ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 1 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V1 - 2.188 %HermesFileInfo:V-1:20080722: O ESTADO DE S. PAULO V TERÇA-FEIRA 22 DE JULHO DE 2008 NÚMERO 2.188 VIAGEM & AVENTURA MARK RALSTON/AFP FOTOS DIVULGAÇÃO Mala olímpica O que levar e o que evitar para não passar aperto em Pequim Todo mundo é vip Aeroportos que abrem seus lounges à classe econômica Adeus, balada Boates de Downtown Disney darão lugar a lojas e restaurantes q PÁG. 4 q PÁG. 12 q PÁG. 5 ADRIANA MOREIRA/AE Nasmontanhas doPeru São sete dias e 50 km de subidas íngremes, descidas perigosas e ar rarefeito, na Trilha do Salkantay. As recompensas: paisagens alucinantes (na foto, a Lagoa de Huamantay) e lodges bem equipados pelo caminhoq PÁGS. 6 A 10 7 8 9 10 11 12 ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB ESCALACOR 100% Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 6 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V6 - %HermesFileInfo:V-6:20080722: V6 VIAGEM&AVENTURA TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008 O ESTADO DE S.PAULO AVENTURA A caminhada é dura; falta ar. Mas a Trilha do Salkantay compensa tudo Esse trajeto de sete dias e 50 km em solo peruano leva às imediações de Machu Picchu. Com todo conforto CAMINHO DAS PEDRAS Sobe-e-desce nas montanhas do Peru N N Collpa 2.850 m La Playa 2.000 m Salkantay 6.300 m Rio Santa Teresa Llactapata 3.000 m Wayrac 3.800 m Soray 3.800 m Huamantay 5.900 m Mollepata 2.800 m Lucma 2.100 m Rio Vilcanota Estação Hidrelétrica 1.850 m Ichupata 4.100 m MACHU PICCHU 2.400 m Salkantayccasa (El Paso) 4.650 m Aguas Calientes 1.800 m Linha de trem ILUSTRAÇÕES: FARRELL INFOGRÁFICO/AE PARA MELHOR – Pilar e Modesto: renda extra e casa reformada FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE Adriana Moreira CUZCO Majestosas, as montanhas emolduram a paisagem durante todo o trajeto. As nuvens ora tocam o chão, ora escondem os picos nevados, como em um sonho. A Trilha do Salkantay, entre o povoado de Mollepata e o valedoRioVilcanota,jánasimediaçõesdeMachuPicchu,noPeru, leva o viajante a uma caminhada de sete dias por cenários dignos de um filme, que surpreende a cada tomada. O caminho, de 50 quilômetros (veja o mapa acima), é uma alternativa para chegar a Machu Picchu sem percorrer a saturada Trilha Inca, cuja fila de espera chega a quatro meses. Até o ano passado, o privilégio de ver a vegetação se transformarde douradae rasteiraaverdee exuberanteduranteotrajetoeraumaexclusividade demochileiros, dispostos a acampar pelo caminho, onde a temperatura, em muitas noites, desce abaixo de zero grau. Nessa região não há luz elétrica ou estradas. O transporte é feito por meio de mulas. E é preciso estar preparado para tudo: o clima e a temperatura podem mudar a qualquer momento.Chuvafinaou forte,rajadas de vento, sol, muito sol. Ou frio, muito frio. Chegar, portanto, a uma casa quente, com luxos como uma jacuzzi para relaxar os músculos cansados e um chef que prepara, com capricho, iguarias típicas da cozinha peruana, pode parecer miragem. Nada disso. O Mountain Lodges of Peru se- TREINO – O corpo precisa se adaptar à altitude antes de cair na estrada gue uma tendência de hotéis que têm o luxo como sinônimo de conforto e de serviços – e não de ostentação. A arquitetura privilegiaa harmoniacomoambiente e utiliza recursos locais. No lugar de objetos dourados e esculturas romanas, artesanato e fotografias de manifestações culturais peruanas. São quatro hotéis exclusivos, erguidos estrategicamente em pontos de parada dos trekkers.Aidéia éatrair um público que gosta de aventura, mas não está disposto a enfrentar os perrengues inerentes a boa parte dos roteiros. Os aventureiros partem do Soray Lodge, o maior, com 12 quartos. Como parte do processo de aclimatação, os grupos passamduas noitesali. Porisso, éoúnicoonde existeaprobabilidade de duas expedições se encontrarem;nosoutrostrês,aexclusividade é total. VILÕES O oxigênio rarefeito pode ser o principal inimigo do aventureiro.Ogrupopartejáde3.800metrose,duranteaexpedição,chega a 4.650. Por isso, aclimatar- se é fundamental. O processo começa ainda em Cuzco, capital do império inca, onde osviajantespassamduasnoites antes de seguir para Mollepata.Asduas primeirastrilhas antes de começar a jornada entre lodges também ajudam na adaptação do organismo. A chegada ao Soray Lodge pode ser feita de carro ou a pé. A caminhada não vale pela beleza, mas é importante para preparar os pulmões para os próximos dias. Isso sem falar na providencial pausa nos chacoalhões da van pela estrada de terra. Há duas opções de trilha. A primeira, de cinco horas e 12 quilômetros, tem um longo trecho de subida, com uma bela vista do alto. A segunda, totalmente plana, tem três horas de percurso em uma estrada de pedregulho, onde os carros ainda têm acesso, mas são raros. Trekkers que vão acampar pelo caminho, no entanto, são vistos em todo o trajeto. Além da altitude, as