UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS CARLOS ROBERTO SILVA DE MAGALHÃES PAISAGISMO NO TREVO DE POÇO FUNDO - MG Alfenas, MG 2011 CARLOS ROBERTO SILVA DE MAGALHÃES PAISAGISMO NO TREVO DE POÇO FUNDO - MG Dissertação apresentada como parte das exigências do curso de Mestrado Profissional em Sistemas de Produção na Agropecuária, da Universidade José do Rosário Vellano –UNIFENAS, para o obtenção do título de mestre. Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Corrêa Landgraff Alfenas, MG 2011 Magalhães, Carlos Roberto Silva de Paisagismo no trevo de Poço Fundo /.—Carlos Roberto Silva de Magalhães.—Alfenas : UNIFENAS 2011. 81 f. il. Orientador : Prof. Dr Paulo Roberto Corrêa Landgraf Dissertação (Mestrado Profissional em Sistemas de Produção na Agropecuária) – Universidade José do Rosário Vellano. 1. Paisagismo 2. Plantas ornamentais 3. Trevos dos municípios I. Título CDU : 635.9(043) DEDICATÓRIA A toda a minha família, em especial a meu pai e a minha mãe, João Arlindo e Maria Doza, pelo carinho, pela compreensão, pelo companheirismo, pela garra e pelo grande amor que existe entre nós. A minha esposa, Rosana, parceira de lutas e conquistas, pela confiança, motivação, apoio e, principalmente, amor e carinho. A meu irmão, Luiz Cláudio, pelo entendimento e pelo incentivo na concretização de mais uma vitória em minha vida. Àqueles que compartilharam com o processo de minha formação, sempre me ajudando a tomar as melhores decisões. AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus por conceder-me perseverança e entusiasmo para a realização de mais esta etapa em minha vida. À Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS, à Faculdade de Agronomia e ao coordenador do Mestrado Profissional em Sistemas de Produção na Agropecuária o professor Dr. José Messias Miranda, pela oportunidade de minha inserção neste curso. Ao meu orientador, o professor Dr. Paulo Roberto Corrêa Landgraff, pela atenção, pela amizade, pela dedicação e pelas observações feitas para a elaboração deste trabalho, o meu sincero agradecimento. A todos os professores que participaram de minha formação, neste curso, pelos ensinamentos, pela amizade e pelo apoio na qual me proporcionaram. Aos professores e funcionários da Escola Estadual José Bonifácio, pelas informações tão necessárias, pela colaboração, pela amizade e pelo frequente incentivo em realizar este curso. RESUMO MAGALHÃES, Carlos Roberto Silva de. Paisagismo no trevo de Poço Fundo-MG. 2011. 81 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Sistemas de Produção na Agropecuária)Universidade José do Rosário Vellano, Alfenas, 2011. As cidades estão constantemente modernizando-se e passando por diversos processos em decorrência de uma urbanização cada vez mais acelerada, ocorrendo uma desarmonia entre o homem e a vegetação. Por causa da falta de vegetação nas cidades, o mercado paisagístico vem crescendo de forma significativa, tendo influência com questão da estética, do ambiente e do psíquico das pessoas, afetado este devido ao estresse do dia a dia. Em decorrência dessa necessidade, foi elaborado um projeto paisagístico para o trevo de Poço Fundo – MG. Para a realização do projeto foi realizada uma pesquisa de espécies de plantas adequadas para a região, analisando-se o clima, o tipo de solo e as características específicas de cada planta. No entanto, depois da análise de todos esses critérios, as plantas selecionadas para o paisagismo do trevo da cidade foram a agave-dragão, o coração-roxo, a grama-esmeralda, o lírio amarelo, a palmeira imperial, a palmeira jerivá, periquito, pita, piteira-do-caribe e sálvia-dos-jardins, também por apresentarem uma boa resistência contra os fatores externos, não atrapalharem a visibilidade dos motoristas e preservar a segurança das pessoas que trafegam pelo local, além de não serem plantas caras. Entretanto, antes e depois da implantação do paisagismo nesta área, foi elaborado um questionário para saber a opinião dos moradores e visitantes do município. Após o término do projeto, as pessoas perceberam que o paisagismo somente trouxe benefícios à cidade de Poço Fundo, tanto visuais, ambientais e econômicos, pois valorizou a entrada do município, atraindo turistas e até mais fregueses para o comércio de caldo de cana-de-açúcar, uma vez que é o seu cartão de visita. Palavras-chave: Jardinagem, Paisagismo, Plantas ornamentais, Trevos de municípios. ABSTRACT MAGALHÃES, Carlos Roberto Silva de. Landscaping in road cloverleaf of Poço FundoMG. 2011. 81 f. Dissertation (Master’s degree in Farm Production Systems)-Universidade José do Rosário Vellano, Alfenas, 2011. Cities are constantly upgrading themselves, going through various processes duo to an increasingly fast urbanization, and this can cause a lack of harmony between man and vegetation. The lack of vegetation in cities has led to an increase of the gardening market, with influence on issues such as esthetics, environment, and the psychological conditions of people affected by day-to-day stress. Because of this situation, a gardening project was designed for the road cloverleaf of Poço Fundo, MG. To carry out the project, plant species were surveyed wich might be adequate to the region, regarding climate, soil, and specific characteristics of each plant. After such an evaluation, the following plants were chosen for the city cloverleaf: dragon-tree agave (Agave atenuata), purpleheart (Tradescantia pallida), emerald grass (Zoysia japonica), yellow lilly (Hemerocallis flava), imperial palm tree (Roystonea oleracea), “jerivá” palm tree (Syagrus romanzoffiana), parakeet flower (Althernanthera ficoidea), pita (Agave americana), Agave angustifolia, and sage-of-gardens (Salvia coccinea). These plants were chosen for being resistant to external factors, for not disturbing the visibility of drivers and preserving the safety of those driving by, and for being inexpensive. Before and after the development of the project, the inhabitants and visitors of the city were asked to give their opinion about it by answering a questionnaire. Upon completion of the project, people realized that the new cloverleaf landscaping became the “show window” of the city, bringing visual, environmental and economical benefits to Poço Fundo, attracting tourists and even customers to the sugar-cane juice business located there. Keywords: Gardening, Landscaping, Ornamental plants, City road cloverleaf. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Esboço do trevo de Poço Fundo .............................................................................40 Figura 2 – Croqui do trevo de Poço Fundo com as plantas selecionadas.................................41 Figura 3 – Canteiro do portal antes do paisagismo...................................................................42 Figura 4 – Lateral do canteiro do portal antes do paisagismo..................................................42 Figura 5 – Canteiro lateral antes do paisagismo.......................................................................43 Figura 6 – Canteiro central antes do paisagismo......................................................................44 Figura 7 – Canteiro central na implantação do paisagismo......................................................45 Figura 8 – Canteiro lateral na implantação do paisagismo.......................................................45 Figura 9 – Grau de escolaridade dos poçofundenses e visitantes do município que responderam ao questionário....................................................................................................47 Figura 10 – Idade dos entrevistados da pesquisa......................................................................48 Figura 11 – Frequência em que os entrevistados passam pelo trevo de Poço Fundo...............49 Figura 12 – Visão dos usuários antes e depois da implantação................................................52 Figura 13 – Valorização do portal pelos entrevistados antes e depois da implantação............53 Figura 14 – Relação das plantas presentes nos canteiros que proporcionam sombreamento antes do paisagismo..................................................................................................................56 Figura 15 – Relação das plantas presentes nos canteiros que proporcionam sombreamento depois do paisagismo................................................................................................................56 Figura 16 – Relação das plantas presentes nos canteiros com o comércio de caldo de cana-deaçúcar antes e depois da implantação do paisagismo...............................................................57 Figura 17 – Relação das plantas com o número de visitantes do município antes e depois da implantação do projeto paisagístico..........................................................................................59 Figura 18 – A implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo antes e depois da realização do projeto.................................................................................................................60 Figura 19 – Canteiro do portal depois do paisagismo...............................................................62 Figura 20 – Canteiro da lateral do portal depois do paisagismo...............................................62 Figura 21 – Canteiro lateral depois do paisagismo...................................................................63 Figura 22 – Canteiro central depois do paisagismo..................................................................63 Figura 23 – Morro ao redor do trevo.........................................................................................64 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................13 2.1. HISTÓRICO DO PAISAGISMO NO BRASIL................................................................13 2.2 CONCEITOS E A IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO..................................................17 2.3 DIVISÃO DO PAISAGISMO EM RELAÇÃO AO TAMANHO DA ÁREA..................20 2.2.1 Micropaisagismo..............................................................................................................20 2.2.2 Macropaisagismo.............................................................................................................20 2.4 NORMAS E TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAISAGISMO EM RODOVIAS..............................................................................................................................21 2.5 FATORES AMBIENTAIS INTERVENIENTES NO REVESTIMENTO VEGETAL.....30 2.6 ESPÉCIES INDICADAS PARA O PAISAGISMO EM ENTRADA DE CIDADES.......32 2.7 ESPÉCIES INDICADAS PARA O PAISAGISMO EM TREVOS...................................34 2.8 ESPÉCIES USADAS NA IMPLANTAÇÃO DO PAISAGISMO.....................................36 3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................37 3.1 LOCAL...............................................................................................................................37 3.2 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO.......................................................................................37 3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS INFORMANTES..................................................................46 3.3.1 Grau de escolaridade........................................................................................................46 3.3.2 Idade.................................................................................................................................47 3.3.3 Frequência de passagem pelo trevo.................................................................................47 3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................................................49 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................50 4.1 VALORIZAÇÃO DA ÁREA.............................................................................................50 4.1.1 Paisagismo no trevo.........................................................................................................50 4.1.2 Portal................................................................................................................................52 4.2 ESPÉCIES VEGETAIS......................................................................................................53 4.2.1 Visibilidade......................................................................................................................53 4.2.2 Sombreamento.................................................................................................................54 4.2.3 Comércio..........................................................................................................................55 4.3 