ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CONCESSIONÁRIOS RENAULT
FEVEREIRO MARÇO 2011
abrare news
19
A VEZ DOS EMERGENTES
TRANSFORMAÇÕES NO CENÁRIO AUTOMOTIVO MUNDIAL FIZERAM COM QUE OS
EMERGENTES SE DESTACASSEM E CONQUISTASSEM IMPORTANTE PAPEL NO MERCADO.
ECONOMIA E NEGÓCIOS
ENTREVISTA
Renault cresce 37% no
primeiro bimestre de 2011
Gustavo Schmidt, vice-presidente comercial da Renault aponta quais os
caminhos que deverão ser percorridos pela marca em 2011
Editorial
Publicação bimestral da Abrare
Associação Brasileira dos Concessionários Renault
Ano 5 – Edição 19 – Fevereiro Março 2011
Melchior Luiz Duarte de Abreu
Presidente
Melchior Luiz Duarte de Abreu
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Vice-Presidente
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Diretoria Executiva
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José Roberto Pasqua
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Osmar Laschewitz
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Editora e Jornalista Responsável
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Editor Assistente e Redação
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Redação
Solange Suzigan
Projeto Gráfico e Edição de Arte
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Fotos
Marcos Alves e divulgação
Comercial
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Impressão
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3000 mil exemplares – distribuição nacional gratuita.
Endereço para correspondência
Abrare
Associação Brasileira dos Concessionáros Renault
Avenida Indianópolis, 1967 – Planalto Paulista
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Para contatos na redação
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Mude a direção!
Os resultados do primeiro bimestre de 2011 nos fazem otimistas para o
restante do ano. Na verdade, pode-se dizer que estamos dando continuidade ao
desenvolvimento do setor automotivo e, no caso da Renault, novo impulso para
a expansão da marca e para novas conquistas no mercado brasileiro. Novidades
não faltam, como poderá ser visto nesta edição de Abrare News.
Apenas para relembrar, em vendas globais, o ano de 2010 foi recorde para
Aliança Renault-Nissan, registrando crescimento de 19,6% sobre 2009. Em um
mercado que cresceu 11,8%, a Aliança obteve uma participação de 10,3% do
mercado mundial no ano passado. No Brasil, os emplacamentos aumentaram
10,6% para automóveis e comerciais leves, conforme dados divulgados
pela Fenabrave. A Renault do Brasil cresceu 35,6% em volume de vendas e
participou com 4,8% do mercado. Este resultado é um expressivo crescimento
ante a participação registrada em 2009 (3,9%).
Para 2011, as expectativas são ainda mais positivas e audaciosas, especialmente
com a consolidação da marca Renault, pela sua proximidade ao consumidor
brasileiro, com a qualidade de seus produtos e, também, por oferecer ao
mercado conceitos desafiadores, como o espaço de carros médios a preços
populares ou a garantia de três anos para veículos de entrada.
Este será um ano de produtividade para a marca. A Renault iniciará o terceiro
turno na planta de São José dos Pinhais/PR, lançará oito novos modelos (entre
versões, face lifts e inéditos), além de ter a perspectiva de aumentar sua rede de
concessionárias. Investimentos que prevêem chegarmos a 6% de participação
no mercado.
Mas, para que estejamos preparados para essa nova onda de crescimento,
previsto no Contrato 2016 da montadora, será preciso fortalecer nossas
expertises. Com o lançamento comercial do Fluence, a Renault intensificou seu
trabalho de formação da equipe de vendas e em toda a rede de concessionárias,
com o objetivo de garantir o conhecimento técnico e conceitual do veículo a
quem estará na linha de frente junto a um consumidor diferente do que temos
atendido até agora – muito mais sofisticado e exigente.
Aliás, a preocupação com os consumidores está presente, enfaticamente, na
nova assinatura da marca no Brasil que, desde o dia 7 de fevereiro, passou
a ter como slogan: “Mude a Direção”. A campanha aponta para um novo
posicionamento da empresa, em que as pessoas e suas necessidades de
mobilidade são o verdadeiro centro do negócio da Renault.
Autorização para reprodução de textos.
As matérias assinadas nesta revista são de responsabilidade
do autor não representando, necessariamente, a opinião da
Abrare. Autorizada a reprodução total ou parcial das matérias
sem assinatura, desde que mencionada a fonte. A reprodução
de matérias e artigos assinados devem contemplar
autorização prévia e por escrito do autor.
Fevereiro Março
E, se considerarmos os resultados de vendas da Renault, no primeiro bimestre
de 2011, quando a marca obteve quase 40% de crescimento sobre o mesmo
período do ano passado, atingindo participação de 5,99% no segmento de
automóveis, veremos que já estamos na nova direção e ela parece estar correta.
Boa sorte e bons negócios!
3
Sumário
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Matéria de capa
Países emergentes são a bola da vez no cenário automotivo mundial. Mudanças nas economias de diversos países impactaram diretamente no mercado, fazendo
com que países líderes em produção e vendas reduzissem bruscamente seus resultados, dando lugar a outras nações, que hoje estão na mira de grandes empresas.
6
Mundo Renault
A Renault anuncia margem operacional 1,099 bilhão de euros em 2010
4
32
No Stress
Fortaleza, a capital da alegria, encanta turistas com
praias artesanatos e muito forró.
Fevereiro Março
28
Brands & Players
Marcas chinesas querem conquistar espaço no mercado brasileiro.
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Holofote
Gustavo Schmidt quais são os desafios da Renault do Brasil para 2011,
com novo posicionamento de marca e meta de atingir 6% do mercado.
Mercado Global
10
Confira as principais notícias
internacionais do setor.
Tecnologia
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Países desenvolvidos ainda sofrem os
reflexos da crise, enquanto os emergentes
vislumbram boas vendas.
Economia & Negócios
14
O setor automotivo registra recorde no primeiro
bimestre e Renault cresce 37% no período.
Opinião
38
O consulotor Luiciano Peloche
fala sobre a gestão Lean.
Fevereiro Março
5
Mundo Renault
Resultados financeiros
do Grupo em 2010
A Renault anunciou uma margem operacional do Grupo de
1,099 bilhão de euros em 2010, e confirma o alcance de um
fluxo de caixa livre operacional da Divisão Automobilística
positivo em 1,67 bilhão de euros.
O Grupo apresentou resultados em franca melhoria. O
faturamento do Grupo chegou a 38,971 bilhões de euros, em
alta de 15,6%. Motivada por uma forte dinâmica comercial
nos mercados em crescimento, a contribuição da Divisão
Automobilística para o faturamento alcançou 37,172 bilhões de
euros, com participações de mercado em alta. Esta progressão
de 16,3% em relação a 2009 se deve principalmente a um efeito
positivo dos volumes.
Em 2010, a margem operacional do Grupo chegou a 1,099 bilhão
de euros, ou seja, 2,8% do faturamento, contra -396 milhões de
euros e -1,2% em 2009.
A margem operacional da Divisão Automobilística aumentou de
396 milhões de euros para 1,298 bilhão de euros, ou seja, 1,1% de
seu faturamento.
“A publicação dos resultados financeiros definitivos confirma
uma performance da Renault além das expectativas em 2010. Em
diferentes mercados, a Renault demonstrou sua capacidade de
aproveitar as oportunidades de crescimento, ao mesmo tempo em
que reforça sua estrutura de balanço. Estes resultados constituem
uma base sólida para o lançamento de nosso novo plano estratégico”
declarou Carlos Ghosn, Presidente da Renault.
Esta performance e a cessão de todos os títulos B da AB Volvo
possuídos pela Renault, por 3 bilhões de euros, no segundo semestre,
contribuíram para uma redução significativa do endividamento
financeiro líquido da Divisão Automobilística em 4,486 bilhões de
euros. Em 31 de dezembro de 2010, ele chegou a 1,435 bilhão de
euros. A relação do endividamento líquido sobre os fundos próprios
chegou a 6,3% ao final de 2010 (contra 35,9% ao final de 2009).
A reserva de liquidez da Divisão Automobilística alcançou 12,8
bilhões de euros (+ 3,3 bilhões de euros em relação a 2009). Este
nível historicamente elevado de liquidez servirá em parte para
reembolsar por antecipação os 2 bilhões de euros restantes do
empréstimo do Governo da França, conforme autorizado
pelo contrato.
Perspectivas para 2011 - o mercado mundial (veículos de passeio
e utilitários) deve aumentar 6% em relação a 2010. A evolução
por Região se manterá contrastante; com exceção do Europa,
os mercados continuarão dinâmicos e o mercado europeu deve
manter sua consolidação (0 a -2%), principalmente com um
mercado francês em queda da ordem de -8%.
Neste contexto, acreditando na atratividade de sua linha
de produtos térmicos e no lançamento da linha de veículos
elétricos, em 2011, o grupo Renault deve alcançar volumes de
vendas e faturamento superiores a 2010.
6
Nova temporada na Fórmula 1
Os testes privados que foram realizados em Valência,
na Espanha, iniciam oficialmente a nova temporada da
Fórmula 1. Nesta ocasião, as três escuderias equipadas
com motores Renault – Lotus Renault GP, Red Bull Racing Renault e Team Lotus Renault – apresentaram o
visual de seus monopostos para 2011.
Esta temporada abre novo capítulo no compromisso
da Renault com a Fórmula 1. Ao decidir equipar três
escuderias, ou seja, 25% da plataforma, a Renault reafirma seu foco principal como fabricante de motores e
se prepara para se lançar em novos desafios tecnológicos. Além de ser um excelente vetor de notoriedade
internacional, a principal categoria dos esportes automobilísticos é um laboratório de novas tecnologias, que
será ainda mais importante quando a nova regulamentação de motores entrar em vigor, em 2013.
