PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DE UBERLÂNDIA DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA Prefeito: Odelmo Leão Carneiro Vice-Prefeito: Aristides de Freitas Secretário Municipal de Habitação Felipe José Fonseca Attiê Coordenação Geral: Wladimir Fernandes de Rezende - Assessor Especial de Projetos e Convênios Equipe Técnica: Alessandro Marques de Araújo – Assessor Municipal de Habitação Alexandre Custódio Pereira – Assessor Jurídico Ângela Aparecida Prado – Coordenadora do núcleo social Cibele Generoso Nunes da Silveira – Assistente de Apoio Administrativo Davi de Tomaz Neto – Associação dos Engenheiros - membro do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação Doca Mastroiano de Mendonça Alves – Câmara Municipal - membro do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação Gustavo de Almeida Maia – Arquiteto e Urbanista Leonardo Pereira Reis – Diretor de Habitação Mirella Almeida Queiroz – Assistente de Apoio Administrativo Neuza Freitas Comotti – Assistente Social UBERLÂNDIA/MG NOVEMBRO/2009 2 SUMÁRIO 1) Introdução .................................................................................................................. 7 1.1) Conceito do Diagnóstico Estratégico Participativo................................................ 7 2) Caracterização do município e Inserção Regional .................................................... 8 2.1) Localização............................................................................................................. 8 2.2) Clima .................................................................................................................... 10 2.3) Relevo, Solo e Altitude ........................................................................................ 11 2.4) Recursos Hídricos ................................................................................................ 12 2.5) Vegetação ............................................................................................................. 13 2.6) Unidades de Conservação .................................................................................... 13 2.7) Equipamentos Urbanos ....................................................................................... 16 2.8) Infra-Estrutura ...................................................................................................... 17 2.8.1) Abastecimento de Água .................................................................................... 17 2.8.2) Esgoto ................................................................................................................ 18 2.8.3) Energia Elétrica ................................................................................................. 19 2.9) Atividades Econômicas ........................................................................................ 20 2.9.1) Regional ............................................................................................................ 20 2.9.2)Municipal ........................................................................................................... 22 2.10) PIB - Produto Interno Bruto ............................................................................... 26 2.11) PIB - Produto Interno Bruto per capita.............................................................. 28 2.12) Evolução Urbana ................................................................................................ 29 2.13) Representação da área do município por setores ............................................... 39 2.14) Histórico da Habitação ....................................................................................... 43 2.14.1) Nacional .......................................................................................................... 43 2.14.2) Histórico da Habitação de Uberlândia ............................................................ 44 2.15) Caracterização da Cidade de Uberlândia ........................................................... 56 2.15.1) Segundo o PlanHab - Plano Nacional de Habitação ....................................... 56 2.15.2) Segundo o CEBRAP – Centro de Estudos da Metrópole ............................... 58 3) Atores Sociais e suas Capacidades .......................................................................... 61 3.1) Associações de Bairros ........................................................................................ 63 3.2) Cooperativas Habitacionais e ONGs .................................................................... 68 3.3) Associações empresariais, técnico/profissionais e/ou entidades de classe .......... 68 3.4) Outros órgãos Municipais que se relacionam com a Habitação .......................... 73 3 4) Necessidades Habitacionais .................................................................................... 75 4.1) Conceitos Básicos ................................................................................................ 75 4.2) Características do Contingente Populacional que demanda Investimentos Habitacionais ............................................................................................................... 76 4.2.1) Distribuição da Renda Domiciliar Per Capita ................................................... 77 4.2.2) População .......................................................................................................... 77 4.2.3) População com Renda até 3 Salários Mínimos ................................................. 78 5) Identificação e quantificação dos assentamentos precários em Uberlândia ............ 79 5.1) Tipologias existentes ............................................................................................ 79 5.2) Metodologia para identificação e quantificação dos domicílios em favelas e loteamentos irregulares ................................................................................................ 84 5.3) Classificação dos assentamentos segundo a categoria de intervenção ................. 84 5.4) Classificação dos assentamentos em função das condições urbanísticas, ambientais e jurídicas ..................................................................................................................... 86 5.5) Classificação dos tipos de intervenção segundo a Secretaria Nacional de Habitação ..................................................................................................................................... 87 5.6) Situação fundiária ................................................................................................. 89 6) Déficit habitacional e Demanda demográfica futura............................................. 106 6.1) Metodologia de cálculo do Déficit ..................................................................... 108 6.2) Déficit habitacional de acordo com a Fundação João Pinheiro ......................... 109 6.3) Déficit habitacional de Uberlândia..................................................................... 111 7) Ofertas Habitacionais ............................................................................................ 114 7.1) Disponibilidade de solo urbano .......................................................................... 117 7.2) Oferta e disponibilidade de solo urbanizado para população de baixa renda .... 118 7.3) Modalidades de Construção e Reforma que Contribui para Aumentar a Oferta de Habitação de Interesse Social (HIS) .......................................................................... 122 7.4) Ofertas de Imóveis para comercialização em Uberlândia – Setor Privado ....... 123 7.5) Ofertas de Imóveis para Locação em Uberlândia ............................................. 124 7.6) Identificar as Moradias Realizadas pela População ........................................... 126 7.7) Relação de Construtoras particulares que atuam no mercado de Uberlândia.....127 7.8) Financiamento Habitacional e Forma de Captação ............................................ 128 8) Marcos Regulatórios e Legais ............................................................................... 129 8.1) Marcos legais e regulatórios de competência dos três entes federativos ........... 129 4 8.2) Normas municipais que orientam o uso e ocupação do solo ............................. 133 8.3) Legislação municipal relacionada a HIS ............................................................ 134 8.4) Gestão Democrática e Controle Social............................................................... 135 8.5) Inclusão Social e Redução das Desigualdades ................................................... 136 9) Condições Institucionais e Administrativas .......................................................... 136 9.1) Recursos Humanos Tecnicamente Qualificados e Equipamentos para Realização de Serviços Habitacionais de Infra-estrutura Urbana ..................................................... 143 10) Capacidade de Aplicação de Recursos Próprios para Melhorias das Condições Habitacionais ............................................................................................................. 143 11) Programas e Ações .............................................................................................. 148 11.1) Programa de Aceleração do Crescimento – PAC ............................................ 148 11.2) Ministério das Cidades ..................................................................................... 149 11.3) Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB – MG.......... 149 11.4) Projeto Lares Geraes ........................................................................................ 150 11.5) Programa Minha Casa, Minha Vida ................................................................. 151 11.5.1) Programa Minha Casa, Minha Vida – Programa Nacional de Habitação Rural.....................................................................................................................152 11.6) Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHS ............................. 152 11.6.1) Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários Habitação de Interesse Social – HIS ......................................................................... 152 11.6.2) Ação Provisão Habitacional de Interesse Social – HIS ................................ 153 11.6.3) Ação Provisão Habitacional de Interesse Social - Modalidade: Assistência Técnica....................................................................................................................... 153 11.6.4) Ação de Apoio à elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social – PLHIS ........................................................................................................................ 153 11.6.5) Ação de Apoio à Produção Social da Moradia ............................................. 154 11.7) Orçamento Geral da União ............................................................................... 154 11.7.1) Habitar Brasil BID – HBB ............................................................................ 154 11.7.2) Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H ... 155 11.7.3) Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH ..................... 156 11.8) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ........................................... 156 11.8.1) Carta de Crédito Individual ........................................................................... 156 11.8.2) Carta de Crédito Associativo......................................................................... 157 5 11.8.3) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - Pró-Moradia ................................................................................................................................... 157 11.9) Fundo de Arrendamento Residencial – FAR ................................................... 158 11.9.1) Programa de Arrendamento Residencial – PAR ........................................... 158 11.10) Fundo de Desenvolvimento Social – FDS ..................................................... 159 11.10.1) Programa Crédito Solidário......................................................................... 159 12) Recursos para Financiamento ............................................................................. 168 12.1) Recursos Próprios do Município ...................................................................... 169 12.2) Convênios e repasses para o Município ........................................................... 170 13) Estratégia de Comunicação ................................................................................. 171 14) REFERÊNCIAS .................................................................................................. 174 15) GLOSSÁRIO DE SIGLAS ................................................................................. 176 ANEXOS Participação popular no PLHIS ................................................................................. 179 6 1) Introdução O Diagnóstico Estratégico de Habitação de Interesse Social consiste na 2ª etapa de elaboração do PLHIS de Uberlândia. Esta divisão em etapas é fruto da metodologia desenvolvida pelo Ministério das Cidades e aprovada em reunião participativa pela população. Desta forma, possibilita o envolvimento e controle dos serviços pela Caixa Econômica Federal, Governo local, sociedade civil e instituições, tendo em vista que a elaboração do Plano faz parte de um processo participativo. A elaboração deste diagnóstico ocorreu por meio de levantamento de dados junto a todas as Secretarias envolvidas no plano, em especial a Secretaria de Habitação da Prefeitura Municipal de Uberlândia, através de visitas in loco nos vários setores da cidade (central, sul, leste, oeste e norte) e também por meio de informações coletadas nas 14 (quatorze) reuniões participativas com os atores sociais e a população de uma maneira geral. A partir desta abordagem, verificou-se o levantamento das carências habitacionais do município. Segundo dados do Ministério das Cidades, a carência habitacional no Brasil constitui como o maior problema quando se refere à falta de moradia digna para a população de baixa renda. Ainda segundo o Ministério das Cidades, um estudo realizado pelo CEDEPLAR/UFMG, apresenta que o Brasil irá demandar até o ano de 2023 de aproximadamente 28 milhões de domicílios. Assim sendo no futuro as cidades terão que ajustar seu crescimento às necessidades da população, atender ao déficit e atender a todos com soluções habitacionais em quantidade e qualidade. 