TURISMO...........................................................................................................................57 4.4 IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO.............................................................58 4.5 PAISAGEM........................................................................................................................59 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................67 6 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 68 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 69 APÊNDICES ...........................................................................................................................75 ANEXOS..................................................................................................................................77 11 1 INTRODUÇÃO As cidades, locais onde os seres humanos costumeiramente e cada vez mais se alojam, sejam em busca de uma tão sonhada melhor qualidade de vida ou de uma melhor oportunidade de emprego, são locais dinâmicos e muito complexos, pois são os centros de dominância e integração econômica entre diversas outras cidades e regiões e que, acima de tudo, estão constantemente modernizando-se e passando por diversos processos em decorrência de uma urbanização cada vez mais acelerada. Como consequência do processo de modernização observa-se uma desarmonia entre o homem e a vegetação. A vegetação, na maioria das vezes, pioneira na escala de ocupação de uma determinada área ou região, porém frágil frente ao desenvolvimento de processos antrópicos, vem sofrendo uma grande redução do seu espaço nas cidades. Hoje em dia, por causa da falta de vegetação nas cidades, o mercado paisagístico vem crescendo de forma significativa. Observa-se que o paisagismo vem agindo na parte estética e ecológica, além do ponto de vista psíquico, ou seja, o paisagismo ajuda a melhorar a qualidade de vida. Percebe-se que no paisagismo o homem é o centro das modificações e relações que se estabelecem à sua volta. Nesses diferentes conceitos, sempre aparece o termo “relação”, reforçando a idéia de inter-relacionamento entre as diferentes formas de vida. Percebe-se também que o paisagismo é “ecologia”, considerando-se o ser humano como o centro das relações. Antigamente, o paisagismo estava mais voltado para as questões arquitetônicas e estéticas, daí ter sido o arquiteto o primeiro profissional com formação acadêmica a trabalhar nesta área. O crescente movimento de conscientização ecológica, buscando a preservação da natureza , fez com que o paisagismo saísse de uma visão mais próxima da jardinagem, para uma visão mais ambientalista, se caracterizando hoje por ser uma atividade de interface, agregando conhecimentos ligados às artes plásticas e arquitetura, bem como às ciências ambientais. O aumento demográfico, aliado ao desenvolvimento tecnológico, têm levado ao uso abusivo dos recursos naturais, fazendo surgir em contrapartida, no mundo todo, movimentos ecológicos em prol da preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida. 12 Assim, tem-se procurado situar (definir) a ação humana no planeta, em situações limites do que venha a ser exploração racional dos recursos, degradação e preservação ambiental. No dualismo constante em que vive o ser humano (construção-destruição), o paisagismo tem a função primordial de rearranjar a natureza em torno das modificações impostas pela civilização, amenizando os efeitos psicossociais decorrentes do impacto transformador da sociedade moderna. Devido ao crescimento do interesse das pessoas com o paisagismo e com a preocupação ambiental, aumentou a necessidade de implantá-los nas cidades. Com isso, o referido trabalho teve como principal objetivo elaborar um projeto paisagístico para o trevo do município de Poço Fundo – MG. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 HISTÓRICO DO PAISAGISMO NO BRASIL As paisagens que se descortinam nas cidades contemporâneas revelam ambientes totalmente configurados pela ação humana, onde as formas de construção e a consequente intervenção sobre a paisagem vão se modificando ao longo do tempo e da História. O avanço da urbanização faz com que os ambientes construídos predominem sobre os ambientes naturais, acarretando desequilíbrios no ecossistema urbano; daí a importância de se preservarem áreas verdes, assegurando-se a boa qualidade de vida assim como a conservação da biodiversidade (CURADO, 2007). Um exame da história brasileira nos revela que as ações predatórias do meio ambiente encontram respaldo nas antigas tradições coloniais de exploração dos recursos naturais. A cidade contemporânea brasileira tem apresentado urbanização acelerada, crescendo ao ritmo de progressões geométricas, onde a preocupação em diminuir, ou abater, o impacto no meio ambiente nem sempre é uma premissa. Felizmente a legislação ambiental tem marcado presença cada vez mais forte nas decisões de impacto urbanístico e ambiental (CURADO, 2007). A mais antiga manifestação em termos de paisagismo no Brasil ocorreu na primeira metade do século XVII em Pernambuco, por obra do Príncipe Maurício de Nassau, durante a invasão holandesa daquele estado nordestino. É certo que já antes da expulsão dos holandeses, pouco ou nada sobrou desta iniciativa, exceto a dádiva notável de uma fabulosa quantidade de laranjeiras, tangerinas e limoeiros espalhados em todos os trajetos das campanhas de invasão (LOBODA; DE ANGELIS, 2005). A história documentada do paisagismo iniciou-se com a chegada de D. João VI em 1807, que destinou ao Jardim Botânico a vocação de fomentar espécies vegetais (Coração de negro – Albizzia lebeck; Eucalipto – E. gigantea; Cinamomo – Melia azedarach e Carolina – Anadenanthera pavonia) para produção de carvão, matéria prima para a fabricação de pólvora (MARTINS, 2006). Para Segawa, citado por Loboda e De Angelis (2005), um dos primeiros jardins públicos construídos em nosso país foi o Passeio Público do Rio de Janeiro. Por ordem do vice-rei D. Luís de Vasconcelos, sua obras iniciaram em 1779, por Valentim da Fonceca e Silva - Mestre Valentim. 14 O paisagismo ganhou forças com os preparativos para o casamento de D. Pedro I com a arquiduquesa da Áustria. O arquiteto paisagista alemão Ludwig Riedel foi contratado para arborizar as ruas de Rio de Janeiro. A dificuldade encontrada para este trabalho, que ocupou o período de 1836 a1860, foi que o povo acreditava que a sombra formada pelas árvores era a responsável por doenças como maleita, febre amarela, sarampo e até a sarna dos escravos (ZECCA, 2009). Conforme Bergamini (2009), durante o período colonial algumas intervenções paisagísticas ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, mas é com a chegada, ao Brasil, de Glaziou em 1858 que a prática do paisagismo torna-se mais consistente. Glaziou projeta várias praças e parques e cria o equivalente ao atual “departamento de parque e jardins”, sendo sua maior contribuição a formação, na prática de desenhistas e profissionais de obra que, após seu retorno à França, disseminaram este conhecimento, construindo e reformando praças e parques nas principais cidades brasileiras no início do século XX. Segundo Sandeville Júnior (1997), até o final da década de 1920, o paisagismo no Brasil mantinha-se atrelado aos modelos franceses e ingleses. Muitos foram os paisagistas que trabalharam com o paisagismo no século XIX e no século XX. Durante a Primeira República, especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo, como Paul Villon, Arsene Puttmans e Reynaldo Dierberguer, produzindo tanto para particulares como para o Estado. Houve grande influência dos jardins franceses nas praças brasileiras. A Praça Paris, por exemplo, no Rio de Janeiro, obra do urbanista Alfred Agache, 1929, serviu de modelo para muitas outras. A simetria se tornou um ponto comum e em muitos projetos havia demonstrações da arte topiária, com estranhas esculturas como poltronas, jogadores de futebol, camelos, cavalos, esferas (ZECCA, 2009). Segundo Cavalcanti (2009), Robert Burle Marx, de 1936 a 1943, projetou os jardins do Ministério da Educação e Saúde, primeiro prédio modernista de porte construído no Brasil. Neste, aproveitando-se da nova concepção arquitetônica-urbanística do edifício-quadra, desenha um jardim-praça estruturado por canteiros de formas rocambólicas, utilizando-se do movimento e da cor no desenho dos pisos, executados no tradicional mosaico português e plantas tropicais (MACEDO, 2003). Este foi o primeiro de uma coleção de projetos de alto nível e qualidade formal indiscutível que, extremamente visíveis, bem mantidos e divulgados, transformaram Roberto no paisagista brasileiro e mundial do século XX. Nesse projeto, contrariando os princípios iniciais do paisagismo moderno de estabelecer um relação de continuidade com a arquitetura, 15 Burle apresenta um forte contraste entre as linhas e as cores sóbrias da arquitetura com a exuberância do paisagismo (CAVALCANTI, 2009). O rol de sua obra abriga projetos como os Parques do Flamengo (RJ) e Mangabeiras (BH), as Praças Salgado Filho (RE e RJ), parques particulares nas serras fluminenses, o Largo da Carioca (RJ), dezenas de jardins particulares de casas e prédios de apartamentos, os parques dos palácios de Brasília e muitos outros (MACEDO, 2003). Entre 1942 e 1945, Mello Barreto e Burle Marx desenvolveram projetos de paisagismo para a Pampulha e para o Parque do Barreiro de Araxá, em Minas Gerais, baseando-se principalmente nas características fitogeográficas do cerrado. Em Araxá o conceito de ecogênese foi parcialmente implantado: segundo Chacel, esse parque seria uma espécie de mostruário da paisagem brasileira, com espécies e associações do cerrado, da caatinga, da Amazônia, “formando ambientes paisagísticos exatamente como eles aparecem na natureza”. No entanto, o Parque do Barreiro de Araxá tornou-se economicamente inviável, pois fazia parte do complexo hoteleiro financiado pela verba dos cassinos, que foram proibidos. Outros projetos foram desenvolvidos por Burle Marx e Mello Barreto, juntamente com biólogos, seguindo essa mesma tendência, como as propostas para o Grupo Biológico das Lagoas, na região dos lagos do antigo Distrito Federal, atual Estado do Rio de Janeiro. Nesta proposta, datada de 1949, a finalidade era representar associações naturais de animais e plantas mas, segundo Chacel, não foi executado por falta da pressão de uma legislação ambiental efetiva (CURADO, 2007). Assim como na Europa, a preocupação de criar um jardim que atendesse às inovações formais da arquitetura moderna conduziu o nascente paisagismo moderno para o tema do jardim residencial. Os primeiros traços de um jardim moderno aparecem nos jardins de Mina Klabin Warchavchik para as casas modernistas de seu marido Gregori Warchavchik, arquiteto ucraniano, pioneiro do modernismo no Brasil (BERGAMINI, 2009). As casas de Warchavchik foram projetadas conforme o ideário moderno da época: a liberação da edificação do terreno, integração dos espaços interiores e exteriores, ausência de ornamentação, entre outros. Warchavchik atua com o controle total sobre a obra, algo semelhante ao conceito de Mallet – Stevens de obra de arte total, onde fazia a arquitetura, os interiores e o paisagismo, chegando a desenhar os móveis para a edificação. Desta forma surgiram os jardins projetados por sua esposa, Mina Warchavchik, que buscavam uma linguagem mais despojada e coerente com a arquitetura (BERGAMINI, 2009). De qualquer forma, segundo Ana Belluzo, “em São Paulo só por volta dos anos 50 alarga-se o espaço preenchido pelo arquiteto e pelo jardineiro, dando lugar à figura do 16 profissional paisagista. Contavam-se nos dedos: eram Roberto Coelho Cardozo e Cordeiro” (SANDEVILLE JÚNIOR, 1997). Porém Macedo (2003) identifica três etapas de construção do paisagismo moderno brasileiro: Etapa I – Primórdios (1937 – 1950): nesta época o destaque principal é a obra dos jardins da Pampulha de Burle Marx; Etapa 2 – Período de expansão (1950 – 1960), onde se destaca a obra do paisagista Roberto Coelho Cardoso e de Waldemar Cordeiro; e Etapa 3 – Consolidação (1960 – 1989) onde se destaca a obra dos paisagistas do DEPAVE – Departamento de Parque e Áreas Verdes da Prefeitura Municipal de São de Paulo, o trabalho da Fundação de Parques e Jardins do Rio de Janeiro e do Instituto de Planejamento de Curitiba. Ao longo da história o papel desempenhado pelos espaços verdes nas nossas cidades tem sido uma consequência das necessidades experimentadas de cada momento, ao mesmo tempo em que é um reflexo dos gostos e costumes da sociedade (LOBODA; DE ANGELIS, 2005). 