ID: 23682163 03-02-2009 Tiragem: 63533 Pág: 11 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Diária Área: 21,36 x 13,38 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2 Ordem prevê sanções para arquitectos que entrem em concurso com prazo de nove dias Luísa Pinto Decisão inédita da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos considera “inaceitável” concurso para execução de parque tecnológico em Vila Real a A iniciativa é inédita e está a recolher algum entusiasmo entre os arquitectos que viram a sua ordem profissional levantar-se contra um problema que tem anos, e que o novo Código dos Contratos Públicos, em vigor há pouco mais de meio ano, não conseguiu resolver. A Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, presidida pela arquitecta Teresa Novais, considerou “inaceitável” o concurso para a concepção do projecto do Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, que prevê a construção de um loteamento com três edifícios, e avisou que ia sancionar disciplinarmente os profissionais que nele apre- sentem propostas. Em causa estão os prazos definidos para a entrega de propostas – e que é de apenas nove dias – bem como o facto de o júri que as vai avaliar não incluir nenhum arquitecto – há uma arquitecta, mas é apenas suplente. A decisão da Secção Regional do Norte foi tomada na passada sexta-feira, dois dias depois da publicação do anúncio, em Diário da República. “Não é aceitável que se proponha a um profissional que faça um programa em apenas nove dias. É necessário chamar a atenção para esta circunstância, e tentar pôr cobro à ligeireza com que alguns assuntos são tratados”, afirmou ao PÚBLICO Teresa Novais. A arquitecta, que trabalhou com Rem Koolhas na Casa da Música, frisou “não pretender que haja nenhum tipo de especulação relativamente a concursos sob encomenda”: “Estou mais tentada a acreditar que se trata de ligeireza e desconhecimento”, afirmou. O novo Código dos Contratos Públicos define que o prazo de apre- O prazo do concurso 9 “A apresentação das propostas deve ser entregue no prazo de nove dias a contar da data de publicação no DR” sentação das propostas deve ser fixado livremente (art.º 63 do dec.-lei 18/2008), porém, “estão em causa as boas práticas da contratação e também a defesa do território e da arquitectura de qualidade”, justificou ao PÚBLICO a arquitecta Margarida Vagos Gomes, responsável pelo Pelouro da Encomenda da Ordem dos Arquitectos da Secção Regional do Norte e a proponente desta deliberação. Não é a primeira vez que a Ordem dos Arquitectos alerta os seus membros para as especificidades dos concursos, mas é a primeira vez que um procedimento é rejeitado de forma tão contundente. “Trata-se de uma medida drástica, mas que aplaudo, se ela puder trazer um consenso na opinião pública e permitir, de algum modo, que se faça uma doutrina”, afirmou Jorge Figueira, crítico de arquitectura. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter um comentário do presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins, que assina o anúncio. Por “imperativos de agenda”, o autarca do PSD não teve ontem disponibilidade para prestar esclarecimentos, avançando fonte do seu gabinete que a associação irá responder à posição da Ordem dos Arquitectos “quando entender oportuno”. Além do município de Vila Real, que lidera a Associação para o Desenvolvimento do Régia Douro Park, esta é composta ainda pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, pela APCTP – Associação para a Promoção de Centros de Tecnologia, pela Câmara de Bragança e pelo Instituto Politécnico de Bragança. ID: 23682163 03-02-2009 Arquitectos Ordem admite sanções para quem entre em concurso com prazo de nove dias Pág. 11 Tiragem: 63533 Pág: 36 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 4,73 x 4,54 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2