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22 DE JULHO DE 2008 NÚMERO 2.188
VIAGEM
&
AVENTURA
MARK RALSTON/AFP
FOTOS DIVULGAÇÃO
Mala olímpica
O que levar e o que
evitar para não passar
aperto em Pequim
Todo mundo é vip
Aeroportos que
abrem seus lounges
à classe econômica
Adeus, balada
Boates de Downtown
Disney darão lugar a
lojas e restaurantes
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ADRIANA MOREIRA/AE
Nasmontanhas
doPeru
São sete dias e 50 km de subidas
íngremes, descidas perigosas
e ar rarefeito, na Trilha
do Salkantay. As recompensas:
paisagens alucinantes
(na foto, a Lagoa de Huamantay)
e lodges bem equipados
pelo caminhoq PÁGS. 6 A 10
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V6 VIAGEM&AVENTURA
TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008
O ESTADO DE S.PAULO
AVENTURA
A caminhada é dura; falta ar. Mas a
Trilha do Salkantay compensa tudo
Esse trajeto de sete dias e 50 km em solo peruano leva às imediações de Machu Picchu. Com todo conforto
CAMINHO DAS PEDRAS
Sobe-e-desce nas montanhas do Peru
N
N
Collpa
2.850 m
La Playa
2.000 m
Salkantay
6.300 m
Rio Santa Teresa
Llactapata
3.000 m
Wayrac
3.800 m
Soray
3.800 m
Huamantay
5.900 m
Mollepata
2.800 m
Lucma
2.100 m
Rio Vilcanota
Estação Hidrelétrica
1.850 m
Ichupata
4.100 m
MACHU PICCHU
2.400 m
Salkantayccasa
(El Paso)
4.650 m
Aguas Calientes
1.800 m
Linha
de trem
ILUSTRAÇÕES: FARRELL INFOGRÁFICO/AE
PARA MELHOR – Pilar e Modesto: renda extra e casa reformada
FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE
Adriana Moreira
CUZCO
Majestosas, as montanhas
emolduram a paisagem durante todo o trajeto. As nuvens ora
tocam o chão, ora escondem os
picos nevados, como em um sonho. A Trilha do Salkantay, entre o povoado de Mollepata e o
valedoRioVilcanota,jánasimediaçõesdeMachuPicchu,noPeru, leva o viajante a uma caminhada de sete dias por cenários
dignos de um filme, que surpreende a cada tomada.
O caminho, de 50 quilômetros (veja o mapa acima), é uma
alternativa para chegar a Machu Picchu sem percorrer a saturada Trilha Inca, cuja fila de
espera chega a quatro meses.
Até o ano passado, o privilégio
de ver a vegetação se transformarde douradae rasteiraaverdee exuberanteduranteotrajetoeraumaexclusividade demochileiros, dispostos a acampar
pelo caminho, onde a temperatura, em muitas noites, desce
abaixo de zero grau.
Nessa região não há luz elétrica ou estradas. O transporte
é feito por meio de mulas. E é
preciso estar preparado para
tudo: o clima e a temperatura
podem mudar a qualquer momento.Chuvafinaou forte,rajadas de vento, sol, muito sol. Ou
frio, muito frio.
Chegar, portanto, a uma casa quente, com luxos como uma
jacuzzi para relaxar os músculos cansados e um chef que prepara, com capricho, iguarias típicas da cozinha peruana, pode
parecer miragem. Nada disso.
O Mountain Lodges of Peru se-
TREINO – O corpo precisa se adaptar à altitude antes de cair na estrada
gue uma tendência de hotéis
que têm o luxo como sinônimo
de conforto e de serviços – e não
de ostentação. A arquitetura
privilegiaa harmoniacomoambiente e utiliza recursos locais.
No lugar de objetos dourados e
esculturas romanas, artesanato e fotografias de manifestações culturais peruanas.
São quatro hotéis exclusivos, erguidos estrategicamente em pontos de parada dos
trekkers.Aidéia éatrair um público que gosta de aventura,
mas não está disposto a enfrentar os perrengues inerentes a
boa parte dos roteiros.
Os aventureiros partem do
Soray Lodge, o maior, com 12
quartos. Como parte do processo de aclimatação, os grupos
passamduas noitesali. Porisso,
éoúnicoonde existeaprobabilidade de duas expedições se encontrarem;nosoutrostrês,aexclusividade é total.
VILÕES
O oxigênio rarefeito pode ser o
principal inimigo do aventureiro.Ogrupopartejáde3.800metrose,duranteaexpedição,chega a 4.650. Por isso, aclimatar-
se é fundamental. O processo começa ainda em Cuzco,
capital do império inca, onde
osviajantespassamduasnoites antes de seguir para Mollepata.Asduas primeirastrilhas antes de começar a jornada entre lodges também
ajudam na adaptação do organismo.