1.1) Conceito do Diagnóstico Estratégico Participativo O Diagnóstico Estratégico Participativo visa quantificar e qualificar a oferta e as necessidades habitacionais, além de permitir a identificação dos limites e potencialidades do quadro político-institucional e financeiro existente no governo local. Desta forma, esta etapa consiste no levantamento e análise de dados e informações técnicas necessárias à adequada elaboração do plano, abrangendo aspectos tais como: características do município (zona urbana e rural), inserção regional; atores 7 sociais e suas capacidades; caracterização do contingente populacional que demanda investimentos habitacionais; necessidades habitacionais; oferta habitacional; identificação do marcos regulatórios; condições estruturais e administrativas; programas e ações habitacionais; identificação de fontes de recursos existentes e as potenciais para financiamento; caracterização do quadro de irregularidade urbanística e fundiária. Neste processo, ressalta-se ainda a importância da interlocução entre sociedade e poder público, para a construção do Plano Local de Habitação de Interesse Social, já que esta interlocução propicia o estabelecimento de um ambiente de troca de experiências, enfatizando-se também a necessidade deste debate para a definição das estratégias e para resolução dos problemas habitacionais da cidade de Uberlândia. Esta partilha de soluções permite ainda, que as mesmas sejam representativas e integradas à realidade local. 2) Caracterização do município e Inserção Regional 2.1) Localização Uberlândia encontra-se localizada na Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Estado de Minas Gerais, Região Sudeste do Brasil. As coordenadas Geográficas da sede do município (Igreja Matriz Santa Terezinha) são Latitude18º 55‟23” Sul e Longitude 48º 17‟19” Oeste e UTM N = 7.905.823,5 E = 786.796,5 Z = 855m . A área total do município é de 4.115,822 km², sendo que a área urbana ocupa 219,00 Km² e área rural de 3.896,822 km², dominada principalmente pela pastagem e plantações de soja. Uberlândia é dividida em 05 Distritos: Uberlândia (Distrito sede), Cruzeiro dos Peixotos (24 km), Martinésia (32 km), Miraporanga (50 km) e Tapuirama (38 km). Faz divisa com os municípios de Araguari, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata, Tupaciguara, Uberaba e Veríssimo. Uberlândia constitui-se num importante entroncamento rodo-ferroviário, que facilita a comunicação com os principais centros urbanos das regiões Sudeste e CentroOeste. Passam pela área urbana a Ferrovia Centro Atlântica e as seguintes rodovias que interceptam o município: 8 Rodovias Interligações Brasília Montes Claros Rio Verde (GO) Uberlândia Uberlândia BR 050 BR 365 BR 452 BR 455 BR 497 Uberlândia Uberlândia Uberlândia Campo Florido Iturama São Paulo São Simão (GO) Araxá Planura Paranaíba Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU Distância das principais capitais Cidades Belo Horizonte São Paulo Brasília Goiânia Rio de Janeiro Distâncias de Uberlândia a: (Km) 556 590 435 360 979 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU Uberlândia ocupa uma posição geográfica estratégica no centro do Brasil. A malha rodoferroviária e o Terminal Intermodal de Cargas ligam a cidade aos principais mercados do País, ao Mercosul e ao mundo. Seguem algumas tabelas com a distância de Uberlândia em relação aos principais Portos e Sistema Intermodal de Transportes. Aeroportos Aeroportos Brasília Galeão Confins Viracopos Guarulhos Goiânia Congonhas Distância de Uberlândia (km) 336 677 454 472 537 271 552 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU Portos Marítimos Portos Marítimos Vitória Rio de Janeiro Santos Paranaguá Distância de Uberlândia (km) 1.080 960 660 1.070 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU 9 Portos Hidroviários Portos Hidroviários Iturama Chaveslândia Distância de Uberlândia (km) 247 288 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU Ferrovias Ferrovias Belo Horizonte Brasília Campinas Rio de Janeiro Santos São Paulo Vitória Distância de Uberlândia (km) 874 477 600 1.218 851 709 1.579 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU Rodovias Rodovias Belo Horizonte Brasília Curitiba Rio de Janeiro Santos São Paulo Vitória Distância de Uberlândia (km) 556 435 942 979 662 590 1.081 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU 2.2) Clima O clima apresenta uma estação seca bem definida, com duração de 3 a 4 meses, compreendendo os meses de junho, julho e agosto, além de parte de maio e setembro. A precipitação média anual excede 1.600 mm, sendo que a metade das chuvas cai durante os 3 meses mais úmidos, que são novembro, dezembro e janeiro. A umidade relativa é baixa durante a seca, variando de 85% a 64%, com média de 76%. A temperatura média anual é de 22° C, sendo que a estação seca é um pouco mais fria que a chuvosa e os ventos predominantes são a nordeste. 10 Diante destes dados é de extrema importância a preservação da vegetação nativa a fim de amenizar os efeitos da seca, presentes nesta região, e consequentemente, melhorar a umidade relativa do ar, transformando o ambiente urbano em um ambiente mais humano. 2.3) Relevo, Solo e Altitude O município de Uberlândia está situado no domínio dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, estando inserido na sub-unidade do Planalto Meridional da Bacia do Paraná (Radam/Brasil/83), caracterizando-se por ser tabular, levemente ondulado, com altitude inferior a 1.000m. Em sua porção sul, a altitude varia de 700 a 900m e apresenta relevo típico de chapada (relevo suavemente ondulado sobre formações sedimentares, apresentando vales espaçados e raros). Os solos são ácidos e pouco férteis, tipo Latossolo VermelhoAmarelo, Argiloso-Arenoso. A oeste do município, a altitude varia de 700 a 850m, os solos são rasos, encontrando-se apenas manchas do tipo Podizólico Vermelho-Amarelo. Em geral, os solos dessa porção oeste possuem baixa fertilidade. Nas proximidades da área urbana, o relevo apresenta-se mais ondulado, com altitude que varia de 800 a 900m. Os rios e córregos correm sobre o basalto, apresentando várias cachoeiras e corredeiras, onde os solos são férteis, do tipo Latossolo Vermelho e Vermelho-Escuro. As declividades apresentam-se suaves, geralmente inferiores a 30%. Na porção norte, próxima do Vale do Rio Araguari, a paisagem apresenta um relevo fortemente ondulado, com altitude de 800 a 1.000 m e manchas de solos muito férteis, do tipo Latossolo Vermelho Escuro e Podizólico. Por todas estas características, o solo de Uberlândia está propenso à erosão. Por isso a necessidade de se preservar o meio natural, como por exemplo, as matas ciliares, que se destruídas, provocam grandes voçorocas, desequilibrando todo o meio ambiente e prejudicando a conservação do solo. A altitude média do município de Uberlândia, fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 863m. Pela análise do gráfico de altitudes dos municípios limítrofes, incluindo Cascalho Rico a nordeste, e considerando Uberlândia 11 como centro desta micro região, podemos constatar as variações de altitude das porções regionais em torno do município. Município Araguari Tupaciguara Uberlândia Indianópolis Uberaba Monte Alegre Cascalho Rico Veríssimo Prata Sentido Norte Noroeste Centro Leste Sudeste Oeste Nordeste Sul Sudoeste Sentido Altitude (m) 921 865 863 809 801 730 709 674 630 Fontes: BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU O Município apresenta pequenas variações na altitude quais sejam: Pequena elevação em direção ao Norte (Araguari 921m); Uma região bastante plana na porção Noroeste; Pequena queda de altitude do Leste/Sudeste (Indianópolis 809m e Uberaba 801m); Queda significativa de altitude do Centro para a porção Oeste (Monte Alegre 730m, Ituiutaba 544m e São Simão 347m); Queda acentuada de altitude do Centro para a porção Sul/Sudeste (Prata 630m). 2.4) Recursos Hídricos O Município de Uberlândia está situado entre e Rio Tijuco e o Rio Araguari, ambos afluentes do Rio Paranaíba. Na área de domínio do município, a sudoeste e sul, a bacia do Rio Tijuco tem como afluentes os Rios Dourado e Cabaçal e os Ribeirões da Babilônia, Pana e Estiva, todos na zona rural. Já a bacia do Rio Araguari abrange as demais áreas do município tendo como afluente o Rio Uberabinha. Constitui uma alternativa de abastecimento de água da cidade e é explorado pelas Usinas Hidroelétricas de Nova Ponte, Miranda, Capim Branco I e II. O Rio Uberabinha atinge a área urbana e é de grande importância para a cidade, constituindo-se no único manancial utilizado no abastecimento de água para a população. Ele nasce ao norte do município de Uberaba, atravessando Uberlândia, e 12 desembocando no Rio Araguari a noroeste do município, numa extensão de 118 km. Seus principais afluentes, os Ribeirões Beija-Flor e Bom Jardim estão na zona rural. Na zona urbana os afluentes são menores, que são os Córregos Cajubá (canalizado), São Pedro (canalizado), das Tabocas, do Óleo, Jataí, Lagoinha, Salto, Guariba, Lobo, Moji, Cavalo, Vinhedo e Buritizinho. É através das águas que o ser humano sobrevive, seja pelo seu consumo direto, pela sua utilização na produção de alimento, ou por seu uso com a intenção do lazer. Por isso todos sabem da importância da sua preservação e conservação. Mas, além disso, os recursos hídricos se caracterizam como o grande laço ecológico que une toda a cidade e seus habitantes. Resgatar esses laços é melhorar a qualidade de vida das pessoas e proporcionar a perpetuação da natureza, em perfeita harmonia com o meio urbano. 2.5) Vegetação A vegetação característica do município de Uberlândia é o cerrado periférico, referente às zonas de transição entre o Cerrado e outros biomas, composta por três estratos, herbáceo, arbustivo e arbóreo, mas encontra-se devastada e com poucas características remanescentes. Ao sul da cidade a vegetação se apresenta mesclada pelas veredas, alternadas com o campo limpo, e a oeste predomina a mata subcaducifólia. As matas ciliares nas margens dos cursos d‟água são cobertas por buritizais e mata de várzea, que criam uma paisagem única na cidade, de beleza imensurável. Mas muitas delas encontram-se devastadas pela invasão e ocupação de seu território pelo homem, sendo de extrema importância a sua preservação. Os principais tipos fisionômicos da região do Cerrado são: vereda, campo limpo, campo sujo ou cerradinho, cerradão, mata de várzea, mata de galeria ou ciliar e mata mesofítica. 2.6) Unidades de Conservação No município estão representados quase todos os tipos fisionômicos do cerrado, distribuídos de acordo com o tipo de solo e a proximidade com o lençol freático. 13 Dentre as Áreas protegidas pela legislação ambiental - Unidades de Conservação - podemos destacar: O complexo Parque do Sabiá, que começou a ser construído em 1977 e inaugurado em 07 de novembro 1982, é a maior unidade de conservação existente na cidade, incorporando a vegetação do Cerrado e sua fisionomia dentro da malha urbana. Possui uma área de 1.850.000 m² que abrange um bosque de 350.000 m² de área verde, um conjunto hidrográfico composto por três nascentes que abastecem sete represas e originam um grande lago e sete outros menores. A proposta de sua criação teve como principal objetivo, proporcionar ao cidadão menos favorecido um local para a prática desportiva e outras atividades como forma de lazer. O Parque Municipal Santa Luzia constitui-se numa das poucas reservas de verde que resistiu a expansão acelerada da malha urbana de Uberlândia. A área é quase toda ocupada por vegetação nativa, onde encontramos diversas nascentes formadoras do Córrego Lagoinha, com uma área total de 280.000 m². O Parque encontra - se totalmente cercado, sendo parte com alambrado e parte com cerca de arame farpado, mas possui uma calçada ao seu redor permitindo desta forma, a prática de caminhada pelos moradores dos bairros próximos. Existe em seu interior um Núcleo de Educação Ambiental. Apresenta uma vegetação com espécies típicas do cerrado, destacando a Vereda, formação predominante do Parque e encontram-se diversos exemplares da palmeira Buriti associados a uma vegetação hidrófila arbórea, conhecida como mata de várzea. O Parque Municipal Luizote de Freitas foi criado em 1987, como área de preservação ecológica, se tornando a principal área verde do bairro Luizote de Freitas. Ocupa uma área de 53.120,80 m² e possui em seu interior uma exuberante mata de várzea envolvendo a nascente do Córrego do Óleo, que represada, forma um lago. O Parque encontra-se cercado por alambrado, porém com uma porção gramada externa à represa. O Parque Municipal Mansour foi institucionalizado pela SMMA em 1996, com um total de 104.000 m². A preservação desta área assegura uma sobrevida para o Córrego Pito Aceso, que possui ali as suas principais nascentes, além de proporcionar um convívio harmonioso entre a população local e o ecossistema. No Parque predominam as formações vegetais veredas e mata de várzea onde se destaca a palmeira 14 Buriti (Mauritia fluxuosa) e a Pindaiba (Xylopia emarginata), que aparecem em agrupamentos lineares ao longo do curso d'água. O Parque Linear do Óleo foi implantado nas margens do Córrego do Óleo através