UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ATERROS SANITÁRIOS: A SOLUÇÃO PARA O LIXO URBANO Por: Sergio Telles dos Santos Orientadora D. Sc. Aleksandra Sliwowska Bartsch Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ATERROS SANITÁRIOS: A SOLUÇÃO PARA O LIXO URBANO Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia da Produção. Por: Sergio Telles dos Santos 3 AGRADECIMENTOS Agradeço aos colegas do curso que tanto me incentivaram, aos professores e aos funcionários da Vez do Mestre. 4 DEDICATÓRIA À minha esposa Márcia, minhas filhas Julia e Olivia pelo incentivo, motivação e todo apoio que recebi durante o curso. 5 RESUMO Desde os tempos mais remotos o lixo era produzido em pequenas quantidades e constituído essencialmente de sobras de alimentos. Com o aumento da população e consequente crescimento da produção de lixo, as cidades criaram depósitos a céu aberto, os lixões, para reunir em um só lugar o lixo urbano proveniente das atividades humanas. No Brasil quase 90% do lixo gerado ainda é descartado na natureza sem nenhum tipo de tratamento, o que degrada o meio ambiente e a saúde, prática que até então tolerada, mas que vem sofrendo grande crítica dos ambientalistas e pressão dos organismos de defesa da terra. Essa prática em um curto espaço de tempo terá que ser substituída. No capítulo I, será estudado o lixo urbano. Sua definição, classificação quanto à origem, o risco potencial a saúde pública, ao meio ambiente, sua composição e a produção. No capítulo II, serão discutidas as formas de destinação final para o lixo produzido nas cidades. No capítulo III, será tratado o aterro sanitário como melhor alternativa para o confinamento do lixo urbano. A escolha do terreno, a implantação, suas características, operação e desmobilização. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a confecção desta monografia foi um trabalho de pesquisa nos arquivos das prefeituras brasileiras, principalmente a do Rio de Janeiro, na Comlurb – Companhia Municipal de Limpeza Urbana, da cidade do Rio de Janeiro, artigos de revistas e jornais especializados, publicações na internet, selecionando os tópicos relevantes relativos ao tema, de modo a definir a melhor forma para destinação final do lixo urbano nas cidades brasileiras. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - O Lixo Urbano no Brasil 09 CAPÍTULO II - O Destino Final dos Resíduos Sólidos 20 CAPÍTULO III - Estudo do Aterro Sanitário 30 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43 ÍNDICE 51 ÍNDICE DE FIGURAS 54 8 INTRODUÇÃO No ano de 2002, segundo a Pesquisa Nacional sobre Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram coletadas 228.413 toneladas de lixo por dia no Brasil. Segundo LIMA (2010), 76% desse volume são largados da natureza a céu aberto nos lixões e 13% são somente cobertos com solo sem nenhum tipo de tratamento nos aterros controlados, totalizando quase 90% da produção. Organismos internacionais que lutam pela preservação do planeta, ONGs e grupos de defesa da terra, estão fazendo trabalhos de conscientização e se organizando na tentativa de solucionar os graves problemas de degradação do meio ambiente, como a poluição do solo e lençóis d’água, causados pelo lançamento de resíduos sólidos na natureza. O Direito Ambiental fiscaliza a intervenção antrópica da natureza, protege os recursos naturais, previne a saturação e destruição dos ecossistemas, combate a poluição do ar, água e do solo, protegendo a natureza no presente e para as futuras gerações (LIMA, 2010). Essa área de conhecimento foi abordada durante o nosso curso através de um módulo específico. Foram discutidas as questões relativas ao aspecto jurídico que estuda as interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio ambiente. Tendo em vista a relevância do assunto, esse trabalho teve como objetivo estudar os diversos aspectos relacionados com os resíduos sólidos urbanos e apresentar a melhor solução disponível atualmente para sua destinação final. No desenvolvimento do trabalho foram incluídas as etapas de planejamento, viabilidade econômica do projeto com a utilização do biogás e venda dos créditos de carbono e as fases e atividades necessárias à construção de um aterro sanitário. 9 CAPÍTULO I O LIXO URBANO NO BRASIL CONCEITO Segundo o Dicionário Aurélio (1995): Lixo – Substantivo masculino. 1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho. 2. Por extensão. Tudo o que na presta e se joga fora. 3. Sujidade, sujeira, imundície. 4. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor (p.847). 1.1 - Definição Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Segundo a norma brasileira NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1987), resíduos sólidos são: “aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividade da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”. 10 1.2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem 1.2.1 – Resíduo domiciliar e comercial (RDD) O RDD é constituído pelos detritos provenientes das residências e o comercial dos bares, lanchonetes, restaurantes, lojas, supermercados, feiras livres e outras atividades. Compõem-se principalmente de: sobras de comida, frutas deterioradas, cascas, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, garrafas, garrafões, panos, trapos, cerâmicas, latas e utensílios degradados (AJUDA BRASIL, 2010). 1.2.2 – Lixo industrial É o lixo produzido pelas atividades industriais, possui características próprias e individuais dependendo do ramo e tipo de produção. Sua composição depende das matérias-primas utilizadas na fabricação de cada produto ou linha de produção. Pode ser contaminado, perigoso, até mesmo tóxico. Esse tipo de lixo não pode ser descartado como os de origem domiciliar ou comercial a menos que passe por processos de tratamento específicos (AJUDA BRASIL, 2010). Esse tipo de lixo compõe-se de restos de matérias primas, embalagens plásticas, metálicas e de madeira, contaminados com sobras de componentes químicos. 1.2.3 – Resíduos do serviço de saúde (RSS) Os RSS constituem o produto residual, não utilizável, resultante de atividades exercidas por estabelecimento prestador de serviço de saúde, centros de pesquisa e laboratórios (NBR 12807, 1993). Incluem também, os resíduos originados de fontes menores, como aquelas produzidas durante cuidados domiciliares com a saúde. Materiais e produtos líquidos e pastosos, 11 como os fluidos orgânicos, produtos químicos e demais líquidos que tenham entrado em contato com os mesmos constituem os efluentes líquidos dos serviços de saúde (SIQUEIRA, 2001). Resíduos com possíveis agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção são considerados potencialmente infectantes (ANVISA, 2003). Os resíduos sólidos hospitalares não podem ser reciclados (SIQUEIRA, 2001). 