I D C
W H I T E
P A P E R
Como as cidades inteligentes melhoram a vida do cidadão?
Julho de 2015
João Paulo Bruder
Patrocinado pela Huawei
INTRODUÇÃO
As cidades surgiram há milhares de anos e têm papel definitivo na evolução da sociedade.
Assentamentos provisórios que se tornaram permanentes, as primeiras verdadeiras cidades definiramse quando alguns de seus habitantes passaram a trabalhar em atividades locais específicas, como o
comércio e o estoque da produção agrícola, ao invés de trabalhar nas propriedades rurais que a
cercavam.
Toda aglomeração de habitantes traz benefícios e oportunidades - facilidade ao acesso de bens e
serviços, por exemplo -, bem como malefícios e desafios - como poluição e insegurança. Pode-se
argumentar que os problemas das primeiras cidades são fundamentalmente os mesmos das cidades
atuais, ou seja, referem-se à gestão das mercadorias, ao tráfego dos habitantes, à oferta de serviços
entre indivíduos, e outras questões. Em sua raiz, as iniciativas para mitigar os desafios da vida urbana
também são similares, pois evoluímos em escopo e profissionalização, mas mantemos basicamente
as mesmas operações. Por exemplo, um caminhão de coleta de lixo moderno é muito melhor que a
carroça coletora de antigamente, apesar de o princípio ser o mesmo.
A grande diferença é a escala, pois atualmente as cidades são muito maiores e concentram muito mais
indivíduos. Embora não exista uma definição mundial para as zonas urbana e rural, projeções da ONU
indicam que a população urbana crescerá 72% até 2050, com consumo de pelo menos metade dos
recursos disponíveis, e geração aproximada de 70% dos gases que causam o efeito estufa.
IDC# BR15113
FIGURA 01
Projeções da ONU para 2050
50%
72%
70%
Consumo dos
Geração dos gases
recursos disponíveis que causam efeito
estufa
Crescimento da
população
Fonte: ONU
Neste cenário, os problemas urbanos alcançam dimensões nunca atingidas e passam a exigir
soluções realmente eficientes. As cidades brasileiras estão enfrentando uma “tempestade perfeita” de
elementos que favorecem a implantação de soluções inteligentes, eficientes e eficazes para endereçar
seus problemas.
OBJETIVO & METODOLOGIA
Esse documento tem como principal objetivo conscientizar os responsáveis pelo desenvolvimento de
políticas públicas que o uso de tecnologias de comunicação e informação representa uma força motriz
aos serviços públicos.
Analistas da IDC conduziram entrevistas pessoais e em profundidade com operadoras de
telecomunicações, forças policiais, prefeituras e provedores de soluções para centros de comando e
controle.
Complementando as entrevistas primárias, também estão disponíveis informações secundárias, como
artigos de mídia e notícias públicas sobre legislação e assuntos correlatos. Ainda, outras pesquisas da
IDC relacionadas ao tema foram consideradas no desenvolvimento deste documento.
SOBRE SMART CITY
Definição
Uma Cidade Inteligente, ou Smart City, é uma cidade como qualquer outra, mas que faz uso das
tecnologias de comunicação e informação com o objetivo explícito de melhorar a forma como seus
residentes vivem, trabalham e se relacionam, com consequente criação de um ambiente favorável ao
desenvolvimento socioeconômico.
Os objetivos dos líderes das Smart Cities consistem em melhorar os aspectos socioeconômicos das
cidades, diferenciando-as de cidades vizinhas e, num plano mais amplo, de concorrentes externos.
Esses objetivos são alcançados através de uma melhor prestação de serviço, uso mais eficiente dos
recursos (sejam eles humanos, de infraestrutura e naturais) e implantação de práticas financeira e
ambientalmente sustentáveis.
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Conectividade
É o elemento fundamental sobre o qual se apoiam os serviços a serem prestados. Embora a rede em
si seja finita e composta por elementos físicos, instalados e mantidos pelas cidades, os serviços que
se apoiarão nessa rede comumente têm seu desenvolvimento originado em distintas áreas da cidade,
por exemplo, de transportes ou de segurança pública.
É fato que existe demanda por conectividade. Além disso, investir nessa área significa investir no
futuro, pois, de acordo com um estudo do Banco Mundial, um crescimento de 10% nos acessos à
banda larga impacta positivamente o PIB em 1,3%.
É importante que essa infraestrutura fundamental seja flexível para permitir a oferta de novos serviços
e facilitar a inovação em sua prestação.
Alianças Tecnológicas
Em linha com a grande diversidade de serviços possíveis a serem desenvolvidos está a necessidade
de conhecimentos específicos, que dificilmente serão dominados por uma única companhia.
Dessa forma, projetos de grande porte como Smart City são demasiados extensos, o que sugere e
favorece a criação de parcerias e alianças tecnológicas, visando a sua melhor execução.
POR QUE AS CIDADES DEVEM TORNAR-SE INTELIGENTES?
A expectativa sobre o crescimento das Cidades Inteligentes deriva de forças relevantes, como fatores
políticos, econômicos, sociais, ambientais, legais e orientados aos negócios. Tais fatores são
potenciais impulsionadores que podem transformar drasticamente os ecossistemas de muitas
indústrias ao redor do mundo. Para ilustrar este fato, podemos citar a transformação que os aplicativos
de taxi impuseram nos mercados locais.
Essas grandes forças trazem impactos significativos aos governos municipais e um melhor
entendimento das mudanças necessárias, assim como permitem aos líderes da cidade avaliar novas
exigências contra antigas restrições - como as organizacionais, culturais, financeiras e técnicas
internas -, e priorizar metas e iniciativas para desenvolver essa inteligência das cidades nos próximos
dois a cinco anos.
Problemas a serem endereçados
Estes se referem à elevada expectativa dos habitantes no que tange à qualidade da entrega dos
serviços públicos, sustentabilidade e ecologia, turismo e pressões socioeconômicas para o
desenvolvimento do mercado de trabalho. Entre eles, podemos citar:

