UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATERROS SANITÁRIOS: A SOLUÇÃO PARA O LIXO URBANO
Por: Sergio Telles dos Santos
Orientadora
D. Sc. Aleksandra Sliwowska Bartsch
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATERROS SANITÁRIOS: A SOLUÇÃO PARA O LIXO URBANO
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Engenharia da
Produção.
Por: Sergio Telles dos Santos
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos colegas do curso que
tanto me incentivaram, aos professores
e aos funcionários da Vez do Mestre.
4
DEDICATÓRIA
À minha esposa Márcia, minhas filhas
Julia e Olivia pelo incentivo, motivação e
todo apoio que recebi durante o curso.
5
RESUMO
Desde os tempos mais remotos o lixo era produzido em pequenas
quantidades e constituído essencialmente de sobras de alimentos. Com o
aumento da população e consequente crescimento da produção de lixo, as
cidades criaram depósitos a céu aberto, os lixões, para reunir em um só lugar o
lixo urbano proveniente das atividades humanas.
No Brasil quase 90% do lixo gerado ainda é descartado na natureza
sem nenhum tipo de tratamento, o que degrada o meio ambiente e a saúde,
prática que até então tolerada, mas que vem sofrendo grande crítica dos
ambientalistas e pressão dos organismos de defesa da terra. Essa prática em
um curto espaço de tempo terá que ser substituída.
No capítulo I, será estudado o lixo urbano. Sua definição, classificação
quanto à origem, o risco potencial a saúde pública, ao meio ambiente, sua
composição e a produção.
No capítulo II, serão discutidas as formas de destinação final para o lixo
produzido nas cidades.
No capítulo III, será tratado o aterro sanitário como melhor alternativa
para o confinamento do lixo urbano. A escolha do terreno, a implantação, suas
características, operação e desmobilização.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a confecção desta monografia foi um
trabalho de pesquisa nos arquivos das prefeituras brasileiras, principalmente a
do Rio de Janeiro, na Comlurb – Companhia Municipal de Limpeza Urbana, da
cidade do Rio de Janeiro, artigos de revistas e jornais especializados,
publicações na internet, selecionando os tópicos relevantes relativos ao tema,
de modo a definir a melhor forma para destinação final do lixo urbano nas
cidades brasileiras.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - O Lixo Urbano no Brasil
09
CAPÍTULO II - O Destino Final dos Resíduos Sólidos
20
CAPÍTULO III - Estudo do Aterro Sanitário
30
CONCLUSÃO
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
43
ÍNDICE
51
ÍNDICE DE FIGURAS
54
8
INTRODUÇÃO
No ano de 2002, segundo a Pesquisa Nacional sobre Saneamento
Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram
coletadas 228.413 toneladas de lixo por dia no Brasil. Segundo LIMA (2010),
76% desse volume são largados da natureza a céu aberto nos lixões e 13%
são somente cobertos com solo sem nenhum tipo de tratamento nos aterros
controlados, totalizando quase 90% da produção.
Organismos internacionais que lutam pela preservação do planeta,
ONGs
e
grupos
de
defesa
da
terra,
estão
fazendo
trabalhos
de
conscientização e se organizando na tentativa de solucionar os graves
problemas de degradação do meio ambiente, como a poluição do solo e
lençóis d’água, causados pelo lançamento de resíduos sólidos na natureza.
O Direito Ambiental fiscaliza a intervenção antrópica da natureza,
protege os recursos naturais, previne a saturação e destruição dos
ecossistemas, combate a poluição do ar, água e do solo, protegendo a
natureza no presente e para as futuras gerações (LIMA, 2010). Essa área de
conhecimento foi abordada durante o nosso curso através de um módulo
específico. Foram discutidas as questões relativas ao aspecto jurídico que
estuda as interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para
proteção do meio ambiente.
Tendo em vista a relevância do assunto, esse trabalho teve como
objetivo estudar os diversos aspectos relacionados com os resíduos sólidos
urbanos e apresentar a melhor solução disponível atualmente para sua
destinação final. No desenvolvimento do trabalho foram incluídas as etapas de
planejamento, viabilidade econômica do projeto com a utilização do biogás e
venda dos créditos de carbono e as fases e atividades necessárias à
construção de um aterro sanitário.
9
CAPÍTULO I
O LIXO URBANO NO BRASIL
CONCEITO
Segundo o Dicionário Aurélio (1995): Lixo – Substantivo
masculino. 1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga
fora; entulho. 2. Por extensão. Tudo o que na presta e se joga fora. 3.
Sujidade, sujeira, imundície. 4. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem
valor (p.847).
1.1 - Definição
Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é
representado por materiais descartados pelas atividades humanas.
Segundo a norma brasileira NBR 10.004 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT, 1987), resíduos sólidos são:
“aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividade da comunidade de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações
de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”.
10
1.2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem
1.2.1 – Resíduo domiciliar e comercial (RDD)
O RDD é constituído pelos detritos provenientes das residências
e o comercial dos bares, lanchonetes, restaurantes, lojas, supermercados,
feiras livres e outras atividades. Compõem-se principalmente de: sobras de
comida, frutas deterioradas, cascas, embalagens, papéis, papelões, plásticos,
vidros, garrafas, garrafões, panos, trapos, cerâmicas, latas e utensílios
degradados (AJUDA BRASIL, 2010).
1.2.2 – Lixo industrial
É
o
lixo
produzido
pelas
atividades
industriais,
possui
características próprias e individuais dependendo do ramo e tipo de produção.
Sua composição depende das matérias-primas utilizadas na fabricação de
cada produto ou linha de produção. Pode ser contaminado, perigoso, até
mesmo tóxico. Esse tipo de lixo não pode ser descartado como os de origem
domiciliar ou comercial a menos que passe por processos de tratamento
específicos (AJUDA BRASIL, 2010).
Esse tipo de lixo compõe-se de restos de matérias primas,
embalagens plásticas, metálicas e de madeira, contaminados com sobras de
componentes químicos.
1.2.3 – Resíduos do serviço de saúde (RSS)
Os RSS constituem o produto residual, não utilizável, resultante
de atividades exercidas por estabelecimento prestador de serviço de saúde,
centros de pesquisa e laboratórios (NBR 12807, 1993). Incluem também, os
resíduos originados de fontes menores, como aquelas produzidas durante
cuidados domiciliares com a saúde. Materiais e produtos líquidos e pastosos,
11
como os fluidos orgânicos, produtos químicos e demais líquidos que tenham
entrado em contato com os mesmos constituem os efluentes líquidos dos
serviços de saúde (SIQUEIRA, 2001). Resíduos com possíveis agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração,
podem apresentar risco de infecção são considerados potencialmente
infectantes (ANVISA, 2003).
