locomotiva do agronegócio brasileiro nos últimos tempos 14 OUTUBRO Nº 8 2007 SIAMIG SIAMIG CNH Agronegócio da América do Sul, da América Central e África. Vera Ramos Gonçalves, da área de Marketing da Motocana, assinala que os aumentos e flutuações no preço do petróleo, a demanda ambiental por combustíveis limpos, a busca por alternativas de combustíveis por parte dos países dependentes do petróleo e o aumento da produção dos carros “flex” de fato têm alavancado o crescimento do setor sucroalcooleiro brasileiros e representam garantias de que esse segmento vai continuar crescendo pelos próximos anos. “A Motocana, que está neste setor há quase 50 anos, vem acompanhando este crescimento e visualizando um futuro promissor, tanto no mercado interno como no externo”. Ela assegura que a empresa vem investindo em projetos para lançamento de novos produtos e para a ampliação da fábrica, com vistas a gerar maior produtividade, competitividade e aumento de empregos. Aumento nas vendas – O diretor de Relações Externas da Case New Holland (CNH), Milton Rego, explica que, quanto aos grãos, o mercado agrícola vem de dois anos de depressão, mas se recupera. “A crise foi causada pela rápida valorização do real frente ao dólar, o que fez com que os preços das principais commodities – soja e milho – caíssem. Hoje, o mercado está em fase de recuperação.” A Case New Holland nasceu em 1999, da fusão entre as empresas Case e New Holland. Sua área de atuação é a de máquinas agrícolas e de máquinas e equipamentos para a construção. As fábricas estão localizadas em Curitiba-PR, Contagem-MG e Piracicaba-SP, havendo ainda uma unidade de distribuição em Itu-SP. As máquinas são distribuídas por meio dos cerca de 301 concessionários espalhados pela América Latina. A linha de máquinas agrícolas fabricada no Brasil é composta por tratores, colheitadeiras de grãos, colhedoras de cana-de-açúcar, colhedoras de café, pulverizadores auto-propelidos. Calculando um aumento de 28,5% no volume de vendas neste ano em relação a 2006, a companhia preparou, para 2007, o lançamento de produtos na área agrícola, tanto em tratores quanto em colheitadeiras. Otimismo – Na avaliação Emerson Zeizer, gerente industrial da Intecnial S/A, o setor agrícola passou por uma grande crise nos últimos anos, inclusive com o fechamento de diversas empresas. Mas há otimismo: a companhia acredita que a agricultura possa contribuir para o crescimento da economia, desde que haja investimentos em infra-estrutura no setor, incluindo unidades de processamento do produto, sistemas de escoamento da produção, sistemas de transporte e modernização de portos. A Intecnial iniciou suas atividades em 1968, em Erechim-RS, onde ainda tem sua sede, prestando serviços técnicos a terceiros, nos setores de eletricidade, mecânica e hidráulica. Cinco anos mais tarde, passou a fabricar também equipamentos e a realizar a montagem de instalações industriais e, com o passar do tempo, foi se especializando nesse campo. Atualmente, trabalha com inovação, tecnologia, gestão e soluções de engenharia para o mercado. Hoje, a empresa utiliza tecnologia própria e de terceiros para fornecer soluções compatíveis às necessidades de cada cliente, tendo forte atuação no mercado de óleos vegetais e derivados, subprodutos de abatedouros, fábricas de ração/moagem, indústria fumageira, indústrias química e petroquímica, produtos especiais, tanques de armazenagem, terminais portuários, navegação, instalações elétricas, quadros elétricos, montagens industriais e suas respectivas peças de reposição e outros projetos especiais sob encomenda. Além da sede em Erechim, a Intecnial possui uma filial em Itajaí-SC, estabelecida em 2006, com foco na produção naval, e escritórios de apoio comercial e logístico em São Paulo-SP, Curitiba-PR e Porto Alegre-RS. O otimismo da Intecnial é traduzido em ações práticas, com investimentos na ampliação da sua área fabril. Esses investimentos estão voltados para aumentar a capacidade produtiva, qualificar profissionais e para novas tecnologias de produção e montagem. OUTUBRO Nº 8 2007 15 SIAMIG Agronegócio Compreender o que acontece no mercado e conhecer as necessidades dos clientes tem sido um diferencial da ESAB Neste momento de expansão vivido pela cadeia produtiva de diferentes segmentos do setor agrícola, a ESAB tem feito valer dois aspectos essenciais de sua estratégia de atuação: compreender o que acontece no mercado e estar sempre muito próximo dos clientes, a ponto de conhecer com detalhes as suas necessidades. Pedro Rossetti Neto, gerente geral da unidade da ESAB em São Paulo, explica como isso aconteceu na prática no que diz respeito ao setor sucroalcooleiro. “Há alguns anos – entre 2002 e 2003 –, começamos a perceber sinais de que o segmento de açúcar e álcool, que andava em banho-maria, tendia a ter um crescimento significativo. Por se tratar de uma área muito importante no Brasil, sugerimos à direção que o inserisse como parte dos planos globais da companhia e que nos autorizasse a desenvolver um trabalho específico para conhecê-lo melhor. E tivemos autorização para isso.” Profissional de significativa vivência e experiência no segmento sucroalcooleiro, Jair Silva foi designado para coordenar esse estudo. Foi um trabalho exaustivo e meticuloso: “Primeiramente, fizemos uma ampla radiografia de todo o setor e estruturamos o fluxograma de sua cadeia produtiva, identificando as necessidades em cada elo dessa corrente: as usinas, as empresas que montam as usinas, os fornecedores de máquinas e equipamentos e assim por diante”, explicou. Com isso, a ESAB passou a atender não somente a parte de consumíveis, mas também a parte de equipamentos onde foram desenvolvidos produtos para a execução de revestimentos com controle CNC. Por outro lado, fez-se um levantamento de tudo o que a ESAB – considerando as fábricas brasileiras e as unidades instaladas em outros países – poderia oferecer ao setor. “Por causa desse levantamento, acabamos trazendo determinados equipamentos produzidos em outros países para podermos atender nossos clientes no Brasil”, contou Jair Silva. Pedro Rossetti sublinha ser muito importante para a ESAB dispor de uma equipe preparada para atender o segmento de açúcar e álcool e compreender extamente o que cada um dos representantes dos clien- OUTUBRO Nº 8 CNH 16 2007 Agronegócio tes está falando. “A equipe de vendas vive intensamente as necessidades do cliente e principalmente o que pode acontecer no mercado de açúcar e álcool. Não é só a venda atual, mas o que mais nós podemos oferecer ao mercado no futuro.” Ele acrescenta que a equipe conhece muito bem o que a ESAB possui e o que é capaz de responder melhor e mais rapidamente ao que os clientes expressam como suas necessidades. O diretor de Vendas e Marketing da ESAB, Newton de Andrade, acrescenta: “Muitas vezes, é o contrário disso, também. Entendendo melhor o cliente, o segmento em que opera e tudo o que necessita, nós preparamos alguns equipamentos, direcionamos os produtos”. Um outro aspecto a ser valorizado nesse processo, segundo Pedro Rossetti, é a rede de revendedores. “A ESAB é a maior empresa no Brasil no ramo de solda e nós temos uma cadeia de revendedores em condição de atender rapidamente todos os nossos clientes”, diz, acrescentando que esse é um diferencial importante para quem não tem tempo a perder. O gerente destaca o trabalho de Jair Silva e sua equipe na conscientização dos revendedores sobre o papel que podem e devem exercer em termos de abastecimento