A atual alienação estética como forma de
deficiência
Tania Guimarães Pompeu
Mestre em Psicologia Social pela UFMG
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Introdução
O corpo tem sido o assunto de nossos dias, em resposta a muitos anos de
repressão com que foi tratado, seja pelo trabalho escravo e depois mecanizado,
seja pelas concepções religiosas e morais que o viam como fonte de pecado
e degradação, ou ainda por ser frágil e finito, limitando o homem. A atual
retomada, como uma luta contra essa alienação, pode ser vista nas conversas
cotidianas, no número crescente de correntes de pensamento que se dedicam ao
assunto, como conscientização, recuperação da auto-estima, além das práticas e
instituições a ele dedicadas.
Essa retomada tem se caracterizado principalmente pelo aspecto estético,
que já foi considerado como sensação ligada ao prazer e à contemplação, separada de todo entendimento e inferior a ele. Queremos retomar a estética como
experiência aprendida culturalmente e, portanto, carregada de significados e valores mas que, apesar disso, tem se revelado de forma alienada, considerada aqui
como uma alteração da consciência de si, repetindo-se padrões automaticamente
e perdendo-se, de certa maneira, a condição humana de construtor de significados para si e para o mundo. Como conseqüência, os padrões de beleza têm sido
vividos como verdades absolutas que se transformam em imperativos, levando
a uma inferioridade social quando se está fora deles. Vividos como verdades
absolutas, não podem ser desconstruídos e reconstruídos ou até apresentar-se
como possibilidade de acréscimo à vivência da própria beleza. Os padrões que
chamarei de estereotipados estão quase sempre ligados ao poder, isto é, à raça
branca dominante, e ao poder econômico, que institui a magreza como modelo,
pois tem comida suficiente e até supérflua. Assim, os padrões são reproduzidos
pelo sentimento de inferioridade que os sustenta, pois é humilhante e marginal
estar fora deles. Sua busca constante, num movimento circular, também perpetua a inferioridade, já que quase nunca são alcançados, pois idealizados, ou
quando alcançados há uma obrigação constante de mantê-los ou ainda o temor
de perdê-los. Assim, a inferioridade social paira sobre todos como baixa de autoestima ou até quase como um sentimento de deficiência física.
Ao vivenciar esses padrões estéticos dominantes como obrigatórios, perdese a condição de viver alguns deles como possibilidades, escolhas livres que se
estabeleceriam como acréscimo à própria beleza expressada. Perde-se a noção
das próprias preferências e, apesar de quase sempre se afirmar que estão sendo
feitos por opção, outras evidências acabam revelando que essa liberdade de
opção não é tão livre assim. Como conseqüência dessa obrigatoriedade, e da
inferioridade por ela gerada, as pessoas não se expressam, tentando ser apenas
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aquilo que deveriam ser. Nega-se assim a intencionalidade corpórea humana,
pois o homem está no mundo de maneira intencional, e a cada momento anuncia
corporalmente seu sentido, seu projeto, sua existência. Ao não se expressar,
nega-se a diversidade humana, transformando-se a diferença em feio, enquanto
inferioridade e vergonha. Na verdade, o feio não é o contrário do belo, mas a
negação da beleza de cada um. Também as deficiências físicas deixam de ser
limitações próprias da raça humana ou de sua história, diferenças inerentes à
condição do homem, para se transformar em inferioridade e vergonha.
A estética, incluindo a questão da beleza humana, foi primeiramente abordada por Platão, a quem é atribuída a frase ou o conceito de que a beleza é o
esplendor da verdade. Para os gregos, a verdade é o desocultamento do ente.
A verdade desnuda o ser das coisas, e beleza é então o esplendor do ser. A
realidade aqui referida ao se falar de beleza é a estética como experiência, que
considera os significados e valores atribuídos aos seres, bem como a relação que
se estabelece entre o objeto percebido como belo e o sujeito que o vê assim.
Como relação, diz respeito a uma emoção de aproximação, que necessariamente
modifica o objeto, pois o significa e destaca do contex to, alterando também
o sujeito, pois este se coloca em uma disposição positiva em relação a algo ou
alguém. Assim, a experiência estética entre os homens é uma possibilidade de
encontro daquele que conhece e do que quer ser conhecido. Como ambos são
ao mesmo tempo sujeitos, querem conhecer e ser conhecidos, abrindo-se a uma
recepção que permite o desvelamento do outro com um sentimento que o acolhe
e lhe é solidário. É a experiência diante de um quadro, paisagem ou pessoa, dos
quais se quer aproximar, participar e cujas formas, cores e cheiros alteram quem
deles se acerca. Mudam-se o ritmo, a respiração, têm-se lembranças, novas e
mais amplas compreensões. Estabelece-se um "entre", em que já não se é o
mesmo, já não se está na simples existência, mas na coexistência.