Os resíduos sólidos hospitalares não podem ser reciclados
(SIQUEIRA, 2001).
1.2.4 – Resíduos da construção civil (RCC)
Os RCC são os resíduos originários da construção civil, também
conhecido como entulho. É resultante das demolições de estruturas de
concreto, alvenaria e escavações de solo ou encosta. Todas as atividades de
construção ou reforma residencial, comercial ou industrial geram grande
quantidade de entulho que é composto por: areia, terra, fragmentos de tijolos,
telhas, pedras, cerâmica, azulejos, cacos de vidros, latas, papelão, plástico,
sobras de argamassa, pedaços de vergalhões, arames, sobras de concreto,
pedaços de esquadrias e retalhos de madeira.
1.2.5 – Resíduos sólidos da varrição (RVA)
É o lixo recolhido nas áreas públicas, limpando ruas, praças,
parques, praias e comunidades.
A varrição é realizada diariamente, pelos funcionários da
prefeitura ou empresa contratada, em toda a cidade e os resíduos são
coletados e encaminhados para aterros.
12
São recolhidos também os resíduos vegetais resultantes de
queda de árvores, troncos, galhos, podas de grama e limpezas de jardins
(PMA, 2010).
Existe ainda, o recolhimento de entulhos abandonados nas vias
públicas e calçadas como: sofás, pneus, restos de madeiras, geladeiras,
fogões e outros materiais considerados rejeitos jogados ao longo das vias
públicas e dos cursos hídricos (PMA, 2010).
1.3 – Classificação do lixo pelo risco potencial à saúde pública
e ao meio ambiente
1.3.1 – Perigosos
O lixo é considerado perigoso quando pode prejudicar a saúde e
o meio ambiente somente com sua presença ou manipulação. É composto por
resíduos contaminantes para a de natureza. Alguns tipos de lixo são mais
perigosos do que outros dependendo da sua composição. O lixo perigoso é
composto por: produtos químicos, pilhas, baterias, produtos de limpeza para
pisos, inseticidas, pesticidas e o lixo hospitalar (TILZ, 2010).
1.3.2 – Tóxicos
O lixo tóxico é o material descartado das indústrias, comércio e
residências que podem causar danos às pessoas e ao meio ambiente e até
contaminar o lençol de águas profundas e o ar. Alguns resíduos tóxicos são
altamente venenosos, se tocados, podem entrar na corrente sanguínea e
causar câncer, outras doenças e até a morte. Os produtos descartados podem
causar sérios danos aos bebês antes de nascerem devido a mutações
genéticas (TILZ, 2010). Os resíduos tóxicos provêm da indústria química, de
produtos agrícolas, da indústria petroquímica, da manipulação de tintas,
13
vernizes, venenos e pesticidas. Este tipo de resíduo geralmente traz a figura de
uma caveira no recipiente.
1.3.3 – Corrosivos
O lixo corrosivo é composto por produtos que tem como
característica a capacidade de dissolver alguns materiais e até a carne
humana. Alguns destes resíduos dissolvem quase qualquer material que se
coloque em contato (TILZ, 2010). Os resíduos corrosivos provêm de
equipamentos como pilhas e baterias, estão presentes nos produtos de
limpeza à base de amoníaco, são os utilizados para a desobstrução e limpeza
de tubulações de esgoto, limpeza de fornos e peças de máquinas. Esses
produtos geralmente trazem a figura do esqueleto de uma mão no recipiente.
1.3.4 – Inflamáveis
O lixo inflamável é composto por produtos que tem a capacidade
de pegar fogo com facilidade. Os dejetos além de pegar fogo têm como
resultado da combustão o desprendimento de fumaça tóxica no ar. Esse tipo
de lixo é composto de: óleos, lubrificantes, gasolina, querosene, removedores,
vernizes, tintas, solventes e suas embalagens. Os produtos inflamáveis
geralmente trazem a figura de uma chama no recipiente.
1.3.5 – Explosivos
O lixo explosivo é composto por produtos que estão contidos em
embalagens que, se misturados com outras substâncias ou até se caírem no
chão, podem explodir. Os produtos químicos explosivos estão presentes em
latas de spray, reservatórios de gasolina, nos fluidos para isqueiro, resinas e
suas embalagens (TILZ, 2010). O recipiente mesmo vazio contém os gases e
os resíduos que se for queimados ou prensados explodem liberando calor e
fumaça venenosa no ar. As embalagens com componentes explosivos são
14
marcadas com a figura de uma bola explodindo no recipiente, mas muitas
vezes os recipientes não trazem nenhuma sinalização de advertência.
1.4 – Classificação quanto à natureza
1.4.1 – Lixo composto de matéria orgânica
Os resíduos orgânicos constituem todo material de origem animal
ou vegetal e cujo acúmulo no ambiente não é desejável. Por exemplo, esterco
de animais como: cavalos, porcos e galinhas, bagaço de cana de açúcar,
serragem, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim,
palhadas de milho e de frutíferas. Estão incluídos também os restos de
alimentos de cozinha, crus ou cozidos, como cascas de frutas, de vegetais e
restos de comida (EMBRAPA, 2005).
Os materiais orgânicos se degradam facilmente e quando a
decomposição ocorre na presença de oxigênio é chamada aeróbica e dela
restam gás carbônico (CO2), vapor de água e sais minerais. Se a
decomposição ocorre sem oxigênio é denominada anaeróbica, gerando muitos
subprodutos não degradados como o gás metano (CH4) e o sulfídrico (H2S),
que causa o odor característico de matéria orgânica em decomposição. Existe
ainda outro subproduto da decomposição que é muito importante do ponto de
vista sócio-ambiental: o chorume (RECICLOTECA, 2010).
O chorume pode ser definido como um líquido com altas
concentrações de compostos orgânicos e inorgânicos, resultantes da
passagem de água através de resíduos sólidos em processo de decomposição
(MERBACH, 1989).
A chuva que cai sobre os depósitos de lixo a céu aberto aumenta
a velocidade de formação do chorume. Esse lixo necessita de grande cuidado,
pois gera degradação do meio ambiente. O chorume resultante da
15
decomposição dos materiais, penetra no solo e se mistura com as águas do
lençol freático provocando sua contaminação e consequente poluição dos rios
e lagoas da região, que necessitarão de muito tempo e dinheiro para serem
recuperados (RECICLOTECA, 2010).
Em toda matéria orgânica em decomposição nos depósito a céu
aberto, observa-se o surgimento de fungos, bactérias, insetos, roedores além
do forte mau cheiro (RECICLOTECA, 2010).