A chegada ao Soray Lodge pode ser feita de carro ou
a pé. A caminhada não vale
pela beleza, mas é importante para preparar os pulmões
para os próximos dias. Isso
sem falar na providencial
pausa nos chacoalhões da
van pela estrada de terra.
Há duas opções de trilha.
A primeira, de cinco horas e
12 quilômetros, tem um longo trecho de subida, com
uma bela vista do alto. A segunda, totalmente plana,
tem três horas de percurso
em uma estrada de pedregulho, onde os carros ainda têm
acesso, mas são raros.
Trekkers que vão acampar
pelo caminho, no entanto,
são vistos em todo o trajeto.
Além da altitude, as bolhassãooutrosvilões,queteimam em aparecer nos piores momentos, atrapalhando os protagonistas (veja comoevitá-las nas dicas da página 7). Como coadjuvantes,
surgem povoados isolados e
personagens cheios de histórias para contar. Todos os
elementos de um roteiro digno de um Oscar. E com direito a final feliz. ●
Viagem feita a convite do
Mountain Lodges of Peru
Vida nova para
quem vive (quase)
isolado do mundo
A chegada dos lodges e dos turistas
mudou o cotidiano dos moradores
Trilha do Salkantay revela povoados isolados,
sem luz elétrica
nem estradas.
Nessa região, os moradores
acostumaram-se a percorrer longas distâncias a pé e
a carregar tudo nas mulas.
São pessoas como Pilar
Quispe Maybua, de 33 anos,
e seu marido, Modesto, de
48, que vivem em Huayraccmachay, a poucos metros
do segundo lodge, o
Wayrac.
Eles se conheceram por
meio do irmão de Pilar,
apaixonaram-se e, em pouco tempo, ela decidiu morar
na casa onde Modesto vive
desde os 18 anos. Nas proximidades, há algumas poucas habitações, onde também moram alguns de seus
parentes.
O casal cria ovelhas e
planta batatas, que secam
em uma espécie de sótão.
“Assim, elas duram o ano
todo”, conta Pilar. Era dessa forma que o casal tirava
o sustento até começar a
trabalhar no lodge. Pilar
cuida de todos os detalhes,
para que não falte nada aos
hóspedes do Wayrac. Modesto faz a manutenção.
A
“Fui a Lima fazer um
curso de capacitação”, conta Pilar, com um sorriso largo. “Gosto de conversar, de
conhecer pessoas. Adoro
meu emprego.” Com a renda extra, foi possível aumentar a casa e construir um
novo quarto para o casal.
Antes, eles dormiam no
mesmo cômodo onde funcionam a cozinha e a sala.
“Agora, podemos receber
visitas com mais conforto”,
afirma Pilar.
Outra que não perde a
oportunidade de conversar
com os viajantes é Felicitas
Rocanas Esquibias, de 58
anos, que mora em outro
povoado, nas proximidades
do terceiro lodge, o Collpa.
Apenas oito famílias vivem
nas redondezas. Ela conta
que nunca saiu dali – assim
como a mãe e a avó. “Mas
tenho vontade de morar na
cidade”, afirma.
Seu sustento vem, principalmente, da criação de animais, da lavoura e da venda
de produtos para os turistas que passam por ali.
Três de seus sete filhos também trabalham no lodge. ●
Adriana Moreira
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O ESTADO DE S. PAULO
VIAGEM&AVENTURA
VIAGEM&AVENTURA V7
V7
AVENTURA
ADRIANA MOREIRA/AE
Entre xamãs e as
forças da natureza
num lugar mágico
Em ritual, eles pedem aos ‘apus’ dias mais claros
e permissão para começar a longa jornada
Oventofriodoentardecer parece sugar as forças dos aventureiros. Chegar a pé ao Soray
Lodge, o primeiro da jornada, é
importante para o processo de
aclimatação. Mas o corpo ainda
sente os efeitos dos 3.800 metros de altitude. O cansaço não
condizcomadistânciapercorrida; a estrada, cheia de curvas,
parece não ter fim. E esconde o
tão esperado hotel, que só pode
ser avistado a poucos metros
da chegada.
No limite físico, o grupo entra, finalmente, no lodge. A recepção não poderia ser mais calorosa: os funcionários recolhem os sapatos sujos de terra e
as blusas molhadas pela chuva
fina e ainda oferecem uma xícara de chá de coca, quentinho. É
aprimeiradassurpresasencontradas no roteiro.