1.2.4 – Resíduos da construção civil (RCC) Os RCC são os resíduos originários da construção civil, também conhecido como entulho. É resultante das demolições de estruturas de concreto, alvenaria e escavações de solo ou encosta. Todas as atividades de construção ou reforma residencial, comercial ou industrial geram grande quantidade de entulho que é composto por: areia, terra, fragmentos de tijolos, telhas, pedras, cerâmica, azulejos, cacos de vidros, latas, papelão, plástico, sobras de argamassa, pedaços de vergalhões, arames, sobras de concreto, pedaços de esquadrias e retalhos de madeira. 1.2.5 – Resíduos sólidos da varrição (RVA) É o lixo recolhido nas áreas públicas, limpando ruas, praças, parques, praias e comunidades. A varrição é realizada diariamente, pelos funcionários da prefeitura ou empresa contratada, em toda a cidade e os resíduos são coletados e encaminhados para aterros. 12 São recolhidos também os resíduos vegetais resultantes de queda de árvores, troncos, galhos, podas de grama e limpezas de jardins (PMA, 2010). Existe ainda, o recolhimento de entulhos abandonados nas vias públicas e calçadas como: sofás, pneus, restos de madeiras, geladeiras, fogões e outros materiais considerados rejeitos jogados ao longo das vias públicas e dos cursos hídricos (PMA, 2010). 1.3 – Classificação do lixo pelo risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente 1.3.1 – Perigosos O lixo é considerado perigoso quando pode prejudicar a saúde e o meio ambiente somente com sua presença ou manipulação. É composto por resíduos contaminantes para a de natureza. Alguns tipos de lixo são mais perigosos do que outros dependendo da sua composição. O lixo perigoso é composto por: produtos químicos, pilhas, baterias, produtos de limpeza para pisos, inseticidas, pesticidas e o lixo hospitalar (TILZ, 2010). 1.3.2 – Tóxicos O lixo tóxico é o material descartado das indústrias, comércio e residências que podem causar danos às pessoas e ao meio ambiente e até contaminar o lençol de águas profundas e o ar. Alguns resíduos tóxicos são altamente venenosos, se tocados, podem entrar na corrente sanguínea e causar câncer, outras doenças e até a morte. Os produtos descartados podem causar sérios danos aos bebês antes de nascerem devido a mutações genéticas (TILZ, 2010). Os resíduos tóxicos provêm da indústria química, de produtos agrícolas, da indústria petroquímica, da manipulação de tintas, 13 vernizes, venenos e pesticidas. Este tipo de resíduo geralmente traz a figura de uma caveira no recipiente. 1.3.3 – Corrosivos O lixo corrosivo é composto por produtos que tem como característica a capacidade de dissolver alguns materiais e até a carne humana. Alguns destes resíduos dissolvem quase qualquer material que se coloque em contato (TILZ, 2010). Os resíduos corrosivos provêm de equipamentos como pilhas e baterias, estão presentes nos produtos de limpeza à base de amoníaco, são os utilizados para a desobstrução e limpeza de tubulações de esgoto, limpeza de fornos e peças de máquinas. Esses produtos geralmente trazem a figura do esqueleto de uma mão no recipiente. 1.3.4 – Inflamáveis O lixo inflamável é composto por produtos que tem a capacidade de pegar fogo com facilidade. Os dejetos além de pegar fogo têm como resultado da combustão o desprendimento de fumaça tóxica no ar. Esse tipo de lixo é composto de: óleos, lubrificantes, gasolina, querosene, removedores, vernizes, tintas, solventes e suas embalagens. Os produtos inflamáveis geralmente trazem a figura de uma chama no recipiente. 1.3.5 – Explosivos O lixo explosivo é composto por produtos que estão contidos em embalagens que, se misturados com outras substâncias ou até se caírem no chão, podem explodir. Os produtos químicos explosivos estão presentes em latas de spray, reservatórios de gasolina, nos fluidos para isqueiro, resinas e suas embalagens (TILZ, 2010). O recipiente mesmo vazio contém os gases e os resíduos que se for queimados ou prensados explodem liberando calor e fumaça venenosa no ar. As embalagens com componentes explosivos são 14 marcadas com a figura de uma bola explodindo no recipiente, mas muitas vezes os recipientes não trazem nenhuma sinalização de advertência. 1.4 – Classificação quanto à natureza 1.4.1 – Lixo composto de matéria orgânica Os resíduos orgânicos constituem todo material de origem animal ou vegetal e cujo acúmulo no ambiente não é desejável. Por exemplo, esterco de animais como: cavalos, porcos e galinhas, bagaço de cana de açúcar, serragem, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim, palhadas de milho e de frutíferas. Estão incluídos também os restos de alimentos de cozinha, crus ou cozidos, como cascas de frutas, de vegetais e restos de comida (EMBRAPA, 2005). Os materiais orgânicos se degradam facilmente e quando a decomposição ocorre na presença de oxigênio é chamada aeróbica e dela restam gás carbônico (CO2), vapor de água e sais minerais. Se a decomposição ocorre sem oxigênio é denominada anaeróbica, gerando muitos subprodutos não degradados como o gás metano (CH4) e o sulfídrico (H2S), que causa o odor característico de matéria orgânica em decomposição. Existe ainda outro subproduto da decomposição que é muito importante do ponto de vista sócio-ambiental: o chorume (RECICLOTECA, 2010). O chorume pode ser definido como um líquido com altas concentrações de compostos orgânicos e inorgânicos, resultantes da passagem de água através de resíduos sólidos em processo de decomposição (MERBACH, 1989). A chuva que cai sobre os depósitos de lixo a céu aberto aumenta a velocidade de formação do chorume. Esse lixo necessita de grande cuidado, pois gera degradação do meio ambiente. O chorume resultante da 15 decomposição dos materiais, penetra no solo e se mistura com as águas do lençol freático provocando sua contaminação e consequente poluição dos rios e lagoas da região, que necessitarão de muito tempo e dinheiro para serem recuperados (RECICLOTECA, 2010). Em toda matéria orgânica em decomposição nos depósito a céu aberto, observa-se o surgimento de fungos, bactérias, insetos, roedores além do forte mau cheiro (RECICLOTECA, 2010). O lixo orgânico representa cerca de 65% do total recolhido no país (Figura 1). Figura 1: Percentual de Matéria Orgânica