O encontro estético, ao se estabelecer diante de uma primeira impressão
do outro, acontece pelas histórias de preferências e atrações comuns de seus
participantes, e talvez por isso, ao mesmo tempo que tenha sido largamente
valorizado ao longo da história, foi também muitas vezes desvalorizado. Tal
forma de encontro tem sido considerada fútil e de menor importância, pois
incerta e sem garantias de que permanecerá, mas, por isso mesmo, exige de cada
um maior desprendimento e aceitação sem preconceitos. Paradoxalmente, essa
recepção, que seria menos preconceituosa, quando se transforma em padrões
vividos como verdades absolutas a serem cumpridos ao invés de revelações a
serem feitas, torna-se uma das formas mais radicais e discriminatórias de não
encontro. Possibilita-se assim uma sociedade não inclusiva no que diz respeito
à beleza, um desrespeito consentido, compartilhado e absolutamente "normal".
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Objetivos
Compreender os valores estéticos em relação ao corpo humano, como eles
têm sido vivenciados, se têm possibilitado ou dificultado o desvelamento do
esplendor do ser, favorecendo o encontro estético.
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Metodologia
Foi escolhido o método qualitativo com entrevistas semi-estruturadas e perguntas relacionadas às categorias de alienação estética do corpo, quais sejam,
a reprodução automática de padrões sociais como verdades inquestionáveis, a
conseqüente ausência de consciência histórica do próprio corpo e a impossibilidade de expressão. Além disso, procurou-se conhecer a percepção estética de si
mesmo e a vivência de uma identidade corpórea. Os entrevistados foram pessoas com experiência significativa para o tema, portadores de limitações físicas
e freqüentadores de academias de ginástica.
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Resultados
Busca de um padrão estético - Ao pesquisar a existência de um padrão estético, não se encontrou a tendência a privilegiar categorias ligadas a uma raça,
nem a aspectos específicos do corpo, o que indica a presença de concepções estéticas diversificadas. Isso não representava, entretanto, ausência de padrões. Eles
apenas eram diversos, pois as pessoas revelavam que algum esforço ou prática
devia ser seguida para que fosse possível alcançar o que deve ser alcançado.
E, mais ainda, o padrão precisa ser desejado, porque internalizado, torna-se
próprio, conferindo a quem o faz o reconhecimento social pelo dever cumprido.
Como disse uma das entrevistadas, a perfeição é quando se toma ginástica no
café da manhã, almoça-se ginástica e janta-se ginástica. Hoje ela estaria na
perfeição por ser magra e ter uma dieta balanceada. Isso é possivelmente o que
David Cooper chama de "estado normal do cidadão bem condicionado, alheio à
mais elementar consciência do próprio corpo para si mesmo", pois só deseja ser
exatamente aquilo que deve ser.
O culto do corpo - Na busca de um padrão estético, observou-se ainda uma
atenção maior ao corpo do que ao rosto como novo alvo do padrão estético,
aparentemente diferente de épocas anteriores. O corpo deve ser trabalhado
ou malhado, nunca gordo e com exigência semelhante para ambos os sexos.
Desnudado pelas roupas e orientado pelos novos conhecimentos de nutrição e
ginástica e até por sua maior extensão em relação ao rosto, exige mais disponibilidade e dedicação, aumentando com isso o consumo de serviços a ele destinados.
Também por ser mais impessoal do que o rosto - as pessoas são mais identificadas por seus rostos - ele se torna hierarquicamente inferior e, portanto, mais
maleável às práticas e, em conseqüência, mais passível de controle.
Estar fora do padrão - Ainda na busca do padrão estético, apareceram inúmeras insatisfações com o próprio corpo. As mulheres não podem ser gordas, os
homens não podem ser baixos ou franzinos, ou, como revelou uma entrevistada,
quando criança tinha complexo por ser magra e, na adolescência, vergonha por
não ter encorpado como as outras colegas. Ho-je, acha que nessa fase tinha um
corpo lindo, mas se achava um patinho feio, e depois foi pa-ra a outra ponta,
ficando acima do peso, ou seja, o padrão tem que ser o certo, na hora certa. A
insatisfação por se estar fora do padrão chegou a ser semelhante à perda corporal, já que uma pessoa com limitação física, ao responder se queria mudar
alguma coisa em seu corpo, se possível, não teve nem a fantasia de querer voltar
ao que era antes, dizendo apenas que queria ser ma-gra de novo, só isso e mais
nada.
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Esforços para atingir os padrões - cuidados - Buscando o padrão estético, dáse o nome de cuidados ao trabalho de investimento do qual o corpo torna-se alvo.