O jantar farto, com sopa de
abóbora, truta, purê de batatas,
cenouraraladae mussedechirimoya (semelhante à fruta-doconde), ajuda a repor as energias. Afinal, ainda há muito
mais pela frente. No dia seguinte, a trilha até a Lagoa do Huamantay, a 4.200 metros de altitude, é opcional. Mas ficar dentrodolodgepodeserumdesperdício, já que se trata de uma das
experiências mais incríveis da
jornada. Especialmente com a
SAIBA ANTES DE IR
● Altitude: evitar álcool e tomar muito líquido, principalmente chá de coca, ajuda a minimizar os efeitos do oxigênio
rarefeito. As farmácias vendem
ainda o soroche pill, remédio
contra o mal de altitude (custa,
em média, 40 novos sóis ou R$
22). É preciso começar a tomar
as pílulas antes de chegar à
altitude, e só parar no fim da
viagem. São necessários ao
menos três comprimidos por
dia. Uma alternativa, recomendada pelos guias, é tomar duas
aspirinas logo pela manhã.
● Roupas: o clima muda muito durante a trilha. É importante vestir-se com várias camadas. Um casaco corta-vento
(anorac) faz toda a diferença –
se for impermeável, melhor.
Nunca coloque duas calças para caminhar e evite jeans e moletons. Nos primeiros dias, você precisará também de luvas,
gorros e cachecóis. No trecho
final, roupas leves, traje de banho e boné.
● Pés: bota ou tênis de trekking, de preferência, impermeáveis. Quanto mais usados, melhor. Sapatos novos costumam
encher os pés de bolhas e tornam a caminhada insuportável.
Meias próprias para trekking e
pomada antimicose também
são importantes, assim como
band-aids.
● Malas: devem ser maleáveis, para seguir amarradas
nas mulas, e ter, no máximo, 15
quilos. É possível deixar uma
bagagem extra em Cuzco, para
ser retirada depois da trilha.
Importante: no trem entre
Aguas Calientes e Cuzco, os
funcionários costumam implicar com malas maiores, mesmo que sejam leves.
● Acessórios: o protetor solar
deve ser usado todos os dias,
mesmo com tempo frio e nublado. Em altitude, o sol queima
muito mais. Protetor labial e
repelente também são importantes. Não esqueça de levar
água – se tiver um cantil, melhor. Apesar de o Brasil não
exigir mais a vacina contra febre amarela para os viajantes
que vêm do Peru, algumas companhias ainda pedem a carteira
de vacinação internacional.
Não custa se prevenir. ● A.M.
companhia dos xamãs que vendemartesanato no hotel,Victor
Flores Solas, de 24 anos, e Luiz
Quisep Calisina, de 26.
Para alcançar a lagoa, localizada entre os picos nevados do
Salkantay e do Huamantay, é
preciso enfrentar 800 metros
de subida, por uma trilha íngreme. Em altitude, cada passo parece uma maratona. Mas há
tempo de sobra. Por isso, pare
para descansar quantas vezes
for necessário. “Cada um deve
seguir o próprio ritmo”, recomenda o guia Guido Huamam
Serrano, de 28 anos.
Fechando o grupo, vai Seu
Domingos, o arriero. Aos 68
anos, ele não demonstra cansaço. “Estou acostumado”, diz. É
elequempuxaasmulasquecarregam casacos extras, caminhantes exaustos e o kit de primeiros socorros, composto, entre outras coisas, por uma garrafa de oxigênio.
Quando a subida chega ao
fim, os trekkers ganham a recompensa.AbelaLagoadoHuamantay, verde de um lado e azul
deoutro,conhecida tambémcomo Pocoy. Para os incas, ela era
os olhos da Montanha Huamantay, que aparece refletida em
suas águas em dias claros. E se
as nuvens estão baixas, montanhaecéutornam-seumelemento único. Não é difícil entender
porque, paraosincas, essasfor-
mações rochosas eram sagradas – os chamados apus.
RITUAL
A magia do lugar é completada
pela presença dos xamãs, que
fazem um ritual de proteção para o restante da jornada. Em
um círculo, todos seguram três
folhas de coca, que, na crença
inca,eramusadasparasecomunicar com os deuses.
Com um sopro, o grupo saúda os apus ao redor. “O Salkantay é o arisco, o que não ouve
ninguém. Ele só escuta o Huamantay – por isso, pedimos a ele
para interceder com Salkantay”, explica Guido. Além de
permissãoparaingressarnatrilha, no dia seguinte, os xamãs
pedem que as nuvens se dissipem e o sol apareça.
Em seguida, todos mascam
as folhas, que são colocadas sob
uma pequena pedra, como um
presente à pachamama (mãe
terra).Essetipodeoferenda,conhecida como apacheta, pode
ser vista por toda a parte. O ritual se completa com um saúdo:
sumaqlla, um desejo de felicidade e coisas boas. Independentemente de crenças, não dá para
negar que o momento é especial. Logo depois da cerimônia,
as nuvens começam a dissipar.