O lixo orgânico representa cerca de 65% do total recolhido no
país (Figura 1).
Figura 1: Percentual de Matéria Orgânica no Lixo Brasileiro
Fonte: Planeta Terra
1.4.2 - Lixo composto de matéria inorgânica
O lixo inorgânico inclui todo material que não possui origem
animal, vegetal ou que foi produzida através de meios humanos. São os de
origem mineral, que possuem um grande problema quando jogado diretamente
no meio ambiente sem tratamento prévio, que é o tempo necessário para ser
decomposto. Vários materiais e produtos demoram séculos para se decompor
(Figura 2). O plástico, por exemplo, é formado por imensas moléculas
contendo milhares de átomos, o que torna difícil a sua digestão por agentes
16
decompositores. Para solucionar o problema da decomposição, diversos
produtos inorgânicos são fabricados com matéria prima composta por
substâncias biodegradáveis (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010).
Produtos
como
metais
não
podem
ser
decompostos,
acumulando-se com o tempo, a não ser que sejam reciclados (PORTAL SÃO
FRANCISCO, 2010).
Material
Aço
Tempo de Degradação
Mais de 100 anos
Alumínio
200 a 500 anos
Cerâmica
Indeterminado
Chicletes
5 anos
Corda de nylon
30 anos
Embalagens Longa Vida
Até 100 anos (alumínio)
Esponjas
Indeterminado
Filtros de cigarros
5 anos
Isopor
Indeterminado
Louças
Indeterminado
Luvas de borracha
Indeterminado
Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos
Papel e papelão
Cerca de 6 meses
Plásticos (embalagens, equipamentos)
Até 450 anos
Pneus
Indeterminado
Sacos e sacolas plásticas
Mais de 100 anos
Vidros
Indeterminado
Figura 2 – Tempo para decomposição dos materiais
Fonte: Ambiente Brasil I
1.5 – Composição gravimétrica do lixo
A caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) inicia-se pela
determinação da sua composição, que representa as porcentagens de cada
componente do lixo domiciliar obtido a partir da relação entre o peso do
componente e peso total das amostras coletadas (PORTAL GEO, 2010).
17
A maioria dos métodos utilizados para determinar a composição
gravimétrica e peso específico do lixo baseia-se no quarteamento, que envolve
a seleção, mistura e divisão de amostras do lixo, conforme a NBR 10007
(ABNT, 1987).
As coletas de amostras são realizadas em áreas residenciais e
comerciais de maiores densidades demográficas. As empresas de coleta e as
prefeituras utilizam esse levantamento com objetivo de identificar os diferentes
componentes que constituem a massa de resíduos sólidos em cada área de
planejamento, acompanhando através da série histórica os percentuais de
matéria orgânica, o teor de umidade dos resíduos sólidos domiciliares.
(PORTAL GEO, 2010).
As características do lixo variam de acordo com o poder aquisitivo,
hábitos e tendências de consumo. Permite, portanto, a análise desses
parâmetros fortemente relacionados com o desenvolvimento sustentável. É
possível ainda determinar o potencial de reciclagem de cada área, ajudando na
implantação de programas de coleta seletiva, associado a parâmetros como o
teor de umidade e o peso específico, gerando insumos para especificação e
dimensionamento dos equipamentos utilizados na limpeza urbana (PORTAL
GEO, 2010).
A composição do lixo varia de população para população, dependendo
da situação sócio-econômica, cultural e das condições e hábitos de vida de
cada um. Pode ainda avaliar a influência de fatores comportamentais e
mercadológicos sobre os materiais potencialmente recicláveis e sua subtração
dos resíduos sólidos domiciliares. Considera também os critérios climáticos e
de sazonalidade utilizando-se da amostragem selecionada como a mais
representativa da cidade.
Como exemplo, podemos citar o comportamento e as tendências de
consumo dos principais materiais componentes do lixo na cidade do Rio de
18
Janeiro no período de 1995 a 2004 (Figura 3), onde foram obtidos por meio da
análise de 10 anos referente à chamada composição gravimétrica do lixo
domiciliar. Elaborada pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana
(COMLURB), a série vem sendo atualizada e permitindo a observação de
mudanças de hábitos e tendências de consumo da população da cidade
(PORTAL GEO, 2010).
Figura 3 – Levantamento Gravimétrico do Lixo do Município do RJ de 1995 a 2004
Fonte: PORTAL GEL
1.6 – Produção de lixo
Segundo a COMLURB, responsável pelo recolhimento do lixo na
cidade do Rio de Janeiro, a produção diária é de cerca de 8.800 toneladas de
19
resíduos por dia, sendo 60% recolhido dos domicílios e do comercio e 40% são
retirados das ruas. A produção é de 1,505 Kg por habitante/dia.
Para limpar a toda a cidade, a companhia dispõe de uma frota de
1.069 veículos, sendo 364 da própria empresa e 705 terceirizados. Conta
também com 298 equipamentos motorizados para recolhimento do lixo. Possui
15.869 empregados, dos quais 11.000 são garis. Com este efetivo a empresa
retira lixo proveniente da limpeza de feiras livres, remoção gratuita de entulho
ensacado de pequenas obras domiciliares, galhadas e bens inservíveis, bem
como serviço de atendimento emergencial à cidade nas 24 horas do dia.
O Brasil produz atualmente cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia. O
crescimento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder
aquisitivo e ao perfil de consumo da população. Além disso, quanto maior
número de produtos industrializados, maior a produção de lixo (AJUDA
BRASIL, 2010).
20
CAPÍTULO II
O DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS
Os RSU podem ter vários destinos em relação ao ambiente.
Dependendo do tipo de disposição no solo, ou do seu processamento, são
inúmeras as possibilidades de poluição (alteração sobre o ar, solo e água,
como meio ecológico) e eventual contaminação (ar, solo e água como vias de
acesso de agentes químicos e patogênicos) com reflexos na saúde pública
(ROCHA, 1981).
O destino do lixo urbano assume papel relevante, em virtude da relação
existente entre a disposição dos RSU com a saúde pública e a degradação
ambiental. Dessa relação, surge a necessidade da adoção de um sistema de
deposição final que possa apresentar procedimentos capazes de minimizar os
impactos negativos da geração dos resíduos e uma forma exequível tanto na
área técnica quanto viável economicamente.
2.1 – Lixão a céu aberto
Depósito de resíduos sólidos a céu aberto ou lixão (Figura 4) como
sendo uma forma de disposição final, em que o lixo é descarregado sobre o
solo, sem qualquer técnica ou medida de controle, acarretando impactos
negativos no ambiente e na saúde humana. São considerados impactos
negativos causados por esse tipo de disposição: poluição visual, proliferação
de vetores causadores de doenças, geração de odores desagradáveis, a
contaminação do solo e das águas pelo chorume (Figura 4) e a presença de
homens, mulheres e crianças que convivem como catadores, que na maioria
dos casos, residem no local (MOUSINHO, 2003).