bolhassãooutrosvilões,queteimam em aparecer nos piores momentos, atrapalhando os protagonistas (veja comoevitá-las nas dicas da página 7). Como coadjuvantes, surgem povoados isolados e personagens cheios de histórias para contar. Todos os elementos de um roteiro digno de um Oscar. E com direito a final feliz. ● Viagem feita a convite do Mountain Lodges of Peru Vida nova para quem vive (quase) isolado do mundo A chegada dos lodges e dos turistas mudou o cotidiano dos moradores Trilha do Salkantay revela povoados isolados, sem luz elétrica nem estradas. Nessa região, os moradores acostumaram-se a percorrer longas distâncias a pé e a carregar tudo nas mulas. São pessoas como Pilar Quispe Maybua, de 33 anos, e seu marido, Modesto, de 48, que vivem em Huayraccmachay, a poucos metros do segundo lodge, o Wayrac. Eles se conheceram por meio do irmão de Pilar, apaixonaram-se e, em pouco tempo, ela decidiu morar na casa onde Modesto vive desde os 18 anos. Nas proximidades, há algumas poucas habitações, onde também moram alguns de seus parentes. O casal cria ovelhas e planta batatas, que secam em uma espécie de sótão. “Assim, elas duram o ano todo”, conta Pilar. Era dessa forma que o casal tirava o sustento até começar a trabalhar no lodge. Pilar cuida de todos os detalhes, para que não falte nada aos hóspedes do Wayrac. Modesto faz a manutenção. A “Fui a Lima fazer um curso de capacitação”, conta Pilar, com um sorriso largo. “Gosto de conversar, de conhecer pessoas. Adoro meu emprego.” Com a renda extra, foi possível aumentar a casa e construir um novo quarto para o casal. Antes, eles dormiam no mesmo cômodo onde funcionam a cozinha e a sala. “Agora, podemos receber visitas com mais conforto”, afirma Pilar. Outra que não perde a oportunidade de conversar com os viajantes é Felicitas Rocanas Esquibias, de 58 anos, que mora em outro povoado, nas proximidades do terceiro lodge, o Collpa. Apenas oito famílias vivem nas redondezas. Ela conta que nunca saiu dali – assim como a mãe e a avó. “Mas tenho vontade de morar na cidade”, afirma. Seu sustento vem, principalmente, da criação de animais, da lavoura e da venda de produtos para os turistas que passam por ali. Três de seus sete filhos também trabalham no lodge. ● Adriana Moreira CUZCO ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 7 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V7 - %HermesFileInfo:V-7:20080722: TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008 O ESTADO DE S. PAULO VIAGEM&AVENTURA VIAGEM&AVENTURA V7 V7 AVENTURA ADRIANA MOREIRA/AE Entre xamãs e as forças da natureza num lugar mágico Em ritual, eles pedem aos ‘apus’ dias mais claros e permissão para começar a longa jornada Oventofriodoentardecer parece sugar as forças dos aventureiros. Chegar a pé ao Soray Lodge, o primeiro da jornada, é importante para o processo de aclimatação. Mas o corpo ainda sente os efeitos dos 3.800 metros de altitude. O cansaço não condizcomadistânciapercorrida; a estrada, cheia de curvas, parece não ter fim. E esconde o tão esperado hotel, que só pode ser avistado a poucos metros da chegada. No limite físico, o grupo entra, finalmente, no lodge. A recepção não poderia ser mais calorosa: os funcionários recolhem os sapatos sujos de terra e as blusas molhadas pela chuva fina e ainda oferecem uma xícara de chá de coca, quentinho. É aprimeiradassurpresasencontradas no roteiro. O jantar farto, com sopa de abóbora, truta, purê de batatas, cenouraraladae mussedechirimoya (semelhante à fruta-doconde), ajuda a repor as energias. Afinal, ainda há muito mais pela frente. No dia seguinte, a trilha até a Lagoa do Huamantay, a 4.200 metros de altitude, é opcional. Mas ficar dentrodolodgepodeserumdesperdício, já que se trata de uma das experiências mais incríveis da jornada. Especialmente com a SAIBA ANTES DE IR ● Altitude: evitar álcool e tomar muito líquido, principalmente chá de coca, ajuda a minimizar os efeitos do oxigênio rarefeito. As farmácias vendem ainda o soroche pill, remédio contra o mal de altitude (custa, em média, 40 novos sóis ou R$ 22). É preciso começar a tomar as pílulas antes de chegar à altitude, e só parar no fim da viagem. São necessários ao menos três comprimidos por dia. Uma alternativa, recomendada pelos guias, é tomar duas aspirinas logo pela manhã. ● Roupas: o clima muda muito durante a trilha. É importante vestir-se com várias camadas. Um casaco corta-vento (anorac) faz toda a diferença – se for impermeável, melhor. Nunca coloque duas calças para caminhar e evite jeans e moletons. Nos primeiros dias, você precisará também de luvas, gorros e cachecóis. No trecho final, roupas leves, traje de banho e boné. ● Pés: bota ou tênis de trekking, de preferência, impermeáveis. Quanto mais usados, melhor. Sapatos novos costumam encher os pés de bolhas e tornam a caminhada insuportável. Meias próprias para trekking e pomada antimicose também são importantes, assim como band-aids. ● Malas: devem ser maleáveis, para seguir amarradas nas