UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS Itatiba 2007 1 Daniele Miranda da Silva Cita RA 002200600695 A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Psicologia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Profª. Ms Katya Luciane de Oliveira, como requisito parcial para obtenção do titulo de psicólogo. Itatiba 2007 2 Ao meu irmão, Ricardinho, fonte de inspiração na realização de todo trabalho. 3 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Carlos e Shirlei, aos meus irmãos, Rafael e Ricardo, e ao meu namorado Digo, agradeço pela paciência, por todo apoio e incentivo para a concretização de mais essa etapa de minha vida; À minha supervisora Katya por sempre se mostrar disposta a ajudar todos seus orientados; A todos os colaboradores que contribuíram para a realização desse trabalho; E principalmente a Deus por nunca ter me desamparado diante de todas as dificuldades que surgiram ao longo desses cinco anos da graduação. 4 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.................................................................................................. vi RESUMO...................................................................................................................... vii APRESENTAÇÃO...................................................................................................... viii INTRODUÇÃO............................................................................................................ 10 Inclusão: Contexto Histórico........................................................................................ 10 Inclusão: Novas Perspectivas....................................................................................... 19 OBJETIVO.................................................................................................................... 25 MÉTODO...................................................................................................................... 26 Local............................................................................................................................. 26 Participantes................................................................................................................ 26 Materiais..................................................................................................................... 27 Procedimento............................................................................................................... 27 RESULTADOS............................................................................................................ 28 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO................................................................................... 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 44 CRONOGRAMA.......................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 48 ANEXOS..................................................................................................................... 52 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição da freqüência e porcentagem de respostas relativas a didática do professor em sala de aula mediante a proposta de inclusão................................................................................................................. 30 Tabela 2. – Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas relativas às modificações necessárias em sala de aula........................................................ 31 Tabela 3. – Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas relativas à necessidade de apoio/orientação externa para efetivação da proposta de inclusão................................................................................................................. 33 Tabela 4. – Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas referente à importância do acompanhamento da família na vida escolar de seus filhos........ 34 6 RESUMO Cita, D. M. S. (2007). A percepção de professores quanto a inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Psicologia, da Universidade São Francisco. Itatiba, 57 p. O objetivo desta pesquisa foi comparar a percepção de professores que trabalham em salas de aula inclusiva e aqueles que não trabalham, quanto à inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas. Participaram 39 professores da rede municipal de ensino infantil e fundamental de uma cidade do interior do estado de São Paulo. O instrumento utilizado foi um questionário composto por questões abordando assuntos relativos à inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas de ensino infantil e fundamental. A participação foi voluntária e a coleta de dados ocorreu de forma individual nas instituições de ensino. Os dados evidenciaram que quanto aos alunos com necessidades especiais precisarem de um currículo próprio, elaborado a fim de desenvolver suas habilidades, 35,9% (n=14) responderam concordar, 25,6% (n=10) responderam discordar, 25,6% (n=10) discordaram plenamente e 5,1% (n=2) não responderam a questão. No que tange à presença de um psicólogo educacional nas escolas trazer benefícios tanto para os professores quanto aos alunos, a maior parte (51,3%; n=20) respondeu concordar plenamente, uma outra parte (46,2%; n=18) respondeu que concordava e uma pequena parcela (2,6%; n=1) respondeu discordar plenamente. Sugere-se que novos estudos sejam realizados. Palavras-chave: Inclusão; Pessoas com Necessidades Especiais; Escola. 7 APRESENTAÇÃO Nos últimos anos muito têm se ouvido falar em inclusão. Referem-se à inclusão de pessoas com necessidades especiais no convívio social, a inclusão de pessoas com necessidades educacionais nas escolas, etc. No entanto, a inclusão não deve ser vista só para as pessoas deficientes, mas sim, a qualquer possibilidade de exclusão, seja por motivos biológicos, psicológicos ou sociais. Para que a inclusão realmente aconteça, é necessário retirar o foco do indivíduo e trabalhar as modificações necessárias na sociedade, para que haja equiparação das oportunidades, proporcionando uma inserção total e incondicional para todos. Assim sendo, a inclusão não estabelece parâmetros em relação aos tipos particulares de deficiência. Cabe, portanto, às escolas se adaptarem às necessidades dos alunos, e romper com os modelos tradicionais de ensino, desenvolvendo currículos pedagógicos capazes de abranger às necessidades de cada aluno, buscando avaliações que contemplem todas as suas habilidades. Entretanto, aceitar as pessoas com necessidades especiais, apenas parcialmente, ainda é uma realidade. As crianças com necessidades especiais podem até, algumas vezes, ser aceitas nas escolas regulares, mas com certas condições que as segregam, continuam não fazendo parte daquele local, apenas estão presentes. A presença da família nesse processo é essencial, pois primeiramente são os pais ou responsáveis, que precisam conhecer as necessidades e as habilidades de seus filhos, proporcionando, assim, meios de contribuir para uma melhor qualidade de vida a todos. Uma das principais mudanças que deve ocorrer nas escolas mediante a proposta de inclusão, reflete diretamente no trabalho e na formação dos professores. O trabalho com os professores é fundamental nesse processo, pois se faz necessário o resgate de suas vivências e perspectivas perante a inclusão, sendo esses fatores essenciais para a 8 sua efetivação. Os professores precisam buscar meios alternativos a serem trabalhados, não focando objetivos quantitativos, mas sim, qualitativos. Deve haver em todos os municípios, nas comunidades, entre os familiares e os professores, enfim, na sociedade em geral, o compromisso de colaborar para a construção não somente da escola inclusiva, mas a construção da convivência com a diversidade. Pois, felizmente, a inclusão é um processo mundial irreversível. Que irá se multiplicar abrindo caminhos para a construção de uma sociedade verdadeiramente para todos, sem exceção sob nenhuma hipótese. 9 INTRODUÇÃO Inclusão: Contexto Histórico A inclusão de pessoas com necessidades especiais, acompanhadas ou não de uma deficiência, tornou-se um tema popular no Brasil nos últimos anos devido aos documentos e as leis que passaram a valorizar as diferenças sociais, culturais, físicas e emocionais, incentivando, assim, a diversidade, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo. Considerando que as pessoas são diferentes, possuem uma identidade pessoal e necessidades distintas, essas leis e documentos visam garantir o direito das pessoas com necessidades especiais de usufruir de condições adequadas nos atendimentos às suas necessidades. Busca, ainda, disponibilizar e garantir a igualdade de participação e oportunidades a todos (Secretaria de Educação Especial - Ministério da Educação, 2004). A nomenclatura “pessoas com necessidades especiais” e “pessoas portadoras de necessidades especiais”, passou a ser utilizada na última década do século XX. Segundo Mazzota (1982), até meados do século passado, o termo utilizado para se referir as pessoas com necessidades especiais era “excepcional”. O conceito de excepcional deveria considerar, portanto, os educandos que em razão de desvios acentuados, de ordem física, intelectual, emocional ou sócio-cultural, apresentavam necessidades educacionais que, para serem adequadamente atendidos requeriam de auxílios ou serviços especiais de educação. Os auxílios podem ser entendidos como serviços especiais ou atividades que não se encontram no sistema regular de ensino, a fim de estimular o desenvolvimento dos processos mentais como memória, percepção, entre outros. 