Um lugar como esse só pode
mesmo ser mágico. ● ADRIANA
MOREIRA
LAGOA DO HUAMANTAY – A recompensa depois da extenuante subida: Pocoy mescla tons de azul e verde
.. Caravanas Evangélicas 2008
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CUZCO
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TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008
O ESTADO DE S.PAULO
AVENTURA
Enfim, o começo e o ponto mais alto
Depois da aclimatação, chega a hora de encarar subidas íngremes até El Paso, a 4.650 metros de altitude
FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE
cionante. O Salkantay impõese, como um rei, à frente dos
aventureiros. Há apachetas (pedras empilhadas em oferenda)
paratodo lado.Faz partedatradição: todos os aventureiros
que passam por ali depositam
sua pedra em agradecimento.
Apesar da beleza do lugar, é
impossível ficar por muito tempo. Sem qualquer barreira, o
vento frio acaba rapidamente
com as energias dos aventureiros. E o caminho ainda é longo.
CUZCO
Extenuante e cheio de surpresas, o terceiro dia de caminhada é, na verdade, onde o trekking pela Trilha do Salkantay
realmente começa. Nesse dia, o
grupo deixa o primeiro lodge e
anda por oito horas, em um dos
trechos mais duros da jornada.
E também alcança o ponto mais
alto, a 4.650 metros.
O oxigênio rarefeito é, sem
dúvida, o principal inimigo: são
nada menos que 800 metros de
subida. Muleiros passam a todo
momento, carregando mantimentos para os povoados do caminho e para os lodges. Por isso, não estranhe se sua mala
passar por você – ela estará “à
sua espera” no próximo hotel.
A primeira parada para descanso é no Salkantaypampa,
área descampada a 4.100 metros de altitude. Ali, cada um escolhe uma pedra para ser levada a Salcantayccasa – ou El Paso –, a parte mais alta de todo o
trajeto, como uma oferenda à
pachamama.
“Cada pedrinha já pertenceu à parte mais alta da montanha”, explica o guia Guido Huamam Serrano. Deixá-la mais
próxima às origens, segundo
ele, é uma forma de recompensar a montanha por permitir
que o grupo passe pela trilha.
A parte mais dura ainda está
por vir. Um caminho íngreme e
longo,conhecidocomoSeteVoltas, por ter sete ziguezagues
até o topo. Mesmo as mulas respiram ofegantes e precisam parar para descansar.
Chegar ao Soroycocha, campo a 4.300 metros de altitude, é
a redenção do grupo. Hora de
comer o lanche de trilha – composto, basicamente, por frutas,
suco e biscoitos – e recuperar o
fôlego para a última subida.
A chegada a El Paso é emo-
HORA DO ALMOÇO
CONQUISTA – No ápice do percurso, oferendas
ESFORÇO – Em alguns trechos, até as mulas sofrem
CONFORTO – Almoço caprichado nas tendas montadas em cenários inacreditáveis
SIMPLICIDADE – Casinha ‘perdida’ entre os montes
O grupo se despede do “arisco”
e segue – está na hora do almoço, já pronto, mais à frente. Mario Cobos Mejías, o cozinheiro,
deixou o lodge depois do grupo,
mas, montanhista experiente,
ultrapassou todos há tempos.
Ele acompanha a caminhada de
lodge em lodge para que os
aventureiros encontrem sempre a comida pronta.
O refeitório é instalado em
umponto conhecidocomo Ichupata, a 4.100 metros de altitude.
O restaurante funciona em
uma barraca, com mesas e cadeiras desmontáveis. Mario
prepara a comida em outra, está acostumado com o improviso. “Cozinhei por muitos anos
na Trilha Inca”, diz. Há até banheiro, numa pequena tenda.
No cardápio, nada de miojo.
Torradas de alho, para amansarosestômagosvorazes,seguidas de sopa e de lomo saltado
(lombo com arroz e legumes).
Depois da refeição, não falta
muito para chegar ao segundo
lodge. Alguns metros à frente já
é possível observá-lo, depois de
um belo campo amarelo, todo
recortado por cursos d’água. O
reflexo do sol nas águas confere
uma coloração especial ao lugar. É o desfecho perfeito para
mais um dia de caminhada.
● ADRIANA MOREIRA
O sol forte castiga no último
dia. E ninguém reclama
O entusiasmo dá sinais de desgaste, mas ainda há as ruínas de Llactapata
CUZCO
Assim que anoitece, o cume nevado do Huamantay reflete os
tons prateados da lua cheia. O
Wayrac,segundolodgedocaminho, tem uma vista privilegiada, aos pés da montanha. O lugar marca a transformação do
ecossistema.Paratrás,neve,rochas e vegetação rasteira; à
frente, árvores altas e montanhas verdes. Até os sons mudam:antes,omáximoque sepodia ouvir eram abutres ou condores. Dali para frente, o canto
dos passarinhos acompanha o
grupo até o fim da viagem.
As roupas, agora, são mais
leves e o repelente faz parte dos
itens indispensáveis. A trilha
nesse dia é bem mais tranqüila.