mulas, e ter, no máximo, 15 quilos. É possível deixar uma bagagem extra em Cuzco, para ser retirada depois da trilha. Importante: no trem entre Aguas Calientes e Cuzco, os funcionários costumam implicar com malas maiores, mesmo que sejam leves. ● Acessórios: o protetor solar deve ser usado todos os dias, mesmo com tempo frio e nublado. Em altitude, o sol queima muito mais. Protetor labial e repelente também são importantes. Não esqueça de levar água – se tiver um cantil, melhor. Apesar de o Brasil não exigir mais a vacina contra febre amarela para os viajantes que vêm do Peru, algumas companhias ainda pedem a carteira de vacinação internacional. Não custa se prevenir. ● A.M. companhia dos xamãs que vendemartesanato no hotel,Victor Flores Solas, de 24 anos, e Luiz Quisep Calisina, de 26. Para alcançar a lagoa, localizada entre os picos nevados do Salkantay e do Huamantay, é preciso enfrentar 800 metros de subida, por uma trilha íngreme. Em altitude, cada passo parece uma maratona. Mas há tempo de sobra. Por isso, pare para descansar quantas vezes for necessário. “Cada um deve seguir o próprio ritmo”, recomenda o guia Guido Huamam Serrano, de 28 anos. Fechando o grupo, vai Seu Domingos, o arriero. Aos 68 anos, ele não demonstra cansaço. “Estou acostumado”, diz. É elequempuxaasmulasquecarregam casacos extras, caminhantes exaustos e o kit de primeiros socorros, composto, entre outras coisas, por uma garrafa de oxigênio. Quando a subida chega ao fim, os trekkers ganham a recompensa.AbelaLagoadoHuamantay, verde de um lado e azul deoutro,conhecida tambémcomo Pocoy. Para os incas, ela era os olhos da Montanha Huamantay, que aparece refletida em suas águas em dias claros. E se as nuvens estão baixas, montanhaecéutornam-seumelemento único. Não é difícil entender porque, paraosincas, essasfor- mações rochosas eram sagradas – os chamados apus. RITUAL A magia do lugar é completada pela presença dos xamãs, que fazem um ritual de proteção para o restante da jornada. Em um círculo, todos seguram três folhas de coca, que, na crença inca,eramusadasparasecomunicar com os deuses. Com um sopro, o grupo saúda os apus ao redor. “O Salkantay é o arisco, o que não ouve ninguém. Ele só escuta o Huamantay – por isso, pedimos a ele para interceder com Salkantay”, explica Guido. Além de permissãoparaingressarnatrilha, no dia seguinte, os xamãs pedem que as nuvens se dissipem e o sol apareça. Em seguida, todos mascam as folhas, que são colocadas sob uma pequena pedra, como um presente à pachamama (mãe terra).Essetipodeoferenda,conhecida como apacheta, pode ser vista por toda a parte. O ritual se completa com um saúdo: sumaqlla, um desejo de felicidade e coisas boas. Independentemente de crenças, não dá para negar que o momento é especial. Logo depois da cerimônia, as nuvens começam a dissipar. Um lugar como esse só pode mesmo ser mágico. ● ADRIANA MOREIRA LAGOA DO HUAMANTAY – A recompensa depois da extenuante subida: Pocoy mescla tons de azul e verde .. Caravanas Evangélicas 2008 .. . . s s e e õ õ ç ç o o m m Egito & Terra Santa Só e Só e Acompanhante Brasileiro durante a viagem 13 Dias: Cairo • Monte Sinai • Eilat • Tel Aviv • Jope • Cesaréia • Nazaré • Tiberíades • Jericó • Betania • Ein Karen • Jerusalém Passagem Aérea, Hotéis de Primeira Categoria, Meia Pensão (Café da Manhã tipo Buffet e Jantar), Seguro Viagem Todos os passeios e visitas em Português Saídas Set.: 2,16*, 30 • Out.: 6 • Nov.: 4 R$ 5.373,00 (à vista) ou R$ 1.612,00 de entrada + Egito - Jordânia & Terra Santa 8 x R$ 470,00 Viena - Budapest - Praga & Berlim Acompanhante Brasileiro durante a viagem Os Melhores e mais completos passeios... Aéreo, Seguro Viagem, Café da Manhã tipo Buffet e 03 Refeições inclusas 13 dias visitando o Cairo • Petra • Tel Aviv • Cesaréia • Haifa • Acre • Nazaré • Galiléia • Cafarnaum • Tiberíades • Jerusalém 14 dias, Aéreo, Seguro Viagem, Hotéis de Primeira Categoria, Café da Manhã tipo Buffet e 15 Refeições. Todos os passeios e visitas em Português Saídas Set.: 9*,23 • Out.: 14 • Nov.: 4 R$ 5.408,00 (à vista) ou R$ 1.622,00 de entrada + x R$ 8 (11) 3255 7737 www.viaggio.com.br ou consulte seu agente de viagens 474,00 Consulte também: Europa • Oriente Médio • Índia Rússia e Escandinavia • Centro e Leste Europeu • EUA e Canadá • China Indochina • África do Sul Tudo incluso! Saída Set.:10 R$ 1.390,00 de entrada + R$ 6.948,00 (à vista) ou 12 x R$ 464,00 DXPRESS CUZCO Preços por pessoa em apto./cabine dupla em Hotel de primeira categoria. Passagens aérea em classe econômica desde São Paulo, Rio de Janeiro. Preços calculados ao câmbio de US$ 1,00 = R$ 1,75 sujeitos a alteração sem prévio aviso. Preços válidos até 02 dias após a publicação. Taxa de embarque, segurança e combustível não inclusas. *Preços correspondem às datas de saída com asterisco. Parcelamento com c/c Visa, Mastercard ou Diners. ABAV 434/SP - Embratur SP-10-43595818000107 • atendimento a agências de viagem tel.: (11)3478 2000 ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 