As novas regras incentivarão o desenvolvimento de motores que respeitam mais o meio ambiente e que serão
diretamente aplicáveis aos veículos produzidos em série, assim como um nível de qualidade e confiabilidade
máximo em todos os propulsores. Na verdade, tanto na
Fórmula 1 como na produção em série, a exigência em
termos de qualidade está no coração dos projetos. Ela
começa desde as fases de desenvolvimento e envolve
todas as áreas: organização das equipes, seleção dos
fornecedores, inteligência do design, eficácia de produção, etc. Assim, a Fórmula 1 se torna a vitrine internacional da excelência na qualidade da Renault.
A Renault Sport F1 é a nova identidade da divisão responsável por este compromisso. Ela concentra suas
atividades na cidade de Viry-Châtillon, a base técnica histórica da marca Renault na F1, local de projeto,
desenvolvimento e testes de motores há mais de 30
anos. A partir desta temporada, ela fornecerá um motor
idêntico às suas três escuderias parceiras. Ela também
colocará à disposição de cada uma delas uma equipe
distinta, formada por seis engenheiros de motores e
técnicos. Cada piloto dos seis carros equipados com
motores Renault também terá um engenheiro de motores dedicado, o mesmo durante toda a temporada.
É a capacidade de adaptação às restrições, à cultura e
ao ambiente de cada parceiro que permitiu o sucesso
dos motores Renault ao longo de toda a sua história
na F1, premiada com nove títulos do Campeonato do
Mundial dos Construtores e oito títulos de Campeonato
Mundial de Pilotos.
Fevereiro Março
Mude de
direção: nova
assinatura
Renault
Presente no País há 12 anos, a
Renault vem crescendo e ampliando
a percepção de sua marca no Brasil
e no mundo. Neste período, a
empresa conseguiu, por meio de uma
estratégia competitiva, oferecer ao
mercado nacional produtos inovadores
e acessíveis ao consumidor brasileiro,
transformando-se em uma das
montadoras que mais vem crescendo nos
últimos anos.
Renault CAPTUR:
rumo à aventura!
Apresentado por Carlos Ghosn, Presidente da Aliança Renault-Nissan, o CAPTUR é
o segundo carro-conceito que reflete a estratégia de design da Renault. Com suas
amplas dimensões e desenho robusto, este crossover esportivo simboliza a descoberta
do mundo a dois. “No Salão de Frankfurt de 2009, a Renault apresentou a sua nova
identidade de marca, que coloca o ser humano no centro de suas preocupações. Como
consequência, a nova e ambiciosa estratégia de design é baseada nas várias etapas da
vida, com cada uma delas assumindo a forma de um carro-conceito”, explicou Laurens
Van den Acker, Diretor do Design da Renault. O primeiro deles, o DeZir, é um coupê de
dois lugares, que simboliza a paixão que acontece no início de toda história. Agora, o
Renault CAPTUR representa a segunda fase deste ciclo, a descoberta do mundo a dois.
Como seu antecessor, o Renault CAPTUR representa o estilo “simples”, “sensual” e
“aconchegante” que, progressivamente, será a assinatura dos próximos carros da
marca. “CAPTUR é um crossover alegre e esportivo, destinado a um casal jovem,
pronto para descobrir o mundo”, diz Laurens Van den Acker. O Diretor de CarrosConceito da Renault, Axel Breun, acrescentou: “O CAPTUR é baseado no estilo lançado
pelo carro-conceito DeZir, com um lado mais técnico e funcional, porém, sem abrir
mão de ser extremamente atraente e bonito”.
Desde 7 de fevereiro, a Renault do Brasil
apresentou sua nova assinatura de marca,
em campanha de comunicação criada
pela agência Neogama/BBH. O mote
“Mude a Direção” aponta para um novo
posicionamento da empresa, em que as
pessoas e suas necessidades de mobilidade
são o verdadeiro centro do negócio da
Renault. Essa mudança reflete a convicção
da empresa de que não é mais papel das
pessoas se adaptarem ao automóvel, e
sim do automóvel se adaptar às pessoas,
oferecendo soluções de mobilidade
confiáveis, inovadoras e acessíveis.
Na prática, a nova assinatura de marca
“Mude a Direção”, já está presente no
dia-a-dia da empresa. Um exemplo
disso é a criação do Instituto Renault,
que tem o objetivo de contribuir para o
desenvolvimento humano e sustentável
por meio de ações planejadas, por meio da
qualificação da educação, desenvolvimento
comunitário, segurança no trânsito e
sustentabilidade ambiental. Outro exemplo
prático é a garantia de três anos em toda a
gama de veículos de passeio. Atualmente,
a Renault é a única montadora a oferecer
este diferencial. O lançamento do novo Renault Fluence,
neste início de 2011, representa este
novo momento para a empresa no País,
e simboliza mais uma evolução da
marca na gama brasileira de produtos.
O modelo é fruto de um projeto global
de engenharia e é sucesso em dezenas
de mercados do mundo, e chega
ao Brasil carregado de tecnologia,
design sofisticado e segurança.
Fevereiro Março
7
Mundo Renault
Treinamento do Fluence com vendedores de todo o País
Com o lançamento comercial do Fluence, a Renault intensificou
seu trabalho de formação da equipe de vendas e em toda a rede
de concessionárias. Cerca de 1.600 vendedores de mais de
170 concessionárias da rede Renault em todo o País
participaram do treinamento realizado na cidade
de Itu, interior de São Paulo. O objetivo foi garantir
o conhecimento técnico e conceitual do veículo
aos vendedores da rede, além de ampliar o máximo de informações para que vendedores possam
atender aos clientes com o máximo de eficiência
e qualidade.
Divididos em grupos diários de 120 profissionais,
os vendedores conheceram os diferenciais do Fluence bem como
seus principais atributos técnicos e de modernidade. O treinamento
foi pilotado por Osvaldo Zalewska, Gerente de Treinamento à rede
da Renault do Brasil, que alerta sobre a exigência cada vez maior do
consumidor brasileiro ao comprar um veículo. “Apesar de o carro continuar sendo um objeto de desejo, a percepção das pessoas sobre o
papel do automóvel está mudando. E se o mundo muda, nós também
temos que mudar”, ressalta o executivo.
Além de conhecer com profundidade o novo Renault Fluence, os profissionais foram convidados a conhecer os conceitos que levaram à
adoção da nova assinatura de marca. “Mude a Direção”, campanha
que aponta para um novo posicionamento da empresa, em que
as pessoas e suas necessidades de mobilidade são o verdadeiro
centro do negócio da Renault. Essa mudança reflete a convicção
da empresa de que não é mais papel das pessoas se adaptarem ao
automóvel e, sim, do automóvel se adaptar às pessoas, oferecendo soluções de mobilidade confiáveis, inovadoras e acessíveis.
O primeiro ambiente foi denominado Cliente, onde uma parte dos
participantes se colocava no papel de cliente, e a outra parte atuava
como vendedor. A troca de papéis foi uma oportunidade para a troca
de argumentos que aumentaram ainda mais o repertório de argumentação dos vendedores.
O segundo ambiente recebeu o título de Concorrente. Nesse local,
foram reunidos os principais modelos concorrentes para que pudessem ser estudados em detalhes. Os vendedores estabeleceram comparativos referentes a espaço, harmonia e design, e disponibilidade
de equipamentos em cada versão, o que reforçou o posicionamento
de melhor relação custo benefício do Fluence.
O treinamento - Além de esclarecer sobre a nova assinatura de
marca, o treinamento foi uma oportunidade para ressaltar os
compromissos da marca com o cliente expressos no Programa
de Excelência Renault, que possui quatro pilares como “a nova
identidade visual da Renault”; “atendimento de qualidade”,
“organização de showroom” e “respeito e profissionalismo
com o cliente”.
O terceiro ambiente foi chamado de 5 Etapas, ou seja, os passos que
antecedem o momento do cliente experimentar o veículo. Na metodologia empregada, o consumidor é levado a conhecer todos os pontos importantes do carro. Para a Renault, é importante que o cliente
entenda todos os benefícios tangíveis, e mesmo os intangíveis, do veículo. Outro objetivo do treinamento é levar ao vendedor algumas tecnologias recentes, como o sistema de navegação, o “hands free” (que
libera a trava da porta apenas com a aproximação do proprietário, sem
a necessidade da inserção da chave ou toque no botão do destrave) e
o câmbio automático CVT, fruto da parceria com a Nissan.
O método do treinamento previa a divisão dos participantes
em quatro grupos que representavam ambientes diferentes: “Cliente”, “Concorrente”, “5 Etapas” e “Teste Drive”.
De forma dinâmica, todos se revezavam e participavam de
todos os grupos.
O quarto ambiente é o Teste Drive, onde o vendedor mostra ao cliente
a sensação agradável de dirigir o novo Renault Fluence. Ao final das
dinâmicas, além de pilotar o Fluence, participantes também pilotaram
os veículos concorrentes, com o objetivo de aprimorar os argumentos
técnicos na hora da venda.
Novo Gerente Geral de Relações com a Imprensa
A Renault do Brasil anunciou a contratação de Carlos Henrique Ferreira (Caíque) para o posto de Gerente
Geral de Relações com a Imprensa da marca. Ele iniciou, em março, as suas atividades na área de
Comunicação da Renault do Brasil, dirigida por Marinete Veloso. Com 43 anos e formado em Engenharia
Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Carlos Henrique ingressou na Fiat
Automóveis S.A., em 1988. Atuou em diversos projetos como, por exemplo, no desenvolvimento da família
Palio, chegando ao cargo de Gerente de Imprensa Produto América Latina e Automobilismo da marca.
O executivo chega em ótimo momento da Renault do Brasil, quando a marca ocupa o 5º lugar no mercado
brasileiro e o 3º lugar no grupo Renault. Nesse cenário se insere o novo plano estratégico
“Renault 2016 – Mude a Direção”, anunciado ontem por Carlos Ghosn, presidente mundial do grupo.
8
Fevereiro Março
ELF e Renault
Há mais de 40 anos juntas
na busca dos melhores resultados.
A TOTAL, detentora da marca ELF, investe continuamente no desenvolvimento
dos seus produtos, levando para as ruas todo o know how adquirido na F1.