dos clientes, garantindo o prazo e as quantidades necessárias. Pedro sublinha que, com esse esforço, toda a rede de revendedores passou a ter mais informação sobre o desenvolvimento do mercado e a entender a necessária divisão entre venda direta e abastecimento por meio de revenda e, sobretudo, a compreender que o mercado é suficientemente grande para todos. E deve crescer ainda mais. Para clientes, estratégia de atendimento é muito eficiente “O atendimento da ESAB é excelente, devido ao comprometimento das pessoas que nos dão suporte, facilitando o desenvolvimento de novos produtos, como recentemente aconteceu no desenvolvimento de um arame MC 110, que alcançou a resistência de solda que atendia às especificações dos nossos produtos”, diz Sérgio Soares, diretor Industrial da CNH. Ele acrescenta a CNH recebe, dos técnicos da ESAB, um acompanhamento que qualifica como “ótimo”. “Eles nos prestam assistência de primeira linha em relação aos consumíveis e máquinas de solda MIG, também auxiliando na parte de desenvolvimento de novos equipamentos com a avançada tecnologia existente no mercado. Isso facilita a especificação de compra de um equipamento de OUTUBRO Nº 8 2007 Agronegócio solda, tornando excelente a parceria entre CNH e ESAB.” Conforme explicou o diretor, o processo de fabricação dos equipamentos agrícolas CNH utiliza grande quantidade de equipamentos de corte e soldagem para sua produção. Toda a parte estrutural das colheitadeiras de grãos e cana, além de todo o acabamento e fechamento destes equipamentos e também dos tratores é feito em chaparia trabalhada por corte a laser, plasma e solda nos processos MIG e, principalmente, utilizando equipamentos de última geração para a obtenção dos parâmetros de qualidade, entrega e custos exigidos pelos clientes. Atualmente, a CNH conta internamente com oito máquinas de corte a laser e uma máquina de corte plasma para corte de chapas de várias espessuras e tamanhos de blank. E dispõe de aproximadamente 145 máquinas de solda MIG e 35 máquinas de solda ponto, com um quadro de 85 soldadores em dois turnos de trabalho. Em termos de participação, a ESAB hoje é responsável por 65% do parque de máquinas de solda e 100% dos consumíveis utilizados pela empresa. Participação no desenvolvimento – A ESAB tem participação no desenvolvimento de algumas soluções técnicas no âmbito da soldagem implementadas pela Intecnial nos seus processos de fabricação. O gerente Industrial Emerson Zeizer explica que a ESAB procura disponibilizar sua estrutura em Porto Alegre para atender a Intecnial, principalmente para capacitação de profissionais da soldagem, bem como atendimento rápido, reposição de materiais, apoio técnico dos equipamentos e processos de soldagem. Ele acrescenta que a relação entre a Intecnial e a ESAB caminha para uma parceria cada vez mais consolidada: “O ‘ganha-ganha’ é o desejo de todas as empresas. Estamos muito fortalecidos nesse processo e a ampliação desta parceria faz com que nossas empresas possam estar em crescimento continuado. A ESAB é uma empresa que oferece, por meio de seus equipamentos, materiais e profissionais, um atendimento que possibilita à Intecnial continuar a busca pela excelência da satisfação de nosso cliente”, afirma Zeizer. O processo produtivo da Intecnial está voltado para a transformação de chapas de aço em equipamentos para os clientes. Os produtos são bens de capitais voltados aos mais diferentes segmentos, como foi mencionado anteriormente. Toda a matéria-prima, de aço inox ou carbono, utilizada na empresa, passa pelo processo de corte a plasma (maior percentual), oxiacetilênico e/ou GLP, havendo ainda o processo de corte mecânico, com guilhotinas, serras e prensas. Quanto à soldagem – um processo crítico, validado somente após ensaios não-destrutivos –, integram o conhecimento da empresa procedimentos em arco submerso, arame tubular, MIG MAG, TIG e eletrodo revestido. Presteza – “Temos na ESAB um parceiro sempre presente e pronto para nos auxiliar em nossas necessidades. Seus representantes nos fazem visitas freqüentes e, o mais importante: essas visitas não se limitam ao nosso Departamento de Suprimentos, estendendose a todos os setores onde se aplicam produtos ESAB. Eles conversam com soldadores, operadores de máquina, programadores e engenheiros de processo”, assinala Ruben Fanjul, diretor Industrial da Motocana. Ele acrescenta que a empresa vem há alguns anos padronizando todo o equipamento de corte e solda e optando pela marca ESAB, pela qualidade, robustez e tecnologia aplicada. “Tanto em equipamentos quanto em consumíveis, a qualidade está sempre presente. Desde o início da idéia de adquisição de um produto ESAB, temos o acompanhamento e o assessoramento técnico em todas as etapas. Eles nos indicam que produto se adapta mais à nossa aplicação, dão apoio com treinamentos, pós-venda e uma eficiente assitência técnica”. Fanjul explica que, como em toda empresa metalúrgica, as primeiras operações têm vital importância no desevolvimento da fabricação. “Um equipamento de corte que nos forneça qualidade e confiabilidade é fundamental.” Quanto à solda, considera que é um dos processos mais técnicos e de maior responsabilidade da área. Se há um componente montado em forma deficiente, uma simples inspeção visual ou dimensional pode denunciar falha. No caso da solda, as falhas podem ficar ocultas e somente ser detectadas com inspeções mais rigorosas, a serem feitas em todo o processo, o que seria impraticável. “Por esse motivo, tanto o treinamento do soldador como a precisão da máquina são fundamentais”, conclui. 653 CVCC OrigoArc 150 AristoMig 500 Consumíveis ESAB 17 18 OUTUBRO Nº 8 2007 Agronegócio O agronegócio no Brasil Júlio César Raupp Consultor Técnico ESAB Brasil M oderno, eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões foram explorados. Esses fatores fazem do país um lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados a suas cadeias produtivas. O país é um dos poucos do mundo onde é possível plantar e criar animais em áreas temperadas e tropicais. Favorecida pela natureza, a agricultura brasileira pode obter até duas safras anuais de grãos, enquanto a pecuária se estende dos campos do Sul ao Pantanal de Mato Grosso – a maior planície inundável do planeta. Outro ponto que tem de ser considerado é que o Brasil investiu pesado em pesquisa e tecnologia nas duas últimas décadas e agora está colhendo os frutos. O desenvolvimento científico-tecnológico e a modernização da atividade rural, obtidos por intermédio de pesquisas e da expansão da indústria de máquinas e implementos, contribuíram igualmente para transformar o país numa das mais respeitáveis plataformas mundiais do agronegócio. A adoção de programas de sanidade animal e vegetal, garantindo a produção de alimentos saudáveis, também ajudou o país a alcançar essa condição. O retorno vem em números, por exemplo: com a modernização da agricultura, foi possível, com uma pequena expansão da área agrícola – de 37,9 milhões de hectares em 1990 para 45,6 milhões em 2007 –, passar de uma produção de cerca de 58 milhões de toneladas para 127,6 milhões, a safra recorde que o Brasil irá colher este ano. Esse quadro de conquistas levou o país a ser considerado o detentor da agricultura mais moderna e produtiva do mundo. Tais indicadores mostram que é apenas uma questão de tempo, organização e estratégia de mercado para que o Brasil se torne celeiro do mundo – mundo esse que, cada vez mais, vai precisar de comida para alimentar