São apenas quatro horas de caminhada, em mil metros de descidaleve.Há tempodesobrapara observar a natureza.
A única subida do trajeto é a
que leva ao terceiro lodge, o
Collpa. As montanhas cercam a
construção e aumentam a sensação de isolamento. O grupo
chega na hora do almoço, para
saborear uma comida tipicamente andina: a pachamanca
(leia mais na página 10). Depois
do almoço, a ordem é relaxar.
Escolha entre tomar sol, ler ou
aproveitar a jacuzzi em forma
de meia-lua.
Depoisdeumanoitebemdormida, o grupo parte para o Lucma, o quarto e último lodge.
Agora, os picos nevados não
passam de um pontoque, vez ou
outra, surge na paisagem. O sol
brilha forte e a vegetação, densa e abundante, exibe flores coloridas, pés de granadilla (espéciedemaracujá) emorangossilvestres.
Alcançar o curso do Rio Santa Teresa é o objetivo nesse dia.
No total, são cinco horas de caminhada e nada menos que mil
metros de descida. A região é
rica em fontes de águas termais, que, em alguns trechos,
formam piscinas bem ao lado
do rio. O caminho também tem
várias cachoeiras, estas, porém, de água bem gelada.
O almoço é, mais uma vez,
em trânsito. No cardápio, torta
fria de purê de batatas recheada com atum e macarrão. Dali,
faltam poucos metros até La
Playa, povoado onde uma van
esperapelosaventureiros. Nesse local, o grupo se despede dos
arrieros e segue de carro por 30
minutos, até a entrada da trilha
que leva ao Lucma.
Sãomais30minutosdecaminhadaemumaextenuantesubida. Essa já não é uma região desabitada. No caminho é possível ver diversas casas cujos moradores vivem do plantio e da
torrefação de café.
PRECIOSIDADE
Além da altitude, o sol forte castiga os aventureiros no último
dia de trilha. É preciso subir
800metros,debaixodefortecalor e sem quedas-d’água para
um refresco. Quando termina a
subida, é sinal que o grupo se
aproxima de Llactapata, ruínas
restauradas em 2003. “Nós podemos estar caminhando sobre
construções incas”, afirma o
guia Guido Huamam Serrano.
“Tudo isso estava coberto de
mato e, de repente, surgiu um
lugar como esse. Quantos assim podem existir?”
Llactapatatemumavistaprivilegiadade umgrupode ruínas
bem famosas: Machu Picchu. O
trecho plano segue por mais alguns metros até um belo mirante, de onde avista-se o vale do
Rio Vilcanota. Para alcançá-lo,
é preciso descer mais mil metros, em uma trilha difícil. E os
joelhos reclamam.
A caminhada termina em
uma usina hidrelétrica, de onde
parte otrem queleva os aventureiros a Aguas Calientes. A paz,
o silêncio e a exclusividade ficaram para trás. É hora de se unir
à horda de 2 mil turistas que invade Machu Picchu todos os
dias. ● A.M.
FIM – Pausa antes de embarcar no trem para Aguas Calientes
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TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008
O ESTADO DE S. PAULO
VIAGEM&AVENTURA
VIAGEM&AVENTURA V9
V9
AVENTURA
ADRIANA MOREIRA/AE
MachuPicchu
do seu jeito
Fuja dos outros visitantes e suba o máximo
que puder para ver o amanhecer na cidade
AGUAS CALIENTES
Ainda não amanheceu, mas já
há fila no ponto de ônibus que
levaosturistasdeAguasCalientesa MachuPicchu. Apesar disso, não é preciso esperar muito.
Basta um deles lotar para o próximo se posicionar e sair, em
menos de 5 minutos.
A trilha sonora do ônibus toca uma espécie de lambada peruana,talvez paracolocar osturistas “no clima” do país. Detalhe esquecido assim que o visitante entra na cidadela e se deparacomavistaclássicadasruínas, justificadamente presente
em todos os cartões-postais.
A dica é subir o máximo possível, em direção à Porta do Sol
e no sentido oposto da maioria
das pessoas. Dali é possível ter
uma vista privilegiada do ama-
nhecer na cidadela. Primeiro, o
raio de sol toca Huayna Picchu,
a montanha mais alta, e, aos
poucos, ilumina toda a cidade.
Além de proporcionar momentos como esse, chegar cedo
ajuda a escapar do trânsito de
turistas que vêm de trem, a partir das 10 horas, diretamente de
Cuzco. Quem pretende subir
até Huayna Picchu também deve madrugar – apenas 400 pessoas por dia são autorizadas a ir
até o alto da montanha para ver
a cidadela de um ângulo totalmente diferente.
MISTÉRIOS
Ninguém sabe ao certo por que
os incas construíram Machu
Picchu,porvoltade1450. Historiadores acreditam que não se
tratava de uma cidade tradicional. O local era destinado a sa-
cerdotes e a estudiosos. Templos dedicados ao sol e à lua,
além do observatório astronômico, estão entre os indícios.