Isso garante o desenvolvimento dos melhores lubrificantes, ideais para atender
aos mais exigentes consumidores Renault.
Esta parceria traz vitórias na F1, garantia de performance para os veículos
Renault e, ainda, ações comerciais que elevam os resultados das concessionárias.
*Valores máximos alcançados em testes com veículos e ambientes controlados. Fonte UTAC.
ELF. O óleo que melhor atende os consumidores Renault.
Uma marca da
O óleo que nasceu na F1.
Tel.: (11) 3848-2600 – www.elfbras.com.br
Uma marca da
Mercado Global
Fenabrave fecha acordo com NADA e cria Grupo dos 20 no Brasil
A Fenabrave assinou, em fevereiro, com a NADA - National Automobile
Dealers Association, entidade que representa os concessionários de
veículos norte-americanos, um acordo de cooperação para a criação
do Grupo dos 20 no Brasil. O acordo foi assinado pelo presidente
da entidade brasileira, Serio Reze, e o atual presidente da
associação norte-americana, Stephen Wade, durante
a convenção anual da NADA, realizada na cidade de
São Francisco, na Califórnia.
Segundo o presidente da Fenabrave, a importância do acordo está no fato de que hoje não existe
no Brasil um banco de dados abertos de todo o
mercado. “Apenas alguns grupos de concessionárias ou algumas marcas fazem um levantamento,
mas é de acesso fechado. Esse tende a ser global
e terá os dados abertos, inclusive para a imprensa,
possibilitando fazer diferentes pesquisas e monitoramentos sobre a rentabilidade do mercado”, afirma Reze.
A tecnologia do banco de dados desenvolvida pela NADA é patenteada
e foi liberada para o Brasil em função do acordo entre as entidades. “O
Grupo dos 20 é um projeto que existe há 40 anos nos EUA. O objetivo
é analisar o desempenho das concessionárias e permitir a troca de
experiências entre os empresários”, afirma Sérgio Reze.
O programa cria grupos de até 20 empresários de regiões não
concorrentes e de mesmo porte. Os dados financeiros das em10
presas serão captados e enviados para a central NADA. Depois de
processados os dados, cada concessionário poderá analisar o seu
resultado e a média do grupo a que pertence. Os demais dados
são confidenciais.
“Inicialmente, faremos o programa com grupos da mesma
marca, em conjunto com as associações. Em uma segunda etapa, cruzaremos os resultados entre marcas.
O processo levará à criação de um banco de dados
que permitirá analisar qual é a rentabilidade do
mercado de automóveis no Brasil, com separação
por marca e por modelo”, revela Reze.
Os formulários de preenchimento das informações
no sistema da NADA estão sendo adaptados aos
padrões dos balancetes financeiros e às características do mercado brasileiro, envolvendo colaboradores
da Fenabrave e NADA, e devem estar finalizados até o
início de abril, quando será lançado o primeiro Grupo Piloto
do Programa.
Uma delegação organizada pela Fenabrave, em parceria com a consultoria Megadealer, levou mais de 100 concessionários à Convenção
NADA 2011. O próximo evento será em Las Vegas, em fevereiro de
2012, e deverá reunir, também, a Convenção da ATD – American Truck
Dealers, entidade que representa concessionários de caminhões nos
Estados Unidos.
Fevereiro Março
Peugeot Citröen migrará produção
de veículos médios para a Argentina
A partir de 2014, a PSA Peugeot Citröen migrará toda a
sua produção de veículos médios na América Latina para a
Argentina e concentrará a fabricação de compactos no Brasil.
Com isso, o presidente do grupo para o Brasil e a América
Latina, Carlos Gomes, acenou com a possibilidade de uma
nova versão do Peugeot 207, hoje produzido no vizinho do
Mercosul, passar a ser fabricada no País. Segundo o executivo,
a medida visa aumentar a eficiência das unidades e criar
melhores condições de negociação com fornecedores. “Com
mais plataformas, a complexidade industrial aumenta e a
qualidade não é tão boa, porque há mais processos industriais
envolvidas”, explica.
A definição de que tipo de veículos será produzido em cada
país levou em conta as especificidades de cada mercado. “O
segmento B pesa 72% no Brasil. É aqui que está o mercado
dos carros compactos”, afirma. Por outro lado, diz o executivo,
na Argentina o mercado dos segmentos médios é maior. Hoje,
a empresa fabrica sete modelos no país vizinho, dos quais
dois são compactos. No Brasil, apenas um dos oito modelos é
médio. Detentora de uma fatia de 5,2% do mercado brasileiro
e de 5,4% do latino-americano, o grupo pretende chegar a
uma participação de 7,5% na região em 2014.
A empresa já aprovou o aumento da capacidade da planta de
Porto Real, no interior do Rio, de 150 mil para 220 mil veículos
por ano a partir de fevereiro de 2012. No ano passado, foram
produzidos 140 mil veículos, um aumento de 26% ante 2010.
O plano de investimentos 2010-2012 prevê 700 milhões para a
América Latina.
Ranking dos ‘carros mais verdes’ de 2011
O American Council for an Energy-Efficient Economy (Conselho
para Economia com Eficiência Energética dos EUA) divulgou,
em fevereiro, o ranking dos carros mais ‘verdes’ de 2011.
Pela oitava vez, o Honda Civic GX, movido a gás natural, ficou
com o título. O elétrico Nissan Leaf, lançado no ano passado,
estreia na vice-liderança, seguido pelo supercompacto Smart
Fortwo, que roda com gasolina. O Chevrolet Volt, elétrico que
é a maior aposta da GM na atualidade, ficou em 12º lugar.
Apesar de terem alguns ‘irmãos’ dentro da lista dos ‘verdes’,
os carrões dominam o ranking dos piores para o meio
ambiente. No ano passado, esta área da lista era mais
povoada pelos esportivos.
O Bugatti Veyron, que detém o recorde de velocidade do
Guinness Book para carros produzidos em série, está no topo dos
que têm a pior avaliação ambiental, com 19 pontos.
Fevereiro Março
11
Mercado Global
GM acelera reestruturação da Opel
A General Motors Corp. está acelerando a reestruturação da
subsidiária europeia Opel, há anos uma fonte interminável
de prejuízos para a montadora americana e a última peça que
falta de seu renascimento. “O presidente da GM, Dan Akerson,
impaciente com os eternos prejuízos da filial, resolveu se voltar
ao problema da Opel depois de a empresa ter reaberto o capital
e voltar a gerar lucros sólidos na América do Norte”, afirmaram
fontes ligadas ao setor.
Nissan é a 4ª empresa mais
inovadora do mundo
A Nissan ficou na quarta colocação do ranking “As 50
empresas mais inovadoras do mundo”, divulgado pela
revista norte-americana Fast Company. Única fabricante
de automóveis da lista, a Nissan está à frente de nomes
consagrados como Google, Intel e Microsoft. Nas três
primeiras colocações ficaram as empresas Apple, Twitter e
Facebook, respectivamente. De acordo com a publicação, o
mundo será governado por empresas como estas, que têm,
como foco, inovar.
A Nissan conquistou esse título principalmente pelo
desenvolvimento e lançamento do primeiro carro 100%
elétrico comercializado em grande escala no mundo, o
Nissan LEAF. Em depoimento para a publicação, o brasileiro
Carlos Ghosn, CEO da Nissan, afirmou que a companhia
está comprometida com o contexto da emissão zero.
“Diferente dos outros carros movidos à gasolina, o Nissan
LEAF revoluciona o conceito de mobilidade e é o primeiro
a não usar uma gota de combustível. É um carro completo
e divertido de dirigir, sem o tradicional barulho e cheiro de
motor à combustão. Esse é o futuro”, completa.
12
A montadora está buscando, ativamente, alianças com outras
montadoras na região para reduzir os custos de produção e gerar
desenvolvimento da Opel. Ela contratou firmas de reestruturação
como a AlixPartners para recomendar maneiras de aumentar a
margem e baixar os custos. A filial, que deve faturar US$ 24 bilhões
este ano, pretende lançar cinco novos modelos e estuda aumentar
os preços para elevar a receita.
O prejuízo acumulado da empresa, desde 1999, já chega a US$
13 bilhões e, apesar de várias tentativas, as iniciativas nunca
resultaram numa recuperação duradoura. Fontes do setor
acreditam que qualquer renascimento que ocorrer na empresa
este ano terá de superar o declínio das vendas na região, que
analistas prevêem que vai piorar ainda mais.
Mas os mesmos analistas estão certos de que a GM não pode
abandonar a Opel, fornecedora crucial de tecnologia e design
para outras operações regionais da montadora, como a brasileira.
Alguns dos carros mais bem-sucedidos da GM no mercado
americano têm raízes na Opel, como o elogiado Buick Regal. A
GM não quer perder essa vantagem, um importante motivo para
a decisão de 2009 de recuar das negociações para vender a Opel à
fabricante canadense de autopeças Magna International Inc.
O plano da GM para reestruturar a Opel, lançado em 2009,
determinava a eliminação de 8.300 vagas de trabalho na Europa e
o fechamento de uma fábrica em Antuérpia, na Bélgica, bem como
expansão do investimento em novos veículos. Hoje, a Opel está
correndo para acelerar a execução do plano.
Fevereiro Março
Tecnologia
Tecnologia
na palma das mãos!
Sistemas integrados aos telefones celulares auxiliam gestores no controle
dos negócios. De forma remota, é possível controlar estoques, ordens
de serviços, além de visualizar relatórios e controle de despesas.
O
s números que envolvem a internet e as telecomunicações
são expressivos. O Brasil encerrou o ano passado com 202,94
milhões de linhas de telefonia móvel habilitadas, volume que
representa um crescimento de 16,66% em relação a 2009, segundo
dados da ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. O total
de pessoas que possuem acesso à internet no país, em suas residências e no ambiente de trabalho, alcançou 51,8 milhões em outubro
do ano passado.
