EDUCAção INFORME CIEE INFORME CIEE CIEE PROMOVE A INCLUSÃO SOCIAL DE JOVENS Maior agente de integração da América Latina e referência em inserção profissional de estudantes, o CIEE consagra o estágio como o diferencial para o sucesso na carreira de novos talentos. Há 46 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) vem firmando seu compromisso de inclusão social, já tendo encaminhado mais de Seminário, 10 milhões de jovens para o mercado de trabalho por meio do estágio e pela diversidade da aprendizagem profissional. A ampliação de oportunidades para a e qualidade das representações presentes, foi juventude é uma das metas que caracteriza a organização, presente também uma antecipação das reflexões sobre as em todos os Estados da federação. grandes questões educacionais que virão à tona Para alcançar o status de maior organização não governamendurante os debates que acontecerão na campanha tal voltada para a educação e trabalho, foi necessário investir nos eleitoral que se avizinha. Por exemplo: é possível valores de transparência e ética, responsabilidade social e apripriorizar todos os níveis educacionais e todas as áreas moramento constante dos colaboradores para soluções rápidas e inovadoras, que permitissem ações socialmente sustentáveis. de conhecimento para o desenvolvimento do Brasil? São várias as iniciativas que se destacam, como o programa Ou, em tempos de recursos escassos, precisaremos Aprendiz Legal (em parceria com a Fundação Roberto Marinho), optar por um nível ou área de conhecimento que já capacita 17 mil jovens por todo o país. Os cursos de Educaespecíficos? Eis aí uma das questões centrais ção a Distância já receberam mais de um milhão de matrículas, em para o futuro da nossa nação.” quatro anos de existência, com temas que favorecem diretamente o jovem que vai disputar uma vaga de estágio ou trabalho em empresas, Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de instituições do 3º Setor e órgãos públicos. Milhares de estudantes tamEnsino – Unisul bém se capacitam nas oficinas presenciais gratuitas organizadas pelo CIEE. E mais de 50 mil alunos já tiveram sua empregabilidade melhorada pelo Programa CIEE de Alfabetização e Suplência Gratuita de Alunos. No ano passado, perto de 300 palestras, seminários, debates e oficinas com temas relacionados à realidade nacional e à preparação para o mercado de trabalho foram oferecidos a estudantes, empresários, educadores e gestores de Recursos Humanos. Em 2009, cerca de 350 mil estudantes de ensino médio e superior foram encaminhados para estágios em todo Brasil. Atualmente, o Sistema Nacional CIEE conta com mais de 350 unidades operacionais e postos localizados de modo estratégico no território nacional para melhor atender estudantes, escolas e empresas. Em Santa Catarina, o CIEE conta com 19 unidades distribuídas em várias regiões, que desenvolvem diversos programas, todos gratuitos, gerando mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos jovens catarinenses. “O Os palestrantes receberam homenagens do CIEE Secretário da Educação de Santa Catarina Silvestre Heerdt entre o presidente do CIEE/SC Mércio Felsky e o Presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional Ruy Altenfelder Silva Arnaldo Niskier - Presidente do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras com Mércio Felsky Secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC Eliezer Moreira Pacheco entre Ruy Altenfender Silva e o reitor da Universidade da Fronteira Sul, Dilvo Ristoff Jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola “Conhecimento não basta para mudar. Partindo desta premissa, o CIEE investe em iniciativas que visam à promoção da teoria aliada à prática, incentivando a integração entre escolas e empresas e a qualificação do jovem para a inclusão no mercado de trabalho.” Expediente: Mércio Felsky e o deputado federal Paulo Delgado Vice-presidente do CIEE/SC Luiz Carlos Floriani e Mércio Felsky homenageiam o presidente emérito do CIEE/ SP e membro da Academia Paulista de Letras Paulo Nathanael Pereira de Souza Vice-presidente do CIEE/SC José Luiz Sobierajski, superintendente executivo do CIEE/SC Anibal Dib Mussi e Mércio Felski prestam homenagem ao reitor da UFSC Álvaro Toubes Prata pelos 50 anos da Universidade EducAção é um jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola. Jornalista responsável: Scheila Cristina Frainer Yoshimura MTB00896 SC Produção: Janahyna Motta Editoração: Consenso Editora Supervisão: Luiz Gonzaga Bertelli Jacyra Octaviano [email protected] UNIDADES DO CIEE EM SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS - R. Antônio Dib Mussi, 473 - Próximo ao Ceisa Center - Centro; Araranguá - (48) 3524-7067; Blumenau - (47) 3326-6250; Brusque - (47) 3396-8506 ; Caçador - (49) 3567-6121; Canoinhas - (47) 3633-0130; Chapecó - (49) 3323-4991; Concórdia - (49) 3444-8361; Criciúma - (48) 3437-6527 ; Itajaí - (47) 3349-0101 ; Joaçaba - (49) 3522-3565 ; Jaraguá do Sul - (47) 3372-2032; Joinville - (47) 3433-8315; Lages - (49) 3224-2686; São Bento do Sul - (47) 3633-6515; São Miguel do Oeste - (49) 3621-2834; Sombrio - (48) 3533-7066; Tubarão - (48) 3626-8113 - www.cieesc.org.br CIEE (Sede executiva - SP) - Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi – São Paulo EDITORIAL Podemos mudar a realidade Luiz Gonzaga Bertelli* As exigências de uma adequada formação educacional crescem no mundo corporativo globalizado, na mesma medida em que se acirra a competição por mercados consumidores de produtos e serviços. A nova realidade, que coloca o Brasil como um dos líderes entre os países emergentes, demandará uma revolução educacional, se quisermos manter ou avançar posições no cenário internacional. E uma revolução urgente, pois quanto mais o tempo passa, mais a qualidade de ensino despenca. A educação não vem acompanhando as necessidades do país. O ensino básico é deficiente e leva alunos despreparados para o ensino médio e, consequentemente, para os cursos