Crescimento da população urbana sobrecarrega a infraestrutura das cidades: Cidades
enfrentam problemas com congestionamentos por não conseguirem construir ruas e avenidas
na mesma velocidade em que novos carros são licenciados. O mesmo aplica-se a hospitais,
escolas, delegacias de polícia, outros. Além da infraestrutura física, populações crescentes
desafiam o provimento de recursos naturais, como água e energia elétrica.

Crescimento da competição por trabalhadores qualificados e talentosos: Profissionais
qualificados são cada vez mais disputados. Governos, em geral, sofrem restrições trabalhistas
e de orçamento que os prejudicam ainda mais do que as empresas privadas.

Desastres naturais como um fator de risco: Preparação contra desastres naturais, bem como
tempo de reação e coordenação das ações de controle de danos.
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
Incidentes de grandes proporções: Incidentes demandam responsividade além da usualmente
empregada e podem necessitar de equipamentos e infraestrutura muitas vezes indisponíveis
ou com grande intervalo para mobilização.

Grandes eventos mobilizam grandes massas populacionais: Especialmente os eventos
esportivos, mas também atrações musicais e culturais como um todo, atraem um número
muito grande de pessoas, intensificando o trânsito e demandas como estacionamentos,
segurança e recursos a serem consumidos.

O número de dispositivos de TI cresce exponencialmente: Pessoas interagem com mais
dispositivos e mantêm cada vez mais perfis online, todos envolvendo questões de segurança,
tráfego de dados, infraestrutura e arquiteturas a serem integradas.