no Lixo Brasileiro Fonte: Planeta Terra 1.4.2 - Lixo composto de matéria inorgânica O lixo inorgânico inclui todo material que não possui origem animal, vegetal ou que foi produzida através de meios humanos. São os de origem mineral, que possuem um grande problema quando jogado diretamente no meio ambiente sem tratamento prévio, que é o tempo necessário para ser decomposto. Vários materiais e produtos demoram séculos para se decompor (Figura 2). O plástico, por exemplo, é formado por imensas moléculas contendo milhares de átomos, o que torna difícil a sua digestão por agentes 16 decompositores. Para solucionar o problema da decomposição, diversos produtos inorgânicos são fabricados com matéria prima composta por substâncias biodegradáveis (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010). Produtos como metais não podem ser decompostos, acumulando-se com o tempo, a não ser que sejam reciclados (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010). Material Aço Tempo de Degradação Mais de 100 anos Alumínio 200 a 500 anos Cerâmica Indeterminado Chicletes 5 anos Corda de nylon 30 anos Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio) Esponjas Indeterminado Filtros de cigarros 5 anos Isopor Indeterminado Louças Indeterminado Luvas de borracha Indeterminado Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos Papel e papelão Cerca de 6 meses Plásticos (embalagens, equipamentos) Até 450 anos Pneus Indeterminado Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos Vidros Indeterminado Figura 2 – Tempo para decomposição dos materiais Fonte: Ambiente Brasil I 1.5 – Composição gravimétrica do lixo A caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) inicia-se pela determinação da sua composição, que representa as porcentagens de cada componente do lixo domiciliar obtido a partir da relação entre o peso do componente e peso total das amostras coletadas (PORTAL GEO, 2010). 17 A maioria dos métodos utilizados para determinar a composição gravimétrica e peso específico do lixo baseia-se no quarteamento, que envolve a seleção, mistura e divisão de amostras do lixo, conforme a NBR 10007 (ABNT, 1987). As coletas de amostras são realizadas em áreas residenciais e comerciais de maiores densidades demográficas. As empresas de coleta e as prefeituras utilizam esse levantamento com objetivo de identificar os diferentes componentes que constituem a massa de resíduos sólidos em cada área de planejamento, acompanhando através da série histórica os percentuais de matéria orgânica, o teor de umidade dos resíduos sólidos domiciliares. (PORTAL GEO, 2010). As características do lixo variam de acordo com o poder aquisitivo, hábitos e tendências de consumo. Permite, portanto, a análise desses parâmetros fortemente relacionados com o desenvolvimento sustentável. É possível ainda determinar o potencial de reciclagem de cada área, ajudando na implantação de programas de coleta seletiva, associado a parâmetros como o teor de umidade e o peso específico, gerando insumos para especificação e dimensionamento dos equipamentos utilizados na limpeza urbana (PORTAL GEO, 2010). A composição do lixo varia de população para população, dependendo da situação sócio-econômica, cultural e das condições e hábitos de vida de cada um. Pode ainda avaliar a influência de fatores comportamentais e mercadológicos sobre os materiais potencialmente recicláveis e sua subtração dos resíduos sólidos domiciliares. Considera também os critérios climáticos e de sazonalidade utilizando-se da amostragem selecionada como a mais representativa da cidade. Como exemplo, podemos citar o comportamento e as tendências de consumo dos principais materiais componentes do lixo na cidade do Rio de 18 Janeiro no período de 1995 a 2004 (Figura 3), onde foram obtidos por meio da análise de 10 anos referente à chamada composição gravimétrica do lixo domiciliar. Elaborada pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), a série vem sendo atualizada e permitindo a observação de mudanças de hábitos e tendências de consumo da população da cidade (PORTAL GEO, 2010). Figura 3 – Levantamento Gravimétrico do Lixo do Município do RJ de 1995 a 2004 Fonte: PORTAL GEL 1.6 – Produção de lixo Segundo a COMLURB, responsável pelo recolhimento do lixo na cidade do Rio de Janeiro, a produção diária é de cerca de 8.800 toneladas de 19 resíduos por dia, sendo 60% recolhido dos domicílios e do comercio e 40% são retirados das ruas. A produção é de 1,505 Kg por habitante/dia. Para limpar a toda a cidade, a companhia dispõe de uma frota de 1.069 veículos, sendo 364 da própria empresa e 705 terceirizados. Conta também com 298 equipamentos motorizados para recolhimento do lixo. Possui 15.869 empregados, dos quais 11.000 são garis. Com este efetivo a empresa retira lixo proveniente da limpeza de feiras livres, remoção gratuita de entulho ensacado de pequenas obras domiciliares, galhadas e bens inservíveis, bem como serviço de atendimento emergencial à cidade nas 24 horas do dia. O Brasil produz atualmente cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia. O crescimento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo da população. Além disso, quanto maior número de produtos industrializados, maior a produção de lixo (AJUDA BRASIL, 2010). 20 CAPÍTULO II O DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Os RSU podem ter vários destinos em relação ao ambiente. Dependendo do tipo de disposição no solo, ou do seu processamento, são inúmeras as possibilidades de poluição (alteração sobre o ar, solo e água, como meio ecológico) e eventual contaminação (ar, solo e água como vias de acesso de agentes químicos e patogênicos) com reflexos na saúde pública (ROCHA, 1981). O destino do lixo urbano assume papel relevante, em virtude da relação existente entre a disposição dos RSU com a saúde pública e a degradação ambiental. Dessa relação, surge a necessidade da adoção de um sistema de deposição final que possa apresentar procedimentos capazes de minimizar os impactos negativos da geração dos resíduos e uma forma exequível tanto na área técnica quanto viável economicamente. 2.1 – Lixão a céu aberto Depósito de resíduos sólidos a céu aberto ou lixão (Figura 4) como sendo uma forma de disposição final, em que o lixo é descarregado sobre o solo, sem qualquer técnica ou medida de controle, acarretando impactos negativos no ambiente e na saúde humana. São considerados impactos negativos causados por esse tipo de disposição: poluição visual, proliferação de vetores causadores de doenças, geração de odores desagradáveis, a contaminação do solo e das águas pelo chorume (Figura 4) e a presença de homens, mulheres e crianças que convivem como catadores, que na maioria dos casos, residem no local (MOUSINHO, 2003). 