10 A Lei nº. 7.853/89 utilizou os termos alunos portadores de deficiências e pessoas portadoras de deficiência. O Decreto nº. 3.298/99, que a regulamenta, define deficiência como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gera incapacidade para o desempenho da atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”. Define pessoa portadora de deficiência como aquela se enquadra nas categorias de: deficiente físico, deficiente auditivo, deficiente visual, deficiente mental ou com múltipla deficiência. A Conferencia Mundial sobre Educação, a Declaração de Manágua, a Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente utilizam a terminologia “portadores de deficiência”, uma vez que as deliberações não se referiam única e exclusivamente a área educacional. Para Mazzotta (2003), a prática de classificar os educandos como deficientes e nãodeficientes tem contribuído para a desqualificação de seu ensino escolar. Desde a última década do século XX, passou-se a constar nas publicações oficiais do Ministério da Educação a expressão portadores de necessidades especiais, termo utilizado por diversos autores, alguns passaram a utilizar somente as siglas PNEs (portadores de necessidades especiais). Segundo Sassaki (2005), a expressão “portadores” remete a idéia de a pessoa portar algo, assim como quando se porta, por exemplo, uma mala de viagem. Nesse caso, a pessoa poderia escolher em continuar portando aquela mala ou deixá-la em qualquer lugar. Não se pode dizer, no entanto, que é possível optar em portar a deficiência ou não, é fato que seria impossível tal pretensão. A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Mazzotta (1996) demonstra que as mudanças na legislação quanto a nomenclaturas não significam uma mudança de seus significados. Tais alterações 11 ocasionam muitas vezes para o esquecimento da deficiência, ocasionando inúmeras vezes prejuízos à qualidade dos serviços prestados. Para o autor, alunos e escolas recebem adjetivos de “comuns” ou “especiais”, ignorando-se que todo aluno é especial, como também toda escola torna-se especial em sua singularidade. Os alunos com deficiências físicas, sensoriais ou mentais deverão apresentar determinada necessidade em relação ao conteúdo pedagógico que a escola propõe, assim como, os demais alunos de determinada realidade escolar e social também poderão apresentar semelhantes necessidades especiais. Portanto, as necessidades especiais deveram ser analisadas criteriosamente na relação aluno-escola, sem deixar de considerar a realidade social em que se encontram. Segundo Sassaki (2004), jamais houve ou haverá um único termo correto quanto à nomenclatura das pessoas com deficiência, em virtude de que em cada época são utilizados termos cujo significado é compatível com os valores vigentes em determinadas sociedade, enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência. De acordo com o texto Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, apresentado durante a Assembléia Geral da ONU em 2004, a questão quanto à nomenclatura correta foi finalizada como “pessoas com deficiência”. O princípio básico para se terem chegado a esse nome, é o de principalmente, não esconder ou camuflar a própria deficiência. Sassaki (2005) aponta que durante toda a história da humanidade as pessoas deficientes sempre foram vítimas de comportamentos discriminatórios e preconceituosos, consideradas, muitas vezes, como obras do demônio, rotulados como coisas e eram excluídas de toda a sociedade vivendo em hospícios, sofrendo maus tratos, chegando a serem condenadas a morte. Até o século XVI os deficientes não 12 recebiam nenhuma atenção educacional, a sociedade simplesmente os ignorava, rejeitava e os perseguia. Entre os séculos XVII e início do século XX os indivíduos deficientes eram excluídos da sociedade e da família, e eram geralmente atendidos em instituições religiosas ou filantrópicas. Para Mazzota (1996), “a própria religião ao cultuar o homem a imagem e a semelhança de Deus, excluía e rejeitava quem não era perfeito”, ou, quem era deficiente. Para Mantoan (2004), a escola regular sempre teve como objetivo o ensino conservador, seletivo e discriminatório. As crianças que não atingiam um determinado nível de desempenho quando comparadas a maioria da sala de aula, eram transferidas para uma sala de aula específica destinadas à alunos com baixo desempenho, assim não prejudicariam a alfabetização dos demais alunos. Então, em 1948 com a Declaração dos Direitos Humanos, tornou-se direito de todos a educação pública e gratuita, dando origem no Brasil a criação de classes especiais nas escolas públicas. Seu propósito era o de substituir o ensino regular comum, segregando a criança com necessidade especial nesse ambiente, tido como ideal para aqueles que não possuíam condições de enfrentar as exigências da escola comum. A classe especial tornou-se o local onde se encaminhavam todas as crianças com quaisquer dificuldades escolares, ocasionando, inúmeras vezes, à rotulação de uma criança como deficiente por falta de avaliações adequadas. Dentro dessa perspectiva, o professor tomava a deficiência como base para a educação do aluno deficiente. Segundo Mazzotta (1996), a educação especial designada às pessoas deficientes iniciou-se no Brasil por meio do Decreto Imperial nº. 1428, assinado por D. Pedro II em 1854, fundando então o Imperial Instituto dos Meninos Cegos no Rio de Janeiro, no qual posteriormente denominou-se Instituto Benjamim Constant (IBC). Mais tarde em 1857, D. Pedro II fundou também no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Surdos- 13 Mudos, sendo em 1957, denominada Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Ambos os institutos tinham como objetivos em seu currículo os trabalhos educacionais e profissionalizantes às pessoas com deficiência. Um dos primeiros órgãos responsável pelo atendimento às pessoas com necessidades especiais no Brasil foi o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), criado pelo decreto nº. 72.425 em 3 de julho de 1973 com o objetivo de gerar em todo o Brasil a melhoria do atendimento às pessoas com necessidades especiais. Tessaro (2005) aborda que o objetivo da educação especial era o de atender as especificidades de cada deficiência. O ambiente da escola regular não era visto como ideal assim como a interação com pessoas não deficientes também não era acolhedora. Durante anos a educação especial caminhou sempre paralela à educação regular, as crianças consideradas normais freqüentavam as escolas regulares, enquanto as denominadas deficientes eram encaminhadas para a educação especial. Com a educação especial, surgiram as instituições especializadas, fundadas por pais de pessoas com deficiência, tendo como modelos o assistencialismo e a segregação, tornando possível, assim, a previsão e o controle de todas as situações que a pessoa com deficiência poderia vir a enfrentar. Isso impossibilitava a criança, na maioria das vezes, de aprender com as próprias experiências. De acordo com Karagiannis, Stainback e Stainback (1999), os professores que trabalhavam em classes da escola especial eram vistos como pessoas com habilidades e preparações especiais, seus métodos de aprendizagem se diferenciavam do regular, sendo que aos professores da escola regular tal atuação não era possível. Criaram-se, então, dentro da escola regular as classes especiais, nas quais os alunos com deficiências estariam presentes no mesmo espaço físico, porém, não faziam parte dele. Esse modelo de serviço de educação especial foi o preferido por mais de décadas. Durante as décadas 14 de 1960 e 1970, começaram a ser criados programas voltados para a integração escolar da pessoa com deficiência, proposto como alternativa de atendimento mais humanizado que a institucionalização, já que até aquele momento as formas de atendimento às pessoas com deficiências eram limitadas a escola especial e as instituições residências, normalmente criadas por pais e familiares, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento social e educacional dessa população. Entre os programas, a proposta de “integração”, predominou, a criança deficiente freqüentava a escola regular, porém tal criança era adequada ao modelo escolar vigente. Na proposta de integração, tentavase normalizar o aluno deficiente, ignorando sua deficiência e suas necessidades especiais. Segundo Sassaki (2005), somente na última década do século XX e início do século XXI iniciou-se, finalmente, o movimento de inclusão, que consiste em eliminar os fatores que excluem as pessoas com deficiência do meio social, tornando necessário não mais pensar-se em adaptar as pessoas à sociedade e sim adaptar a sociedade a estas pessoas, como também adaptar as escolas de acordo com as necessidades de cada aluno. Seu objetivo é de que todas as crianças sejam elas com deficiências, negras, indígenas, entre outros, devem freqüentar a escola regular de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. Mantoan (1997) afirma que na perspectiva da inclusão, todas as pessoas têm direito de se desenvolver com as demais e viver em um ambiente livre de discriminações, que considere e valorize as diferenças. De acordo com o documento Estratégias e Orientações para a Educação de Alunos com Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem Associadas às Condutas Típicas - Secretaria Educação Especial (2002), a partir da metade do século XX passouse a estudar as origens e as causas de cada deficiência. Durante a década de 1990, o Brasil comprometeu-se com a proposta de Educação para Todos, exposta durante a 15 realização da Conferencia Mundial da Unesco, assumindo, portanto, o compromisso de transformar o sistema educacional brasileiro para receber e acolher a todos com as mesmas oportunidades e qualidades do ensino. Para Werneck (2001), a sociedade será realmente inclusiva quando incluir a todos. O termo “todos” utilizado pela autora diz respeito aos direitos e deveres de todo cidadão, à inclusão de todas as pessoas na sociedade, nas escolas, no mercado de trabalho, sem exceções e desculpas. O movimento se consolidou a partir de junho de 1994 na cidade de Salamanca (Espanha), onde foi realizada a Conferência Mundial de Educação Especial, que se tornou conhecida popularmente como Declaração de Salamanca. Reafirmou-se durante a Conferência, o compromisso entre governos de vários países a promover a educação para todos, reconhecendo, assim, à necessidade de incluir todas as crianças, os adolescentes e os jovens na escola regular independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de currículos pedagógicos capazes de abranger as necessidades de cada aluno, devendo a escola adaptar-se as necessidades do aluno e não mais adaptá-lo às exigências da escola, construindo, assim, uma sociedade inclusiva, livre de preconceitos e aberta à diversidade. Deve haver consciência de que as mudanças escolares sempre estarão ocorrendo, porque embora as deficiências possam ser as mesmas, as crianças são diferentes, possuem necessidades diferentes. No Documento Estratégias