RELATÓRIO DE GRUPO 1º Semestre/2015 DANÇA APLICADA A CONSCIÊNCIA E EXPRESSÃO CORPORAL Professora: Adriana Dall´Oca Coordenação: Ludmila Santos As aulas de dança clássica e contemporânea com alunos da Formação Complementar na Educação Infantil e Fundamental I na Escola do Sítio têm por objetivo o despertar da consciência e expressão corporal. Desta forma desenvolvemos, através de aulas lúdicas grupais, uma vivência em dança clássica e contemporânea que integraram o fazer, a apreciação e a contextualização artística por meio de: 1. Processo lúdico em que o corpo deve ser reconhecido e despertado (referências aos estudos da Técnica Klauss Vianna). 2. Processo de reconhecimento do movimento nos aspectos de fluxo, espaço, peso e tempo com referências aos estudos de Rudolf Von Laban. 3. Processo de vetores (equilíbrio; oposições; resistência e articulações) com referências aos estudos da técnica Klauss Vianna. 4. Processo de criação em dança (improvisações, composição coreográfica e execução de sequências coreográficas). Proporcionando assim aos alunos vocabulário de movimentos; ampliação das referências espaciais e temporais e desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social, a fim de que estes percebessem a dança como instrumento de compreensão corporal/pessoal e de comunicação. Reflexões em torno dos encontros... Durante o 1º semestre nos concentramos em despertar o corpo, ou seja, torná-lo disponível para se comunicar através da dança. Para trilhar este caminho, me referenciei na Técnica Klauss Vianna e seu processo lúdico. Em seu livro A Escuta do Corpo (2007), a ProfªDrª Jussara Miller descreve o “processo lúdico” como a introdução à Técnica Klauss Vianna, pois é durante este processo que o corpo é despertado e desbloqueado. A Técnica Klauss Vianna é uma técnica de Dança Contemporânea, portanto trabalhamos poucos elementos referenciados ao Ballet Clássico, com o objetivo de romper com cultura de que só se dança quando se dança Ballet. Através de propostas simples como espreguiçar, caminhar e massagear os pés, as alunas eram convidadas a reconhecer, conscientemente, suas estruturas físicas em forma e possibilidades. Seguimos com jogos que possibilitavam o desenvolvimento de outros aspectos importantes ao corpo que dança, a saber: presença (corpo disponível), articulações (reconhecimento e exploração de suas possibilidades), peso (reconhecimento), apoios (corpo e chão), resistência (quando corpo gera movimento); todos os tópicos corporais referenciados à Técnica Klauss Vianna. Durante as aulas, voltadas à criação pessoal, trabalhamos pouco com sequências coreográficas prontas, buscamos ouvir as necessidades do grupo e de cada corpo em propostas de improvisação para a partir daí criar pequenas cenas coreográficas. Estas improvisações, por vezes, também foram pautadas pelo trabalho com imagens (fotos de crianças, dançarinos, atores, posições de hatha yoga, etc). Tratou-se de uma referência ao trabalho de pesquisa da Profª Drª Ana Clara Amaral (cujo curso foi realizado em Fevereiro/2015) que propõe a “Mimese Corpórea” do Lume Teatro relacionada com a prática da dança. Percebi as crianças mais disponíveis e motivadas, ao perceberem que seus corpos eram respeitados e ouvidos em suas necessidades de dizeres únicos. Dentro desta perspectiva, de corpo desperto e disponível, pude notar avanços (maior maturidade e sensibilidade) no domínio dos fatores do movimento: tempo e espaço, seja durante a execução de movimentos improvisados guiados por música ou não, seja na administração do corpo no espaço (sala ou o outro), seja na escuta de seus corpos (apoios ativos necessários, peso, articulações). Aos poucos assistimos crianças reconhecendo e ampliando suas potencialidades de comunicação, ganhando autonomia na sua expressão no mundo, a partir da autenticidade de assumir o que é em escuta e resposta a si e ao outro.