21
Figura 4 – Lixão a céu aberto no Rio de Janeiro
Fonte: Google I
2.2 – Aterro controlado
Os aterros controlados (Figura 5) foram criados para amenizar os
problemas oriundos dos lixões, todo o lixo recolhido, é depositado em uma
área definida e não sofre nenhum tipo de tratamento. Pode ser considerado
como uma espécie de lixão controlado tornando o local de destinação de
resíduos um empreendimento adequado à legislação, porém, inadequado do
ponto de vista ambiental, já que contamina o solo por não conter uma base
impermeabilizada para impedir a infiltração do chorume no lençol freático
(ABREU e PALHARES, 2007).
À medida que vão se formando camadas de lixo, estas são intercaladas
por uma camada de terra que diminui o mau cheiro e a presença de animais. O
objetivo não é prevenir a poluição e sim, minimizar os impactos ao meio
22
ambiente. Caso ocorra alguma ocorrência grave corre o risco de interdição.
(ABREU e PALHARES, 2007).
Figura 5 – Aterro Controlado - RJ
Fonte: Prefeitura de Petrópolis
2.3 – Usina de compostagem
Compostagem é um processo biológico, aeróbio e controlado, de
transformação
de
resíduos
orgânicos
biodegradáveis
em
resíduos
estabilizados, com propriedades e características diferentes da matéria que lhe
deu origem. É normalmente realizada em pátios, nos quais o material é
disposto em pilhas (montes de forma cônica) ou leiras (montes de forma
prismática). A matéria orgânica estabilizada tem propriedades condicionadoras
de solo, sendo, portanto de grande aplicabilidade na agricultura (BIDONE e
POVINELLI, 1999).
Para cada 1.000 Kg de lixo doméstico são produzidos cerca de 500 Kg
de composto orgânico nas usinas de compostagem (Figura 6).
23
1ª Etapa:
O lixo é transportado até uma mesa, onde se realiza a separação manual de plásticos,
papéis, tecidos, vidros e metais. Esses materiais são vendidos para indústrias de
reciclagem ou oficinas de reutilização.
2ª Etapa:
O que restou da primeira separação é levado para o separador magnético. Por meio de
um eletroímã objetos de ferro e aço são retirados nessa etapa.
3ª Etapa:
O lixo restante segue para a câmara de fermentação aeróbica, um local fechado onde
correntes de ar revolvem os dejetos. Parte da energia liberada nesse processo se converte
em calor, atingindo a temperatura de 70º C, o que provoca a morte da maioria dos
microrganismos patogênicos que se desenvolvem no lixo.
4ª Etapa:
Após a fermentação, a mistura é peneirada nesta máquina. Os pedaços maiores (pedras,
galhos) ficam retidos e levados para um aterro sanitário. A porção que passou pela
peneira é o composto orgânico cru. Este composto passa pela cura: fica ao ar livre por
cerca de 60 dias. Depois, pode ser usado em hortas, jardins e pomares.
Figura 6 – Esquema de funcionamento da usina de compostagem
Fonte: Educa Rede
A compostagem caseira (Figura 7) é uma técnica praticada pelos
agricultores e jardineiros ao longo dos séculos. Restos de vegetais, estrume,
restos de cozinha e outros tipos de resíduos orgânicos são amontoados em
pilhas em local conveniente e deixados decompondo-se até estarem prontos
para serem devolvidos ao solo ou até que o agricultor necessite melhorar a
fertilidade do solo. Pessoas que trabalham ou comercializam o composto vêm
empregando a denominação composto orgânico para este fertilizante, a
expressão apesar de redundante, vem se popularizando (PEREIRA NETO,
1999).
24
Figura 7 – Ciclo da matéria orgânica na compostagem
Fonte: Google II
As
usinas
de
compostagem
são
uma
forma
de
destinação
ecologicamente correta para o lixo das cidades, contudo absorve apenas uma
parte dos dejetos gerados. A forma industrial tem um elevado custo de
implantação, necessite de muita mão de obra e energia para o seu
funcionamento. É uma ótima alternativa, mas não pode ser considerada a
solução definitiva para o confinamento de todo o lixo recolhido.
2.4 – Incineradores
A eliminação de resíduos sólidos pelo uso do fogo é uma prática muito
antiga na nossa cultura. Até hoje, nas cidades do interior, as queimadas são a
forma de eliminar o mato e as galhadas cortadas das árvores. O lixo doméstico
produzido é juntado à vegetação retirada das capinas e queimados a céu
aberto (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010).
A incineração, definida como sendo um processo de redução de peso
em até 85% e de volume em até 95% do lixo, através de combustão
25
controlada, é sem dúvida o mais polêmico dentre os métodos de tratamento,
não só pelo elevado custo de instalação quanto à manutenção e operação,
mas principalmente, pela liberação de gases tóxicos (MANSUR e MONTEIRO,
1993).
As emissões de gases dos incineradores também contam com a
presença de gás carbônico, água, ácido clorídrico e sulfídrico, óxidos de
nitrogênio e enxofre, bem como vários metais pesados como: níquel, cobalto,
arsênio, cádmio, mercúrio, chumbo, e cromo. As dúvidas quanto à validade da
sua adoção, como forma de tratamento, são tantas que o Instituto Brasileiro de
Administração Municipal – IBAM, o desabona para a queima de lixo urbano,
em grandes quantidades (MANSUR e MONTEIRO, 1993).
Segundo o GREENPEACE (2010), queimar já foi considerado o método
mais eficiente de acabar com o lixo, seja ele de origem doméstica ou industrial.
Entretanto, com o avanço da industrialização, a natureza dos resíduos mudou
drasticamente. A produção em massa de produtos químicos e plásticos torna,
hoje em dia, a eliminação do lixo por meio da incineração um processo
complexo, de custo elevado e altamente poluidor. Longe de fazer o lixo
desaparecer, a incineração acaba gerando ainda mais resíduos tóxicos, e
tornando-se uma ameaça para a saúde pública e o ambiente.
A incineração é um eficaz método de eliminação de contaminação tóxica
e biológica, mas apresenta limitações quanto à sua utilização em larga escala
devido às consequências de sua utilização. No Brasil, os incineradores
atendem somente à destruição dos lixos que representam riscos à saúde e à
segurança.
2.5 – Reciclagem
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado,
matéria-prima secundária, em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar
26
é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo
produtivo o que é jogado fora (AMBIENTE BRASIL II, 2009).
