Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
AULA 12: O SOLO E O SEU MANEJO
NESTA AULA SERÁ ABORDADO
•
•
•
•
Importância do planejamento
Planejamento do sistema orgânico
Capacidade de uso dos solos
Como fazer o manejo e a conservação
dos solos uma propriedade.
1. PLANEJAR ANTES DE PLANTAR
O planejamento do uso da terra é fundamental na agricultura orgânica, porque o
solo não é somente considerado um meio para a sustentação da planta e fornecedora
de nutrientes, mas como abrigo de uma rica fauna e flora.
Deve ser feito um planejamento de forma que instalar um processo produtivo,
este cause o menor impacto possível no ecossistema local.
Este planejamento visa utilizar de forma adequada os recursos naturais do solo,
mais ar , água e matéria orgânica, de forma que o desenvolvimento e a saúde da
planta sejam favorecidos.
É fundamental que sejam recuperados de forma integral o solo e o meioambiente, para que a biovida seja restabelecida em ambos ambientes.
2. CONHECER OS FATORES ENVOLVIDOS
O primeiro passo é conhecer todos os fatores externos e internos, que
podem influenciar na atividade rural, seja no processo de produção vegetal
ou animal.
Fatores externos: Compreendem todos os elementos que estão fora das divisas
da propriedade, porém podem influenciar no processo de produção, direta ou
indiretamente.
•
•
•
•
•
•
Ter conhecimento do microclima da região (vento, chuvas, insolação,
temperaturas, mananciais de água, etc),
Quais são os cultivos dos vizinhos e como produzem,
Qual a disponibilidade local e regional de mão de obra e a assistência técnica?
Qual é a potencialidade de comercialização dos produtos no local e região?
Quais são as legislações que devo cumprir?
Outros fatores: aquisição de insumos e matéria orgânica, certificadora, etc.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
Fatores internos: Devem ser conhecidos e descritos todos os elementos que
estão dentro das divisas da propriedade. Sem distinção, todos os elementos deverão
constar num croqui ou mapa, com a descrição dos seus valores e funções.
a)
•
•
•
•
•
b)
•
•
•
BENS
Áreas
Benfeitorias e instalações
Máquinas e equipamentos
Mão de obra: fixa e temporária
Recursos hídricos para a irrigação e pulverização
SOLO
Características físicas
Características químicas
Características biológicas
c)
•
•
•
ÁGUA
Origem
Qualidade
Proteção
d)
•
•
•
COBERTURA DO SOLO
Tipos de ervas pioneiras
Grau de infestação
Tipo de mata ou cultura
e)
•
•
•
SITUAÇÃO DOS TERRENOS
Exposição ao sol
Distância das moradias
Riscos de incêndios ou inundação
3. CONHECENDO O SOLO
Uma vez que o solo e seu manejo são tão importantes, convém conhecer as suas
principais características, para que possamos maneja-lo adequadamente.
a. TIPOS DE SOLOS
Em uma região pode haver um ou mais tipos de solos. Os solos são identificados
pela sua coloração, textura (tamanho das partículas), profundidade, teor de matéria
orgânica, pH, relevo, grau de erosão, etc. Isto significa que os solos possuem
características físicas, químicas e biológicas diferentes.
Inicialmente, devemos considerar que as características de um solo, é o reflexo
direto do tipo de rocha que lhe deu origem, das condições climáticas locais (calor,
umidade, vento) e do nível de conservação das suas características originais (nível de
degradação ambiental).
COMO SURGIRAM OS SOLOS: Um solo cuja rocha original é basalto resulta um
solo diferente daquele que tem como rocha original um arenito.
O primeiro solo é mais rico em nutrientes e oferece maior retenção de água,
porém oferecem maior dificuldade para a penetração das raízes, enquanto que o
segundo, é mais pobre em nutrientes e umidade, porém as raízes encontram maior
facilidade para penetrarem em profundidade no solo.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
Assim, o primeiro solo poderá ter menores condições para a agricultura se suas
características originais não forem preservadas, pela ação da erosão das águas e do
manejo inadequado no cultivo agrícola.