Assim, ele parece pessoal e investido de afeto, uma ação autônoma de quem o
faz. Esse é o manto de libertação com que se deseja cobrir o corpo, como afirma
Baudrillard a propósito de sua reapropriação atual. A discriminação e a rejeição
a si próprio por não ser quem se deve ser são chamadas de cuidados, fazendo com
que a alienação do corpo seja uma das mais perfeitas de nosso tempo. Uma das
pessoas da academia de ginástica afirmou que demorou a descobrir que precisava
emagrecer para ficar em paz consigo e com a vida, só que quando descobriu isso
já havia passado sua melhor fase, já era tarde demais. Isso significa que só é
possível sentir-se bem quando se cumpre o dever no pequeno prazo da juventude.
Ausência de consciência histórica do corpo - A visão do corpo como natureza,
em contraposição a um processo histórico construído, já que o homem é o único
animal que modifica intencionalmente seu corpo, é um dos aspectos que favorece
uma concepção determinista do corpo. As pessoas tinham consciência de suas
mudanças, as relativas ao desenvolvimento e outras, mas as de melhor lembrança
eram as que as afastavam ou as aproximavam dos padrões.
O exemplo mais significativo do corpo vivido apenas como natureza foi dado
por uma das pessoas acidentadas, que guarda todas as roupas de quando era
magra como uma relíquia, em suas próprias palavras. Aparentemente histórico,
o pequeno museu dessa moça não é a consciência histórica que pode modificar
o futuro, mas a memória encarcerada que a faz lembrar-se todos os dias daquilo
que não é mais.
A impossibilidade de expressão - O corpo padronizado através de práticas
rituais, em que as diferenças devem ser eliminadas como feias, não pode então
ser a expressão da pessoa. Alguns dos entrevistados revelaram isso. Um dos
acidentados disse que antes era uma pessoa batalhadora, que se valorizava, mas
que, após o acidente e por ter engordado apesar de três regimes, agora tem
muito receio, pois tudo mudou.
Inibição - a diferença negada - Por não poder expressar-se, as pessoas sentemse inibidas e essa inibição revela a impossibilidade de se afirmar a diversidade
dos seres. Em seus relatos, as mulheres com perdas corporais dizem esconder
suas perdas, pois, não bastando o sofrimento delas decorrente, são também
motivo de vergonha. A negação da diferença torna-se tão absurda e irreal que
características opostas têm que ser ambas eliminadas, como o caso de dois outros
entrevistados que se envergonhavam, um de ser negro e o outro de ser muito
branco. A diversidade precisa, então, ser eliminada através de práticas que
propiciem mudanças.
Mudança para a conformidade - As mudanças tornam-se então absolutamente necessárias para que as pessoas possam expressar-se, mas, ao visarem a
um padrão a ser seguido, elas se tornam repetitivas, monótonas, buscando mais
um enquadramento do que uma mudança, sem lugar para a diferença e o inesperado. Uma das entrevistadas revelou ter mudado tudo em seu corpo e, por
ele ser o cartão de visita de seu trabalho, é obrigada a se preocupar com ele, ter
um corpo bonito como um modelo. Ela se transforma num manequim de vitrina
a ser inspecionado pelos outros e, por isso, os olhares se tornam sentenças de
morte social.
O olhar do outro como morte social - O olhar é a principal possibilidade de
conhecimento do outro e uma das principais vias de acesso ao encontro estético
se interesses e atrações forem comuns. Mas, quando limitado pelos padrões,
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transforma-se em instrumento de inspeção, julgamento e condenação. Alguns
dos entrevistados abaixam a cabeça diante dos olhares, ou, quando estes são
dirigidos à perda de parte do corpo, a exclusão é ainda mais sentida.
Percepção estética de si mesmo - Reconhecer o bonito ou o feio em si daria a
dimensão dos valores estéticos construídos no grupo social e se estes estariam facilitando a expressão e o encontro estético. Muitas das pessoas entrevistadas não
se sentiam bonitas, ou dependiam de cuidados para continuarem nos padrões,
ou às vezes nem assim. O conhecimento sobre a própria beleza era com freqüência referido à fala dos outros, mas, quando isso não acontecia, muitas vezes as
pessoas não sabiam o que dizer de si.
Percebia-se novamente que as pessoas não podiam expressar-se, pois o corpo
e a beleza não eram próprios, eram da opinião pública à qual obedeciam, e o
belo não era uma qualidade adquirida no exercício espontâneo do desvelar-se.
Uma das entrevistadas desculpou-se por gostar de seu olho e outra perguntou
se não parecia convencida por gostar de alguns aspectos seus. A negação da
auto-estima e da autonomia e não a sua afirmação é que são desejadas num
processo de alienação.
