Disciplina: Língua Portuguesa Ano / Série: 1º Professor (a): Juliane Data: / / 2015 ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO Nome: ___________________________________________________________________ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Conteúdo Interpretação de textos Figuras de linguagem: -Palavras - Pensamento -Sintaxe Gêneros Literários -Lírico -Épico -Dramático -Narrativo Funções da linguagem Trovadorismo e a era medieval. 1. (UFRJ, adaptada) Um dos aspectos do problema tematizado no texto "Terra em chamas", publicado na revista Veja, está discutido no seguinte trecho: "O que sobra, uma África do Sul inteira, é o que os especialistas chamam de terra ociosa. Nela não se produz um litro de leite, uma saca de soja, um quilo de batata ou um cacho de uva. Por trás de tanta terra à-toa esconde-se outro problema agrário brasileiro." a) Aponte a diferença entre "terra ociosa" e "terra à-toa", no trecho destacado. b) O emprego da expressão "terra à-toa", em confronto com a expressão "terra ociosa", manifesta a função emotiva (ou expressiva) da linguagem. Explique por quê. 2. Identifique as figuras de linguagem predominantes nos textos e justifique sua resposta. a) "Eu quero meu amor se derramando / Não dá mais pra segurar / Explode coração." (Luís Gonzaga Jr.) b) c) "Quando um muro separa, uma ponte une." (Paulo César Pinheiro) d) Texto para as questões 3 e 4. A questão é começar "Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o 'bom-dia', o 'boa-tarde, como vai?' já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol." MARQUES, M.O. Escrever é preciso. 3. (PUC-Sp, adaptada) Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: "Em nossa civilização apressada, o 'bom-dia', o 'boa-tarde' já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol." Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é "quebrar o gelo". Que função é essa? a) Função emotiva. b) Função referencial. c) Função fática. d) Função conativa. e) Função poética 4. Pela leitura do texto, é possível identificar um "motivo" para o desaparecimento, segundo o autor, de uma das funções da linguagem. Que motivo seria esse? 5. Os trechos transcritos foram extraídos de um livro infantil. Leia-os atentamente e identifique as funções da linguagem neles presentes, justificando sua resposta. "Solidão é uma ilha com saudade de barco." "Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele." FALCÃO, Adriana. Mania de explicação. São Paulo: Moderna, 2001 Leia as questões para responder às questões de 6 a 9: O livro A alma encantadora das ruas reúne crônicas de João do Rio, pseudônimo de um jornalista do início do século. publicadas em jornais e revistas da época, essas crônicas revelam aspectos curiosos da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Vamos ler trecho de uma delas. Os tatuadores João do Rio - Quer marcar? Era um petiz de doze anos talvez. A roupa em frangalhos, os pés nus, as mãos pouco limpas e um certo ar de dignidade na pergunta. O interlocutor, um rapazola loiro, com uma doirada carne de adolescente, sentado a uma porta, indagou: - Por quanto? - É conforme _ continuou o petiz. - É inicial ou coroa? - É um coração! - Com nome dentro? O rapaz hesitou. Depois: - Sim, com nome: Maria Josefina. - Fica tudo por uns seis mil-réis. Houve um momento em que se discutiu o preço, e o petiz estava inflexível, quando vindo do quiosque da esquina um outro se acercou: - Ó moço, faço eu; não escute embromações! - Pagarás o que quiser, moço. O rapazola sorria. Afinal resignou-se, arregaçou a manga da camisa de meia, pondo em relevo a musculatura do braço. O petiz tirou do bolso três agulhas amarrada, um pé de cálix com fuligem e começou o trabalho. Era na rua Capp, perto do cais, no século XX... A tatuagem! Será então verdade a frase de Gautier: "o mais bruto homem sente que o ornamento traça uma linha indelével de separação entre ele e o animal, e quando não pode enfeitar as próprias roupas recama a pele"? A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook1 que a produziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésía de tatou ou tu tahou!, "desenho". Muitos dizem mesmo que a palavra surgiu no ruído perceptível da gulha na pele: tac, tac. Mas como ela é antiga! O primeiro homem, decerto, ao perder o pêlo, descobriu a tatuagem. [...] Os tatuadores têm várias maneiras de tatuar: por picadas, por incisão, por queimadura subepidérmica. As conhecidas entre nós são as incisivas, nos negros que trouxeram a tradição da África e, principalmente, as por picadas que se fazem com três agulhas amarradas e embebidas em graxa, tinta, anil ou fuligem, pólvora, acompanhando o desenho prévio. O marcador trabalha como as senhoras bordam. Lombroso2 diz que a religião, a imitação, o ócio, a vontade, o espírito de corpo ou de seita, as paixões nobres, as paixões eróticas e o atavismo são as causas mantenedoras dessa usança. Há uma outra - a sugestão do ambiente. Hoje toda a classe baixa da cidade é tatuada - tatuam-se marinheiros, em alguns corpos há o romance imageográfico de inversões dramáticas; tatuam-se soldados, vagabundos, criminosos, barregãs, mas também portugueses chegados da aldeia com a pele sem mancha, que a influência do meio obriga a incrustar