04. Ao dizer que o compadrismo nasce da nossa tendência para a aproximação e a camaradagem, o autor do texto cometeu um erro argumentativo, que é Instrução: texto para as questões de 01 a 05. (A) (B) (C) (D) (E) COMPADRISMO A. da Silva Mello 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. O compadrismo é uma autêntica instituição nacional, nascida dessa nossa tendência para a aproximação e a camaradagem. Também a nossa política anda impregnada desses mesmos sentimentos, que têm levado o Brasil à beira do abismo, porque o governo tem de ser muito pessoal e individualista, cheio de vantagens e proteções, de abraços e intimidades. 05. No trecho “... desses mesmos sentimentos que têm levado o Brasil à beira do abismo,...” (l. 04-06), a forma verbal “têm levado” indica uma ação (A) (B) (C) (D) que já terminou. anterior a outra ação também passada. habitual no passado. iniciada no passado, a qual continua no presente. (E) iniciada no presente, a qual continua no futuro. 01. Deduz-se da leitura do texto que (A) o compadrismo deve ser abolido para que a política brasileira tenha atuação positiva. (B) o compadrismo é uma instituição nacional que se limita à política. (C) os governos devem ser pessoais e individualistas para que não se contaminem pelo compadrismo. (D) as vantagens e as proteções governamentais são frutos da recusa do compadrismo em nossa política. (E) o compadrismo é uma instituição americana e tem feito a desgraça política de muitas nações do continente. 02. A palavra que não conta, em sua formação, com um sufixo encontra-se na alternativa (A) (B) (C) (D) (E) compadrismo (l. 01). nacional (l. 02). camaradagem (l. 03). aproximação (l. 03). vantagens (l. 07). 03. Ao dizer que o compadrismo é uma autêntica instituição nacional, o autor não indica a que nação se refere, mas os leitores sabem que ele se refere ao Brasil; esse conhecimento deriva do fato de que (A) o autor é brasileiro. (B) o texto foi produzido no Brasil, para ser lido aqui. (C) as informações do texto se referem ao Brasil. (D) a língua utilizada no texto é a portuguesa. (E) só no Brasil há compadrismo. Língua Portuguesa partir de uma inferência para o seu raciocínio. atribuir a um efeito a posição de causa. misturar método dedutivo e indutivo. formular inadequadamente um silogismo. partir do geral para o particular. Instrução: texto para as questões de 06 a 09. A INDUSTRIALIZAÇÃO 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. Getúlio Vargas O problema básico de nossa economia estará em breve sob novo signo. O país semicolonial, agrário, importador de manufaturas e exportador de matérias-primas poderá arcar com as responsabilidades de uma vida industrial autônoma, provendo as suas urgentes necessidades de defesa e de aparelhamento. 06. Deduz-se da leitura do texto que (A) não vão ocorrer mudanças no cenário econômico. (B) o problema de nossa economia está na falta de industrialização. (C) o Brasil vai deixar de dedicar-se à agricultura. (D) o problema econômico do Brasil é fruto do colonialismo. (E) o nosso país vai deixar de importar manufaturas. 07. A forma verbal “provendo” (l. 06) é gerúndio de “prover”, verbo cuja forma da primeira pessoa do singular do presente do indicativo (A) (B) (C) (D) (E) inexiste. é provejo. é provenho. é provo. é proveio. 3 08. Assinale a alternativa em que, caso o acento gráfico fosse suprimido da palavra, restaria outra correta e existente em Língua Portuguesa. (A) (B) (C) (D) (E) básico (l. 01). estará (l. 01). país (l. 02). agrário (l. 03). poderá (l. 04). 09. Considere as afirmações sobre os morfemas que compõem as palavras destacadas do texto. I. Em “economia” (l. 01), um dos radicais significa “casa, hábitat, meio ambiente”. II. Em “manufaturas” (l. 03), um dos radicais significa “mão”. III. Em “autônoma” (l. 05-06), um dos morfemas significa “o que é de lei”. Quais estão corretas? (A) (B) (C) (D) (E) Apenas I e II. Apenas II e III. I, II e III. Apenas I e III. Apenas III. Instrução: texto para as questões de 10 a 21. O MEDO SOCIAL Jurandir Freire Costa 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 4 No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu automóvel com o filho ao lado. De repente, foi assaltada por um adolescente, que a roubou, ameaçando cortar a garganta do garoto. Dias depois, a mesma senhora reconhece o assaltante na rua. Acelera o carro, atropela-o e mata-o, com a aprovação dos que presenciaram a cena. Verídica ou não, a história é exemplar. Ilustra o que é a cultura da violência, a sua nova feição no Brasil. Ela segue regras próprias. Ao expor as pessoas a constantes ataques à sua integridade física e moral, a violência começa a provocar ........ , a fornecer padrões de respostas. Episódios truculentos e situações-limite passam a ser imaginados e repetidos com o fim de caucionar a ideia de que só a força resolv e conflitos. A violência torna-se um item obrigatório na visão do mundo que nos é transmitida. Cria a con- 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. do mundo que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o crime e a brutalidade são inevitáveis. O problema, então, é entender como chegamos a esse ponto. Como e por que estamos nos familiarizando com a violência, tornando-a nosso cotidiano. Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida como o instrumento de escolha na aplicação da justiça. Sua proliferação indiscriminada mostra que as leis perderam o valor normativo e os meios legais de .............. , a força que deveriam ter. Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo decisões privadas, dissociadas de princípios éticos válidos para todos. O crime é, assim, relativizado em seu valor de .............. . Os criminosos agem com consciências felizes. Não se julgam fora da lei ou da moral, pois se conduzem de acordo com o que estipulam ser o preceito correto. A imoralidade da cultura da violência consiste justamente na disseminação de sistemas morais particularizados e irredutíveis a ideais comuns, condição prévia para que qualquer atitude criminosa possa ser justificada e legítima. 10. Assinale a alternativa cujas palavras preenchem correta e respectivamente as lacunas das linhas 13, 30 e 36, mantendo-se a lógica textual. (A) expectativas – coersão – infração (B) espectativas – coerção – infração (C) expectativas – coerção – inflação (D) expectativas – coerção – infração (E) espectativas – coersão – inflação 11. A narrativa contida no primeiro parágrafo tem a função textual de (A) justificar a reação social contra a violência. (B) despertar a atenção do leitor para o problema da violência. (C) mostrar a violência nas grandes cidades. (D) exemplificar assunto que vai ser explicitado depois. (E) relatar algo que vai justificar uma reação social. Língua Portuguesa 12. A ideia não contida explicitamente no texto é a seguinte: (A) a violência cria regras próprias. (B) os criminosos agem segundo regras particulares. (C) a violência aparece socialmente justificada. (D) a violência aparece como algo inevitável. (E) a violência requer uma ação governamental eficiente. 13. Segundo o texto, para que a lei deixe de ser o remédio contra a violência é necessário (A) (B) (C) (D) (E) que as leis se tornem obsoletas. que os governos descuidem dos problemas. que os marginais se tornam mais audaciosos. que a violência crie regras próprias. que a violência se banalize. 14. O texto pode ser classificado, de forma mais adequada, como (A) (B) (C) (D) (E) dissertativo-opinativo. narrativo moralizante. informativo didático. normativo regulamentador. dissertativo polêmico. 15. Em “... que a roubou, ameaçando cortar a garganta do garoto.” (l. 03-04), observa-se o uso correto do gerúndio – segundo a norma culta formal –, o qual requer que a ação por ele explicitada seja simultânea à do verbo principal. Assim, é exemplo de uso inadequado do gerúndio – de acordo com a língua padrão – a frase (A) O assaltante entrou, sentando-se no banco traseiro. (B) O assaltante gritou, abrindo a porta. (C) O motorista acovardou-se, abaixando o vidro. (D) O marginal ameaçou-o, mostrando a arma. (E) O motorista obedeceu, acelerando o carro. 16. Considere as seguintes afirmações sobre a relação entre escrita e fala no que toca a algumas palavras do texto. I. Na maior parte das variedades de fala do português do Brasil, a palavra “convicção” (l. 19-20) tem um número de sílabas maior do que aquele que aparece em sua forma escrita. Língua Portuguesa II. Em algumas variedades do português falado do Brasil, o encontro consonantal presente na palavra “próprias” (l. 11), da qual se origina “proprietário”, é alterado por meio da supressão de um fonema, processo que também pode ser verificado na palavra “problema” (l. 21). III. A pronúncia do conjunto qu-, nas palavras “ataques” (l. 12) e “corriqueira” (l. 26), difere de um dos que se encontra na palavra “qualquer” (l. 44). Quais estão corretas? (A) (B) (C) (D) (E) Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. 