Legg Mason lança fundo de ações com prazo de 5 anos - BOL Notícias Página 1 de 2 18/05/2009 - 08h29 Legg Mason lança fundo de ações com prazo de 5 anos SÃO PAULO - Buscar ações com potencial de valorização de pelo menos 200% é o objetivo do novo fundo de ações local da americana Legg Mason, batizado de Long Term. Oportunidades como essa, destaca o superintendente de investimentos Paulo Clini, existem, sim, estão no segmento de empresas de menor capitalização, mas não necessariamente em papéis sem qualquer liquidez como ocorria no passado. O sucesso dessa estratégia hoje já não depende exclusivamente de uma gestão " ativista " do fundo para melhorar as práticas de governança das empresas para criar valor. " Há muitas companhias bem geridas extremamente baratas " , diz o gestor de portfólios de renda variável da Legg Mason, Fábio Motta. Antes da crise, ressalta o gestor, as grandes oportunidades eram restritas ao segmento de empresas abertas, mas de baixíssima liquidez, que coincidentemente eram aquelas cuja gestão exigia avanços significativos em termos de qualidade. Ou se limitavam às companhias de capital fechado, alvo preferencial de fundos de " private equity " (de participação). Hoje, afirma, há muito mais oportunidades na bolsa. " Até fundos de ´private equity´ estão investindo em companhias abertas dada a alta taxa de desconto de algumas empresas. " Ele cita exemplos recentes como o do fundo americano Paladin, que adquiriu participação na InPar, e o do gestor brasileiro Tarpon, que comprou fatia na Cremer. Clini conta que a ideia de criar o fundo surgiu no fim de 2007, após identificar os primeiros impactos da crise com a venda maciça de ações de menor capitalização pelos investidores externos. " Naquela época, os estrangeiros fizeram a opção por liquidez e, desde então, massacraram as ações de empresas menores, que passaram a ser avaliadas como ativos problemáticos (´distressed assets´), ainda que muitas dessas companhias estivessem com os fundamentos preservados e bons resultados. " Mesmo com o rali da bolsa verificado ao longo deste ano, ele diz que há empresas negociadas a 20% do preço que eram cotadas em setembro de 2007. " Algumas das companhias já subiram, até dobraram de valor, mas ainda assim há um espaço grande até que atinjam seu preço justo " , avalia Clini. Ele reconhece que o potencial de ganho do Índice Bovespa diminuiu bastante, o que significa que a seleção cuidadosa de papéis assumiu um papel relevante. " Não é qualquer ação que vai subir, mas há oportunidades que aparecem uma vez a cada década. " Motta conta que farão parte da carteira do Legg Mason Long Term Ações companhias com potencial de valorização entre 200% e 300%, pelo critério de fluxo de caixa descontado. Por isso, o tempo de maturação desses investimentos tende a ser extenso. Dado o horizonte de longo prazo, além do perfil de baixa liquidez das empresas, o fundo ficará fechado durante a operação. O prazo máximo da carteira é de cinco anos, porém, à medida que as apostas forem dando os resultados esperados, serão realizadas amortizações. A expectativa, segundo Clini, é de que o fundo renda nesse período de cinco anos 150% em termos nominais. " Almejamos um retorno compatível com o de um ´private equity´. " A carteira ficará aberta para captação até o fim deste mês. A partir de junho, ninguém mais entra, nem sai. " Decidimos criar um fundo fechado, com data para começar e terminar, para ter estabilidade na base de clientes " , destaca Clini. Dessa forma, segundo o executivo, tanto o gestor tem conforto para fazer as apostas e esperar pela maturação dos investimentos, como os cotistas ficam protegidos daqueles que estão na aplicação, mas não têm o perfil http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2009/05/18/ult1913u106793.jhtm 19/5/2009 Legg Mason lança fundo de ações com prazo de 5 anos - BOL Notícias Página 2 de 2 adequado. Estabelecer carência para resgates, na visão de Clini, não é a melhor alternativa, especialmente quando os mercados estão voláteis. Em fases ruins, como os cotistas entram e saem em datas diferentes da aplicação, uns podem ser mais beneficiados que outros, acrescenta Motta. " A crise mostrou que mesmo os fundos com ´lock up´ (carência) não estavam protegidos " , afirma Clini. As posições do fundo, no entanto, podem ser trocadas ao longo do tempo. " Só não queremos ser obrigados a se desfazer de ações por conta de resgates programados " , acrescenta Motta. Numa pré-seleção, foram escolhido 15 papéis que podem fazer parte da carteira. O fundo será concentrado em, no máximo, 10 ações. Nesse universo, estão necessariamente empresas com negociação diária, podendo variar de R$ 1,5 milhão a R$ 10 milhões/dia. Ficam de fora, portanto, as micro caps. " Vamos buscar empresas com porte razoável, líderes em seus segmentos de atuação " , diz Clini. Motta diz que há companhias de varejo, construção civil, tecnologia, bens de consumo, mineração, metalurgia e logística, antigas e mais recentes na bolsa. " Conseguimos montar uma carteira inicial com um potencial grande, mas diversificada " , diz o gestor. O público-alvo são investidores qualificados, como pessoas físicas de alta renda e institucionais. A aplicação mínima é de R$ 100 mil. A taxa de administração é de 1,5% ao ano e a de performance, 20% sobre a rentabilidade líquida que exceder o IPCA acrescido de 10%. " É uma forma de o cliente travar um retorno real " , diz Clini. Ele destaca ainda que a taxa de performance só será cobrada no momento de liquidação do fundo ou por ocasião das amortizações. (Alessandra Bellotto | Valor Econômico) do UOL Economia http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2009/05/18/ult1913u106793.jhtm 19/5/2009