17 2.2 CONCEITOS E A IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO Atualmente o paisagismo vem ocupando um grande espaço nas cidades, devido à falta das áreas verdes. Além da questão estética, e do apelo ambiental, observa-se que o paisagismo age também sob o ponto de vista psíquico, ou seja, o paisagismo ajuda a minimizar o estresse do dia a dia, que são traduzidas em harmonia e qualidade de vida (MARTINS, 2006). Considera-se o paisagismo uma nova área do conhecimento humano, apesar de suas origens remontarem à história da própria existência do homem. Acredita-se que a partir do momento em que o homem mudou o seu comportamento de nômade, para fixar habitação num determinado lugar e explorar o meio que o cerca, o paisagismo começou a fazer parte da sua vida. Desde então, ele passou a utilizar-se do paisagismo para atender suas necessidades estéticas e funcionais (LIRA FILHO et al, 2001). O paisagismo, como prática socioambiental, reveste-se de caráter cultural e histórico. Enquanto linguagem, expressa símbolos e valores da sociedade. Na medida em que adota elementos naturais como matéria-prima, o paisagismo submete-se também a ditames ecológicos. A combinação dessas características faz com que diferentes formas de interpretação, apropriação e recriação da paisagem expressem, em variados graus, relações entre sociedade e natureza. As formas da sociedade se relacionar com a natureza, por sua vez, além de depender do sistema produtivo e do aparato tecnológico disponível, tendem a refletir visões de mundo prevalecentes. Quando se incluem aspectos de dominação, as relações sociedade-natureza adquirem cunho ideológico (CESAR; CIDADE, 2003). As visões de mundo tendem a articular-se com visões de natureza e com práticas socioambientais. Em estudos que buscam compreender essas relações, Lúcia Cony Cidade argumenta que a ideologia, sob a forma de visões de mundo, tem sido considerada um condicionante de diferentes visões da natureza e de linhas de interpretação do espaço. Relações semelhantes também se aplicam aos modelos e à prática histórica do paisagismo (CÉSAR; CIDADE , 2003). Segundo Salvador (2005), o paisagismo é mais complexo que a jardinagem. Requer domínio de diversas áreas do conhecimento humano, como arquitetura, agronomia, belas artes, desenhos clássicos, geométricos e engenharia. Além do mais, o paisagista deverá conhecer as plantas e procurar utilizar este conhecimento para compor o meio, de forma que estas não interfiram no bem-estar das pessoas que irão desfrutar o ambiente. Martins (2006) também considera o paisagismo uma área de grande abrangência, dependendo tanto dos conceitos das diversas ciências e também das artes. São requeridos 18 conhecimentos de solos, botânica, fisiologia vegetal, climatologia, ecologia, psicologia, sociologia, urbanismo entre outros. No campo das artes, o paisagismo se alinha com as artes plásticas, trabalhando com elementos vivos, plantas e animais e inertes (esculturas, elementos arquitetônicos, etc.) Para Winters, citado por Martins (2006), o paisagismo é definido como uma “especialidade multidisciplinar de ciência e arte, que tem por finalidade ordenar todo o espaço exterior em relação ao homem e demais seres vivos”. Entretanto, há outros conceitos, com derivações deste, tentando maior elucidação, tal como “é a ciência e arte que estuda o ordenamento do espaço exterior em função das necessidades atuais e futuras e dos desejos estéticos do homem”. Ou ainda como a “resultante integrada das relações entre o clima, o solo, a vegetação, os processos evolutivos naturais e homem, frente aos seus desejos e necessidades. E também que seja bem restrito ao enunciar como “uma atividade que se utiliza da arte, ciência e técnica a fim de elaborar uma integração dos três elementos: construção, homem e a flora” (LIRA FILHO et al, 2001). De acordo com César (2003), a classificação do paisagismo contemporâneo toma como base algumas vertentes que concentram visões e práticas profissionais diversas. A primeira vertente concentra o paisagismo com ênfase na arquitetura da paisagem, cujo enfoque vê todos os espaços como arquitetura, sendo a vegetação também elemento de composição. A segunda vertente é o paisagismo com ênfase na percepção que explora aspectos sensoriais e psicológicos. A terceira vertente concentra o paisagismo ambiental, englobando várias práticas mais voltadas à preservação, que servem de pré-requisito ao desenvolvimento sustentável, valorizando os aspectos ecossistêmicos. Neste contexto, percebe-se a paisagem com a utilização da vegetação, o que, segundo Drumond (2005), não é obrigatoriedade para concretização de um projeto paisagístico; porém, no Brasil, um país onde há abundância de uma vegetação exuberante, os projetos, na maioria das vezes, estão diretamente associados ao uso de espécies vegetais, visto que estas desempenham várias funções que podem melhorar significativamente os locais tratados. Conforme Vieira (2007), a arquitetura paisagística contemporânea está calcada sobre valores relacionados à proteção e à manutenção do meio ambiente. Na visão de Medeiros (2008), o paisagismo no Brasil passa a incorporar as preocupações ecológicas e por isso também é mais demandado a fazer parte de construir e pensar as cidades. Seguindo Spirn, citado por Shams (2010), a cidade não é nem totalmente natural, nem totalmente artificial, e a desconsideração dos projetos naturais é, e sempre será, tão custosa quanto perigosa. Desta forma, o paisagismo tem papel conciliador, 19 proporcionando melhorias sociais e ambientais às cidades, atendendo à emergente necessidade que ora se aponta. 20 2.3 DIVISÃO DO PAISAGISMO EM RELAÇÃO AO TAMANHO DA ÁREA 2.3.1 Micropaisagismo De acordo com Pires (2011), o micropaisagismo consiste no trabalho de paisagismo realizado em pequenos espaços. Na maioria dos casos, o micropaisagismo pode ser desenvolvido por um só profissional, por ser, predominantemente, criação artística, envolvendo soluções técnicas simples. Assim, apresenta, normalmente, como características: • Escala visual pequena (pequenas áreas); • Preocupação principal é a estética; • Visualizado em jardins internos, vasos, jardineiras ou floreiras, arborização em vias públicas, jardins particulares, praças públicas, jardins de vizinhança, campos esportivos, etc.; • Na representação gráfica desse tipo de projeto, a escala está entre 1:50 e 1:1000; • Áreas menores do que 1.000m2 . 2.3.2 Macropaisagismo Segundo o SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC, 2002) o macropaisagismo ambiental consiste no trabalho realizado em áreas extensas que exigem projetos de maior complexidade, envolvendo profissionais de áreas diversas e se expandindo pela necessidade de recuperação e adequação de áreas marcadas pelas premissas da Agenda 21. No entanto, para Pires (2011), quase sempre é um trabalho de equipe, porque envolve problemas técnicos complexos e multidisciplinares. Assim, apresenta, normalmente, como características: • Escala visual maior (áreas extensas); • Preocupação principal é a preservação da natureza; • Visualizado em parques metropolitanos e distritais, reservas naturais e afins, proteção de mananciais, revestimento vegetal em obras de terraplanagem, controle à erosão urbana, proteção contra ventos, recuperação de paisagens danificadas, etc.; • Nas representações gráficas, a escala adequada é menor do 1:1.000, sendo, em geral, de 1:5.000 a 1:50.000; • Áreas maiores do que 1.000m. 21 2.4 NORMAS E TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAISAGISMO EM RODOVIAS Conforme a DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA (DNIT, 2005), a Instrução de Serviços para Elaboração dos Componentes Ambiental dos Projetos de Engenharia Rodoviária – IS-246, integrante das “Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários”, DNER-1997, estabeleceu que o projetista deve desenvolver os trabalhos buscando obediência aos preceitos do desenvolvimento sustentável e princípios estabelecidos na Política Ambiental do DNER, a qual visa assegurar a melhoria contínua de sua gestão ambiental. Em junho de 2002, foi publicada a Política Ambiental do Ministério dos Transportes, para a qual foram adotados princípios gerais e suas diretrizes ambientais, para orientação de seu programa de gestão ambiental. Recomenda-se que sejam tomadas medidas, ou adotados critérios, objetivando minimizar os impactos sobre o meio ambiente, mesmo que exijam trabalhos adicionais, os quais deverão ser incluídos nos custos de implantação da rodovia. Estes impactos ambientais referidos abrangem "a poluição sonora e atmosférica decorrente do tráfego intenso, a segurança e movimento dos pedestres, a degradação de propriedades adjacentes à via, segregação urbana, os efeitos de desmatamento e de influência sobre a fauna e a flora" os quais são fatores que deverão ser analisados em nível de anteprojeto, tanto em relação aos aspectos quantitativos como qualitativos (DNIT, 2005). O plantio de árvores no Sistema Viário tem como função principal a melhora das condições ambientais e estéticas. Recomenda-se especificar espécies nativas com raízes não agressivas. As faces mais adequadas para a arborização são a norte e a oeste, desde que não conflitantes com postes da rede elétrica. Na face leste, privilegiar o sol da manhã, empregando árvores com copa menor, nas faces oeste e norte utilizar árvores frondosas para proteger as edificações do sol da tarde (ORTEGA et al, 2008). Implantar árvores de pequeno porte, em calçadas estreitas, e onde exista fiação aérea. As árvores de médio porte poderão ser especificadas em calçadas mais largas e canteiros centrais.O ponto de locação da árvore deve manter uma distancia mínima da metade de sua copa adulta, de qualquer obstáculo (ex : postes e edificações ). Recomenda-se que a implantação das árvores tenha início a 6,00m das esquinas (ORTEGA et al, 2008). Sempre que a largura das calçadas permitir deverão ser implantadas "calçadas verdes”. Calçadas verdes são áreas gramadas ao longo dos passeios, que acompanham as áreas de 22 circulação de pedestres. Sua finalidade é aumentar a permeabilidade do solo. Elas podem estar junto aos muros e/ou guias. O projeto deve observar o trânsito de pedestres e automóveis. As interrupções devem ser evitadas, pois as áreas gramadas contínuas são de manutenção mais fácil (ORTEGA et al, 2008). Conforme o DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGENS (DER, 1994), o paisagismo deve ser planejado por um profissional especializado e habilitado. Segundo o DER (1994), deve ser realizado um anteprojeto que deve constar: a) levantamento dos recursos paisagísticos, visando identificar, preservar e melhorar os principais valores naturais; b) cadastro pedológico e vegetal da(s) faixa(s) ao longo do(s) traçado(s) escolhido(s), compreendendo ervas, arbustos e árvores, como indicação das espécies mais adequadas à proteção vegetal do corpo estradal; c) indicação de fontes de aquisição de espécies vegetais, quantidades disponíveis e época de plantio; d) arborização paisagística; e) locais das áreas de estacionamento, repouso e/ou recreação; f) orçamento. De acordo com o DER (1994), a fase do projeto consta basicamente do detalhamento do anteprojeto e somente deve ser iniciada após aprovação deste anteprojeto. O Projeto de Paisagismo compreende a concepção de projetos completos para as áreas pré-estabelecidas. Abrangem a apresentação em duas etapas : o Plano de Massas e o Projeto Básico. O Memorial Descritivo deve acompanhar os projetos elaborados (ORTEGA et al, 2008). O Plano de Massas, deve conter a proposta de ocupação da área com a localização e dimensão estimada para os diferentes usos, as interligações necessárias e a volumetria da vegetação em sua fase adulta (ORTEGA et al, 2008). O Projeto Básico, deverá conter a delimitação dos pisos e definição das espécies vegetais, equipamentos de lazer, mobiliário urbano, pontos de água e de luz. Deverá ser apresentado em dois desenhos: um de locação dos pisos e obras civis e outro da implantação da vegetação com a respectiva tabela das espécies. A planta de pisos deve apresentar também as indicações dos níveis dos patamares e as diretrizes de escoamento superficial das águas pluviais (ORTEGA et al, 2008). O Memorial Descritivo deverá descrever a forma de ocupação do terreno, suas relações com o meio no qual está inserido , explicando as razões e critérios que levaram à adoção das 23 soluções apresentadas. Deverá justificar os usos previstos, as faixas etárias para as quais estão destinadas as áreas de lazer, os critérios para a escolha dos equipamentos e da vegetação. De acordo com a Ortega et al. (2008), deve apresentar os itens abaixo: a) Limpeza do terreno: Limpar o terreno de detritos de obra, lixos e restos de construção. O solo deverá ser revolvido cerca de 25cm de profundidade, destocado e limpo de pedras, raízes e ervas invasoras. b) Orientação para o preparo e correção do solo: A composição do solo e a topografia do terreno podem determinar a escolha das espécies . Para análise e diagnóstico, as amostras de solo deverão ser colhidas nas áreas destinadas ao plantio, após a locação do conjunto. Deve-se verificar o PH do solo, e se necessário fazer a calagem para a sua correção. A especificação dos adubos deve seguir a orientação do