21 Figura 4 – Lixão a céu aberto no Rio de Janeiro Fonte: Google I 2.2 – Aterro controlado Os aterros controlados (Figura 5) foram criados para amenizar os problemas oriundos dos lixões, todo o lixo recolhido, é depositado em uma área definida e não sofre nenhum tipo de tratamento. Pode ser considerado como uma espécie de lixão controlado tornando o local de destinação de resíduos um empreendimento adequado à legislação, porém, inadequado do ponto de vista ambiental, já que contamina o solo por não conter uma base impermeabilizada para impedir a infiltração do chorume no lençol freático (ABREU e PALHARES, 2007). À medida que vão se formando camadas de lixo, estas são intercaladas por uma camada de terra que diminui o mau cheiro e a presença de animais. O objetivo não é prevenir a poluição e sim, minimizar os impactos ao meio 22 ambiente. Caso ocorra alguma ocorrência grave corre o risco de interdição. (ABREU e PALHARES, 2007). Figura 5 – Aterro Controlado - RJ Fonte: Prefeitura de Petrópolis 2.3 – Usina de compostagem Compostagem é um processo biológico, aeróbio e controlado, de transformação de resíduos orgânicos biodegradáveis em resíduos estabilizados, com propriedades e características diferentes da matéria que lhe deu origem. É normalmente realizada em pátios, nos quais o material é disposto em pilhas (montes de forma cônica) ou leiras (montes de forma prismática). A matéria orgânica estabilizada tem propriedades condicionadoras de solo, sendo, portanto de grande aplicabilidade na agricultura (BIDONE e POVINELLI, 1999). Para cada 1.000 Kg de lixo doméstico são produzidos cerca de 500 Kg de composto orgânico nas usinas de compostagem (Figura 6). 23 1ª Etapa: O lixo é transportado até uma mesa, onde se realiza a separação manual de plásticos, papéis, tecidos, vidros e metais. Esses materiais são vendidos para indústrias de reciclagem ou oficinas de reutilização. 2ª Etapa: O que restou da primeira separação é levado para o separador magnético. Por meio de um eletroímã objetos de ferro e aço são retirados nessa etapa. 3ª Etapa: O lixo restante segue para a câmara de fermentação aeróbica, um local fechado onde correntes de ar revolvem os dejetos. Parte da energia liberada nesse processo se converte em calor, atingindo a temperatura de 70º C, o que provoca a morte da maioria dos microrganismos patogênicos que se desenvolvem no lixo. 4ª Etapa: Após a fermentação, a mistura é peneirada nesta máquina. Os pedaços maiores (pedras, galhos) ficam retidos e levados para um aterro sanitário. A porção que passou pela peneira é o composto orgânico cru. Este composto passa pela cura: fica ao ar livre por cerca de 60 dias. Depois, pode ser usado em hortas, jardins e pomares. Figura 6 – Esquema de funcionamento da usina de compostagem Fonte: Educa Rede A compostagem caseira (Figura 7) é uma técnica praticada pelos agricultores e jardineiros ao longo dos séculos. Restos de vegetais, estrume, restos de cozinha e outros tipos de resíduos orgânicos são amontoados em pilhas em local conveniente e deixados decompondo-se até estarem prontos para serem devolvidos ao solo ou até que o agricultor necessite melhorar a fertilidade do solo. Pessoas que trabalham ou comercializam o composto vêm empregando a denominação composto orgânico para este fertilizante, a expressão apesar de redundante, vem se popularizando (PEREIRA NETO, 1999). 24 Figura 7 – Ciclo da matéria orgânica na compostagem Fonte: Google II As usinas de compostagem são uma forma de destinação ecologicamente correta para o lixo das cidades, contudo absorve apenas uma parte dos dejetos gerados. A forma industrial tem um elevado custo de implantação, necessite de muita mão de obra e energia para o seu funcionamento. É uma ótima alternativa, mas não pode ser considerada a solução definitiva para o confinamento de todo o lixo recolhido. 2.4 – Incineradores A eliminação de resíduos sólidos pelo uso do fogo é uma prática muito antiga na nossa cultura. Até hoje, nas cidades do interior, as queimadas são a forma de eliminar o mato e as galhadas cortadas das árvores. O lixo doméstico produzido é juntado à vegetação retirada das capinas e queimados a céu aberto (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010). A incineração, definida como sendo um processo de redução de peso em até 85% e de volume em até 95% do lixo, através de combustão 25 controlada, é sem dúvida o mais polêmico dentre os métodos de tratamento, não só pelo elevado custo de instalação quanto à manutenção e operação, mas principalmente, pela liberação de gases tóxicos (MANSUR e MONTEIRO, 1993). As emissões de gases dos incineradores também contam com a presença de gás carbônico, água, ácido clorídrico e sulfídrico, óxidos de nitrogênio e enxofre, bem como vários metais pesados como: níquel, cobalto, arsênio, cádmio, mercúrio, chumbo, e cromo. As dúvidas quanto à validade da sua adoção, como forma de tratamento, são tantas que o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, o desabona para a queima de lixo urbano, em grandes quantidades (MANSUR e MONTEIRO, 1993). Segundo o GREENPEACE (2010), queimar já foi considerado o método mais eficiente de acabar com o lixo, seja ele de origem doméstica ou industrial. Entretanto, com o avanço da industrialização, a natureza dos resíduos mudou drasticamente. A produção em massa de produtos químicos e plásticos torna, hoje em dia, a eliminação do lixo por meio da incineração um processo complexo, de custo elevado e altamente poluidor. Longe de fazer o lixo desaparecer, a incineração acaba gerando ainda mais resíduos tóxicos, e tornando-se uma ameaça para a saúde pública e o ambiente. A incineração é um eficaz método de eliminação de contaminação tóxica e biológica, mas apresenta limitações quanto à sua utilização em larga escala devido às consequências de sua utilização. No Brasil, os incineradores atendem somente à destruição dos lixos que representam riscos à saúde e à segurança. 