17. Preencha os parênteses com V (verdadeira) ou F (falsa) conforme a veracidade acerca do uso de sinais de acentuação de palavras do texto. Após, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento de parênteses, de cima para baixo. ( ) Caso fosse suprimido o acento gráfico da palavra “história” (l. 08), restaria outra correta e existente em Língua Portuguesa. ( ) As palavras “violência” (l. 09) e “Episódios” (l. 14) são acentuadas pelo mesmo motivo. ( ) Caso a palavra “item” (l. 18) fosse pluralizada, ela deveria receber acento gráfico sobre a letra “i”. ( ) As palavras “vácuo” (l. 31) e “éticos” (l. 34) são acentuadas pelo mesmo motivo. (A) (B) (C) (D) (E) V – V – F – F. V – F – V – F. F – V – F – F. V – V – V – V. F – F – F – V. 18. Considere as propostas de reescrita. I. Substituição da expressão “De repente” (l. 02) por “Inesperadamente”. II. Substituição do ponto final, em “Verídica ou não, a história é exemplar. Ilustra o que é a cultura da violência” (l. 08-09), por “visto que”, fazendo-se o ajuste necessário de letra minúscula logo após o nexo sugerido. III. Substituição da expressão “com o fim de” (l. 16) por “provocando”. 5 Quais mantêm o sentido original do texto? (A) (B) (C) (D) (E) Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. (A) (B) (C) (D) (E) roubou (l. 03). feição (l. 09). ideia (l. 17). meios (l. 30). ideais (l. 43). Instrução: tira para a questão 22. O Menino Maluquinho 19. Ainda sobre o uso de elementos coesivos no texto, considere as afirmações que seguem. I. O pronome “Ela” (l. 11) retoma a expressão “uma senhora” (l. 01). II. O período “O problema, então, é entender como chegamos a esse ponto.” (l. 21-22) estaria corretamente reescrito e manteria o sentido original da seguinte forma: O problema é entender como chegamos, então, a esse ponto. III. O período “Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida como o instrumento de escolha” (l. 25-27) estaria corretamente reescrito e manteria o sentido original da seguinte forma: Em primeiro lugar, é preciso que a violência se torne corriqueira a fim de a lei deixar de ser concebida como o instrumento de escolha. Quais estão corretas? (A) (B) (C) (D) (E) Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e III. I, II e III. 20. A fim de que se mantivesse o mesmo significado observado no texto, as palavras “caucionar” (l. 16), “tácita” (l. 20) e “preceito” (l. 40) só poderiam ser substituídas, respectivamente, por (A) resguardar – oculta – ensinamento. (B) garantir – sem que se exprimam palavras – prescrição. (C) assegurar – rumorosa – preferência. (D) defender – silenciosa – condição. (E) pagar caução – secreta – detalhe. 21. Em algumas variedades do português falado do Brasil, o ditongo presente em certas palavras é alterado por meio da supressão de um fonema, processo que pode ser verificado, por exemplo, na palavra “Janeiro” (l. 01). Assinale a alternativa em que tal fenômeno ocorre comumente, integrando a fala coloquial. 6 Ziraldo 22. Em relação aos quadrinhos, considere as seguintes afirmativas: I. “brincar” e “explorar o lado lúdico” são expressões apresentadas como formas variantes do mesmo significado. II. Lúcio não aceita o convite para brincar de astronauta porque se considera um intelectual. III. Nas falas de Lúcio, há, implícito, um conceito de intelectual: aquele que fala difícil. É correto afirmar que (A) (B) (C) (D) (E) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. apenas a afirmativa I é verdadeira. apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. todas as afirmativas são verdadeiras. Língua Portuguesa Instrução: as questões 23 e 24 referem-se ao texto abaixo. DINHEIRO AOS CACHOS 01. 02. 03. 04. 05. 06. Uma dinamarquesa de 83 anos deixou tudo que tinha – 60.000 dólares – de herança para seis chimpanzés. Os macacos vivem no zoológico de Copenhague. O zoo vai utilizar o dinheiro para fazer uma megarreforma na jaula dos chimpanzés. Revista TERRA. 23. Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas com o uso de um prefixo com sentido contrário ao do prefixo da palavra “megarreforma” (l. 05). (A) hipermercado – hipersensível – hipertensão – hipertermia (B) megalópole – megalomaníaco – megashow – megascópio (C) microbiologia – microscópio – microrregião – microfone (D) uníssono – unilateral – unipolar – uninominal (E) semicírculo – semiconsciência – semideus – semidiâmetro 24. Quanto ao título do texto, é incorreto afirmar que (A) o dinheiro foi entregue ao zoo em fardos. (B) o título manifesta a ironia do autor em relação ao episódio. (C) a expressão “aos cachos” faz referência ao volume de dinheiro doado aos chimpanzés. (D) a expressão “aos cachos” foi utilizada por permitir alusão cômica a bananas, alimento normalmente associado a macacos. (E) a expressão “aos cachos” poderia ser substituída por “às pencas” sem prejuízo do efeito cômico sugerido pelo título. Instrução: quadrinhos para a questão 25. 