Cidadãos ativos nas redes sociais: Diferentemente da mídia tradicional, informações são
geradas e difundidas por pessoas comuns, sem orientação editorial, sendo então mais difíceis
de seguir, gerenciar e controlar.
FUNCIONAMENTO E APLICAÇÕES DE SMART CITIES
Como vimos, uma cidade inteligente endereça múltiplos desafios da atualidade através do emprego
controlado e integrado de tecnologia de comunicação e informação. Assim, apresentaremos a seguir
experiências de outros países, recomendações para o Brasil, o conceito tecnológico e exemplos
práticos que já existem para endereçar os desafios citados.
Experiências globais e recomendações locais
O Oriente Médio abriga diversas iniciativas de cidades inteligentes, desde cidades construídas
totalmente do zero, com a adoção maciça de TIC, até grandes cidades já existentes, como Dubai e
Doha, que estão realizando projetos transformadores de cidades inteligentes com foco em
modernização e melhoria dos serviços públicos. Um dos principais pilares das cidades digitais do
Oriente Médio é o amplo incentivo à conectividade por meio de fibra ótica, redes móveis e infraestrutura
de TIC. Na América do Norte, os projetos de cidades inteligentes são muito orientados à conservação
de energia e a iniciativas de smart grids por meio de parcerias público-privadas.
A Europa, por sua vez, tem promovido o “Digital Agenda For Europe”, um dos principais programas do
planejamento geral da Europa para 2020, que tem entre seus pilares centrais o desenvolvimento
inteligente. A Europa investiu na construção de cidades inteligentes e selecionou entre 25 a 30 cidades
para desenvolver a redução na emissão de gás carbônico, transporte inteligente, smart grids e
melhoria da eficiência energética. Mais especificamente, a Alemanha está apostando na tecnologia da
informação e comunicação na promoção da próxima revolução industrial, a Indústria 4.0. Na Ásia,
países como a China têm investido fortemente na ampliação do acesso e da qualidade da banda larga,
tornando a conectividade ubíqua em um meio de promover transformações sociais, econômicas e
industriais, com aplicações massivas de TIC na educação, transporte, saúde e em diversos outros
setores.
Os casos de sucesso globais têm em comum um forte apoio das lideranças políticas e econômicas,
envolvendo incentivos e benefícios para que as indústrias de infraestrutura e ICT colaborem na
realização de projetos e na construção de cidades inteligentes.
No Brasil, iniciativas como o Programa Nacional de Banda Larga e, especialmente, “Banda Larga para
Todos”, têm obtido sucesso na ampliação do acesso à internet. Com isso, o país pretende alcançar
mais de 90% da população brasileira com banda larga de alta velocidade, seja por fibra, ou através de
rádio, além de levar fibra óptica a 45% da população urbana. Para a consolidação do Brasil na posição
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de um país orientado à criação de cidades inteligentes, é necessário que iniciativas como essa se
proliferem, como por exemplo por meio de incentivos para a conectividade móvel e desenvolvimento
do ecossistema de Internet das Coisas.
Tecnologia & Inteligência
É importante salientarmos que tecnologia e inteligência são grandezas diferentes: enquanto a
tecnologia facilita e potencializa a aquisição de dados brutos, a inteligência, por sua vez, só é obtida
após o tratamento e análise de muitos dados brutos, cujo produto é uma informação.
Os sistemas que tratam os dados brutos e geram informações são definidos como sistemas
específicos. Cidades digitais apoiam-se em diversos sistemas específicos, gerando visões transversais
impossíveis de serem identificadas se analisadas individualmente.
Para ilustrar, podemos citar um sistema específico fictício composto por sensores a serem implantados
nas balanças de pesagem dos caminhões de lixo, aliado a leitores de RFID e GPS instalados nos
caminhões, o qual identificaria o peso e a rota de cada caminhão e, com isso, as rotas que geram mais
lixo – até aqui são dados. Ao inserirmos eventos sazonais, como o Réveillon ou o Carnaval, é possível
identificar quais bairros tiveram maior aumento proporcional à sua média de geração, ou seja,
informação que pode subsidiar decisões de planejamento de coleta mais frequente durante o período,
convocatória de força de trabalho para essa tarefa, entre outros, resultando menos reclamações sobre
o lixo acumulado e maior satisfação dos habitantes. Porém, a premissa parte do princípio de que a
ocupação adicional, majoritariamente de turistas, será a mesma do ano anterior, o que pode não ser
real.
Já um segundo sistema específico fictício seria implantado nos principais terminais de ônibus e
aeroportos dessa cidade e faria a leitura automática de um formulário a ser preenchido por todos os
turistas que chegam, onde consta o endereço de destino e tempo de permanência.
Uma plataforma de cidade digital apoia-se nos dados de ambos os sistemas específicos, subsidiando
a decisão de incremento de coletas baseada não somente na média de aumento de geração de anos
anteriores, mas também na quantidade de turistas desse ano e localização de sua hospedagem.
Certamente essa segunda análise terá uma melhor relação investimento/benefício.
Entretanto, para todos os efeitos, uma cidade já é considerada ”inteligente” quando faz uso da
tecnologia com o objetivo de prover melhores serviços à população, mesmo sem contar com
plataformas de armazenamento de dados de grande porte, que permitiriam Big Data e Analytics.
Aplicações que já existem em cidades inteligentes:
As especificidades de cada aplicação e cidade serão distintas entre si, entretanto uma série de
aplicações já foram desenvolvidas e seus conceitos e ideias podem e devem ser reaproveitados.
Listamos abaixo alguns exemplos de aplicações existentes:
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FIGURA 02
Exemplos de aplicações de Cidades Inteligentes
Fonte: IDC