2.5 – Reciclagem A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado, matéria-prima secundária, em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar 26 é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora (AMBIENTE BRASIL II, 2009). A palavra reciclagem é normalmente utilizada para designar reutilização ou reaproveitamento de materiais como insumo para fabricação de um novo produto. A idéia de reutilizar materiais teve início da década de 1990, quando o mundo se deu conta que as matérias-primas não renováveis estavam dando sinal que se esgotariam rapidamente e que o lixo oriundo das cidades, estava gerando um enorme problema por falta de espaço para estocagem (AMBIENTE BRASIL II, 2009). Materiais como: papel, papelão, plástico, vidros e metais poderiam ser retirados do lixo e seriam reutilizados na fabricação de novos produtos. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo) (AMBIENTE BRASIL II, 2009). Outro fator que contribuiu significativamente para a adoção da reciclagem foi o aumento constante do volume do lixo gerado pelo crescimento industrial, suas novas embalagens e dos produtos descartáveis. No processo de reciclagem, todo material reaproveitado diminui a utilização das fontes naturais não renováveis e elimina parte dos materiais que seriam destinados aos depósitos de lixo. Muitas empresas inclusive estão vendendo embalagens, sobras de produtos e materiais inservíveis para reciclagem, como uma maneira de diminuir os custos de produção de seus produtos. A reciclagem vem crescendo praticamente em todos os países com ótimos resultados, diminuindo o consumo de matérias-primas, reduzindo o volume de lixo produzido e até gerando riquezas, contudo, só é viável economicamente para apenas alguns tipos de materiais. Não pode se considerar a solução para todo o lixo das cidades. Dentre os materiais recicláveis que mais geram lucros e economia de recursos naturais está: 27 2.5.1 – O alumínio O alumínio é o primeiro nome lembrado quando o assunto é reciclagem. A reciclabilidade é um dos principais atributos do alumínio e reforça a vocação de sua indústria para a sustentabilidade em termos econômicos, sociais e ambientais. O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais (ABAL, 2010). O alumínio pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, como de sobras do processo produtivo. Utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, entre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. Pelo seu valor de mercado, a sucata de alumínio permite a geração de renda para milhares de famílias brasileiras envolvidas da coleta à transformação final da sucata (ABAL, 2010). A reciclagem do alumínio representa uma combinação única de vantagens, economiza recursos naturais e energia elétrica. No processo, consome-se apenas 5% da energia necessária para produção do alumínio primário, além de oferecer ganhos sociais e econômicos (ABAL, 2010). 2.5.2 – O plástico A reciclagem dos materiais plásticos traz vários benefícios ambientais, sociais e econômicos para a sociedade, dentre os quais se destacam: redução do volume de lixo coletado que é removido para os depósitos sanitários, propiciando a redução dos custos de transporte; economia de energia e petróleo (um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia); geração de empregos para catadores, sucateiros e operários; menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado, em média, os artefatos produzidos com plástico reciclado são 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria- 28 prima virgem; melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica nos aterros sanitários, uma vez que o plástico impermeabiliza as camadas de material em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos (PINTO, 2000). 2.5.3 – O vidro O vidro descartado permanecerá por tempo indefinido na natureza, no entanto é 100% reciclável e pode ser utilizado infinitamente, sem perda de qualidade ou da pureza do produto (AMBIENTE BRASIL I, 2010). Fabricado de areia, calcário, barrilha e alumina, o vidro é um produto natural amplamente utilizado no nosso dia a dia devido a propriedades como: transparência, dureza, impermeabilidade, baixa condutividade térmica e durabilidade. Além disso, o vidro não reage quimicamente com outras substâncias, o que lhe permite ser usado para armazenar alimentos sem que eles sofram alteração de sabor, odor, cor ou qualidade. Outra vantagem que torna o material bem atrativo é que pode voltar à produção de novas embalagens e produtos, substituindo totalmente o material virgem sem perda alguma de qualidade (RUMO SUSTENTÁVEL, 2009). Um quilo de vidro pode produzir outro um quilo de vidro, com perda zero e sem poluição para o meio ambiente (RUMO SUSTENTÁVEL, 2009). A cada 10% de caco de vidro utilizado na mistura, economizamse 4% da energia necessária para a fusão nos fornos industriais e reduz 9,5% do consumo de água (RUMO SUSTENTÁVEL, 2009). 2.5.4 – O papel 29 No processo de reciclagem do papel entram em cena aspectos relacionados ao desenvolvimento sustentável, como o emprego intensivo de mão de obra de baixa renda residente no local, redução do volume do lixo urbano e economia dos recursos naturais como madeira, água e energia elétrica. As estatísticas mostram que, a cada 50 quilos de papel reciclado, poupa-se o corte de uma árvore adulta com aproximadamente seis anos de idade e economiza-se 70% da energia elétrica gasta na produção que utiliza matéria-prima virgem (ADMINISTRADORES, 2007). O papel, depois de recolhido pelos catadores, é selecionado, enfardado e é vendido para as indústrias de reciclagem de papel que o utilizam como matéria-prima na produção de papel novo. Os produtos da reciclagem do papel abrangem uma infinidade de usos, desde caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório e envelopes até papel para impressão (ADMINISTRADORES, 2007). 2.6 – Aterro sanitário O aterro sanitário, o qual existe norma da ABNT para apresentação de projeto que é a NBR 8419/ 92 e o procedimento para licenciamento ambiental, que, segundo CETESB (1995), é uma forma de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos sobre o solo, visando à proteção das águas subterrâneas e à proteção da saúde pública por meio dos seguintes critérios de engenharia: isolamento hidráulico para redução e confinamento do chorume, recobrimento diário do material aterrado e da drenagem, coleta e queima ou aproveitamento dos gases gerados. No Capítulo III estudaremos detalhadamente os aterros sanitários. 