8 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V8 - %HermesFileInfo:V-8:20080722: V8 VIAGEM&AVENTURA TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008 O ESTADO DE S.PAULO AVENTURA Enfim, o começo e o ponto mais alto Depois da aclimatação, chega a hora de encarar subidas íngremes até El Paso, a 4.650 metros de altitude FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE cionante. O Salkantay impõese, como um rei, à frente dos aventureiros. Há apachetas (pedras empilhadas em oferenda) paratodo lado.Faz partedatradição: todos os aventureiros que passam por ali depositam sua pedra em agradecimento. Apesar da beleza do lugar, é impossível ficar por muito tempo. Sem qualquer barreira, o vento frio acaba rapidamente com as energias dos aventureiros. E o caminho ainda é longo. CUZCO Extenuante e cheio de surpresas, o terceiro dia de caminhada é, na verdade, onde o trekking pela Trilha do Salkantay realmente começa. Nesse dia, o grupo deixa o primeiro lodge e anda por oito horas, em um dos trechos mais duros da jornada. E também alcança o ponto mais alto, a 4.650 metros. O oxigênio rarefeito é, sem dúvida, o principal inimigo: são nada menos que 800 metros de subida. Muleiros passam a todo momento, carregando mantimentos para os povoados do caminho e para os lodges. Por isso, não estranhe se sua mala passar por você – ela estará “à sua espera” no próximo hotel. A primeira parada para descanso é no Salkantaypampa, área descampada a 4.100 metros de altitude. Ali, cada um escolhe uma pedra para ser levada a Salcantayccasa – ou El Paso –, a parte mais alta de todo o trajeto, como uma oferenda à pachamama. “Cada pedrinha já pertenceu à parte mais alta da montanha”, explica o guia Guido Huamam Serrano. Deixá-la mais próxima às origens, segundo ele, é uma forma de recompensar a montanha por permitir que o grupo passe pela trilha. A parte mais dura ainda está por vir. Um caminho íngreme e longo,conhecidocomoSeteVoltas, por ter sete ziguezagues até o topo. Mesmo as mulas respiram ofegantes e precisam parar para descansar. Chegar ao Soroycocha, campo a 4.300 metros de altitude, é a redenção do grupo. Hora de comer o lanche de trilha – composto, basicamente, por frutas, suco e biscoitos – e recuperar o fôlego para a última subida. A chegada a El Paso é emo- HORA DO ALMOÇO CONQUISTA – No ápice do percurso, oferendas ESFORÇO – Em alguns trechos, até as mulas sofrem CONFORTO – Almoço caprichado nas tendas montadas em cenários inacreditáveis SIMPLICIDADE – Casinha ‘perdida’ entre os montes O grupo se despede do “arisco” e segue – está na hora do almoço, já pronto, mais à frente. Mario Cobos Mejías, o cozinheiro, deixou o lodge depois do grupo, mas, montanhista experiente, ultrapassou todos há tempos. Ele acompanha a caminhada de lodge em lodge para que os aventureiros encontrem sempre a comida pronta. O refeitório é instalado em umponto conhecidocomo Ichupata, a 4.100 metros de altitude. O restaurante funciona em uma barraca, com mesas e cadeiras desmontáveis. Mario prepara a comida em outra, está acostumado com o improviso. “Cozinhei por muitos anos na Trilha Inca”, diz. Há até banheiro, numa pequena tenda. No cardápio, nada de miojo. Torradas de alho, para amansarosestômagosvorazes,seguidas de sopa e de lomo saltado (lombo com arroz e legumes). Depois da refeição, não falta muito para chegar ao segundo lodge. Alguns metros à frente já é possível observá-lo, depois de um belo campo amarelo, todo recortado por cursos d’água. O reflexo do sol nas águas confere uma coloração especial ao lugar. É o desfecho perfeito para mais um dia de caminhada. ● ADRIANA MOREIRA O sol forte castiga no último dia. E ninguém reclama O entusiasmo dá sinais de desgaste, mas ainda há as ruínas de Llactapata CUZCO Assim que anoitece, o cume nevado do Huamantay reflete os tons prateados da lua cheia. O Wayrac,segundolodgedocaminho, tem uma vista privilegiada, aos pés da montanha. O lugar marca a transformação do ecossistema.Paratrás,neve,rochas e vegetação rasteira; à frente, árvores altas e montanhas verdes. Até os sons mudam:antes,omáximoque sepodia ouvir eram abutres ou condores. Dali para frente, o canto dos passarinhos acompanha o grupo até o fim da viagem. As roupas, agora, são mais leves e o repelente faz parte dos itens indispensáveis. A trilha nesse dia é bem mais tranqüila. São apenas quatro horas de caminhada, em mil metros de descidaleve.Há tempodesobrapara observar a natureza. A única subida do trajeto é a que leva ao terceiro lodge, o Collpa. As montanhas cercam a construção e aumentam a sensação de isolamento. O grupo chega na hora do almoço, para saborear uma comida tipicamente andina: a pachamanca (leia mais na página 10). Depois do almoço, a ordem é relaxar. Escolha entre tomar sol, ler ou aproveitar a jacuzzi em forma de meia-lua. Depoisdeumanoitebemdormida, o grupo parte para o Lucma, o quarto e último lodge. Agora, os picos nevados não passam de um pontoque, vez