de um programa de recuperação de matas ciliares dos córregos urbanos. O Parque Municipal Victório Siquieroli se encontra nas microbacias hidrográficas dos Córregos Liso e Carvão conservando parte de suas matas ciliares e uma das últimas reservas de Cerradão existente no perímetro urbano da cidade. Foi inaugurado em 31 de agosto de 2002. Possui uma área de 232.300,00 m², composta de áreas públicas derivadas de loteamentos aprovados pela Prefeitura Municipal de Uberlândia, de uma área de preservação permanente dos córregos Liso e Carvão e áreas privadas que foram doadas pelos seus proprietários ao município de Uberlândia, a maioria delas remanescente de uma antiga fazenda de propriedade do Sr. Victório Siqueirolli, que cedeu o nome ao parque. Totalmente cercado com alambrado possui um Parque Infantil, pista para caminhada e também uma trilha, visando o conhecimento do parque e educação ambiental. O Parque Municipal Distrito Industrial, também conhecido como Cinturão Verde, é uma importante reserva de vegetação nativa, de 250.00,00 m², constituído por áreas de preservação permanente e faixas marginais em ambas as margens do Córrego Liso. Surgiu da necessidade se formar uma barreira viva entre o Distrito Industrial e os bairros adjacentes visando amenizar os possíveis transtornos ocasionados pela emissão de material particulado e odores oriundos das indústrias implantadas neste setor da cidade. A somatória da vegetação nativa com o enriquecimento florestal realizado em 1993, com 15.000 mudas plantadas, garante ao parque a presença de uma fauna, principalmente avifauna, que encontra abrigo e local para a reprodução. O Parque Municipal São Francisco de Assis preserva uma formação florestal do Cerrado denominada Cerradão e encontra-se próximo à penitenciária Pimenta da Veiga e à Estação de Tratamento de Água - ETA Sucupira, na zona rural do município. Podemos citar também algumas unidades de conservação existentes em áreas particulares e que possuem um acesso restrito: ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico Morada do Sol que se localiza dentro do condomínio horizontal Morada do Sol e protege um importante remanescente de mata mesofítica e Cerradão; 15 RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural - Estação Ecológica do Panga administrada pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU se encontra dentro de uma de suas fazendas e possui quase todas as fitofisionomias do Cerrado e por isso é uma unidade bastante utilizada para fins de pesquisa; RPPN Cachoeira da Sucupira, a mais recente unidade de conservação criada no município, se localiza dentro da Fazenda Sucupira próximo à ETA Sucupira e protege reservas de Cerradão, mata mesofítica e parte da mata ciliar do Rio Uberabinha, um dos principais cursos d‟água da cidade – um importante ponto turístico freqüentado pela população a mais de vinte anos, de rara beleza cênica contando com duas Cachoeiras (Sucupira e dos Namorados); O Parque Estadual Pau Furado é a maior unidade de conservação do município com seus 2.200 hectares, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF se localiza na bacia hidrográfica do Rio Araguari, próximo às usinas hidrelétricas Capim Branco I e II. É bastante comum, em quase todas as Unidades de Conservação do Município, a presença da mata de galeria ou ciliar às margens dos cursos d‟água (rios, ribeirões, córregos, etc.), que protegem suas águas contra o assoreamento e suas vertentes contra os processos erosivos. Mas, observa-se que estes parques estão desconectados um do outro. Cada um exerce seu papel dentro da cidade, levando a população o conhecimento da existência da natureza, mas são pontuais. Se estivessem conectados se transformariam em um grande equipamento de lazer e cultura para a cidade toda. Essa conexão poderia ser feita através dos cursos d‟água, transformando-os em corredores naturais, atingindo uma escala maior do que a existente hoje, e propagando a vida, o lazer e a cultura ecológica à toda a população. 2.7) Equipamentos Urbanos No processo de desenvolvimento econômico das últimas décadas, inúmeras empresas com reconhecimento nacional e internacional instalaram-se em Uberlândia. O Distrito Industrial de Uberlândia tem 9.6 milhões m² e possui 266 empresas instaladas de diversos segmentos, das quais destacam-se atacadistas, indústrias de processamento de grãos, transportadoras, armazenamento, processamento de couros, indústria de cigarros, gases industriais, indústrias de alimentos, produtos químicos e irrigação, etc. 16 Oferece toda a infraestrutura necessária para instalação de novos empreendimentos, como rede de fibra óptica, suprimento de energia dirigido, serviços de abastecimento e tratamento de água e conexões logísticas inteligentes. Uberlândia também tem uma vocação comercial de prestação de serviços para toda a região. Possui um comércio local bem diversificado onde estão presentes as principais redes varejistas, franquias nacionais e multinacionais, concessionárias de veículos e outros estabelecimentos dos mais diferentes setores, que fortalecem o comércio nos bairros. A cidade conta com o Center Shopping, que abriga 221 lojas, centro de convenções, hotel, 2700 vagas de estacionamento e 3000 empregos diretos, sendo um dos principais centros de lazer da cidade. Além de dois modernos Centros de Convenções, Uberlândia abriga 43 hotéis, 2 Flat apart hotel, 3 hotéis fazenda e 18 motéis. Para abrigar eventos esportivos de grande porte, a cidade conta com a Arena Multiuso Presidente Tancredo Neves, o Sabiazinho, que faz parte do Complexo do Sabiá e é uma das maiores e mais modernas arenas multiuso do Brasil com 10,5 mil m² de área construída. Na área da saúde Uberlândia possui vários hospitais, tanto no setor público, com o Hospital de Clínicas da UFU, o Hospital Municipal (com inauguração prevista para o segundo semestre de 2010), quanto no privado, com 8 hospitais. Uberlândia possui um total de 302 escolas desde o ensino infantil até o ensino superior, destacando uma das principais universidades do estado, a UFU – Universidade Federal de Uberlândia. Analisando os dados aqui levantados podemos concluir que a cidade tem um papel muito importante regionalmente, se configurando como uma “cidade pólo” em trabalho, saúde e educação, entre outros, atraindo milhares de pessoas de toda região, se não do país. 2.8) Infra-Estrutura 2.8.1) Abastecimento de Água Uberlândia é uma cidade com toda a infra-estrutura necessária para suprir as necessidades de seus habitantes. Em relação ao abastecimento de água podemos 17 destacar um crescimento de aproximadamente 8,25% nas economias residenciais desde 2003, chegando a 194.207 ligações até 2007. O percentual de atendimento chega a 100% da população da cidade. Crescimento Acumulado do Sistema de Abastecimento Descrição Ligação c/ hidrômetro Economias Totais Economias Residenciais Economias Comerciais Economias Industriais Extensão de redes Km 2003 133.943 201.523 178.177 23.102 244 2.436 2004 137.197 207.703 183.043 24.425 235 2.469 Anos 2005 139.687 217.297 187.119 29.950 228 2.493 2006 142.022 222.051 191.049 30.771 231 2.504 2007 144.494 227.183 194.207 32.724 252 2.527 Fonte: DMAE- Dez/2007 Faixas de Consumo (N° de consumidores por faixa etária) Faixa etária 0 - 10 11 - 20 21 – 30 31 - 40 41 - 50 Acima de 51 Total Consumidor/participação Residencial Comercial Industrial 24,07 45,58 10,29 34,25 18,69 8,92 21,30 11,05 27,11 10,09 6,46 4,87 4,48 4,16 3,66 5,81 14,06 45,15 100% 100% 100% Porcentagem Geral 25,64 33,07 20,55 9,81 4,46 6,47 100% Fonte: DMAE – Dez/2007 População Atendida/2007 Discriminação Unidades Habitacionais totais existentes Economias Residenciais Quantidade Percentual de Atendimento 227.183 100% 194.207 100% Fonte: DMAE – Dez/2007 2.8.2) Esgoto Em relação ao esgoto Uberlândia atende 99% de sua população com um crescimento de aproximadamente 8% desde 2003, chegando a 194.207 ligações até 2007. 18 Nível de Atendimento Discriminação Unidades habitacionais existentes (economias) Economias residenciais (unidade de consumo) Percentual de atendimento Quantidade/Ano 2005 2006 217.297 222.051 187.119 191.049 99.00% 99.00% 2004 207.703 183.043 99.00% 2007 227.183 194.207 99.00% Fonte: DMAE – Dez/2007 Evolução Anual do Sistema de Esgoto - Acumulado no Ano Descrição Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 119.077 185.880 127.021 131.414 137.017 139.067 142.022 144.494 Ligações Economias 181.026 123.395 192.047 198.500 207.073 217.027 222.051 227.183 totais Economias 162.021 165.871 169.097 175.504 183.003 187.019 191.049 194.207 Residenciais Economias 18.527 19.567 22.203 22.755 24.425 29.950 30.771 32.724 Comerciais Economias 252 438 442 257 241 235 228 231 Industriais Rede/Extensão 2.285 2.035 2.100 2.160 2.220 2.231 2.254 2.262 (km) 2.8.3) Energia Elétrica No ranking estadual dos maiores municípios consumidores de energia, Uberlândia encontra-se em 6º lugar. Já em relação aos municípios com maior número de consumidores, Uberlândia assume a 2º posição, com 214.088 consumidores, em 2007. O Município consome 27% do consumo total de energia do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, como mostra o gráfico abaixo. Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba MWh 4.359.745 Uberlândia MWh % 1.193.524 27,38 Fonte: CEMIG, 2007. * Dados até Julho/2009 Evolução do número de unidades consumidoras, por classe em 2007. Classe de Consumidores Residencial Unidades 2006 2007 183.481 187.005 Crescimento Unidade % 3.524 1,921 19 Comercial Industrial Outras Rural Iluminação Pública Serviços Públicos Consumo Próprio Total 19.776 2.303 530 2.949 22 53 12 209.126 20.474 2.544 602 3.295 19 53 16 214.008 698 241 72 346 -3 0 4 4.882 3,530 10,465 13,585 11,773 -13,636 0 33,333 2,334 Fonte: CEMIG, 2007. 2.9) Atividades Econômicas 2.9.1) Regional Cidade-pólo, com 634.345 mil habitantes (estimativa da população 2009 – IBGE) e localização geográfica privilegiada, Uberlândia lidera o desenvolvimento do Triângulo Mineiro, sendo também agente de integração entre os grandes centros urbanos e o interior do país. É hoje uma das 10 cidades brasileiras mais viáveis para novos investimentos, sustentadas em cinco aspectos: logística, infra-estrutura, mão-deobra, política de incentivos e qualidade de vida. É um centro de convergência e liderança de desenvolvimento em alguns dos setores mais importantes da economia brasileira como o atacadista, o agrobusiness e as telecomunicações. Este fato permite à cidade ser a primeira do interior mineiro em geração de renda, com um PIB (Produto Interno Bruto/1998) de 2,865 bilhões, a quarta do Estado de Minas Gerais, sendo superada apenas pela capital do estado e pelas duas maiores cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, e a terceira em arrecadação de ICMS (IBGE/1998). No agrobusiness destacam-se as biotecnologias, a fruticultura, a produção de grãos, o leite e derivados. Em 2001, colheu-se nos municípios pertencentes à Regional Uberlândia 496.083 hectares (soja, milho, café, citros, algodão, sorgo, banana, abacaxi, tomate, feijão, arroz e outros) produzindo 4.738.885 toneladas (IBGE/2001). O Triângulo Mineiro é considerado um dos maiores pólos de agronegócio do país. Possui terra produtiva e agricultável, capacidade de armazenamento de 1,57 milhões de toneladas e indústria de transformação (as três únicas indústrias de processamento de soja em Minas Gerais). 20 A microrregião Uberlândia polariza nove cidades (Araguari, Araporã, Campina Verde, Cascalho Rico, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata, Tupaciguara e Uberlândia). Uberlândia representa 70% da demanda desta microrregião. A pequena indústria é relevante no Triângulo Mineiro, principalmente no segmento moveleiro, confecções, cerâmica, indústria gráfica e indústria de alimentos. A indústria da confecção tem cerca de 230 micro, pequenas e médias empresas, gerando cerca de 4.000 empregos diretos e 1.800 indiretos com faturamento anual de R$ 36 milhões. Uberlândia pode ser chamada centro de progresso: conceito que se justifica plenamente nestes 121 anos de vida. Conjugando, a um só tempo, desenvolvimento e qualidade de vida e, fortalecida na sua identidade futurista, assume o papel de município cada vez mais de acordo com a modernidade e as constantes transformações exigidas pelo mundo globalizado. Ao longo de sua existência, a cidade sempre teve o dinamismo dos seus habitantes aliado ao talento dos seus administradores. São pessoas e personalidades que escreveram juntas, as páginas de uma história de sucesso, comemorada todos os anos no dia 31 de agosto. Uma história marcada fundamentalmente pelo trabalho, pioneirismo e indicadores de qualidade de vida que, muitas vezes, superam a média nacional. Este desenvolvimento traduz, por si só, o sentimento de grandeza que é a marca registrada da cidade, no Brasil e no mundo. Logística Pela sua localização estratégica e base tecnológica, Uberlândia é também pólo de logística: atividade de gerenciamento de fluxo de bens de um ponto de origem a um ponto de consumo. São oito rodovias, uma em processo de duplicação (BR-050). Sua capacidade de armazenamento de grãos, estática e dinâmica, supera 1,5 milhão de toneladas, possuindo também 1.370 mil metros cúbicos de armazenagem paletizada e uma frota de 6 mil caminhões para transporte de mercadorias. A estes números integrase a malha aero-hidro-ferroviária e o terminal Intermodal de Cargas, ligando a cidade aos principais mercados brasileiros e do mundo. 