30 CAPÍTULO III ESTUDO DO ATERRO SANITÁRIO O aterro sanitário é um local projetado, com base em estudos de engenharia, para receber e tratar o lixo produzido pelos habitantes de uma cidade, reduzindo ao máximo os impactos causados ao meio ambiente. A ABNT NBR 8419/92 define da seguinte forma os aterros sanitários: "aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza os princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário". Lima (1995) fazendo um levantamento histórico do aterro sanitário comenta que a prática de aterrar lixo como forma de destino final não é privilégio da civilização moderna. Na Mesopotâmia (2.500 a.C.) aterravam resíduos domésticos e agrícolas em trincheiras escavadas no solo. Passado algum tempo as trincheiras eram abertas e a matéria orgânica, já decomposta, era removida e utilizada como fertilizante orgânico na produção de cereais. Segundo Merbach (1989), o aterro sanitário é um método de engenharia de disposição de resíduos no solo, que apresenta o menor impacto ao meio ambiente, colocando os dejetos em camadas esparsas, compactando-os até o menor volume prático e finalmente cobrindo-o com o próprio solo ao final de cada período de trabalho. 3.1 – Escolha da área para locação do aterro sanitário 31 3.1.1 – Critérios técnicos Vários critérios técnicos são levados em consideração para a escolha da melhor área para implantação de um aterro sanitário. Inicialmente é realizado um levantamento, geralmente na periferia dos centros urbanos, para avaliar a disponibilidade de terrenos com dimensões adequadas ao empreendimento e suas possíveis ampliações. O relevo, topografia e a ocupação do solo são fatores decisivos no critério de escolha da área, assim como, as distâncias dos centros de coleta de lixo, núcleos residenciais urbanos e aeroportos (DELL’AVANZI, 2008). Escolhidas as áreas, iniciam o estudo dos acessos à região, a densidade de ocupação das vias e os meios alternativos para o transporte dos resíduos (DELL’AVANZI, 2008). Na próxima fase são levantados os aspectos geofísicos das áreas selecionadas como: os ventos dominantes na região, descrição do subsolo, profundidade do lençol freático, distância de cursos dos rios próximos, vegetação e disponibilidade de material natural para cobertura do aterro. 3.1.2 – Critérios econômicos O estudo de viabilidade econômica é fundamental para aprovação e financiamento de qualquer tipo de projeto, no caso dos aterros sanitários, vários aspectos serão levados em consideração. Os primeiros custos a serem levantados são os referentes aos projetos e estudos preliminares, que ocorrem independente da futura realização das obras. 32 Após a escolha do terreno em onde será construído o aterro, considera-se o custo para a aquisição do terreno, licença ambiental, licença para as obras, execução das obras civis e toda infraestrutura. Os custos relativos à operação e manutenção de todos os sistemas, tais como: captação de biogás, drenagem, tratamento do chorume, transporte dos resíduos, deposição e compactação e o de segurança de toda a área, precisam ser considerados (DELL’AVANZI, 2008). O último custo a ser considerado é o da desmobilização e reuso da área do aterro para outra finalidade, após o encerramento das atividades de captação dos resíduos. 3.1.3 – Critérios sociais A primeira questão social a ser verificada é a existência de problemas relacionados à aceitação da implantação do aterro pela comunidade local. Caso haja alguma resistência por parte dos habitantes da região, reuniões para explicações, instruções e esclarecimentos deverão fazer parte das atividades planejadas. A geração de empregos, grau de instrução dos moradores, treinamento profissional e capacitação de mão de obra são critérios levados em conta na avaliação da implantação do aterro sanitário (DELL’AVANZI, 2008). Com a instalação do aterro sanitário, consequentemente é implantado o sistema de coleta seletiva de recicláveis gerando recursos (DELL’AVANZI, 2008). Além disso, são que ser estudadas as vias de acessos ao local de deposição, transporte dos materiais e funcionários para adequar as novas demandas do trânsito. 33 3.1.4 – Critérios políticos Além dos critérios técnicos, econômicos e sociais também devem ser consideradas as questões políticas de cada cidade ou estado, para a implantação dos aterros sanitários. 3.2 – Construção e operação do aterro sanitário A construção de um aterro sanitário inicia-se após a escolha da área, da conclusão dos estudos, da aprovação pelos órgãos ambientais e a aquisição ou cessão do terreno. 3.2.1 – Limpeza e preparação do terreno Inicialmente são efetuadas a limpeza do terreno e a retirada da vegetação, preparação do solo e construção de muro ou cerca para isolar toda área que será utilizada. Em seguida, iniciam-se as escavações para as futuras áreas de deposição do lixo. Nessa etapa também são construídos os acessos por onde passarão os caminhões que transportarão os materiais e futuramente o lixo. 3.2.2 – Construções Segundo relato de Tchobanogous, Thiesen e Vigil (1993) há três métodos comuns de construção e operação de aterros sanitários: método da trincheira, método de área e método do canyon/depressão: - Método da trincheira: É indicado para áreas onde o nível do lençol freático é profundo e o material para cobertura diária e final é disponível no local onde será feita a escavação. Tipicamente os resíduos sólidos são dispostos em células ou 34 trincheiras escavadas no solo, com uma geometria quadrada e inclinação de talude de 1,5: 1 a 2: 1 dependendo dos parâmetros geométricos do solo. A impermeabilização da base é realizada membranas e/ ou com argila de baixa permeabilidade. - Método de área: Este método é utilizado nos locais onde não é possível implantar o método da trincheira devido a presença de um lençol freático elevado. Para a implantação deste método é necessário a impermeabilização da base e sistema de controle de chorume. O material de cobertura diária e final terá que ser trazido de outro local. - Método de canyon/depressão: Este método é aplicado em regiões com a topografia irregular. A técnica para dispor e compactar o resíduo sólido varia conforme a geometria do terreno, as características do material de cobertura disponível, a hidrologia a geologia do local, o tipo de controle do chorume e gás gerados a ser utilizado e o acesso ao sítio. O controle da superfície de drenagem frequentemente é um fator crítico à implantação deste método. São construídas também, edificações de apoio, tais como: balança rodoviária para pesagem dos caminhões de lixo, laboratórios químicos para análise dos gases e água, drenos para captação de líquidos percolados, lagoas de estabilização para tratamento do chorume, dutos e chaminés para recolhimento e destinação do biogás, vertedouros para captação de água. Na construção da base e durante a deposição das camadas de lixo, são instalados drenos de captação do chorume que são canalizados até a lagoa de tratamento. 