A palavra reciclagem é normalmente utilizada para designar reutilização
ou reaproveitamento de materiais como insumo para fabricação de um novo
produto. A idéia de reutilizar materiais teve início da década de 1990, quando o
mundo se deu conta que as matérias-primas não renováveis estavam dando
sinal que se esgotariam rapidamente e que o lixo oriundo das cidades, estava
gerando um enorme problema por falta de espaço para estocagem
(AMBIENTE BRASIL II, 2009).
Materiais como: papel, papelão, plástico, vidros e metais poderiam ser
retirados do lixo e seriam reutilizados na fabricação de novos produtos.
Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo) (AMBIENTE BRASIL II, 2009).
Outro fator que contribuiu significativamente para a adoção da
reciclagem foi o aumento constante do volume do lixo gerado pelo crescimento
industrial, suas novas embalagens e dos produtos descartáveis. No processo
de reciclagem, todo material reaproveitado diminui a utilização das fontes
naturais não renováveis e elimina parte dos materiais que seriam destinados
aos depósitos de lixo. Muitas empresas inclusive estão vendendo embalagens,
sobras de produtos e materiais inservíveis para reciclagem, como uma maneira
de diminuir os custos de produção de seus produtos.
A reciclagem vem crescendo praticamente em todos os países com
ótimos resultados, diminuindo o consumo de matérias-primas, reduzindo o
volume de lixo produzido e até gerando riquezas, contudo, só é viável
economicamente para apenas alguns tipos de materiais. Não pode se
considerar a solução para todo o lixo das cidades.
Dentre os materiais recicláveis que mais geram lucros e economia de
recursos naturais está:
27
2.5.1 – O alumínio
O alumínio é o primeiro nome lembrado quando o assunto é
reciclagem. A reciclabilidade é um dos principais atributos do alumínio e
reforça a vocação de sua indústria para a sustentabilidade em termos
econômicos, sociais e ambientais. O alumínio pode ser reciclado infinitas
vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao
contrário de outros materiais (ABAL, 2010).
O alumínio pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas
por produtos de vida útil esgotada, como de sobras do processo produtivo.
Utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes
automotivos, entre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na
fabricação de novos produtos. Pelo seu valor de mercado, a sucata de
alumínio permite a geração de renda para milhares de famílias brasileiras
envolvidas da coleta à transformação final da sucata (ABAL, 2010).
A reciclagem do alumínio representa uma combinação única de
vantagens, economiza recursos naturais e energia elétrica. No processo,
consome-se apenas 5% da energia necessária para produção do alumínio
primário, além de oferecer ganhos sociais e econômicos (ABAL, 2010).
2.5.2 – O plástico
A reciclagem dos materiais plásticos traz vários benefícios
ambientais, sociais e econômicos para a sociedade, dentre os quais se
destacam: redução do volume de lixo coletado que é removido para os
depósitos sanitários, propiciando a redução dos custos de transporte;
economia de energia e petróleo (um quilo de plástico equivale a um litro de
petróleo em energia); geração de empregos para catadores, sucateiros e
operários; menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com
plástico reciclado, em média, os artefatos produzidos com plástico reciclado
são 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria-
28
prima virgem; melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria
orgânica nos aterros sanitários, uma vez que o plástico impermeabiliza as
camadas de material em decomposição, prejudicando a circulação de gases e
líquidos (PINTO, 2000).
2.5.3 – O vidro
O vidro descartado permanecerá por tempo indefinido na
natureza, no entanto é 100% reciclável e pode ser utilizado infinitamente, sem
perda de qualidade ou da pureza do produto (AMBIENTE BRASIL I, 2010).
Fabricado de areia, calcário, barrilha e alumina, o vidro é um
produto natural amplamente utilizado no nosso dia a dia devido a propriedades
como: transparência, dureza, impermeabilidade, baixa condutividade térmica e
durabilidade. Além disso, o vidro não reage quimicamente com outras
substâncias, o que lhe permite ser usado para armazenar alimentos sem que
eles sofram alteração de sabor, odor, cor ou qualidade. Outra vantagem que
torna o material bem atrativo é que pode voltar à produção de novas
embalagens e produtos, substituindo totalmente o material virgem sem perda
alguma de qualidade (RUMO SUSTENTÁVEL, 2009).
Um quilo de vidro pode produzir outro um quilo de vidro, com
perda zero e sem poluição para o meio ambiente (RUMO SUSTENTÁVEL,
2009).
A cada 10% de caco de vidro utilizado na mistura, economizamse 4% da energia necessária para a fusão nos fornos industriais e reduz 9,5%
do consumo de água (RUMO SUSTENTÁVEL, 2009).
2.5.4 – O papel
29
No processo de reciclagem do papel entram em cena aspectos
relacionados ao desenvolvimento sustentável, como o emprego intensivo de
mão de obra de baixa renda residente no local, redução do volume do lixo
urbano e economia dos recursos naturais como madeira, água e energia
elétrica. As estatísticas mostram que, a cada 50 quilos de papel reciclado,
poupa-se o corte de uma árvore adulta com aproximadamente seis anos de
idade e economiza-se 70% da energia elétrica gasta na produção que utiliza
matéria-prima virgem (ADMINISTRADORES, 2007).
O papel, depois de recolhido pelos catadores, é selecionado,
enfardado e é vendido para as indústrias de reciclagem de papel que o utilizam
como matéria-prima na produção de papel novo.
Os produtos da reciclagem do papel abrangem uma infinidade de
usos, desde caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para
frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório e envelopes até
papel para impressão (ADMINISTRADORES, 2007).
2.6 – Aterro sanitário
O aterro sanitário, o qual existe norma da ABNT para apresentação de
projeto que é a NBR 8419/ 92 e o procedimento para licenciamento ambiental,
que, segundo CETESB (1995), é uma forma de tratamento e disposição final
dos resíduos sólidos urbanos sobre o solo, visando à proteção das águas
subterrâneas e à proteção da saúde pública por meio dos seguintes critérios
de engenharia: isolamento hidráulico para redução e confinamento do
chorume, recobrimento diário do material aterrado e da drenagem, coleta e
queima ou aproveitamento dos gases gerados.
No Capítulo III estudaremos detalhadamente os aterros sanitários.
30
CAPÍTULO III
ESTUDO DO ATERRO SANITÁRIO
O aterro sanitário é um local projetado, com base em estudos de
engenharia, para receber e tratar o lixo produzido pelos habitantes de uma
cidade, reduzindo ao máximo os impactos causados ao meio ambiente.