fabricante e do engenheiro agrônomo responsável. O tempo destinado ao processo de adubação deve estar previsto com a antecedência necessária antes do início do plantio. c) Escolha e transporte das mudas: As plantas devem ser adquiridas de viveiros idôneos, próximos do local da obra. As mudas devem ser entregues no local da obra, em data próxima ao plantio. Para implantações maiores, recomenda-se a instalação de viveiro de espera com ponto de água . Deve-se manter definido, e claramente identificado o lote de cada espécie. Elas devem ser saudáveis, com um único fuste ereto (no caso de árvores), e com as raízes envoltas pelo torrão original. Na entrega, deve-se verificar o padrão de qualidade das plantas e rejeitar as que não satisfizerem as condições exigidas, providenciar a sua substituição e confirmar a quantidade de mudas. d) Armazenamento: Prever local fresco e ventilado no canteiro, para o armazenamento das mudas. e) Abertura e fechamento de covas para árvores: - As dimensões das covas para o Sistema Viário serão de pelo menos 60cmx60cmx60cm e as covas para arbustos serão de 30cmx30cmx30cm. - Verificar o tamanho da cova em relação à espécie plantada e à drenagem da cova antes do fechamento. - Em caso de solo de saibro ou entulho, a terra da cova deverá ser desprezada. - Nos locais de solo fértil, não há necessidade de substituição da terra original. - Colocar os insumos na proporção recomendada para cada espécie vegetal. - Preservar por 20 dias o repouso mínimo da terra, após a sua adubação. - Retirar a embalagem do torrão, sem desmanchá-lo. 24 - Colocar a muda na cova na posição vertical e após o fechamento; fazer corretamente a coroa e colocar cobertura morta, tutor e protetor quando for o caso. f) Combate às pragas: Proceder periodicamente à limpeza mecânica ou manual, para evitar que as pragas se alastrem. Para erradicar pragas, utilizar pesticidas não tóxicos à fauna e seres humanos. g) Irrigação: As mudas devem ser irrigadas periodicamente pelo prazo mínimo de um ano, se o plantio não for programado para a época das chuvas. h) Manutenção / Reposição: Os cuidados e a manutenção das áreas plantadas são importantes para o sucesso do plantio. Periodicamente as mudas mortas devem ser retiradas e substituídas dentro do prazo mínimo de um ano. i) Planilha de Quantidades: As Planilhas de Quantidade deverão ser quantificadas separadamente, conforme o assunto envolvido e a área do projeto abordado. Devem-se fazer planilhas separadas para o Sistema Viário, para o Sistema de Lazer (separando por Praças), para os Condomínios (separando por Condomínios ) para as quantificações dos serviços de terraplenagem, drenagem, plantio, mobiliário, insumos, etc. j) Cronograma de plantio: O cronograma deve apresentar as etapas previstas para o plantio. Observa-se contudo, que o tempo previsto para cada etapa depende do porte do projeto e dos recursos disponíveis. A limpeza do terreno, o combate à pragas e/ou à vegetação competidora e o preparo do solo, devem ser feitos antes do período de chuva (de novembro a março). Conforme o DNIT (2005), a elaboração de projeto para travessia urbana existente deverá ser precedido por: − reconhecimento de campo, onde serão observadas as condições da geometria viária, pavimentação, sinalização, tráfego de veículos, pedestres, estacionamentos, uso do solo nas faixas lindeiras, etc.; − consultas preliminares, para ouvir o pleito das autoridades municipais e a comunidade; − exame da documentação existente, visando tomar conhecimento dos planos e programas habitacionais, de educação e saúde, etc. que possam impactar o tráfego de veículos e de pedestres entre os dois lados da rodovia, prejudicando a operação da mesma. Este levantamento de campo deve fornecer dados para preenchimento da FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DE TRAVESSIA URBANA. A estas atividades, seguem-se as de levantamentos e pesquisas tais como: − levantamento das condições de tráfego, onde serão indicados: • interseções e acessos existentes; • principais geradores de tráfego de veículos e de pedestres; 25 • recursos de engenharia de tráfego, incluindo semáforos, rótulas, ondulações transversais, etc.; • principais fluxos de transposição da rodovia por veículos e pedestres; • uso da rodovia pelo tráfego urbano; • existência de infraestrutura e serviços urbanos no trecho; • limitações de visibilidade; • paradas de ônibus e pontos de taxi e; • carga e descarga de mercadorias. De acordo com o DNIT (2005), durante o desenvolvimento dos trabalhos relativos ao Programa de Avaliação e Ordenamento do Uso do Solo nas Rodovias Federais, foram elaboradas as Instruções de Proteção Ambiental - IPA, onde se definiram critérios abrangendo o projeto e a implantação da vegetação nas faixas das rodovias, inclusive a seleção de espécies vegetais, considerando-se os principais aspectos seguintes: a) o tratamento paisagístico das rodovias, com relação à vegetação ou revegetação, deverá estar totalmente integrado à paisagem, de modo a contribuir para a harmonia visual, o conforto e a segurança do tráfego; b) os elementos construtivos, arquitetônicos e a vegetação deverão compor uma solução paisagística; c) ao longo da rodovia dever-se-ão priorizar os maciços vegetais de grandes volumes por serem visualmente mais significativos, em detrimento da textura, forma e cor das espécies, sendo estes atributos recomendáveis para os locais de parada e descanso; d) a vegetação das faixas de domínio e lindeiras deverá contribuir como auxílio ótico na condução dos veículos, no controle da erosão do corpo estradal, para a sua consolidação e para o sombreamento nos locais de parada e de descanso; e) não será permitido o plantio de árvores de porte, próximo às pistas de rolamento e acostamentos, apenas vegetação arbustiva, adotando-se uma distância mínima de 5m destas até o bordo externo do acostamento, de forma a permitir os trabalhos de poda mecanizados. As árvores de porte deverão ser plantadas, de preferência, em cotas mais elevadas que a da plataforma, de forma a evitar acidentes; f) a vegetação arbustiva deverá ser distribuída em conjuntos intermitentes ao longo do trecho, em locais previamente selecionados que possam contribuir para reduzir ou eliminar os efeitos do ofuscamento produzidos pelos faróis durante a noite; g) deverá ser evitado o plantio em linha, exceto nas situações em que houver interesse paisagístico ou para esconder elementos visuais antiestéticos localizados nas áreas adjacentes; 26 h) a arborização deverá ser constituída por maciços pluriespecíficos, variando a altura, o volume, a textura e a cor, espaçados assimetricamente, tendo como contraponto, árvores isoladas e afastadas da pista de rolamento; i) nos locais de curvas a vegetação mais densa deverá ser reservada ao bordo externo, para contribuir na condução ótica e melhorar as condições de segurança; j) no caso de depressões no terreno natural, próximo do bordo do acostamento, a vegetação arbustiva contribui para a segurança ao amortecer o impacto de veículos desgovernados; k) ao atravessar bosques ou trechos densamente arborizados, não haverá necessidade de plantio na faixa de domínio, exceto de arbustos que possibilitarão a criação de um extrato intermediário entre o maciço arbóreo e o extrato herbáceo de revestimento vegetal e; l) para manter a proteção vegetal permanentemente verde nas rodovias, torna-se necessária a conjugação do plantio de gramíneas e leguminosas de ciclos diferentes. Um fator de grande importância nos trabalhos de vegetação e de revegetação, nas faixas de domínio das rodovias, é o referente à seleção das espécies vegetais a serem implantadas nas faixas, uma vez que deverão ser considerados os objetivos resultantes do projeto de arborização ou de paisagismo. Para tanto, deverão ser adotados critérios agronômicos visando à adaptabilidade ecológica, às exigências de porte, vigor vegetal, estéticos, além de outros (DNIT, 2005). O tema guarda conformidade com os dispositivos constitucionais, observada a competência da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de proteger o meio ambiente e preservar a flora (artigo 23 incisos III, VI e VII), bem como para legislar sobre a conservação da natureza e sobre a proteção do meio ambiente (artigo 24 inciso VI), de competência da União, Estados e Distrito Federal (DNIT, 2005). Cabe lembrar que as normas que devem nortear o item arborização estão expressas no Código Florestal Brasileiro - sancionado através da Lei 4.771/65 e suas atualizações de 1989 e 2001. O artigo 3º, desse Código, enumera as formas de vegetação que, devido a sua importante situação, podem passar a ser de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público. Entre formas de vegetação natural destacam-se as que se destinam a formar faixas de proteção ao longo de rodovias, destinadas a atenuar a erosão das terras (DNIT, 2005). De acordo com o DNIT (2009), o revestimento vegetal tem efeito positivo sobre o meio ambiente do domínio estradal, proporcionando as seguintes vantagens: • Proteção dos perfis de aterro ou de corte contra a erosão, através da redução do transporte de 27 sedimentos obtidos pelas raízes, que agregam partículas d’água e aumentam a resistência do solo. Os caules das plantas aumentam a rugosidade, reduzindo a energia potencial do fluxo d’água; • Recomposição do meio ambiente em relação à água, ao ar, à fauna, à flora e ao solo, estabelecendo condições favoráveis à vida animal e vegetal e recuperação ou reintegração da paisagem circundante; • Redução do run-off, através do aumento da infiltração no solo, devido às raízes das plantas, inclusive acrescendo o tempo de infiltração favorecido pela porosidade; • A cobertura vegetal do solo reduz o efeito splash, fase inicial do processo erosivo causado pela água das chuvas, devido ao choque das gotículas da chuva sobre as áreas nuas do solo, reduzindo a erosão laminar e orientando-se a seleção para plantas de folhas curtas e espessas com raízes profundas, que aumentam o atirantamento das camadas do solo; • Eliminação de outros danos porventura ocorrentes. O contato com o ambiente natural, o trato e cultivo de organismos ou componentes da natureza, tais como espécies arbustivas, herbáceas e arbóreas, faz parte da cultura humana e traz diversos benefícios às pessoas. Porém, estas não se beneficiam apenas com o contato direto (jardinagem), mas também através de experiências passivas, como a observação de áreas verdes ou jardins (BOBROWSKI et al., 2009). A presença de vegetação nos espaços abertos públicos é de suma importância para a ambiência urbana, atuando nos microclimas urbanos, amenizando a radiação solar, modificando a velocidade e a direção dos ventos, funcionando como barreira acústica e reduzindo a poluição do ar (MASCARÓ; MASCARÓ, 2002). Segundo Dorneles (2004), além das funções ambientais, a presença da vegetação nos espaços pode provocar sensações de bem-estar nos usuários conforme sua composição e podem servir como referencial urbano e estímulo sensorial. De acordo com as características principais da vegetação, seus atributos foram classificados como: • Atributos formais: correspondem à forma geométrica, ou seja, se é redonda, quadrada, trapezional, linear, etc.; à cor, onde se observam cores de tronco, copa, folhagem, flor, fruto conforme o tipo de vegetação; e a textura das plantas, que pode ser visual – conforme o tipo de tronco ou a composição da folhagem – ou tátil – se é liso ou rugoso, com espinhos, com pelos, etc. • Atributos funcionais: correspondem à presença de sombra, podendo ser rala ou densa, à emissão de odores, que podem servir como referencial de espaço caso seja forte ou perceptível; à emissão de sons, que podem ser de animais que habitam a vegetação ou do 28 vento; e a capacidade de atração da fauna. • Atributos temporais: que correspondem à velocidade de crescimento das espécies; à perenidade das folhas, caso sejam caducas ou perenes; e a época de floração e frutificação, levando-se em conta todos os meses do ano. Estes atributos estão presentes em todos os tipos de vegetação, e suas características intrínsecas podem variar, tendo potencialidades diferentes a serem exploradas em projetos de áreas livres. Os tipos de vegetação foram divididos em seis grupos distintos, conforme seu porte e função como elemento urbano, não seguindo a rigor a classificação botânica das plantas: árvores, palmeiras, arbustos, trepadeiras, herbáceas e forrações (DORNELES, 2004). As árvores são vegetais complexos, de grande porte (algumas ultrapassam 50 metros de altura) e servem para amenizar o microclima e a poluição urbana, e sombrear (MASCARÓ; MASCARÓ, 2002). Conforme sua composição e atributos (odor, textura, cor, etc) servem como referenciais urbanos e sensoriais, podendo, ainda, marcar, delimitar os espaços visualmente de acordo com sua cor ou forma, etc. As palmeiras, que têm porte variável e diferenciam-se das árvores por serem esbeltas e compridas, servem como marcadores visuais, enfatizando e diferenciando caminhos. Os arbustos têm porte intermediário, podendo alcançar no máximo 6 metros de altura. Suas funções principais nas áreas livres são de delimitar espaços e formar barreira visuais e de ruído (MASCARÓ; MASCARÓ, 2002). No entanto, conforme composição ou espécie utilizada, pode servir como estímulos sensoriais devido ao odor, som ,etc. As trepadeiras não possuem um porte definido, podendo variar em altura e forma conforme o suporte ao qual estiverem apoiadas. São utilizadas, normalmente, como ornamento e sombreamento (DORNELES, 2004; MASCARÓ; MASCARÓ, 2002), configurando áreas de estar agradáveis, pois atraem pássaros, e costumam ter odor agradável quando produzem flores e frutos. As herbáceas têm porte baixo, alcançando altura máxima de 2 metros, podendo substituir os arbustos em locais sombreados, sendo plantadas em grupos ou isoladamente. Destacam-se pela produção abundante de flores, tendo como principal função a ornamentação de jardins (DORNELES, 2004). Podem, também, delimitar espaços e conferir identidade às áreas livres, de acordo com a cor das flores ou suas texturas táteis e/ou visuais. Por fim, as forrações, cuja altura máxima chega a 50 centímetros, têm um crescimento mais significativo no sentido horizontal que vertical, formando tapetes vegetais. Além de ornamentar, servem para proteger o solo da erosão (DORNELES, 2004), e permitem as mais diversas composições visuais. 