ou outra, surge na paisagem. O sol brilha forte e a vegetação, densa e abundante, exibe flores coloridas, pés de granadilla (espéciedemaracujá) emorangossilvestres. Alcançar o curso do Rio Santa Teresa é o objetivo nesse dia. No total, são cinco horas de caminhada e nada menos que mil metros de descida. A região é rica em fontes de águas termais, que, em alguns trechos, formam piscinas bem ao lado do rio. O caminho também tem várias cachoeiras, estas, porém, de água bem gelada. O almoço é, mais uma vez, em trânsito. No cardápio, torta fria de purê de batatas recheada com atum e macarrão. Dali, faltam poucos metros até La Playa, povoado onde uma van esperapelosaventureiros. Nesse local, o grupo se despede dos arrieros e segue de carro por 30 minutos, até a entrada da trilha que leva ao Lucma. Sãomais30minutosdecaminhadaemumaextenuantesubida. Essa já não é uma região desabitada. No caminho é possível ver diversas casas cujos moradores vivem do plantio e da torrefação de café. PRECIOSIDADE Além da altitude, o sol forte castiga os aventureiros no último dia de trilha. É preciso subir 800metros,debaixodefortecalor e sem quedas-d’água para um refresco. Quando termina a subida, é sinal que o grupo se aproxima de Llactapata, ruínas restauradas em 2003. “Nós podemos estar caminhando sobre construções incas”, afirma o guia Guido Huamam Serrano. “Tudo isso estava coberto de mato e, de repente, surgiu um lugar como esse. Quantos assim podem existir?” Llactapatatemumavistaprivilegiadade umgrupode ruínas bem famosas: Machu Picchu. O trecho plano segue por mais alguns metros até um belo mirante, de onde avista-se o vale do Rio Vilcanota. Para alcançá-lo, é preciso descer mais mil metros, em uma trilha difícil. E os joelhos reclamam. A caminhada termina em uma usina hidrelétrica, de onde parte otrem queleva os aventureiros a Aguas Calientes. A paz, o silêncio e a exclusividade ficaram para trás. É hora de se unir à horda de 2 mil turistas que invade Machu Picchu todos os dias. ● A.M. FIM – Pausa antes de embarcar no trem para Aguas Calientes ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 9 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V9 - %HermesFileInfo:V-9:20080722: TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008 O ESTADO DE S. PAULO VIAGEM&AVENTURA VIAGEM&AVENTURA V9 V9 AVENTURA ADRIANA MOREIRA/AE MachuPicchu do seu jeito Fuja dos outros visitantes e suba o máximo que puder para ver o amanhecer na cidade AGUAS CALIENTES Ainda não amanheceu, mas já há fila no ponto de ônibus que levaosturistasdeAguasCalientesa MachuPicchu. Apesar disso, não é preciso esperar muito. Basta um deles lotar para o próximo se posicionar e sair, em menos de 5 minutos. A trilha sonora do ônibus toca uma espécie de lambada peruana,talvez paracolocar osturistas “no clima” do país. Detalhe esquecido assim que o visitante entra na cidadela e se deparacomavistaclássicadasruínas, justificadamente presente em todos os cartões-postais. A dica é subir o máximo possível, em direção à Porta do Sol e no sentido oposto da maioria das pessoas. Dali é possível ter uma vista privilegiada do ama- nhecer na cidadela. Primeiro, o raio de sol toca Huayna Picchu, a montanha mais alta, e, aos poucos, ilumina toda a cidade. Além de proporcionar momentos como esse, chegar cedo ajuda a escapar do trânsito de turistas que vêm de trem, a partir das 10 horas, diretamente de Cuzco. Quem pretende subir até Huayna Picchu também deve madrugar – apenas 400 pessoas por dia são autorizadas a ir até o alto da montanha para ver a cidadela de um ângulo totalmente diferente. MISTÉRIOS Ninguém sabe ao certo por que os incas construíram Machu Picchu,porvoltade1450. Historiadores acreditam que não se tratava de uma cidade tradicional. O local era destinado a sa- cerdotes e a estudiosos. Templos dedicados ao sol e à lua, além do observatório astronômico, estão entre os indícios. Havia, ainda, um local para depositar oferendas aos condores, que, na cultura inca, serviam de mensageiros entre o mundo terreno e os deuses. Os campos em degraus indicam que ali também eram realizados experimentos agrícolas. Ao todo, são 216 construções no complexo arqueológico. Engenheiros habilidosos, os incas não utilizavam cimento ou barro em suas casas. Eles esculpiam diversos ângulos nas pedras, que impediam os prédios de desabar durante os freqüentesterremotos queaté hojeacometem a região. Arazãopelaqual MachuPicchu foi abandonada é tão incer- ta quanto os motivos de sua construção. Durante séculos, a cidadela ficou escondida. A porta que dá acesso a ela estava fechada com pedras quando o pesquisador americano Hiram Bingham descobriu as ruínas, em 1911, levado pelo guia local Melchor Arteaga. Umadasteoriasparaodeclínioda cidadela explicaque muitas pessoas que ali viviamforamdizimadas poralguma doença – e os sobreviventes teriam fugido pelas montanhas,antesdeosespanhóis invadirem o país. Hoje, são os turistas que invadem Machu Picchu, ávidos para