Havia, ainda, um local para depositar oferendas aos condores, que, na cultura inca, serviam de mensageiros entre o
mundo terreno e os deuses. Os
campos em degraus indicam
que ali também eram realizados experimentos agrícolas.
Ao todo, são 216 construções
no complexo arqueológico. Engenheiros habilidosos, os incas
não utilizavam cimento ou barro em suas casas. Eles esculpiam diversos ângulos nas pedras, que impediam os prédios
de desabar durante os freqüentesterremotos queaté hojeacometem a região.
Arazãopelaqual MachuPicchu foi abandonada é tão incer-
ta quanto os motivos de sua
construção. Durante séculos, a cidadela ficou escondida. A porta que dá acesso a
ela estava fechada com pedras quando o pesquisador
americano Hiram Bingham
descobriu as ruínas, em 1911,
levado pelo guia local Melchor Arteaga.
Umadasteoriasparaodeclínioda cidadela explicaque
muitas pessoas que ali viviamforamdizimadas poralguma doença – e os sobreviventes teriam fugido pelas
montanhas,antesdeosespanhóis invadirem o país. Hoje,
são os turistas que invadem
Machu Picchu, ávidos para
descobrirporqueelafoiescolhida como uma das sete maravilhas do mundo moderno.
● ADRIANA MOREIRA
EUROPA INÉDITA - 15 noites
EUROPA
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636
483
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NEW YORK - 4 noites
(4)
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Noronha com palestra do Ibama.
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299
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465
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A partir de US$ 2.367 ou entr. R$ 1.221 + 5x R$
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570
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A partir de US$ 1.922 ou entr. R$ 993 + 9x R$
257
BUENOS AIRES - 3 noites
Roteiro: Colón (Panamá), Cartagena (Colombia), Santa Marta
(Colombia), Orangestad (Aruba),Willemstad (Curaçao) e
Kralendjik(Bonaire). Incluindo todos os traslados no Panamá
+ 2 noites de hospedagem em Colón no hotel Meliá Panama Canal.
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BUENOS AIRES E BARILOCHE - 7 noites
60
Incluindo visita ao Cerro Catedral (sem subida).
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Seg - Sáb 10h às 22h
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Seg - Sáb 10h às 22h
Domingo 14h às 20h
IMPORTANTE: PREZADO LEITOR, LEIA AQUI AS CONDIÇÕES DE VALIDADE DAS OFERTAS ANUNCIADAS ANTES DE ADQUIRÍ-LAS.Todos os preços publicados são por pessoa, em acomodação dupla ou conforme indicado (TPL = tripla ou QDP = quádrupla - valores para individuais sob consulta); "a partir de", ou seja, o menor preço disponível para cada produto; e válidos para embarque em São Paulo. Lugares limitados a disponibilidade
no ato da reserva. Preços válidos até o dia da publicação do anúncio. Após a data da publicação, valores sujeitos a alteração sem prévio aviso.Taxas de embarque, portuárias, governamentais e gorjetas não incluídas. Financiamento sujeito à aprovação do crédito.Todas as viagens nacionais têm seus preços fixados em reais e as viagens internacionais e cruzeiros em dólares norte-americanos, que serão convertidos para reais ao
câmbio do dólar turismo do dia da compra.Valores calculados em 17/07/2008 ao câmbio de US$ 1 = R$ 1,72 com tarifas aéreas promocionais sujeitas a restrições. Consulte os períodos de validade para embarque para cada uma das ofertas acima. (1) Viagem sem city tour (2) Viagem sem café da manhã (3) Viagem sem city tour e traslados (4) Viagem sem city tour, café da manhã e traslados. Fotos meramente ilustrativas.
ESCALAPB
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ESCALACOR
Produto: EST_SUPL1 - VIAGEM - 10 - 22/07/08
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Cyan Magenta Amarelo Preto
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V10 VIAGEM&AVENTURA
TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008
O ESTADO DE S.PAULO
AVENTURA
Jacuzzi e internet nas montanhas
Mordomias e preocupação com os detalhes fazem dos lodges – quatro, no total – verdadeiros oásis nas alturas
FOTOS ADRIANA MOREIRA/AE
reiros na caminhada.
Não há televisão. Mas
quem precisa de TV com
uma paisagem daquelas do
lado de fora? A internet foi
instalada nos quatro lodges
nestemês.Sóqueficardesconectado do mundo exterior
por alguns dias também não
é má idéia.
O clima descontraído faz
com que os hóspedes não se
sintam em um hotel, mas em
casa. Andar de chinelos e
meias (ou, às vezes, só de
meias) não causa estranhamento. A pedida é relaxar.