A ABNT NBR 8419/92 define da seguinte forma os
aterros sanitários: "aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos,
consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no
solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza os
princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra
na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos
menores se for necessário".
Lima (1995) fazendo um levantamento histórico do aterro sanitário
comenta que a prática de aterrar lixo como forma de destino final não é
privilégio da civilização moderna. Na Mesopotâmia (2.500 a.C.) aterravam
resíduos domésticos e agrícolas em trincheiras escavadas no solo. Passado
algum tempo as trincheiras eram abertas e a matéria orgânica, já decomposta,
era removida e utilizada como fertilizante orgânico na produção de cereais.
Segundo Merbach (1989), o aterro sanitário é um método de engenharia
de disposição de resíduos no solo, que apresenta o menor impacto ao meio
ambiente, colocando os dejetos em camadas esparsas, compactando-os até o
menor volume prático e finalmente cobrindo-o com o próprio solo ao final de
cada período de trabalho.
3.1 – Escolha da área para locação do aterro sanitário
31
3.1.1 – Critérios técnicos
Vários critérios técnicos são levados em consideração para a
escolha da melhor área para implantação de um aterro sanitário.
Inicialmente é realizado um levantamento, geralmente na periferia
dos centros urbanos, para avaliar a disponibilidade de terrenos com dimensões
adequadas ao empreendimento e suas possíveis ampliações.
O relevo, topografia e a ocupação do solo são fatores decisivos
no critério de escolha da área, assim como, as distâncias dos centros de coleta
de lixo, núcleos residenciais urbanos e aeroportos (DELL’AVANZI, 2008).
Escolhidas as áreas, iniciam o estudo dos acessos à região, a
densidade de ocupação das vias e os meios alternativos para o transporte dos
resíduos (DELL’AVANZI, 2008).
Na próxima fase são levantados os aspectos geofísicos das áreas
selecionadas como: os ventos dominantes na região, descrição do subsolo,
profundidade do lençol freático, distância de cursos dos rios próximos,
vegetação e disponibilidade de material natural para cobertura do aterro.
3.1.2 – Critérios econômicos
O estudo de viabilidade econômica é fundamental para
aprovação e financiamento de qualquer tipo de projeto, no caso dos aterros
sanitários, vários aspectos serão levados em consideração.
Os primeiros custos a serem levantados são os referentes aos
projetos e estudos preliminares, que ocorrem independente da futura
realização das obras.
32
Após a escolha do terreno em onde será construído o aterro,
considera-se o custo para a aquisição do terreno, licença ambiental, licença
para as obras, execução das obras civis e toda infraestrutura.
Os custos relativos à operação e manutenção de todos os
sistemas, tais como: captação de biogás, drenagem, tratamento do chorume,
transporte dos resíduos, deposição e compactação e o de segurança de toda a
área, precisam ser considerados (DELL’AVANZI, 2008).
O último custo a ser considerado é o da desmobilização e reuso
da área do aterro para outra finalidade, após o encerramento das atividades de
captação dos resíduos.
3.1.3 – Critérios sociais
A primeira questão social a ser verificada é a existência de
problemas relacionados à aceitação da implantação do aterro pela comunidade
local. Caso haja alguma resistência por parte dos habitantes da região,
reuniões para explicações, instruções e esclarecimentos deverão fazer parte
das atividades planejadas. A geração de empregos, grau de instrução dos
moradores, treinamento profissional e capacitação de mão de obra são
critérios levados em conta na avaliação da implantação do aterro sanitário
(DELL’AVANZI, 2008).
Com a instalação do aterro sanitário, consequentemente é
implantado o sistema de coleta seletiva de recicláveis gerando recursos
(DELL’AVANZI, 2008).
Além disso, são que ser estudadas as vias de acessos ao local de
deposição, transporte dos materiais e funcionários para adequar as novas
demandas do trânsito.
33
3.1.4 – Critérios políticos
Além dos critérios técnicos, econômicos e sociais também devem
ser consideradas as questões políticas de cada cidade ou estado, para a
implantação dos aterros sanitários.
3.2 – Construção e operação do aterro sanitário
A construção de um aterro sanitário inicia-se após a escolha da área, da
conclusão dos estudos, da aprovação pelos órgãos ambientais e a aquisição
ou cessão do terreno.
3.2.1 – Limpeza e preparação do terreno
Inicialmente são efetuadas a limpeza do terreno e a retirada da
vegetação, preparação do solo e construção de muro ou cerca para isolar toda
área que será utilizada. Em seguida, iniciam-se as escavações para as futuras
áreas de deposição do lixo. Nessa etapa também são construídos os acessos
por onde passarão os caminhões que transportarão os materiais e futuramente
o lixo.
3.2.2 – Construções
Segundo relato de Tchobanogous, Thiesen e Vigil (1993) há três
métodos comuns de construção e operação de aterros sanitários: método da
trincheira, método de área e método do canyon/depressão:
- Método da trincheira:
É indicado para áreas onde o nível do lençol freático é profundo e
o material para cobertura diária e final é disponível no local onde será feita a
escavação. Tipicamente os resíduos sólidos são dispostos em células ou
34
trincheiras escavadas no solo, com uma geometria quadrada e inclinação de
talude de 1,5: 1 a 2: 1 dependendo dos parâmetros geométricos do solo. A
impermeabilização da base é realizada membranas e/ ou com argila de baixa
permeabilidade.
- Método de área:
Este método é utilizado nos locais onde não é possível implantar
o método da trincheira devido a presença de um lençol freático elevado. Para a
implantação deste método é necessário a impermeabilização da base e
sistema de controle de chorume. O material de cobertura diária e final terá que
ser trazido de outro local.
- Método de canyon/depressão:
Este método é aplicado em regiões com a topografia irregular. A
técnica para dispor e compactar o resíduo sólido varia conforme a geometria
do terreno, as características do material de cobertura disponível, a hidrologia
a geologia do local, o tipo de controle do chorume e gás gerados a ser utilizado
e o acesso ao sítio. O controle da superfície de drenagem frequentemente é
um fator crítico à implantação deste método.
São construídas também, edificações de apoio, tais como:
balança rodoviária para pesagem dos caminhões de lixo, laboratórios químicos
para análise dos gases e água, drenos para captação de líquidos percolados,
lagoas de estabilização para tratamento do chorume, dutos e chaminés para
recolhimento e destinação do biogás, vertedouros para captação de água.
Na construção da base e durante a deposição das camadas de
lixo, são instalados drenos de captação do chorume que são canalizados até a
lagoa de tratamento.
35
Na Figura 8, exemplo de método de trincheira com a base
impermeabilizada com faixas de plástico resistente de polietileno de alta
densidade (PEAD), soldadas entre elas.