Tais cifras tão significativas, se tornam um convite para o crescimento de outro mercado - o de soluções móveis. Em dezembro de 2010, o IDC América Latina, uma das principais
empresas de inteligência de mercado, serviços de
consultoria e conferências para o setor tecnologia
da informação e telecomunicações, divulgou um
estudo que mostra como está a demanda de soluções móveis e sem fio para empresas da Argentina,
Brasil, Chile, Colômbia e México.
Realizado com 460 empresas de 250 ou mais
funcionários, o estudo identificou que, até o mês
de julho de 2009, mais de 53% das corporações entrevistadas na América Latina já haviam introduzido
serviços de dados móveis para uma parte de seus colaboradores. Quanto ao serviço de voz móvel, a utilização fora do
local principal de trabalho chega a 80% das empresas, sendo que 70%
usam também SMS. No Chile, esse número atinge 82% e no Brasil
67%, indicando mais espaço para crescer. “A IDC realça que 84%
das empresas consultadas informaram ter algum tipo de smartphone
(corporativo) em uso por seus colaboradores. O Chile tem a maior
penetração deste tipo de dispositivo (93%), disse Alexandre Goldman, gerente de pesquisa e consultoria de Telecom da IDC Brasil.
O levantamento mostra que, neste ano, mais de 30% das empresas dos países analisados incrementarão seus investimentos em
mobilidade corporativa em até 30%. “Atualmente, 20% das empresas
entrevistadas já utilizam ou estão em fase de implementar aplicações específicas de negócios em meios móveis, tais como CRM,
ERP, FSA (Field Service Automation), Timesheet Entry, Expense
Tracking, etc.
Acelerando resultados – No setor automotivo, as soluções móveis
também se proliferam. No segundo semestre de 2010, a Spress Software lançou o Dealer Pad, aplicativo que permite o acesso do sistema de gestão pelo iPad ou iPhone. “Por este meio de acesso, tanto
Fevereiro Março
os gestores como os demais funcionários da concessionária podem
executar, de forma absolutamente segura, suas atividades de qualquer
lugar com acesso a internet”, afirmou Antônio Vidigal, presidente
da Spress Software, ressaltando: “Com isso, os concessionários conquistam mais agilidade para a tomada de decisões e para a execução
dos processos internos, resultando no aumento de eficiência e da
rentabilidade de suas empresas”.
Todas as aplicações do sistema de gestão podem ser acessadas por
meio do iPad ou iPhone. Segundo Vidigal, eles funcionam como se
fossem uma estação remota. Qualquer operação disponível
no DMS Spress pode ser executada, inserindo login e
senha do usuário. Dessa forma, é possível ao gestor,
por exemplo, acompanhar as vendas, aprovando ou
não as propostas de vendas; efetuar autorizações
financeiras, etc. “Por meio deste aplicativo, os
clientes da Spress tem, na palma das mãos, todas
as informações necessárias para o bom andamento
dos negócios”, comentou.
Qualquer concessionário, independente do segmento ou bandeira, pode ter acesso ao aplicativo. Para
isto, é preciso apenas que possua, além
do Dealer Pad, terminal Server, servidor
Antônio Vidigal, presidente
da Spress Software
Linux e conexão à Internet.
Para iniciar a utilização do Dealer
Pad, é necessário apenas que instale o programa chamado irdesktop
(fornecido pela própria Apple, em versão gratuita) em seu iPhone
ou iPad (as instruções para a instalação podem ser encontradas no
próprio site da Spress - www.spress.com.br) e pronto – “Terá a concessionária em suas mãos”, disse Vidigal.
Rapidez, flexibilidade e fácil acesso
Na Megatec, distribuidora da Randon Implementos, com atuação no
interior paulista, nas regiões de Araçatuba e Presidente Prudente, o
Dealer Pad é utilizado por iPhone desde novembro de 2010 e por iPad
desde janeiro deste ano. “Em viagens, uso os recursos do Dealer Pad
pelo iPhone para consultas às informações no sistema de gestão. Já o
iPad é utilizado na operação do dia-a-dia, principalmente, na abertura
e acompanhamento das ordens de serviços da assistência técnica”, afirmou Daltro Antonio Dal’Acua, diretor da Megatec. Segundo o executivo,
em ambos os casos, há rapidez nas consultas, flexibilidade e facilidade
de acesso às informações.
13
Economia & Negócios
O setor da distribuição automotiva registrou, no mês de
fevereiro, o melhor resultado de toda a história. No total,
foram emplacados mais de 817 mil unidades no primeiro
bimestre de 2011. A Renault cresceu 37% no período.
O melhor bimestre
da história no setor
O
setor da distribuição automotiva obteve crescimento de 18,05% no acumulado do primeiro bimestre
de 2011 em relação ao mesmo período de 2010,
saltando de 692.231 para 817.190 unidades emplacadas, segundo dados divulgados pela Fenabrave – Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
Comparando o resultado de fevereiro (430.040 unidades) com
o mês de janeiro (387.150 unidades), a alta foi de 11,08%. “Os consumidores estão comprando em função da manutenção de renda e
emprego, oferta de crédito e boas perspectivas da economia”, afirmou Sergio Reze, presidente da Fenabrave. Para ele, o setor obteve
o melhor resultado da história não só nos dois primeiros meses do
14
ano, mas também na comparação com os meses de fevereiro de
outros anos.
Segundo a entidade, que representa mais de 6 mil concessionários no Brasil, os emplacamentos de automóveis e comerciais
leves registraram alta na comparação entre o primeiro bimestre
de 2011 e de 2010. Juntos, os segmentos cresceram 18,36%, saltando de 413.120 unidades para 488.987 unidades. De janeiro
para fevereiro, os emplacamentos dos segmentos aumentaram
12,47%. Foram comercializadas 258.841 unidades em fevereiro,
ante 230.146 unidades em janeiro.
De acordo com o presidente da Fenabrave, o expressivo crescimento se deu porque algumas montadoras anteciparam emplaFevereiro Março
Renault cresce 37% no acumulado
O resultado das vendas da Renault, no primeiro bimestre de 2011,
chegou a 37,8% de crescimento quando comparado ao mesmo período
do ano passado. A rede de concessionárias da marca comercializou
24.113 unidades no período, de acordo com levantamento feito pela
Fenabrave. Em 2010, a marca vendeu 17.493 veículos, entre automóveis e comerciais leves.
Na comparação entre janeiro e fevereiro deste ano, a Renault cresceu
14,5%, ao comercializar 12.872 unidades no segundo mês de 2011, ante
as 11.241 vendidas em janeiro. Quando comparadas as vendas entre os
meses de janeiro deste ano e de 2010, a marca cresceu 37,9%.
Entre os modelos mais vendidos no período, o Sandero está em primeiro lugar, com 8.700 unidades comercializadas no primeiro bimestre de
2011, seguido pelo Clio, com 5.904 unidades, e o Logan, que ocupou
a terceira posição, com 5.635 unidades comercializadas. A comercialização do Clio e do Logan cresceu 90% e 69%, respectivamente. O
mais novo lançamento da marca, o Renault Fluence, registrou suas
primeiras vendas com 157 unidades emplacadas.
às 670 unidades comercializadas no primeiro bimestre de 2010. O
Kangoo registrou a comercialização de 494 unidades em 2011, ante
525 unidades nos dois primeiros meses de 2010.
Participação no mercado – A Renault obteve participação de 4,9%
nos dois primeiros meses do ano, nos segmentos de automóveis
e comerciais leves – resultado já superior à média de 2010 (4,8%) e
a caminho da meta de 6% acordada no último encontro da montadora com a rede de concessionários. Dentro desta estimativa,
estão incluídos novos lançamentos, como o Fluence, lançado em
janeiro, e o Duster, que chegará ao mercado no segundo semestre de 2011. Nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e
Norte, a empresa obteve participação de 7,5%, 4,6%, 4%, 3,8% e
3,2%, respectivamente.
No segmento de furgões grandes, a Renault Master foi a primeira colocada, com 1.147 unidades vendidas. Este resultado é 71,19% superior
Em relação apenas à comercialização de automóveis, a Renault participou com 6% de todas as vendas no Brasil. Dentre as regiões brasileiras
com maior penetração, a região Sul foi destaque, com 9,2% de participação no mercado. A região Sudeste obteve 5,5% de participação;
a Centro-Oeste 5%; a Nordeste ficou em quarto lugar, com 4,5%; e a
Norte com 4,2% do mercado.
camentos em dezembro em busca de participação de mercado,
afetando, para baixo, as vendas de janeiro. “Se não fosse esse Efeito
Rapel, a queda atípica em janeiro não teria sido a que foi e, com
isso, o crescimento em percentual de fevereiro não teria sido tão
grande”, ressaltou Reze.
A projeção da Fenabrave para o ano de 2011 continua sendo
de crescimento em torno de 5,2% para todos os segmentos, quase
o mesmo percentual esperado para os segmentos de automóveis e
comerciais leves somados. “Um crescimento de 18%, como o deste
acumulado, não se sustentaria o ano todo. Assim, nossa expectativa continua sendo de um crescimento moderado, mas sempre
positivo”, prevê Reze.
O presidente da Fenabrave voltou a alertar sobre o excesso
de promoções realizadas pelas montadoras e concessionárias.
Para ele, as redes já estão à beira da rentabilidade negativa em
função da perda de margem consecutiva a cada promoção. “A
cada semana, continuamos vendo a competição demasiada de
preços e não entre produtos. Não se qualificam os produtos
e apenas há referência a preços. Desta forma, o consumidor
perde a noção do valor dos veículos e de sua diferenciação
em relação aos outros concorrentes do mercado. Isso sem
falar da mesmice de toda semana as montadoras anunciarem que é a última promoção. Ninguém mais acredita nisso”,
desabafa Reze.
Fevereiro Março
15
Holofote
Gustavo Schmidt
Mudando a direção!
Com um pouco mais de 12 anos instalada no Brasil, a Renault inicia o ano de 2011 com
uma nova postura de mercado: deixou de ser uma marca newcommer e começou a disputar
espaço com as quatro maiores montadoras. Para isso, mudou a direção de suas estratégias,
como propõe sua nova assinatura, e traça planos agressivos pela disputa por participação.