e Orientações para a Educação de Alunos com Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem Associadas às Condutas Típicas - Secretaria Educação Especial (2002) aponta que antes as pessoas com deficiências eram consideradas como doentes, desse modo, eram merecedoras de cuidados médicos e clínicos. Já na visão da inclusão, abandona-se essa idéia e passa a ser adotada uma abordagem biopsicosocial, na qual as intervenções pedagógicas, juntamente com o 16 atendimento clínico e social tornam-se fatores fundamentais a serem considerados, assim como a oferta diferenciada e específica às características e necessidades de cada aluno. Segundo Mantoan (1997), o principal objetivo da inclusão é de não deixar ninguém do lado de fora da escola, iniciando esse processo desde a educação infantil. As escolas inclusivas propõem um modo de se construir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectivas educacionais, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóiam todos como professores, alunos e direção para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Quanto à aprendizagem dos conteúdos curriculares, mesmo que a criança não contemple todo o conteúdo didático é importante que ela interaja com outras crianças de sua mesma faixa etária, possibilitando a troca de experiências entre ambas, eliminado assim, a diferença entre a idade ideal para freqüentar determinadas séries e a idade avançada que normalmente os alunos com necessidades especiais encontravam-se nas salas de aula, devido a dificuldade de assimilar todo o conteúdo pedagógico. Em acordo com esse direito encontra-se o documento que discorre sobre o acesso de pessoas com deficiências às classes comuns da rede regular de ensino, proclamado pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (2001). O documento deixa claro que os alunos com deficiência devem freqüentar as turmas de sua faixa etária nas escolas comuns da rede regular de ensino. Tal necessidade foi levantada durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada pela UNESCO em 1990, na qual se apontou a importância da criação de um novo modelo de escola. A necessidade dos sistemas educacionais de ensino 17 tornarem-se mais flexíveis, oferecendo oportunidades de aprendizagem a todos, considerando o ritmo de cada um. Em 1996, no Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, decretou a Lei Nacional de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96, Art. 58. que prioriza a educação das pessoas com necessidades especiais preferencialmente na escola regular de ensino. Verifica-se que ao contrário à Declaração de Salamanca, a LDB prioriza o ensino aos deficientes preferencialmente na rede regular de ensino. Essa observação confundiu e delongou a proposta de educação inclusiva por vários anos no Brasil, já que embora quase uma década após a consolidação da LDB, depararam-se ainda com resistências quanto às mudanças físicas nas escolas e as atitudes da sociedade em geral. Outra observação quanto ao atraso da efetivação da inclusão no Brasil, diz respeito ao ensino especializado as pessoas com necessidades especiais. Segundo a Constituição Federal de 1988, Art. 208, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino”. Esse atendimento diz respeito à atenção das especificidades dos alunos com deficiências, colaborando para sua atuação social, como por exemplo, o ensino da linguagem brasileira de sinais aos deficientes auditivos, ao sistema Braile para os deficientes visuais, enfim, suportes para a construção de uma vida autônoma. No entanto, confundiu-se esse atendimento com a modalidade Educação Especial, passando a ser utilizada como substituta da educação regular nas escolas comuns. De acordo com o Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) Parecer nº. 17/2001, a educação especial sempre foi concebida como o atendimento as pessoas com deficiências. Porém, com a proposta da inclusão, a educação especial amplia-se para atender não somente pessoas com deficiências, 18 disfunções e limitações, mas também consideram as dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento. A instituição escolar deve eliminar barreiras arquitetônicas, atendendo as necessidades de cada um. Deve atuar de acordo com o que preconiza à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que considera obrigatório a adaptação de portas, banheiros, construção de rampas de acesso, corrimões, suporte e sinalização para estacionamento, vagas exclusivas para deficientes, atendimento prioritário em geral e outros recursos especiais que vierem a ser necessários para a efetivação do ensino e aprendizagem das pessoas com necessidades especiais. Segundo Mantoan (2004), muitas escolas e instituições especializadas ainda resistem às mudanças ocorridas pela inclusão, resistência também encontrada em pais de crianças consideradas normais, havendo, na maioria das vezes, desinteresse e atitudes discriminatórias quanto a proposta de inclusão. O objetivo é que se colocado em prática os ideais da inclusão desde o início da escolarização das crianças, estas deverão tornar-se adultos mais conscientes e menos preconceituosos, e esses futuros profissionais que poderão atuar nas mais diversas áreas, construirão menos barreiras atitudinais e arquitetônicas, por terem em seu histórico de vida a convivência com a diversidade. Inclusão: Novas Perspectivas Desde 2003 o Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação Especial, criou o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, assumindo o compromisso de colaborar para a construção da escola inclusiva, por meio da troca de informações de novos conceitos, mobilizações em todos os municípios brasileiros, com todas as pessoas que integram a comunidade escolar: professores, direção e familiares. 19 Propondo que a escola seja reestruturada tomando como sujeito do foco central o aluno, respeitando suas necessidades e favorecendo suas habilidades. O ponto inicial da Educação Inclusiva (2003) é a construção do projeto político-pedagógico nas escolas, exigindo a participação e o envolvimento pleno de professores, funcionários, pais, alunos e principalmente da direção escolar, pois é esta que irá motivar os professores e os funcionários quanto à importância da implantação da inclusão, do direito e do respeito às diversidades. A direção escolar deve atuar de maneira dinâmica, presente e deve ser a mediadora na relação escola e família, bem como com os demais profissionais de diversas áreas que deverão se envolver na construção e na implementação da inclusão. Mantoan (2004) observa que uma das principais mudanças que deve ocorrer nas escolas mediante a proposta de inclusão reflete diretamente no trabalho e na formação dos professores. Garantir uma formação de qualidade aos professores é fundamental para o futuro das crianças, com deficiências ou não, em todos os sistemas de ensino. O trabalho com os professores é fundamental nesse processo, pois se faz necessário o resgate de suas vivências e perspectivas perante a inclusão, sendo estes fatores essenciais para a sua efetivação. Os professores precisam buscar meios alternativos a serem trabalhados, não focando objetivos quantitativos, mas sim, qualitativos. Deve-se ter como prioridades os meios a serem trabalhados com essas crianças para que sejam desenvolvidos seus potenciais. Os métodos para avaliação devem ser construídos respeitando as dificuldades das crianças com necessidades especiais, porém baseados em suas habilidades. Faz-se necessária, por meio da prática do professor, a observação do desenvolvimento de habilidades do aluno, que se encontra em diferentes situações de aprendizagem, por meio da seleção de materiais adequados, reformulando métodos de avaliação e principalmente, proporcionando a interação com todas as crianças. É por 20 meio do confronto entre a teoria e a prática que se construirá a identidade profissional do professor. Silva e Mazzotta (2002) apontam que há uma diversidade de alunos que a escola recebe todos os anos, independente de serem ou não pessoas com necessidades especiais. Assim, torna-se necessário que os professores desenvolvam competências para o atendimento adequado, abrangendo as necessidades educacionais de cada aluno. O professor precisa, por meio de suas sensibilizações, de suas experiências de vida, de seus objetivos perante a inclusão, proporcionar uma vivência em sala de aula com as diversidades, reconhecendo e valorizando, de modo que se eliminem o preconceito quanto às pessoas com necessidades especiais. De acordo com Gessinger (2004), deve haver envolvimento e comprometimento dos professores para pesquisar novas possibilidades, pois não existem fórmulas prontas, e é exatamente isso que muitos professores estão aguardando, isto é, especialistas que os ensinem a educar na inclusão, ignoram que na realidade são eles os próprios especialistas para a alfabetização. As informações tanto das necessidades e dificuldades, como das habilidades são obtidas em sala de aula com a observação criteriosa do professor. É necessário, no entanto, se analisar os aspectos que favorecem e dificultam o trabalho do professor e intervir para que as condições para o desenvolvimento de seu trabalho sejam as mais adequadas. Para Silva e Mazzotta (2002), o momento atual exige empenho por parte dos professores em assumir a sua responsabilidade como educadores, como os responsáveis tanto pela alfabetização, como para o melhor desenvolvimento das diferenças em salas de aula, devendo comprometer-se em despertar os interesses individuais de cada aluno. O aluno deverá sentir-se no mesmo estágio em sala de aula, realizando de uma maneira 21 diversificada atividades que contemplem os mesmos objetivos a todos. A atividade deve conter dificuldade, de uma maneira que a criança evolua. Não se deve ignorar a importância de outros profissionais para o melhor desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais, de acordo com o Documento Subsidiário Políticas de Inclusão (2005), é necessário proporcionar encontros de professores com a equipe interdisciplinar de apoio, possibilitando, assim, trocas de experiências. Em acordo ao documento encontra-se a Declaração de Salamanca (1994), parágrafo 49, quando coloca a importância do “apoio externo do pessoal de recurso de várias agências, departamentos e instituições, tais como professor-consultor, psicólogos escolares, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, etc.”