21 O município é considerado o maior centro atacadista-distribuidor e logístico da América Latina. Estão sediados na cidade, cinco dos maiores atacadistas de atuação nacional, devido principalmente à sua localização geográfica na região central do Brasil. Fontes: www.uberlândia.mg.gov.br - BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU 2.9.2) Municipal Em termos locais, Uberlândia apresenta as seguintes características: Atividade Econômica Setor Primário (Agricultura) Setor Secundário (Indústria) Setor Terciário (Serviços) Outros Total Número de Estabelecimentos / 2005 Participação Percentual na Arrecadação de ICMS/2006 1.236 1,8% 3.185 58,0% 23.284 40,2% -27.705 0,01% 100% Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego- RAIS Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego- RAIS Setor Primário - Agricultura Total de Empresas Formais por Subsetores de Atividade Econômica – 2001 /2006 Subsetores de Atividade 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Econômica do Setor Primário Agricultura, silvicultura, criação de 1.905 1.906 1.234 1.157 1.236 1.374 animais, extrativismo vegetal Total* 1.905 1.906 1.234 1.157 1.236 1.374 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS (Relação Anual das Informações Sociais) 2006 22 *Total de Empresas que contrataram ou não empregados. Participação do Setor na Arrecadação do ICMS Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Setor Primário Valor % no Total 5.623.762,00 1,24 6.407.543,00 1,20 4.248.208,00 0,74 5.109.729,23 0,67 11.038.773,00 1,41 5.172.611,17 0,56 18.101.068,00 1,80 Arrecadação Total do ICMS 451.454.075 532.358.658 570.573.558 757.165.491,54 783.502.470 908.214.118,93 986.265.007,95 Fonte: Superintendência Regional da Fazenda/Paranaíba - Nota: Valores em R$ Mil Número de Empresas Produtoras Atividade Agricultura Avicultura Extrativismo Vegetal Óleos Vegetais Pecuária Pesca Apicultura Extrativismo Mineral Outros (Aração, Terraplanagem) Pessoa Jurídica 71 33 14 04 33 02 03 31 13 Fonte: Secretaria Municipal de Finanças/ISSS/Relatório PRODAUB Produtividade: 2006/2007 Produto Algodão Arroz Feijão Milho Soja Sorgo Granífero 2003/2004 4.500 1.900 2.100 6.000 2.500 1.800 2004/2005 4.000 1.500 2.520 6.000 2.580 1.800 2005/2006 2.700 2.100 2.053 5.700 2.460 -- 2006/2007 1.800 2.100 2.100 7.800 2.880 1.500 23 Banana Café Laranja Olericultura 25.000 1.200 26.000 40.500 25.000 1.260 26.000 40.500 25.000 1.260 26.000 40.500 2.500 2.100 25.000 37.050 Fonte: EMATER/MG Setor Secundário - Industrial Total de Empresas Formais por Subsetores de Atividade Econômica - 2001/2006 Subsetores de Atividade 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Econômica do Setor Secundário Extrativa mineral 48 48 49 69 41 39 Indústria de produtos minerais não 68 73 69 80 84 86 metálicos Indústria metalúrgica 183 195 198 206 209 232 Indústria mecânica 76 96 81 92 86 117 Indústria do material elétrico e de 40 38 38 37 37 49 comunicações Indústria do material de transporte 42 41 38 37 37 43 Indústria da madeira e do 151 162 165 173 176 175 mobiliário Indústria do papel, papelão, 167 172 179 167 179 196 editorial e gráfica. Ind. da borracha, fumo, couros, 87 86 104 116 114 135 peles, similares, ind. diversas. Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, 117 124 139 139 139 163 perfumaria Indústria têxtil do vestuário e 301 311 322 302 335 368 artefatos de tecidos Indústria de calçados 63 65 69 62 68 73 Indústria de produtos alimentícios, 434 467 486 484 487 542 bebidas e álcool etílico. Serviços industriais de utilidade 21 26 29 31 38 25 pública 1.263 1.308 1.350 1187 1.155 1.182 Construção civil Total* 3.061 3.212 3.316 3.182 3.185 3.425 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS (Relação Anual das Informações Sociais) 2006 Total de Empresas que contrataram ou não empregados Participação do Setor na Arrecadação do ICMS Ano Setor Secundário Valor % no Total Arrecadação Total do ICMS 24 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 314.295.953 352.719.673 374.130.601 452.426.131,87 443.326.777 513.868.993,19 571.318.083 69,36 66,26 65,57 59,75 56,58 55,38 58,00 453.133.946 532.358.658 570.573.558 757.165.491 783.502.470,90 908.214.118,93 986.265.007,95 Fonte: Superintendência Regional da Fazenda/Paranaíba Nota: Valores em R$ Mil Setor Terciário - Comércio e Serviços Total de Empresas Formais por Subsetores de Atividade Econômica - 2001/2006 Subsetores de Atividade Econômica do Setor 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Terciário Comércio varejista 9.111 5.235 9.914 10.181 10.397 10.418 Comércio atacadista 1.964 1.960 2.071 2.138 2.197 2.716 Instituições de crédito, seguros e Capitalização; Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. Técnico; Transportes e comunicações Serv. de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação; Serviços médicos, odontológicos e veterinários; Ensino Administração pública direta e Autárquica; Total* 338 332 386 412 414 406 3.391 3.705 3.958 4.151 4.259 4.096 1.283 1.305 1.333 1.421 1.473 1.564 2.489 2.689 2.808 2.930 2.995 3.040 908 1.014 1.040 1.069 1.072 1.131 398 389 395 424 435 469 45 52 53 49 42 47 19.927 16.681 21.958 22.775 23.284 23.887 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS (Relação Anual das Informações Sociais) 2006 * Total de Empresas que contrataram ou não empregados Participação do Setor na Arrecadação do ICMS 25 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Setor Terciário Valor % no Total 176.506.113 58,61% 107.722.385 29,06% 104.942.248 23,16% 140.962.431 26,48% 40.850.069 7,16% 233.431.114,58 267.973.799 34,20% 408.745.512,86 44,05% 396.151.751 40,20% Arrecadação Total do ICMS 301.171.648 370.624.727 453.133.946 532.358.658 570.573.558 757.165.491 783.502.470 908.214.118,93 986.265.007,95 Fonte: Superintendência Regional da Fazenda Nota: Valores em R$ Mil 2.10) PIB - Produto Interno Bruto O PIB é o indicador que exprime o valor da produção realizada dentro das fronteiras geográficas de um país, num determinado período independentemente da nacionalidade das unidades produtivas. O PIB municipal é calculado semelhantemente, dentro das fronteiras do município abordado. Segundo o IBGE, em artigo publicado em dezembro de 2006 “o PIB dos Municípios mostra que, em 2004, foi mantida a concentração em relação à produção de riquezas no país: em 1999, sete municípios somavam 25% do PIB nacional; cinco anos depois, a mesma fatia era dividida por dez municípios. Da mesma forma, continua o processo de perda de peso das capitais na produção de riquezas, em detrimento dos demais municípios das suas regiões metropolitanas e daqueles fora dos grandes centros urbanos”. De acordo com este artigo, na região Sudeste, em 2004, 49,4% do PIB do país estava fora do entorno dos grandes centros urbanos. Os cinco maiores PIB da região foram: Campos de Goytacazes (RJ), Macaé (RJ), São José dos Campos (SP), Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG). Dentro do Estado de Minas Gerais, Uberlândia é um dos principais municípios geradores de renda, sendo que o ano de 2003 ficou em 3º (terceiro) lugar e nos anos anteriores (1999 – 2002) ficou em 4º (quarto) lugar perdendo apenas para Belo Horizonte, Betim e Contagem. Em 2004 ocupou o 4º (quarto) lugar. Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes (em R$ 1.000,00) - Brasil, Minas Gerais, Triângulo Mineiro e Uberlândia – 2002 a 2006. 26 Ano 2002 2003 2004 2005 2006 Brasil 1.477.821.769 1.699.947.694 1.941.498.358 2.147.239.292 2.369.796.546 Minas Gerais Triângulo Mineiro 127.781.907 15.637.997 148.822.788 19.646.650 177.324.816 22.456.156 192.610.905 23.885.701 214.813.511 nd Uberlândia 6.433.187,75 7.630.328,96 8.515.682,52 9.190.673,07 10.167.118,00 Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Contas Nacionais (CONAC), Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI). Dentre os três setores que formam o PIB local, os que mais se destacaram foram o industrial e o de serviços, com superioridade do segundo em relação ao primeiro. Em 1999, o setor de serviços apresentava uma participação de 51,21% no PIB Total e o industrial, 31,89%. Já em 2000, o setor de serviços caiu para 48,02% e o industrial apresentou participação de 37,79%. Em 2002, o setor de serviços apresentou uma participação de 49,80% e o setor industrial, de 36,69%. Em 2003, a participação do setor de serviços caiu para 46,48% e o industrial para 38,70%. No ano de 2004, ocorre uma reversão entre estes dois setores. O setor de serviços passa para 48,08% e a indústria cai para 36,58% mas o destaque fica para o crescimento do setor agropecuário que apresentou percentuais de 3,52% no ano de 2003, e passa para um percentual de 4,62% em 2004. Em 2005 o setor de serviços ocupa 70,32% do PIB do município. Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes segundo setores de atividade econômica de Uberlândia (em R$ 1.000,00) – 1999 a 2005. Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Agropecuária 174.247,00 159.450,00 215.482,00 228.371,00 263.840,00 365.223,00 250.858,00 Indústria 1.422.416,00 1.988.603,83 1.909.794,00 2.283.798,00 2.896.533,00 2.891.595,00 2.016.857,09 Serviços 2.284.283,00 2.528.696,32 2.767.840,00 3.100.875,00 3.479.413,00 3.800.764,00 5.372.401,90 Outros 579.608,00 588.541,46 667.625,00 613.395,00 845.806,00 847.027,00 nd* Total 4.460.544,00 5.265.292,00 5.560.741,00 6.226.439,00 7.485.592,00 7.904.609,00 7.640.117,22 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação Contas Nacionais / Elaboração: CEPES/IE/UFU. *nd – Dado Atualizado não disponível Participação dos Setores da Economia no PIB de Uberlândia – 2005 27 Fonte: Banco de Dados –BDI - Uberlândia 2.11) PIB - Produto Interno Bruto per capita O PIB per capita é quantia em reais que cada habitante receberia caso o PIB fosse divido igualmente entre toda a população. PIB per capita a preços correntes (em R$) Brasil, Sudeste, Minas Gerais e Uberlândia – 2000 a 2006. Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Uberlândia 10.327,00 10.598,00 11.537,00 13.490,00 13.867,00 15.622,00 17.101,00 Minas Gerais 5.888,00 6.215,00 6.775,00 7.709,00 8.766,56 10.014,00 11.028,00 Sudeste 8.713,46 9.239,88 10.086,43 11.257,00 12.540,00 15.469,00 16.912,00 Brasil 6.429,56 6.896,34 7.630,93 8.694,48 9.743,05 11.658,00 12.688,00 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação Contas Nacionais O PIB per capta de Uberlândia no período abordado acima é sempre superior ao do Estado de Minas Gerais e ao do Brasil, apresentando um crescimento à média de 8,46% ao ano. Participação dos setores econômicos no PIB de Uberlândia (MG) de 1999 a 28 2004 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisa, Coordenação Contas Nacionais. Elaboração: CEPES/IEUFU 2.12) Evolução Urbana 2.12.1 Ocupação do território Em 1682, passara pelas Gerais, em direção a Goiás, o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, “O Anhanguera”, cujo filho viria a organizar a primeira exploração da região no ano de 1722. Partindo de Piratininga, estado de São Paulo, a Bandeira de Anhanguera II, composta por 152 pessoas, atravessou o Triângulo Mineiro – conhecido como Sertão da Farinha Podre – rumo ao atual estado de Goiás. O governo mineiro, instalado em Ouro Preto, na época não se interessava por esta região, por não encontrar nestas paragens minerais valiosos e por esta região ser habitada pelos índios Caiapós. Aproximadamente em 1807, divulgada a notícia de que os índios Caiapós haviam abandonado a região, em direção a Goiás e Mato Grosso, vários exploradores, à procura de outros filões auríferos, dirigiram-se para estas plagas, principalmente para o alto do Rio Abelhas (Rio Araguari), onde fundaram o Arraial do Desemboque. Quando o ciclo da mineração começou a cair e com a ascensão do ciclo econômico cafeeiro, a comunidade estabeleceu ligações mais estáveis com São Paulo, uma vez que seu grande potencial agrícola se afinava com a realidade paulista. Segundo os manuscritos cedidos por descendentes do Sr. João Pereira, os primeiros posseamentos tiveram início em 1817 e não em 1818 como até então se acreditava. Neles há relatos de três famílias que saíram de Paraopeba, próximo à Vila Rica, no intuito de demarcarem aqui suas sesmarias: Os irmãos Caetano e José Alves 29 Rezende com suas famílias, acompanhados do cunhado João Pereira da Rocha e ainda o amigo Francisco Rodrigues Rabello, que também trouxe sua família. Durante a caminhada de exploração e conhecimento de sua sesmaria, já em 1818, João Pereira da Rocha foi denominando certas áreas e córregos que mais tarde se tornavam nomes de fazendas ou de região, como a Fazenda da Estiva, porque lá estivaram o caminho de acesso ao pasto; o córrego em cuja margem acamparam no dia de São Pedro, recebeu o nome deste Santo e próximo a ele deixaram instalados um casal de escravos da família Lagoinha. 