Este será um ano de produtividade para a marca. Iniciará o terceiro turno na planta de
São José dos Pinhais/PR, lançará oito novos modelos (entre face lifts e novos produtos),
além de ter a perspectiva de crescer a rede de concessionárias. “O desafio é atingir 6%
de participação no mercado. Para isso, construiremos carros que se encaixam de acordo
com o gosto do brasileiro”, comenta o novo vice-presidente comercial da Renault do
Brasil, Gustavo Schmidt.
Desde janeiro deste ano, Schmidt assumiu o comando da vice-presidência Comercial da
Renault do Brasil, sendo o responsável pelas áreas de Marketing, Vendas, Pós-Vendas e Rede.
O executivo chegou para ocupar a posição até então comandada por Christian Pouillaude,
que passa a assumir novas funções na matriz francesa, depois de cinco anos no comando
da área comercial no Brasil.
Com experiência de mais de 20 anos na área de negócios de grandes montadoras, como
Volkswagen e Fiat, Schmidt concedeu entrevista exclusiva à Abrare News, onde comenta
quais são os planos da marca para este ano e quais são as principais questões que fortalecerão
a marca rumo ao crescimento.
16
Fevereiro Março
Abrare News – Em 2010, a Renault do Brasil
registrou o melhor desempenho nas operações
brasileiras, com alta de 36% nos emplacamentos, 42% na produção e 57% nas exportações,
em relação a 2009. O senhor acredita que o desempenho em 2011 deve superar o resultado
de 2010?
Gustavo Schmidt – Temos a expectativa que
o ano de 2011 será recorde para a Renault do
Brasil. Quando nos reunimos com a rede de concessionários, devido ao lançamento do Fluence,
indicamos uma meta de 5,7% de participação no
mercado este ano, o que representa um volume
de 205 mil unidades comercializadas. Mas
acredito que podemos fazer um pouco mais,
por isso, o desafio é atingir 6% de participação
e um volume de 216 mil unidades. Este desafio
foi lançado e, o mais importante, foi aceito pela
rede, ratificado pelo presidente da Abrare em
seu discurso no evento. Mas porque fizemos este
desafio? Primeiro porque teremos um ano que
talvez seja o melhor para a Renault em termos
de lançamentos. Pretendemos lançar oito mo-
Fevereiro Março
delos em 2011, considerando face lifts, novos
produtos e versões especiais. Vamos manter a
agressividade comercial, o que ocorreu no segundo semestre de 2010, onde a participação da
Renault chegou a mais de 5%. Além disso, posso destacar a abertura do terceiro turno de produção de veículos de passeio em nossa fábrica
de São José dos Pinhais, o que vai disponibilizar
mais produtos para a rede de concessionárias.
Abrare News – O senhor já passou por grandes
montadoras instaladas no Brasil. Quais conceitos, experimentados em outras empresas, que
poderão ser empregados na Renault?
Gustavo Schmidt – Já trabalhei em grandes
indústrias do setor, como no caso da Volkswagen e Fiat. Alguns conceitos praticados em
outras empresas podem, e serão aplicados na
Renault. A agressividade e a rapidez comercial,
por exemplo, permite de uma forma mais ágil a
conquista de objetivos. Realizar sempre de forma assertiva as ações comerciais é importante
para nossa operação.
Pretendemos
lançar oito
modelos
em 2011,
considerando
face lifts, novos
produtos
e versões
especiais.
Vamos manter
a agressividade
comercial, o
que ocorreu
no segundo
semestre de
2010, onde a
participação da
Renault chegou
a mais de 5%.
17
Holofote
Gustavo Schmidt
Além disso, é importante montar uma Gama de
produtos alinhada ao mercado, com o objetivo
de garantir ao consumidor uma ampla possibilidade de escolha em todos os segmentos, o
que as quatro maiores montadoras no Brasil
possuem. Importante também é a comunicação, pois vamos trabalhar o varejo aliado aos
conceitos da marca Renault. Queremos ter
alinhamento perfeito entre o varejo e a marca.
Outro item importante é adotar uma postura
de pós-vendas mais robusta, com ampla capilaridade e mais rentabilidade. Este é um foco
fundamental para garantir o futuro da Marca
e da Rede.
Uma outra característica minha é trabalhar em
parceria com os Concessionários e a Associação
que os representa. Isto deve ser sempre uma
relação “ganha-ganha”. Devemos nos colocar na
cadeira do concessionário e alinhar o que é bom
para a rede e para a montadora, já que um não
vive sem o outro.
Abrare News –Na sua opinião, quais são os
principais desafios para a Renault em 2011?
Gustavo Schmidt – São três. O primeiro desafio é
obter 6% de participação no mercado brasileiro. O
segundo é evoluir a qualidade no atendimento.O
terceiro é garantir o sucesso dos lançamentos em
2011, principalmente em relação às datas e ao
posicionamento do produto, para que a rede de
concessionárias aproveite esta oportunidade.
Pretendemos focar nossos trabalhos na conquista do público da classe “C”, com comunicação
dirigida especialmente a eles. Além disso, devemos melhorar a nossa performance em veículos
comerciais (VU). Obtivemos um avanço no
segundo semestre de 2010, não só em volume,
mas também em rentabilidade.
Abrare News –Nos últimos encontros com o presidente Jean-Michel Jalinier, ele comentou que
a Renault fabrica carros de acordo com o gosto
dos brasileiros. Sendo assim, quais novidades
estão previstas para a Renault em 2011?
Gustavo Schmidt – Teremos oito lançamentos em 2011, entre novas versões (face-lift) e
novos modelos. Começamos muito bem com
o Fluence, pois é um produto de qualidade e
competitividade. Este veículo é uma grande
18
Fevereiro Março
força para conquistarmos os clientes do segmento de sedãs médios.
No segundo semestre deste ano lançaremos o
Duster, que será produzido em São José dos
Pinhais. Este vai ser mais um produto que reforçará a imagem da marca Renault. Ele será um
dos embaixadores que colocará a Renault em
novo patamar. O que faz um fabricante forte no
mercado é a sua linha de produtos. De acordo
com o compromisso mundial da Renault (Plano Renault 2016 – Mude a Direção), o Grupo
pretende realizar 19 lançamentos em seis anos.
Com isso, a marca estará entre os quatro maiores players mundiais. A rede de concessionárias
também deve evoluir em quantidade e qualidade, pois é importante que ela tenha a cultura
de performance. No Brasil nós temos uma boa
rede, mas temos dispersão nos resultados. Conquistamos 4,8% de share, mas regionalmente,
algumas estão muito acima e outras abaixo desta
média nacional.
Abrare News –Na sua avaliação, qual é a importância e o papel da rede de concessionários
Renault para o futuro da marca?
Gustavo Schmidt – Diria que é fundamental!
A rede de concessionárias é a concretização
de toda uma estratégia da marca. Apesar de
ser nova no mercado brasileiro, a Renault é
grande e precisa de uma rede estruturada para
representá-la. Isso exige concessionárias bonitas,
bem montada e com qualidade. São eles que
mostram a Renault para os clientes. O espelho
da montadora é a rede.
Abrare News –Na sua opinião, quais as principais mudanças de perfil do setor da distribuição
nos últimos anos?
Gustavo Schmidt – Neste caso, temos duas
vertentes. Quando olhamos as grandes metrópoles, temos mais grupos de concessionários que
representam diversas marcas. Do ponto de vista
econômico, identificamos que o custo por operação de vendas é maior, por isso esta tendência.
Isso é economia de escala, um movimento forte
que aconteceu nos últimos sete ou oito anos.
Em cidades menores, o titular está no dia-adia da operação. Além disso, o cliente que está
naquela concessionária é diferente do cliente
encontrado em grandes metrópoles, pois este
consumidor é mais próximo. Estes perfis não
mudaram muito.
Um ponto importante é a necessidade de profissionalização da gestão. Este movimento ficou
mais forte nos últimos anos, pois os titulares
perceberam que necessitam formar gestores
para as operações da concessionária. O mercado exige competência do gestor. Em uma
concessionária é fundamental o controle de
despesas, de forma constante e, assim, alavancar o volume e a rentabilidade. É importante
reinvestir no negócio.
Abrare News – Como será a estratégia de crescimento em conjunto com a rede?
Gustavo Schmidt – Esta é uma estratégia bastante centrada em crescimento conjunto com a
rede, em parceria com concessionárias já estabelecidas e em conjunto com as oportunidades,
trazer novos players com concessionárias que
tenham visão de rentabilidade e qualidade, de
acordo com os preceitos de concessão. Precisamos ter mais presença em grandes centros, como
São Paulo, por exemplo. Além disso, precisamos
crescer nas regiões Norte e Nordeste. Temos a
perspectiva de estabilidade da economia para
crescimento sustentável.
Fevereiro Março
Abrare News –Há alguma previsão de crescimento da rede de concessionários no Brasil?
Gustavo Schmidt – Com este cenário de crescimento que vemos no Brasil, temos a necessidade
de crescer em conjunto. Hoje, a Renault tem cobertura em boa parte do território nacional, mas
precisamos mais penetração em praças menores.
Temos que levar a Renault a esses lugares.
Queremos ter
alinhamento
perfeito entre
o varejo e a
marca. Outro
item importante
é adotar uma
posturae
pós-vendas
mais robusta,
com ampla
capilaridade
e mais
rentabilidade.
Este é um foco
fundamental
para garantir o
futuro da Marca
e da Rede.
Abrare News – De que forma esta ampliação
deve ser feita para que a marca se expanda sem
gerar prejuízos aos concessionários já instalados e aos que estão abrindo novas concessões?
Gustavo Schmidt – O crescimento deve acontecer de forma equilibrada, visando o crescimento
de volumes de vendas. A ideia é manter uma
rentabilidade saudável para quem já está na
operação. A montadora quer crescer a rede e
manter volume e rentabilidade, tanto de novas
concessões, como dos concessionários que já
são parceiros.