no braço coroas de seu país. Andei com Madruga três longos meses pelos meios mais primitivos, entre os atrasados morais, e nesses atrasados a camada que trabalha braçalmente, os carroceiros, os carregadores, os filhos dos carroceiros, deixaram-se tatuar porque era bonito, e são no fundo incapazes de ir parar na cadeia por qualquer crime. A outra, a perdida, a maior, o oceano da malandragem e da prostituição é que me proporcionou o ensejo de estudar ao ar livre o que se pode estudar na abafada atmosfera das prisões. A tatuagem tem nesse meio a significação do amor, do desprezo, do amuleto, da posse, do preservativo, das ideias patrióticas do indivíduo, da sua qualidade primordial. Quase todos os rufiões e os rufistas do Rio têm na mão direita, entre o polegar e indicador, cinco sinais que significam as chagas. Não há nenhum que não acredite derrubar o adversário dando-lhe uma bofetada com a mão assim marcada. O marinheiro Joaquim tem um Senhor crucificado no peito e uma cruz negra nas costas. Mandou fazer esse símbolo por esperteza. Quando sofre castigos, os guardiões sentem-se apavorados sem coragem de sová-lo. - Parece que estão dando em Jesus! A sereia dá lábia, a cobra atração, o peixe significa ligeireza n'água, a âncora e a estrela o homem do mar, as armas da República ou da Monarquia a sua compreensão política. Pelo número de coroas da Monarquia que eu vi, quase todo esse pessoal monarquista. Os lugares preferidos são as costas, as pernas, as coxas, os braços, as mãos. Nos braços estão em geral os nomes das amantes, frases inteiras, como por exemplo esta frase de um soldado de um regimento de cavalaria: "Viva o Marechal de Ferro", desenhos sensuais, corações. O tronco é guardado para as coisas importantes, de saudade, de luxúria ou de religião. Hei de lembrar sempre o Madruga tatuando um funileiro, desejoso de lhe deixar uma estrela no peito. - No peito, não! - cuspiu o mulato -no peito eu quero Nossa Senhora! A sociedade, obedecendo à corrente das modernas ideias criminalistas, olha com desconfiança a tatuagem. O curioso é que - e esses estranhos problemas de psicologia talvez não sejam nunca explicados - o curioso é que os que se deixam tatuar por não terem mais que fazer, em geral, o elemento puro das aldeias portuguesas, o único quase incontável da baixa classe do Rio, mostram sem o menor receio os braços enquanto os criminosos, os assassinos, os que já deixaram a ficha no gabinete de antropometria, fazem o possível para ocultá-los e escondem os desenhos do corpo como um crime. Por quê? Receio de que sejam os sinais por onde se faça o seu reconhecimento? Isso com os da polícia talvez. Mas mesmo com pessoas cujos intentos conhecem, o receio persiste, porque decerto eles consideram aquilo a marca de fogo da sociedade, de cuja tentação foram incapazes de fugir, levados pela inexorável fatalidade. Há tatuagens religiosas, de amor, de nomes, de vingança, de desprezo, de profissão, de beleza, de raça, e tatuagens obscenas. A vida no seu feroz egoísmo é o que mais nitidamente ideografa a tatuagem. As meretrizes e os criminosos nesse meio de becos e de facadas têm indeléveis ideias de perversidade e de amor. Um- corpo desses, nu, é um estudo social. As mulheres mandam marcar corações com o nome dos amantes, brigam, desmancham a tatuagem pelo processo do Madruga, e marcam o mesmo nome no pé, no calcanhar. - Olha, não venhas com presepadas, meu macacuano. Tenho-te aqui, desgraça! - E mostram ao malandro, batendo com o chinelo, o seu nome odiado. É a maior das ofensas: seu nome no calcanhar, roçando a poeira, amassado por todo o peso da mulher.. [...] RIO, João do. A alma encantadora das ruas. Org. de Raúl Antelo. São Paulo, Companhia das Letras, 1997. p. 100-11. Vocabulário: petiz: criança, garoto. indelével: indestrutível; que não se pode apagar. recamar: cobrir, revestir, adornar, enfeitar. atavismo: reaparecimento, em um descendente, de um caráter não presente em seus ascendentes imediatos, mas sim em remotos. barregã: concubina; mulher que vive amasiada com um homem. rufião: individuo que se mete em brigas por causa de mulheres de má reputação; indivíduo brigão; indivíduo que vive a expensas de prostituta; alcoviteiro, cáften. rufista: brigão. antropometria: processo ou técnica de mensuração do corpo humano ou de suas várias partes. presepada: farsa. macacuano: natural de Cachoeiras de Macacu (RJ). 6. Redija um parágrafo abordando o ponto de vista do narrador a respeito do hábito da tatuagem 7. Leia “..o oceano da malandragem e da prostituição”. Identifique a figura de linguagem nesse trecho e justifique. 8. "A sociedade, obedecendo à corrente das modernas ideias criminalista, olha com desconfiança a tatuagem." Em qual(is) da(s) frase(s) a palavra sociedade foi empregada no mesmo sentido que o da frase acima? a) b) c) d) Vivia exclusivamente para os prazeres da sociedade. A comunicação eletrônica predomina na sociedade contemporânea. Reunimo-nos na sociedade para decidir os destinos do time. Era um homem de sociedade. Por isso, estava sempre muito bem vestido. 