2.12.2 Fundação do povoado Um aglomerado de pessoas passa por várias etapas até se constituir uma cidade. João Pereira da Rocha e seus filhos, para formarem suas fazendas, fizeram propostas que atraíram diversas famílias que foram se estabelecendo às margens do rio Uberabinha, córrego São Pedro, Lagoinha e Glória onde havia diversos capões de mato. Por volta de 1823, Francisco Alves Pereira combinou a venda de terras em boas condições para a família Carrejo, facilitando sua vinda. Para cá se transferiram trazendo suas respectivas esposas e filhos, alguns escravos, animais domésticos e apreciáveis quantidade de víveres, sementes e instrumentos agrícolas. Nesta época já existia um grande povoado às margens do córrego São Pedro do Uberabinha. De um lado ficava o Patrimônio, iniciado com os escravos deixados lá por João Pereira da Rocha e do outro lado ficava o Fundinho, que foi ocupado pelas famílias que foram chegando para tocar lavouras na Sesmaria São Francisco, locais até hoje conhecidos. Estas famílias eram ajudadas com madeiras na construção de seus ranchos, perto de olhos d‟água. Para conforto de todos, Francisco Alves Pereira com seus parentes e amigos, tiraram um rego que partindo das cachoeiras do córrego São Pedro, lado direito, corria com abundância, mais ou menos margeando a atual Avenida Rio Branco, até chegar ao povoado do Fundinho. Neste local, João Pereira da Rocha levantou um cruzeiro e construiu um rancho de sapé que funcionava como capela onde se reuniam para rezar terços, fazerem festas e leilões. Por volta de 1830, João Pereira da Rocha instalou-se na Sesmaria de São Francisco, que posteriormente foi adquirida por Felisberto Alves Carrejo, em conjunto 30 com outras terras, formando uma grande gleba. As terras divididas entre os quatro irmãos deram origem às fazendas Olhos D‟Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Era comum no início das cidades brasileiras, que um grande proprietário também interessado nessa emancipação, doasse ao santo de que era devoto determinada extensão onde se formava o patrimônio da entidade e se construía a igreja em homenagem a este se construindo em torno dela, as primeiras casas que caracterizavam o início do núcleo urbano. Também podiam ocorrer casos como do nosso arraial, onde a área eleita pertencia a vários proprietários, que colocavam-na à venda. Pessoas da comunidade fizeram a doação das parcelas até a quitação do valor estipulado. Neste caso, em 1846, na “Fazenda do Salto”, foi construída, no mês de Junho, a primeira capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião, sendo os responsáveis pela edificação Felisberto Alves Carrejo e Francisco Alves Pereira. Este patrimônio tinha como marco de um de seus limites, a barra do ribeirão São Pedro com o Rio Uberabinha, e a denominação do arraial resulta então da junção do nome da igreja ao detalhe de localização: Arraial de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Foi em 1858, segundo Jerônimo Arantes, que o Dr. Constantino José da Silva Braga assinou sentença reconhecendo o novo nome do Patrimônio de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro do Uberabinha. Mais tarde simplesmente São Pedro do Uberabinha, que aos poucos foi se transformando num centro comercial muito expressivo. 2.12.3 Emancipação política Naquela época uma população presumível em cento e cinqüenta habitantes se distribuía nas poucas casas que irradiavam do largo da Matriz ao largo do Rosário (atual Praça Dr. Duarte) e próxima ao ribeirão São Pedro. O comércio também despontava nessa época, mas totalmente voltado aos gêneros de primeira necessidade. Para a emancipação do Distrito era necessária sua elevação à categoria de Vila. Formou-se então uma comissão pró-emancipação que enviou ao governo da Província, através do deputado Augusto César, um documento no qual expunha as possibilidades econômicas que justificavam o pretendido. Através do decreto nº 51 de 07 de Junho de 1888 São Pedro do Uberabinha foi elevado à categoria de Vila e em 31 de Agosto do mesmo ano passasse a Município 31 pela Lei 4643. Três anos mais tarde, o governador de Estado nomeou os membros do Conselho de Intendência, aos quais coube a organização do código de administração pública e detenção e do prédio destinado à instalação da Intendência Municipal. A instalação da Intendência se deu a 14 de março de 1891 em prédio cedido por Arlindo Teixeira, o qual se localizava na Rua Vigário Dantas esquina com Rua Direita (atual Marechal Deodoro). No ano seguinte foi instalada a Comarca de São Pedro de Uberabinha, tendo como juiz de Direito o Dr. Duarte Pimentel de Ulhôa. O processo de emancipação culminou com a instalação da primeira Câmara, o que se deu a 07 de março de 1892, tendo como Presidente e Agente Executivo, Augusto César Ferreira e Souza. E em 24 de maio de 1892 através da Lei nº 23 a Vila de São Pedro do uberabinha foi elevada à categoria de cidade. Em 1929, por determinação da Lei nº. 1.128, de Outubro do mesmo ano o município passou a se chamar Uberlândia. 2.12.4 Infra-estrutura 2.12.4.1 Iluminação A iluminação elétrica só foi implantada em 1909 pela firma Carneiro & Irmãos, mas antes desse período já se cogitava a possibilidade de dotar a cidade dessa iluminação. Enquanto isso não acontecia, de acordo com as Atas da Câmara Municipal de Uberabinha havia um tipo especial de iluminação pública – lampiões a gás. Nas residências, além dos lampiões, as candeias e as lamparinas eram utilizadas na iluminação após o pôr do sol. De acordo com depoimentos fornecidos ao Museu, as candeias eram utilizadas, sobretudo pelas famílias de baixa renda em virtude de o combustível usado para acender o pavio, o azeite de mamona, ser de fabricação doméstica e, por isso, muito econômica. Apesar disso apresentava o inconveniente de ser de difícil locomoção, pois o recipiente onde fica acondicionado o combustível e o pavio era aberto. Também a lamparina, apesar de ser toda fechada e um pouco mais sofisticada, apresentava o inconveniente da fuligem expedida pela combustão do querosene tingir de escuro o rosto daqueles que a utilizavam. A quantidade de lamparinas existentes em cada casa, dependia do poder aquisitivo das famílias, algumas possuíam apenas uma para iluminar toda a moradia. 32 As opções de lazer também ficavam muito restritas à duração da luz natural, mas isso não quer dizer que as pessoas não se divertiam. Aquelas que tinham posse adquiriam um gramofone – aparelho movido à manivela, e com ele, preenchia de música as pacatas e mal iluminadas noites da cidade. 2.12.4.2 Água e Esgoto Do início do arraial até a primeira década de nosso século, o abastecimento era feito através de um rego d‟água que foi tirado por Francisco Alves Pereira, familiares e amigos, para dar conforto à população que havia se estabelecido às margens do córrego São Pedro. De acordo com Tito Teixeira, em 1846, os procuradores, Francisco Alves Pereira e Felisberto Alves Carrejo, foram nomeados pela população para a escolha do local de implantação da capela, selecionaram-no atentando para a possibilidade de ser abastecido por um rego d‟água. O rego foi tirado das cabeceiras do córrego São Pedro, corria paralelo à atual Av. Rio Branco que, na época, abrangia o trecho da atual Rua Barão de Camargo, antiga rua da Chapada. Seguia em direção à Capela de Nossa Senhora do Carmo e, nesse percurso, segundo Atada Câmara, cortava a Rua Augusto César. Sendo de uso coletivo, era natural que houvesse dispositivos legais regulamentando a sua utilização e também a sua conservação; estes se encontravam no Código de Posturas adotado pelo Município em 1903. Outras medidas foram sendo estabelecidas ao longo dos anos, de acordo com os problemas que surgiam. Esses se avolumavam à medida que a população utilizava as águas de servidão pública. A fiscalização, os cuidados na manutenção e a distribuição feita através da concessão de anéis d‟água, eram de responsabilidade da Câmara. A execução desses serviços não era simples, pois não eram poucos os problemas decorrentes de um rego d‟água de utilidade pública correndo a céu aberto. Havia o risco de contaminação de áreas que cruzavam o rego, carência de água nas secas e sujeira das nascentes no período das chuvas. Além desses problemas, a inexistência de um sistema de rede de esgotos não só causava desconforto como era também um foco para a disseminação de doenças. A lei sobre a canalização da água potável e construção da rede de esgotos foi redigida em janeiro de 1908. Como os serviços não foram concretizados, formou-se 33 então uma sociedade composta de representantes locais, cujos objetivos eram auxiliar a Câmara na execução do projeto de canalização da água e, sobretudo, levantar a verba necessária para que fosse concretizada essa obra. Mesmo com essas medidas, somente a partir de 12 de novembro de 1910, foi inaugurada a primeira rede de abastecimento de água na cidade. No entanto era tão precária, que no ano seguinte começou a ser discutida a necessidade de ampliação da rede de abastecimento. Ao contrário da água, a construção da rede de esgotos só teve início, segundo Tito Teixeira, na década de 20. 2.12.4.3 Ruas, avenidas e praças Desprovidas de iluminação elétrica, recebendo a água proveniente de um rego, sem calçamento, asfaltos ou qualquer outra forma de pavimentação, excetuando o cascalhamento de áreas muito esburacadas, praças escuras e empoeiradas, assim eram as vias urbanas de Uberabinha até 1908. Sendo tênues os limites que separavam o perímetro urbano das áreas rurais, era comum, apesar da proibição prescrita no código de posturas de 1903, a circulação de animais de grande porte (vacas, carneiros, cabritos...) nas ruas e, por conseguinte, eram freqüentes as reclamações da população, que exigia providências no sentido de deixar livre o espaço para que nele trafegasse apenas as charretes, as carroças, os pedestres e também os imprescindíveis carros-de-boi. Em 1891, existiam três praças na cidade: Largo da Matriz, Largo do Rosário (Largo do comércio), Largo da Independência. Algumas dessas praças até o ano de 1908 ainda não estavam ajardinadas e nem calçadas, inclusive as praças da Independência e Dr. Duarte, em virtude de estarem localizadas em frente a casas comerciais constituíam-se prioritariamente em estacionamento de carros-de-boi. As denominações de ruas e praças eram atribuições do Conselho da Intendência e mais tarde da Câmara Municipal. Foram encontradas referências aos nomes primitivos de algumas ruas da pequena Uberabinha. Porém, ainda não dispomos de informações suficientes que nos permitam estabelecer com precisão os nomes atuais dessas ruas, em virtude de os marcos utilizados para identificá-las terem sido residências, minas d‟água, porteiros, quintais, etc..., os quais desapareceram com o passar dos anos e, após 100 anos, nenhuma conservou a nomenclatura original. 34 Embora em 1891, tenha sido votada na Câmara uma proposta de emplacamento, só alguns anos mais tarde, em 1907, discutiu-se a contratação dos serviços de identificação por meio de placas das vias públicas e das residências. 2.12.4.4 Habitação, Educação e Lazer Quanto às moradias, predominavam casas simples, com acabamento rústico de taipa e adobe, algumas com piso de chão ou terra batida, cobertas com folhas de coqueiros com reboco e poucos cômodos. Os proprietários mais abastados podiam substituir o chão batido pelo piso coberto com madeira, o reboco pela cal e tinta. Outros, mais sofisticados, utilizavam materiais importados e contavam com espaços específicos para as diversas atividades realizadas no interior de um lar. As primeiras iniciativas no sentido de fomentar a criação de escolas no município remontam a meados do século XIX quando Felisberto Alves Carrejo, criou em sua residência, localizada na Fazenda da Tenda, o primeiro núcleo de instrução. Após a criação do Arraial, as escolas começaram a ser instalada para além da Fazenda da Tenda. Não há consenso quanto ao número de cadeiras existentes até a primeira década de nosso século. Sabe-se, no entanto que: as escolas ou as cadeiras eram distribuídas por sexo, na cidade existiam estabelecimentos de ensino primário e secundário. As fazendas adjacentes também eram servidas de estabelecimentos de instrução. Em relação á regulamentação do ensino, embora constasse na declaração do Arraial dirigida à Assembléia Provincial Mineira, a existência de duas cadeiras de ensino primário, a sua oficialização só ocorreu alguns anos mais tarde (1892) pelo Agente Executivo Sr. Augusto César Ferreira e Souza. Até o ano de 1908, as atividades sociais da população giravam em torno das comemorações religiosas e também dos sacramentos. Ir à missa aos domingos, participar dos eventuais batizados, dos casamentos, organizar e freqüentar as quermesses eram práticas que além de colocar os fiéis em dia com os seus compromissos religiosos, serviam também para estreitar os laços de amizade, atualizar as notícias e, quem sabe marcar um novo encontro. Mas as apresentações da banda de música aos domingos eram também, momentos para a família esquecer um pouco o trabalho e deleitar-se ao som dos acordes de uma melodiosa valsa sem esquecer dos “bailes” ao toque de sanfona que se 35 realizavam no sobrado do Pintão / Antônio Maximiniano Ferreira Pinto. Além dessas atividades, uma parcela da população se divertia também realizando e participando de concurso de beleza. As casas de jogos, na época, denominadas casas de tavolagem, eram outro espaço de convívio, porém menos democráticas do que as festas religiosas e as retretas, pois sendo os jogos divertimentos apenas masculinos, excluíam a presença das mulheres e crianças. Naquela época os meios de comunicação fluíam em Uberabinha na medida das possibilidades existentes para tal. A imprensa que havia se tornado realidade desde o ano de 1897 com a instalação do primeiro jornal na cidade, chamado “A Reforma”, desenvolvia-se paulatinamente. Após a breve existência deste semanário, outros como: a “Gazeta de Uberabinha”, a “Cidade de Uberabinha”, “A Semana” e “A Nova Era”, circularam pela cidade. Além dos fugazes periódicos, a cidade contava com uma estação telegráfica e também uma agência de correios. 2.12.5 Economia O comércio até a primeira década do nosso século em Uberabinha, funcionava tanto em estabelecimentos fixos, quanto em ambulante. Segundo jornais da época, os produtos comercializados em um mesmo estabelecimento eram bastante diversificados, iam desde as miudezas para presente até sal, arroz, arames farpados, etc... No início do povoamento as farmácias eram imprescindíveis, uma vez que o farmacêutico constantemente exercia o papel do médico, consultando, prescrevendo elixires (e outros remédios), além de manipular as fórmulas medicamentosas. No âmbito das indústrias predominavam aquelas de estilo doméstico com funcionamento manual servindo basicamente para a subsistência. Em 1908, de acordo com o Jornal “O Progresso” já havia uma diversificação nos ramos industriais, tais como: fábrica de cerveja, sapataria, fábrica de cigarros, ferreiro, marceneiro, selaria, etc. Além dessas indústrias pouco complexas, cuja produção se caracterizava pelo fabrico de utensílios domésticos, materiais para construção civil, ferramentas agrícolas, aparatos para montaria, etc., existia a indústria agro-pastoril, que apesar de rudimentar, foi regulamentada pelo Código de Posturas. 