19
Matéria de Capa
22
Fevereiro Março
Mudança de 180
o
Mercados emergentes são a “bola da vez” no setor
automotivo. Países que antes se destacavam, agora precisam
se esforçar para retomar a produção perdida nos últimos anos.
O
mercado automotivo mundial passou por diversas
transformações. Mudanças
nas economias de diversos
países impactaram diretamente no setor, fazendo
com que países líderes em
produção e vendas reduzissem bruscamente seus resultados, dando lugar a
outras nações, que hoje estão na mira de grandes
empresas, com promessas de investimentos pesados
e lançamentos de produtos.
O ano de 2010 foi importante para o setor
automotivo em todo o mundo. De um lado, os
países que sofreram abalos mais significativos da
crise internacional de 2008 e que tiveram que se
ajustar e reinventar sua gestão para a recuperação.
De outro lado, países que, como o Brasil,
Fevereiro Março
saíram-se bem da turbulência e vêm mantendo
crescimento sustentável.
A China fechou o ano de 2010 como líder
mundial no mercado automotivo, com crescimento de 35,1% em sua produção, em comparação
ao ano de 2009, ultrapassando a marca de 13
milhões de automóveis, segundo levantamento da
consultoria Jato Dynamics do Brasil. Os números
de modelos vendidos na China são referentes
apenas a veículos de passeio. Em segundo lugar
aparecem os EUA, com aumento de 11,2%, e
Japão, com alta de 7,5%.
“A China se consolida em 1º lugar e Brasil assume a 4ª posição. O mais interessante é que o bloco
BRIC se fortalece e podemos ter, já em 2011, a Índia
em 5º lugar e a Rússia em 8º, demonstrando que
os países emergentes estão cada vez mais maduros
e com desenvolvimento bem estruturado e forte”,
23
Matéria de Capa
afirma Luiz Carlos Augusto, diretor superintendente
da Jato Dynamics do Brasil.
Os mercados emergentes prometem puxar a produção mundial de automóveis nos próximos anos,
segundo pesquisa global da KPMG sobre o setor.
A China seguirá como maior produtor e vendedor
de carros até 2015 para 86% dos entrevistados da
edição 2011 do estudo. O país ainda é considerado
o maior alvo dos investimentos no setor.
Além disso, 42% dos respondentes acreditam
que a venda de automóveis para o mercado interno
chinês ultrapasse 18 milhões de unidades por ano
até 2015. Embora a maioria dos pesquisados avalie
que a China deve quebrar o recorde de um milhão
de exportações no setor nos próximos cinco anos,
alguns ainda sentem que vai levar muito mais tempo
para ir além deste valor.
Em relação ao Brasil, o País deu um salto de
popularidade desde a última pesquisa. Agora, em
2011, 41% dos pesquisados disseram que pretendem
aumentar seus investimentos no país, contra 22%
do ano anterior. Se considerarmos apenas empresas
da região das Américas, este número chega a 70%.
Além disso, a expectativa é que o Brasil ultrapasse
24
a barreira dos quatro milhões de carros vendidos
no país, por ano, até 2015. Entretanto, o market
share global brasileiro deve permanecer abaixo
dos 10%.
Essa pesquisa ouviu 200 executivos do setor
automotivo mundial, sendo que mais da metade dos
participantes são chefes de unidades de negócios ou
cargo superior, ligados a todas as áreas da cadeia de
valor da indústria, incluindo fabricantes de veículos,
fornecedores e distribuidores. Do total, 51% dos
executivos são baseados na Europa, Oriente Médio
e África, 27% estão na região Ásia-Pacífico e 22%
nas Américas.
Momento de ajustes – De acordo com o diretor
superintendente da Jato Dynamics, Luiz Carlos
Augusto, os países desenvolvidos, que amargaram
grandes perdas no setor, estão vivendo um momento de ajuste de mercado. “2011 será um ano de
acomodação de mercado para esses países, mesmo
com a Alemanha ainda em queda”, comenta.
Segundo Augusto, todos os países europeus apresentaram certa estabilidade nos resultados de janeiro
(ainda abaixo do que registravam há dois anos). “Os
Fevereiro Março
A indústria brasileira registrou recordes ao longo de 2010, assim como outros mercados
emergentes, especialmente o chinês que cresceu 35% entre 2090 e 2010.
valores mantiveram uma variação em torno de 5%,
ou de queda ou de crescimento”, disse.
Na avaliação do executivo, “o mercado mundial
sofreu uma mudança de 180 graus. O destaque são
os países que compõem o BRIC, com um forte crescimento, principalmente o Brasil, que se comportou
de forma espetacular na crise”, relembra Augusto ao
analisar o atual ranking de países. De acordo com
o levantamento feito pela Jato Dynamics, a China
conquistou o primeiro lugar no ranking mundial,
posição anteriormente ocupada pelos EUA, e ainda
registrou aumento de 35% no mercado entre 2009
e 2010.
Confiança nos Estados Unidos – Na última edição
da NADA Convention, promovida pela National
Automobile Dealers Association, realizada na cidade
de São Francisco, na Califórnia, e que reuniu mais
de 18 mil participantes, foram apresentados alguns
dados que demonstram as mudanças ocorridas no
mercado norte-americano.
A entidade, que representa 16 mil concessionários, registrou uma perda de 2 mil empresas
desde a crise de 2008, quando somava 18 mil disFevereiro Março
25
Matéria de Capa
41% dos executivos pesquisados pela KPMG disseram que pretendem
aumentar os investimentos no Brasil, contra 22% em 2010.
tribuidores. Hoje, sinais de otimismo já são vistos
nos empresários locais, conforme apresentado pelo
novo presidente da entidade, Stephen Wade. “Os
concessionários estão voltando ao negócio. Há sinais
claros de que a economia norte-americana está se
recuperando”.
Segundo Wade, o ano de 2010 fechou com 11,5
milhões de automóveis vendidos, num crescimento
de 11,2% sobre 2009, e a projeção, para 2011, é de
um crescimento de 10%, atingindo a marca de 12,9 a
13 milhões de unidades. “Esperamos chegar a 2015
com valores próximos a 16 milhões de unidades
vendidas no país, o que significa uma recuperação
do mercado próxima de patamares anteriores”,
afirmou o presidente da NADA, referindo-se a anos
como 2005, quando os Estados Unidos chegaram a
comercializar 17,5 milhões de automóveis.
As razões para este otimismo estão refletidas na
economia do país. Segundo o presidente da NADA,
26
nos últimos anos, os Estados Unidos reciclaram
vários veículos e agora a frota precisa ser renovada e
os clientes estão voltando a comprar. Para viabilizar
o consumo, Wade explica que os passos estão sendo
seguidos: “Primeiro, as pessoas precisam trabalhar,
depois, precisam acreditar na economia e, enfim,
é preciso ter crédito no mercado, e isso tudo vem
ocorrendo novamente”, concluiu Stephen Wade.
Mercado Europeu – Apesar dos sinais de retomada
da indústria em vários mercados, particularmente
no Leste e Centro da Europa, o mercado de carros
novos do Velho Continente permanece em um
nível abaixo ao registrado em 2009, segundo a
Jato Dynamics do Brasil. Contribuem para isso,
de acordo com a consultoria, o encerramento das
políticas de renovação de frota, no início de 2010, e
a continuidade dos problemas financeiros em países
como a Grécia.
Fevereiro Março
Aliança Renault-Nissan
O ano de 2010 foi um período recorde para Aliança Renault-Nissan. Com
7.276.398 veículos vendidos, numa alta de 19,6% sobre 2009, em um
mercado que cresceu 11,8%, a Aliança obteve uma participação de 10,3%
do mercado mundial no ano passado. “Em 2010, a Aliança Renault-Nissan teve um volume de vendas e uma participação de mercado mundial
sem precedentes. A nossa performance foi especialmente animadora
nos mercados promissores em termos de crescimento, onde todas as
marcas da Aliança continuam a conquistar participações de mercado”,
declarou Carlos Ghosn, Presidente da Aliança Renault-Nissan.
“A Aliança é a parceria mais sólida do setor automobilístico. Tendo
completado 12 anos, continua a ampliar sua presença mundial, apoiando-se em novas capacidades de produção e produtos competitivos”,
afirmou Ghosn.
O Grupo Renault quebrou um novo recorde de vendas, atingindo 2,6
milhões de veículos, em alta de 14% em relação a 2009. Nas cinco regiões do Grupo, todas registraram forte aumento em termos de volume
e participação de mercado, com exceção da Euromed, onde as vendas
recuaram 0,2 ponto. Todas as marcas contribuíram para o aumento das
vendas do Grupo: a Renault cresceu 14%, a Dacia 12%, e a Renault Samsung Motors 19%.
Na Europa, o Grupo Renault teve um aumento de 7,4% em termos de
volume, com 1.642.000 unidades vendidas, em um mercado em queda
de 3,7%. A marca Renault subiu uma posição no ranking das montadoras
de veículos de passeio (VP) e utilitários (VU), tornando-se a segunda
colocada em vendas. Em VU, a marca consolidou o primeiro lugar, com
uma participação de mercado de 15,9%.
“Apesar de entrar em 2011 com a prevalência
de uma incerteza econômica generalizada, a França
registrou o melhor janeiro desde 2002, enquanto
a Alemanha voltou aos níveis pré-incentivos”,
comentou Gareth Hession, vice-presidente de
Pesquisa da Jato Dynamics, ressaltando a queda
alemã, que cedeu o 4º lugar no ranking mundial
ao Brasil.
De olho no Brasil – Os investimentos da indústria
automobilística brasileira entre 2010 e 2012 devem totalizar US$ 11,2 bilhões, segundo os dados
anunciados pela Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores). Entre
2007 e 2009, foram US$ 8,1 bilhões. “Somos já um
grande player no presente, mas temos que estar
estruturados para a nova realidade, com os novos
emergentes”, afirmou o presidente da entidade,
Cledorvino Belini.