superiores que, de quebra, pouco ou nada preparam o jovem para a futura inclusão profissional. No outro lado da moeda, o impasse. As empresas não querem mais mão de obra barata, como em décadas anteriores. Hoje, precisam de colaboradores qualificados, aptos a acompanhar a velocidade das inovações. No entanto, nem a metade dos brasileiros entre 15 e 17 anos se mantém na escola. Segundo a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, dos 3,6 milhões de jovens que se matriculam no primeiro ano do ensino médio, apenas 1,8 milhão consegue concluir o curso. Esses jovens abandonam a sala de aula com uma formação fortemente deficiente e vão engrossar a parcela da população que se agarra nos subempregos e no trabalho informal, com salários baixos e sem condições de disputar cargos mais elevados. Com isso, a falta de mão de obra qualificada persiste, com enormes prejuízos para o desenvolvimento da nação. Com experiência de 46 anos na inserção de jovens no mundo do trabalho, o CIEE acredita que o estágio e a aprendizagem são as mais eficientes saídas para, a curto prazo, melhorar a qualificação de novos talentos, complementando o aprendizado teórico com a prática em ambiente real de trabalho. De quebra, ambas as modalidades de capacitação asseguram uma renda mensal que favorece a permanência do jovem na escola e valem por uma demonstração concreta da importância crescente, no mundo do trabalho, do aprendizado contínuo, num processo de aquisição de conhecimentos que vai além da conquista do diploma acadêmico. * Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do CIEE e diretor da Fiesp. Maio de 2010 - distribuição gratuita Como está a situação atual da Educação Brasileira? Educadores discutiram o tema em Florianópolis O Centro de Cultura e Eventos da UFSC foi palco do Seminário sobre a Situação Atual da Educação Brasileira, que aconteceu no dia 23 de abril. O evento, promovido pelo CIEE Centro de Integração EmpresaEscola, reuniu cerca de 400 participantes e levou à discussão pontos importantes, como falta de planejamento, inclusão social, preparação da mão de obra, importância do ensino técnicoprofissionalizante, além de apresentar algumas alternativas para garantir mais qualidade na área. Grandes nomes da educação no Brasil participaram do debate, dentre eles, Eliezer Moreira Pacheco - secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC, Ruy Martins Altenfelder Silva - presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE de São Paulo, Arnaldo Niskier - Presidente do Conselho de Administração do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras, Paulo Nathanael Pereira de Souza - presidente emérito do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras, Paulo Delgado - deputado federal e Apoiaram este evento ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Mércio Felsky - presidente do CIEE/SC, Álvaro Prata – reitor da Universidade Federal de Santa Catarina e Silvestre Heerdt secretário da Educação de Santa Catarina. (Confira o que eles disseram nas próximas páginas) A abertura do seminário foi feita por Ruy Altenfelder Silva, que já no início provocou uma reflexão. “Está mais do que na hora de pensar em políticas e soluções definitivas e não paliativas para a educação.” Destacou ainda a grande preocupação com a qualidade de ensino, diante do alto índice de reprovação. “80% dos estudantes foram reprova- dos no exame da OAB e 56% dos alunos do sexto ano de Medicina, em São Paulo também não conseguiram aprovação porque não souberam responder a questões básicas, como diagnóstico de apendicite”, declarou, frente à indignação da platéia formada por professores, estudantes e profissionais da educação. Den- tre eles, pessoas com deficiência, que puderam contar com o apoio dos intérpretes da linguagem de sinais, traduzindo todo o contexto. Alguns acadêmicos também aproveitaram o seminário para reivindicar melhorias na estrutura das salas de aulas da universidade federal. Além de ficar frente a frente com grandes educadores, os participantes ainda ganharam como cortesia, ao final do evento, o livro “ Educação, Estágio & Trabalho” , de autoria dos escritores Arnaldo Niskier e Paulo Nathanael. O que eles disseram... INFORME CIEE INFORME CIEE Silvestre Herdt Ruy Altenfelder Silva Secretário de Educação de Santa Catarina Presidente do Conselho Diretor CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE/SP “Há lados positivos e também problemáticos na educação. Destaco como lado positivo a quase universalização do ensino fundamental, elogiável pela quantidade, mas ainda passível de melhoria na qualidade. É justo elogiar a distribuição gratuita de merenda e uniforme escolar, entre outras medidas. Os efeitos da proliferação das faculdades preocupam diante dos altos índices de reprovação. A boa formação dos alunos depende de professores capacitados e motivados. Então, o que pensar da expansão dos cursos de pedagogia, que saltaram de 1.237 para 2.295, com aumento de 85% no período 2002-07? Seria ótimo indicador não fosse o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) 2009, segundo o qual o número de cursos de pedagogia ruins subiu de 172 (28% do total) para 291 (30,1%). Esses cursos congregam 71 mil dos 284 mil alunos de pedagogia, do qual sairão os futuros professores, coordenadores e diretores das escolas brasileiras. As deficiências talvez não se devam exatamente à sempre alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo a falta de competente planejamento para gastá-las bem. A questão não é falta de recursos, mas a ilusão de que se podem resolver problemas só com dinheiro. Precisamos promover a preparação integral (teórica e prática) de seus alunos. Existem, pelo menos, dois caminhos para escapar dessa armadilha. O estágio - ao fim do período de treinamento prático, 64% dos estagiários assinam contratos como funcionários efetivos. A segunda estrada passa pela feliz expansão da rede de educação profissional que espera fechar 2010 com