Segurança Pública
Um grande aliado da segurança pública são os sistemas de videovigilância: as câmeras
utilizadas nas cidades digitais são tipicamente de alta definição, com capacidade de giro
de 360º e zoom de 30x. Além disso, filmam no escuro e contam com inteligência na ponta,
ou seja, apesar de serem programadas para cobrir uma área de cada vez, sua
programação é automaticamente interrompida se alguma anomalia for detectada. Como
exemplos de eventos automaticamente detectáveis podemos citar uma colisão em um
cruzamento, uma série de carros na contramão, presença de fogo, presença de pedestres
dentro de um túnel, entre outros. Nestes casos, a qualquer momento, o operador pode
assumir o controle.
A disponibilização da imagem do que está ocorrendo em tempo real já é uma grande
vantagem, pois as equipes de operações terrestres podem ser mobilizadas mais
rapidamente e com mais eficiência. Entretanto, as vantagens do uso da inteligência
apresentam-se quando da análise dessas imagens. Por exemplo: uma briga de trânsito
demanda o envio de uma viatura policial e de equipes de apoio ao trânsito e, talvez, um
guincho. Por outro lado, um evento mais sério, como um atropelamento seguido de
tentativa de linchamento do motorista, pede o envio de reforço policial para proteger o
motorista e conter a população, além, é claro, de uma ambulância para o atropelado e das
equipes de apoio ao trânsito e guincho. Em resumo, embora o sensor seja o mesmo, as
consequências dependem do evento.
Outro benefício é a identificação de atos menos reportados pela população - como
vandalismo de instalações públicas e privadas, descarte irregular de lixo e entulho,
intervenções particulares nas redes de água e eletricidade, entre outros.
©2015 IDC
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Durante o deslocamento ao local da ocorrência em questão, as equipes podem receber o
vídeo da câmera fixa, munindo-se de informações, como, por exemplo, sobre as melhores
vias para chegarem ao local de destino e surpreender os envolvidos, potencializando os
resultados desse atendimento. Segundo especialistas, quanto mais informações forem
enviadas, melhor será a “Consciência Situacional” da ocorrência.
Já outros órgãos, como Bombeiros e Defesa Civil, se beneficiam por exemplo de
aplicaçãoes de meteorologia, onde sensores instalados em réguas pluviométricas provêm
em tempo real o volume dos afluentes da cidade, monitorando aumentos repentinos do
nível de água, como no caso de chuvas numa localidade mais alta, que pode ter ocorrido a
muitos quilômetros de distância. Como os sensores são espaçados entre si, é possível
estimar quando esse aumento de nível chegará à cidade.
Imagens de satélite, sensores de umidade relativa do ar e de temperatura também são
analisados, possibilitando uma previsão do tempo mais assertiva, especialmente no que
tange às áreas de risco de deslizamentos e enchentes. Com isso, as equipes de defesa
civil são previamente postas em estado de atenção, podendo inclusive decidir por
desocupações preventivas e potencialmente salvar vidas.
Mesmo em eventos cotidianos, a preparação para fenômenos da natureza relativamente
previsíveis, como a aproximação de uma forte frente fria, também beneficia a
administração, que pode, por exemplo, aumentar o efetivo das equipes de acolhimento dos
moradores de rua, oferecer mais vagas nos albergues, entre outras ações.