. Tal apoio deve ser tanto no trabalho individual com os alunos com deficiências como em orientações aos professores, para trabalhar meios de melhor desenvolver as habilidades de cada um. É fundamental o convênio com esses profissionais, uma vez que cada um deve exercer a sua especialidade e assumir a responsabilidade de se dedicar para que o processo de inclusão se realize de maneira contínua. Para Araújo (2002), há grande dificuldade de viabilizar de forma concreta e eficaz a inclusão nas escolas, a atuação do psicólogo escolar assume papel importante, atuando em conjunto com os professores, contribuindo para a transformação pela qual a escola deve passar, repensando programas, atitudes e posturas a serem adotadas. A atuação do psicólogo é fundamental para a efetivação da educação especial, devendo atuar como a ponte que une o aluno com necessidades especiais e a sociedade na qual este aluno deve estar inserido e fazer parte dela. O psicólogo pode contribuir também com informações aos professores quanto a temas como ética, pluralidade cultural, orientação sexual, saúde entre outros assuntos pertinentes à sala de aula. 22 Nesse sentido, os objetivos da avaliação psicológica que anteriormente priorizavam os resultados às descobertas do quoeficiente intelectual dos alunos, e estes eram para sempre estigmatizados quando os resultados apontavam desempenho abaixo da média como deficientes, devem, segundo o Documento Subsidiário à Política de Inclusão – Secretaria de Educação Especial (2005), não mais considerar como a performance de um indivíduo, produzida em um determinado momento, como sendo a sua capacidade intelectual, implicando desconhecer a capacidade de modificá-la. O mesmo documento acrescenta que muitas crianças hoje consideradas como deficientes mentais se tivessem tido um diagnóstico precoce e melhores condições educativas e sociais, talvez nunca tivessem sido rotuladas como pessoas com deficiência mental. É imprescindível nesse momento a presença da família, tanto na vida escolar e social da criança com deficiência. Os pais precisam primeiramente conhecer as reais necessidades de seus filhos, sem deixar de lado suas habilidades, que poderão ser trabalhadas e desenvolvidas. Segundo o Documento Subsidiário à Política de Inclusão – Secretaria de Educação Especial (2005), as famílias, mais do nunca, devem acompanhar de perto toda evolução, habilidade, dificuldade, necessidade do indivíduo com necessidades especiais, para ajudar tanto em seu progresso, como para exigir empenho dos profissionais envolvidos nesse processo. Quando a família conhece realmente a deficiência em um sentido total, ela tem condições de estimular cada vez mais a criança, e este estímulo deve contemplar a alfabetização e a socialização. Não se pode esquecer que os pais devem ser os primeiros a possibilitar o convívio com todas as diversidades, aceitar e reconhecer os limites de seu filho e proporcionar possibilidades de se tornarem independentes. De acordo com a Carta para o 3º Milênio (1999, s/p), ”Todas as famílias que tenham uma pessoa com deficiência devem receber serviços especializados necessários 23 à otimização do seu bem-estar mental, físico e funcional”. Diante desses desafios e escola deve se mobilizar para que os direitos das pessoas com necessidades especiais, assim como de qualquer outro ser humano prevaleçam e as condições para que esses direitos aconteçam sejam as melhores possíveis. Em muitas escolas a proposta de incluir alunos com necessidades especiais ainda é um tema que gera muitas interrogações. O desenvolvimento de pesquisas quanto a percepção, ao acolhimento, as propostas de novos métodos para a aprendizagem em sala de aula, a questão do conteúdo pedagógico e a necessidade ou não das avaliações são propostas que precisam e devem ser estudadas. Esse trabalho tem como perspectivas, contribuir para a desmistificação da inclusão escolar, levantando as principais dúvidas e expectativas dos professores quanto à proposta de inclusão. Almeja-se, que, com tais dados possam ser sanadas algumas lacunas que impossibilitam a efetiva inclusão de todos no ambiente escolar. 24 OBJETIVO Comparar a percepção de professores que trabalham em salas de aula inclusiva e aqueles que não trabalham quanto a inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas, foi o objetivo deste estudo. 25 MÉTODO Local O presente estudo foi realizado em uma empresa de serviços municipais denominada, Prefeitura, localizada no interior do estado de São Paulo. Na ocasião da pesquisa seu quadro funcional era composto por 1500 funcionários, distribuídos em nove Secretarias Municipais à saber: Secretaria Municipal de Esporte e Lazer; Cultura e Turismo, Desenvolvimento Econômico; Saúde; Fazenda; Administração; Desenvolvimento Urbano; Governo e Cidadania e Educação. A pesquisa foi realizada na Secretaria Municipal de Educação. O quadro funcional da secretaria era de 213 funcionários, divididos em 90 professores do ensino fundamental e 123 professores do ensino infantil, atuantes nas escolas municipais de ensino. Participantes Participaram 39 professores da rede municipal de ensino infantil e fundamental de uma cidade do interior do estado de São Paulo. A média de idade dos participantes foi de 36 anos e 4 meses, todos os participantes eram do sexo feminino. Observou-se que a formação acadêmica de 15,4% (n=6) era o magistério, 59% (n=23) tinham nível superior e 25,6% (n=10) possuíam o nível superior com pós-graduação na área de educação. A média de tempo de atuação como professor foi de 14 anos e 2 meses, sendo que 61,5% (n=24) dos participantes atuavam como professores na rede de ensino infantil e 38,5% (n=14) atuavam na rede de ensino fundamental. Os participantes foram divididos em dois grupos, a saber: 26 Grupo 1 (G1): Composto por 20 (51,2%) professores que atuam em salas de aula inclusivas. Grupo 2 (G2): Composto por 19 (48,7%) professores que atuam em salas de aula não inclusivas. Materiais Utilizou-se um roteiro composto por 25 afirmativas abordando assuntos relativos à inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas de ensino infantil e fundamental. As alternativas de respostas de 22 afirmativas estavam dispostas em escala likert de 4 pontos (concordo plenamente, concordo, discordo, discordo plenamente). As alternativas de respostas de 3 afirmativas estavam em escala dicotômica (sim, não) (ANEXO 1). Em todos os casos os participantes assinalaram com um x apenas uma alternativa de reposta. Procedimento A coleta ocorreu de forma individual nas instituições de ensino infantil e fundamental. A coleta ficou condicionada a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 2). Cada aplicação durou aproximadamente quinze minutos. 27 RESULTADOS Os dados foram organizados em planilha excell e submetidos a estatística descritiva, conforme o objetivo deste estudo. Quanto à existência de formações e práticas para uma educação inclusiva na escola/município do professor, foi elaborada uma afirmativa para investigar esse dado. Observou-se que 100% (n=39) responderam que sim. No que se refere ao professor participar ou ter participado dessas formações, foi elaborada uma afirmativa para verificar essa questão. Apurou-se que 82,1% (n=32) responderam que sim e 17,9% (n=7) responderam que não. Dos professores que trabalham em salas de aula inclusivas, observou-se 95% (n=19) responderam que sim e 5% (n=1) responderam que não. Entre os professores que não trabalham em sala de aula inclusiva, observou-se 68,4% (n=13) responderam que sim e 31,5% (n=6) responderam que não. Quanto aos professores não estarem preparados para receber, proporcionar atividades que contemplem as condições das pessoas com necessidades especiais, foi elaborado uma afirmativa para avaliar esse assunto. Assim, a maior parte (61,5%; n=24) respondeu que concorda uma outra parte (25,6%; n=10) respondeu que discorda, já (10,3%; n=4) respondeu que concorda plenamente e uma pequena parcela (2,6%; n=1) respondeu que discorda plenamente quanto a falta de preparo. Dos professores que atuam em salas de aula inclusiva, a maior parte (60%; n=12) respondeu que concorda uma outra parte (35%; n=7) respondeu que discorda quanto à não estarem preparados e uma pequena parcela (5%; n=1) respondeu que concorda plenamente. Dos professores que não trabalham em salas de aula inclusiva, constatou-se que a maior parte (63,1%; n=12) respondeu que concorda uma outra parte (15,7%; n=3) respondeu que concorda 28 plenamente, 15,7% (n=3) respondeu que discorda e uma pequena parte (5,26%; n=1) respondeu discordar plenamente quanto a falta de preparo. Sobre as escolas possuírem estruturas físicas para receber e acolher as pessoas com necessidades especiais, foi elaborado uma afirmativa para analisar esse aspecto. Evidenciou-se que 17,9% (n=7) responderam que concordam 66,7% (n=26) responderam que discordam e 15,4% (n=6) responderam que discordam plenamente. Dos professores que atuam em sala de aula inclusiva, 20% (n=4) responderam que concordam 70% (n=14) responderam discordar quanto a afirmativa e 10% (n=1) responderam discordar plenamente. Entre os professores que não trabalham em salas de aula inclusivas, 15,7% (n=3) responderam concordar quanto a afirmativa, 63,1% (n=12) discordam quanto as escolas possuírem estruturas físicas para acolher as pessoas com necessidades especiais e 21% (n=4) discordam plenamente da afirmativa. Uma afirmativa foi elaborada para verificar a necessidade da observação dos comportamentos de aprendizagem, reações novas do aluno por parte do educador, das anotações de sua evolução e retrocesso durante um período determinado, um diagnóstico clínico (médico, psicopedagógico e/ou psicológico) ajudaria para uma melhor intervenção do educador na aprendizagem. Observou-se que 43,6% (n=17) responderam concordar plenamente e 56,4% (n=22) responderam que concordam. Dos professores que trabalham em salas de aula inclusivas, 55% (n=11) concordam plenamente e 45% (n=9) responderam que concordam. Entre os professores que atuam em salas de aula não inclusivas, 31,5% (n=6) concordam plenamente com a afirmativa e 68,4% (n=13) responderam concordar. Quanto a investigação sobre os professores serem os responsáveis em desenvolver novas habilidades, novos métodos para avaliações e uma integração entre 29 todos os alunos na sala de aula esse assunto foi abordado. A Tabela 1 apresenta a distribuição dos resultados obtidos. Tabela 1. Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas relativas à didática do professor em sala de aula mediante a proposta de inclusão. Afirmações Grupos Fe% Concordo Plenamente É responsabilidade Grupo 4 do professor desen- Geral 10,3 volver novas habili- G1 3 dades, novos meto15 dos para avaliações G2 1 mediante o proces5,2 so de inclusão. Fe% Concordo É papel do professor promover uma integração entre todos os alunos em sala de aula, de maneira que se eliminem pré-conceitos. 12 30,8 6 30 6 31,5 Grupo Geral G1 G2 27 69,2 14 70 13 68,4 21 53,8 10 50 11 57,9 Fe% Discordo 10 25,6 5 25 5 26,3 Fe% Fe% Discordo Branco Plenamente 2 2 5,1 5,1 1 1 5 5 1 1 5,2 5,2 No que se refere às crianças com necessidades especiais apresentarem problemas de comportamento superior aos demais alunos da sala de aula, foi elaborado uma afirmativa para avaliar esse assunto. Assim, a maior parte (59%; n=23) respondeu discordar uma outra parte (20,5%; n=8) respondeu discordar plenamente, já (17,9%; n=7) respondeu concordar e uma pequena parcela (2,6%; n=1) respondeu concordar plenamente. Entre os professores que atuam em salas de aula inclusivas, a maior parte (75%; n= 15) respondeu discordar uma outra parte (15%; n=3) respondeu discordar plenamente e uma pequena parcela (10%; n=2) respondeu concordar. Dos professores que não atuam em salas de aula inclusivas, a maior parte (42,1%; n=8) respondeu discordar uma outra parte (26,3%; n=5) responderam discordar plenamente, já (26,3%; 30 n=3) respondeu concordar e uma pequena parcela (5,2%; n=1) respondeu concordar plenamente. Sobre o professor receber em sua classe uma criança com necessidade especial torna-se imprescindível adquirir novos conhecimentos sobre essa necessidade e/ou deficiência para explorar as potencialidades bem como as necessidades dessa criança. Os dados mostraram que a maior parte (64,1%; n=25) respondeu que concorda plenamente, uma outra parte (35,9%; n=14) respondeu que concorda. Entre os professores que trabalham em salas de aula inclusiva, a maior parte (65%; n=13) respondeu concordar plenamente quanto a afirmativa e 35% (n=7) respondeu concordar. Dos professores que não trabalham em salas de aula inclusiva, a maior parte (63,1%; n=12) concorda plenamente e 36,8% (n=7) responderam concordar. Avaliou-se a questão dos alunos com necessidades especiais precisarem de um currículo próprio e a necessidade das classes inclusivas terem um número menor de alunos. A Tabela 2 apresenta a distribuição dos dados obtidos. Tabela 2. Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas relativas à modificações necessárias em sala de aula. Afirmações Grupos Fe% Concordo Plenamente Os alunos com neGrupo 3 cessidades especiais Geral 15 precisam de um cur- G1 3 rículo próprio, elabo15 borado a fim de de- G2 senvolver suas habilidades Fe% Concordo 14 35,9 6 30 8 42,1 10 25,6 4 20 6 31,5 Existe a necessidade das classes inclusivas terem um número menor de alunos quando comparadas com as classes não inclusivas. 14 35,9 5 25 9 47,3 2 5,1 1 5 1 5,2 Grupo Geral G1 G2 23 59 14 70 9 47,3 Fe% Discordo Fe% Fe% Discordo Branco Plenamente 10 2 25,6 5,1 6 1 30 5 4 1 21 5,2 31 Sobre o fato de a escola desenvolver sensibilizações sobre o processo de inclusão com a comunidade, foi elaborado uma alternativa para investigar esse dado. Assim, 46,2% (n=18) responderam que concordam plenamente, 48,7% (n=19) responderam que concordam 2,6% (n=1) responderam discordar e 2,6% (n=1) responderam discordar plenamente. Dos professores que trabalham em salas de aula inclusivas 50% (n=10) responderam concordar plenamente e 50% (n=10) responderam concordar. Entre os professores que não trabalham em salas de aula inclusivas 42,1% (n=8) responderam concordar plenamente, 47,3 (n=9) responderam concordar 5,2% (n=1) responderam discordar e 5,2% (n=1) responderam discordar plenamente da afirmativa. No que se refere a presença de um psicólogo educacional nas escolas trazer benefícios tanto para os professores quanto aos alunos, esse dado foi investigado. Assim sendo, a maior parte (51,3%; n=20) respondeu concordar plenamente quanto a necessidade, uma outra parte (46,2%; n=18) respondeu que concorda e uma pequena parcela (2,6%; n=1) respondeu discordar plenamente. Entre os professores que trabalham em salas de aula inclusivas, a maior parte (55%; n=11) respondeu concordar e uma outra parte (45%; n=9) responderam concordar plenamente quanto a presença de um psicólogo educacional nas escolas trazer benefícios tanto para os professores quanto aos alunos. Dos professores que não trabalham em salas de aula inclusivas, observou-se que a maior parte (57,9%; n=11) responderam concordar plenamente, uma outra parte (36,8%; n=7) respondeu concordar e uma pequena parcela (5,2%; n=1) respondeu discordar plenamente da afirmativa. Verificou-se a necessidade de uma auxiliar ou ajudante em sala de aula para receber alunos com necessidades especiais, a importância do apoio da direção e coordenação de sua escola/município sobre as dúvidas dos professores e a necessidade 32 de receberem acompanhamento de outros profissionais. A Tabela 3 apresenta a distribuição dos resultados obtidos. Tabela 3. Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas referente à necessidade de apoio/orientação externa para efetivação da proposta de inclusão. Afirmações Grupos Fe% Concordo Plenamente Grupo 8 Geral 20,5 G1 2 10 G2 6 31,5 Fe% Concordo 22 56,4 12 60 10 52,6 5 12,8 4 20 1 5,2 Os professores recebem apoio sobre suas dúvidas (como proceder, como dar atividades sem excluir, etc) da direção e coordenação de sua escola/município. Grupo Geral G1 13 33,3 8 40 5 26,3 23 59 9 45 14 73,6 3 7,7 3 15 Os professores devem receber acompanhamento de outros profissionais para trabalharem com os alunos inclusos. Grupo Geral G1 21 53,8 12 60 9 47,3 17 43,6 7 35 10 52,6 1 2,6 1 5 Há a necessidade de uma auxiliar ou ajudante em sala de aula quando a classe receber alunos com necessidades especiais. G2 G2 Fe% Discordo Fe% Fe% Discordo Branco Plenamente 4 10, 2 10 2 10,5 A inclusão ser somente para receber alunos deficientes, foi avaliada. Assim apurou-se que 53,8% (n=21) responderam que discordam e 43,6% (n=17) discordam plenamente. Dos professores que atuam em salas de aula inclusivas, 50% (n=10) responderam que discordam e 45% (n=9) responderam que discordam plenamente e 5% (n=1) não responderam a afirmativa. Entre os professores que não trabalham em salas de aula inclusiva, 57,9% (n=11) responderam que discordam e 42,1% (n=8) responderam que discordam plenamente. 33 No que se refere as avaliações (provas) serem desenvolvidas considerando as habilidades de cada aluno deficientes ou não, foi elaborada uma afirmativa para abordar esse aspecto. Constatou-se que a maior parte (48,7%; n=19) respondeu que concorda, uma outra parte (28,2%; n=11) respondeu que concorda plenamente, (17,9%; n=7) respondeu que discorda, uma pequena parcela (2,6%; n=1) respondeu discordar plenamente e 2,6% (n=1) não respondeu a questão. Dos professores que trabalham em salas de aula inclusivas, a maior parte (50%; n=10) respondeu que concorda uma outra parte (35%; n=7) respondeu que concorda plenamente, uma outra parte (10%; n=2) respondeu que discorda e uma pequena parcela (5%; n=1) deixou a afirmativa em branco. Entre os professores que não trabalham em salas de aula inclusivas, a maior parte (47,3%; n=9) respondeu concordar, uma outra parte (26,3%; n=5) respondeu discordar, uma outra parte (21%; n=4) respondeu concordar plenamente e uma pequena parcela (5,2%; n=1) respondeu discordar plenamente. Quanto a importância do papel da família no desenvolvimento de seus filhos, não sendo adequado delegar somente a escola sua educação e sobre a presença dos pais no ambiente escolar dentro desse processo de inclusão ser necessária e positiva, esses aspectos foram apurados. A Tabela 4 apresenta a distribuição dos resultados obtidos. Tabela 4. Distribuição da freqüência e porcentagem das respostas relativas à importância do acompanhamento da família na vida escolar de seus filhos. Afirmações Grupos Fe% Concordo Plenamente A presença dos pais Grupo 7 no ambiente escolar Geral 17,9 é necessária e posi- G1 5 tiva. 25 G2 2 10,5 Fe% Concordo 19 48,7 10 50 9 47,3 Fe% Discordo 11 28,2 5 25 6 31,5 Fe% Fe% Discordo Branco Plenamente 2 5,1 2 2 10,5 34 Afirmações Grupos Fe% Concordo Plenamente A família tem papel Grupo 35 importante no desen- Geral 89,7 volvimento de seus G1 18 filhos, independente 90 de terem ou não uma G2 17 necessidade especial. 89,4 Não é adequado delegar somente para a escola a educação e formação de seus filhos. Fe% Concordo Fe% Discordo Fe% Fe% Discordo Branco Plenamente 4 10,3 2 10 2 10,5 Sobre a importância de a escola considerar a singularidade de cada aluno, foi elaborada uma afirmativa para investigar esse tema. Assim, 38,5% (n=15) responderam que concordam plenamente, 59% (n=23) responderam que concordam e 2,6% (n=1) não responderam a questão. Dos professores que trabalham em salas de aula inclusivas, 50% (n=10) responderam que concordam plenamente e 50% (n=10) responderam que concordam. Entre os professores que não atuam em salas de aula inclusivas, 26,3% (n=5) responderam que concordam plenamente, 68,4% (n=13) responderam que concordam e 5,2% (n=1) não responderam a afirmativa. No que se refere às informações sobre as pessoas com necessidades especiais poder erradicar comportamentos preconceituosos, favorecendo assim a convivência dentro da diversidade, elaborou-se uma afirmativa para analisar esse dado. Apurou-se que 25,6% (n=10) responderam que concordam plenamente, 56,4% (n=22) responderam concordar 10,3% (n=4) responderam que discordam, 5,1% (n=2) responderam que discordam plenamente e 2,6% (n=1) não responderam a questão. Entre os professores que trabalham em salas de aula inclusivas, 25% (n=5) responderam que concordam plenamente, 60% (n=12) responderam que concordam 5% (n=1) responderam discordar e 10% (n=2) responderam discordar plenamente. Dos professores que não trabalham em salas de aula inclusivas, 26,3% (n=5) responderam concordar plenamente, 52,6% 35 (n=10) responderam concordar 15,7% (n=3) responderam discordar e 5,2% (n=1) não responderam a afirmativa. Quanto ser por meio da escola inclusiva que as futuras gerações poderão não desenvolver comportamentos preconceituosos, foi elaborada uma afirmativa para levantar esse aspecto, desse modo observou-se que a maior parte (56,4%; n=22) respondeu que concorda uma outra parte (38,5%; n=15) respondeu que concorda plenamente e uma pequena parcela (5,1%; n=2) respondeu que discorda. Entre os professores que trabalham em salas de aula inclusivas, a maior parte (60%; n=12) respondeu concordar, uma outra parte (25%; n=5) respondeu concordar plenamente 10% (n=2) respondeu discordar plenamente e uma pequena parcela (5%; n=1) respondeu discordar quanto à afirmativa. Dos professores que não trabalham em salas de aula inclusivas, a maior parte (52,6%; n=10) respondeu que concorda uma outra parte (26,3%; n=5) concorda plenamente, já (15,7%; n=3) discorda e uma pequena parcela (5,2%; n=1) não respondeu a afirmativa. Sobre inserir crianças com deficiência física ou mental na sala de aula regular trazer pontos positivos para a sua aprendizagem, foi elaborada uma afirmativa para abordar esse tema. Desse modo, 30,8% (n=12) responderam que concordam plenamente e 69,2% (n=27) responderam concordar. Dos professores que atuam em salas de aula inclusivas, 35% (n=7) responderam concordar plenamente e 65% (n=13) responderam concordar. Entre os professores que não atuam em salas de aula inclusivas, 26,3% (n=5) responderam que concordam plenamente e 73,6% (n=14) responderam concordar. 