mais de um milhão de alunos em salas de aula. Está mais do que hora de se pensar em políticas e soluções para a educação desvencilhadas de vieses ideológicos, corporativistas ou experimentalistas e voltadas para o interesse maior do país e das novas gerações de brasileiros que, sem a urgente correção de rumo, correm o risco de perder o trem da história.” Mércio Felsky Presidente do CIEE/SC “Como empresário, acredito que o maior desafio é a ampliação da qualidade de mão de obra. Nenhum país do mundo se desenvolve sem uma boa base da educação. Os fundamentos da economia mundial e do Brasil nos remetem a um forte crescimento econômico. Estou muito convencido de que o apagão da mão de obra já está presente e o Brasil está importando profissionais qualificados, o que não é um bom sinal. O crescimento está aí e é a oportunidade única do país corrigir discussões e acontecimentos. É preciso fazer algo urgente para que a nossa juventude não fique desamparada e este evento é um exemplo, junto com o CIEE, uma entidade social com 46 anos de história que ampara o jovem aprendiz e o jovem estagiário. Vocês, jovens, são o nosso futuro.” “A integração entre empresa – escola é o que dá sentido à educação.Todos nós estamos percebendo o avanço da ciência e tecnologia e as grandes transformações. Percebemos que o emprego traz uma exigência permanente de atualização. A mão de obra especializada é cada vez mais requisitada e níveis maiores de formação são exigidos. Percebemos que cada vez mais está reservado aos homens ofícios de inteligência e mais níveis de formação são necessários em nosso dia-a-dia: formação geral, técnica, especialização e humanística. É preciso ter sensibilidade, visão, criatividade adaptabilidade e preparo para a mudança diária. Nós temos alguns desafios permanentes pela frente. Não podemos ficar passivos diante da ideia de conquistar um diploma apenas por costume. Precisamos ter consciência de que, para poder sobreviver e ter espaço na sociedade, devemos transformar o ir para a escola em um ato mais consciente. Um ato visando à preparação do futuro vencedor, com mais responsabiliAs palestras foram muito interessantes dade. Devemos refletir diariamenem relação ao reposicionamento do mercado te que escola queremos. A escola de trabalho. Destaque para a importância que ensina ou a escola onde se dos agentes de integração na colocação dos aprende? O ensino médio tradicioalunos no mercado de trabalho para que nal não garante empregabilidade, nem prepara para ofício algum. O obtenham um crescimento maior do que ideal seria oferecer uma formação aquele oferecido em sala de aula.” geral e suficiente para que cada um pudesse desenvolver seu próprio taAlceu de Oliveira Júnior lento, mas isso não acontece. PrecisaCoordenador dos cursos de Direito da mos formar uma corrente em busca de Grande Florianópolis - UNIVALI uma escola melhor, que esteja a serviço da comunidade.” Arnaldo Niskier Presidente do Conselho de Administração do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras “Há poucos dias estive na Universidade de Estocolmo que possui 60 mil alunos com ensino inteiramente gratuito. Lá, o reitor revelou que os acadêmicos se preparam fundamentalmente para três elementos nucleares. A primeira preocupação da universidade é com a formação de cientistas, a segunda é com a formação de pesquisadores e a terceira é com a formação de professores. Todos muito bem pagos, pois entendem que esta é prioridade do país. Quando olhamos para esta realidade nos dá uma vontade maior ainda de lutar. Diante das falácias que nós temos recursos demais para a educação, vale ressaltar que o Brasil investe aproximadamente 4% do PIB em educação. É uma quantia impressionante, mas é rigorosamente insuficiente. Não há elementos de planejamento para esclarecer se essa quantia é suficiente para enfrentarmos os desafios da educação brasileira com 14 milhões de analfabetos, com carência absoluta da educação infantil, educação básica, incluindo o ensino profissional. Os grandes países que cresceram nunca aplicaram menos de 7% do seu PIB em educação. Deveríamos manifestar nosso inconformismo com isso, como também devemos manifestar a nossa vontade muito grande de que esses recursos sejam utilizados de modo adequado. Tenho o privilégio de dirigir o CIEE do Rio de Janeiro, que tem 25 mil estagiários e 2.300 aprendizes. O CIEE já deu uma grande contribuição à nossa população economicamente ativa de 10 milhões de brasileiros que foram capacitados adequadamente pela instituição. Outro ponto é o problema da língua portuguesa. É preciso que se priorize na universidade essa questão. Também é necessário valorizar a importância do ensino técnico/profissional, pois ainda há preconceito e resistências neste aspecto. Devemos temer o apagão da mão de obra. No Rio de Janeiro existem grandes projetos em desenvolvimento, mas faltam técnicos. A Companhia Siderúrgica do Atlântico acaba de importar 600 técnicos chineses. A nossa obrigação patriótica não é resolver os problemas da China, mas dos nossos jovens que estão se formando e não estão tendo a oportunidade de emprego.” Eliezer Moreira Pacheco Paulo Delgado Deputado federal, ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados Secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC “No atual governo, o orçamento destinado à educação passou de 19 bilhões para 59 bilhões, ou seja, triplicou. Desenvolvemos uma série de políticas, dentre elas, a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, o Fundeb, que estabelece financiamentos da creche ao ensino médio e o piso nacional para os docentes. Sem professor valorizado não há educação de qualidade. A educação deve ser vista de uma forma sistêmica. Para a expansão na educação profissional é necessário organização total do sistema, passando pela alteração da LDB – Lei das Diretrizes e base da Educação, que não fazia muita referência à educação profissional. A supressão da vedação da expansão da rede federal porque