OFICINA DE CERAMICA ARTÍSTICA COM DEFICIENTES
VISUAIS (Projeto Educação, Ciência e Saúde, Programa
Parasitoses do Norte Fluminense)
Bruna Piraciaba Araújo1 , Mário Lúcio Evangelista dos Santos1, Felipe
Ribeiro Souza2, João Carlos de Aquino Almeida3
1
Bolsista Universidade Aberta – Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de
Microorganismos – CBB – UENF
2
Bolsista do Projeto Jovens Talentos para a Ciência
3
Coordenador do programa Parasitoses do Norte Fluminense – LFBM – CBB –
UENF; [email protected]
Resumo
O presente estudo visa oferecer aos alunos com deficiência visual, oficinas de
cerâmica artística na qual será desenvolvido o aspecto lúdico do trabalho com argila,
na criação de objetos de arte que permitirão o desenvolvimento da psicomotricidade e
a socialização dos alunos, bem como a geração de renda. São ainda produzidos e
testados em laboratório engobes, que são tintas para argila, realizados através da
mistura de diferentes dosagens de óxidos para produzir cores em que serão utilizados
em trabalhos de cerâmica artística no Educandário para Cegos São José Operário em
Campos do Goytacazes.
Palavra-chave: Cerâmica artística. Deficientes visuais. Engobes.
Introdução
A proposta da educação inclusiva não trata de colocar na escola regular parcelas de
alunos da educação especial, mas, oferecer oportunidades para que todas as crianças
tenham possibilidades reais de construção do seu conhecimento, interagir com outras,
desenvolver suas potencialidades, preparar-se para a vida, a independência e a
liberdade para viver e conviver em sociedade. (Kronbauer, Selau, 2009). Neste
contexto, pautado no âmbito da educação, ciencia e saúde o presente estudo visa
oferecer oficinas de cerâmica artística no Educandário para Cegos São José Operário,
em Campos dos Goytacazes sendo desenvolvido o aspecto lúdico do trabalho em
argila para alunos com deficiência visual, na qual é confeccionado peças de fruteiras e
bijuterias. Nas oficinas apresentamos passo-a passo da técnica de confecção e cada
aluno é acompanhado individualmente para que se possa observar seu desempenho.
Além disso, também são desenvolvido e testado engobes, que são tintas para argila,
realizado através de diferentes dosagens e misturas de óxidos para produzir cores,
sendo avaliado suas características no uso e manipulação nas peças produzidas nas
oficinas de cerâmica artística.
No contexto do estudo, partindo da questão da inclusão social que é hoje um desafio
nas escolas na qual o deficiente conta com inúmeros obstáculo em sua vida diária,
nosso objetivo é capacitar os alunos a construir peças que atendam a padrões de
beleza estética e que agreguem valor comercial á matéria-prima utilizada promover um
maior desenvolvimento psicomotor alunos, aumentar a auto-estima e socialização bem
como gerar renda.
Metodologia
A construção das peças de fruteiras e bijuterias procura utilizar materiais de baixo
custo como a própria argila, abundante na região, além de outros materiais que não
necessitam de grandes investimentos como o cabo de vassoura, tnt e fio encerado. O
material é produzido a partir da manipulação manual e da técnica de confecção e
impressão em placas de argila, utilizando-se para impressão materiais como toalhas
de crochê, jogos americanos de plásticos e folhas naturais. As peças por assim
construídas são decoradas com engobes coloridos. Estes engobes são feitos com
mistura da argila em pó com o óxido corante, sendo macerado e finalizado com a água
destilada tendo uma consistência cremosa e deverá ser aplicado sobre a peça de
argila ainda crua. Todas as peças construídas, são queimadas em um forno
construídos no próprio local. Verifica-se que as peças decoradas com engobes
apresentam cores estáveis após a queima.
Resultados e discussão
As oficinas realizadas com o grupo estudado, mostraram ótimo desempenho na
confecção das peças além de um progresso no acabamento das peças. Isso pode ser
claramente observado nas feiras de exposição na própria instituição de ensino. Segue
abaixo, imagens da aula de cerâmica artística ( Figura 1 e 2) e da exposição realizada
(Figura 3).
Figura 1. Fruteira no ponto de modelagem Figura 2. Impressão na placa de argila
Figura 3. Exposição das peças no município de Campos dos
Goytacazes
Tabela1 - Testes realizados com os óxidos e os seus respectivos resultados após a
queima
Óxidos utilizados
Resultado verificado após a
queima
Óxido de ferro amarelo
Óxido de manganês
Óxido de ferro vermelho
Óxido de cobalto azul
Óxido de cromo verde
Óxido de cromo preto
Carbonato de cobre+ Óxido de ferro
amarelo
Carbonato de cobre+ Óxido de
manganês
vermelho
azul
rosa
Azul marinho
verde
areia
marrom
cinza
Conclusões
Partindo do pressuposto da necessidade dos alunos deficientes visuais em se inserir
no grupo, de vencer os obstáculos e a discriminação nas escolas, nosso grupo
proporcionou um meio de garantir a estes alunos a valorização de seu trabalho e a
ideia de que eles são capazes de produzir algo. Verifica-se também que quando
aplicamos os engobes testados e produzidos na pintura de peças de argila,
observamos que as cores são fidedignas e mantém-se estáveis, não descascando ou
saindo com o atrito.
Agradecimentos
Referências
SELAU.B e KRONBAUER.C.I – Crianças com deficiência visual na escola regular. III
Simpósio Internacional VI Fórum Nacional de Educação- Politicas publicas, Gestão da
Educação, Formação e Atuação do Educador. Ulbra- Torres, 2009.
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