36 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Neste estudo verificou-se a necessidade da criação de formação aos professores quanto à prática em educação inclusiva, bem como a importância da participação e envolvimento quanto à proposta de incluir. Mantoan (2004) aponta que uma das principais mudanças, segundo a proposta de inclusão, diz respeito ao trabalho dos professores, apontando a importância quanto ao conhecimento sobre educar na diversidade, investir na formação acadêmica e na promoção de formação de professores com o objetivo de resgatar suas vivências e perspectivas perante a inclusão. No que diz respeito à falta de preparo dos professores em receber os alunos com necessidades especiais e proporcionar condições para que aprendam diante de sua necessidade, foi uma dificuldade apontada neste estudo. Nessa direção, Gessinger (2004) aborda que os professores devem pesquisar e buscar novos meios para ensinar os alunos com necessidades educacionais especiais e embora, muitas vezes, sinta-se despreparados em recebê-los, torna-se necessário seu envolvimento e comprometimento na elaboração de novas práticas diante da necessidade especial de seu aluno. Ao contrário do que muitos esperam, não existem fórmulas genéricas que possam ser utilizadas para qualquer necessidade. Os professores participantes apontaram à necessidade da tomada de providências quanto à reforma das instalações físicas das escolas proporcionado, assim, melhores condições de receber e acolher os alunos com necessidades especiais. Faz-se necessário, reparo nas estruturas arquitetônicas na sociedade em geral, proporcionando assim condições de todos usufruem-nas. Quanto à questão da necessidade de adequação arquitetônica nas escolas, a Associação Brasileira de Normas Técnicas considera obrigatório todo reparo que vier a ser necessário para a promoção dos direitos das 37 pessoas com deficiência. As escolas precisam adequar portas e banheiros, construírem rampas de acesso e proporcionar todo e qualquer material escolar que seja necessário para a efetivação do ensino e aprendizagem das pessoas com necessidades especiais. Para uma melhor intervenção em sala de aula pelos professores, torna-se necessário, ainda, a consolidação de convênio com uma equipe interdisciplinar, contribuindo por meio de um diagnóstico clínico, à aprendizagem dos alunos com necessidades especiais. Segundo o Documento Subsidiário Políticas de Inclusão (2005), a necessidade de uma equipe interdisciplinar junto aos professores ajuda em uma melhor observação quanto às necessidades e habilidades de cada aluno, possibilitando, também a troca de experiências. O convênio com profissionais é destacado na Declaração de Salamanca (1994), propondo que haja tanto um trabalho individual com os alunos como também orientações aos professores de meios que propiciem uma qualidade maior aos alunos em salas de aula. A partir da proposta de inclusão, se faz indispensável que os professores desenvolvam em sala de aula, atividades diversificadas contemplando as necessidades dos alunos, assim como, prepararem avaliações a fim de verificar suas habilidades para serem estimuladas posteriormente. Silva e Mazzotta (2002) afirmam ser necessário que os professores reconheçam e valorizem os benefícios da diversidade, de modo que os alunos não ignorem a necessidade especial de seu colega, porém sem discriminação e preconceito. Para Gessinger (2004), as informações quanto às necessidades e dificuldades por meio do olhar criterioso do professor contribuem para o desenvolvimento de práticas em sala de aula que contribuam e favoreçam as habilidades dos alunos. A maior parte dos professores discordou quanto aos alunos com necessidades especiais apresentarem mais problemas de comportamento em relação aos alunos 38 considerados “normais”. Sassaki (2005) afirma que durante muitas décadas as pessoas com necessidades especiais foram vítimas de preconceitos, discriminadas e excluídas por toda sociedade, obrigadas a viverem em hospícios, sofrendo maus-tratos, em outros casos eram encaminhadas para instituições religiosas ou filantrópicas, sob alegação de serem “doentes” e necessitarem de suportes médicos. Logo no final do século XX, segundo Sassaki (2005), iniciou-se o movimento da inclusão, tornando-se necessário eliminar os fatores que as excluíam da sociedade, proporcionando a possibilidade de se desenvolverem com as demais crianças de sua idade, uma vez que atendidas suas necessidades especiais não apresentam problemas de comportamentos superiores aos demais alunos. Ao receber uma criança com necessidades especiais em sala de aula é imprescindível que os professores adquiram novos conhecimentos sobre essa necessidade e/ou deficiência contribuindo com o desenvolvimento da aprendizagem em sala de aula, como também a possibilidade da criação de novos métodos para avaliar as potencialidades de cada aluno. Mantoan (2004) aponta que nesse momento o professor deve buscar meios alternativos para ser trabalhados em sala de aula, de modo que se evidenciem as habilidades do aluno, almejando resultados qualitativos. Quanto à necessidade de precisarem de um currículo próprio, Mantoan (2004) observa que os professores devem priorizar o trabalho com os alunos de modo que seja favorecido o desenvolvimento de seus potenciais, o mesmo critério deve ser utilizado na construção das avaliações, nas quais devem ser consideradas suas dificuldades, porém baseados em suas habilidades. A escola é um dos principais canais de comunicação com a comunidade, sendo assim, é fundamental a criação e o oferecimento de sensibilizações quanto ao processo de inclusão para a comunidade em geral, com objetivos de desmistificar pré-conceitos e 39 divulgar os benefícios da educação na diversidade. Corroborando com o estudo, o Ministério da Educação e Cultura (2005) por meio da Secretaria de Educação Especial pelo Programa de Educação Inclusiva: Direito a Diversidade propõe a troca de informações de novos conceitos e a mobilização nos municípios brasileiros com toda a comunidade a favor da escola de qualidade para todos. Neste estudo, apurou-se a necessidade da presença de um psicólogo educacional nas escolas, auxiliando no processo de inclusão tanto os alunos como também professores e familiares. A proposta é reforçada por Araújo (2002), o autor argumenta quanto a grande dificuldade em viabilizar de forma concreta a proposta de inclusão, nesse sentido destaca-se a presença do psicólogo educacional, contribuindo para a transformação pela qual a escola deve passar, repensando posturas e atitudes que devem ser adotadas para proporcionar a diversidade nas escolas, proporcionando um elo entre o aluno com necessidade especial, sua família e a sociedade. No que diz respeito à presença de uma auxiliar em sala de aula, os professores participantes apontaram tal necessidade. Alguns autores como Mantoan (2004), Gessinger (2004), Sassaki (2005) propõem um repensar a respeito da didática em sala de aula, na qual deve ser revisto os conteúdos esperados, almejando resultados qualitativos e não quantitativos. Os professores por meio de sua obsersavação em sala de aula precisam criar condições para que todos os alunos possam aprender e tenham possibilidades de conviverem em uma sala de aula com crianças da mesma faixa etária. Outra necessidade apontada pelos professores participantes da pesquisa diz respeito à importância de receberem apoio da coordenação e direção escolar, como também receberem orientações e acompanhamentos de outros profissionais, a fim de contribuir para uma melhor qualidade no ensino e aprendizagem dos alunos com necessidades especiais. Nesse sentido, o documento Educação Inclusiva (2003), criado pelo MEC, 40 propõe a participação e o envolvimento entre professores, coordenadores e direção escolar quanto aos melhores de meio de proporcionar uma educação na diversidade. A direção/coordenação deve atuar de maneira dinâmica, motivando os professores e funcionários quanto à importância da efetivação da inclusão, bem como também os demais profissionais que estarão envolvidos nesse processo. Em acordo encontra-se o Documento Subsidiário Políticas de Inclusão (2005), pontuando a importância de encontros entre professores com a equipe interdisciplinar para troca de experiências. Quanto à inclusão ser somente para receber alunos com deficiências, verificouse que a maior parte dos professores discorda de tal preceito. Para Sassaki (2005), o objetivo principal da proposta de inclusão consiste em que todas as crianças, sejam elas deficientes, negras, indígenas, entre outros, devem freqüentar a escola regular de ensino desde a educação infantil até o ensino superior. Mantoan (1997) afirma que na perspectiva da inclusão, todas as pessoas têm direito de se desenvolver com as demais e viver em um ambiente livre de discriminações, que considere e valorize as