Mobilidade Viária
Aplicações de segurança viária são muito comuns. Para exemplificar, podemos citar as
câmeras que monitoram o fluxo de determinada avenida e ativam o alarme no caso de
alguma ocorrência, como quando um carro bate em um poste, derrubando-o, e para o qual
é necessário o envio de equipes de trânsito e da companhia de energia. Ou ainda, quando
um caminhão derruba sua carga na pista e necessita das equipes de trânsito e de limpeza
da via.
E se um acidente tem vítima presa às ferragens? Nesse caso, a imagem da câmera fixa
não fornece elementos suficientes à equipe de resgate quanto ao estado da vítima. Porém,
ao chegar ao local do evento, o agente poderá transmitir a imagem de sua câmera móvel,
instalada, por exemplo, em seu handheld. O envio desse vídeo traz detalhes ao vivo,
enriquecendo a tomada de decisão do paramédico dentro da ambulância que se dirige à
ocorrência, o qual pode antecipar quais equipamentos e medicações serão usados
naquele atendimento, e já entrar em contato com o hospital melhor preparado para receber
aquele tipo de lesão.
Portanto, os benefícios se traduzem num atendimento mais assertivo e eficiente,
eventualmente eliminando a necessidade do envio de uma segunda ambulância,
culminando em menor tempo de internação e consequente redução do custo total desse
paciente.
Outra aplicação interessante visa facilitar o estacionamento dos carros em vias públicas:
sensores instalados nas ruas monitoram a quantidade de vagas, mostrando os resultados
nos placares instalados em pontos estratégicos e indicando aos motoristas onde há vagas
disponíveis, o que diminui o trânsito e a emissão de poluentes, além de retroalimentar o
sistema de transporte público, que pode se valer desses dados no planejamento de novas
linhas e remanejamento dos ônibus entre as linhas existentes. Ainda, pode informar sobre
a velocidade e horário da ocupação das vagas - especialmente em dias de eventos -,
estimular caronas solidárias, inibir o uso do transporte individual pela dificuldade de
estacionamento, oferecer desconto aos carros que usam menos o centro da cidade, entre
uma série de possibilidades.

Saúde
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Como exemplo, citamos o caso real do uso de “armadilhas contra a dengue”, onde
dispositivos providos de GPS e QR Code aprisionam os mosquitos em seu interior. No
caso, um funcionário da vigilância sanitária visita as armadilhas espalhadas pelos pontos
da cidade que, historicamente, foram criadouros do mosquito, e faz a leitura com um
smartphone, munindo a gestão de saúde de dados georreferenciados com as localidades
que demandam aplicação de inseticida. Toda a informação é disponibilizada à população
através de um aplicativo que transmite a informação sobre a real dimensão do problema,
evitando pânico quanto à generalização da doença.

Educação
Conectividade Wi-Fi nas escolas, aliada à digitalização do conteúdo das aulas, permite que
este seja entregue nos tablets dos alunos, viabilizando um melhor acompanhamento do
desempenho de cada estudante pelo professor, incluindo dados e estatísticas gerados
pelo sistema e comparação das médias dos alunos e turmas. Com diferentes permissões,
os pais também têm acesso a essas informações e podem acompanhar o que seus filhos
estão estudando – legitimando o maior benefício dessa aplicação que é a aproximação entre
os pais e a escola.

Smart Meetering
Sistemas de medição de consumo remoto - como os de água e energia elétrica contemplam muitos objetivos, apesar de serem conhecidos apenas pelo mais visível deles,
que é a leitura individual de cada relógio.
O principal benefício para o morador é a disponibilização online do consumo, através do
qual pode monitora-lo periodicamente, controlando seus hábitos, antes mesmo do
fechamento de sua conta. No caso da água, há o benefício adicional de apontar
vazamentos e, da energia elétrica, de identificar as horas do dia para consumir energia
mais barata.
Já para as empresas provedoras, o principal benefício é o controle sobre suas redes, pois
podem comparar o quanto foi distribuído com o que foi consumido, identificando onde estão
as discrepâncias, ou seja, quais localidades devem ser visitadas para sanar possíveis
vazamentos e/ou desconectar consumidores ilegais.