seus habitantes. Em 2030, estima-se que a população mundial seja de 8,5 bilhões de pessoas. Países populosos como a China e a Índia, mesmo sendo grandes produtores agrícolas, terão dificuldades de atender às demandas, devido ao esgotamento de áreas agricultáveis. Ao lado, temos um gráfico que aponta os principais países com áreas agricultáveis, relacionando as áreas disponíveis e as ocupadas (em 1000 ha). Entre 2002 e 2006, as vendas ex- OUTUBRO ternas do agronegócio brasileiro cresceram 99%. Subiram de US$ 24,8 bilhões para US$ 49,4 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura. A escalada de crescimento continua em 2007. Só nos primeiros quatro meses, as vendas externas do setor somaram US$ 16,5 bilhões – o valor é 24,7% maior do que o exportado no mesmo período do ano passado. O agronegócio é hoje a principal locomotiva da economia brasileira e responde por um em cada três reais gerados no país. É responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 37% dos empregos brasileiros. No período de 2000-2005, a taxa anual de crescimento da agricultura foi de 5,99%, mais que o dobro do crescimento do PIB. E, se tudo isso não bastasse, a virada do século trouxe consigo uma nova visão sobre a atividade agrícola mundial, que começou a migrar de uma agricultura extrativa para uma agricultura energética. Só para termos idéia desta pressão mundial pelo uso de fontes renováveis de energia, podemos destacar que, em 2020, 20% da matriz americana será de energia renovável. Já de olho neste mercado, a previsão da área plantada de cana de açúcar no Brasil para 2016 é 110% maior que a de 2005. Quanto ao biodiesel brasileiro, políticas governamentais obrigam a sua utilização na composição do diesel. A partir de 2008, 2% do consumo de diesel será de biodisel e, a partir de 2013, serão 5%. Em 2006, o país foi apenas o 14º produtor de biodiesel, mas poderá ser o 2º ou 3º ainda em 2007, e talvez o 1º a partir de 2010. Pegando carona neste desenvolvimento do agronegócio e até mesmo na onda do petróleo verde, os desdobramentos de atividades e o número de setores envolvidos chegam a ser espantosos. Com o aumento da produção de grãos a cada ano no Brasil, a capacidade de Continente/Continent África/Africa América do Norte e Central/ North and Central America América do Sul/South America Ásia/Asia Europa/Europe Oceania/Oceania País/Country BRASIL/BRAZIL Argentina/Argentina Canadá/Canada Estados Unidos/United States França/France Reino Unido/United Kingdom 8 2007 armazenagem no país irá atender a este crescimento e, mais ainda, com a qualidade que o mercado exige. Os equipamentos de armazenagem inseridos na unidade armazenadora de grãos são um dos itens essenciais para a garantia da qualidade demandada para sua comercialização. Com uma previsão de safra recorde, o IBGE alerta para a necessidade de investimentos em infra-estrutura para armazenamento. A produção armazenada brasileira média é de apenas 10%, um valor considerado baixo diante dos países desenvolvidos. Na mesma linha seguirão os investimentos em equipamentos agrícolas, máquinas agrícolas, setores voltados também para uma agricultura de precisão, contendo toda uma necessária eletrônica embarcada. São os novos tempos do agronegócio. Depois, para escoar toda essa safra, temos os implementos rodoviários e os produtos ferroviários em que a participação das ferroviárias na matriz de transporte nacional já migrou dos 20% em 1996 para 26% em 2006, podendo chegar a 30% em 2009. Isso sem falar nos fabricantes das usinas de álcool e de biodiesel, cujos investimentos não param de ser contabilizados. Mas o Brasil é um país de contrastes, o que reforça as necessidades de investimentos de que esse mercado necessita. Para que possamos melhor entender o potencial do nosso mercado, seguem mais alguns números: se compararmos a área arável por trator ou a área a ser colhida por colheitadeira entre diversos países, veremos que a agricultura brasileira é muito menos mecanizada que a dos de países europeus e da América do Norte. Com relação à área colhida por colheitadeira, o país está em situação inferior à da Argentina, por exemplo. Assim, o crescimento sustentado, buscando crescentes ganhos de produtividade e crédito suficiente a taxas razoáveis, é o caminho ao pleno desenvolvimento. UNIDADES UNITS Mundo/World Nº ÁREA CULTIVADA CULTIVATED AREA 1.000 ha Ha ARÁVEL/TRATOR ARABLE AREA PER TRACTOR (ha) Ha COLHIDO/ COLHEITADEIRA AREA HARVESTED PER COMBINE (ha) TRATORES DE RODAS WHEEL TRACTORS COLHEITADEIRAS COMBINES 27.625.095 4.253.163 1.402.317 50,8 329,7 537.928 5.942.513 36.449 814.613 199.405 255.177 370,7 42,9 5.470,8 313,2 1.318.502 8.591.512 10.833.905 400.735 126.241 2.229.878 985.884 60.098 107.105 506.858 284.095 49.677 81,2 59,0 26,2 124,0 848,4 227,3 288,2 826,6 336.589 299.620 732.600 4.760.000 1.264.000 500.000 43.425 50.000 115.800 662.000 91.000 47.000 57.445 27.900 45.660 173.450 18.451 5.660 170,7 93,1 62,3 36,4 14,6 11,3 1.322,9 558,0 394,3 262,0 202,8 120,4 Fontes/Souites: FAO (ONU), IBGE. Os dados do Brasil referem-se a 2006 e, para as frotas, são estimados. / The data for Brazil refer to 2006, and for fleets the figures are estimates. 19 20 OUTUBRO Nº 8 2007 Nova máquina de corte: LPH 37 AristoPower 460 / AristoFeed 30-4W MA6 Tecnologia a serviço do agronegócio (Advanced Surface Characteristics – Característica Avançada de Superfície). A ESAB está preparada para esses novos tempos e seus novos desafios. Trabalhando estrategicamente há alguns anos, hoje a ESAB coloca no mercado uma série de equipamentos com suas tecnologias a serviço desse setor. Nos últimos anos, a procura por robotização e mecanização vem crescendo exponencialmente, bem como o uso de equipamentos de solda com maior tecnologia embarcada. Essa nova tendência é resultado de um mercado globalizado, onde as empresas, para se tornarem competitivas, precisam explorar detalhes de seus projetos. Com isso, novas técnicas de produção, aliadas a novos materiais e menores espessuras, requerem máquinas que permitam um melhor controle sobre a soldagem. Toda essa tecnologia é utilizada para tirar a subjetividade da soldagem e estabelecer a repetibilidade como uma nova forma de condução dos trabalhos. Com o futuro já presente no nosso dia-adia, a ESAB apresenta as mais diversas soluções em solda e em corte, que vêm colaborar com esse novo posicionamento do mercado. Abaixo, a ilustração mostra a estabilidade do ASC ao longo do contato deslizante do bico de contato e o arame. Consumíveis. Atualmente, a ESAB está introduzindo no mercado o OK AristoRodTM, arame sólido com propriedades superiores em soldagem automatizada e com robô, que é fabricado pela ESAB com tecnologia ASC • Arco estável em altas correntes de soldagem. • Pouco respingo. • Excelente abertura de arco. • Boa performance na alimentação de arames em altas velocidades e pistolas com conduits mais extensos. • Reduzido consumo de bicos de contato. • Melhor proteção contra a oxidação do arame. • Baixos níveis de emissão de fumos. • Mesma performance, ou melhor, se comparada a arames cobreados. • Baixa queda de voltagem entre o bico de contato e o arame. • Melhor estabilidade na corrente de transferência. • A tecnologia ASC melhora a resistência à corrosão. • A resistência à corrosão é igual ou melhor do que os arames cobreados. Esta tecnologia vai permitir que as automatizações tenham menores tempos de parada. Possuímos também a linha mais completa de consumíveis para a soldagem dos aços de alta