levamos mais de um ano para mudar a lei que proibia isso e a reforma do Sistema S, a fim de restabelecer a gratuidade. Para este ano, as metas são de abertura de 53% de vagas do Senai e 25% do Senac, ou seja mais cursos técnicos gratuitos para os jovens. Também precisam ser revistos os Catálogos dos Cursos técnicos e tecnólogos, a regulamentação do estágio, resgatando a dimensão pedagógica e a articulação da EJA, restringindo a evasão com uma perspectiva profissional. De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país e ainda este ano a meta é entregar 214 novas unidades. Nós investimos na expansão da rede federal 1,25 bilhão, mas, por mais que cresça, não tem a capilaridade necessária para todo território nacional. Em Santa Catarina, devemos investir em torno de 60 milhões. Dinheiro não é o problema na educação hoje. O problema é a falta de projetos. Desafio enfrentado pelos estados e municípios, principalmente no Norte e Nordeste”. “Este é o tempo de ajustarmos a oferta de qualificação às demandas do mercado. A maioria dos jovens na faixa dos 16 e 17 anos encontra dificuldades na escolha de uma profissão. Isso, devido até mesmo a inexperiência própria da idade, mas também ao desamparo que é decidir sozinho. É necessário enfrentar a baixa escolaridade e a falta de capacidade profissional de nossos jovens. Nesse contexto ressalta-se a importância dos agentes que fazem a interface entre a educação, a prática através do estágio bem orientado e o futuro mercado de trabalho que os jovens irão enfrentar, como o CIEE o faz. A Lei de Estágio precisa de aperfeiçoamento. Se não agirmos com rapidez e eficiência na preparação desses jovens para o futuro mercado de trabalho, corremos o risco de enfrentarmos o problema da importação de mão de obra, como já praticam ou alertam alguns especialistas do setor industrial e de grandes empresas como a Petrobrás, Vale e Embraer. Para crescer de maneira sustentável e mais cômoda é urgente contribuir e participar da velocidade da mudança mundial. E gastar mais com o futuro, conferindo posição dominante à pesquisa, à cultura científica e ao sentido prático de estudar para melhor trabalhar e viver. E assim poder dizer: não me pergunte o que penso, pergunte o que faço: pelo que faço você descobre o que penso.” Paulo Nathanael Pereira de Souza Presidente emérito do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras Álvaro Toubes Prata Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina “Vivemos um momento ímpar em termos históricos. O Brasil deixa de ser um país do futuro para ser um país do presente. A nação está mais madura e é a nossa oportunidade de nos firmarmos como nação e país. Os mais otimistas enxergam que o Brasil pode se tornar a quinta economia do mundo em 2013 e isso não é pouco. Olhamos para o nosso país e percebemos que há muito o que fazer. Há quatro grandes desafios: inclusão social devido à diversidade, educação, infraestrutura e questões tecnológicas Nossos índices da educação seguem baixos. Apenas 13% de jovens entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior. Isso representa que 87% desses jovens deveriam estar na faculdade, mas não estão. Temos que incluir essa população. O Brasil possui 6 milhões de estudantes, 2.500 instituições de ensino superior e embora tenhamos 200 disciplinas, a concentração está em poucos cursos: 50% estão matriculados em cinco cursos e mais de 30% em apenas dois. Precisamos reestruturar nossa educação superior, ampliar o acesso aos estudantes e intensificar as políticas de ações afirmativas. Muito tem sido feito e há alguns exemplos a serem destacados. Em Santa Catarina comemoramos neste ano o início das aulas da segunda universidade federal: A Universidade Federal da Fronteira Sul – instituição que está preocupada com a inclusão. É preciso ainda valorizar a educação básica em todos os aspectos. Este é um grande desafio nosso. Queremos pessoas educadas, críticas e livres, que pensem por si só, que possam fazer suas escolhas e perseguir suas vocações e com isso transformar nosso país.” “Hoje, o Brasil enfrenta dois grandes problemas no campo da educação. Como educar na era do conhecimento e como educar na passagem do país do terceiro para o primeiro mundo. É preciso encontrar formas de educar para satisfazer esses dois caminhos, que hoje condicionam todo o acontecer brasileiro. No mundo contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos a era do saber em que a informação passou a ser a ferramenta base para a sobrevivência dos indivíduos e das nações. Estamos vivendo muitos “fins” e isso nos traz insegurança. A saída está no conhecimento e na sua aplicação para a solução dos nossos problemas. Adquirir saber e ter capacidade para aplicá-lo no dia a dia passa a ser o desafio do nos“Participar so tempo. Há muitos ganhos quantitativos nas do estatísticas de matrícula de todos os graus seminário de ensino no Brasil. Vimos que as verbas para a educação brasileira cresceram foi um momento de grande valia. Pude extraordinariamente nos últimos anos conhecer e apreciar as ações e opiniões de e que o número de vagas em todos os homens envolvidos com a educação no Brasil, graus de ensino também encontratema de grande relevância dentro no cenário atual ram fatores multiplicativos. Porém, do país. Acredito que as discussões levantadas não é suficiente que isso ocorra para estimulam a pensar sobre as políticas públicas dizermos que a nossa educação está desenvolvidas pelo atual governo, os motivos de muito melhor. É preciso pensar na qualidasua criação, os avanços e assim podemos criar de, pois temos um problema sério. visões críticas em relação a essas ações”. Para haver qualidade precisa haver referência teórica que permita dimensioTiago Coimbra Nogueira nar essa qualificação. Para começar esse Acadêmico da UFSC e Intérprete processo temos que ter uma ideia muito prede Língua de Sinais cisa do que queremos da educação, mas antes precisamos saber o que queremos do