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Classificação do artigo 23 jan 2015 O Globo
CRISTIANE JUNGBLUT E JÚNIA GAMA [email protected]
Cunha acirra conflito com o governo
Deputado diz que PMDB não reconhece petista Henrique Fontana como líder
da base
“Ele se comporta como “Meu papel não é brigar líder do PT no governo e com o Eduardo Cunha e não como líder
de um sim defender a governo que tem vários candidatura do Arlindo partidos em sua base” Chinaglia” Eduardo
Cunha Henrique Fontana Líder do PMDB na Câmara Líder do governo na Câmara
­BRASÍLIA­ Líder do PMDB na Câmara e apontado como favorito na disputa à Presidência da Casa,
Eduardo Cunha (RJ) rebateu via Twitter as declarações dadas no dia anterior pelo líder do governo na
Câmara, deputado Henrique Fontana ( PT­ RS) e anunciou que o PMDB não reconhece mais o petista
como líder da base e não participará de discussões que o tenham como interlocutor. As declarações
azedaram ainda mais a relação do PMDB da Câmara com o governo.
“Ele se comporta como líder do PT no governo e não como líder de um governo que tem vários
partidos em sua base. O senhor Fontana sempre foi um líder fraco, desagregador, radical em suas posições
e que levou o governo a várias derrotas por suas posições. A bancada do PMDB na Câmara não
reconhecerá mais sua liderança e não se submeterá mais a ela. Não participaremos de nenhuma
discussão sobre matérias do governo em que ele seja o interlocutor”, disse Cunha em uma série de
mensagens publicadas ontem.
CHINAGLIA CONQUISTA APOIO DO PSD
Fontana apoia a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT­SP) e ontem participou de reuniões com o
petista. O líder do governo disse ao GLOBO que sua resposta a Cunha era continuar fazendo campanha
para o petista.
— Meu papel não é brigar com o Eduardo Cunha e sim defender a candidatura do Arlindo Chinaglia.
Vou continuar fazendo campanha para o Arlindo. E mantenho todas as declarações que dei — disse
Fontana.
Na quarta­feira, Fontana classificou como “inaceitável” o fato de Cunha ter se declarado vítima de
uma armação supostamente orquestrada pela Polícia Federal, a mando do governo, com o objetivo de
constranger sua candidatura.
Cunha convocara uma entrevista na véspera em que disse ter sido procurado por um homem, que se
apresentou como delegado da Polícia Federal, e que teria denunciado uma articulação no órgão para incluir
o nome do peemedebista em um inquérito em andamento. Cunha disse ter relatos de interferência do
governo na disputa pela Presidência da Câmara e falou que isso poderia deixar “sequelas”.
Cunha e Chinaglia avançaram ontem nas negociações de apoios para suas candidaturas. O PSD, do
ministro das Cidades, Gilberto Kassab, formalizou apoio à candidatura petista. Nos cálculos de Chinaglia,
ele teria agora 126 votos dos 257 necessários para ser eleito em primeiro turno. Durante o anúncio,
Chinaglia aproveitou para rebater acusações de Cunha de interferência do governo na disputa.
— Você acha normal o vice­presidente da República (Michel Temer) apoiar uma candidatura? A mim
atribuíram ser suposto beneficiário de uma ação do governo. Sob o ponto de vista democrático, o vice­
presidente tem toda legitimidade e não vou reclamar porque ele assinou uma nota apoiando o candidato
do PMDB — disse Chinaglia.
Gilberto Kassab vinha mantendo conversas com Cunha, mas sua escolha para compor o Ministério
pesou na definição de apoio ao PT. O anúncio foi feito pelo deputado eleito Rogério Rosso (PSD­DF), que
disse ter chegado à decisão após consultas aos 36 deputados do partido que estarão na Câmara a partir de
1º de fevereiro.
— O PSD integra a base de apoio da presidente Dilma, portanto é uma questão bem natural — disse
Rosso.
Eduardo Cunha, por sua vez, se reuniu em São Paulo com o deputado Paulo Pereira da Silva (SD­SP),
o Paulinho da Força, e recebeu o apoio do Solidariedade.
Paulinho disse que vai conversar com o senador Aécio Neves (PSDB­SP), a quem apoiou na eleição
presidencial, para convencê­lo de que é melhor retirar a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSBMG)
— que tem o apoio da oposição.
— Estamos convencidos de que a candidatura de Júlio Delgado já está derrotada e serve hoje aos
interesses do Chinaglia, do PT. Fechamos com o Cunha — disse Paulinho.
Ao saber da articulação, Delgado afirmou que já havia um entendimento de que parlamentares do
Solidariedade votariam em Cunha, mas o comando do partido fecharia o bloco de atuação parlamentar
com o PSB e outros partidos. Com o SD, o bloco tem 121 deputados. Sem, fica com 106.
— Já avisamos que os parlamentares poderiam votar como quisessem, mas só pode ter um bloco de
atuação parlamentar — disse Delgado.
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