Assim como ocorre em
cruzeiros,édepraxe dargorjetaaosfuncionários.Emmédia, são 10 novos sóis (R$ 5)
porcliente emcada estabelecimento,masovalorpode variar. Guias, cozinheiros e arrieros (muleiros) também recebem gratificação.
CUZCO
Desde pequeno, Enrique Umbert, gerente-geral do Mountain Lodges of Peru (MLP),
acostumou-se a fazer roteiros
de aventura com o pai. Foi durante uma dessas andanças
que surgiu a idéia de construir
um empreendimento que proporcionasse total contato com
a natureza, mas com muito conforto. O sonho virou realidade
quando seu pai, um empresário
peruano, associou-se a um amigo na empreitada. Hoje, o MLP
tem escritórios em Lima, em
Cuzco e também no Brasil.
Osquatrolodges foramconstruídos de uma só vez, entre julho de 2006 e junho de 2007,
com investimento de US$ 3,5
milhões.“Levamos todoomate-
Móveis e material
de construção
foram levados no
lombo das mulas
rial de construção e os móveis,
tudo, no lombo das mulas”, conta Umbert. Instalados numa região onde não há energia elétrica,oslodges funcionam comgeradores.Aestruturaimpressiona. Todos (exceto o último empreendimento) têm aquecedores nos quartos e jacuzzis ao ar
livre. Mas são os detalhes que
fazem a diferença.
Bolsa de água quente na cama e bombons no quarto são algumas das surpresas que o hóspede encontra. Quando chega,
ovisitanterecebeumanécessaire com amenities para ser levada por toda a viagem. Isso sem
falarnasrefeiçõesbempreparadas. O menu, desenvolvido por
umanutricionista,privilegiaalimentos que ajudem os aventu-
SUSTENTABILIDADE
O PRIMEIRO – Soray, decorado como um palácio inca
O SEGUNDO – A ‘pintura’ vista da janela do Wayrac
COMO IR
PASSAGEM AÉREA
● SP-Lima-Cuzco-Lima-SP sai por
US$ 835 na LAN (0800-7610056) e US$ 867 na Taca (0800761-8222). SP-Lima-SP por US$
840 na Gol (0300-115-2121).
Lima-Cuzco-Lima por US$ 346 na
LAN e US$ 154,70 na Taca
PACOTES*
● US$ 2.899: 10 noites, com hos-
pedagem em Cuzco (com café),
em Aguas Calientes (meia pen-
são) e no Mountain Lodges of Peru (MLP), com pensão completa.
Riviera (0--11-5533-6889)
● US$ 3.860: 10 noites, com hospedagem em Cuzco (café) e no
MLP (pensão completa).
Top Brasil (0--11-3926-8000)
● US$ 3.915: 11 noites, com hospedagem em Cuzco (com café), em
Aguas Calientes (meia pensão) e
no MLP (pensão completa).
Vivaterra (0--11-3258-2651)
● US$ 4.395: 10 noites, com hos-
pedagem em Cuzco (com café) e
no MLP (pensão completa). Tereza Ferrari (0--11-3021-1699)
● US$ 4.740: 10 noites, com
hospedagem em Cuzco e em
Aguas Calientes (com café) e no
MLP (pensão completa).
Highland (0--11-3254-4999)
MLP BRASIL
● Informações: (0--21) 3861-9922
* mínimo por pessoa, com aéreo
O lodges receberam decoração temática, para serem
mais facilmente inseridos na
cultura local. O Soray é o palácioincaeoWayrac,dedicado à religião e aos elementos
danatureza. Folcloree tradiçãosão asmarcas do Collpa e
o Lucma faz referências à
mãe terra, pachamama. Todostêmno telhadoum parde
touros e uma cruz, costume
peruano para proteger as
moradias.
Segundo Umbert, o MLP
também se preocupa com o
desenvolvimentoda comunidade local– a grande maioria
dos funcionários já morava
na região antes da chegada
do empreendimento. O grupo financiou um escritório
para os arrieros e abastece os
lodges com alimentos fornecidos por produtores locais.
‘Pachamanca’,
o curioso e típico
banquete andino
ÚNICO – Prato cozinha sob a terra
A cozinha andina é repleta de
peculiaridades e tem na batata
um de seus ingredientes mais
importantes – há pelo menos 2
mil tipos por lá. Outro alimento
sempre presente à mesa é a quinoa, um cereal. “Faz muito bem
na altitude”, diz Mario Cobos Mejías, cozinheiro que acompanha o
grupo durante o trekking.
Mas nenhum prato desperta
tanta curiosidade quanto a pachamanca, típico banquete andino
cozido debaixo da terra. Pedras
quentes ficam no fogo por 40 minutos e, em seguida, são colocadas em um buraco cavado na terra. Por cima vão os tubérculos,
as favas e a mandioca. As carnes
– galinha, cordeiro e cuy (porquinho da Índia) – entram na seqüência. “O cuy é o alimento mais importante dos Andes”, explica o
cozinheiro.