país.” O que eles disseram... INFORME CIEE INFORME CIEE Silvestre Herdt Ruy Altenfelder Silva Secretário de Educação de Santa Catarina Presidente do Conselho Diretor CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE/SP “Há lados positivos e também problemáticos na educação. Destaco como lado positivo a quase universalização do ensino fundamental, elogiável pela quantidade, mas ainda passível de melhoria na qualidade. É justo elogiar a distribuição gratuita de merenda e uniforme escolar, entre outras medidas. Os efeitos da proliferação das faculdades preocupam diante dos altos índices de reprovação. A boa formação dos alunos depende de professores capacitados e motivados. Então, o que pensar da expansão dos cursos de pedagogia, que saltaram de 1.237 para 2.295, com aumento de 85% no período 2002-07? Seria ótimo indicador não fosse o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) 2009, segundo o qual o número de cursos de pedagogia ruins subiu de 172 (28% do total) para 291 (30,1%). Esses cursos congregam 71 mil dos 284 mil alunos de pedagogia, do qual sairão os futuros professores, coordenadores e diretores das escolas brasileiras. As deficiências talvez não se devam exatamente à sempre alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo a falta de competente planejamento para gastá-las bem. A questão não é falta de recursos, mas a ilusão de que se podem resolver problemas só com dinheiro. Precisamos promover a preparação integral (teórica e prática) de seus alunos. Existem, pelo menos, dois caminhos para escapar dessa armadilha. O estágio - ao fim do período de treinamento prático, 64% dos estagiários assinam contratos como funcionários efetivos. A segunda estrada passa pela feliz expansão da rede de educação profissional que espera fechar 2010 com mais de um milhão de alunos em salas de aula. Está mais do que hora de se pensar em políticas e soluções para a educação desvencilhadas de vieses ideológicos, corporativistas ou experimentalistas e voltadas para o interesse maior do país e das novas gerações de brasileiros que, sem a urgente correção de rumo, correm o risco de perder o trem da história.” Mércio Felsky Presidente do CIEE/SC “Como empresário, acredito que o maior desafio é a ampliação da qualidade de mão de obra. Nenhum país do mundo se desenvolve sem uma boa base da educação. Os fundamentos da economia mundial e do Brasil nos remetem a um forte crescimento econômico. Estou muito convencido de que o apagão da mão de obra já está presente e o Brasil está importando profissionais qualificados, o que não é um bom sinal. O crescimento está aí e é a oportunidade única do país corrigir discussões e acontecimentos. É preciso fazer algo urgente para que a nossa juventude não fique desamparada e este evento é um exemplo, junto com o CIEE, uma entidade social com 46 anos de história que ampara o jovem aprendiz e o jovem estagiário. Vocês, jovens, são o nosso futuro.” “A integração entre empresa – escola é o que dá sentido à educação.Todos nós estamos percebendo o avanço da ciência e tecnologia e as grandes transformações. Percebemos que o emprego traz uma exigência permanente de atualização. A mão de obra especializada é cada vez mais requisitada e níveis maiores de formação são exigidos. Percebemos que cada vez mais está reservado aos homens ofícios de inteligência e mais níveis de formação são necessários em nosso dia-a-dia: formação geral, técnica, especialização e humanística. É preciso ter sensibilidade, visão, criatividade adaptabilidade e preparo para a mudança diária. Nós temos alguns desafios permanentes pela frente. Não podemos ficar passivos diante da ideia de conquistar um diploma apenas por costume. Precisamos ter consciência de que, para poder sobreviver e ter espaço na sociedade, devemos transformar o ir para a escola em um ato mais consciente. Um ato visando à preparação do futuro vencedor, com mais responsabiliAs palestras foram muito interessantes dade. Devemos refletir diariamenem relação ao reposicionamento do mercado te que escola queremos. A escola de trabalho. Destaque para a importância que ensina ou a escola onde se dos agentes de integração na colocação dos aprende? O ensino médio tradicioalunos no mercado de trabalho para que nal não garante empregabilidade, nem prepara para ofício algum. O obtenham um crescimento maior do que ideal seria oferecer uma formação aquele oferecido em sala de aula.” geral e suficiente para que cada um pudesse desenvolver seu próprio taAlceu de Oliveira Júnior lento, mas isso não acontece. PrecisaCoordenador dos cursos de Direito da mos formar uma corrente em busca de Grande Florianópolis - UNIVALI uma escola melhor, que esteja a serviço da comunidade.” Arnaldo Niskier Presidente do Conselho de Administração do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras “Há poucos dias estive na Universidade de Estocolmo que possui 60 mil alunos com ensino inteiramente gratuito. Lá, o reitor revelou que os acadêmicos se preparam fundamentalmente para três elementos nucleares. A primeira preocupação da universidade é com a formação de cientistas, a segunda é com a formação de pesquisadores e a terceira é com a formação de professores. Todos muito bem pagos, pois entendem que esta é prioridade do país. Quando olhamos para esta realidade nos dá uma vontade maior ainda de lutar. Diante das falácias que nós temos recursos demais para a educação, vale ressaltar que o Brasil investe aproximadamente 4% do PIB em educação. É uma quantia impressionante, mas é rigorosamente insuficiente. Não há elementos de planejamento para esclarecer se essa quantia é suficiente para enfrentarmos os desafios da educação brasileira com 14 milhões de analfabetos, com carência absoluta da educação infantil, educação básica, incluindo o ensino profissional. Os grandes países que cresceram nunca aplicaram menos de 7% do seu PIB em educação. Deveríamos manifestar nosso inconformismo com isso, como também devemos manifestar a nossa