36 A indústria pastoril, em Uberabinha, movimentava-se em torno da criação de gado para o consumo interno e criação de suínos para o consumo e exportação para outras cidades e Estados. Até a inauguração do matadouro municipal, todo o abate de carne era realizado domesticamente sob a fiscalização da Câmara. Quanto ao transporte trafegavam pelas ruas e estradas sem pavimentação, carroças, charretes e carros-de-boi cujo tráfego era regulamentado por lei. Essa legislação versava sobre o emplacamento dos carros, o número máximo de passageiros permitido em cada charrete, o valor de cada corrida e, até mesmo, prescrevia os cuidados que deveriam ser dispensados no trato com os animais. Além das carroças e charretes, os carros-de-boi foram um dos mais importantes e requisitados meios de transporte. Nem com a chegada da Cia Estrada de Ferro Mogiana em Uberabinha, no ano de 1895, esses carros perderam a sua importância, pois o comércio entre essa cidade e os locais por onde não passavam os trilhos de ferro, fossem esses às fazendas adjacentes, ou os arraiais vizinhos, era realizado o transporte das mercadorias via carros-de-boi. Para as compras de poucas mercadorias, visitas e, em muitas outras atividades, o cavalo era utilizado como meio de transporte. 2.12.6 Fatores que impulsionaram o desenvolvimento da cidade No setor econômico a hegemonia de Uberabinha sobre as demais cidades do Triângulo Mineiro teve início ao final da primeira década do século XX. 2.12.6.1 Cia. De estradas de ferro Mogiana Instalada em 21 de dezembro de 1895 a linha tronco alcança Uberabinha-MG (Uberlândia), chegando a Araguari em 15 de novembro de 1896. A concessão permitia que as linhas da Cia. Mogiana chegassem a Catalão-GO. Embora Uberabinha tenha recebido os benefícios após a instalação da Cia. Mogiana, não se pode, contudo, afirmar que o crescimento da cidade foi impulsionado pela chegada do trem de ferro, pois a ferrovia beneficiou inicialmente o local da sua sede, ou seja, Campinas e as cidades que eram ponto terminal dos trilhos, no caso Araguari, na região do Triângulo. Embora os trilhos não tenham trazido de imediato o progresso, não devemos nos esquecer de que com eles as distâncias e o tempo das viagens foram reduzidos. 37 2.12.6.2 Ponte Afonso Pena A construção da ponte Afonso Pena, se deu pela grande necessidade para o desenvolvimento da região do Sudoeste goiano, para maior ligação com os grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. A balsa existente no local, já não estava mais atendendo às necessidades do povoado e da região. A inauguração da ponte foi no dia 15 de novembro de 1.909, com o nome de Ponte AFONSO PENNA, uma homenagem ao Presidente da Republica, seu construtor. Hoje a Ponte Afonso Pena não se encontra em seu lugar de origem. Foi removida pelos engenheiros de Furnas para servir o trafego de carros da Vila Operária Residencial de Furnas a Hidrelétrica de Itumbiara, sendo um Monumento Histórico de grande valor do Centro Oeste. 2.12.6.3 Cia. Mineira de Autoviação intermunicipal O objetivo maior desta cia. era construir estradas de rodagem para enriquecer e facilitar o tráfego de mercadorias e pessoas de uma pequena zona do Brasil Central. Ao colocar uma das extremidades da sua estrada na ponte Afonso Pena e outra na cidade de Uberabinha, onde havia uma estação ferroviária, Fernando Vilela ligou uma imensa área de produção primária com o maior centro consumidor dessa produção e, não por acaso, a maior produtora de produtos manufaturados do País. O sul goiano só tinha um jeito de comunicar-se com os Estados industriais, era através da ponte Afonso Pena; qualquer outro caminho esbarraria em balsas lentas e perigosas, já que todo o sul de Goiás é cercado por rios. Daí, de Itumbiara, se podia ir para qualquer outro ponto do Triângulo onde passasse a ferrovia. Da mesma forma, toda a manufatura embarcada na Mogiana com destino ao Brasil Central poderia descer em qualquer estação porque todas elas tinham caminhos para o Triângulo e Goiás. Com a construção da estrada de rodagem ligando Uberabinha a Itumbiara, acabaram-se as opções; tudo o que vinha de São Paulo, tinha que descer aqui, tudo o que vinha de Goiás tinha que embarcar aqui. Era o caminho mais perto, mais econômico, mais seguro, apesar dos pedágios. Empresários goianos e mineiros perceberam a profundidade da obra de Fernando Vilela e cuidaram de estendê-la e participar um pouco das suas vantagens. Tito Teixeira, que era uberabense, mas residiu aqui quase a vida toda, pegou a ponta da estrada do Vilela em Itumbiara e extendeu-a para Caldas Novas, Goiatuba, 38 Morrinhos e Piracanjuba. Essa estrada tinha 255 quilômetros e foi a pioneira de Goiás. Ronan Rodrigues Borges, de Itumbiara, puxou estradas para Rio Verde, Jataí e Mineiros. Pedro Salazar Pessoa Filho, paracatuense que também residiu em Uberabinha por largo espaço da sua vida, pegou uma ponta do que já estava feito em Goiás e esticou estradas de rodagem até Mato Grosso: Caiapônia e Aragarças (GO), Santa Rita do Araguaia, Poxoréu, Sangradouro, Rondonópolis, Alto Araguaia, Cuiabá e Campo Grande (MT). Todas essas estradas eram tributárias da Companhia do Fernando Vilela que trazia tudo para Uberabinha. Justifica-se porque Uberabinha (e depois Uberlândia) desenvolveu o seu comércio atacadista rumo ao Oeste. É que para o Leste, para a zona do Alto Paranaíba, havia o rio das Velhas entravando a comunicação rodoviária. E não tinha ponte. Entende-se que os demais fatos econômicos arrolados estão profundamente subordinados às possibilidades de desenvolvimento propostas pelo tripé: Mogiana, ponte Afonso Pena, Fernando Vilela, sendo que este último foi o unificador de tais bases. Outros fatores importantes, para o desenvolvimento da cidade de Uberabinha, foram a instalação da energia elétrica em 1909; a encampação da Prada pela Cemig em 1973; o estabelecimento dos grandes atacadistas-distribuidores a partir dos anos 60, a instalação da Cidade Industrial (depois distrito) em 1959, e a captação da água do Uberabinha em Sucupira, em 1970. Fontes: www.uberlândia.mg.gov.br - BDI-2008 - Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - PMU, www. Correiodeuberlandia.com.br (matéria 17/11/2004 - Antonio Pereira) 2.13) Representação da área do município por setores O município de Uberlândia cresceu muito nos últimos anos o que propiciou o surgimento de vários loteamentos residenciais. Com isso houve a necessidade de organizar melhor os bairros e endereços, surgindo assim, a Lei dos Bairros Integrados. Para melhor entendimento da cidade vamos analisar os dados dos bairros por setores de acordo com o Plano Diretor. Este divide a cidade em cinco regiões (Central, Leste, Norte, Oeste e Sul) composta cada uma dos seguintes bairros: Setor Central 39 Daniel Fonseca Osvaldo Resende Martins Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida Brasil Cazeca Centro Fundinho Tabajaras Lídice Setor Oeste Jardim Holanda Jardim Canaã Panorama Jardim das Palmeiras Jardim Europa Planalto Chácaras Tubalina e Quartel Mansour Jaraguá Luizote de Freitas Jardim Patrícia Dona Zulmira Guarani Tocantins Morada do Sol Taiaman Setor Norte São José Jardim Brasília Presidente Roosevelt Maravilha Pacaembu Santa Rosa Marta Helena Minas Gerais Residencial Gramado Distrito Industrial Setor Leste Santa Mônica 40 Segismundo Pereira Alvorada Morumbi Tibery Custodio Pereira Umuarama Aclimação Alto Umuarama Jardim Ipanema Morada dos Pássaros Mansões Aeroporto Setor Sul Shopping Park Laranjeiras São Jorge Granada Santa Luzia Pampulha Carajás Lagoinha Vigilato Pereira Saraiva Morada da Colina Jardim Karaíba Patrimônio Distribuição de Lotes por Setores Podemos perceber que a maioria da cidade é constituída por lotes residenciais. De acordo com o Banco de Dados – BDI de Uberlândia, o setor com maior percentual de lotes residenciais é o setor central e o setor com maior percentual de lotes vagos é o setor sul. Essas informações estão ilustradas nos gráficos abaixo: 41 CENTRAL 7,43% 4,07% 10,73% % Lotes residenciais % Lotes Vagos %Lotes comerciais %Outros Lotes 77,76% LESTE 4,43%1,88% % Lotes residenciais 32,43% % Lotes Vagos %Lotes comerciais 61,26% %Outros Lotes NORTE 4,46%1,88% % Lotes residenciais 28,02% % Lotes Vagos %Lotes comerciais 64,92% %Outros Lotes OESTE 3,39% 2,63% % Lotes residenciais 32,11% % Lotes Vagos %Lotes comerciais 61,87% %Outros Lotes SUL 2,58% 1,20% % Lotes residenciais 37,40% % Lotes Vagos %Lotes comerciais 58,82% %Outros Lotes 42 2.14) Histórico da Habitação 2.14.1) Nacional Foi a partir do governo de Getúlio Vargas (1930-1945/1951-1954) que a habitação social começou a ganhar força via medidas como o congelamento de aluguéis e a facilitação de venda de lotes a prestação. Antes deste período, de 1889 a 1930, a produção de moradias era realizada pelo próprio mercado. O Estado não realizava intervenções na questão social, sendo vista (a comercialização de moradias) como fonte de renda de especuladores, não dando aos trabalhadores, o acesso a fontes para a aquisição de uma moradia digna. A partir do crescimento desordenado das moradias, o Estado passou a interferir, regulamentando a produção habitacional com atenção especial o controle sanitário. Os aluguéis passaram a ser regulados pelo mercado. O cenário que se desenha é uma produção estatal de habitação que não atende à demanda, tendo como conseqüência o crescimento informal e desordenado das cidades com loteamentos periféricos, favelas, alagados, mocambos e invasões. A consolidação da política habitacional (1964-1986) e a criação do BNH permitem a produção habitacional tendo como fonte de recurso (ou fonte de financiamento) o FGTS e a Poupança. A partir disso há o surgimento de conjuntos habitacionais (que surgem nas periferias), mas que não atende à demanda da época, surgindo o crescimento da habitação informal. Nos anos entre 1986 e 2000 o modelo econômico da ditadura entra em crise e os movimentos sociais e a luta por direitos urbanos e moradia cresce juntamente com a redemocratização e a Constituinte de 1988. A desestruturação da política nacional de habitação traz baixos investimentos da União em habitação e saneamento e os Estados e Municípios criam programas alternativos com recursos não onerosos (orçamentários). Nos anos 90 o neoliberalismo e a privatização de serviços públicos fazem à estrutura institucional ficar frágil, desarticulada e instável. Com isso se tem um maior rigor para conceder financiamento excluindo, como conseqüência, a população de baixa 43 renda. A falta de financiamento ao setor público afeta o saneamento e a urbanização de assentamentos precários agravando ainda mais o crescimento das necessidades habitacionais e a desigualdade e violência urbana. Com a inclusão do direito a habitação na Constituição em 2000 e com a aprovação do Estatuto da Cidade em 2001 a questão da habitação no país passa a ser tratada com mais seriedade pelos governos. O Estatuto da Cidade regulamenta inúmeros instrumentos para fazer valer a função social da propriedade, garantir o direito à moradia, regularizar as ocupações de terra e obriga a formulação de Plano Diretores Participativos. Princípios da Nova Política Nacional de Habitação 1. Moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de qualidade, infra-estrutura básica, transporte coletivo e serviços sociais. 2. Função social da propriedade urbana buscando implementar instrumentos de reforma urbana para combater a especulação e garantir acesso a terra urbanizada. 3.Questão Habitacional como uma Política de Estado; poder público é agente indispensável na regulação urbana e do mercado imobiliário, na provisão da moradia e na regularização de assentamentos precários. 4.Gestão democrática com participação popular, controle social e transparência nas decisões e procedimento. 5. Subordinação das ações em habitação à política urbana. Fonte: Curso de aperfeiçoamento CASA DA CIDADE. Das origens da habitação social no Brasil ao Plano Nacional de Habitação: Prof. Dr. Nabil Bonduki. A seguir será abordado o processo histórico da habitação no Município de Uberlândia. 2.14.2) Histórico da Habitação de Uberlândia A constituição da estrutura econômica e a política da região do Triângulo Mineiro ocorreram no início do século XVII durante a passagem de mineradores e 44 tropeiros e se efetivou no século XVIII com a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva, quando ocorreram as descobertas de ouro e diamantes no interior de Goiás e Mato Grosso, provocando a formação de alguns arraias nas terras do Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro). Este fato levou um fluxo grande de pessoas em direção ao Brasil Central, fazendo da região do Triângulo um ponto de passagem entre o litoral e o sertão1. As aglomerações urbanas que deram origem às cidades do Prata, Uberaba e Uberlândia ocorreram no início do século XIX. Em 1889 a região é atendida pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, inserindo-a na economia nacional articulando com São Paulo, fornecendo cereais, principalmente arroz e milho (visto a grande vocação de São Paulo na produção e comercialização do café), fazendo com que esta região se especializasse na produção e comercialização de alimentos e também assumisse o papel de centro de convergência da comercialização entre Goiás, Minas gerais e São Paulo. Além deste marco, outros dois que foram fundamentais para a inserção do Triângulo na economia nacional: a construção da Ponte Afonso Pena sob o Rio Paranaíba e a construção de rodovias pela Companhia Mineira de Auto Viação em 1912 possibilitando a ligação entre 32 cidades dos estados de Goiás e Minas Gerais. A localização geográfica foi um dos principais fatores de inserção do triângulo Mineiro na economia nacional, uma vez que a região era localizada a meio caminho das rotas mercantis, tanto no sentido Norte Sul, como Leste Oeste, contribuindo para tornar a região um entreposto comercial na distribuição de produtos agropecuários do Centro Oeste e Norte do Brasil e ao mesmo tempo intercambiar para esses os produtos industrializados provenientes do estado de São Paulo2. Uberlândia sempre figurou com destaque entre as mais de 30 cidades na década de 40, tendo um importante papel e concentrando os avanços demográficos e econômicos da dinâmica regional. A cidade formou-se em 1835 quando parte das terras da região foram adquiridas por um fazendeiro, já em 1852 foi criado o povoado oficialmente e levado à categoria de vila e possuía uma população de mais de três mil habitantes. Em 1892, foi elevada à categoria de cidade3. 