Gestão de mobiliário urbano
Cidades dispõem de muitos elementos a serem geridos, por exemplo, a maioria dos
sistemas de iluminação baseia-se em sensor de luminosidade que liga as luzes ao
anoitecer e as desliga ao amanhecer, num modelo muito limitado de condições de
contorno. Luzes queimadas não são substituídas antes das notificações, tipicamente
oriundas da população.
Sistemas inteligentes de controle de iluminação pública contam não só com sensores de
luminosidade, mas também sensores de lâmpada queimada e oferecem uma abordagem
mais ampla, diferenciando os tipos de iluminação (praça é diferente de estrada) e seus
objetivos (segurança x trabalho noturno) e fornecendo mais informações sobre seu
funcionamento.
Um exemplo de economia dessa inteligência é a ligação gradual dos circuitos, eliminando
picos de consumo que elevam o degrau tarifário. Outro exemplo é a programação de maior
claridade durante eventos especiais, como uma festa popular noturna que termina às 23
horas e não necessita de toda a claridade até às 6 horas da manhã do dia seguinte.
Existem muitas outras aplicações e, certamente, com o tempo, novas serão desenvolvidas, as quais
se apoiarão nos dados existentes e na infraestrutura disponível. A seguir, dois exemplos de aplicações
que se apoiam em dados previamente gerados:
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
Monitoramento da reatividade das equipes de campo
Independentemente de qual despacho foi efetuado, tipicamente, as equipes de campo são
monitoradas quanto ao tempo de confirmação do recebimento do despacho e o tempo de
deslocamento e chegada ao local da ocorrência – no caso de não conformidade, o sistema
pode tomar uma ação como: não confirmação do recebimento em 2 minutos, o sistema
pisca uma luz amarela no dispositivo móvel do agente; 2 minutos depois, toca um alarme;
1 minuto depois, aciona o GPS e liga para o agente, e assim por diante.

Validação do plano de trabalho
Permite a comparação do plano de ação previamente estabelecido com o que está
efetivamente acontecendo. Para ilustrar: a planilha de trabalho dos órgãos de trânsito
contempla agentes na porta dos principais colégios, aeroportos, cruzamentos, outros – o
sistema verifica se todos estão onde deveriam e aponta as não concordâncias. Eventuais
reações dependem da parametrização, pois uma não conformidade não significa
necessariamente um erro - por exemplo, o agente pode estar no local “errado” em razão
de uma ocorrência maior.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO DA HUAWEI
Sobre a Huawei
A Huawei é líder global em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Por meio da
dedicação à inovação centrada no cliente e fortes parcerias tem estabelecido vantagens fim-a-fim em
telecomunicações de rede, aparelhos e computação em nuvem. A Huawei oferece como parte da sua
proposta a criação de máximo valor para operadoras de telecomunicações, empresas e consumidores
nos mais de 170 países em que atua, atendendo a mais de um terço da população mundial. A Huawei
está classificada na 285º posição do ranking global da Fortune e em 2014 a receita da companhia foi
de aproximadamente 46.5 bilhões de dólares.
A empresa investe no mínimo 10% de suas receitas anuais em Pesquisa&Desenvolvimento (P&D) e
mais de 45% dos funcionários são dedicados a P&D.
No país há mais de 15 anos, a Huawei do Brasil tem receita de praticamente 1 bilhão de dólares, com
mais de 3000 funcionários no país. Está presente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Curitiba e Recife, além de possuir um centro de distribuição em Sorocaba (SP). A Huawei colabora
ativamente com o desenvolvimento tecnológico do país, estabelecendo diversas parcerias para com
instituições de ensino e pesquisa.
Estratégia
Foco no “Desenvolvimento de Soluções Integradas”, que consiste na compreensão das necessidades
dos clientes e consequente desenvolvimento de produtos que as enderecem, alavancando seus
centros de pesquisa e desenvolvimento e visando ganho de competitividade com as inovações.
Interoperabilidade é a palavra-chave para todos os desenvolvimentos e, com isso, suportam todos os
protocolos de comunicação, ou seja, interagem com qualquer dispositivo, de qualquer fabricante,
desde que esse dispositivo use algum protocolo aberto como, por exemplo, os que suportam SDN,
POF, LiteOS, outros.
O mote da companhia é desenhar produtos e soluções de infraestrutura que sejam orientados aos
negócios.
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Principais tecnologias da Huawei para cidades inteligentes