vontade muito grande de que esses recursos sejam utilizados de modo adequado. Tenho o privilégio de dirigir o CIEE do Rio de Janeiro, que tem 25 mil estagiários e 2.300 aprendizes. O CIEE já deu uma grande contribuição à nossa população economicamente ativa de 10 milhões de brasileiros que foram capacitados adequadamente pela instituição. Outro ponto é o problema da língua portuguesa. É preciso que se priorize na universidade essa questão. Também é necessário valorizar a importância do ensino técnico/profissional, pois ainda há preconceito e resistências neste aspecto. Devemos temer o apagão da mão de obra. No Rio de Janeiro existem grandes projetos em desenvolvimento, mas faltam técnicos. A Companhia Siderúrgica do Atlântico acaba de importar 600 técnicos chineses. A nossa obrigação patriótica não é resolver os problemas da China, mas dos nossos jovens que estão se formando e não estão tendo a oportunidade de emprego.” Eliezer Moreira Pacheco Paulo Delgado Deputado federal, ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados Secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC “No atual governo, o orçamento destinado à educação passou de 19 bilhões para 59 bilhões, ou seja, triplicou. Desenvolvemos uma série de políticas, dentre elas, a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, o Fundeb, que estabelece financiamentos da creche ao ensino médio e o piso nacional para os docentes. Sem professor valorizado não há educação de qualidade. A educação deve ser vista de uma forma sistêmica. Para a expansão na educação profissional é necessário organização total do sistema, passando pela alteração da LDB – Lei das Diretrizes e base da Educação, que não fazia muita referência à educação profissional. A supressão da vedação da expansão da rede federal porque levamos mais de um ano para mudar a lei que proibia isso e a reforma do Sistema S, a fim de restabelecer a gratuidade. Para este ano, as metas são de abertura de 53% de vagas do Senai e 25% do Senac, ou seja mais cursos técnicos gratuitos para os jovens. Também precisam ser revistos os Catálogos dos Cursos técnicos e tecnólogos, a regulamentação do estágio, resgatando a dimensão pedagógica e a articulação da EJA, restringindo a evasão com uma perspectiva profissional. De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país e ainda este ano a meta é entregar 214 novas unidades. Nós investimos na expansão da rede federal 1,25 bilhão, mas, por mais que cresça, não tem a capilaridade necessária para todo território nacional. Em Santa Catarina, devemos investir em torno de 60 milhões. Dinheiro não é o problema na educação hoje. O problema é a falta de projetos. Desafio enfrentado pelos estados e municípios, principalmente no Norte e Nordeste”. “Este é o tempo de ajustarmos a oferta de qualificação às demandas do mercado. A maioria dos jovens na faixa dos 16 e 17 anos encontra dificuldades na escolha de uma profissão. Isso, devido até mesmo a inexperiência própria da idade, mas também ao desamparo que é decidir sozinho. É necessário enfrentar a baixa escolaridade e a falta de capacidade profissional de nossos jovens. Nesse contexto ressalta-se a importância dos agentes que fazem a interface entre a educação, a prática através do estágio bem orientado e o futuro mercado de trabalho que os jovens irão enfrentar, como o CIEE o faz. A Lei de Estágio precisa de aperfeiçoamento. Se não agirmos com rapidez e eficiência na preparação desses jovens para o futuro mercado de trabalho, corremos o risco de enfrentarmos o problema da importação de mão de obra, como já praticam ou alertam alguns especialistas do setor industrial e de grandes empresas como a Petrobrás, Vale e Embraer. Para crescer de maneira sustentável e mais cômoda é urgente contribuir e participar da velocidade da mudança mundial. E gastar mais com o futuro, conferindo posição dominante à pesquisa, à cultura científica e ao sentido prático de estudar para melhor trabalhar e viver. E assim poder dizer: não me pergunte o que penso, pergunte o que faço: pelo que faço você descobre o que penso.” Paulo Nathanael Pereira de Souza Presidente emérito do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras Álvaro Toubes Prata Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina “Vivemos um momento ímpar em termos históricos. O Brasil deixa de ser um país do futuro para ser um país do presente. A nação está mais madura e é a nossa oportunidade de nos firmarmos como nação e país. Os mais otimistas enxergam que o Brasil pode se tornar a quinta economia do mundo em 2013 e isso não é pouco. Olhamos para o nosso país e percebemos que há muito o que fazer. Há quatro grandes desafios: inclusão social devido à diversidade, educação, infraestrutura e questões tecnológicas Nossos índices da educação seguem baixos. Apenas 13% de jovens entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior. Isso representa que 87% desses jovens deveriam estar na faculdade, mas não estão. Temos que incluir essa população. O Brasil possui 6 milhões de estudantes, 2.500 instituições de ensino superior e embora tenhamos 200 disciplinas, a concentração está em poucos cursos: 50% estão matriculados em cinco cursos e mais de 30% em apenas dois. Precisamos reestruturar nossa educação superior, ampliar o acesso aos estudantes e intensificar as políticas de ações afirmativas. Muito tem sido feito e há alguns exemplos a serem destacados. Em Santa Catarina comemoramos neste ano o início das aulas da segunda universidade federal: A Universidade Federal da Fronteira Sul – instituição que está preocupada com a inclusão. É preciso ainda valorizar a educação básica em todos os aspectos. Este é um grande desafio nosso. Queremos pessoas educadas, críticas e livres, que pensem por si só, que possam fazer suas escolhas e perseguir suas vocações e com isso transformar nosso país.” “Hoje, o Brasil enfrenta dois grandes problemas no campo da educação. Como educar na era do conhecimento e como educar