O feio - O feio foi revelado com maior espontaneidade e as pessoas falaram de
alguns aspectos, de muitos ao mesmo tempo e de detalhes imperceptíveis. Uma
delas considerou-se toda feia. O feio como negação da própria beleza permite a
consciência das inibições. Como limite do ser, ao qual não é possível desvelar-se,
nem ser recebido em toda a sua plenitude, pois atrações e preferências são exercidas dentro da diversidade humana, o feio é diferença e não obrigatoriamente
vergonha ou inferioridade. A espontaneidade dos entrevistados ao falar sobre
ele, longe de ser apenas consciência da diferença, revela inferioridade, já que, ao
mesmo tempo, a beleza foi negada. Inferioridade não possibilita encontros, pois
revelações não são feitas nem preferências exercidas.
A identidade corpórea - A vivência de um eu corpóreo, o corpo sentido como
identidade em sua totalidade ou em alguns aspectos significativos é o sentimento
de que se é o próprio corpo, já que ele é a melhor expressão de si. A pergunta
"Em que parte do corpo você colocaria seu eu?"buscava reconhecer a existência
dessa vivência, mas foi de difícil compreensão, o que mostra que a vivência do
corpo como identidade era estranha, de difícil ressonância. Quando respondida,
alguns ignoraram o corpo, situando o eu em outros aspectos, como a cabeça
enquanto pensamento, ou o espírito. Outras respostas falavam da significação e
importância de algumas partes do corpo, mas na terceira pessoa e não como uma
experiência pessoal e vivida. Outros não davam explicação de seu significado,
de sua história, por breve que fosse.
Por último, alguém situou o cabelo como identidade, mas revelando um
pouco de sua história, do significado dele para si e a quais valores de sua vida
estava ligado, demonstrando aí uma consciência de si e uma intencionalidade
corpórea. Apesar disso, pode-se dizer que o eu corpóreo, quando reconhecido,
não se constituiu como identidade para a maioria das pessoas, ora por não ter
história pessoal ou compartilhada, ora por estar apenas onde devia estar.
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Considerações finais
Pode-se dizer que o corpo, apesar do atual interesse que o cerca, permanece
como ob-jeto desvalorizado e não intencional. A maior atenção a ele dedicada
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e as inúmeras práticas apenas consolidaram seu controle e a sua posição de
consumidor de bens e serviços.
A alienação estética hoje presente assume um caráter de normalidade social,
acarretando conseqüências graves, pois consentidas e compartilhadas. Conseqüências que podem ser observadas no cotidiano, como a obsessão crescente,
principalmente entre os jovens, de modelar o corpo, criando os viciados em malhar que já não podem ficar sem as substâncias liberadas no exercício físico, ou o
aumento das doenças ligadas a distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, decorrentes da mesma obsessão com o corpo perfeito. Mas há sobretudo a
insatisfação, poderíamos dizer que geral, consigo próprio. A auto-estima tornase um produto raro, aparecendo sob a forma de satisfação pelo dever cumprido
e os encontros possibilitados pela experiência estética tornam-se apenas desencontros, já que não há revelações, mas julgamentos e condenações.
Ao não se revelar, não se expressar, nega-se a intencionalidade corpórea
humana, aspecto que diferencia o homem dos outros se-res vivos e faz do corpo
um corpo humano.
Por seu aspecto de normalidade e aparência de opção consciente, a alienação
estética do corpo, hoje, é de difícil consciência e esta, por indesejada, não constitui fonte de preocupação para nenhum segmento social especificamente. Assim,
seu caráter deletério pode agir livremente. Sua melhor expressão apareceu no
discurso de uma aluna anônima ao chegar à academia de ginástica e ver que
outra já terminara:
Você está indo embora?
É tão bom quando a gente vai embora, não é? Com a obrigação cumprida.
Obrigação com a gente mesma, não é?
É tão difícil arranjar hora para a gente mesma.
Mudar aqui significa uma luta constante consigo mesmo contra a vontade e a
evidência lógica de que é melhor deixar tudo como está. Por isso, as alterações de
consciência alternam-se com a força do processo alienante, tornando-se às vezes
quase imperceptíveis, mas, quando consentidas, podem opor-se ao preconceito
e à discriminação. Essas alterações são mudanças no ver e aceitar as pessoas e
a si próprio em seus corpos tal como são, numa volta para esta característica
que melhor identifica o homem, o corpo, em sua fragilidade e finitude, não como
miséria humana, pelo contrário, em sua real dimensão, que o constitui como
tal e único no mundo. Toda a humanidade do homem tal qual é constitui sua
riqueza e beleza.
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