Solo: aquilo que chamamos por solo, consiste principalmente naquela camada
superficial de 8 a 20 cm, rica em matéria orgânica, que é o ambiente onde vivem as
raízes das plantas.
Se as condições forem adequadas, podemos ter uma planta saudável, resistente e
produtiva, caso contrário será sempre uma planta frágil e dependente de insumos e
tratamentos especiais.
Cada tipo de solo deve ser identificado nas suas características físicas, químicas e
biológicas, conforme apresentamos abaixo e depois trabalhados e regenerados para
que venham a ser produtivos, com baixo emprego de recursos materiais e preservados
para as próximas gerações.
TIPOS DE SOLOS: De acordo com a rocha original, há vários tipos de solo:
arenoso, argiloso, areno-argiloso, barrento, turfoso, etc, com diferentes quantidades
de nutrientes, tamanhos de partículas, teores de matéria orgânica, cobertura vegetal,
etc. Regionalmente os solos são identificados de acordo com a classificação oficial:
Latossóis, Poldzolizados, Terra Roxa, etc.
Para a produção agrícola é importante o tipo de solo, pois podem favorecer as
plantas, como exemplo pelo maior teor de nutrientes e matéria orgânica, no entanto,
quaisquer outro solo poderá ser utilizado com mesmo sucesso, desde que corrigido
suas características físicas, químicas e biológicas.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS SOLOS
NESTA AULA SERÁ ABORDADO
•
•
•
Características e Propriedades do solo
Propriedades Físicas
As camadas do solo
Os solos devem ser reconhecidos através da identificação das suas características
físicas, químicas e biológicas, que dada sua importância, influenciam toda atividade
agrícola:
PROPRIEDADES FÍSICAS:
Camadas do solo: A decomposição da rocha original pela ação do calor,
umidade e vento, vão permitir a formação contínua de camadas sucessivas em
profundidade do solo.
•
A camada A (0 a 15 cm) é a camada superficial onde estão as principais raízes das
plantas, rica em matéria orgânica, já totalmente decomposta.
•
A camada B é o subsolo, material de recente decomposição da rocha, geralmente
mais pobre em nutrientes.
•
A camada C, se encontra ainda em processo de decomposição.
•
A camada D é a rocha mãe ou rocha original. Solos erodidos ou rasos tem menor
número de camadas, com baixo aproveitamento agrícola.
CAMADAS OU HORIZONTES DO SOLO
Um solo maduro, após sofrer a ação mecânica, química e incorporação da
matéria orgânica, encontra-se dividido em camadas (horizontes).
O solo deve apresentar quatro horizontes que se podem dividir em subhorizontes. Ao conjunto destes horizontes, a sua ordem e constituição dão-se o nome
de perfil pedológico.
As camadas distinguem-se pelas diferentes características de composição
química, textura, cor, porosidade, riqueza em matéria orgânica e/ou mineral, etc.
Nestas condições, um solo deve apresentar:
Horizonte 0 é uma camada orgânica constituída por restos de plantas e animais
em decomposição – a manta morta. Existe apenas em locais onde haja vegetação.
O horizonte ou camada A é parte superficial, superior do perfil, que já está
completamente diferenciado dos horizontes anteriores.
A camada A é chamada de solo agrícola ou camada agricultável. É uma camada
superficial rica em detritos orgânicos de partes de plantas e de seres vivos em estado
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
de decomposição estabilizado – o húmus, apresentando por isso coloração escura.
Está sujeito ao processo de lixiviação no qual os seus constituintes são arrastados
pelas águas infiltradas para o horizonte B.
CARACTERÍSTICAS DA CAMADA A = SOLO
A camada A ou solo propriamente dito, tem de 8 a 20 cm de espessura, é o
local onde se distribui a maior parte das raízes. É a camada que deve fornecer às
plantas a água e os nutrientes para a sua alimentação e abrigar a maior parte da flora
e fauna ou seja a vida do solo.