resistência, que são uma realidade na indústria de guindastes e que começam a tomar forma na indústria de equipamentos agrícolas e implementos rodoviários. Eles aumentam a capacidade de carga em função da redução do peso do equipamento ou implemento construído. Equipamentos de solda e corte standard. A ESAB, líder no mercado nacional de equipamentos, vem ampliando constantemente a sua linha de produtos, seja desenvolvendo produtos nacionais com tecnologias já dominadas localmente, como a convencional, que pode ser traduzida por robustez e confiabilidade, ou a tiristorizada, sinônimo de robustez, parâmetros de solda constantes mesmo com as oscilações da rede elétrica, bem como maior número de parâmetros possíveis e controles a distância. Estas tecnologias já estão disponíveis na construção de máquinas semi-automáticas e automáticas. Agora, a ESAB se prepara para dar mais um passo inédito na indústria nacional: a empresa está trabalhando no primeiro inversor para fontes de energia a ser empregada nos processos semi-automáticos. OUTUBRO Completando a linha de inversores, visto que, desde 2002, já tínhamos esta tecnologia disponível para as máquinas manuais, esta tecnologia apresenta de forma ainda mais apurada as vantagens das máquinas tiristorizadas, acompanhada de redução de consumo de energia elétrica e peso. E se o critério for robustez, podemos aliar as vantagens dos inversores à força dos tiristores: são as máquinas chooper. Não podemos dizer que qualquer uma das tecnologias vá ser eliminada em função de uma outra. Podemos observar as vantagens de cada uma delas e definir pela escolha da mais apropriada para uma determinada necessidade. A substituição de uma tecnologia por outra de maior desenvolvimento sempre deverá ser precedida pela seguinte análise: • Necessidade técnica / processo. • Prioridade dos investimentos. • Análise da necessidade de melhorias em outros setores da empresa, que funcionariam como pré-requisito para uma boa soldagem, como corte e dobra. • Atualização da capacidade técnica do departamento de manutenção. • Investimento em recursos humanos. Sendo assim, podemos concluir: não existe uma pré-definição do que deve ser feito em termos de tecnologia numa empresa, e sim um caminho a ser seguido, em que um posicionamento estratégico e um estudo detalhado apontarão a decisão mais correta. Ainda pensando na otimização dos processos de soldagem, a ESAB apresenta, de forma complementar ao Sistema Aristo - uma fonte multiprocesso, pulsada, inversora, com linhas de sinergismo entre outros recursos, perfazendo um equipamento de altíssima tecnologia voltada a aplicações específicas e/ou operação com células de robô - sua nova tecnologia de controle dos parâmetros de soldagem, o sistema QSet. QSet. O QSet é um sistema revolucionário, exclusivo da ESAB, para a soldagem em curto-circuito e especialmente desenvolvido para trabalhos em chapas finas. O sistema opera com excelente performance com CO2,, um diferencial importante face à instabilidade que o mercado de gases de proteção está passando, pela dificuldade no fornecimento do gás argônio. O Sistema QSet, de última geração, é constituído por: • Soldagem MIG-MAG curto-circuito com um único botão de ajuste. • Ajuste simples da velocidade do arame. O sistema reconhece automaticamente o material e diâmetro do arame e o tipo de gás de proteção. • Não precisa de linhas de sinergismo. • Altura de arco constante. • Arco estável, sem respingos. • Cofiguração automática dos parâmetros ótimos de soldagem em apenas 6 segundos. Quando se inicia a soldagem com um tipo de arame e gás, o QSet define e armazena automaticamente todos os parâmetros ótimos. A tensão segue as alterações na velocidade de alimentação do arame, tão fácil quanto 1.2.3: 1. Definido o tipo de gás e arame a ser utilizado, faz-se uma solda durante 6 segundos para que o equipamento encontre os parâmetros ideais de soldagem. 2. Ajusta-se a velocidade do arame em função do tipo da junta, espessura do material a ser soldado e posição de soldagem. 3. Diferentes programas ou alterações de velocidade de arame ou stick-out durante a soldagem são assimilados em tempo real pelo equipamento. Automação e CNC: São máquinas planejadas e desenvolvidas tendo em mente as necessidades do cliente, buscando facilidades de operação e manutenção. Como são totalmente desenvolvidas pela ESAB, garantimos a melhor e a mais abrangente solução para nossos clientes, com equipamentos fabricados no Brasil ou nas diversas unidades da ESAB no mundo. Assistência técnica: Buscamos a atualização de nossa rede de Serviço Autorizado ESAB (SAE), como também disponibilizamos uma política de peças de reposição originais, acessível a todos os nossos clientes. Meio ambiente: A ESAB, com suas soluções ambientais, juntamente com a Nederman, está pronta a atender as exigências da ISO 14000 e TS 16949, que tratam do meio ambiente. QSet Nº 8 2007 21 22 OUTUBRO Nº 8 2007 OUTUBRO Nº 8 2007 Energia Eólica Tecnomaq investe em equipamentos ESAB na fabricação de torres de energia eólica Reportagem e redação Paulo Cunha A crise mundial na produção de energia elétrica é fruto de um acelerado processo de globalização da economia, aliado a fatores como a escassez de água em diversas regiões do planeta, aquecimento global e a necessidade da redução da emissão de gases na atmosfera. Estes temas estão entre os maiores desafios de governos em todo o mundo neste novo milênio. Buscar alternativas para reverter esse cenário, a curto e longo prazos, coloca em evidência a necessidade da implantação de fontes de energia alternativas que sejam, acima de tudo, limpas, renováveis e disponíveis em diversos lugares. Neste contexto, a geração de energia elétrica através do vento – energia eólica –, é uma das alternativas viáveis para atender a diferentes níveis de demanda. Além de ser abundante e não poluente, a energia eólica poderá garantir 12% das necessidades mundiais de eletrici- dade até 2020, criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir significativamente a emissão global de dióxido de carbono na atmosfera nos próximos 30 anos. Um levantamento do Word Energy Council (WEC) aponta que, em 2007, cerca de 1% da energia elétrica produzida no mundo será proveniente de fonte eólica. Atualmente, a potência mundial instalada de energia eólica é de 75 mil MW, sendo que, no Brasil, os números ainda são muito pequenos em relação a outros países, chegando a apenas 237 MW. Hoje, a potência instalada de energia eólica no Brasil representa apenas 0,23% da matriz energética brasileira. O país ocupa a vigésima posição no ranking de maiores produtores deste tipo de energia no mundo; contudo, tem um grande potencial de crescimento e, cada vez mais, estão sendo feitos investimentos para a geração de energia através da fonte eólica. Linha de produção da fabricação de pontes rolantes da Tecnomaq 23 24 OUTUBRO Nº 8 2007 Energia Eólica Fabricação de torres eólicas no Brasil Linha de produção da fabricação de pontes rolantes da Tecnomaq Calandra, equipamento utilizado para a confecção de filmes planos, chapas e laminados Ponte rolante de 75 ton Acompanhando a tendência mundial na busca de alternativas para o incremento de geração de energia elétrica limpa e renovável, a Tecnomaq, empresa com mais de 15 anos no mercado metal-mecânico, sediada em Fortaleza - CE e especializada na fabricação e montagem de equipamentos e sistemas de transporte, pórticos e pontes rolantes, nos últimos três anos passou também a investir na área de