Fevereiro Março
Fora da Europa, o Grupo mantém tendência de expansão, com vendas
em alta de 26%, alcançando 983.731 unidades. As vendas da Renault
Samsung Motors tiveram um aumento de 16,5% no mercado interno
de VP e representam uma participação de 11,9% do mercado da Coreia
do Sul. Com 155.697 unidades vendidas, a Coreia do Sul é hoje o quarto
mercado do Grupo Renault.
10 primeiros mercados da
Aliança Renault-Nissan
País
China
EUA
França
Rússia*
Japão
Alemanha
Reino Unido
México
Itália
Brasil
Total da Aliança
Participação no mercado local
1.038.343
908.570
803.336
699.416
647.864
232.661
209.812
207.564
201.498
196.073
6,2%
7,8%
30,1%
36,5%
13,2%
7,5%
9,3%
25,3%
9,4%
5,9%
*Inclusive Lada
27
Brands & Players
Hyundai quer ter 10% do mercado brasileiro em 2013
A Hyundai Motor lançou, no final de fevereiro, a pedra fundamental de sua primeira fábrica própria na América Latina,
mas já traça planos para assumir participação de mercado
de cerca de 10% até o final de 2013,
rivalizando com a Ford, atual quarta
maior empresa do setor no Brasil.
Em 2013, a montadora sul-coreana pretende vender 150 mil carros produzidos
na fábrica de Piracicaba, no interior de
São Paulo, a décima da marca no mundo, volume que será reforçado com
mais 100 mil unidades importadas e
outras 50 mil produzidas pelo parceiro
brasileiro Grupo Caoa.
“Em 2010, sem fábrica aqui (no Brasil), ficamos com 3% do mercado (7a
posição no ranking da associação de
concessionários). Com produção local,
o share será de 10%, ultrapassando a Ford”, disse o vicepresidente sênior para as Américas da Hyundai Motor, Han
Chang Hwan, por meio de intérprete.
Segundo o executivo, se a meta for cumprida, a Hyundai terá ocupado toda a
capacidade de 150 mil veículos de sua
fábrica no Brasil em 2013 com produção
apenas do modelo compacto de codinome HMB, que está sendo desenvolvido
na Coreia do Sul especificamente para o
mercado brasileiro.
O carro, voltado ao segmento B, terá
motor bicombustível e competirá diretamente com os modelos Gol e Palio, de
Volkswagen e Fiat, respectivamente, que
são focados em economia de combustível, afirmaram executivos da montadora
sul-coreana.
O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participa de evento para
lançamento da pedra fundamento da planta da Hyundai em Piracicaba.
28
Fevereiro Março
Ford aposta em cores vivas no mercado brasileiro
A Ford aposta em novas cores no mercado brasileiro que, nos
últimos anos, foi invadido por tons de prata, preto e cinza.
A marca norte-americana passa a oferecer cores mais vivas
para seus modelos, como Vermelho Magenta ou vermelho
Bordeaux, azul Montecarlo, verde Coimbra e branco Ártico.
“Foi-se o tempo em que o consumidor podia escolher um carro
de qualquer cor – desde que fosse preto, como dizia a máxima
popular atribuída a Henry Ford. Atualmente, com os veículos
globais, as paletas de cores são montadas com a participação
de todos os centros mundiais de design da Ford, incluindo o
Brasil”, explica Adília Afonso, supervisora de Design da Ford
América do Sul.
O prata e o preto continuam sendo os mais vendidos, seguidos do vermelho. A Ford tem registrado crescimento do branco entre os pedidos no Brasil, especialmente no Fusion e no
New Edge 2011. No Ka, o vermelho já empatou com o prata
na preferência dos consumidores, e o mesmo acontece com o
Fiesta RoCam.
Honda lança edição especial
do New Civic
A Honda apresentou versão especial
do New Civic, a Special Edition
(SE), uma evolução da
versão LXL, que havia
sido apresentada no
início de 2010.
O veículo agregou
mais valor aos
equipamentos,
como o sensor de
estacionamento
sonoro no párachoque traseiro, os
faróis de neblina e
o ar-condicionado
automático digital, além
de marcador de temperatura
externa no painel. Com isso, a Honda
Automóveis visa oferecer mais opções
para o consumidor e pretende ampliar
ainda mais a participação dentro dessa
concorrida categoria.
Essa nova versão vem equipada
com o propulsor i-VTEC 1.8l SOHC
Flex, e está disponível nas cores:
Preto Cristal Perolizado, Grafite
Magnesium Metálico, Prata Global
Metálico e Cinza Palladium Metálico.
O preço público sugerido, com frete
incluso (base Estado de São Paulo),
é de R$ 67.430,00 (SE MT Flex);
R$ 72.165,00 (SE AT Flex)
e R$ 73.885,00 (SE AT c/ couro Flex).
Fevereiro Março
29
Brands & Players
Fabricantes chineses se preparam
para produzir automóveis no País
O grupo SHC, importador da marca JAC, tem intenção de construir uma fábrica para produzir no País os veículos da marca
chinesa. Para isso, entregou, recentemente, ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior projeto com
seus planos. Sérgio Habib, presidente da empresa, afirma que
o documento é preventivo, pois ainda avalia a possibilidade da
unidade local. “Uma fábrica só é viável se produzir mais de 100
mil veículos por ano”, justifica o executivo.
A concorrente Chery, por sua vez, escolheu a cidade de Jacareí
(SP) para instalar uma fábrica de carros compactos. Inicialmente, a Chery vai produzir 50 mil unidades ao ano a partir de 2013,
mas o plano é atingir 150 mil, com investimento de US$ 400
milhões. Os dois primeiros modelos a serem produzidos são o
hatch Face e o sedã A13.
J3
J3
Também manifestaram interesse em bases locais de produção
as marcas Lifan, Chana, Hafei, Haima, BYD e Dongfeng. As quatro primeiras já atuam como importadoras mas, apesar das declarações, nenhuma tem projeto concreto para filiais no País.
Uno duas
portas chega às
concessionárias
Desde o início de março, as
concessionárias Fiat já têm
disponível a versão duas portas
do novo Uno. Com mais essa
versão, o veículo contempla 10
opções para o consumidor.
São elas: Vivace 1.0 Flex
(2 e 4 portas), Way 1.0 Flex (2 e
4 portas), Attractive 1.4 Flex (2
e 4 portas), Way 1.4 Flex (2 e 4
portas) e Sporting 1.4 Flex
(2 e 4 portas). Os preços iniciam
em R$ 26.490,00, com a versão
Vivace 1.0 Flex 2 portas,
chegando a R$ 33.970,00,
referente à versão Sporting
1.4 Flex 4 portas, modelo mais
completo da linha.
30
Fevereiro Março
Cielo
Tiggo
Fevereiro Março
Tiggo
31
No Stress – Turismo e Lazer
Ceará
Fortaleza: a capita
alegria no nordest
Apesar de ser um dos menores Estados do Brasil, o Ceará tem um dos
litorais mais extensos do País. Além disso, uma ampla cadeia de hotéis,
restaurantes e serviços turísticos foi desenvolvida ao longo da orla.
32
Fevereiro Março
al da
te
Fevereiro Março
A
té o início dos anos 80, a orla de Fortaleza ainda
não era voltada para o turismo. Havia alguns
prédios residenciais e comerciais, entremeados
por vários terrenos vazios. Com o crescimento
do turismo, a orla cresceu e modernizou-se, oferecendo, atualmente, variedade de atrativos para os visitantes,
como modernos hotéis, restaurantes e lojas diversas.
Fora de Fortaleza, o Ceará conta também com praias paradisíacas, como as mundialmente famosas Canoa Quebrada
e Jericoacoara. Nessas praias, o principal atrativo é a natureza
preservada e a beleza das paisagens. Embora a infraestrutura
turística não seja tão desenvolvida quanto a da capital, está
cada vez mais comum encontrar hotéis e restaurantes de alto
padrão mesmo nas praias mais isoladas.
Praias de Fortaleza – Bem mais perto, no entanto, ficam as
favoritas do público que não quer viajar dentro do estado. A
Praia do Futuro, por exemplo, passou a ser um ponto descolado de Fortaleza, munido de dezenas de quiosques que
favorecem os banhistas com bebidas e quitutes fresquinhos à
beira mar o dia todo.
As praias do Meireles e Mucuripe são ótimas para caminhadas, pois têm calçadas largas, ladeadas por barracas à
beira-mar, lojas e serviços diversos.
Fortaleza tem aproximadamente 25 km de praias urbanas.
Indo do oeste para o leste da cidade, as praias urbanas de Fortaleza são Iracema, Meireles, Mucuripe e Praia do Futuro.
Iracema – é a praia dos boêmios. Os festeiros da noite (tanto locais, como turistas brasileiros e estrangeiros) começam
a se movimentar ao entardecer e festejam até a madrugada.
Iracema concentra vários bares, restaurantes e boates. O Centro Cultural Dragão do Mar, assim como a boate Pirata, ficam
em Iracema.
Praia do Meireles – é a mais procurada para passeios e
caminhadas. Esse trecho da praia tem calçadas largas, com
pequenos estabelecimentos comerciais e turísticos, como
restaurantes, quiosques, postos de informação. A Feirinha de
Artesanato, que é armada todos os dias a partir do entardecer,
é uma grande atração do Meireles. A área ao redor da Praia
do Meireles tem uma das maiores concentrações de hotéis
da cidade.
Mucuripe – é a praia das jangadas. O porto de Mucuripe é utilizado apenas por grandes navios, mas ao longo da
praia podem-se observar uma grande frota de jangadas com
velas coloridas. Ocasionalmente, pode-se ver os pescadores
partindo para a pesca ou retornando com o pescado, que é
vendido no mercado do peixe, no final da praia. É também
do Mucuripe que partem os passeios de barco, que permitem
uma visão de Fortaleza de um ângulo diferente.