As
demais
camadas
podem ter os nutrientes e
água, porém não estão em
condições de aproveitamento
para a maioria das plantas,
com exceção das plantas
perenes, que possuem sistema
radicular mais profundo.
O horizonte ou camada B é a camada C que está passando por alterações
químicas e recebendo incorporação orgânica.
A camada B é um horizonte que inclui partículas minerais, substâncias coloidais,
materiais argilosos, óxidos, hidróxidos metálicos, carbonatos, etc. provenientes do
horizonte A arrastadas pela infiltração da água (lixiviação).
Acumulam-se aqui também materiais rochosos provenientes do horizonte C. Por
ser pobre em matéria orgânica apresenta cor mais clara que o horizonte A.
Na agricultura ecológica se emprega a adubação verde, ou seja, plantas que
venham melhorar a estrutura do perfil do solo, aumentando seu teor de matéria
orgânica, sua porosidade, o teor de nutrientes, a aeração e sua capacidade de
retenção de água.
O Horizonte ou camada C é essencialmente constituído pela rocha-mãe pouco
alterada, fracamente fragmentada. É a rocha D que foi desintegrada, sendo
considerado o material original, sujeito à alteração pelos agentes transformadores.
Aqui verifica-se fraca meteorização, tem por isso características muito próximas da
rocha-mãe.
O horizonte ou camada D é a rocha bruta ou Rocha-mãe é constituída por
massas rochosas praticamente inalteradas. É a partir desta camada que se formam os
solos. A sua profundidade pode oscilar entre alguns centímetros e vários metros.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
O SOLO E SEUS COMPONENTES ESSENCIAIS
NESTA AULA SERÁ ABORDADO
•
•
O solo e seus componentes essenciais.
Fatores importantes na escolha dos
solos para a implantação dos cultivos.
Estudando um solo já formado nós encontramos quatro componentes: água, ar,
minerais e matéria orgânica, em diferentes proporções.
Um solo ideal deve ter a seguinte
composição física:
25% de ar + 25% de água + 45 % de
partículas minerais e 5% de matéria orgânica.
Esse não é somente um dado teórico,
mas extremamente importante e necessário
para dar um ambiente adequado para o
desenvolvimento das plantas, devendo por isso
ser buscada a sua correção, fazendo na fase
inicial uma análise física e química do solo.
A parte mineral do solo pode ser de 3 tipos:
• areia – partículas mais grosseiras,
• silte – partículas intermediárias e
• argila – partículas mais finas, com carga elétrica negativa, que atraem os nutrientes
com carga elétrica positiva, como o cálcio, potássio, sódio,etc.
• Um solo com menos de 20% de argila é considerado arenoso;
• Entre 20 e 40% é areno-argiloso e
• Com mais de 40% de argila é argiloso.
Textura: Consiste no tamanho das partículas constituintes do solo, que são: areia,
silte e argila. Estes são os tipos de textura do solo, que nós não podemos modificar. A
textura de um solo nos revela muitas coisas sobre suas propriedades físicas e
químicas.
A areia é a partícula grosseira do solo, com tamanho superior a 0,2 mm.
O silte tem tamanho entre 0,2 a 0,02 mm,
A argila consiste em partículas menores que 0,02 mm.
Estas duas últimas são muito pequenas, vistas somente com microscópios. A
quantidade dessas partículas, dão ao solo características especiais, assim um solo com
menos de 20% de argila é um solo arenoso; de 20 a 40% de argila é areno-argiloso e
com mais de 40% de argila, é um solo argiloso.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
Uma diferente composição de partículas conferem propriedades distintas aos
solos. Um solo argiloso devido ao menor tamanho e poder de coesão química de suas
partículas, retém melhor a umidade e os adubos minerais, porém é menos permeável
á penetração das raízes das plantas e ás águas das chuvas.