35 Na Figura 8, exemplo de método de trincheira com a base impermeabilizada com faixas de plástico resistente de polietileno de alta densidade (PEAD), soldadas entre elas. Foto 8 – Construção de célula de deposição de lixo Fonte: Ethos 3.2.3 – Rotina Operacional do depósito de lixo 3.2.3.1 – Recepção A recepção dos resíduos inicia na guarita de entrada do aterro sanitário e consiste na operação de inspeção preliminar dos caminhões coletores, onde são verificados os documentos e cadastro dos veículos. Os funcionários da empresa transportadora também são identificados. A procedência dos dejetos é registrada e o caminhão é pesado ainda carregado (DEMLURB, 2010). 3.2.3.2 – Descarga 36 Os caminhões liberados após a inspeção de entrada são orientados quanto ao local no qual os resíduos devem ser despejados e se dirigem para local de deposição para descarregar o lixo, acompanhados do fiscal que controla os lançamentos. 3.2.3.3 – Espalhamento O lixo descarregado deve ser espalhado com auxílio de uma pá mecânica, em áreas demarcadas, formando pilhas com rampas inclinadas na proporção de um para três, sendo que para cada 1 metro de altura, 3 metros de comprimento (CONDER, 2002). 3.2.3.4 – Compactação O lixo espalhado deve ser compactado com auxílio de um trator de esteira, com movimentos repetidos de baixo para cima da pilha, com repetição de três a cinco vezes (CONDER, 2002). As camadas de lixo devem ser bem compactadas para garantir a estabilidade, segurança e eficiência do aterro (CONDER, 2002). 3.2.3.5 – Cobertura diária O lixo depositado e compactado deve ser coberto diariamente com uma camada de argila de aproximadamente 20 centímetros de espessura. No dia seguinte, antes do início da disposição dos resíduos, faz-se uma raspagem da camada de solo depositado no dia anterior. O solo raspado é armazenado para aproveitamento nas camadas operacionais posteriores. Dependendo das condições de operação no campo e do índice pluviométrico, é utilizada lona plástica para cobertura provisória dos detritos. 37 A cobertura diária tem como objetivo impedir o arraste de materiais pela ação do vento e evitar a disseminação de odores desagradáveis e a proliferação de vetores como: moscas, ratos, baratas e aves (DEMLURB, 2010). 3.2.3.6 – Cobertura final A cobertura final é construída com aplicação de uma camada de solo com aproximadamente 60 centímetros de espessura, acompanhando as inclinações do terreno e com plantio de vegetação rasteira que fica exposta permanentemente. Será a proteção definitiva, para a pilha de lixo compactada, depois de esgotada a capacidade da plataforma de cada célula (DEMLURB, 2010). Segundo Nahas, Françoso e Folloni (1996), dentre as principais finalidades do recobrimento final sobre a superfície dos aterros sanitários podem-se destacar: - Minimização de infiltração de águas provenientes de precipitações pluviométricas após a conclusão dos aterros; - Impedir o escape desordenado de gases e, conseqüentemente, limitar a possibilidade de ocorrência de acidentes e ou degradação ambiental do entorno dos aterros; - Propiciar a plantação de vegetação e o reaproveitamento da área. Para atingir esses objetivos a camada de recobrimento deve apresentar as seguintes características ao longo do tempo: - Resistir às condições climáticas a que estará sujeita; - Ser resistente a erosão provocada pela água e pelo vento; - Aceitar recalques acentuados provenientes da deformação do maciço do aterro; 38 - Suportar sobrecargas oriundas do tráfego de veículos durante as operações de encerramento do aterro; e - Ser resistente a ataques químicos causados por gases, plantas e animais. 3.2.3.7 – Tratamento do chorume Durante o processo de decomposição da matéria orgânica, surge o chorume, que é captado pelos drenos e levado até a lagoa de estabilização para tratamento anaeróbico. As técnicas que se aplicam no tratamento do chorume se assemelham com as utilizadas no tratamento de esgotos. Para aterro sanitário, utiliza-se com mais frequência as lagoas anaeróbicas e facultativas, onde ocorre a remoção da carga orgânica pela ação das bactérias. Após o tempo em que fica retido na lagoa, tempo de detenção, o líquido deve estar em condições de ser lançado nos corpos d’água sem risco de contaminação (CONDER, 2002). 3.2.3.8 – Destino do biogás O biogás gerado nos aterros sanitários, por contar em sua composição com metano e dióxido de carbono, é um dos gases formadores do fenômeno conhecido efeito estufa e que vem contribuindo para o aquecimento do planeta. Estudos existentes indicam que, considerando um período de 100 anos, 1 grama de metano contribui 21 vezes mais para a formação do efeito estufa do que 1 grama de dióxido de carbono, assim, o biogás gerado nos aterros sanitários deve ser drenado e queimado para mitigação dos efeitos causados pelo lançamento na atmosfera, para minimizar a geração do efeito 39 estufa. A queima do biogás transforma o metano em dióxido de carbono e vapor d’água (IBAM, 2010). O biogás pode ser utilizado também em sistemas de calefação, energia elétrica ou como combustível veicular. Para cada tonelada de resíduo disposto em um aterro, são gerados em média 200 Nm³ (vazão em massa) de biogás (IBAM, 2010). A geração do biogás em um aterro sanitário é iniciada alguns meses após o início do aterramento dos resíduos e continua até cerca de 15 anos após o encerramento da operação da unidade (IBAM, 2010). Para que seja possível a captação do biogás, um aterro sanitário deverá contar com os seguintes sistemas: - Sistema de impermeabilização superior para evitar a fuga do biogás para a atmosfera. - Poços de drenagem do biogás que serão escavados na massa de resíduos, normalmente são feitos com brita e podem ser verticais, horizontais ou mistos. - Rede de coleta e bombas de vácuo para levar o biogás drenado dos poços para a unidade de geração de energia elétrica. A rede coletora de biogás constituída por tubos de polietileno de alta densidade e deve ser aterrada para evitar acidentes. As bombas de vácuo são importantes para compensar as perdas de carga nas tubulações e garantir uma vazão regular de biogás para a unidade de geração de energia elétrica (IBAM, 2010). 