25. Analise as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas. Após, marque a alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento de parênteses. ( ) A diversidade linguística se caracteriza pelas especificidades que contemplam as múltiplas possibilidades de uso da língua. ( ) O texto pode ser analisado pelo viés do preconceito linguístico dominante na ideologia normativa da língua. ( ) O texto apresenta um efeito de humor suscitado pela interpretação ambígua de Chico Bento. ( ) A temática do texto corresponde ao ensino dos padrões linguísticos necessários para o uso “correto” do “bom português”. ( ) A intervenção da professora toma como parâmetro uma equivocada visão da fala em relação à violação das regras de gramática. (A) (B) (C) (D) (E) F – V – V – F – F. V – V – V – F – V. V – F – F – V – V. F – F – F – V – V. V – V – V – F – F. Língua Portuguesa 7 PROPOSTA DE REDAÇÃO Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema A INTOLERÂNCIA EM XEQUE, apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Num restaurante de classe média, pessoas torcem o nariz e pagam a conta antecipadamente, sem concluir a refeição, porque na mesa ao lado senta-se um casal negro, com uma filha e um filho adolescentes. Ninguém comenta ou reclama de que se trata de uma demonstração criminosa de racismo, não comprovável, mas evidente. A adolescente discriminada põe-se a chorar e pede aos pais para irem embora também. A família comemorava ali o 14º aniversário dela. Uma mulher decide sair de um casamento infeliz e pede a separação. O marido, que certamente também não está feliz, recusa qualquer combinação amigável e quer uma separação litigiosa. As duas filhas moças tomam o partido do pai, como se, de repente, a mãe que delas cuidara por mais de vinte anos tivesse se transformado em alguém desprezível, irreconhecível e inaceitável. Nenhuma das duas lhe pergunta os seus motivos; ninguém deseja saber de suas dores; nenhuma das duas jovens mulheres lhe dá a menor chance de explicação, o menor apoio. Parece-lhes natural que, diante de um passo tão grave da parte de quem as criara, educara, vestira, acarinhara e acompanhara devotadamente por toda a vida, fosse negado qualquer apoio, carinho e respeito. Os casos se multiplicam, são muito mais cruéis do que esses, existem em meu bairro, em seu bairro. Nossa postura diante do inesperado, do diferente, raramente é de atenção, abertura, escuta. Pouco nos interessam os motivos, o bem, as angústias e buscas, direitos e razão de quem infringe as regras da nossa acomodação, frivolidade ou egoísmo. Queremos todos os privilégios para nós, a liberdade, a esperança. Para os outros, mesmo se antes eram muito próximos, queremos a imobilidade, a distância. Cassamos sem respeitar os seus direitos humanos mais básicos. A intolerância, que talvez não conste no índex das religiões mais castradoras, é, com certeza, um feio pecado capital. Do qual talvez nenhum de nós escape, se examinarmos bem. Lya Luft. VEJA. (adaptado). Texto 2 Entrevista com Zilda Márcia Gricoli, historiadora e diretora-executiva do Laboratório de Estudos da Intolerância da Universidade de São Paulo (USP), que investiga e discute o tema em todas as suas vertentes. Planeta Sustentável: Qual a proposta do Laboratório de Estudos da Intolerância? Zilda Márcia Gricoli: Trata-se de um centro multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP), que investiga todos os dilemas da intolerância, seja ela política, religiosa, cultural, sexual. Incluímos também o que chamamos de tolerância ao intolerável: prostituição infantil e massacres de populações indígenas e de rua, por exemplo. Trabalhamos ainda com os direitos dos animais. Refletindo sobre a forma como os homens os tratam, descobrimos como eles agem em relação aos seres humanos. Faremos um grande seminário sobre o assunto, aberto ao público. 8 Redação Planeta Sustentável: Dê exemplos da intolerância no Brasil. Zilda Márcia Gricoli: Não toleramos o pobre, por exemplo. Pobre é lixo, não queremos ver, queremos jogálos fora. Pode ser índio, negro, branco. Em São Paulo, há praças que contam com o banco “antimendigo”, com braçadeiras especiais, que não permitem que ninguém durma ali. Gradearam chafarizes para que a população não tome banho. Tudo para “limpar” a cidade dos pobres. Como se eles fossem responsáveis pela sujeira. Planeta Sustentável: É possível desenvolver a tolerância? Zilda Márcia Gricoli: Sim. A intolerância é totalmente cultural. A cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da espécie. Ela tem esse objetivo, que é a proteção da vida, e não a destruição. A autonomia cultural não pode ir além da vida humana. Quando a cultura se apropria da negação do outro, é preciso uma intervenção. http://www.planetasustentavel.abril.com.br (adaptado). Texto 3 Redação 9