Um solo arenoso oferece maior facilidade ao crescimento das raízes, porém não
retém a umidade e os nutrientes minerais, permitindo que se percam por ocasião das
chuvas, o que vai ser prejudicial ás plantas.
Os solos são herdados, assim dificilmente podemos escolher um solo com a
textura ideal para implantar uma cultura. Considerando que temos que utilizar os
solos que temos disponíveis, não podemos modificar suas texturas, porém poderemos
melhorar a sua estrutura, como isso teremos condições adequadas para as plantas.
Permeabilidade: É a condição de permitir a penetração do ar, da água e das
raízes nas camadas do solo. Um solo é permeável quando tem boa drenagem das
águas das chuvas e irrigação e as raízes crescem sem impedimento físico ou químico
em profundidade. Em solos não permeáveis, as raízes das plantas tem baixa
oxigenação, causando reduzido crescimento e plantas com baixa resistência.
Os principais fatores que afetam a permeabilidade são a
1) A textura ou seja o tamanho das suas partículas,
2) A quantidade de matéria orgânica,
3) A estrutura do solo,
4) Toxidez de alumínio das camadas inferiores do solo,
5) Compactação física,
6) A forma do preparo do solo.
Estrutura : É a forma como estão arranjadas ou estruturadas as partículas no
solo. Elas poderão estar individualizadas ou formando estruturas, na forma de
grânulos ou aglomerados em blocos. No primeiro caso, se for um solo arenoso haverá
boa drenagem e penetração das raízes no solo, caso for um solo argiloso será ao
contrário.
Para melhorar a
estrutura de um solo,
utiliza-se
então
matéria orgânica, que
ao decompor-se libera
ácidos húmicos que
agregam as partículas
do solo, com ação
cimentante, formando
grumos,
com
o
conseqüente aumento
da permeabilidade e a
retenção de nutrientes
pelo solo.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
A mobilização excessiva do solo com máquinas e o emprego de equipamentos
inadequados no preparo do solo, como grades e arados, podem destruir os
aglomerados com a pulverização das suas partículas.
Profundidade: Consiste na profundidade da camada de solo disponível para o
crescimento do sistema radicular das plantas. A profundidade do solo deve ter no
mínimo 1,50 m, permitindo boa drenagem das águas e desenvolvimento das raízes.
Problemas de compactação física, lençóis freáticos elevados e camadas inferiores com
teores elevados de alumínio também afetam a profundidade dos solos.
Teor de matéria orgânica: Um solo adequado tem em torno de 5% de matéria
orgânica. A sua presença melhora as características físicas, químicas e biológicas do
solo, vindo a ser fator de menor custo de produção, resistência natural, menor
emprego de insumos e defensivos, e preservação dos recursos naturais.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
Umidade: Um solo adequado mantém umidade para fornecimento ás plantas. O
solo deve manter 60% da capacidade de umidade do solo, que corresponde á água
retida depois da drenagem das chuvas e irrigações.São fatores para a conservação do
teor de umidade de água no solo, a presença de elevado teor de matéria orgânica,
cobertura do solo, plantio direto ou preparo mínimo do solo, proteção de quebraventos e de um solo estruturado com grânulos.
Solos com excessiva umidade favorecem doenças, acumulam gases tóxicos e não
permitem a respiração pelo sistema radicular
Ar: Tão importante quanto a umidade é a presença de ar na região radicular.
Solos com baixa oxigenação trazem como conseqüência plantas frágeis, doentes e com
baixo desenvolvimento vegetativo e produtivo.
Todas as operações de manejo e preparo do solo devem ser direcionadas a
permitir um solo solto e arejado. Um adequado preparo do solo, quebras de camadas
compactadas no solo, plantio direto, presença de grânulos e da matéria orgânica,
drenagem adequada das águas e plantio de adubos verdes, são medidas
recomendadas para promover uma maior aeração dos solos.
Minerais: São os componentes nutricionais presentes no solo, que pela maior
presença no solo e elevada exigência pelas plantas são chamados de macronutrientes
(nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre).