na passagem do país do terceiro para o primeiro mundo. É preciso encontrar formas de educar para satisfazer esses dois caminhos, que hoje condicionam todo o acontecer brasileiro. No mundo contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos a era do saber em que a informação passou a ser a ferramenta base para a sobrevivência dos indivíduos e das nações. Estamos vivendo muitos “fins” e isso nos traz insegurança. A saída está no conhecimento e na sua aplicação para a solução dos nossos problemas. Adquirir saber e ter capacidade para aplicá-lo no dia a dia passa a ser o desafio do nos“Participar so tempo. Há muitos ganhos quantitativos nas do estatísticas de matrícula de todos os graus seminário de ensino no Brasil. Vimos que as verbas para a educação brasileira cresceram foi um momento de grande valia. Pude extraordinariamente nos últimos anos conhecer e apreciar as ações e opiniões de e que o número de vagas em todos os homens envolvidos com a educação no Brasil, graus de ensino também encontratema de grande relevância dentro no cenário atual ram fatores multiplicativos. Porém, do país. Acredito que as discussões levantadas não é suficiente que isso ocorra para estimulam a pensar sobre as políticas públicas dizermos que a nossa educação está desenvolvidas pelo atual governo, os motivos de muito melhor. É preciso pensar na qualidasua criação, os avanços e assim podemos criar de, pois temos um problema sério. visões críticas em relação a essas ações”. Para haver qualidade precisa haver referência teórica que permita dimensioTiago Coimbra Nogueira nar essa qualificação. Para começar esse Acadêmico da UFSC e Intérprete processo temos que ter uma ideia muito prede Língua de Sinais cisa do que queremos da educação, mas antes precisamos saber o que queremos do país.” EDUCAção INFORME CIEE INFORME CIEE CIEE PROMOVE A INCLUSÃO SOCIAL DE JOVENS Maior agente de integração da América Latina e referência em inserção profissional de estudantes, o CIEE consagra o estágio como o diferencial para o sucesso na carreira de novos talentos. Há 46 anos, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) vem firmando seu compromisso de inclusão social, já tendo encaminhado mais de Seminário, 10 milhões de jovens para o mercado de trabalho por meio do estágio e pela diversidade da aprendizagem profissional. A ampliação de oportunidades para a e qualidade das representações presentes, foi juventude é uma das metas que caracteriza a organização, presente também uma antecipação das reflexões sobre as em todos os Estados da federação. grandes questões educacionais que virão à tona Para alcançar o status de maior organização não governamendurante os debates que acontecerão na campanha tal voltada para a educação e trabalho, foi necessário investir nos eleitoral que se avizinha. Por exemplo: é possível valores de transparência e ética, responsabilidade social e apripriorizar todos os níveis educacionais e todas as áreas moramento constante dos colaboradores para soluções rápidas e inovadoras, que permitissem ações socialmente sustentáveis. de conhecimento para o desenvolvimento do Brasil? São várias as iniciativas que se destacam, como o programa Ou, em tempos de recursos escassos, precisaremos Aprendiz Legal (em parceria com a Fundação Roberto Marinho), optar por um nível ou área de conhecimento que já capacita 17 mil jovens por todo o país. Os cursos de Educaespecíficos? Eis aí uma das questões centrais ção a Distância já receberam mais de um milhão de matrículas, em para o futuro da nossa nação.” quatro anos de existência, com temas que favorecem diretamente o jovem que vai disputar uma vaga de estágio ou trabalho em empresas, Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de instituições do 3º Setor e órgãos públicos. Milhares de estudantes tamEnsino – Unisul bém se capacitam nas oficinas presenciais gratuitas organizadas pelo CIEE. E mais de 50 mil alunos já tiveram sua empregabilidade melhorada pelo Programa CIEE de Alfabetização e Suplência Gratuita de Alunos. No ano passado, perto de 300 palestras, seminários, debates e oficinas com temas relacionados à realidade nacional e à preparação para o mercado de trabalho foram oferecidos a estudantes, empresários, educadores e gestores de Recursos Humanos. Em 2009, cerca de 350 mil estudantes de ensino médio e superior foram encaminhados para estágios em todo Brasil. Atualmente, o Sistema Nacional CIEE conta com mais de 350 unidades operacionais e postos localizados de modo estratégico no território nacional para melhor atender estudantes, escolas e empresas. Em Santa Catarina, o CIEE conta com 19 unidades distribuídas em várias regiões, que desenvolvem diversos programas, todos gratuitos, gerando mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos jovens catarinenses. “O Os palestrantes receberam homenagens do CIEE Secretário da Educação de Santa Catarina Silvestre Heerdt entre o presidente do CIEE/SC Mércio Felsky e o Presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional Ruy Altenfelder Silva Arnaldo Niskier - Presidente do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras com Mércio Felsky Secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC Eliezer Moreira Pacheco entre Ruy Altenfender Silva e o reitor da Universidade da Fronteira Sul, Dilvo Ristoff Jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola “Conhecimento não basta para mudar. Partindo desta premissa, o CIEE investe em iniciativas que visam à promoção da teoria aliada à prática, incentivando a integração entre escolas e empresas e a qualificação do jovem para a inclusão no mercado de trabalho.” Expediente: Mércio Felsky e o deputado federal Paulo Delgado Vice-presidente do CIEE/SC Luiz Carlos Floriani e Mércio Felsky homenageiam o presidente emérito do CIEE/ SP e membro da Academia Paulista de Letras Paulo Nathanael Pereira de Souza Vice-presidente do CIEE/SC José Luiz Sobierajski, superintendente executivo do CIEE/SC Anibal Dib Mussi e