3.3 – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em aterros sanitários O MDL é um dispositivo inteligente, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, que visa reduzir os efeitos da poluição através da busca pela eficiência 40 ambiental, ou seja, a redução das emissões de gases causadores de mudanças climáticas (ECP, 2009). O MDL é ainda um incentivo para empresas de países mais industrializados investirem em projetos de redução de emissões dos países em desenvolvimento, como o Brasil (ECP, 2009). Estes projetos, uma vez implementados devem ser submetidos a todo um processo de validação, registro, monitoramento e verificação para que depois se emitam as chamadas Reduções Certificadas de Emissões (RCE) que poderão ser comercializadas com os países desenvolvidos para que eles atinjam suas metas de redução conforme traçado no Protocolo de Kyoto (ECP, 2009). Os aterros sanitários permitem a implantação dos projetos de MDL e esse é um dos motivos pelo qual sua implantação se tornou tão promissora. Um dos exemplos mais conhecidos de projetos de MDL implantados é o caso do Aterro Sanitário Bandeirantes, localizado em Perus na região metropolitana de São Paulo. Com uma área total de 1.400.000m² o Aterro Bandeirantes está desativado desde março de 2007 tendo operado durante 28 anos e recebido, até 2006, cerca de 36 milhões de toneladas de resíduos. (COELHO, 2008). A captação do biogás gerado no aterro foi iniciada em 2004 após uma série de estudos preliminares sobre a viabilidade do projeto e a instalação de uma usina termelétrica a biogás em 2003, onde o gás captado no aterro é tratado (retirada a umidade e feita uma pré-filtragem) e depois transformado em energia. (COELHO, 2008) Segundo o jornal Valor Econômico (2006), o banco alemão KFW assinou o que foi considerado o maior contrato mundial de venda de créditos de carbono já gerado. Foram 1 milhão de toneladas de crédito de carbono 41 gerado entre 2004 e 2005 no projeto de geração de energia elétrica a partir de gás bioquímico captado do Aterro Bandeirantes (Foto 9). Figura 9 – Aterro Sanitário Bandeirantes, Perus – SP Fonte: INFOESCOLA 42 CONCLUSÃO O lixo resulta das atividades humanas, por isso, é considerado inesgotável e com aumento crescente. Sua composição varia conforme a situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada cidade. Das formas conhecidas atualmente para destinação final do lixo urbano, os lixões se assemelham aos modelos antigos de descarte, não atendem as necessidades básicas ambientais e sanitárias. Os aterros controlados amenizam os problemas dos lixões, atendem a legislação, mas são inadequados ao meio ambiente. As usinas de compostagem são ecologicamente corretas, mas tem limitações técnicas e econômicas servindo apenas como alternativa. A incineração tem limitações econômicas e causam poluição atmosférica, sendo utilizada apenas para a destruição dos resíduos que representam riscos à saúde ou a segurança. A reciclagem vem crescendo praticamente em todos os países, diminuindo o consumo de matérias-primas e reduzindo o volume de lixo produzido, contudo, só é viável economicamente para apenas alguns tipos de materiais. Os aterros sanitários são projetados com princípios de engenharia para respeitar a legislação minimizar os problemas ambientais, podendo se adequar a qualquer cidade, independente do tamanho e demanda de resíduos. Seus custos iniciais são elevados, mas já é possível ter retorno financeiro através da venda dos créditos de carbono. Com as alternativas disponíveis e conhecimento científico que possuímos até o momento, podemos afirmar que os aterros sanitários são a solução para o lixo urbano. 43 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABAL – Associação Brasileira de Alumínio – Reciclagem do Alumínio, 2010. Disponível em: http://www.abal.org.br/reciclagem/introducao.asp Acesso em: 14/03/2010. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. - NBR 8419. Apresentação de Projeto de Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos. Rio de Janeiro: 1984. - NBR 10004. Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro: 1987. - NBR 10007. Amostragem de Resíduos: Procedimento. Rio de Janeiro: 1986. - NBR 12807. 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São Paulo: 2006. 51 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O LIXO URBANO NO BRASIL 9 1.1 - Definição 9 1.2 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem 10 1.2.1 - Resíduo Domiciliar e Comercial (RDD) 10 1.2.2 - Lixo Industrial 10 1.2.3 - Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) 10 1.2.4 - Resíduo da Construção Civil (RCC) 11 1.2.5 – Resíduos Sólidos da Varrição (RVA) 11 1.3 - Classificação do Lixo Pelo Risco Potencial à Saúde Pública e ao Meio Ambiente 12 1.3.1 - Perigosos 12 1.3.2 - Tóxicos 12 1.3.3 - Corrosivos 13 1.3.4 - Inflamáveis 13 1.3.5 - Explosivos 13 1.4 - Classificação Quanto à Natureza 14 1.4.1 - Lixo Composto de Matéria Orgânica 14 1.4.2 - Lixo Composto de Matéria Inorgânica 15 1.5 - Composição Gravimétrica do Lixo 16 1.6 - Produção de Lixo 18 52 CAPÍTULO II O DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 20 2.1 - Lixão a Céu Aberto 20 2.2 - Aterro Controlado 21 2.3 - Usina de Compostagem 22 2.4 - Incineradores 24 2.5 - Reciclagem 25 2.5.1 - O Alumínio 27 2.5.2 - O Plástico 27 2.5.3 - O Vidro 28 2.5.4 - O Papel 28 2.6 - Aterro Sanitário 29 CAPÍTULO III ESTUDO DO ATERRO SANITÁRIO 30 3.1 - Escolha da Área para Locação do Aterro Sanitário 30 3.1.1 - Critérios Técnicos 31 3.1.2 - Critérios Econômicos 31 3.1.3 - Critérios Sociais 32 3.1.4 - Critérios Políticos 33 3.2 - Construção e Operação do Aterro Sanitário 33 3.2.1 - Limpeza e Preparação do Terreno 33 3.2.2 - Construções 33 3.2.3 - Rotina Operacional do Depósito de Lixo 35 3.2.3.1 - Recepção 35 3.2.3.2 - Descarga 35 3.2.3.3 - Espalhamento 36 3.2.3.4 - Compactação 36 3.2.3.5 - Cobertura Diária 36 3.2.3.6 - Cobertura Final 37 3.2.3.7 - Tratamento do Chorume 38 3.2.3.8 - Destino do Biogás 38 53 3.3 - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em Aterros Sanitários 39 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43 ÍNDICE 51 ÍNDICE DE FIGURAS 54 54 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 - Percentual de Matéria Orgânica no Lixo Brasileiro 15 FIGURA 2 - Tempo para Decomposição dos Materiais 16 FIGURA 3 - Levantamento Gravimétrico do Lixo do Município do Rio de Janeiro de 1995 a 2004 18 FIGURA 4 - Foto do Lixão a Céu Aberto no Rio de Janeiro 21 FIGURA 5 - Foto do Aterro Controlado - RJ 22 FIGURA 6 - Esquema de Funcionamento da Usina de Compostagem 23 FIGURA 7 - Ciclo da Matéria Orgânica na Compostagem 24 FIGURA 8 - Foto da Construção de Célula de Deposição de Lixo 34 FIGURA 9 - Foto do Aterro Sanitário Bandeirantes, Perus - SP 39