Praia do Futuro – com aproximadamente 7 km de extensão, é a preferida por surfistas e banhistas. A Praia do
Futuro tem água mais límpida e ondas mais fortes do que
as outras praias, e ganhou fama graças às barracas que ali se
instalaram. Algumas têm centenas de mesas e contam com
infraestrutura suficiente para realização de shows de bandas
famosas de forró.
33
No Stress – Turismo e Lazer
Ceará
O artesanato e as belas paisagens atraem turistas o ano todo.
Outras atrações
Beach Park
Localizado nas dunas de Aquiraz, 20 quilômetros ao leste de Fortaleza,
o parque foi construído há mais de 20 anos. Atualmente, tem cerca de
35 mil m² (o que o torna o maior parque aquático do Brasil), mais de 100
atrações e é dividido em áreas temáticas com brinquedos para crianças e,
principalmente, para adultos apaixonados por adrenalina. O Beach Park é
um complexo que inclui o Acqua Park (o parque aquático, atração de maior
visibilidade do complexo), duas cadeias de resorts (uma delas integrada
ao Acqua Park), área de restaurantes e um Centro de Convenções. Para
aproveitar tudo o que o parque tem a oferecer, é preciso enfrentar o medo.
Os brinquedos mais radicais são capazes de assustar os mais destemidos.
Uma dica é começar pelos mais baixos e menos velozes para ganhar
confiança e dar um passo à frente em busca de mais aventura.
Centro Cultural Dragão do Mar
Inaugurado em 7 de agosto de 1998, o Centro Cultural possui 30 mil metros
quadrados de área para vivenciar a Arte e a Cultura Cearenses. Possui
atrações como o Memorial da Cultura Cearense, o Museu de Arte, o CineTeatro, o anfiteatro, a Oficina de Arte e o Planetário. O Centro Dragão do
Mar de Arte e Cultura possui infraestrutura completa para o exercício do
lazer e da arte, objetivando democratizar o acesso à cultura, gerar novos
empregos e movimentar o mercado turístico cearense. Visitantes de todas
as localidades e classes sociais, das mais variadas faixas etárias e de renda
visitam o complexo. A premissa básica é a de que a programação artísticocultural desenvolvida seja sempre plural, diversificada, inovadora e de alta
qualidade. O acesso é democratizado, permitindo que a população de baixa
renda possa ter acesso aos bens simbólicos ofertados.
Mercado de Artesanato
Fortaleza e outras cidades do Nordeste são conhecidas pelo talento de
seus artesãos. Esses artistas produzem peças em tecido, madeira, vidro,
cocos, areia (as famosas garrafinhas) e muito mais. Algumas peças que
demoram dias para serem feitas são vendidas por menos de R$ 100, em
média. O crescimento do turismo tem elevado os preços, mas ainda são
Fevereiro Março
mais baixos do que nos Estados do Sul/Sudeste e no exterior. Existem lojas
de artesanato por toda a cidade (incluindo o aeroporto, onde tudo custa o
dobro ou triplo do preço cobrado nos mercados centrais). Os dois melhores
locais para se pesquisar preços de artesanato e fazer compras são a Feirinha
da Beira-Mar e o Mercado Central de Artesanato.
35
No Stress – Turismo e Lazer
Ceará
Canoa Quebrada é ideal o Kitesurf
Partindo de Fortaleza, no Ceará, são mais de duas horas
de estrada para chegar a Canoa Quebrada. A praia já foi
semideserta, frequentada apenas por pescadores, mas
ganhou fama internacional na década de 70 e virou destino
de hippies de todo o mundo, principalmente italianos (o que
transformou seus preços em algo “não-tão-de-praia-desertaassim”). Mesmo com as mudanças, ir à Canoa Quebrada ainda
não é uma furada.
E o que dá, digamos, um novo respiro à belíssima praia, são
os ares do kitesurfe (aquelas pipas empinadas por surfistas,
que fazem acrobacias aéreas). O local virou paraíso dos
praticantes desse esporte não só por concentrar ventos fortes
e mar com ondas baixas, mas por somar a isso o mesmo
cenário dos tempos de pesca.
São centenas de metros de falésias avermelhadas (que chegam
a 20 metros de altura) que acompanham o percurso da orla,
como uma grande parede que separa a aridez das dunas da
calmaria das águas claras do mar. O pano de fundo empolga
36
praticantes novos e experientes a deslizar pelas ondas em dois
pontos (spots): o de Canoa Quebrada e o Águas Planas.
Se o mais próximo do esporte que você já esteve foi empinar
pipas, o melhor é começar pelo spot Águas Planas. A 20
minutos de buggy da concentração de turistas, fica na foz
do Rio Jaguaribe e, como o nome sugere, tem espaço de
sobra para deslizar sem grandes ondas, o que facilita subir
na prancha. Atente apenas ao horário: o point só funciona
na maré baixa, durante quatro horas. Já o ponto Canoa
Quebrada, para os mais experientes, está perto da barraca
“Bom Motivo” e oferece mais aventura em um local onde a
arrebentação é um pouco mais forte.
Algumas pousadas da região oferecem aulas de kitesurfe,
a um preço médio de R$ 80, o que inclui professor,
equipamento e transporte até o local (caso seja necessário
o buggy). Os ventos estão a favor do esporte de julho a
fevereiro, mas o período mais indicado são os meses de
agosto e setembro.
Canoa Quebrada e suas falésias avermelhadas: destino de hippies do mundo todo e perfeito para o Kitesurf.
37
Opinião
Por Luciano Peloche
Valor, indicadores... conceitos
pouco explorados
Não é à toa que o primeiro princípio Lean é “entender o que é valor
para o cliente”. Vejam tudo que podia ser evitado se a concessionária
que me atendeu soubesse disso...
E
u e minha esposa tivemos a grata surpresa no Natal ao descobrir que nossa família vai aumentar. Diante desse novo
cenário, chegamos à conclusão que precisaríamos de um
carro maior para transportar a família toda com mais conforto
e segurança.
Fomos, então, a uma concessionária para ver o carro que nos
interessava e acabamos fechando negócio. É a primeira vez que
compramos um carro dessa marca e o atendimento dispensando
contribuiu bastante para selar a nossa compra.
Tivemos pequeníssimos contratempos durante alguns pagamentos de taxas, mas nada que estragasse a imagem inicial. Hoje,
porém, minha impressão mudou um pouco.
Em uma sexta-feira fui surpreendido com o telefonema de
uma assistente, agendando a entrega do carro. Não sei se é por
conta do trabalho que eu faço, mas quando me ligam para agendar algo, eu suponho que tudo estará pronto na hora marcada.
Pois bem, cheguei à concessionária na hora marcada e fui
atendido pelo vendedor, que me encaminhou para o setor que
cuida da burocracia de documentos. Vencida esta etapa, bastava
eu pegar o documento do carro com o despachante local e seguir
para buscar o carro. Problema! O documento do carro não estava
pronto e ele não estava sequer emplacado (detalhe, eu solicitei
esse serviço à concessionária). Fiz isso, pois eu não teria tempo
de fazer por conta própria.
O que se viu depois disso foi um total despreparo para imprevistos. O despachante e eu fomos conversar com a assistente, que
fez o agendamento e, para minha sorte, ela ficava na mesma sala
do gerente. Foi uma oportunidade para um coaching coletivo.
Simplesmente questionei o porquê de eu ter sido chamado para
buscar o carro se ele não estava pronto? Ficaram todos naquela
de jogar a culpa um para o outro e ninguém se preocupou em
resolver o problema.
Um ponto que citei foi que eles deviam entender o que era
valor para o cliente nesse processo. Não é só a venda, mas a concretização da entrega. Isso era o mais importante e uma etapa que
estava sendo marginalizada por todos.
Sugeri, então, que eles mudassem o processo de entrega. A
equipe deve continuar agendando com os clientes, baseados nas
promessas dos fornecedores, porém, é fundamental que eles entendam que a responsabilidade deles encerra-se quando o carro
for entregue, ou seja, as datas prometidas são de responsabilidade
dos vendedores e devem, portanto, ser gerenciadas também. Se
uma data prometida não vai ser cumprida, o mínimo que eles
devem fazer é avisar o cliente e buscar soluções para atender suas
necessidades.
Expliquei também que basear um processo em promessas só
pode trazer esse tipo de resultado. No mundo real, contratempos
ocorrem e promessas são quebradas. Nas fábricas, por exemplo,
quantos planejadores de produção não ficam loucos quando fornecedores não cumprem a promessa? Tanto é verdade que inúmeras empresas trabalham em parceria para evitar surpresas.
Voltando ao caso, na sala do gerente, existe um quadro de gestão visual, que mostra o quanto cada vendedor produziu. Muito
interessante o quadro, mas mostra claramente que a única prioridade ali é venda! Só isso! Entrega é outro problema. Perguntei
a ele se ele sabia quantos daqueles carros ali apontados ainda
não foram entregues e ele fez cara de interrogação. Como isso é
valor para o cliente, comentei o quão grave a falta de gestão desse
indicador era para ele.
Sugeri que eles utilizassem a gestão LEAN do dia-a-dia, com
indicadores de desempenho como OTD (on time delivery - entrega
no prazo), para garantir que o processo final de venda, que consiste
na entrega do carro, seja feito de modo a evitar que outros clientes
percam tempo e paciência, assim como ocorreu comigo.
Um simples check-list com datas de cada fase do processo
de entrega garantiria isso (ex.: documento pronto? Emplacado?
Limpo? Revisado? Está na concessionária? Entregue?). Pronto!
Com um simples check-list eles conseguem saber o status de cada
carro. Portanto, se eles sabem o status de cada carro que vendem
(e não são tantos para serem gerenciados diariamente), eles evitam situações como a que vivi hoje e garantem a total satisfação
do cliente.
Infelizmente, eu não senti que os conselhos serão seguidos
pois o que importa mesmo é o número de carros vendidos...
Luciano Peloche é Engenheiro, Consultor de Lean pela Taktica Lean Consulting, Palestrante, Project Manager Professional (PMP) e autor do
blog Lean para Todos (www.leanparatodos.blogspot.com).
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Fevereiro Março
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