1 SOARES (1995) BRANDÃO (1989) apud SOARES (1995) 3 FONSECA (2007) 2 45 Já no século XX a atividade comercial na região do triângulo incentivou o crescimento econômico de algumas cidades da região, onde as mesmas foram se especializando na criação de gado (Uberaba), produção de cereais (Sacramento e Conquista) e na distribuição de mercadorias a nível extrarregional (Araguari e Uberlândia). Uberlândia se torna então um importante centro atacadista da região expandindo e conquistando um lugar de destaque no cenário estadual e nacional. A cidade cresceu principalmente pelo desenvolvimento das estradas de rodagem, destacando, sobretudo o papel dos comerciantes locais, motoristas de caminhões e pelas transportadoras de cargas responsáveis pela diversificação da atividade comercial do município a partir dos anos 30, intensificadas pelas relações com os estados de Mato Grosso e Goiás. Os produtos industrializados oriundos de São Paulo chegavam à cidade através da Estrada de Ferro Mogiana e eram transportados a partir deste ponto por caminhões, sendo importante destacar o papel da atividade dos motoristas de caminhão do desenvolvimento de Uberlândia buscando novas fronteiras no Centro Oeste, gerando riquezas para a cidade. A partir dos anos 50, as empresas começaram a comercializar seus produtos utilizando seus próprios viajantes. Observou-se também uma atração de novas empresas para a cidade, como por exemplo, distribuidoras de combustíveis, atacadistas de tecidos, vidros, materiais de construção, entre outros. Com a construção de Brasília e a modernização da economia brasileira houve uma intensificação cada vez maior de consumo e o atendimento a novas praças e a criação de grandes atacadistas, substituindo os velhos e pioneiros atacadistas de secos e molhados que detinham a hegemonia do comércio de Uberlândia para o Centro Oeste. Assim a cidade se consolida como um importante entreposto comercial. Este fato ocorre porque o município não detinha de terras apropriadas para o cultivo e sua pecuária era muito atrasada e o setor industrial tinha, até os anos 40, pouca expressão, impossibilitando a transformação em pouco tempo de um importante parque industrial. As elites a partir daí começam a chamar a atenção para a necessidade de uma diversificação do comércio e da implantação da indústria. As transformações político/econômicas e sociais ocorridas no Brasil entre 1945 e 1980 tiveram um impacto grande no triângulo Mineiro, com uma forte modernização das estruturas econômicas. A transferência da capital federal para Brasília, juntamente 46 com as políticas de interiorização do país destacando a construção de rodovias no Governo de JK, ligando o Oeste ao Centro Sul, a implantação de usinas hidroelétricas, criaram condições para o desenvolvimento industrial. Assim sendo, o Triângulo Mineiro se solidifica em uma posição estratégica no território brasileiro, devido à localização entre a sede do Governo Federal – Brasília, e a sede do Poder Econômico – São Paulo. Brasília. O Governo estadual também realiza investimentos promovendo a infraestrutura equipando as cidades e também no setor produtivo, através da implantação de distritos industriais, possibilitando a entrada de capital estrangeiro nos setores têxteis, fumo, laticínios, fertilizantes, e criando condições para a modernização do setor agrícola. A partir disso, o triângulo Mineiro firma-se como um importante produtor, processador e distribuidor de produtos agropecuários4. A partir da década de 70, Uberlândia cresce vertiginosamente do ponto de vista populacional e econômico muito acima da média nacional5. O desenvolvimento brasileiro trouxe para os grandes centros milhares de pessoas buscando novas oportunidades de empregos, moradia, infraestrutura e serviços impactando de forma negativa nos meios urbanos. Uma grande camada desta população sobreviveu às cidades seja morando em favelas, cortiços e principalmente nas periferias. O campo com seu intenso processo de modernização impactaram na migração de pessoas para os centros urbanos. Após a Segunda Guerra Mundial a economia brasileira passa por um período de prosperidade, apresentando profundas transformações na estrutura econômica com a retomada das exportações, principalmente o café e o incremento da atividade industrial. O bom desempenho da economia brasileira dependia das condições do mercado internacional do café. As crises internacionais provocaram problemas nas exportações brasileiras do café, criando sérias dificuldades para toda a economia brasileira e assim, em 1930. Ainda segundo dois elementos conjugaram: a produção de café era enorme e não havia mais demanda para atender a tamanha oferta do produto e, a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história6. A então Uberabinha também acompanhava e sentia os reflexos da crise econômica. Os empregados das charqueadas (que abasteciam os mercados do Rio de 4 SOARES (1995) FONSECA (2007) 6 VASCONCELOS (2002) 5 47 Janeiro, São Paulo, Nordeste e outras regiões de Minas Gerais) também sofreram estes reflexos, visto que era o ramo industrial que mais se destacava na cidade em termos de produção e arrecadação. Estes trabalhadores viviam, sob condições precárias, no Bairro Patrimônio próximo ao frigorífico Omega e com uma atividade industrial (exportador de charque) sazonal (de janeiro e julho) no período denominado boi gordo, deixando esta população desempregada no restante do ano. Outras atividades industriais foram criadas no município na tentativa de amenizar o grande impacto da conjuntura econômica, atividades como fabricação de máquinas para engenho de cana, agricultura, telas, serrarias, indústrias alimentícias e o destaque foi para a criação da Cia. Industrial de Triângulo Mineiro. O déficit habitacional é registrado na década de 20, neste período era significativo nas classes trabalhadoras, como destaca o jornal A Tribuna: “A classe operária de Uberabinha, a classe que não é dirigente e que vive do seu trabalho quotidiano, está sem lar, não têm habitação. É necessário que este problema não seja adiado e que o tratemos com respeito, como deve merecer a sorte desta gente que faz a prosperidade do país, desde o seu mais recondito distrito ao mais grandioso centro econômico. Aos poderes públicos municipais, aos capitalistas e construtores desta cidade compete a resolução do problema que já está retardando a marcha de nossa vida expressiva pelo afastamento daqueles que, não podendo adquirir pelo preço exorbitante da habitação fogem de Uberabinha e estabelecem além, privando-nos do concurso de seus braços laboriosos, como a alimentação do povo, a sua habitação deve merecer o mesmo cuidado. Jornal A Tribuna, Uberlândia 22 Fevereiro de 1925, apud Soares (1988).” Para atender ao déficit habitacional da época as charqueadas, a companhia Mogiana e a fábricas de tecidos construíram casas para serem alugadas aos seus operários o que, de seu ponto de vista servia para proteger as empresas, além de fixar a mão-de-obra especializada até então escassa na cidade. 48 Foto 01 - Uberlândia em 1920 Década de 20: construção no canto direito acima é hoje o atual Colégio Enéas Guimarães. Fonte: BDI O bairro Vila Operária foi constituído em 1930, basicamente por funcionários que trabalhavam na fábrica de tecidos, sem água, esgoto ou luz e a quantidade de casas era de aproximadamente 50 unidades e com características rudimentares. A Vila Operária e o Patrimônio eram denominados os subúrbios da cidade. O crescimento da cidade foi também através da incorporação ao espaço urbano de chácaras, formando novos bairros como a Vila Martins (1925), a Vila Osvaldo (1938) e a Vila Carneiro. Destaca-se que a rede urbana no Triângulo Mineiro nasce dependente da pecuária e por isso cria núcleos urbanos dispersos7. Neste momento a figura do agente imobiliário (ou empresa imobiliária) surge ofertando terrenos. A primeira empresa deste segmento é a Empresa Uberlandense de Imóveis, vendendo a partir de 1936 mais de 30.000 lotes e aproximadamente 1.000 casas residenciais, impactando para o aumento dos subúrbios no município. O foco desta empresa era a classe trabalhadora de baixa renda, oferecendo financiamentos de lotes e casas a preços baixos. Nesse mesmo ano, foram loteados e adquiridos pela imobiliária, numa região denominada de Capão Seco, no extremo norte da cidade. Gerando assim as vilas Santa Terezinha e Brasil, constituídos de sete avenidas e treze ruas, e seus terrenos foram vendidos a preços acessíveis a população de baixa renda, com prestações a longo prazo. Houve também um crescimento comercial na região do Fundinho, e disseminar próximo do bairro, o qual difundia entre casarões e comércios, 7 SOARES (1998) 49 que no mais tardar seria estritamente comercial e financeiro, estendendo-se para a Avenida Afonso Pena. Ao final da década de 30, a cidade possuía aproximadamente 19.000 habitantes e apresentava modificações em sua forma e conteúdo. Esse período de transformações deu inicio a necessidade de amoldar a estrutura urbana com necessidades de acumulação e concentração de capital. O crescimento populacional se deu de forma não planejada, e as casas surgiam do acaso, por meio de especulação imobiliária. As casas eram ocupadas de acordo com o poder aquisitivo da sociedade residente e não por melhor localização. A partir da década de 40, a industrialização e a diversificação do comércio e do setor de serviços, marcaram a cidade. E ainda com a construção de Brasília, intensificando ainda mais o capitalismo e a divisão social do trabalho. O crescimento demográfico da cidade atingiu índices muito elevados. Em 1940 a população urbana somava 22.123 habitantes, já em 1970 para 111.466, crescendo 404% em 30 anos, enquanto a população do município passou de 42.179 para 124.706 no mesmo período, aumentando, portanto apenas 196%, como mostra a tabela abaixo. ANO RURAL 20.056 TOTAL 1940 URBANA 22.123 42.179 % URBANA 52.5 % % RURAL 47.5 % 1950 1960 1970 1980 1991 2000 35.799 71.717 111.466 231.598 358.165 488.982 19.185 16.565 13.240 9.363 8.896 12.232 54.874 88.282 125.706 240.961 367.061 501.214 65.1 % 81.2 % 89.4 % 96.1 % 97.5 % 97.56 % 34.9 % 18.8 % 10.6 % 3.9 % 2.5 % 2.44 % Fonte: Censo Demográfico de MG - 1940 - 1950 - 1960 - 1970 – 1980 – 1991 – 2000 Anuário Estatístico de MG., 2009. Com o crescimento acelerado, expandindo a cidade por todo seu redor e também o Triângulo Mineiro, caracterizando um processo de ocupação de periferias. Na qual a população periférica, adquiriu novos meios de moradia como o cortiço, a favela, coabitação e outros meios subsistentes. A economia da década de 40 foi marcada pela forte produção de arroz, e possibilitou a interligação da economia local com os principais centros econômicos do país. Em função dessa produção intensa de arroz, melhorias na cidade foram obtidas no ramo ferroviário para escoamento do arroz produzido no Vale do Paranaíba e beneficiado em Uberlândia, e para o transporte de bovinos proveniente de Goiás. 50 Foto 02 - Uberlândia Vista aérea de Uberlândia na década de 50. Fonte: Prefeitura Municipal Uberlândia - BDI Outro ponto que favoreceu o crescimento industrial da cidade foi sua posição geográfica estratégica uma vez que situava entre os mercados consumidores do Mato Grosso e Sul de Goiás e os mercados produtores de São Paulo e Rio de Janeiro, colocando Uberlândia entre os cinco mais importantes parques industriais de Minas Gerais. As secções que demandavam os maiores valores de produção e capital investido em 1940 eram as charqueadas, curtumes, calçados e as máquinas de melhorar arroz e algodão, ocupando também a maior parte da força de trabalho. Essas indústrias intensificaram o desenvolvimento das relações capitalistas de produção, as atividades artesanais tornaram-se obsoletas, concentrando e especializando determinadas subdivisões industriais. Com a expansão da economia diversos setores foram prosperados, construíramse rodovias e o aeroporto, além de outras melhorias públicas. As quais tinham por objetivo aumentar a acumulação expansiva do capital industrial. Coexistentemente, o setor imobiliário incentivou a criação de loteamentos, acrescentando áreas ao segmento urbano, ampliando assim seu espaço. Apesar de uma ampla criação de lotes na cidade, como num período de 2 anos de 1944/46, que foram criados mais de 5.500 novos lotes, a população se encontrava numa situação débil uma vez que seus salários não consentiam adquirir ou mesmo alugar uma moradia. E uma dessas causas, foi a imigração estonteante em que a cidade 51 se encontrava, já que as pessoas aspiravam possibilidades de uma vida mais digna em Uberlândia. Tal processo de imigração contribuiu para ocorrer uma especulação no preço dos imóveis e aluguéis, causando assim um déficit habitacional, e com isso complicando a vida dos habitantes e trabalhadores dessa cidade. A intervenção estatal na habitação popular brasileira criou a Fundação da Casa Popular em 1946 com o objetivo de nos inteirarmos dos componentes fundamentais destas políticas em âmbito geral, e em particular do seu desempenho na produção. Por meio da Fundação, foram criadas 130 casas em Uberlândia, na década de 50, objetivando a viabilização de uma política habitacional, para produzir e comercializar casas aos trabalhadores de rendas mais baixas. Até 1960 foram construídas apenas 16.964 unidades residenciais em todo o país, sendo 55% das construídas em cidades com mais de 100.000 habitantes, principalmente no Sudeste; e 143 conjuntos residenciais que basicamente se localizam em pequenas e médias cidades com até 50.000 habitantes. Na TABELA 3 mostramos um quadro geral de distribuição de habitações pela Fundação Casa Popular, por regiões brasileiras. Tabela 3 - Fundação Casa Popular: casas e conjuntos Construídos por região até 31/12/1960 Regiões Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste Sul Total Números de Casas Construída % 2.317 14.0 1.860 11.0 11.837 950 70.05.0 4.95 100.0 Números de Conjuntivos Construída % 31 22.0 10 7.0 84 18 143 60.0 11.0 100.0 Fonte: Dados básicos: Fundação Casa Popular. RJ, Fundamentos e bases de 1º plano de Assistência Habitacional. Rio de Janeiro, 1961. In: AZEVEDO, S. et., p .34. Depois do Decreto Lei n. 9777, de 06 de setembro de 1946, a Fundação Casa Popular passou a atuar também no âmbito do desenvolvimento urbano, com o intuito de financiar as indústrias de material de construção, munir de infra-estrutura e saneamento básico, estudar o modus vivendi das classes populares para conhecer suas práticas e técnicas de construção com o propósito de construir e melhorar as habitações rurais. A Fundação não conseguiu dar segmento a tais propósitos pela extensão de seus objetivos e precariedade de recursos técnicos, financeiros e administrativos. 