energia, principalmente em energia de fonte alternativa limpa. Enxergando que o investimento em energia eólica no Nordeste brasileiro, especialmente no litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, tem potencial de instalação do equivalente a mais de três usinas de Itaipu, a empresa realizou um grande investimento para a construção de uma planta industrial, exclusivamente voltada para a fabricação de torres eólicas tubulares em aço, a primeira do Brasil. A nova planta da Tecnomaq está em ritmo acelerado de construção, com as áreas de corte e calandragem em fase adiantada de instalação, podendo operar com chapas de aço de até 3 metros de largura e 53 mm de espessura. Segundo o diretor-gerente da Tecnomaq, Antônio Balhmann, a empresa investiu aproximadamente R$ 30 milhões nessa fábrica, que terá capacidade de produzir, nesta primeira fase, 100 torres de 85 m de altura por ano. Já na segunda fase, a partir de abril de 2008, a Tecnomaq terá condições de construir 200 torres de até 100 m de altura por ano. De acordo com Balhmann, para 2009 a empresa já projeta atingir uma média de uma torre por dia. Localizada estrategicamente no km 23 da BR 116, próximo a Fortaleza, no Complexo Industrial Portuário do Pecém, a fábrica se beneficia da excelente localização, que favorece tanto a logística para a importação de componentes como do transporte das enormes e pesadas peças para a montagem das torres eólicas. Expansão e equipamentos ESAB A construção de uma planta industrial para fabricar torres de geradores eólicos de grande porte exigiu que a Tecnomaq investisse na automatização de sua linha de produção, associada às rígidas especificações de solda, pintura, preparação de chapas e outros processos. Para se equiparar às melhores e mais produtivas indústrias do mundo, a Tecnomaq utilizará o conjunto de máquinas de alta tecnologia ESAB, inclusive máquinas de solda automáticas. A Tecnomaq, que já dispõe de máquinas de solda ESAB para a fábrica de pontes rolantes e gruas, adquiriu para a planta de torres eólicas uma linha completa de viradores e colunas manipuladoras de solda para a fabricação de torres tubulares de aço com diâmetro de até 5200 mm. Uma outra linha de equipamentos ESAB já tem sua compra planejada para duplicar a produção, a partir de junho de 2008. O início da utilização da primeira linha de máquinas de solda deverá ocorrer no mês de novembro de 2007. Equipamentos ESAB utilizados pela Tecnomaq • Coluna CaB65, série 300, com 6 m de altura e lança de 5 m de comprimento e coluna CaB55, série 300, com 5 m de coluna e 5 m de lança, instalados sobre trilhos para maior flexibilidade para soldagem externa das virolas. • Cabeças de soldagem Tandem com dois arames (CC/CA) arco sub- merso, permitindo ao sistema elevadas taxas de deposição. • Controladores micro-processados ESAB PEH, que permitem melhor controle e registro dos parâmetros de soldagem utilizados. • Trator de soldagem A2T Multitrac para o processo arco submerso, para a soldagem circunferencial interna. • Em conjunto com os equipamentos de soldagem, serão instalados viradores auto-alinháveis da Série ZT. Nos modelos ZT 20, ZT 40 e ZT 80, para giro de 20, 40 e 80 ton, respectivamente. OUTUBRO Nº 8 2007 Energia Eólica Mercado mundial O mercado mundial de energia eólica cresce rapidamente nos países desenvolvidos. Nos últimos 30 anos, países como Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Dinamarca têm realizado importantes investimentos no desenvolvimento de tecnologia e equipamentos para a geração eólica. A crise do petróleo na década de 70 e a necessidade de diminuir a dependência do petróleo e carvão na produção de eletricidade colaboraram diretamente para o crescimento da indústria de construção de torres e geradores eólicos. Hoje, no mundo, existem mais de 30 mil torres eólicas de gran- Ranking total 2006 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 TOTAL de porte que geram 50 mil MW de energia. De acordo com o Conselho Global de Energia do Vento (Global Wind Energy Council), entidade que reúne associações do setor de vários países, em 2020 a capacidade de geração de energia eólica chegará a 1.245.030 MW, ou seja, 12% de toda a energia elétrica do mundo. Os países com o maior número de instalações de energia eólica (tabela abaixo), são os seguintes: Alemanha (20.622 MW), Espanha (11.615 MW), Estados Unidos (11.603 MW), Dinamarca (3.136 MW) e Índia (6.270 MW). Alguns países, como Itália, Ho- landa, Japão e Reino Unido, estão acima ou próximos da marca dos 1.000 MW. Na dinamarca, por exemplo, atualmente a fonte eólica contribui com 12% do total de energia elétrica produzida no país. Na Alemanha, esse número já atinge 16%. O país é disparado, o maior produtor e consumidor de eólica em todo mundo. Já nos Estados Unidos, país que não é signatário do Protocolo de Kioto, muitos estados norte-americanos já fizeram suas escolhas em adotar a estratégia de substituição da sua matriz energética. Additional Growth rate Total capacity capacity 2006 2006 end 2006 [MW] % [MW] 2194 11,9 20622 Germany 1587 15,8 11615 Spain 2454 26,8 11603 USA 1840 41,5 6270 India 8 0,3 3136 Denmark 1145 90,9 2405 China 405 23,6 2123 Italy 610 45,1 1963 United Kingdom 628 61,4 1650 Portugal 810 106,9 1567 France 336 27,5 1560 Netherlands 768 112,4 1451 Canada 354 34,0 1394 Japan 146 17,8 965 Austria 238 41,1 817 Australia 183 31,9 756 Greece 147 29,6 643 Ireland 54 10,6 564 Sweden 55 20,4 325 Norway 208 729,6 237 Brazil 730 48,4 2238 Rest 14.900 25,3 73.904 Country Total capacity end 2005 [MW] 18428 10028 9149 4430 3128 1260 1718 1353 1022 757 1224 683 1040 819 579 573 496 510 270 29 1508 59.004 Ranking total 2005 1 2 3 4 5 8 6 7 11 13 9 14 10 12 15 16 18 17 19 34 25 26 OUTUBRO Nº 8 2007 Correio Técnico I A diluição e o seu controle em soldas de revestimento Cláudio Turani Vaz Consultor Técnico ESAB Brasil D iluição é o nome dado à mistura do metal de base com o metal de adição durante a soldagem. Quando o objetivo é realizar revestimentos para a obtenção de propriedades específicas, como resistência a determinados mecanismos de desgaste, é interessante reduzir ao máximo a diluição. A composição química do metal de base sobre o qual está sendo aplicado o revestimento certamente influencia a diluição. Além deste fator, a mistura também será influenciada pelo processo e procedimento de soldagem empregados, conforme podemos ver na tabela abaixo. Fatores que influenciam a diluição: Velocidade de soldagem Tipo de corrente e polaridade* Aporte de calor Baixa velocidade = alta diluição Alta velocidade = baixa diluição CC- = baixa diluição CA = diluição intermediária CC+ = alta diluição Baixo = baixa diluição Alto = alta diluição Técnica de soldagem Cordões estreitos = baixa diluição Cordões largos = alta diluição Posição de soldagem Vertical ascendente = alta diluição Horizontal, plana e vertical descendente = baixa diluição Número de camadas Maior número de camadas = menor diluição Metal de solda empregado Materiais mais ligados = menor sensibilidade a diluição Comprimento energizado (arames) Maior comprimento energizado / menor diluição (*)Não é valido para soldagem TIG OUTUBRO Nº 8 2007 Parceria entre Techint e ESAB Brasil na montagem da jaqueta da plataforma PRA-1 Cláudio Turani Vaz - Consultor Técnico ESAB Brasil Sérgio Munhós - Engenheiro de Soldagem Techint S.A. José Roberto Domingues - Gerente Técnico ESAB Brasil A PRA-1 é uma plataforma fixa de rebombeamento autônoma que faz parte do PDET (Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos), criada como alternativa para escoamento do petróleo das plataformas para o continente. Sua jaqueta foi montada pela Techint S.A. no canteiro de Pontal do Paraná/PR. Os requisitos técnicos e aspectos operacionais influenciaram de maneira significativa a escolha dos consumíveis de soldagem para esse projeto. A parceria técnica entre Techint e ESAB foi de fundamental importância para o sucesso desse projeto. Tabela 1: Características técnicas da PRA-1 Lâmina d’água Capacidade de bombeamento Convés Número de módulos Acomodações Investimento Jaqueta Aço Peso total Altura Base Topo 106 metros 750 mil bpd 67 metros x 53 metros x 41 metros 5 90 pessoas US$2.7 bilhões Jaqueta API 2W-50 7.500 toneladas (aproximado) 116 metros 56 metros x 56 metros 36 metros x 49 metros Descrição A PRA-1, Plataforma de Rebombeio Autônomo-1, é uma plataforma fixa instalada a cerca de 100 Km da costa no Campo de Marlim Sul/Bacia de Campos planejada para escoar, em período de pico, aproximadamente 630 mil barris de petróleo por dia, produzidos pelas plataformas P-40, P-51, P-52, P-53, P-55 e RO-Módulo 4 nos Campos de Roncador, Marlim Sul e Marlim Leste. Sua jaqueta, uma estrutura em aço API 2W-50 com peso total de 7.500 ton, construída pela Techint em seu canteiro localizado no município de Pontal do Paraná-PR, sob encomenda da Petrobras, foi lançada ao mar em 31 de dezembro de 2006. Suporte técnico e consumíveis de soldagem fornecidos pela ESAB permitiram a Techint sucesso nas operações de soldagem executadas durante este projeto. Figura 1: Vista aérea do canteiro de obras da Techint em Pontal do Paraná / Paraná Características técnicas Planejada sob um novo conceito que contemplou, como característica fundamental, a otimização no emprego de materiais através da redução de peso, a jaqueta da PRA-1 tem como característica própria uma estrutura as- Figura 2: Vista geral da jaqueta em sua fase final de montagem 27 28 OUTUBRO Nº 8 2007 Figura 3: Geometria do chanfro Figura 4: Dimensões da chapa de teste e localização dos corpos de prova Tabela 2: Características técnicas OK 48.08 E7018-G Classificação AWS Composição Química (Valores Típicos) Composição Química (Valores Típicos) C 0,05% Si 0,37% Mn 1,25% Ni 0,90% Propriedades Mecânicas (Chapa de teste AWS) Limite de escoamento 555MPa Limite de resistência 630MPa Alongamento 28% Impacto (Charpy – V) 153J Propriedades Mecânicas (Chapa de teste N-1859) Limite de escoamento – média 545MPa (como soldado) 560MPa (T.T.) Limite de resistência – media 633MPa (como soldado) 645MPa (T.T.) Alongamento – média 30% (como soldado) 27% (T.T.) Impacto - face (Charpy – V) (-30J) 85J (como soldado) 79J (T.T.) Impacto - raiz (Charpy – V) (-30J) 109J (como soldado) 146J (T.T.) CTOD – média 0,86mm (como soldado) 1,50mm (T.T.) simétrica. Esse aspecto representou enorme desafio aos construtores durante os 24 meses necessários à sua montagem. Nós e tubos empregados na jaqueta foram fabricados previamente e enviados ao canteiro de obras de Pontal do Paraná por via terrestre. No canteiro de obras, frente à complexidade estrutural, foi elaborado um detalhado plano de construção, constituído pela montagem das faces ao nível do solo, “roll up”, estaiamento e consolidação final pelo travamento dos elementos tubulares. A seqüência dessa montagem foi estabelecida após análise estrutural das faces e níveis da jaqueta. Dentro desse planejamento, as soldagens, quase na totalidade constituídas por juntas circunferenciais, foram executadas seguindo critérios de qualidade e produtividade. União de elementos tubulares, quando possível, foi executada em “pipe shop” pelo processo de soldagem ao arco submerso (SAW). As demais soldas foram executadas em área aberta, com passes de raiz, utilizando soldagem TIG (GTAW) e enchimento e acabamento com arames tubulares de núcleo não metálico (FCAW) ou eletrodos revestidos (SMAW). A fabricação da jaqueta seguiu os critérios construtivos da Norma Petrobras N-1852 (Estruturas Oceânicas – Fabricação e Montagem de Unidades Fixas). Segundo essa norma, os aços empregados devem ser classificados segundo a Norma Petrobras N-1678 (Estruturas oceânicas – Aço) e os consumíveis de soldagem devem ser fornecidos de acordo com as condições definidas pela Norma Petrobras N-1859 (Consumível de Soldagem com Qualidade Assegurada). A temperatura mínima de projeto para esta jaqueta foi de 10°C. O aço API 2W-50, empregado na fabricação da jaqueta, foi reclassificado de acordo com a Norma N-1678. Consumíveis de soldagem Os consumíveis de soldagem utilizados na construção da jaqueta desta plataforma foram fornecidos de acordo com as condições definidas na Norma Petrobras N-1859. Para atender às exigências dessa norma, foram executados, além dos ensaios necessários à classificação dos consumíveis, ensaios de tração, impacto (Charpy - entalhe V) e CTOD em corpos de prova do metal de solda nas condições como soldado “AW” e após tratamento térmico “PWHT”. O tratamento consistiu na manutenção de uma OUTUBRO temperatura entre 600 e 650°C por, aproximadamente, duas horas. As faixas de aquecimento e resfriamento máximas foram de 110 e 130°C/hora, respectivamente. Para a retirada dos corpos de prova, a Norma N-1859 recomenda a soldagem de uma chapa de teste com espessura mínima de 50mm, confeccionada no mesmo aço a ser empregado no projeto. A figura 3 mostra a geometria do chanfro, e a figura 4, as dimensões e localização de onde devem ser retirados os corpos de prova da chapa de teste. Para o ensaio de impacto (Charpy – entalhe V) foram confeccionados dois conjuntos de seis corpos de prova. Cada conjunto é constituído de três corpos de prova retirados da raiz da solda e de três retirados a 2mm da superfície no centro da solda. Para a realização do ensaio de tração, foram confeccionados dois conjuntos de dois corpos de prova. Desses conjuntos, um corpo de prova foi retirado do lado A e outro do lado B da junta. Finalmente, para realização do ensaio de CTOD, foram confeccionados dois conjuntos de três corpos de prova. Os ensaios de CTOD foram realizados à temperatura de mínima de projeto (Tp), ou seja, 10°C, e os ensaios de tenacidade ao impacto (Charpy – entalhe V) à Tp – 40°C, ou seja, -30°C. Além da soldagem desta chapa de teste, é exigida, pela Norma N-1859, a soldagem de chapas de teste para realização dos ensaios mecânicos necessários à classificação do consumível pela especificação AWS correspondente. Neste projeto, foram empregados: o eletrodo revestido OK 48.08, fluxo aglomerado OK Flux 10.71 e arame tubular Filarc PZ 6138SR. As características técnicas e resultados obtidos nos ensaios propostos pela N-1859 são relacionados nas tabelas 2, 3 e 4. Em complemento às aprovações iniciais dos consumíveis, todos os lotes de consumíveis utilizados na fabricação da jaqueta foram fornecidos com valores de ensaios mecânicos reais. Suporte técnico Além da aprovação dos consumíveis de soldagem pela Norma N-1859, todo o processo de qualificação dos procedimentos de soldagem e treinamento dos soldadores visando à qualificação foi efetuado em conjunto pela ESAB e Techint. Essa parceria técnica foi de fundamental importância para o sucesso do empreendimento. Nº 8 2007 Tabela 3: Características técnicas OK Flux 10.71 Arame Classificação AWS Composição Química (Valores Típicos) C Si Mn Propriedades Mecânicas Limite de escoamento* Limite de resistência* Alongamento* Impacto (Charpy – V)* Limite de escoamento – média** Limite de resistência – média** Alongamento – média** Impacto face (Charpy – V)** (-30J) Impacto raiz (Charpy – V)** (-30J) CTOD – média** EM13K F7A4-EM13K Composição Química (Valores Típicos) 0,05% 0,50% 1,40% 542MPa 644MPa 30% 76J 498MPa (como soldado) 510MPa (T.T.) 626MPa (como soldado) 620MPa (T.T.) 26% (como soldado) 25% (T.T.) 59J (como soldado) 91J (T.T.) 115J (como soldado) 147J (T.T.) 0,81mm (como soldado) 0,94mm (T.T.) (*) Chapa de teste AWS (**) Chapa de teste N-1859 Tabela 4: Características técnicas Filarc PZ 6138SR Classificação AWS Composição Química (Valores Típicos) C Si Mn Ni Propriedades Mecânicas Limite de escoamento* Limite de resistência* Alongamento* Impacto (Charpy – V)* Limite de escoamento – média** Limite de resistência – média** Alongamento – média** Impacto face (Charpy – V)** (-30J) Impacto raiz (Charpy – V)** (-30J) CTOD – média** E81T1-Ni1MJ Composição Química (Valores Típicos) 0,05% 0,37% 1,24% 0,84% 530MPa 580MPa 31% 144J 445MPa (como soldado) 490MPa (T.T.) 625MPa (como soldado) 600MPa (T.T.) 23% (como soldado) 24% (T.T.) 124J (como soldado) 78J (T.T.) 130J (como soldado) 58J (T.T.) 0,66mm (como soldado) 1,13mm (T.T.) (*) Chapa de teste AWS (**) Chapa de teste N-1859 29 30 OUTUBRO Nº 8 2007 Procedimento de soldagem A figura 5 apresenta o chanfro e seqüência de passes de um dos procedimentos de soldagem qualificados neste projeto onde foi utilizado, para soldagem do passe de raiz, o eletrodo revestido OK 48.08 e, para enchimento e acabamento, o arame tubular Filarc PZ6138SR. Na qualificação do procedimento foram soldadas chapas de teste na posição vertical ascendente (3G – ascendente). Características do procedimento de soldagem qualificado estão listadas na tabela 5 e os resultados dos ensaios destrutivos obtidos durante a qualificação são listados na tabela 6. Tabela 5: Procedimento de soldagem qualificado Figura 5: Chanfro e seqüência de passes todas Posição de soldagem qualificadas ≥15°C Pré-aquecimento ≤250°C Temperatura entrepasses OBS: Goivagem da raiz antes da soldagem do lado B Raiz OK 48.08 Consumível E7018-G Classificação 3,25mm Diâmetro CC+ Tipo de Corrente/Polaridade 95 – 127A Corrente 19 – 25V Tensão ≤3,7KJ/mm Heat Input Enchimento Filarc PZ6138SR Consumível E81T1-Ni1MJ Classificação 1,20mm Diâmetro 75%Ar + 25%CO2 (15l/min) Gás de proteção Tipo de Corrente/Polaridade CC+ Corrente 152 – 222A Tensão 23 – 28V Heat Input ≤2,4KJ/mm Tabela 6: Resultados dos ensaios executados para qualificação do procedimento Tração 545MPa, fora da solda 545MPa, fora da solda Dobramento lateral 0,8mm 0,8mm Impacto (Charpy –V) -30°C Centro da solda ZTA Linha de fusão – 2mm Linha de fusão – 5mm Dureza (HV) Dentro dos valores especificados Livre de descontinuidades Livre de descontinuidades 65J / 103J / 78J (média 82J) 254 / 60 / 140 (média 185J) 279J / 246J / 284J (média 270J) 250J / 232J / 242J (média 241J) OUTUBRO Nº 8 2007 31 Puma Smashweld nova geração: série 0 produzida com sucesso A nova linha de máquinas para soldagem Smashweld, também chamada de SW, está cada vez mais próxima de seu lançamento no mercado. No dia 4 de setembro, foi iniciada a montagem do primeiro lote dos equipamentos, que terá no total 30 unidades. A fabricação da série zero corresponde à fase 4 do Puma, metodologia de desenvolvimento de projetos usada pela ESAB e que possui seis etapas. Para o engenheiro Flávio dos Santos, a utilização dessa metodologia é o fator de sucesso da nova geração Smashweld, e o que torna a linha tão importante para a ESAB. “Esse é um dos principais projetos desenvolvidos dentro do Puma, e que passou por todas as suas fases. Isso permitiu que a Engenharia tivesse um maior controle das ações, e promoveu um amadurecimento contínuo dos processos e da equipe, resultando num trabalho de maior qualidade”, comenta. Outro ponto de destaque é o desenho das máquinas. Ele segue uma determinação da ESAB que pretende unificar o design dos produtos de todas as unidades no mundo, fortalecendo a identidade visual. É importante salientar também que os equipamentos SW foram desenvolvidos dentro das normas internacionais de segurança e confiabilidade. Thiago Martins, da Engenharia de Processos, explica que essas características do projeto provam que ele já está adaptado aos padrões mundiais da ESAB. “As linhas estão passando por um momento de reestruturação, para melhorar itens como custo, funcionalidade e produção. A última geração Smashweld já traz todos esses benefícios”, explica. Superando expectativas Na Fábrica de Máquinas, a montagem do lote zero movimentou os colaboradores. Depois de um período de adaptação, a equipe se empenhou na montagem dos equipamentos. Thiago explica que a linha foi desenvolvida com uma preocupação ergonômica, e por isso vai melhorar as condições de trabalho, além de tornar os processos mais rápidos e seguros. Outra boa notícia é a melhora na produtividade, que já foi comprovada na fabricação da primeira série. De acordo com Thiago, a expectativa era que as 30 máquinas fossem montadas em três dias, mas no segundo dia de trabalho todas as unidades já estavam prontas. “Não esperávamos essa capacidade de produção tão alta. É um ótimo resultado.” A nova linha SW já tinha sido apresentada à equipe da fábrica, durante uma reunião da célula de comunicação do setor, em junho. O objetivo era adiantar algumas informações sobre as especificidades do projeto. Isaac Assis, líder do setor, foi um dos colaboradores que participou da reunião de apresentação do equipamento. Meses depois do primeiro contato, disse estar animado com as máquinas novas. “Dá pra ver que a produção vai melhorar, o processo está otimizado, a qualidade do trabalho aumentou”, afirma. Anderson Soares, montador da Fábrica, também teve uma boa impressão do produto. “A montagem está mais ergonômica e rápida. Isso vai melhorar os processos e beneficiar o cliente, nosso foco principal.” Próximos passos O Projeto Smashweld foi iniciado no final de 2006 pelo setor de Engenharia de Desenvolvimento de Máquinas. Mas, desde o lançamento da primeira máquina, a linha vem passando por alterações, completando quatro gerações: 250, 250E, 252 e 257. Nos próximos meses, o lote zero será avaliado nas filiais da ESAB no Brasil e no exterior, além de passar por testes em laboratórios externos e testes de campo com alguns dos clientes. Este momento de provas e verificações corresponde à etapa 5 do PUMA. Depois de avaliadas, serão feitas as revisões necessárias nas máquinas, e começa a preparação para o lançamento dos produtos. Esta é a última fase do desenvolvimento do projeto, e consiste na produção e acompanhamento dos equipamentos. De acordo com Flávio dos Santos, a previsão é que, no início de 2008, a linha SW já esteja sendo fabricada para o mercado. Processo otimizado melhorará a produção e a qualidade do trabalho 32 OUTUBRO Nº 8 2007 Responsabilidade Social ESAB comprometida com ações sociais Cidades da Solda é o principal projeto apoiado pela empresa Reportagem e redação Paulo Cunha H á dois anos, a ESAB, jun- Com o objetivo de capacitar jovens tamente a outras empre- para trabalhar como soldadores e ma- sas sediadas em Conta- çariqueiros, colaborando diretamen- gem – MG, a prefeitura do te para sua inserção no mercado de município, a Federação das Indústrias trabalho, o projeto Cidades da Solda do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o disponibiliza para esses jovens uma Senai e Sebrae-Minas, com apoio do oficina didática de soldagem onde são Prominp, iniciaram o projeto Cidades realizados os cursos e