Mércio Felski prestam homenagem ao reitor da UFSC Álvaro Toubes Prata pelos 50 anos da Universidade EducAção é um jornal especial elaborado pelo CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola. Jornalista responsável: Scheila Cristina Frainer Yoshimura MTB00896 SC Produção: Janahyna Motta Editoração: Consenso Editora Supervisão: Luiz Gonzaga Bertelli Jacyra Octaviano [email protected] UNIDADES DO CIEE EM SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS - R. Antônio Dib Mussi, 473 - Próximo ao Ceisa Center - Centro; Araranguá - (48) 3524-7067; Blumenau - (47) 3326-6250; Brusque - (47) 3396-8506 ; Caçador - (49) 3567-6121; Canoinhas - (47) 3633-0130; Chapecó - (49) 3323-4991; Concórdia - (49) 3444-8361; Criciúma - (48) 3437-6527 ; Itajaí - (47) 3349-0101 ; Joaçaba - (49) 3522-3565 ; Jaraguá do Sul - (47) 3372-2032; Joinville - (47) 3433-8315; Lages - (49) 3224-2686; São Bento do Sul - (47) 3633-6515; São Miguel do Oeste - (49) 3621-2834; Sombrio - (48) 3533-7066; Tubarão - (48) 3626-8113 - www.cieesc.org.br CIEE (Sede executiva - SP) - Rua Tabapuã, 540 – Itaim Bibi – São Paulo EDITORIAL Podemos mudar a realidade Luiz Gonzaga Bertelli* As exigências de uma adequada formação educacional crescem no mundo corporativo globalizado, na mesma medida em que se acirra a competição por mercados consumidores de produtos e serviços. A nova realidade, que coloca o Brasil como um dos líderes entre os países emergentes, demandará uma revolução educacional, se quisermos manter ou avançar posições no cenário internacional. E uma revolução urgente, pois quanto mais o tempo passa, mais a qualidade de ensino despenca. A educação não vem acompanhando as necessidades do país. O ensino básico é deficiente e leva alunos despreparados para o ensino médio e, consequentemente, para os cursos superiores que, de quebra, pouco ou nada preparam o jovem para a futura inclusão profissional. No outro lado da moeda, o impasse. As empresas não querem mais mão de obra barata, como em décadas anteriores. Hoje, precisam de colaboradores qualificados, aptos a acompanhar a velocidade das inovações. No entanto, nem a metade dos brasileiros entre 15 e 17 anos se mantém na escola. Segundo a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, dos 3,6 milhões de jovens que se matriculam no primeiro ano do ensino médio, apenas 1,8 milhão consegue concluir o curso. Esses jovens abandonam a sala de aula com uma formação fortemente deficiente e vão engrossar a parcela da população que se agarra nos subempregos e no trabalho informal, com salários baixos e sem condições de disputar cargos mais elevados. Com isso, a falta de mão de obra qualificada persiste, com enormes prejuízos para o desenvolvimento da nação. Com experiência de 46 anos na inserção de jovens no mundo do trabalho, o CIEE acredita que o estágio e a aprendizagem são as mais eficientes saídas para, a curto prazo, melhorar a qualificação de novos talentos, complementando o aprendizado teórico com a prática em ambiente real de trabalho. De quebra, ambas as modalidades de capacitação asseguram uma renda mensal que favorece a permanência do jovem na escola e valem por uma demonstração concreta da importância crescente, no mundo do trabalho, do aprendizado contínuo, num processo de aquisição de conhecimentos que vai além da conquista do diploma acadêmico. * Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do CIEE e diretor da Fiesp. Maio de 2010 - distribuição gratuita Como está a situação atual da Educação Brasileira? Educadores discutiram o tema em Florianópolis O Centro de Cultura e Eventos da UFSC foi palco do Seminário sobre a Situação Atual da Educação Brasileira, que aconteceu no dia 23 de abril. O evento, promovido pelo CIEE Centro de Integração EmpresaEscola, reuniu cerca de 400 participantes e levou à discussão pontos importantes, como falta de planejamento, inclusão social, preparação da mão de obra, importância do ensino técnicoprofissionalizante, além de apresentar algumas alternativas para garantir mais qualidade na área. Grandes nomes da educação no Brasil participaram do debate, dentre eles, Eliezer Moreira Pacheco - secretário de Educação Profissional e Tecnologia do MEC, Ruy Martins Altenfelder Silva - presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE de São Paulo, Arnaldo Niskier - Presidente do Conselho de Administração do CIEE/RJ e membro da Academia Brasileira de Letras, Paulo Nathanael Pereira de Souza - presidente emérito do CIEE/SP e membro da Academia Paulista de Letras, Paulo Delgado - deputado federal e Apoiaram este evento ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Mércio Felsky - presidente do CIEE/SC, Álvaro Prata – reitor da Universidade Federal de Santa Catarina e Silvestre Heerdt secretário da Educação de Santa Catarina. (Confira o que eles disseram nas próximas páginas) A abertura do seminário foi feita por Ruy Altenfelder Silva, que já no início provocou uma reflexão. “Está mais do que na hora de pensar em políticas e soluções definitivas e não paliativas para a educação.” Destacou ainda a grande preocupação com a qualidade de ensino, diante do alto índice de reprovação. “80% dos estudantes foram reprova- dos no exame da OAB e 56% dos alunos do sexto ano de Medicina, em São Paulo também não conseguiram aprovação porque não souberam responder a questões básicas, como diagnóstico de apendicite”, declarou, frente à indignação da platéia formada por professores, estudantes e profissionais da educação. Den- tre eles, pessoas com deficiência, que puderam contar com o apoio dos intérpretes da linguagem de sinais, traduzindo todo o contexto. Alguns acadêmicos também aproveitaram o seminário para reivindicar melhorias na estrutura das salas de aulas da universidade federal. Além de ficar frente a frente com grandes educadores, os participantes ainda ganharam como cortesia, ao final do evento, o livro “ Educação, Estágio & Trabalho” , de autoria dos escritores Arnaldo Niskier e Paulo Nathanael.