descobrirporqueelafoiescolhida como uma das sete maravilhas do mundo moderno. ● ADRIANA MOREIRA EUROPA INÉDITA - 15 noites EUROPA Visitando Paris, Frankfurt, Praga,Viena, Budapeste, Liujbliana, Veneza, Florença e Roma. Passagem aérea + traslados + hospedagem + café da manhã + passeios + bolsa de viagem A partir de US$ 3.432 ou entr. R$ 1.773 + 5x R$ CIRCUITOS EUROPEUS COM GUIA FALANDO EM PORTUGUÊS. CAPITAIS DA EUROPA CENTRAL - 7 noites Visitando Praga, Budapeste e Viena. A partir de US$ 2.005 ou entr. R$ 1.034 + 5x R$ 826 PARIS, BENELUX E VALE DO RENO - 10 noites Visitando Paris, Bruxelas, Bruges, Rotterdam e Amsterdã. A partir de US$ 2.642 ou entr. R$ 1.364 + 5x R$ 636 483 MOSCOU E ST. PETERSBURGO - 7 noites Visitando Moscou, St. Petersburgo e Talin. A partir de US$ 2.681 ou entr. R$ 1.381 + 5x R$ 646 ITÁLIA DEI SOLE - 8 noites Visitando Milão,Verona,Veneza, Florença, Siena e Roma. Incluindo 7 refeições. A partir de US$ 2.439 ou entr. R$ 1.260 + 5x R$ Passeio ao litoral sul. Passagem aérea + traslados + 7 noites de hospedagem + café da manhã + city tour + bolsa de viagem A partir de R$ 1.224 ou entr. R$ 369 + 9x R$ 95 FORTALEZA Tour Gramado e Canela com almoço + Tour Uva e Vinho com almoço + Tour Alemão com Nova Petrópolis. A partir de R$ 971 ou entr. R$ 287 + 9x R$ PORTO DE GALINHAS 76 (1) A partir de R$ 1.095 ou entr. R$ 330 + 9x R$ 85 Visita aos parques Magic Kingdom, Epcot Center, MGM Studios, Animal Kingdom, Sea World, Aquatica, Universal e Island of Adventure. Incluindo tour de compras e 1 jantar no Planet Hollywood. Passagem aérea + traslados + hospedagem + café da manhã + city tour + bolsa de viagem NEW YORK - 4 noites (4) Passeio à praia de Cumbuco. SERRA GAÚCHA DISNEY COMPLETO - 8 noites MUNDO NATAL BRASIL 587 A partir de R$ 1.251 ou entr. R$ 378 + 9x R$ 97 FERNANDO DE NORONHA 4 noites em Natal com passeio ao litoral sul e 3 em Noronha com palestra do Ibama. A partir de R$ 2.439 ou entr. R$ 729 + 9x R$ A partir de US$ 1.240 ou entr. R$ 638 + 5x R$ 299 Visitando Madri, Bordeaux, Paris, Heidelberg, Innsbruck, Veneza, Florença, Roma, Nice e Barcelona. A partir de US$ 2.922 ou entr. R$ 1.506 + 5x R$ CRUZEIROS TEMPORADA DE INVERNO 2008 CARIBE INCRÍVEL - 7 NOITES Passagem aérea + traslados + hospedagem + café da manhã + city tour + bolsa de viagem A maior oferta de navios por todo o mundo Passagem aérea Rio ou São Paulo / Panamá City / Rio ou São Paulo ITÁLIA BELA - 8 noites 465 Visitando Milão, Veneza, Florença e Roma. EUROPA PARA TODOS - 16 noites 190 A partir de US$ 1.929 ou entr. R$ 993 + 5x R$ 704 A partir de US$ 2.367 ou entr. R$ 1.221 + 5x R$ ARUBA - 7 noites 570 (4) A partir de US$ 1.412 ou entr. R$ 729 + 5x R$ 340 LAGOS ANDINOS - 11 noites Visitando Santiago, Viña del Mar, Puerto Varas, Peulla com jantar, Bariloche e Buenos Aires. Incluindo travessia dos lagos. A partir de US$ 1.922 ou entr. R$ 993 + 9x R$ 257 BUENOS AIRES - 3 noites Roteiro: Colón (Panamá), Cartagena (Colombia), Santa Marta (Colombia), Orangestad (Aruba),Willemstad (Curaçao) e Kralendjik(Bonaire). Incluindo todos os traslados no Panamá + 2 noites de hospedagem em Colón no hotel Meliá Panama Canal. A partir de US$ 445 ou entr. R$ 225 + 9x R$ BUENOS AIRES E BARILOCHE - 7 noites 60 Incluindo visita ao Cerro Catedral (sem subida). A partir de US$ 1.999 ou entr. R$ 1.035 + 9 x de R$ CENTRO 2163-6869 PRÓXIMO À ESTAÇÃO METRÔ REPÚBLICA 267 SHOPPING IBIRAPUERA 5531-8272 Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h 171 A partir de US$ 1.277 ou entr. R$ 657 + 9x R$ CAMPINAS 19 - 3294-0077 CAMBUÍ [email protected] SHOPPING PLAZA SUL 5058-5454 SUPERSHOPPING OSASCO 3699-9670 SHOPPING ARICANDUVA 3444-2055 SHOPPING SP MARKET 3514-8230 www.marsans.com.br NO SHOPPING VA LO JA WEST PLAZA 3675-6668 Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h Seg - Sáb 10h às 22h Domingo 14h às 20h IMPORTANTE: PREZADO LEITOR, LEIA AQUI AS CONDIÇÕES DE VALIDADE DAS OFERTAS ANUNCIADAS ANTES DE ADQUIRÍ-LAS.Todos os preços publicados são por pessoa, em acomodação dupla ou conforme indicado (TPL = tripla ou QDP = quádrupla - valores para individuais sob consulta); "a partir de", ou seja, o menor preço disponível para cada produto; e válidos para embarque em São Paulo. Lugares limitados a disponibilidade no ato da reserva. Preços válidos até o dia da publicação do anúncio. Após a data da publicação, valores sujeitos a alteração sem prévio aviso.Taxas de embarque, portuárias, governamentais e gorjetas não incluídas. Financiamento sujeito à aprovação do crédito.Todas as viagens nacionais têm seus preços fixados em reais e as viagens internacionais e cruzeiros em dólares norte-americanos, que serão convertidos para reais ao câmbio do dólar turismo do dia da compra.Valores calculados em 17/07/2008 ao câmbio de US$ 1 = R$ 1,72 com tarifas aéreas promocionais sujeitas a restrições. Consulte os períodos de validade para embarque para cada uma das ofertas acima. (1) Viagem sem city tour (2) Viagem sem café da manhã (3) Viagem sem city tour e traslados (4) Viagem sem city tour, café da manhã e traslados. Fotos meramente ilustrativas. ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB 100% ESCALACOR Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 10 - 22/07/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto V10 - %HermesFileInfo:V-10:20080722: V10 VIAGEM&AVENTURA TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008 O ESTADO DE S.PAULO AVENTURA Jacuzzi e internet nas montanhas Mordomias e preocupação com os detalhes fazem dos lodges – quatro, no total – verdadeiros oásis nas alturas FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE reiros na caminhada. Não há televisão. Mas quem precisa de TV com uma paisagem daquelas do lado de fora? A internet foi instalada nos quatro lodges nestemês.Sóqueficardesconectado do mundo exterior por alguns dias também não é má idéia. O clima descontraído faz com que os hóspedes não se sintam em um hotel, mas em casa. Andar de chinelos e meias (ou, às vezes, só de meias) não causa estranhamento. A pedida é relaxar. Assim como ocorre em cruzeiros,édepraxe dargorjetaaosfuncionários.Emmédia, são 10 novos sóis (R$ 5) porcliente emcada estabelecimento,masovalorpode variar. Guias, cozinheiros e arrieros (muleiros) também recebem gratificação. CUZCO Desde pequeno, Enrique Umbert, gerente-geral do Mountain Lodges of Peru (MLP), acostumou-se a fazer roteiros de aventura com o pai. Foi durante uma dessas andanças que surgiu a idéia de construir um empreendimento que proporcionasse total contato com a natureza, mas com muito conforto. O sonho virou realidade quando seu pai, um empresário peruano, associou-se a um amigo na empreitada. Hoje, o MLP tem escritórios em Lima, em Cuzco e também no Brasil. Osquatrolodges foramconstruídos de uma só vez, entre julho de 2006 e junho de 2007, com investimento de US$ 3,5 milhões.“Levamos todoomate- Móveis e material de construção foram levados no lombo das mulas rial de construção e os móveis, tudo, no lombo das mulas”, conta Umbert. Instalados numa região onde não há energia elétrica,oslodges funcionam comgeradores.Aestruturaimpressiona. Todos (exceto o último empreendimento) têm aquecedores nos quartos e jacuzzis ao ar livre. Mas são os detalhes que fazem a diferença. Bolsa de água quente na cama e bombons no quarto são algumas das surpresas que o hóspede encontra. Quando chega, ovisitanterecebeumanécessaire com amenities para ser levada por toda a viagem. Isso sem falarnasrefeiçõesbempreparadas. O menu, desenvolvido por umanutricionista,privilegiaalimentos que ajudem os aventu- SUSTENTABILIDADE O PRIMEIRO – Soray, decorado como um palácio inca O SEGUNDO – A ‘pintura’ vista da janela do Wayrac COMO IR PASSAGEM AÉREA ● SP-Lima-Cuzco-Lima-SP sai por US$ 835 na LAN (0800-7610056) e US$ 867 na Taca (0800761-8222). SP-Lima-SP por US$ 840 na Gol (0300-115-2121). Lima-Cuzco-Lima por US$ 346 na LAN e US$ 154,70 na Taca PACOTES* ● US$ 2.899: 10 noites, com hos- pedagem em Cuzco (com café), em Aguas Calientes (meia pen- são) e no Mountain Lodges of Peru (MLP), com pensão completa. Riviera (0--11-5533-6889) ● US$ 3.860: 10 noites, com hospedagem em Cuzco (café) e no MLP (pensão completa). Top Brasil (0--11-3926-8000) ● US$ 3.915: 11 noites, com hospedagem em Cuzco (com café), em Aguas Calientes (meia pensão) e no MLP (pensão completa). Vivaterra (0--11-3258-2651) ● US$ 4.395: 10 noites, com hos- pedagem em Cuzco (com café) e no MLP (pensão completa). Tereza Ferrari (0--11-3021-1699) ● US$ 4.740: 10 noites, com hospedagem em Cuzco e em Aguas Calientes (com café) e no MLP (pensão completa). Highland (0--11-3254-4999) MLP BRASIL ● Informações: (0--21) 3861-9922 * mínimo por pessoa, com aéreo O lodges receberam decoração temática, para serem mais facilmente inseridos na cultura local. O Soray é o palácioincaeoWayrac,dedicado à religião e aos elementos danatureza. Folcloree tradiçãosão asmarcas do Collpa e o Lucma faz referências à mãe terra, pachamama. Todostêmno telhadoum parde touros e uma cruz, costume peruano para proteger as moradias. Segundo Umbert, o MLP também se preocupa com o desenvolvimentoda comunidade local– a grande maioria dos funcionários já morava na região antes da chegada do empreendimento. O grupo financiou um escritório para os arrieros e abastece os lodges com alimentos fornecidos por produtores locais. ‘Pachamanca’, o curioso e típico banquete andino ÚNICO – Prato cozinha sob a terra A cozinha andina é repleta de peculiaridades e tem na batata um de seus ingredientes mais importantes – há pelo menos 2 mil tipos por lá. Outro alimento sempre presente à mesa é a quinoa, um cereal. “Faz muito bem na altitude”, diz Mario Cobos Mejías, cozinheiro que acompanha o grupo durante o trekking. Mas nenhum prato desperta tanta curiosidade quanto a pachamanca, típico banquete andino cozido debaixo da terra. Pedras quentes ficam no fogo por 40 minutos e, em seguida, são colocadas em um buraco cavado na terra. Por cima vão os tubérculos, as