treinamentos. da Solda, no Bairro Funcionários, um A ESAB, que participa do projeto fa- dos mais carentes do município. Inau- zendo a doação de vários equipamen- gurado em julho de 2005, o Cidades da tos de solda utilizados na montagem Solda, em Contagem, está sediado no das oficinas, oferece todo o suporte Cacad Lucas Braga (Centro de Atenção técnico aos profissionais responsáveis à Criança e ao Adolescente), instituição por ministrar os cursos, e também co- de ensino da prefeitura. labora absorvendo parte da mão-de- OUTUBRO Nº 8 2007 33 Responsabilidade Social obra formada na oficina, proporcionan- sendo que 85% deles conseguiram o do a muitos jovens a oportunidade do primeiro emprego logo após o encer- primeiro emprego. ramento do curso. Em agosto, teve iní- Todas as empresas que participam cio a terceira turma, composta por 32 do Cidades da Solda assumem os alunos, que passam a ter um incentivo custos com a infra-estrutura das ins- especial. “As empresas conveniadas ao talações, uniformes, materiais, entre Senai estão oferecendo aos estudantes outras coisas. O curso tem duração de o pagamento de uma bolsa de estudos três meses e os alunos aprendem os de meio salário mínimo e vale-transpor- processos de soldagem, recebem co- te. O Cacad entra com o espaço para nhecimentos teóricos de matemática, o projeto e a alimentação”, explica Irmã qualidade, segurança, meio ambiente e Rita. relações interpessoais. Um dos objeti- Aluna da terceira turma, Cristiane vos do projeto é não só formar o aluno Barbosa Siqueira, 19 anos, que conhe- para desempenhar uma função especí- ceu o Cidades da Solda através do seu fica, mas também que ele adquira co- irmão, que se formou como soldador nhecimento suficiente para solucionar no projeto, está animada com a oportu- problemas no dia-a-dia da profissão. nidade de aprender uma profissão. “Os Podem se inscrever no curso jovens professores são ótimos e esta é uma entre 18 e 24 anos, que tenham cursa- oportunidade importante para eu con- do pelo menos até a 6ª série do ensino seguir conquistar os objetivos que de- fundamental, que estejam desempre- terminei para minha vida”, conta. Sobre gados e em situação de risco social. a bolsa de estudos, Cristiane diz que é Oficina didática de soldagem com equipamento da ESAB um grande incentivo. “Fazendo o cur- Formando novos profissionais e cidadãos so, sei que seria beneficiada no futuro, mas com a bolsa, já tenho o beneficio desde agora e isso é muito bom.” O sucesso da implantação de um Outro participante do curso, Anilton projeto como o Cidades da Solda de- Oliveira, 20 anos, que foi aluno do Ca- pende tanto do investimento das em- cad na infância, aguardou ansiosamen- presas e entidades participantes como te a oportunidade de entrar no projeto. também da instituição que abriga e “Só estava fazendo bicos e o curso mantém o dia-a-dia do projeto em chegou na hora certa. Agora terei uma cada localidade. O Cacad (Centro de profissão. O que eu gosto aqui é que, Atenção à Criança e ao Adolescente) além de aprender sobre soldagem, o Lucas Braga, que recebe o projeto em curso também ensina como devemos Contagem, é um exemplo de sucesso nos comportar nas empresas, nas en- na condução do projeto. Acompanhar trevistas de trabalho, como fazer um a rotina dos alunos, cobrar a presença currículo e nos relacionar com as pes- e incentivá-los ao estudo são algumas soas”. Anilton destaca que vários de das tarefas fundamentais nesse pro- seus amigos de bairro estão interessa- cesso de profissionalização. dos em participar do Cidades da Solda Para a coordenadora do Cacad Lucas Braga, Irmã Rita Silva, “a oportunidade para esses jovens participarem do projeto é essencial para ajudá-los a e também vislumbram uma oportunidade de ter uma profissão. Outras iniciativas abrir portas no mercado de trabalho”. O projeto Cidades da Solda tem Até julho de 2007, o projeto formou despertado o interesse de outros mu- duas turmas, totalizando 35 alunos, nicípios de Minas Gerais e de outros Cristiane Barbosa e Anilton Oliveira fazem parte da terceira turma do Cidades da Solda 34 OUTUBRO Nº 8 2007 Responsabilidade Social O presidente da ESAB, Dante de Matos, em cerimônia de inauguração de mais um Cidades da Solda, em Betim-MG. Acima, Dante ao lado do representante da ONG Missão Ramacrisna, Américo Amarante, e do prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa. Estados do país, como Pernambuco, partir de 6 anos de idade e atende, por Rio Grande do Norte, Paraná, São ano, cerca de três mil pessoas. Para Paulo. Em Minas Gerais, a ESAB tem os 486 alunos do ensino fundamental participação no projeto em outras duas de cinco escolas públicas da região localidades: Betim, na região metropo- rural de Betim, a Missão Ramacrisna litana de Belo Horizonte, e Coronel Fa- oferece ação complementar com auxí- briciano, no Vale do Aço. Existe ainda lio pedagógico, além de cursos profis- o interesse de replicação deste mode- sionalizantes para jovens em situação lo em outras cidades de Minas Gerais, de risco social, moradores de todos os como Ibirité, atualmente em processo bairros de Betim. A chegada do proje- de assinatura dos convênios, Vespa- to Cidades da Solda em Betim, certa- siano, Belo Horizonte e outra unidade mente, repetirá o sucesso já visto em em Contagem. Contagem. Em Betim, o projeto inaugurado em Já na cidade de Coronel Fabricia- 18 de setembro, com a presença do no, foi assinado no segundo semestre presidente da ESAB, Dante de Matos, de 2006 o protocolo de intenções para segue os mesmos moldes do que foi a instalação do projeto que será con- implantado em Contagem. Neste caso, duzido pela Associação Solidariedade a entidade que irá abrigar o Cidades Brasil-Togo (ASBT). De acordo com da Solda é a Missão Ramacrisna, uma este protocolo, a prefeitura da cidade organização não-governamental com será responsável pela remuneração quase 50 anos de história e reconheci- do profissional, pelo fornecimento do da internacionalmente pelos trabalhos material didático e pelo pagamento de que desenvolve no terceiro setor. As água e luz do imóvel. O Senai-MG esta- aulas do curso já tiveram início. belecerá as diretrizes pedagógicas e a Novamente, a participação de uma ASBT vai fazer a seleção dos estudan- instituição forte é o ponto-chave para tes, além de disponibilizar o espaço. A o sucesso do projeto em Betim. A Mis- data para o início dos cursos nesta lo- são Ramacrisna atua com crianças a calidade ainda não está definida. Prêmio Top Social ADVB 2007 O projeto Cidades da Solda recebeu da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, seção Rio de Janeiro (ADVB-RJ), o prêmio Top Social ADVB-RJ 2007, numa cerimônia realizada no Clube Monte Líbano, no Rio de Janeiro, no último dia 21 de agosto. O projeto foi um dos 22 vencedores desta premiação concedida a empresas que se destacam pela prática de ações socialmente responsáveis. Concebido no âmbito do Fórum Regional do Prominp em Minas Gerais, o projeto tem o objetivo de formar soldadores e maçariqueiros em comunidades carentes, próximas às unidades industriais fornecedoras de bens e serviços, para atender à demanda dos grandes investimentos planejados para os próximos anos nos setores de petróleo e gás, siderurgia, mineração, papel e celulose. Esta é a segunda premiação conquistada pelo projeto. Em 2006, com este mesmo tema, Cidades da Solda – Um projeto de Responsabilidade Social, o projeto ficou com o primeiro lugar em Responsabilidade Social do Prêmio Apoena do Abastecimento Sede.