Foto 8 – Construção de célula de deposição de lixo
Fonte: Ethos
3.2.3 – Rotina Operacional do depósito de lixo
3.2.3.1 – Recepção
A recepção dos resíduos inicia na guarita de entrada do aterro
sanitário e consiste na operação de inspeção preliminar dos caminhões
coletores, onde são verificados os documentos e cadastro dos veículos. Os
funcionários da empresa transportadora também são identificados. A
procedência dos dejetos é registrada e o caminhão é pesado ainda carregado
(DEMLURB, 2010).
3.2.3.2 – Descarga
36
Os caminhões liberados após a inspeção de entrada são
orientados quanto ao local no qual os resíduos devem ser despejados e se
dirigem para local de deposição para descarregar o lixo, acompanhados do
fiscal que controla os lançamentos.
3.2.3.3 – Espalhamento
O lixo descarregado deve ser espalhado com auxílio de uma pá
mecânica, em áreas demarcadas, formando pilhas com rampas inclinadas na
proporção de um para três, sendo que para cada 1 metro de altura, 3 metros
de comprimento (CONDER, 2002).
3.2.3.4 – Compactação
O lixo espalhado deve ser compactado com auxílio de um trator
de esteira, com movimentos repetidos de baixo para cima da pilha, com
repetição de três a cinco vezes (CONDER, 2002).
As camadas de lixo devem ser bem compactadas para garantir a
estabilidade, segurança e eficiência do aterro (CONDER, 2002).
3.2.3.5 – Cobertura diária
O lixo depositado e compactado deve ser coberto diariamente
com uma camada de argila de aproximadamente 20 centímetros de espessura.
No dia seguinte, antes do início da disposição dos resíduos, faz-se uma
raspagem da camada de solo depositado no dia anterior. O solo raspado é
armazenado para aproveitamento nas camadas operacionais posteriores.
Dependendo das condições de operação no campo e do índice pluviométrico,
é utilizada lona plástica para cobertura provisória dos detritos.
37
A cobertura diária tem como objetivo impedir o arraste de
materiais pela ação do vento e evitar a disseminação de odores desagradáveis
e a proliferação de vetores como: moscas, ratos, baratas e aves (DEMLURB,
2010).
3.2.3.6 – Cobertura final
A cobertura final é construída com aplicação de uma camada de
solo com aproximadamente 60 centímetros de espessura, acompanhando as
inclinações do terreno e com plantio de vegetação rasteira que fica exposta
permanentemente. Será a proteção definitiva, para a pilha de lixo compactada,
depois de esgotada a capacidade da plataforma de cada célula (DEMLURB,
2010).
Segundo Nahas, Françoso e Folloni (1996), dentre as principais
finalidades do recobrimento final sobre a superfície dos aterros sanitários
podem-se destacar:
- Minimização de infiltração de águas provenientes de precipitações
pluviométricas após a conclusão dos aterros;
- Impedir o escape desordenado de gases e, conseqüentemente, limitar
a possibilidade de ocorrência de acidentes e ou degradação ambiental do
entorno dos aterros;
- Propiciar a plantação de vegetação e o reaproveitamento da área.
Para atingir esses objetivos a camada de recobrimento deve
apresentar as seguintes características ao longo do tempo:
- Resistir às condições climáticas a que estará sujeita;
- Ser resistente a erosão provocada pela água e pelo vento;
- Aceitar recalques acentuados provenientes da deformação do maciço
do aterro;
38
- Suportar sobrecargas oriundas do tráfego de veículos durante as
operações de encerramento do aterro; e
- Ser resistente a ataques químicos causados por gases, plantas e
animais.
3.2.3.7 – Tratamento do chorume
Durante o processo de decomposição da matéria orgânica, surge
o chorume, que é captado pelos drenos e levado até a lagoa de estabilização
para tratamento anaeróbico.
As técnicas que se aplicam no tratamento do chorume se
assemelham com as utilizadas no tratamento de esgotos. Para aterro sanitário,
utiliza-se com mais frequência as lagoas anaeróbicas e facultativas, onde
ocorre a remoção da carga orgânica pela ação das bactérias. Após o tempo
em que fica retido na lagoa, tempo de detenção, o líquido deve estar em
condições de ser lançado nos corpos d’água sem risco de contaminação
(CONDER, 2002).
3.2.3.8 – Destino do biogás
O biogás gerado nos aterros sanitários, por contar em sua
composição com metano e dióxido de carbono, é um dos gases formadores do
fenômeno conhecido efeito estufa e que vem contribuindo para o aquecimento
do planeta.
Estudos existentes indicam que, considerando um período de 100
anos, 1 grama de metano contribui 21 vezes mais para a formação do efeito
estufa do que 1 grama de dióxido de carbono, assim, o biogás gerado nos
aterros sanitários deve ser drenado e queimado para mitigação dos efeitos
causados pelo lançamento na atmosfera, para minimizar a geração do efeito
39
estufa. A queima do biogás transforma o metano em dióxido de carbono e
vapor d’água (IBAM, 2010).
O biogás pode ser utilizado também em sistemas de calefação,
energia elétrica ou como combustível veicular. Para cada tonelada de resíduo
disposto em um aterro, são gerados em média 200 Nm³ (vazão em massa) de
biogás (IBAM, 2010).
A geração do biogás em um aterro sanitário é iniciada alguns
meses após o início do aterramento dos resíduos e continua até cerca de 15
anos após o encerramento da operação da unidade (IBAM, 2010).
Para que seja possível a captação do biogás, um aterro sanitário
deverá contar com os seguintes sistemas:
- Sistema de impermeabilização superior para evitar a fuga do biogás
para a atmosfera.
- Poços de drenagem do biogás que serão escavados na massa de
resíduos, normalmente são feitos com brita e podem ser verticais, horizontais
ou mistos.
- Rede de coleta e bombas de vácuo para levar o biogás drenado dos
poços para a unidade de geração de energia elétrica. A rede coletora de
biogás constituída por tubos de polietileno de alta densidade e deve ser
aterrada para evitar acidentes. As bombas de vácuo são importantes para
compensar as perdas de carga nas tubulações e garantir uma vazão regular de
biogás para a unidade de geração de energia elétrica (IBAM, 2010).
3.3 – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em aterros
sanitários
O MDL é um dispositivo inteligente, estabelecido pelo Protocolo de
Kyoto, que visa reduzir os efeitos da poluição através da busca pela eficiência
40
ambiental, ou seja, a redução das emissões de gases causadores de
mudanças climáticas (ECP, 2009).
O MDL é ainda um incentivo para empresas de países mais
industrializados investirem em projetos de redução de emissões dos países em
desenvolvimento, como o Brasil (ECP, 2009).