diferenças. Para Werneck (2001), uma sociedade será realmente inclusiva quando conseguir proporcionar as mesmas oportunidades a todos, na escola, na sociedade, no mercado de trabalho, entre outros. Na perspectiva de inclusão as avaliações (provas) devem ser desenvolvidas considerando as habilidades de cada aluno, deficientes ou não. Silva e Mazzotta (2002) apontam que todos os anos as escolas recebem uma diversidade de alunos independente de terem ou não uma deficiência, implicando quanto a necessidade dos professores desenvolverem competências para o atendimento adequado, abrangendo assim as necessidades educacionais de cada aluno. Nesse contexto, Mantoan (2004) observa que se faz necessária, por meio da prática do professor, a observação do desenvolvimento 41 das habilidades dos alunos, possibilitando, assim a seleção de materiais adequados, a reformulação métodos de a avaliação, de maneira que sejam destacados seus potenciais. A família desenvolve papel importante no desenvolvimento de seus filhos deficientes ou não e quando apresentam uma deficiência é importante que os familiares em especial seus pais conheçam as dificuldades e habilidades de seus filhos contribuindo assim em seu desenvolvimento escolar. O documento Subsidiário à Política de Inclusão – Secretaria de Educação Especial (2005) afirma que as famílias, mais do que nunca, precisam colaborar para que a proposta de inclusão se efetive, fornecendo informações aos professores sobre as necessidades e comportamentos de seus filhos e principalmente exigir empenho por parte dos profissionais. Quando a família conhece as dificuldades e as habilidades de seu filho e possibilita que essas informações sejam de conhecimento de professores, coordenadores e direção escolar, a expectativa é que o desenvolvimento da criança seja cada vez mais positivo. Em acordo encontra-se a Carta para o Terceiro Milênio (1999, s/p), na qual indica que as escolas devem se mobilizar para a efetivação do direito de toda família que tenham uma pessoa com deficiência de receberem serviços especializados que proporcionem seu bem-estar físico, mental e funcional. As escolas devem respeitar e considerar a singularidade de seus alunos, contribuindo assim para o desenvolvimento da aprendizagem dos mesmos. Silva e Mazzotta (2002) observam que os professores precisam assumir sua responsabilidade como educadores, responsáveis pela alfabetização e pelo melhor desenvolvimento das diferenças em salas de aula, comprometendo-se, principalmente, em proporcionar o despertar de interesses individuais de cada aluno. Dessa forma, o aluno deverá sentir-se no mesmo estágio em sala de aula, realizando atividades diversificadas, que contemplem sua singularidade, sendo que essas atividades devem conter os mesmos 42 objetivos a todos, dessa forma é possível que a criança evolua considerando suas habilidades e particularidades. A escola, por meio da proposta de educação inclusiva é a principal abertura para que as futuras gerações não desenvolvam comportamentos preconceituosos, informando tanto os alunos como também seus pais e familiares dos benefícios e a necessidade de convivermos na diversidade. Mantoan (2004) aponta que muitas escolas, assim como pais de crianças consideradas normais ainda resistem às mudanças ocorridas pela proposta de inclusão, havendo na maioria das vezes desinteresse e atitudes discriminatórias. O objetivo é que se as “crianças de hoje” tiverem oportunidades de conviver com as diferenças, poderão amanhã tornar-se profissionais conscientes quanto à necessidade de proporcionar oportunidades e qualidade de vida a todos, pois terão em suas lembranças as necessidades e dificuldades que seus amigos com necessidades especiais, viveram. A proposta de inclusão beneficia a aprendizagem em sala de aula dos alunos com deficiência física e mental, uma vez que a convivência com os demais alunos estimula seu desenvolvimento. Mantoan (1997) defende que é essencial a interação na sala de aula com todo e qualquer tipo de criança, possibilitando a troca de experiências entre ambas, eliminando assim as diferenças. Quanto à aprendizagem dos conteúdos curriculares, mesmo que a criança não contemple todo o conteúdo didático é importante que ela interaja com outras crianças de sua mesma faixa etária. Tal possibilidade não era possível ante o movimento da inclusão, devido à obrigatoriedade e a dificuldade das crianças com necessidades especiais em assimilarem todo o conteúdo pedagógico proposto em sala de aula. 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta de incluir todas as pessoas nas escolas, independente de terem ou não uma necessidade especial é uma providência que precisa ser tomada por todos os municípios brasileiros. A conscientização e a divulgação sobre a importância de receber e acolher as pessoas com necessidades especiais é evidente. Ações como esta que devem ser desenvolvidas por programas educacionais. Convenções e leis visando à inclusão foram criadas, tratados e decretos propondo a promoção dos direitos humanos atribuídos, no entanto, o que se pode notar é a falta de comprometimento com tais ações. Nas escolas há o descaso, muitas vezes, da direção e da coordenação, alegando que, uma vez que existe a lei obrigando-as a receber qualquer tipo de aluno no ambiente escolar, tal ação é realizada. No entanto, apenas recebem esses alunos, não dispondo das condições necessárias para desenvolver as habilidades dos mesmos. Centra-se em suas dificuldades e deficiências, ignorando a capacidade de desenvolvimento de todo ser humano. Os professores, por sua vez, argumentam de não estarem preparados para receber esse ou aquele aluno com necessidades especiais, não importa na realidade qual é essa necessidade especial, apenas o fato de tê-la torna sua aprendizagem impossível. A necessidade de desenvolver métodos de ensino diversificados visando contemplar as potencialidades de cada aluno, a necessidade de contemplar por meio das avaliações (provas) as habilidades individuais de seus alunos, são trabalhos que precisam ser realizados. Porém, a grande dificuldade que vêem tais ações impossibilita-as de enxergar tais potencialidades e habilidades nos mesmos. 44 Até poucos anos atrás o que presenciávamos eram alunos obrigados a aprender de uma única maneira, e essa, era considerada a correta. Aos que não possuíam essa capacidade, cabiam-lhes as classes especiais, a correta para os alunos considerados “fracos”. Aos pais, a falta de informações quanto a real dificuldade de seus filhos e a imposição da aceitação de seu filho não ser simplesmente tão inteligente quanto eles sonhavam. Desse modo, estava fadado o fracasso escolar do aluno. A partir da proposta da inclusão, as classes especiais não são mais necessárias, assim como o envolvimento dos pais no processo educacional de seus filhos é além de importante também necessário. Os pais precisam conhecer de perto as necessidades e habilidades de seus filhos para assim, poder argumentar perante professores e diretores as oportunidades de aprendizagem que devem ser-lhes oferecidas. O papel da escola amplia-se, devendo essa ser a ponte de informações entre a comunidade sobre os benefícios e a necessidade da convivência na diversidade. Deve haver a tomada de consciência sobre o fato de ninguém estar isento de ter um filho, um parente, um amigo com necessidades especiais e a urgência da desmistificação de préconceitos criados pela sociedade ao longo de muitos anos. Nesse momento, o comprometimento entre as políticas públicas, órgãos educacionais, direção, professores, profissionais das mais diversas áreas, familiares e outras pessoas envolvidas nessa ação, precisa e deve se unir, em busca de um único objetivo, o de proporcionar, de fato, condições de qualidade e, principalmente, respeito com todas as pessoas que a proposta visa incluir. 45 CRONOGRAMA TOTAL DE EXECUÇÃO DA PESQUISA Etapa I - 8º semestre ATIVIDADES 2006 SET OUT NOV DEZ AGO 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01 Levantamento Bibliográfico 02 Definição do problema e objetivos 03 Elaboração Método 06 Elaboração termo consentimento 07 Elaboração plano análise de dados 08 Fechamento projeto 09 Envio ao comitê de ética Etapa II - 9º semestre ATIVIDADES MAR 2007 ABR MAI JUN/JUL JAN/FEV 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01 Levantamento continua Bibliográfico 10 11 12 13 Retorno provável da avaliação do comitê Contato com o local onde a pesquisa será realizada Coleta dados Tratamento dos dados 46 Etapa III - 10º semestre ATIVIDADES 2007 OUT SET NOV DEZ AGO 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 14 15 16 17 18 19 Elaboração da discussão e conclusão Elaboração das considerações finais Feeback ao local de coleta Formação da versão final do projeto Apresentação banca Fechamento 47 REFERÊNCIAS Araújo, M. V. (2002). O Psicólogo na Educação Especial: posições do Conselho Federal de Psicologia e do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 2 (1), 43-58. São Paulo: Editora Mackenzie. Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 9050 (2004). Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamento urbano. [citado em 20 de outubro de 2006]. Disponível em: http://www.mj.gov.br Carta para o Terceiro Milênio. (1999). Londres, Grã-Bretanha. [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf Constituição Federal. (1988). [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br Declaração de Salamanca - Conferencia Mundial de Educação Especial. (1994). [citado em 20 de setembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf Documento Subsidiário à Política de Inclusão – Secretaria de Educação Especial. (2005). [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf 48 Educação Inclusiva: v. 3: A escola – Secretaria de Educação Especial. (2004). [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf Gessinger, R. M. (2004). Formação de professores na perspectiva inclusiva. Revista de Ciências let. Porto Alegre, (36) 63-73. Karagianis, A., Stainback, W., Stainback, S. (1999). Fundamentos do Ensino Inclusivo. Em. S. Stainback & W. Stainback (Orgs.). Inclusão: Um Guia para Educadores (pp. 21-31). Porto Alegre: Artes Médicas Sul. Mantoan, M. T. E. (1997). Ser ou estar, eis a questão: compreendendo o déficit intelectual. Rio de Janeiro: WVA Editora. Mantoan, M. T. E. (2004). O direito de ser, sendo diferente, na escola. Revista Ciências Let. Porto Alegre, (36), 47-62. Mazzota, N. J. S. (1996). Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez. O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular / Ministério Público Federal: Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (organizadores) / 2ª ed.rev. e atualizada. . Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. (2004). [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/publicacoes/cartilha_inclusao_deficientes.pdf 49 Parecer Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica nº 17/2001. (2001). [citado em 15 de novembro 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/parecercne17.pdf Política Nacional de Educação Especial – Lei Nacional de Diretrizes e Bases. (1996). [citado em 20 de setembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade – Secretaria de Educação Especial. (2003). [citado em 15 de novembro de 2006]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/default.htm Sassaki, R. K., (2005). Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos (6º. ed.). Rio de Janeiro: WVA. Secretaria de Educação Especial – Ministério da Educação. (2004). Disponível em: http://portal.mec.gov.br Silva, A. C. & Mazzota, M. J. S. (2002). Formação dos professores do Ensino Fundamental para a proposta de educação inclusiva. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 2, (1), 13-27. São Paulo: Editora Mackenzie. Tessaro, N. S. (2005). Inclusão Escolar: Concepções de Professores e Alunos da Educação Regular e Especial. São Paulo: Casa do Psicólogo. 50 Werneck, C. (2001). Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu todos? São Paulo: Editora WVA. 51 ANEXOS 52 ANEXO 1 Instruções: Leia atentamente as questões abaixo. Responda com calma e de acordo com suas experiências e expectativas perante o processo de Inclusão. Nome: .............................................................................................................................. Idade: ............................................ Sexo: ...................................................................... Formação: ....................................................................................................................... Tempo de atuação como professor: ............................................................................. Atualmente exerce suas funções como professor na Rede Municipal de Ensino em: ( ) Educação Infantil Série(s) ................................................................... ( ) Educação Fundamental Série (s) .................................................................. Na sala de aula em que você atua existem crianças com necessidades especiais? (a necessidade especial pode ser acompanhada ou não de uma deficiência). ( )Sim ( ) Não Na sua escola/município existem, hoje, formações e práticas para uma educação inclusiva? ( ) Sim ( ) Não Você participa ou participou dessas formações? ( ) Sim ( ) Não Os professores não estão preparados para receber, proporcionar atividades que contemplem as condições das pessoas com necessidades especiais. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente As escolas possuem estruturas físicas para receber e acolher as pessoas com necessidades especiais. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente É responsabilidade do professor, desenvolver novas habilidades, novos métodos para avaliações, mediante o processo da Inclusão. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Além da observação dos comportamentos de aprendizagem, reações novas do aluno por parte do educador, das anotações de sua evolução e retrocesso durante um período determinado, um diagnóstico clínico (médico, psicopedagógico e/ou psicológico) ajudaria para uma melhor intervenção do educador na aprendizagem. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente As crianças com necessidades especiais apresentam problemas de comportamento superior aos demais alunos da sala de aula. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente O professor ao receber em sua classe uma criança com necessidade especial deve procurar adquirir novos conhecimentos sobre essa necessidade e/ou deficiência para explorar as potencialidades bem como as necessidades dessa criança. 53 ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Os alunos com necessidades especiais precisam de um currículo próprio, elaborado a fim de desenvolver suas habilidades. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Existe a necessidade das classes inclusivas terem um número menor de alunos quando comparadas com as classes não inclusivas. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente A escola deve desenvolver sensibilizações sobre o processo de inclusão com a comunidade. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente É papel do professor, promover uma integração entre todos os alunos na sala de aula, de maneira que se eliminem pré-conceitos. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente A presença de um psicólogo educacional nas escolas traz benefícios tanto para os professores quanto aos alunos. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Há a necessidade de uma auxiliar ou ajudante em sala de aula quando a classe receber alunos com necessidades especiais. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente O objetivo da inclusão nas escolas é receber somente os alunos deficientes. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Os professores recebem apoio sobre suas dúvidas (como proceder, como dar atividades sem excluir, etc.) da direção e coordenação de sua escola/município. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente A singularidade de cada aluno deve ser considerada pela escola. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente As avaliações (provas) devem ser desenvolvidas considerando as habilidades de cada aluno deficientes ou não. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Os professores devem receber acompanhamento de outros profissionais para melhor trabalharem com os alunos inclusos. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente A presença dos pais no ambiente escolar dentro do processo de inclusão é necessária e positiva. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente As informações sobre as pessoas com necessidades especiais podem erradicar comportamentos preconceituosos, favorecendo assim a convivência dentro da diversidade. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente A família tem papel importante no desenvolvimento de seus filhos, independente de terem ou não uma necessidade especial. Não é adequado delegar somente para a escola a educação e a formação de seus filhos. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente 54 Por meio da escola inclusiva as futuras gerações poderão não desenvolver comportamentos preconceituosos. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente Inserir crianças com deficiência física ou mental na sala de aula regular traz pontos positivos para a sua aprendizagem. ( )Concordo Plenamente ( )Concordo ( )Discordo ( ) Discordo Plenamente 55 ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (1ª via) A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS Eu,................................... ................................ ........................ ......................................, RG.........................; idade...............; abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniele Miranda da Silva Cita do curso de Psicologia - Itatiba, da Universidade São Francisco. Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que: 1 - O objetivo da pesquisa é verificar e comparar a percepção de professores que trabalham em salas de aula inclusiva e aqueles que não trabalham, quanto a inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas; 2- Durante o estudo será utilizado um questionário composto por questões abordando assuntos relativos à inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas de ensino infantil e fundamental. 3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 4- A resposta a este (s) instrumento(s) / procedimento(s) poderá causar constrangimento; 5 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 6 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 45348040; 8 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira, sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019; 9- Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Itatiba,..... de 200.. Assinatura:............................................................................................................ 56 TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (2ª via) A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO A INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS Eu,................................... ................................ ........................ ......................................, RG.........................; idade...............; abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniele Miranda da Silva Cita do curso de Psicologia-Itatiba, da Universidade São Francisco. Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que: 1 - O objetivo da pesquisa é verificar e comparar a percepção de professores que trabalham em salas de aula inclusiva e aqueles que não trabalham, quanto a inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas; 2- Durante o estudo será utilizado um questionário composto por questões abordando assuntos relativos à inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas de ensino infantil e fundamental. 3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a sua participação na referida pesquisa; 4- A resposta a este (s) instrumento(s) / procedimento(s) poderá causar constrangimento; 5 - Estou livre para interromper a qualquer momento sua participação na pesquisa; 6 – Seus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 7 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 40348442; 8 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira, sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019; 9- Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Itatiba,..... de 200... Assinatura: ............................................................................................................ 57