Centro de dados distribuídos em nuvem (SD-DC²): Como uma solução de centro de dados de
nova geração, SD-DC² da Huawei fornece centro de dados como um serviço (DCaaS) para
simplificar o gerenciamento de TI para administração pública e prestar serviços a qualquer
hora e em qualquer lugar. Para alcançar esses benefícios, a solução SD-DC² integra os
produtos da empresa (por exemplo, servidores, storages e sistemas computação em nuvem)
e recursos de TI heterogêneos geograficamente dispersos. Ela também fornece recursos de
padrão aberto, ágeis e elásticos para aplicações de camada superior;

Centro de dados distribuídos em nuvem (SD-DC²): Como uma solução de centro de dados de
nova geração, SD-DC² da Huawei fornece centro de dados como um serviço (DCaaS) para
simplificar o gerenciamento de TI para administração pública e prestar serviços a qualquer
hora e em qualquer lugar. Para alcançar esses benefícios, a solução SD-DC² integra os
produtos da empresa (por exemplo, servidores, storages e sistemas computação em nuvem)
e recursos de TI heterogêneos geograficamente dispersos. Ela também fornece recursos de
padrão aberto, ágeis e elásticos para aplicações de camada superior;

eLTE: Com base na tecnologia wireless 4G da Huawei, a solução oferece um conjunto
diversificado de serviços, tais como trunking profissional de banda larga, vídeo vigilância,
coleta de dados, acesso a dados de banda larga e comunicações de emergência. Além disso,
a solução pode proporcionar uma ampla cobertura de rede, mesmo em ambientes adversos.
Com estas vantagens, a tecnologia da Huawei pode aumentar a eficiência da governança da
segurança pública e tornar a vida das pessoas mais segura;

Agile Network: Em 2013, a Huawei lançou o primeiro sistema ágil do mundo, o switch S12700.
Equipado com a tecnologia de rede definida por software (SDN), é o primeiro da indústria com
um chip programável, que permite que a rede ofereça serviços rápidos e ágeis. Com o serviço
e experiência do usuário como seu foco principal, o Agile Network da Huawei oferece fácil
acesso à rede, serviços inteligentes, de forma rápida, a qualquer hora, em qualquer lugar, e
suporta um grande número de conexões entre as coisas e entre as pessoas e as coisas;
Portfólio

Transporte óptico, para transmissão em longas distâncias;

Roteamento e Switches IP, provendo conectividade em redes LAN;

Comunicação sem fio, WLAN;

Mercado de TI em sua totalidade, incluindo Servidores, Storage e Data Center;

Soluções Colaborativas e Telepresença;

Software customizado e especializado.
Presença no mercado de Cidades Inteligentes
Huawei forneceu soluções para mais de 60 cidades inteligentes em mais de 20 países. Nessa área,
firmou parcerias com mais de 1.100 fornecedores e uniu-se com mais de 800 parceiros de serviços e
integradores, além de 4.300 canais parceiros.
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A empresa estabeleceu laboratórios para a inovação conjunta, também usados para certificar e
verificar o funcionamento conjunto dos elementos integrados. Possui um processo maduro de
operação, vasta experiência em implantação e um sistema de distribuição bem projetado.
CONCLUSÕES
Como vimos, cidades inteligentes são aquelas que usam tecnologia da informação e comunicação,
conhecida pela sigla TIC, para beneficiar seus residentes com melhores serviços públicos.
Correlacionando esse conceito com questões práticas e operacionais tecnológicas, concluímos que:

Conectividade é pedra fundamental para as cidades digitais: Todos os serviços e aplicações
necessitam de conectividade, é a base para que tudo se desenvolva em cidades inteligentes.
Sugerimos o uso racional da infraestrutura existente, analisando se faz mais sentido alugar
rede pronta do que construir novas redes.

Tecnologias de Armazenamento alavancam os benefícios das cidades digitais: Todos os
dados gerados estão disponíveis para consulta online, porém existe um valor potencial muito
alto na análise dos dados históricos, além é claro da documentação de determinado
acontecimento, em especial os relacionados as disputas jurídicas, como acidentes de trânsito.