favas e a mandioca. As carnes – galinha, cordeiro e cuy (porquinho da Índia) – entram na seqüência. “O cuy é o alimento mais importante dos Andes”, explica o cozinheiro. Cobre-se tudo com mais pedras e papelões, antes de a refeição ser enterrada. O almoço cozinha por 30 minutos. Pode parecer esquisito, mas acredite: o sabor é delicioso. ● A.M. ●● ● ● ADRIANA MOREIRA FOTOS DIVULGAÇÃO À venda Guia de Miami São 282 páginas de dicas, todas com o padrão Time Out. Mesmo para roteiros comuns, uma visão que outros turistas não têm. (R$ 49,90) Todo santo verão A Feira de São Domingos, que ocorre anualmente em Gdansk, na Polônia, esbanja tradição. E não só pelas atrações típicas. Sua primeira edição foi na década de 60. Do século 13, que fique claro. De 740 anos para cá muita coisa mudou. A começar pelo número de visitantes – a cidaMaior igreja de tijolos do de agora recebe cerca de 70 mil pessoas por dia – e pelos mundo, a St. Mary – Bazyliconcertos. Pelo menos os de rock e de música pop. Outras atrações da feira, que começa dia 26 e vai até ka Mariacka, em polonês – fica no centro da cidade (Ulica Podkra17 de agosto: mostras em galerias de arte e eventos espor- marska, 5) e tem capacidade para abrigar 25 mil pessoas. Quem tivos, folclóricos, gastronômicos e teatrais. sobe seus 405 degraus é recompensado com uma vista panorâA festa dura 23 dias e mesmo quem estiver de só passagem por Gdansk pode (e deve) conciliar a feira com a vi- mica do campanário da igreja, a 78 metros de altura. Logo abaixo sita a alguns pontos históricos – a Segunda Guerra come- está Ulica Mariacka, a rua mais bonita de Gdansk. çou ali e teve como palco a Península de Westerplatte. Chega-se lá de balsa, partindo do cais da cidade antiga. Hoje, um monumento monstruoso e algumas marcas são provas da heróica resistência durante seis dias, contra a máquina de guerra Ratusz Glównego Miastas dos nazistas. Construída entre 1379 e 1492, Deixada a prefeitura também é ponto turístico para trás pelo Exército Vermelho em 1945 como um amontoado de tijolos em chama, a cidade antiguiatimeout. ga foi cuidadosamente restaurada, resgatando com.br o seu estado de glória. No Museu Marítimo (www.cmm.pl), um enorme guindaste medieval já foi a maior peça de equipamento naval no mundo. Do outro lado do Rio Motlawa, mais de 300 celeiros ocupavam suas margens, motivo pelo qual Gdansk era chamada de “o celeiro da Europa”. Os depósitos são hoje propriedades abandonadas e ficam longe dos olhos do público. O subúrbio de Oliwa abriga a Antiga rota dos reis, a Uligrande catedral, mais conhecida por seu órgão do século ca Dluga mantém ainda ho18, maravilhosamente ornamentado. No centro da cidade ficam a Igreja de St. Mary, a antiga je as casas burguesas coloridas, muitas delas com afrescos elarota dos reis (Ulica Dluga), a prefeitura, o mercado antigo e borados. Passando pela Fonte Neptune e pela prefeitura, a Dluga a Ulica Mariacka, com seus cafés com terraço, bancas de termina no mar, onde está o mercado antigo de Gdansk. jóias e lojas de âmbar. DIVULGAÇÃO Tijolinho à vista www. Caminho real Guia de Buenos Aires A capital argentina vista pelos ingleses e explorada de uma maneira que você não encontra nos programas das excursões. (R$ 49,90) Guia de Dubai O único guia em português sobre a cidade mais ocidental do mundo islâmico. São centenas de informações turísticas culturais. (R$ 49,90) Guia de Nova York Com mais de 400 páginas, o guia leva o viajante a pontos tradicionais e aos mais atuais restaurantes, bares e casas noturnas. (R$ 49,90) Guia de Paris Um olhar crítico em relação a estereótipos e ao mesmo tempo apaixonado: artes, moda, dicas, comida, marcos históricos. (R$ 49,90) Destinos Salve Jorge: vai até 2 de agosto o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (www.encontrodeculturas.com. br; tel.: 0--623455-1077), que está na 8.ª edição e ocorre na Vila de São Jorge, em Goiás. Estão programados oficinas, vivências, filmes, rodas de prosa e apresentações de palco e dos grupos Cordel do Fogo Encantado, Ternos de Moçambique, da Curraleira dos Kalunga, Boi Zabumba e as Caixeiras do Divino, Zambiapunga e Chula. Se essa rua fosse minha: no primeiro sábado de cada mês, na Rua do Lavradio, no bairro da Lapa, no Rio, ocorre a Feira Rio Antigo (tel.: 0--21-22246693). A Lavradio é uma das primeiras ruas residenciais da cidade, moradia e local de encontro de poetas, escritores, políticos e artistas que fizeram parte da história do Rio de Janeiro. Evento turístico e cultural, com 11 anos de existência, reúne cerca de 350 expositores, como os antiquários que trabalham no bairro. Garfo e faca: os distritos de Sousas e Joaquim Egídio, em Campinas, recebem do dia 31 de julho a 10 de agosto o 3.º Festival Gastronômico de Inverno (www.sousas.tur.br; www. joaquimegidio.tur.br). Padarias, cafés, bares e restaurantes oferecem pratos especialmente preparados para o evento, que não é apenas gastronômico, mas também cultural e esportivo. Patrocínio