Outros pela menor quantidade no solo e serem absorvidos em menor quantidade
pelas plantas, são chamados de micronutrientes, como boro, zinco, manganês,
molibdênio, cobalto, ferro, cobre e sódio.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
Cobertura do solo: Os solos tropicais e subtropicais necessitam ser protegidos
por cobertura viva ou morta (matéria orgânica) dos fatores que provocam erosão,
como as águas das chuvas e irrigação, assim como pela ação dos ventos.
A cobertura dos solos, também devem proteger contra a movimentação de
máquinas sobre o solo, que causam compactação de camadas inferiores e da ação da
alta temperatura.
Relevo: Nos terrenos inclinados, como nos planos, deve-se proceder medidas de
conservação do solo, com drenagem das águas, plantio em nível, cordões de proteção,
terraços, entre outras medidas.
Verificar a declividade (inclinação) e a exposição ao solo/ventos/ ventos
frios/geadas/granizos
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
PROPRIEDADES QUÍMICAS, BIOLÓGICAS E
A CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS
NESTA AULA SERÁ ABORDADO
•
•
•
•
Propriedades Químicas do solo
Propriedades Biológicas do solo
Capacidade de Uso dos solos
Fatores importantes na escolha dos
solos para a implantação dos cultivos.
PROPRIDADES QUÍMICAS
pH : As partículas dos solos possuem cargas (+) e (-), que lhes conferem
reação química entre si, levando o solo á diferentes graus de acidez ou alcalinidade, de
acordo com a presença maior ou menor dessas cargas nos solos.
São notadamente bases positivas os elementos cálcio e magnésio e negativas
os ânions hidrogênio (OH) e alumínio. O pH apresentado na análise do solo de 1 a 6
representa um solo ácido ; pH 7,0 = solo neutro e acima de 7,0 = solo alcalino.
Os nossos solos são geralmente ácidos, com pH entre 5 a 6,0. Os solos muito
baixos (abaixo de 5,5) tem baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas, sendo
mais recomendados em torno de 6,0.
Para corrigir a acidez, emprega-se o calcário, que é rico em cálcio e magnésio.
Fazer a análise do solo para conhecer os teores dos nutrientes e sua relação no solo.
Toxidade de alumínio: Camadas inferiores do solo podem conter teores
muito elevados de alumínio, o que é tóxico para o crescimento das plantas. É
necessária a correção com calcário incorporado ao solo ou em mistura com gesso,
aplicado sobre a superfície do solo.
CTC: É a capacidade de troca catiônica dos solos, significando o grau de
disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Quanto maior for a CTC é maior o
potencial de fornecimento dos nutrientes dos solos para as plantas.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
A CTC é influenciada pelo tamanho das partículas do solo, pois quanto menor,
é maior sua retenção química e troca com a solução do solo e raízes das plantas.
Desta forma as argilas são as que tem maior CTC, havendo diferenças em função da
quantidade e da qualidade (ex: caulinita ou montmorilonita).
A presença da matéria orgânica favorece ao aumento da CTC, pois na sua
decomposição forma-se partículas coloidais orgânicas, com alta capacidade de reter e
trocar nutrientes, superiores á argila.
EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES: Um solo é considerado adequado para as
plantas não somente pela quantidade de nutrientes que possui, mas principalmente
pelo equilíbrio que deve ser mantido entre os teores desses nutrientes.
Dessa forma, a relação de equilíbrio no solo entre o cálcio e o magnésio é 3 a 4
partes do primeiro para 1 parte do segundo. Assim há uma relação ótima entre os
macros e micronutrientes no solo.
A aplicação de adubos químicos ou orgânicos deve ser precedido de análise do
solo e avaliação das condições do solo, para evitar desequilíbrios nutricionais, que
afetam a sanidade da planta e a sua produtividade.