Flexibilidade é imperativo no desenho das redes: A conectividade disposta tem que ser flexível
e configurável, de modo a permitir que novos tráfegos e aplicações também se beneficiem
dela. Adotar essa diretriz nos estágios iniciais de desenvolvimento diminui enormemente as
chances de uma futura aplicação não ser suportada pela infraestrutura disponível.

Parcerias com desenvolvedores de aplicativos e sistemas são fundamentais: Projetos de
cidades inteligentes são de porte muito grande e demandam conhecimentos avançados sobre
muitos mercados e nichos específicos, de maneira que, independentemente do tamanho e da
experiência do fornecedor, é impossível possuir sozinho conhecimento adequado, capacidade
de implantação e experiência de gestão do sistema como um todo. Parceiros e provedores
maduros já perceberam essa realidade e se aliaram a outras empresas, visando melhorar sua
proposta de valor e capacidade de entrega.

Uso de tecnologia melhora os serviços prestados: Como vimos nos exemplos de aplicações,
o uso de tecnologia traz muitos benefícios, especialmente melhores índices operacionais e a
consequente redução de custo oriunda dessa melhoria, e maior assertividade nas ações
públicas de curto prazo.
Ponderamos que uma cidade não se torna inteligente de repente. O mais importante é que exista um
planejamento de longo prazo aliadas a ações de curto prazo, contemplando as iniciativas de cidades
inteligentes que discutimos e que suporte aplicações futuras.
Certamente iniciativas assim demandam investimentos. Independente da origem do orçamento, o
correto planejamento e implementação do modelo de cidade inteligente gera uma redução nos gastos
da administração pública e do cidadão.
Identificamos os seguintes desafios junto aos gestores públicos:

Como contornar a ausência de orçamento? Não existe uma única estratégia vencedora,
exemplos bem-sucedidos exploram as Parcerias Público Privado.
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
Por onde começar? Sugerimos alavancar quaisquer vantagens competitivas que o município
disponha, por exemplo as legislações locais ou o relacionamento comercial que as prefeituras
já têm com as operadoras tradicionais, que fornecem links de dados, de modo a ter à sua
disposição um nível de conectividade. O segundo passo envolve o desenvolvimento da
primeira aplicação, que usará a conectividade recém disponibilizada e sensores específicos a
serem instalados.

Como medir a efetividade? É um desafio que ainda não foi devidamente endereçado, pois
normalmente não existe documentação histórica confiável dos níveis de serviço e qualidade
experimentados, o que dificulta a comparação. Um segundo elemento que dificulta a
comparação é a intangibilidade de alguns benefícios, por exemplo, podemos calcular o tempo
e custo médio de internação dos acidentes por atropelamento, por outro lado, é muito mais
sensível mensurar a vida de um pedestre que foi salvo. Sugerimos que antes da implantação
de determinada aplicação seja feito um levantamento de índices quantitativos e comparáveis
entre si, mesmo que não cubram totalmente os benefícios obtidos com essa solução

Como lidar com a questão da confidencialidade dos dados? A melhor prática consiste em
divulgar somente dados consolidados. Por outro lado, solicitações cujas respostas
identificariam uma pessoa específica demandam análises individuais, por exemplo se o
solicitante está autorizado obter determinada informação, qual o propósito da solicitação e
para qual uso essa informação servirá, por exemplo, a polícia pode solicitar imagens que
ajudem a desvendar um crime, já uma empresa particular não pode solicitar informações sobre
atendimento na rede de saúde de seu funcionário
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Sobre a IDC
IDC é a empresa líder em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da
informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia. Analisa e prediz
as tendências tecnológicas para que os profissionais, investidores e executivos possam tomar
decisões de compra e negócios nestes setores.
Mais de 1.000 analistas em 110 países proveem conhecimento local, regional e global dos
mercados tecnológicos em hardware, software, serviços, telecomunicações, segmentos verticais e
investimentos em TI. Nos últimos 50 anos, IDC tem fornecido informações estratégias aos seus
clientes para ajudá-los a alcançar seus objetivos com êxito. Na América Latina, está presente com
escritórios locais na Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, México, Peru e Venezuela.
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