PROJETO JEQUICTIO: SUBSÍDIOS PARA CONSERVAÇÃO E MANEJO DA ICTIOFAUNA DA BACIA DO JEQUITINHONHA Desenvolvido em parceria entre Cemig e Unimontes, o projeto “Subsídios para conservação e manejo da ictiofauna da bacia do Jequitinhonha” tem o objetivo de realizar pesquisas de base sobre os peixes da bacia do Jequitinhonha. A bacia do rio Jequitinhonha apresenta áreas recentemente impactadas pela construção de usinas hidrelétricas e áreas que ainda apresentam algo grau de conservação dentro do estado de Minas Gerais. Em comum, ambas apresentam baixo conhecimento disponível sobre sua ictiofauna. Projeto O Projeto Jequictio foi criado para diminuir a carência de conhecimento sobre os peixes do Jequitinhonha, através de estudos de ecologia, taxonomia, reprodução e genética. Aliado às demandas ambientais da usina de Irapé, o projeto tem por objetivos: acompanhar a reorganização da comunidade de peixes no reservatório da usina de Irapé e sua área de influência; acumular conhecimento sobre a reprodução das espécies de peixes mais abundantes ou importantes comercialmente no alto médio Jequitinhonha e inventariar a ictiofauna da bacia em três trechos prioritários para a conservação. O projeto se divide em cinco subprojetos realizados em parceria com instituições de pesquisa que possuem experiência em cada um dos temas: 1º subprojeto: Monitoramento da ictiofauna do rio Jequitinhonha na área de influência da Usina Hidrelétrica de Irapé. 2º subprojeto: Espécies de peixes ameaçadas. 3º subprojeto: Levantamento da ictiofauna da bacia do rio Jequitinhonha. 4º subprojeto: Identificação molecular dos peixes do rio Jequitinhonha 5º subprojeto: Desenvolvimento inicial de peixes da bacia do rio Jequitinhonha. Resultados Recentemente o lambari (Moenkhausia costae) e a pirambeba (Serrasalmus brandtii) foram introduzidas no reservatório de Irapé e o colonizaram. O monitoramento trimestral no reservatório permitiu observar mudanças na composição da comunidade, principalmente o aumento das duas introduzidas e a redução das populações das seis espécies mais capturadas entre 2008-09. O número de indivíduos que sofreram ataques por predadores também vem aumentando à medida que a pirambeba vem se multiplicando no reservatório. Em parceria com a PUCMinas e a Estação de Piscicultura de Machado Mineiro, foram estudadas a embriogênese das espécies curimba (Prochilodus hartii) e da piapara (Leporinus crassilabris), importantes para a pesca nas bacias dos rios Jequitinhonha e Pardo. Conhecer as fases do ciclo biológico dessas espécies é de grande importância para a aquicultura (como o período até a abertura da boca e término do vitelo) e para a identificação de ovos e larvas na natureza. Duas espécies ameaçadas de extinção, o surubim do Jequitinhonha (Steindachneridion amblyurum) e a piabanha (Brycon devillei) são alvos de coletas para a formação de um plantel para reprodução em cativeiro. Essas espécies estão listadas como criticamente ameaçadas e sua captura é muito difícil. As tentativas de captura são concentradas no período chuvoso, que coincide com o de maturação sexual dessas espécies. Em outra parceria com a PUCMinas, os peixes da bacia do Jequitinhonha estão sendo catalogando no banco de dados do FISH-BOL, uma iniciativa global para desenvolvimento do código de barras genético (barcode) de todas as espécies de peixes. Até o momento são 8986 espécies de peixes codificadas, sendo 21 para o Jequitinhonha. Esse trabalho auxiliará na identificação de espécies, manejo genético de espécies utilizadas em programas de peixamento e na identificação de espécies introduzidas na bacia. Ficha Técnica: Coordenador Cemig: Raquel Coelho Loures Fontes Coordenador Suplente: Míriam Aparecida de Castro Coordenadores Unimontes/ Fadenor: Anderson Medeiros/ Francisco Ricardo de Andrade Neto Instituições Envolvidas: Cemig, Unimontes, PUCMinas, UEL Equipe: Anderson Medeiros, Daniel Carvalho, Gilmar Bastos e Nilo Bazzoli Informe Técnico Peixe Vivo - nº 23 - junho de 2015 - Projeto: Jequictio – subsídios para conservação e manejo da ictiofauna da bacia do Jequitinhonha