29 Todos os tipos de vegetação têm funções ambientais, colaborando com a manutenção do meio ambiente. Entretanto, devido à diversidade de espécies e características existentes, podem ser utilizados com muitas outras finalidades, como marcadores ou barreiras visuais, delimitadores de espaços, estímulos sensoriais, etc., podendo contribuir com a acessibilidade, segurança e conforto dos idosos nas áreas livres (DORNELES, 2004). 30 2.5 FATORES AMBIENTAIS INTERVENIENTES NO REVESTIMENTO VEGETAL A recuperação vegetal está na dependência direta de fatores ambientais muito diversos (haja vista as diferentes regiões em que uma rodovia se insere) e, assim, impõe-se conhecimento mais acurado desses agentes (DNIT, 2009). Estes fatores afetam de modo relevante a adequada seleção das espécies vegetais para a reabilitação ambiental e a almejada proteção do solo, sendo os principais a seguir nomeados (DNIT, 2009). a) Clima: - Quanto à insolação: Para Mascaro, citado por Dorneles (2004), a vegetação é dividida em dois grupos: aquelas que necessitam de insolação direta e outras, indireta, levando em consideração o período do dia e a presença ou não de luz natural no local. São raras as plantas de porte que não necessitam de insolação direta, pelo menos em determinado período do dia. - Quanto à temperatura: São apenas as plantas de clima temperado que resistem às baixas temperaturas. A maioria das plantas se adapta mais facilmente às temperaturas altas. b) Necessidade de água. De acordo com Mascaro, citado por Dorneles (2004), muitas plantas não resistem à estiagem prolongada, principalmente as do estrato arbustivo e forrações. c) Solo: Conforme Mascaro, citado por Dorneles (2004), a terra deverá ser de boa qualidade (nem muito arenosa nem muito argilosa), em geral de barranco, isenta de pragas e ervas daninhas e devidamente tratada com adubo. A profundidade do solo fértil também deve ser conhecida. d) Fitofisionomia regional: É importante que se faça um levantamento (inventário) das espécies vegetais presentes na área de influência da rodovia, para que essas espécies ou espécies correlatas possam ser aproveitadas em seus projetos ambientais. Este levantamento visa não só propiciar a seleção de espécies utilizadas na revegetação, como também as possíveis explorações agrícolas da região que possam facilitar a implantação da revegetação (DNIT, 2009). A função da revegetação na proteção das áreas nuas ou decapadas é essencial, operando na diminuição do coeficiente de escoamento superficial (a folhagem constituindo um verdadeiro reservatório e a matéria orgânica protegendo a superfície do solo contra o impacto das gotículas de água, facilitando a sua absorção) e na redução da velocidade (provocada pelos obstáculos). Da mesma forma, o aumento considerável da resistência do solo criado pela rede de armação que são as raízes e as ervas (DNIT, 2009). 31 A topografia tem, também, grande influência sobre a seleção do processo de plantio da revegetação, em função das declividades encontradas, sendo as atividades de construção uma modificação intensa das condições naturais do relevo (DNIT, 2009). Conforme DNIT (2009), alguns fatores intervenientes considerados como determinantes na coleção de espécieis vegetais são: a) Longevidade: A longevidade depende do objetivo temporário ou definitivo da revegetação, podendo-se selecionar as espécies vegetais anuais, bianuais, perenes, de ciclo de vida curto ou longo. b) Produção de biomassa: Este fator dependerá do nível de matéria orgânica desejado no solo, o nível de recobrimento e a profundidade necessária das raízes para a estabilidade das encostas e taludes. c) Efeitos paisagísticos: Este fator retrata a necessidade de se obter alto índice de crescimento das espécies vegetais, em especial na criação de tufos de vegetação e vegetação rasteira. d) Fixação de Nitrogênio no solo: É o fator necessário para os solos estéreis que necessitam de melhoria dos níveis de nitrogênio, o qual é obtido no desenvolvimento das leguminosas. e) Palatabilidade da fauna: Como suprimento alimentar da fauna podem ser selecionadas espécies vegetais que fornecem frutos, grãos e pastagem. f) Dormência das sementes: Buscando-se épocas diferentes para a germinação, em particular, a competitividade inicial entre plantas. Podem ser selecionadas sementes com dormência, vigor, resistência a pragas e doenças. g) Biodiversidade: Objetiva-se, através deste fator, o uso de grande variedade de espécies vegetais, que contribui para aumentar a biodiversidade, com a oportunidade atrativa para pássaros e animais silvestres. Pelo plantio de espécies vegetais de porte diferente e a consorciação de gramíneas e leguminosas, busca-se a sustentabilidade da vegetação e o favorecimento da biodiversidade. 32 2.6 ESPÉCIES INDICADAS PARA O PAISAGISMO EM ENTRADA DE CIDADES N°de ordem Planta/nome: Nome científico Família 1- Acalifarasteira Acalypha reptans Euphorbiaceae herbácea 1520cm 2- Alfeneiro-dachina Ligustrum sinense Oleaceae arbusto 3-4 m 3- Buxinho Buxus sempervirens Buxaceae arbusto 2-5 m 4- Camarão amarelo Pachystachys lutea Acanthaceae arbusto 0,5-1 m 5- Camarão vermelho Pachystachys coccínea Acanthaceae arbusto 0,91,5m 6- Camarazinho Verbenaceae 7- Celósiaplumosa Lantana camara L. Celosia argêntea L. Amaranthaceae arbusto herbácea herbácea 8- Coqueiro-devênus Dracaena fragans Liliaceae arbusto 3-6 m 9- Crisântemoda-china Dendrathema grandiflora Compositae herbácea 0,5-1 m 10- Dracenaconfeti Dracaena godseffiana Liliaceae arbusto 1-1,5 m 11- Dracena-demadagascar Liliaceae arbusto 2-4 m 12- Emerocalis (lírio amarelo) Flor-de-coral Dracaena marginata Lam. Hemerocallis flava Liliaceae herbácea Até 60cm Russelia equisetiformis Scrophulariaceae arbusto 0,8-1 m 13- Classificação Botânica Altura e Até 2m Até 1m 14- Gramaesmeralda Zoysia japonica Gramineae forração 10-15 cm 15- Ixora compacta Ixora coccinea Rubiaceae arbusto 0,4-0,8 cm 16- Ixora-rei Ixora macrothyrsa Rubiaceae arbusto 1,5-2 m 17- Moréia Dietes iridiodes Iridaceae herbácea 30-50 cm Autor Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Ghisalberti (2000) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Freitas et al. (1999) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (2001) Lorenzi e Souza (2001) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza 33 18- Musasendavermelha Mussaenda erythrophylla Rubiaceae arbusto 1,5-3m 19- Mussendarosa-arbustiva Mussaenda alicia Rubiaceae arbusto 2-3 m 20- Orquídeavioleta Spathoglottis plicata Orchidaceae herbácea 30-50 cm 21- Palmeiraimperial Roystonea oleracea Arecaceae palmeira 3050m 22- Palmeira-sagu Cycas revoluta Cycadaceae arbusto 1-3 m 23- Pandanoveitchi Pandanus veitchii Pandanaceae arbusto 1,5-3 m 24- Petúnia herbácea 25- Piteira-docaribe Petunia x Solanaceae hybrida Amaryllidaceae Agave angustifolia 15-30 cm Até 3m 26- Salvia Salvia officinallis L. Lamiaceae herbácea 30-60 cm 27- Sálvia-dosjardins Salvia coccínea Labiátae herbácea arbustiva e 40 cm 28- Tamareiraanã Phoenix roebelinii Palmae palmeira 2-3 m herbácea (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) Vitti et al. (2007) Lorenzi e Souza (1995) Baricevic e Bartol (2000) Lorenzi e Souza (1995) Lorenzi e Souza (1995) 34 2.7 ESPÉCIES INDICADAS PARA O PAISAGISMO EM TREVOS N°de ordem Planta/nome: Nome científico Família 1- Agave-dragão Agave attenuata Amaryllidacea herbácea 2- Alfeneiro-dachina Ligustrum sinense Oleaceae arbusto 3- Ave-doparaíso Strelitzia reginae Musaceae herbácea 4- Baba-de-boi (jerivá) Syagrus romanzoffiana Palmae palmeira 5- Euphorbia pulcherrima Neoregelia carolinae Euphorbiaceae 6- Bico-depapagaio Bromélia Bromeliacaea arbusto herbácea herbácea 7- Bromélia Pitcairnia flammea Bromeliacaea herbácea 8- Broméliagigante Vriesea imperialis Bromeliacaea herbácra 9- Coração-roxo (trapoerabaroxa) Crisântemoda-china Tradescantia pallida Commelinaceae herbácea Dendrathema gramdiflora Compositae herbácea 11- Fórmio Phormium tenax Liliaceae herbácea 12- Gramaesmeralda Zoysia japonica Gramineae forração 13- Jibóia Scindapsus aureus Araceae herbácea 14- Lágrimasabéia Pittosporum tobira Pittosporaceae árvore arbusto 15- Licualagrande (palmeira leque) Palmeiraimperial Licuala grandis Palmae palmeira 2-3 m Lorenzi Souza (1995) e Roystonea oleracea Arecaceae Palmeira 3050m Lorenzi Souza e 10- 16- Classificação Botânica Altura Autor 1-1,5m Lorenzi e Souza (1995) 3-4 m Lorenzi e Souza (1995) 1,2-1,5 Lorenzi e m Souza (1995) 8-15 m Lorenzi e Souza (2002) e 2-4 m Lee et al. (1997) 0,4 m Lorenzi e Souza (1995) 50-70 Lorenzi e cm Souza (1995) 1-1,5m Lorenzi e Souza (1995) Até 30 Lorenzi e cm Souza (1995) 0,5-1m Lorenzi e Souza (1995) 1,5-3m Lorenzi e Souza (1995) 10-15 Lorenzi e cm Souza (2001) 4,5 m Lorenzi e Souza (1995) e Até 6m Lorenzi e Souza (1995) 35 17- Palmeira-sagu Cycas revoluta Cycadaceae arbusto 18- Periquito Althernanthera Amaranthaceae ficoidea 19- Pingo-deouro Duranta repens Verbenaceae arbusto 24- Pita Agave americana Amaryllidaceae herbácea 21- Piteira-docaribe Agave angustifolia Amaryllidaceae herbácea 22- Salvia Salvia officinallis L. Lamiaceae herbácea 23- Sálvia-dosjardins Salvia coccínea Labiátae Herbácea arbustiva herbácea (1995) Lorenzi Souza (1995) 20-25 Lorenzi cm Souza (1995) 1-1,5m Lorenzi Souza (1995) Até 12 Lorenzi m Souza (1995) Até 3m Lorenzi Souza (1995) 30-60 Baricevic cm Bartol (2000) e 40 cm Lorenzi Souza (1995) 1-3 m e e e e e e e 36 2.8 ESPÉCIES USADAS NA IMPLANTAÇÃO DO PAISAGISMO N°de ordem Planta/nome: Nome científico Família 1- Agave-dragão Agave attenuata Amaryllidacea herbácea 2- Baba-de-boi (jerivá) Syagrus romanzoffiana Palmae palmeira 3- Coração-roxo (Setcreasea) Tradescantia pallida Commelinaceae herbácea 4- Emerocalis (lírio amarelo) Gramaesmeralda Hemerocallis flava Liliaceae herbácea Zoysia japonica Gramineae forração 6- Palmeiraimperial Roystonea oleracea Arecaceae Palmeira 7- Periquito Althernanthera ficoidea Amaranthaceae herbácea 8- Pita Agave americana Amaryllidaceae herbácea 9- Piteira-docaribe Agave angustifolia Amaryllidaceae herbácea 10- Sálvia-dosjardins Salvia coccínea Labiátae Herbácea arbustiva 5- Classificação Botânica Altura Autor 1-1,5m Lorenzi e Souza (1995) 8-15 m Lorenzi e Souza (2002) Até 30 Lorenzi e cm Souza (1995) Até Freitas 60cm et al. (1999) 10-15 Lorenzi e cm Souza (2001) 30Lorenzi e 50m Souza (1995) 20-25 Lorenzi e cm Souza (1995) Até 12 Lorenzi e m Souza (1995) Até 3m Lorenzi e Souza (1995) e 40 cm Lorenzi e Souza (1995) As espécies vegetais que foram selecionadas para a implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo valorizaram a entrada da cidade devido à beleza estética proporcionada pelo contraste de cores das mesmas, tornando o local mais agradável. No entanto, foi dada uma maior ênfase na educação ambiental, com intuito de conscientizar as pessoas sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente. 37 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 LOCAL A pesquisa foi realizada no trevo da cidade de Poço Fundo, no estado de Minas Gerais, de latitude -21° 46’ 51”, longitude 45° 57’54”, altitude 836 metros, área de 475,5 km2, clima tropical-temperado, temperatura média anual de 20ºC, uma precipitação média anual de 1.597 mm, na rodovia MG-179. 