Estes projetos, uma vez implementados devem ser submetidos a todo
um processo de validação, registro, monitoramento e verificação para que
depois se emitam as chamadas Reduções Certificadas de Emissões (RCE)
que poderão ser comercializadas com os países desenvolvidos para que eles
atinjam suas metas de redução conforme traçado no Protocolo de Kyoto (ECP,
2009).
Os aterros sanitários permitem a implantação dos projetos de MDL e
esse é um dos motivos pelo qual sua implantação se tornou tão promissora.
Um dos exemplos mais conhecidos de projetos de MDL implantados é o
caso do Aterro Sanitário Bandeirantes, localizado em Perus na região
metropolitana de São Paulo. Com uma área total de 1.400.000m² o Aterro
Bandeirantes está desativado desde março de 2007 tendo operado durante 28
anos e recebido, até 2006, cerca de 36 milhões de toneladas de resíduos.
(COELHO, 2008).
A captação do biogás gerado no aterro foi iniciada em 2004 após uma
série de estudos preliminares sobre a viabilidade do projeto e a instalação de
uma usina termelétrica a biogás em 2003, onde o gás captado no aterro é
tratado (retirada a umidade e feita uma pré-filtragem) e depois transformado
em energia. (COELHO, 2008)
Segundo o jornal Valor Econômico (2006), o banco alemão KFW
assinou o que foi considerado o maior contrato mundial de venda de créditos
de carbono já gerado. Foram 1 milhão de toneladas de crédito de carbono
41
gerado entre 2004 e 2005 no projeto de geração de energia elétrica a partir de
gás bioquímico captado do Aterro Bandeirantes (Foto 9).
Figura 9 – Aterro Sanitário Bandeirantes, Perus – SP
Fonte: INFOESCOLA
42
CONCLUSÃO
O lixo resulta das atividades humanas, por isso, é considerado
inesgotável e com aumento crescente. Sua composição varia conforme a
situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada cidade.
Das formas conhecidas atualmente para destinação final do lixo urbano,
os lixões se assemelham aos modelos antigos de descarte, não atendem as
necessidades básicas ambientais e sanitárias. Os aterros controlados
amenizam os problemas dos lixões, atendem a legislação, mas são
inadequados
ao
meio
ambiente.
As
usinas
de
compostagem
são
ecologicamente corretas, mas tem limitações técnicas e econômicas servindo
apenas como alternativa. A incineração tem limitações econômicas e causam
poluição atmosférica, sendo utilizada apenas para a destruição dos resíduos
que representam riscos à saúde ou a segurança. A reciclagem vem crescendo
praticamente em todos os países, diminuindo o consumo de matérias-primas e
reduzindo o volume de lixo produzido, contudo, só é viável economicamente
para apenas alguns tipos de materiais.
Os aterros sanitários são projetados com princípios de engenharia para
respeitar a legislação minimizar os problemas ambientais, podendo se adequar
a qualquer cidade, independente do tamanho e demanda de resíduos. Seus
custos iniciais são elevados, mas já é possível ter retorno financeiro através da
venda dos créditos de carbono.
Com as alternativas disponíveis e conhecimento científico que
possuímos até o momento, podemos afirmar que os aterros sanitários são a
solução para o lixo urbano.
43
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51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
O LIXO URBANO NO BRASIL
9
1.1 - Definição
9
1.2 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem
10
1.2.1 - Resíduo Domiciliar e Comercial (RDD)
10
1.2.2 - Lixo Industrial
10
1.2.3 - Resíduos do Serviço de Saúde (RSS)
10
1.2.4 - Resíduo da Construção Civil (RCC)
11
1.2.5 – Resíduos Sólidos da Varrição (RVA)
11
1.3 - Classificação do Lixo Pelo Risco Potencial à Saúde
Pública e ao Meio Ambiente
12
1.3.1 - Perigosos
12
1.3.2 - Tóxicos
12
1.3.3 - Corrosivos
13
1.3.4 - Inflamáveis
13
1.3.5 - Explosivos
13
1.4 - Classificação Quanto à Natureza
14
1.4.1 - Lixo Composto de Matéria Orgânica
14
1.4.2 - Lixo Composto de Matéria Inorgânica
15
1.5 - Composição Gravimétrica do Lixo
16
1.6 - Produção de Lixo
18
52
CAPÍTULO II
O DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
20
2.1 - Lixão a Céu Aberto
20
2.2 - Aterro Controlado
21
2.3 - Usina de Compostagem
22
2.4 - Incineradores
24
2.5 - Reciclagem
25
2.5.1 - O Alumínio
27
2.5.2 - O Plástico
27
2.5.3 - O Vidro
28
2.5.4 - O Papel
28
2.6 - Aterro Sanitário
29
CAPÍTULO III
ESTUDO DO ATERRO SANITÁRIO
30
3.1 - Escolha da Área para Locação do Aterro Sanitário
30
3.1.1 - Critérios Técnicos
31
3.1.2 - Critérios Econômicos
31
3.1.3 - Critérios Sociais
32
3.1.4 - Critérios Políticos
33
3.2 - Construção e Operação do Aterro Sanitário
33
3.2.1 - Limpeza e Preparação do Terreno
33
3.2.2 - Construções
33
3.2.3 - Rotina Operacional do Depósito de Lixo
35
3.2.3.1 - Recepção
35
3.2.3.2 - Descarga
35
3.2.3.3 - Espalhamento
36
3.2.3.4 - Compactação
36
3.2.3.5 - Cobertura Diária
36
3.2.3.6 - Cobertura Final
37
3.2.3.7 - Tratamento do Chorume
38
3.2.3.8 - Destino do Biogás
38
53
3.3 - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em
Aterros Sanitários
39
CONCLUSÃO
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
43
ÍNDICE
51
ÍNDICE DE FIGURAS
54
54
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - Percentual de Matéria Orgânica no Lixo Brasileiro
15
FIGURA 2 - Tempo para Decomposição dos Materiais
16
FIGURA 3 - Levantamento Gravimétrico do Lixo do Município do
Rio de Janeiro de 1995 a 2004
18
FIGURA 4 - Foto do Lixão a Céu Aberto no Rio de Janeiro
21
FIGURA 5 - Foto do Aterro Controlado - RJ
22
FIGURA 6 - Esquema de Funcionamento da Usina de Compostagem
23
FIGURA 7 - Ciclo da Matéria Orgânica na Compostagem
24
FIGURA 8 - Foto da Construção de Célula de Deposição de Lixo
34
FIGURA 9 - Foto do Aterro Sanitário Bandeirantes, Perus - SP
39
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