PROPRIEDADE BIOLÓGICAS
O solo consiste num ecossistema, que compreende o conjunto formado pelos
fatores abióticos (minerais, água e ar), conforme foi apresentado anteriormente, com
os fatores bióticos, que compreende toda população de seres vivos, seja animal, como
vegetal.
Desta forma, o solo possui incontável quantidade espécies e variedades de
microrganismos (fungos, bactérias, actomicetos, leveduras, vírus, baculovírus,
nematóides, etc); macrorganismos (aranhas, besouros, larvas, minhocas, formigas,
etc) e riquíssima flora vegetal (raízes de plantas, plantas secundárias, algas, etc).
A presença de toda esta fauna, compreende a teia da vida, favorecendo a
produção agrícola e a preservação das suas características através das gerações.
A cobertura morta do solo, o plantio de adubos verdes, a incorporação de
matéria orgânica, a conservação do solo, são algumas das medidas para sua
recuperação das áreas degradadas e a sua manutenção.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Prof. Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: [email protected]
CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS
É fundamental conhecer a capacidade de uso de cada solo, de cada área da
propriedade. Através dessa classificação, poderemos decidir como utilizar um terreno,
seja para agricultura (cultura anual, semi-permanente, como a cana-de-açucar ou
permanente, como frutíferas) ou , pecuária (pastagens) ou reflorestamento. No uso da
Capacidade de Uso dos Solos, podemos considerar as seguintes Classe de Aptidão:
a. CLASSE 1 - Aptidão boa para culturas anuais climaticamente
adaptadas. São terras que apresentam nenhuma ou muito poucas limitações e/ou
riscos de degradação.
b. CLASSE 2 - Aptidão regular para culturas anuais climaticamente
adaptadas
São terras que apresentam limitações moderadas para sua utilização com culturas
anuais climaticamente adaptadas e/ou com riscos moderados de degradação.
Estes terrenos podem ser cultivados desde que sejam aplicadas práticas
adequadas de conservação e manejo do solo.
c. CLASSE 3 - Aptidão com restrições para culturas anuais climaticamente
adaptadas, aptidão regular para fruticultura e boa aptidão para pastagem e
reflorestamento. São terras que apresentam alto risco de degradação ou limitações
fortes para utilização com culturas anuais climaticamente adaptadas, necessitando
intensas e complexas medidas de manejo e conservação do solo se utilizadas com
estas culturas. Estas áreas podem, porém, ser utilizadas com pastagens, fruticultura
ou reflorestamento apenas com práticas simples de manejo e conservação do solo.
OBS: Incluem-se também nesta classe as areias Quartzosas de granulação muito
fina, com horizonte A moderado e horizonte C de coloração vermelho-amarelada e de
média fertilidade natural. Neste caso, sua representação será 3a.
d. CLASSE 4 - Aptidão com restrições para fruticultura e aptidão regular
para pastagem e reflorestamento
• São terras que apresentam riscos de degradação e/ou limitações permanentes
severas.
• São impróprias para a utilização com culturas anuais. Entretanto, podem ser
utilizadas com culturas permanentes como pastagens e reflorestamento, protetoras
do solo.
• Também podem ser utilizadas com fruticultura, desde que acompanhadas de
práticas intensivas de conservação e manejo do solo.
e. CLASSE 5 - Preservação permanente. São terras impróprias para qualquer
tipo de cultivo, inclusive o de florestas comerciais ou qualquer outra forma de cultivo
de valor econômico.
Prestam-se apenas para proteção e abrigo da flora e da fauna silvestres,
recreação e armazenamento de água.
•
•
•
•
•
Suas limitações principais são:
Relevo escarpado, Área extremamente pedregosa,
Terras com predominância de afloramentos rochosos,
Lençol freático permanente na superfície sem possibilidade de drenagem (pântanos
e mangues), Cabeceiras e deltas de rios,
Areas de matas ciliares, Áreas com mineração superficial
Dunas.
Direitos Reservados Lei 9.610/98- Proibida a Reprodução
Download

AULA 12: O SOLO E O SEU MANEJO