3.2 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO Para a realização do projeto foi realizada uma pesquisa de espécies de plantas adequadas para a região, analisando o clima, o tipo de solo e as características específicas de cada planta. No entanto, como os canteiros foram formados em cima do asfalto já existente, houve a necessidade de retirar o asfalto e de substituir parte da terra que apresentava diversos resíduos, até mesmo de concreto, com a utilização de uma máquina retroescavadeira, antes de iniciar o plantio das espécies selecionadas, a fim de não atrapalhar o desenvolvimento das mesmas. A TAB. 1 mostra as espécies de plantas que foram selecionadas para a implantação do paisagismo na cidade de Poço Fundo, especificando os seus nomes popular e científico, além de sua classificação botânica. TABELA 1 Vegetação utilizada na implantação do paisagismo N.º de Ordem Planta/nome: (senso comum) Nome científico Classificação Botânica Espécie 1- Agave-dragão Agave atenuata Herbácea 2- Baba-de-boi (jerivá) Syagrus romanzoffiana Palmeira 38 3- Coração-roxo (Setcreasea) Tradescantia pallida Herbácea 4- Emerocalis (Lírio amarelo) Hemerocallis flava Herbácea 5- Grama-esmeralda Zoysia japonica Forração 6- Palmeira imperial Roystonea oleracea Palmeira 7- Periquito Althernanthera ficoidea Herbácea 8- Pita Agave americana Herbácea 9- Piteira-do-caribe Agave angustifolia Herbácea 10- Salvia-dos-jardins Salvia coccinea Herbácea e arbusto Para a escolha das espécies foram utilizados alguns critérios como a altura das plantas, para não atrapalhar a visibilidade, a resistência das mesmas, a fim de não necessitar de um maior acompanhamento pelos órgãos responsáveis, o tipo de clima, o tipo de solo, a beleza estética, a questão financeira e a segurança das pessoas que possam estar no local. No entanto, depois da análise de todos esses critérios, as plantas selecionadas para o paisagismo do trevo da cidade de Poço Fundo foram a agave-dragão, o coração-roxo, a grama-esmeralda, o lírio amarelo, a palmeira imperial, a palmeira jerivá, periquito, pita, piteira-do-caribe e sálvia-dos-jardins, que estão em anexo, pois são resistentes, não precisam de cuidados especiais, causam um contraste bonito de cores, não colocam em risco a segurança dos motoristas e das pessoas que circulam pelo trevo e são de baixo custo, uma vez que isso é um fator predominante para os órgãos públicos. As plantas escolhidas com o objetivo de valorizar a entrada do município estética e ambientalmente foram distribuídas em quatro canteiros no trevo: o canteiro central mede 1.632,00 m2; o canteiro esquerdo (sentido Machado) possui 720,00 m2; o canteiro direito (sentido Pouso Alegre), com 615,00 m2, e o canteiro sentido entrada de Poço Fundo, com 100 m2, dando uma área total de 3.067,00 m2. De acordo com a FIG. 1, no trevo de Poço Fundo há necessidade de se implantar o paisagismo para valorizar a entrada da cidade e, consequentemente, aumentar o número de turistas. Além de enriquecer a beleza do portal, criado com o intuito de ser mais um atrativo para o município. 39 FIGURA 1 - Esboço do trevo de Poço Fundo. Porém, a FIG. 2 mostra um croqui de como foi feita a distribuição das espécies vegetais nos canteiros do trevo, não colocando em risco a segurança dos motoristas e das pessoas que circulam nessa área. 40 FIGURA 2 - Croqui do trevo de Poço Fundo com as plantas selecionadas. No canteiro do portal, FIG. 3, foram distribuídas 200 mudas de lírio amarelo e a grama-esmeralda por toda a sua dimensão. 41 FIGURA 3 - Canteiro do portal antes do paisagismo. No entanto, na lateral do canteiro do portal, FIG. 4, colocou-se 04 palmeiras jerivá e 150 mudas de lírio amarelo de cada lado do canteiro do portal, além da grama-esmeralda. FIGURA 4 - Lateral do canteiro do portal antes do paisagismo. 42 Nos canteiros laterais, FIG. 5, foi distribuída a grama-esmeralda por toda a sua extensão, além de 12 palmeiras jerivá, 540 mudas de lírios amarelos, 360 mudas de periquito e 800 mudas de sálvia-dos-jardins, que foram divididas igualmente em ambos os canteiros. FIGURA 5 - Canteiro lateral antes do paisagismo. Já no canteiro central, FIG. 6, distribuiram-se 01 palmeira imperial, 02 palmeiras jerivá, 06 mudas de agave-dragão, 04 piteiras-do-caribe, 01 pita azul, 500 mudas de sálviasdos-jardins e 250 mudas de coração-roxo, além da grama-esmeralda, que foram distribuídas por todo local. No morro ao redor do trevo, será conservada a vegetação já existente, com intuito de diminuir os gastos para a prefeitura. 43 FIGURA 6 - Canteiro central antes do paisagismo. Iniciou-se a preparação do solo 30 dias antes do plantio, onde distribuiu-se calcário em toda área dos canteiros. Nesse mesmo período, também foram feitas 23 covas para o plantio das palmeiras, colocando-se em cada uma delas 100 gramas de esterco de galinha e 150 gramas do adubo supersimples, No entanto, a mão de obra, o esterco, o calcário e o adubo supersimples foram de responsabilidade dos órgãos competentes, não havendo a necessidade de serem colocados no orçamento do projeto, porque isto também proporcionou uma queda no custo da implantação do paisagismo nos municípios. O esterco de galinha foi conseguido por meio de parcerias com moradores da própria cidade. Conforme as FIG. 7 e 8, os próprios funcionários da prefeitura participaram efetivamente da implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo. 44 FIGURA 7 - Canteiro central na implantação do paisagismo. FIGURA 8 - Canteiro lateral na implantação do paisagismo. Entretanto, para que ocorresse a implantação do projeto no trevo de Poço Fundo foi necessário expor o trabalho na Câmara dos Vereadores, onde foi apresentado o projeto para a 45 comunidade e vereadores, com intuito de conscientizar a todos da necessidade de valorizar o meio ambiente, e consequentemente, o município, uma vez que o trevo é o cartão de visita da cidade. Depois de expressar as idéias contidas no trabalho, todos os presentes a explanação apoiaram a implantação do projeto de paisagismo no trevo. Em seguida, foi encaminhado um ofício ao prefeito, relatando o que havia ocorrido na Câmara Municipal. O prefeito, ao ter conhecimento do projeto, ficou entusiasmado com a proposta e decidiu implantar o mesmo na cidade de Poço Fundo, pois enfatizou que o projeto somente iria trazer benefícios ao município e ao meio ambiente. 46 3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS INFORMANTES 3.3.1 Grau de escolaridade Os informantes foram caracterizados segundo o grau de escolaridade, conforme os dados apresentados na FIG. 9. Observa-se que 26,5 % dos entrevistados do questionário, que está no apêndice, possuem nível superior, e a maioria, 53 %, possui nível de escolaridade inferior ao ensino fundamental. De acordo com a EMATER (2006), Poço Fundo possui cerca de 2785 propriedades rurais, com 94,08 % apresentando área menor que 50 ha, sendo 86 % em regime de agricultura familiar, necessitando assim, da mão de obra de todos os integrantes da família, acarretando o aumento da evasão escolar. Também um dos motivos da maioria dos entrevistados ter apresentado um nível de escolaridade inferior ao ensino fundamental se deve ao fato de a entrevista ter sido realizada com alguns alunos de escolas públicas com idade acima de 15 anos, ou seja, adolescentes que ainda não terminaram o 9° ano do ensino fundamental. FIGURA 9: Grau de escolaridade dos poçofundenses e visitantes do município que responderam ao questionário. 47 3.3.2 Idade Na FIG. 10, a idade também foi um fator analisado para caracterizar os entrevistados. Percebe-se que a maioria, ou seja, 86 % das pessoas entrevistadas possuem idade inferior a 45 anos. A razão deste fato ter ocorrido foi devido ao questionário ter sido aplicado em diversos estudantes do ensino fundamental, médio e superior. Como a pesquisa tem como foco a educação ambiental, além dos alunos, diversos funcionários e professores também foram entrevistados, fator responsável pelo número reduzido de entrevistados acima de 60 anos. FIGURA 10: Idade dos entrevistados da pesquisa. 3.3.3 Frequência de passagem pelo trevo O questionário foi aplicado no trevo de Poço Fundo, no qual diversas pessoas transitam a todo momento, sendo muitos, dos 200 entrevistados, cidadãos que trabalham, estudam ou moram em outro município. Observa-se então, na FIG. 11, a frequência com que os entrevistados circulam pelo trevo de Poço Fundo. Constatou-se que 94 % dos 200 entrevistados passam pelo local com frequência, sendo um parâmetro para a observação. 48 FIGURA 11: Frequência em que os entrevistados passam pelo trevo de Poço Fundo. 49 3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA A análise estatística foi realizada considerando a estatística descritiva que procurou somente descrever e avaliar um certo grupo, sem tirar quaisquer conclusões ou interferências sobre um grupo maior. Após a definição do problema estudado e o estabelecimento do planejamento da pesquisa, foi feita uma coleta de dados, onde elaborou-se um questionário com intuito de comparar a situação anterior e atual do trevo de Poço Fundo-M.G. A coleta de dados foi realizada de forma direta, sendo a amostragem do tipo não probabilística ou intencionada, pois o questionário foi respondido pelas mesmas pessoas, antes e depois da implantação do paisagismo. A pesquisa foi feita no período de julho de 2010 a março de 2011, sendo aplicada em 200 pessoas, considerando tanto moradores como visitantes do município. Depois de obtidos os resultados, realizou-se uma análise comparativa dos dados. Em seguida, foram computadas a frequência absoluta, ou seja, o número de vezes que um elemento do questionário aparece na amostra, e a frequência relativa, o resultado obtido da divisão entre a frequência, ou seja, o valor que é observado na população, e a quantidade de elementos da população, apresentada na forma de porcentagem. Os dados estatísticos foram organizados e apresentados por meio dos gráficos de colunas, onde a altura das barras representa o que foi mais observado, e de setores, na qual apresentou uma fatia de circunferência de ângulo 360°. Os entrevistados deram sua opinião baseada nas informações ambientais e das sensações proporcionadas pelo visual, para que assim pudessem questionar a importância ou não da implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo-MG para o turismo, comércio, proteção contra raios solares e na educação ambiental. 50 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com a implantação do paisagismo do trevo foi possível obter várias informações sobre o seu efeito visual e ambiental nas pessoas, proporcionado com a mudança do que estavam comumente habituados. Com análise do questionário foi possível obter informações sobre a aceitação ou não, tanto dos moradores como dos visitantes, ocasionada por esse trabalho. Os questionários foram respondidos pelas mesmas pessoas, antes e depois da implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo, para que assim se pudesse comprovar, por meio de um método comparativo, a importância da implantação do paisagismo no município, pois acarretará diversos benefícios para a cidade, sejam ambientais ou até mesmo econômicos. 4.1 VALORIZAÇÃO DA ÁREA 4.1.1 Paisagismo no trevo Conforme Siqueira e Távora (2010), a temática envolvendo a valorização de modelos de paisagismos ecossistêmicos é considerada relativamente nova, pois a mesma está relacionada com as mudanças de paradigmas no processo de arborização e a importância desses modelos nos dias atuais, sobretudo com o aumento progressivo da conscientização ambiental e a necessidade em desenvolver atividades de educação ambiental no espaço urbano. Segundo Pellegrino (2000), durante muito tempo a visão que se tinha da relação campo x cidade era que a cidade começava onde a natureza acabava como se houvesse delimitações que determinassem até onde iria à paisagem cultural e natural. No entanto, as leis da natureza não se submetem às sociedades humanas como se fossem simples objetos, mas, ao contrário, as sociedades humanas é que agem como sujeitos que transformam e as incorporam nas suas relações. Com os resultados do questionário pode-se verificar uma mudança de opinião dos entrevistados sobre a visão do trevo. Na FIG. 12, observa-se a visão que os usuários tinham antes da implantação do projeto de paisagismo. Percebe-se então, que antes da implantação do paisagismo, apenas 3 % dos entrevistados achavam a visão do trevo agradável, e a maioria, sendo precisamente 97 % das pessoas, não achavam o local agradável, sendo para eles um lugar pouco agradável, 51 desagradável e até mesmo imperceptível. No entanto, depois do paisagismo, a população percebe a importância da existência de áreas verdes junto aos centros urbanos (parques, praças, lagos, trevos e ruas arborizadas) proporcionando uma sensação de bem-estar aos usuários destes espaços. Com a análise dos resultados obtidos, constatou-se que 95 % dos entrevistados acharam agradável a visão do trevo e ninguém achou que a visão ficou desagradável, havendo uma mudança de opinião considerável, restando somente 1,5 % dos entrevistados achando ainda que a visão tornou-se pouco agradável e 3,5 % que não perceberam diferença alguma. Pode-se afirmar, então, que as plantas utilizadas no paisagismo urbano, tão importantes na caracterização ambiental destas áreas, promovem inúmeros benefícios estéticos e funcionais ao homem e estão muito além dos seus custos de implantação e manejo. FIGURA 12 - Visão dos usuários antes e depois da implantação. 