9. Há verbos que apresentam muitos significados, funcionando como verdadeiros curingas na língua. É o caso do verbo dar. Reescreva as frases seguintes, substituindo esse verbo por outros de significado mais preciso, considerando o contexto: a) "- Parece que estão dando em Jesus!" (parágrafo 19) b) "A sereia dá lábia ... " (parágrafo 20) (UFRO) As questões de 10 a 13 correspondem ao texto seguinte: Velha história Mário Quintana Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então, ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote, que nem "um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelo café. Como era tocante vê-los no "17"! - o homem grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com à outra lendo o jornal, com a , outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial. Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: “Não, não, me assiste, o direito, de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não é não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!" Dito isso, verteu copioso pranto e, atirou o peixinho n'água. E a água, fez redemoinho, que foi depois serenando, serenando, até que o peixinho morreu afogado. (Lili inventa o mundo, Porto Alegre, Mercado Aberto, 1987). 10. Trata-se de um texto escrito nos moldes de conto de fada. Qual dos indícios abaixo NÃO se comprova no texto? a) b) c) d) O uso expressão introdutória "Era uma vez”. A escolha de uma história real. O título 'Velha história' que, como no conto de fada, é antigo, repassado, de geração a geração. " A personificação de um peixinho 11. Há no texto vários usos de diminutivos para caracterizar o peixinho. A intenção do narrador é mostrar a) b) c) d) a afetividade do homem pelo peixe. o peixe como um ser ambíguo, inferior. um peixe tão pequeno que cabe no bolso do homem. a posição insignificante do peixe na história. 12. Existe um paradoxo no modo de o peixe morrer. Qual ideia reflete isso? a) b) c) d) O pranto do homem pela morte do peixe, O afago do homem no peixe. A morte do peixe ao ser colocado na água. A libertação do peixe para que voltasse à água. 13- Só não é característica do gênero épico: a)presença de um narrador, que quase sempre conta uma história envolvendo terceiros. b) pressupõe a presença de uma plateia. c) intitula-se epopeia. d) atualmente, é representado por filmes de aventuras ou de guerras que definem a história de um povo. e) não há a presença de um herói. 14-Por que, de maneira geral, pode-se afirmar que os gêneros narrativos modernos (o romance, a novela, o conto, a crônica, o roteiro de cinema,...) são da família do gênero épico? __________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ 15-(Mackenzie-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal. a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música. b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: Distância e extrema submissão. d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. 16-(Fuvest-SP) "Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaëlis de Vasconcelos, tivemos a primeira grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto" (Costa Pimpão) a) Qual é essa primeira época lírica portuguesa? b) Que tipos de composições poéticas se cultivavam nessa época? 17. (FUVEST) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que: a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento. b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista. c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo. d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais. e) tanto o Trovadorismo como o Humanismo são expressões da decadência medieval. 18. Sobre o Trovadorismo é possível afirmar que: a) sua produção literária limita-se ao registro dos combates entre cavaleiros medievais, razão pela qual se caracteriza como o único exemplo de literatura bélica da Península Ibérica da época. b) a diferença fundamental entre as cantigas de amor e de amigo é apenas a intenção, isto é, na primeira, o poeta pretende resgatar sua dívida espiritual com Deus, enquanto na segunda o trovador pretende seduzir sua amada. c) de toda a sua produção literária, só restaram fragmentos vagos de algumas poucas novelas de cavalaria sem qualquer importância estética. d) a cantiga de amor é um típico exemplo da cultura francesa da época, especialmente pelo fato de fixar as relações entre camponeses que tentavam ingressar na elite urbana. e) o paralelismo é apenas uma espécie de repetição de versos que dizem sempre a mesma coisa com palavras diferentes. Leia o texto abaixo e responda ao que se pede: Ide-lhe, rogo-vo-lo, falar, e fazei com que me queira, que pereço. E dizei-lhe que lhe peço se lembre que tal fiquei estimado em pouco preço, e, se tanto mal mereço, não no sei! E, tenho esta vontade, que não deve enojar, mas antes muito folgar, matar de qualquer idade. E, se reclama que sendo tão linda dama por ser velho me aborrece, dizei-lhe que mal desama, porque minha alma que a ama não envelhece. 19. (Mackenzie) É correto afirmar que o trecho acima faz parte de: a) uma cantiga de amor. b) uma obra vicentina. c) uma novela de cavalaria. d) uma crônica de Fernão Lopes. e) uma lira camoniana. 20- (UFPA - modificada) 1) Amor, desamor e ciúme; 2) frequente inspiração na vida popular e exploração do eu feminino, indicam, respectivamente, cantigas de: a) amigo e amor. b) amor e amigo. c) amor e escárnio. d) escárnio e amigo. e) maldizer e regresso.