Cobre-se tudo com mais pedras e papelões, antes de a refeição ser enterrada. O almoço cozinha por 30 minutos. Pode parecer esquisito, mas acredite: o sabor é delicioso. ● A.M.
●● ●
● ADRIANA MOREIRA
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Todo santo
verão
A Feira de São Domingos, que ocorre anualmente em
Gdansk, na Polônia, esbanja tradição. E não só pelas atrações típicas. Sua primeira edição foi na década de 60. Do
século 13, que fique claro. De 740 anos para cá muita coisa mudou. A começar pelo número de visitantes – a cidaMaior igreja de tijolos do
de agora recebe cerca de 70 mil pessoas por dia – e pelos
mundo, a St. Mary – Bazyliconcertos. Pelo menos os de rock e de música pop.
Outras atrações da feira, que começa dia 26 e vai até ka Mariacka, em polonês – fica no centro da cidade (Ulica Podkra17 de agosto: mostras em galerias de arte e eventos espor- marska, 5) e tem capacidade para abrigar 25 mil pessoas. Quem
tivos, folclóricos, gastronômicos e teatrais.
sobe seus 405 degraus é recompensado com uma vista panorâA festa dura 23 dias e mesmo quem estiver de só passagem por Gdansk pode (e deve) conciliar a feira com a vi- mica do campanário da igreja, a 78 metros de altura. Logo abaixo
sita a alguns pontos históricos – a Segunda Guerra come- está Ulica Mariacka, a rua mais bonita de Gdansk.
çou ali e teve como
palco a Península de
Westerplatte.
Chega-se lá de
balsa, partindo do
cais da cidade antiga. Hoje, um monumento monstruoso e
algumas marcas são
provas da heróica resistência durante
seis dias, contra a
máquina de guerra
Ratusz Glównego Miastas
dos nazistas.
Construída entre 1379 e 1492,
Deixada
a prefeitura também é ponto turístico
para trás
pelo Exército Vermelho em 1945 como um
amontoado de tijolos em chama, a cidade antiguiatimeout.
ga foi cuidadosamente restaurada, resgatando
com.br
o seu estado de glória.
No Museu Marítimo (www.cmm.pl), um enorme guindaste medieval já foi a maior peça de equipamento naval no mundo. Do outro lado do Rio Motlawa, mais de 300 celeiros ocupavam suas margens, motivo
pelo qual Gdansk era chamada de “o celeiro da Europa”.
Os depósitos são hoje propriedades abandonadas e ficam
longe dos olhos do público. O subúrbio de Oliwa abriga a
Antiga rota dos reis, a Uligrande catedral, mais conhecida por seu órgão do século
ca Dluga mantém ainda ho18, maravilhosamente ornamentado.
No centro da cidade ficam a Igreja de St. Mary, a antiga je as casas burguesas coloridas, muitas delas com afrescos elarota dos reis (Ulica Dluga), a prefeitura, o mercado antigo e
borados. Passando pela Fonte Neptune e pela prefeitura, a Dluga
a Ulica Mariacka, com seus cafés com terraço, bancas de
termina no mar, onde está o mercado antigo de Gdansk.
jóias e lojas de âmbar.
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Salve Jorge: vai até 2 de agosto o
Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada
dos Veadeiros
(www.encontrodeculturas.com.
br; tel.: 0--623455-1077), que
está na 8.ª edição e ocorre na Vila de São Jorge, em
Goiás. Estão programados oficinas,
vivências, filmes, rodas de prosa e
apresentações de palco e dos grupos
Cordel do Fogo Encantado, Ternos
de Moçambique, da Curraleira dos
Kalunga, Boi Zabumba e as Caixeiras
do Divino, Zambiapunga e Chula.
Se essa rua fosse minha: no
primeiro sábado
de cada mês, na
Rua do Lavradio, no bairro da
Lapa, no Rio,
ocorre a Feira
Rio Antigo (tel.:
0--21-22246693). A Lavradio é uma das
primeiras ruas residenciais da cidade, moradia e local de encontro de
poetas, escritores, políticos e artistas
que fizeram parte da história do Rio
de Janeiro. Evento turístico e cultural,
com 11 anos de existência, reúne
cerca de 350 expositores, como os
antiquários que
trabalham no
bairro.
Garfo e faca:
os distritos de
Sousas e Joaquim Egídio, em
Campinas, recebem do dia 31
de julho a 10 de
agosto o 3.º Festival Gastronômico
de Inverno (www.sousas.tur.br; www.
joaquimegidio.tur.br). Padarias, cafés, bares e restaurantes oferecem
pratos especialmente preparados
para o evento, que não é apenas gastronômico, mas também cultural e
esportivo.
Patrocínio
Download

viagem - 1 - Mountain Lodges of Peru