4.1.2 Portal As pessoas analisaram as plantas existentes no local para verificar sua importância na valorização do portal. Segundo Siqueira e Távora (2010), as belezas naturais agregam um valor estético e ecológico ao espaço. O valor estético colabora para a qualidade de vida humana, pois a contemplação das belezas naturais ajuda no desenvolvimento do caráter do ser humano (JUNGES, 2004). No caso da área estudada, esse valor se manifesta, sobretudo, nos 52 períodos de floração das espécies, causando uma atitude de admiração e contemplação nas pessoas que circulam naquele espaço. Na FIG. 13, observa-se a opinião dos entrevistados antes do plantio das plantas que foram selecionadas para este local. De acordo com a figura, 98,5 % das pessoas entrevistadas afirmaram que as plantas que existiam nos canteiros desvalorizavam a beleza do portal e consequentemente a cidade. Porém, depois do plantio das plantas escolhidas, 93 % dos entrevistados mudaram de ideia em relação à valorização do portal, achando que as plantas que foram plantadas ofereceram um maior destaque ao portal e ao município, uma vez que os efeitos estéticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais de cada espécie, têm o poder de modificar os ambientes visualmente, tornando-os mais agradáveis ao seus usuários. FIGURA 13: Valorização do portal pelos entrevistados antes e depois da implantação. 53 4.2 ESPÉCIES VEGETAIS 4.2.1 Visibilidade Os entrevistados foram abordados sobre o risco das plantas dos canteiros em relação a visibilidade e a segurança das pessoas que transitam pelo trevo. Milhares de pessoas trabalham diariamente, dirigindo automóveis, ônibus e caminhões nas rodovias, durante os turnos diurno ou noturno. Vários são os problemas enfrentados por esta categoria de trabalhadores. Mas, sem dúvida, trabalhar com segurança é o seu maior desafio. Esse é um dos principais fatores no momento da implantação, pois as plantas escolhidas não podem atrapalhar a visibilidade dos motoristas, colocando em risco a segurança dos mesmos e das pessoas que circulam ao redor do trevo. O projeto de paisagismo deve trabalhar segundo o conceito de Área de Visibilidade Desimpedida. Por isso, “(...) é necessário conhecer as distancias de visibilidade de parada (DVP) e de ultrapassagem (DVU), para a rodovia, em função das velocidades de projeto adotadas em cada trecho, conforme estabelece instrução referente à Elaboração de Projeto Geométrico (IP-DE-F00/001)” (DER-SP, 2006). Além destas distâncias, deve-se também considerar a distância de visibilidade de decisão (DVD) que ocorre geralmente em intersecções com manobras não usuais. O modo de percepção dos seres humanos condiciona aquilo que se percebe quando o observador está em movimento de alta velocidade. Quanto maior a velocidade maior concentração exigida; também a medida que a velocidade aumenta, diminui o limite do campo visual. “Conclui-se que quanto maior a velocidade mais o ponto focal se afasta, reduzindo a percepção lateral do veículo e, consequentemente, a segurança no local. O motorista tende a aumentar a velocidade, causando efeito de hipnose ou “túnel de visão”, o que contribui ainda mais para a redução da segurança e conforto” (DER-SP, 2006). O DER-SP (2006) ainda estabelece que para caracterizar a Área de Visibilidade Desimpedida (AVD) “(...) deve-se considerar a altura dos olhos dos motoristas em relação ao plano da rodovia, variando aproximadamente entre 1,00 e 1,25m”. De acordo com o questionário respondido, 100 % dos entrevistados relataram que as plantas presentes nos canteiros não atrapalham a visibilidade, dando segurança para quem 54 necessita transitar pelo trevo de Poço Fundo, uma vez que quase nenhuma planta existia nesses canteiros anteriormente. 4.2.2 Sombreamento As pessoas que foram entrevistadas relataram sobre a importância das plantas para proporcionar sombra ao redor dos canteiros. Um dos efeitos causados pela vegetação no meio urbano está relacionado com a melhoria do conforto térmico. A redução da temperatura ocorre pela absorção de calor no processo de transpiração, redução da radiação e da reflexão dos raios solares. Segundo Ferreira (2005), a presença de árvores faz com que a radiação solar seja filtrada e, com isso melhora o refrigério do recinto. A influência da vegetação depende da idade das árvores, da densidade foliar, do tipo de folha e da disposição da cobertura vegetal. Estas interações relacionam-se com o controle da radiação solar, do vento e da umidade do ar. Percebe-se que a sombra das árvores refresca as ruas e os estacionamentos. As cidades são autênticas “ilhas de calor” que costumam registrar entre 5 e 9 graus a mais de temperatura que as zonas ao seu redor. Havendo necessidade do plantio de árvores que são um meio de “refrigeração” natural. A sombra proporcionada pelas plantas protege as pessoas do contato direto com os raios solares, evitando problemas futuros de saúde, e deixa o ambiente mais agradável. Na FIG. 14, nota-se a observação dos entrevistados em relação às plantas existentes nos canteiros do trevo com o sombreamento antes da implantação do paisagismo. Conforme podemos analisar os resultados apresentados na figura abaixo, notamos que 17 % das pessoas responderam que as plantas colocadas no trevo proporcionaram sombra ao lugar, havendo assim um bom aumento favorável às plantas em relação ao sombreamento, se comparado com o questionário anterior. Porém ainda a maioria, mais precisamente, 57 % dos entrevistados disseram que estas plantas não ocasionaram sombreamento, alegando que a maioria das plantas são baixas e que somente as palmeiras não proporcionaram uma melhoria no sombreamento. No entanto, os restantes, de 26 %, afirmaram que às vezes ocorre sombra para as pessoas, devido ao plantio dessas plantas. 55 FIGURA 14 - Relação das plantas presentes nos canteiros que proporcionam sombreamento antes do paisagismo. A FIG. 15, mostra os dados obtidos pelos usuários, após a implantação do paisagismo no trevo. Observa-se que 89 % dos entrevistados afirmaram que as plantas que estavam presentes nos canteiros não proporcionavam nenhuma sombra para as pessoas que circulam nesta área, havendo ainda 11 % de pessoas que relataram que algumas plantas às vezes ocasionavam algum sombreamento, e somente 1% respondeu que as mesmas sempre geravam sombra para as pessoas. FIGURA 15 - Relação das plantas presentes nos canteiros que proporcionam sombreamento depois do paisagismo. 4.2.3 Comércio Para Zecca (2009), o paisagismo está atuando diretamente no visual do cenário externo ou interno dos shopping centers, lojas ou show-room de empresas comerciais. Nessas locações, sua atuação é de harmonização da paisagem através do equilíbrio de seus componentes imediatos, como, por exemplo, as vitrinas, luminosos ou placas publicitárias, mercadorias expostas, circulação de pessoas, iluminação, fachadas, estilo arquitetônico, etc. 56 Seguindo este fator positivo da implantação do paisagismo em certos pontos comerciais, as pessoas entrevistadas foram questionadas sobre a importância das plantas para o comércio de caldo de cana-de-açúcar. Na FIG. 16, observa-se a opinião dos usuários em relação às plantas existentes nos canteiros do trevo com a circulação de pessoas no comércio de caldo de cana-de-açúcar presente nas proximidades do trevo antes da implantação do projeto. De acordo com a figura, 95 % das pessoas entrevistadas acham que o paisagismo não influencia em nada o comércio de caldo de cana-de-açúcar no trevo, nem positivamente nem negativamente. Entretanto, constatou-se que houve influência das plantas com o comércio de caldo de cana-de-açúcar após a implantação do paisagismo. Como pode ser percebido, devido à beleza estética dos canteiros, o paisagismo proporcionou uma situação de bem-estar nesta área para as pessoas, dando um aspecto de suavidade e de tranquilidade, havendo um aumento de 4 % para 27,5 % na quantidade de pessoas que afirmam que o movimento de caldo de cana-de-açúcar aumentou devido à implantação do paisagismo nesta área, apesar de 72,5 % de os cidadãos continuarem achando que as plantas selecionadas para o paisagismo não exercem influência alguma no comércio de suco de cana. FIGURA 16 - Relação das plantas presentes nos canteiros com o comércio de caldo de cana-de-açúcar antes e depois da implantação do paisagismo. 57 4.3 TURISMO Segundo Braga e Castanho (2008), o turismo é uma atividade que vem adquirindo grande espaço na economia do Brasil, atingindo números elevados na participação do PIB nacional. A força do empreendimento turístico é tamanha que analistas desse setor insistem em afirmar que o turismo pode ser “um fator de esperança para o desenvolvimento dos povos, em particular dos países do Terceiro Mundo” (BALLART, 2005). De acordo com Zanirato (2010), o argumento é que os países detentores de atributos culturais e naturais expressivos devem investir na divulgação de suas qualidades, como um meio de atrair visitantes que gerem renda ao local. A atividade turística converte-se assim numa oportunidade de gerar empregos, incrementar rendimentos econômicos, favorecer a comercialização de produtos locais e o intercâmbio de idéias, costumes e estilos de vida. Seguindo a idéia de Zanirato (2010), o paisagismo pode ser uma fonte de renda para todos os municípios. Conforme esta afirmação, as pessoas que foram entrevistadas relacionaram o paisagismo desenvolvido no trevo de Poço Fundo com o número de visitantes do município, uma vez que a entrada da cidade é o seu cartão de visita. Na FIG. 17, observa-se o número de visitantes atraídos para o município em função das plantas presentes nos canteiros antes da implantação do projeto de paisagismo. Percebe-se que 99 % das pessoas entrevistadas afirmaram que as plantas não atraíam visitantes para o município. Porém, observa-se que em função das plantas colocadas nos canteiros após a implantação do projeto de paisagismo, os entrevistados afirmaram que aumentou o número de visitantes atraídos para o município de Poço Fundo. É certo que este tratamento paisagístico tinha a intenção de melhorar o espaço da cidade com vistas ao turismo, exercendo influência de atração sobre qualquer pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade. Nota-se então, que 66 % dos entrevistados mudaram de opinião considerando que as plantas colocadas nos canteiros atraem mais visitantes para o município, ficando apenas 34 % dos 99 % anteriores achando que as plantas não influenciam o número de turistas. 58 FIGURA 17: Relação das plantas com o número de visitantes do município antes e depois da implantação do projeto paisagístico. 4.4 IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO As pessoas que foram entrevistadas relataram sobre a importância da implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo. Conforme Leite (2006), em uma situação de desenvolvimento urbano acelerado e em um momento de inflexão das taxas de urbanização, era natural que surgissem, nas cidades, demandas por espaços de lazer e circulação compatíveis com as novas características do processo de urbanização. E na escala regional, os primeiros estudos relacionados à capacidade estrutural da paisagem de responder aos desafios daquele processo. Era preciso distinguir, claramente, escala de atuação e escala de compreensão. Se, na escala da atuação, a paisagem é uma construção transtemporal, transversal, duradoura, e não unicamente um produto da disposição de objetos valorizados pelo simples fato de terem sido desenhados por especialistas, de forma análoga, na escala da compreensão, o paisagismo é um modo de entendimento do espaço, que transcende o projeto, embora dele se utilize como forma de conhecimento da realidade. Sua finalidade última é a discussão dos benefícios que o projeto traz, não apenas para a qualidade urbana, mas para a sociedade, e sua contribuição maior está em procurar evitar a segregação social, oferecendo possibilidades concretas de envolvimento das pessoas na determinação de seus lugares de vida. Na FIG. 18, observa-se a opinião dos mesmos sobre a valorização da entrada da cidade antes do paisagismo, sendo que, destes, 97 % dos usuários consideravam importante a 59 implantação do paisagismo no trevo, porém algumas pessoas achavam isso desnecessário. Mas depois da análise do questionário realizado, 100 % dos entrevistados afirmaram que, após a implantação do paisagismo, valorizou-se mais a entrada da cidade e consequentemente todo o município. Figura 18: A implantação do paisagismo no trevo de Poço Fundo antes e depois da realização do projeto. 4.5 PAISAGEM Para Bovo e Amorim (2011), na atualidade diversos estudos têm sido realizados por pesquisadores referentes as áreas urbanas, sua manutenção e o seu potencial em realçar a qualidade de vida, suas funções ambientais, sociais e estéticas que venham a contribuir para amenizar a gama de propriedades negativas da urbanização. Seguindo este contexto, o trevo da cidade Poço Fundo passou a apresentar um aspecto mais atraente para quem trafega pelo local, melhorando-o esteticamente, uma vez que a entrada da cidade é o cartão de visita de qualquer município. Porém, não devemos esquecer do fator ambiental, pois a educação ambiental foi o principal foco do projeto, com intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente. Corsini e Zanóbia (2003) afirmam que, com a terceirização das rodovias estaduais, todo o modelo de gestão rodoviária foi alterado, gerando um sistema de manutenção de áreas 60 verdes mais especializado e devidamente qualificado, visando tornar esteticamente agradável o primeiro impacto do motorista com a rodovia. Conforme Alvarez (2004), canteiros centrais de avenidas, trevos e rotatórias, onde há predomínio de forração e que exercem papel ecológico e estético, são considerados pertencentes às áreas verdes. De acordo com o entendimento de Lira Filho et al. (2001), a função e os valores que as “áreas verdes” e os espaços livres desempenham no meio urbano podem ser agrupadas em três conjuntos, sendo eles os valores visuais ou paisagísticos, os valores recreativos e os valores ambientais. Analisando-se o projeto paisagístico do trevo, percebe-se que os princípios de concepção paisagística foram obedecidas, resultando em uma paisagem harmoniosa e agradável aos usuários e transeuntes, caracterizada como uma das ilhas de conforto ambiental da entrada da cidade, conforme estudos realizados por Medeiros (2001). Segundo Corsini e Zanóbia (2003), a primeira impressão do usuário está diretamente relacionada à conservação da área vegetal, ou seja, à manutenção dos canteiros centrais e áreas vegetadas laterais, assim como, a observação de trechos com paisagismo e prédios de praças de pedágio e áreas de serviço de atendimento ao usuário. Gramados tecnicamente bem administrados e áreas com paisagismo adequado produzem sensações de limpeza e preocupação com o meio ambiente, como observa-se nas FIG. 19, 20, 21, 22 e 23, nas quais foram distribuídas espécies vegetais em todos os canteiros e ao redor do portal, conservando apenas a vegetação dos morros, confirmando a importância do desenvolvimento do paisagismo no trevo de Poço Fundo. 61 FIGURA 19 - Canteiro do portal depois do paisagismo. FIGURA 20 - Canteiro da lateral do portal depois do paisagismo. 62 FIGURA 21 - Canteiro lateral depois do paisagismo. FIGURA 22 - Canteiro central depois do paisagismo. 63 FIGURA 23 - Morro ao redor do trevo. Conforme foi visto, todas as plantas são indispensáveis para a melhoria do ambiente, mas o gramado é um elemento fundamental para o jardim. Podemos dizer que por meio dele se faz um diagnóstico da área, ou seja, se está bonito significa que o jardim é bem cuidado; porém se estiver feio, falta manutenção no local. De acordo com Corsini e Zanóbia (2003), a altura do gramado em rodovia é de no máximo 10 cm nos canteiros centrais e até 25 cm nas laterais, defensas metálicas e acostamentos, além da remoção de touceiras, rebarbas, ou qualquer vegetação que comprometa o visual das áreas verdes. Considera-se o limite de corte para manutenção do vigor biológico da gramínea em torno de 5 cm de altura. Porém, a grama-esmeralda, que foi escolhida para ser distribuída em toda área do trevo de Poço Fundo, apresenta uma altura que varia de 10 a 15 cm, não atrapalhando a visibilidade dos motoristas, ou seja, não colocando em risco a sua segurança. Este tipo de grama possui folhas estreitas e pequenas, dispostas em hastes curtas e densas, formando um perfeito tapete, pelo entrelaçamento dos estolões, penetrantes e que enraízam facilmente com as folhas, apresentando grande beleza e folhas macias e resistentes ao pisoteio. Tradicionalmente, os canteiros são ocupados por grama, mas ocasionalmente ocorre o plantio de outras espécies vegetais para forração do solo. 64 A escolha de outras espécies, além da grama, para o desenvolvimento do projeto de paisagismo no trevo de Poço Fundo segue a ideia proposta por Bobrowski et al. (2009), na qual o contato com o ambiente natural, o trato e cultivo de organismos ou componentes da natureza, tais como espécies arbustivas, herbáceas e arbóreas, faz parte da cultura humana e traz diversos benefícios às pessoas. Porém, estas não se beneficiam apenas com o contato direto (jardinagem), mas também através de experiências passivas, como a observação de áreas verdes ou jardins. Boa parte do tempo diário das pessoas é gasto nas ruas, e algumas dessas ruas não são atrativas aos pedestres e motoristas. Para Jacobs, citado por Todorova et al. (2004), as ruas deveriam ser confortáveis, com espaços para caminhar como lazer, em segurança, e ter alguma coisa para ocupar os olhos. Apesar das inúmeras palmeiras plantadas, não há risco de comprometer a segurança das pessoas, apesar de apresentarem folhas grandes. A área onde foram colocadas não atrapalha a visibilidade dos motoristas. Grande parte das espécies existentes ocorre exclusivamente nos trópicos, representando uma das maiores famílias de plantas, tanto em riqueza quanto em abundância, ocupando quase todos habitats, sendo uma palmeira que pode chegar de 8 a 15 metros de altura. Segundo Carvalho (2009), as árvores têm, igualmente, uma importância patrimonial que está ligada com o aumento de valor da propriedade. Deste modo, habitações e terrenos com árvores ou próximos de espaços verdes e arborizados são valorizados. As árvores participam na requalificação da paisagem urbana, criando ambientes de qualidade e com mais investimentos ambientais, como foi observado no trevo de Poço Fundo, com o aumento de fregueses no comércio de caldo de cana-de-açúcar. Dentro dessa perspectiva, Gonçalves e Paiva (2002) vão mais além ao apreciarem o elemento árvore de forma coletiva, evoluindo para um conceito mais abrangente e ecológico que é o da floresta urbana, valorizando a árvore como um elemento que melhora o ambiente urbano. Para Costa, citado por Ferreira (2005), o conceito de arborização urbana não é limitado apenas à presença de árvores nos parque públicos, pois estão presentes em diversas tipologias dos espaços livres, como praças, ruas, lagos, becos, florestas urbanas, entre outros, inclusive nos espaços que não receberam intervenção paisagística. No trevo de Poço Fundo, além da grama-esmeralda e das palmeiras, colocaram-se herbáceas como, por exemplo, o lírio amarelo, que apresenta uma altura em torno de 60 cm, ou seja, não atrapalha a visibilidade dos motoristas. Além disso, se adequou facilmente ao 65 solo dos canteiros do trevo, porém é necessário manter um ótimo programa de fertilização. Porém, a piteira-do-caribe é uma planta escultural muito adaptada à seca, possuindo inflorescência muito alta, chegando a 3 metros de altura, sendo assim, colocada no canteiro central para não colocar em risco a segurança dos motoristas, e apresentando flores amarelas ou brancas, devendo ser cultivadas sob pleno sol, adaptando-se com enorme facilidade, não havendo perdas. O cultivo da sálvia-dos-jardins é possível em qualquer terreno, porque é uma planta baixa, em torno de 40 cm, e não muito exigente, porém na implantação do projeto foi perdido um quarto do total das sálvias plantadas, pois não suportaram o excesso de esterco de galinha, adubo orgânico, colocado no solo em algumas covas pelos funcionários da prefeitura. Já a agave-dragão, planta que não tolera temperaturas baixas, ficando seu cultivo mais indicado para regiões tropicais e subtropicais, tendo uma altura que varia de 1 a 1,5 m, enriqueceu mais a beleza dos canteiros, devido ao seu caráter rústico e atraente. Já o periquito desenvolveu-se de forma surpreendente, não ocorrendo nenhuma perda. De acordo com Lorenzi e Souza (1995), o periquito é uma herbácea de 20-25 cm de altura, com ramagem densa formando moita e folhas alongadas, ornamentais, com folhas rosadas, que proporcionou um maior destaque aos canteiros. A pita-azul, por possuir folhas grandes, fibrosas, azuis e com espinhos recurvados nas margens, ajudou a valorizar ainda mais a entrada da cidade. Segundo Silva et al. (2007) a arborização urbana propicia benefícios, porém exige um planejamento criterioso e um manejo adequado. O estudo cuidadoso das condições ambientais e físicas do local e a utilização de espécies adequadas tornam possível evitar problemas futuros e atingir os objetivos da arborização. Conforme estudos realizados por Meneguetti (2003), a fragilidade e a complexidade desse sistema a ser administrado requerem um planejamento minucioso, com os objetivos de aperfeiçoar as funções da arborização e de reduzir custos para os órgãos competentes. É importante considerar que os trabalhos de manutenção são menores quanto mais preciso for o planejamento. A escolha destas plantas teve como fator determinante a questão financeira, pois além de serem bastante bonitas, apresentam um custo mais baixo para o órgão competente e não necessitam de uma frequente manutenção. A vegetação existente nos morros foi aproveitada e a prefeitura forneceu mão de obra e esterco, fatores que reduziram ainda mais o custo da implantação do paisagismo no trevo do município. Além disso, disponibilizou um funcionário para cuidar das plantas e do local de forma permanente. 66 A iniciativa da Prefeitura Municipal visa melhorar o aspecto paisagístico da cidade, proporcionando beleza e bem-estar aos poçofundenses. De acordo com Gelpi e Rossetto (1999), não é mais questionável que as árvores e áreas verdes do ambiente urbano proporcionam uma melhoria de qualidade ambiental ao atuar como elementos corretores de certas fontes consideradas nocivas, “conseguindo que as condições do meio aproximem-se daquelas consideradas como satisfatórias ou normais”. Conforme Wilheim et al (2000), existem alguns fatores de qualidade de vida, como sentir-se saudável, orientação sensorial, moral, satisfação estética, orientação no espaço, despoluição e limpeza, prazer e conforto são influenciados decisivamente pela paisagem urbana. Considerando o meio urbano atual é preciso manter o equilíbrio ambiental e melhorar as condições de vida da população. Conforme Corazza (2003), junto a esta unidade de caráter físico, cita-se também o psicológico, já que uma das principais causas da presença de áreas verdes é o desejo de ar puro. Assim, pode-se afirmar que a vegetação contribui para a regeneração do meio urbano e, por conseguinte, restabelece o equilíbrio psicossomático do homem. 67 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As plantas que foram distribuídas pelos canteiros proporcionaram, às pessoas que circulam pelo trevo, proteção contra a poluição acústica, um certo sombreamento e não atrapalharam a visibilidade dos motoristas, com o intuito de preservar a segurança dos mesmos. No aspecto turístico, a paisagem natural despertou a atenção dos visitantes. Certamente, a cidade de Poço Fundo apresentou outro visual, tendo os benefícios auferidos incontáveis, a começar pela melhoria microclimática, valorização do portal, transformação da paisagem e efeito psicológico positivo sobre os turistas. O comércio de suco de cana obteve beneficiamento, pois um número considerável de entrevistados afirmou que o movimento do comércio aumentou depois do plantio das plantas. O paisagismo implantado no trevo de Poço Fundo trouxe somente benefícios à população e ao município, uma vez que proporcionou um ambiente agradável e sustentável na entrada da cidade, dando ênfase principalmente à educação ambiental, trazendo tranquilidade e qualidade de vida a todos, o que é fundamental em meio ao estresse e à conturbada vida moderna. 68 6 CONCLUSÃO Com os resultados obtidos foi possível concluir que: a) A implantação do paisagismo valorizou a entrada da cidade de Poço Fundo, dando um aspecto mais agradável ao local, e, consequentemente, proporcionou um maior destaque ao portal. b) A beleza estética do trevo atrai mais visitantes para o município, além de favorecer o aumento da freguesia do comércio de suco de cana-de-açúcar presente nesta área. c) As plantas que foram distribuídas por toda a extensão dos canteiros não atrapalharam a visibilidade dos motoristas e também não colocaram em risco a segurança das pessoas que trafegam pelo trevo. d) As espécies de plantas que foram colocadas em toda a área proporcionaram um maior sombreamento do que as outras plantas existentes no local anteriormente. e) Para os moradores e visitantes da cidade de Poço Fundo a implantação do paisagismo apenas trouxe benefícios ao município, tanto ambientais como economicamente, pois o trevo da entrada da cidade é cartão de visita do município. 69 REFERÊNCIAS ALVAREZ, Ivan André. 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