52 Como estes municípios dificilmente apresentavam condições de garantir os pagamentos, a possibilidade de adquirir esses serviços ficou aproximadamente limitada. O primeiro conjunto habitacional construído pela Fundação em Uberlândia foi entregue aos seus moradores em 1954, possuindo 50 casas: 20 de dois quartos, 20 de três quartos e 10 de quatro quartos. O terreno foi doado por um empresário e ficava localizado no bairro Patrimônio. Entretanto a localização desse conjunto habitacional não foi apropriada, uma vez que se situava longe do centro comercial dificultando a inclusão dessa área à cidade. E condizendo também com problemas de saneamento básico e principalmente transporte. Era incoerente criar uma região tão distante, considerando que havia espaços vazios no centro, porém tinha uma lógica capitalista, em que os espaços vagos serviam de especulação imobiliária. Caracteriza-se, assim, um importante fator na determinação do uso do solo, no privilégio de uma área em relação à outra, do ponto de vista da localização, possibilitando a sua rápida valorização. As prestações mensais foram calculadas de acordo com a idade dos compradores, e eles ficaram isentos dos impostos municipais e federais durante todo o período do pagamento. Para se adquirir a casa era exigido do interessado que fosse brasileiro ou estrangeiro com mais de 10 anos no país, não possuir casa próprio, e ter sob sua dependência no mínimo cinco pessoas. Passando por vários problemas de qualidade das casas, e transtornos de localização e protestos dos moradores a Fundação Casa Popular não solucionou a questão da moradia para as classes trabalhadoras, além de ampliar e modificar os subúrbios da cidade. Em 1940 a cidade contava com 7.000 lotes para uma população de 21.077 habitantes; em 1958 este número alcançava 28.271 lotes para uma população de 61.142 habitantes e, considerando-se cinco pessoas por lote, a cidade apresentava naquele momento um excedente de 16.043 lotes, ou seja, 56,5% dos terrenos estavam desocupados. Em meados da década de 50, Uberlândia abrigava 57.000 habitantes, segundo os dados do Censo, e apresentava significativos sinais de expansão no urbano. Porém com uma diminuição populacional nesse período, que nos leva a crer que foi pela exportação de mão de obra de para construção de Brasília e também pela expansão de fronteiras agrícolas no norte do País. 53 A cidade consolidou-se como um pólo da economia da região, atraindo assim investimentos externos. Estruturando assim, condições para que Uberlândia um espaço para a reprodução do capital. Com as transformações oriundas no Brasil pós 1950, consolidou-se um padrão de acumulação de bens de consumo duráveis e a produção desses bens passou a intensificar no setor de economia. Ocorre em Uberlândia a partir da implantação de um parque industrial em uma área que foi denominada Cidade Industrial, no início dos anos 60, oriundo da acumulação de riquezas geradas pelas atividades comerciais e pela agropecuária. Com a criação dessa cidade novos empregos foram gerados, a migração se intensificou, houve a agregação de mecanização, concentração de terras, mudanças nas relações de trabalho, dentre outros. Foi implanta condições pelo Poder Público Municipal a infra-estrutura necessária para o funcionamento digno da cidade, contando também tais como isenção de impostos municipais por dez anos, venda simbólica das áreas industriais, etc. A ocupação do espaço da Cidade Industrial foi feita desordenadamente, sem nenhuma exigência de cunho social ou ambiental. Mais ou menos dez anos depois esse espaço foi incorporado à Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais - CDI. Porém esse fato não contribuiu para a solução de seus problemas, principalmente aqueles relativos à infra-estrutura, pois o CDI não demonstrou interesse em investir ali, especialmente no que diz respeito à recuperação dos equipamentos coletivos. No entanto, a cidade expandiu-se horizontalmente, contando no ano de 1959 com 12 mil edificações; e verticalmente, pois diversos prédios de apartamentos de três e quatro andares foram construídos, além de três edifícios com mais de 12 pavimentos, sendo dois residenciais e um hotel. Tendo em vista, o crescimento da venda de lotes de maneira desordenada e de baixa qualidade, sem se quer saneamento básico. Apenas no ano de 1966 foram abertos 29.513 lotes na cidade, quando sua população era de 95.570 habitantes. Se considerarmos uma razão de cinco pessoas/lote teve, somente naquele ano, um excedente de 43.063 lotes, ou seja, 69% dos terrenos da cidade estavam sem ocupação, como reserva de valor. Houve além da criação do bairro Santa Mônica, com 12 mil terrenos aprovados pela Prefeitura e a criação da até então Faculdade de Engenharia de Uberlândia, 54 passando a se chamar depois Faculdade Federal de Uberlândia em 1969, um ano após a construção do bairro Santa Mônica. Anos depois em 1980, criou-se um estádio de futebol com capacidade para 75.000 pessoas - Estádio Municipal do Parque do Sabiá - e uma área de lazer com o mesmo nome. A apropriação do espaço urbano, centrada na propriedade privada e no lucro, impediu às classes trabalhadoras o acesso à moradia, fazendo com que as favelas crescessem em Uberlândia. A criação do Banco Nacional de Habitação - BNH - em 1964 e o estabelecimento da Cidade Industrial permitiram a implantação de um novo tipo de habitação popular na cidade de Uberlândia, em 1968, foi criado um núcleo habitacional de 300 casas para operários com infra-estrutura benemérita. Área do conjunto de 200 mil m² e distante sete quilômetros do centro da cidade foi doado à Companhia Habitacional - COHAB - pela Comissão de Implantação da Cidade Industrial. A Prefeitura, de acordo com a política do Banco Nacional de Habitação, proporcionou para que isso acontecesse. As Cooperativas Habitacionais de Minas Gerais e de Uberlândia, ligadas ao INOCOOP - Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais, estas fizeram grandes aplicações no campo da produção de habitações para aqueles que apresentassem renda mensal entre meio e um salário mínimo regional, com financiamento de 15 anos. Para adquirir a casa, o interessado depositava mensalmente parcelas até completar 10% da verba pretendida. Mesmo com o desenvolvimento de programas e com a Caixa Econômica Federal, criando condições para construções de casas por meio de mutirões, o déficit habitacional ainda perdurava-se em Uberlândia, já que a mão de obra não especializada não estava inserida no mercado de trabalho. Com essa intensificação do capitalismo e expansão da industrialização aumentaram sensivelmente a população urbana de Uberlândia. Em 1950 era de 35.799 habitantes, representando 65,1% da população total do município, passando em 1970 para 111.466 habitantes, correspondendo a 89,4% da população do município. (Fonte: Censo Demográfico - IBGE/MG). Este aumento gerou um crescimento urbano acelerado que no processo de acumulação capitalista favoreceu a concentração de capital, por um lado, e intensificou a exploração do trabalho, por outro, com todas as conseqüências sociais. 55 Na década de 70 a cidade de Uberlândia ingressou numa fase de crescimento econômico acelerado, que traduziu-se em uma intensa divisão técnica e social do espaço, que nada mais é que a cristalização da divisão social e técnica do trabalho. Este contexto produziu um aumento exponencial da população urbana nos últimos 15 anos; de 111.466 habitantes em 1970, ela passou para 365.000 em 1985, segundo estimativa da Revista Uberlândia no ano de 1998. A partir da década de 70 a divisão técnica, do espaço urbano local, está a cada dia mais especializada tanto a nível da indústria, quanto do setor de comércio e serviços. 2.15) Caracterização da cidade de Uberlândia 2.15.1) Segundo o PlanHab - Plano Nacional de Habitação A definição de diretrizes para a priorização de políticas, programas e ações regionais visando atender à demanda por moradia digna e reduzir o déficit habitacional básico baseia-se na construção de uma tipologia das cidades, a partir das características das microrregiões na qual se inserem e de indicadores locais, os quais permitem a caracterização das cidades, dos níveis de pobreza e desigualdade social, identificando a maior ou menor incidência de problemas urbanísticos e sócio-ambientais e, também, identificando se a cidade dispõe ou não de meios materiais para enfrentá-los. De acordo com o PlanHab as cidades foram agrupadas em tipos a partir destes indicadores. Os onze tipos de municípios definidos para as quantificações e análises elaboradas foram adotados como critério de regionalização para o cálculo e análises do déficit habitacional urbano acumulado e da projeção de demandas futuras por domicílios. Uberlândia se enquadra no Tipo D - Espaços urbanos aglomerados e centros regionais do Centro-Sul. São “municípios situados em regiões com alto estoque de riqueza, com importância como centros polarizadores em sua microrregião. São cidades com população inferior ao Tipo B, se aproximando do patamar inferior, de 100mil habitantes. Os demais indicadores são bastante semelhantes aos municípios de Tipo B, como altos padrões de desigualdade, e alto déficit habitacional absoluto”. 56 Quadro - Tipologia de municípios utilizada nas análises Mais de 100 mil habitantes Entre 20 e 100 mil hab 20 mil hab A - Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo B - Principais aglomerações e capitas ricas C - Aglomerados e capitais prósperas N e NE D - Aglomerados e centros regionais Centro Sul E - Aglomerados e centros regionais N e NE F - Centros urbanos em espaços rurais prósperos G - Centros urbanos em espaços rurais consolidados, com algum grau de dinamismo. H - Centros urbanos em espaços rurais com elevada desigualdade e pobreza I - Pequenas cidades em espaços rurais prósperos J - Pequenas cidades em espaços rurais pobres, com menos de baixo dinamismo. K - Pequenas cidades em espaços rurais pobres, com alto dinamismo. Elaboração: Consórcio Instituto Via Pública / LabHab-Fupam / Logos Engenharia, a partir do Estudo Tipologia das Cidades Brasileiras do Observatório das Metrópoles, 2005. Figura - Tipologia de municípios, tipos A a E. Elaboração: Consórcio Instituto Via Pública / LabHab-Fupam / Logos Engenharia, a partir do Estudo Tipologia das Cidades Brasileiras do Observatório das Metrópoles, 2005. Fonte: www.cidades.gov.br Nos municípios tipo A, B, C, D e E, com mais de 100 mil habitantes e Aglomerações Urbanas, são aqueles que mais concentram déficit habitacional. São poucos municípios (575), que concentram 46% do déficit habitacional total. 57 Neste conjunto de municípios estão também as mais altas taxas de crescimento populacional. O conjunto dos municípios apresenta taxas de crescimento elevadas, variando de 1,49% a 2,73%. Destaca-se que uma alta porcentagem de municípios apresenta taxa de crescimento superior a 3%. Tabela - Taxa de crescimento da população por tipo de município A a E, 2000 Número total de Taxa de crescimento % de municípios com Municípios ao ano 1991-2000 crescimento acima de 3% 54 1,49 47% Tipo A 187 2,73 35% Tipo B 63 2,15 44% Tipo C 215 1,95 40% Tipo D 57 2,01 35% Tipo E Fontes básicas: Censo Demográfico IBGE, 2000; Tipologia de Cidades, 2005; FJP, 2000. Elaboração Consórcio Instituto Via Pública / LabHab-Fupam / Logos Engenharia. 2.15.2) Segundo o CEBRAP – Centro de Estudos da Metrópole As estimativas de assentamentos precários para a região “Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste” mostram variações significativas quanto à dimensão do problema, tanto entre os municípios de uma mesma região como entre as distintas regiões, assim como diferenças quanto às características de precariedade conteúdos sociais, o acesso a serviços de infra-estrutura urbana, tipo de ocupação e padrão construtivo. Ainda que as estimativas sejam mais baixas em relação à média nacional, as condições sanitárias, especialmente o acesso a esgotamento sanitário, são bem inferiores aos padrões médios nacionais e revelam uma importante demanda potencial por esse tipo e política. O conjunto denominado “Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste” é composto por uma seleção de 70 municípios para o estudo, pertencentes aos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. No estado de Minas Gerais foram selecionados 36 municípios, sendo Uberlândia um deles. Deste conjunto, cerca de 60% abrigam menos de 20 mil habitantes em áreas urbanas, destacando-se, dentre os maiores, Campo Grande, Uberlândia, Cuiabá, Juiz de 58 Fora, Montes Claros, Anápolis, Uberaba, Governador Valadares, Ipatinga e Várzea Grande, todos com um contingente populacional maior que 500 mil habitantes. As estimativas dos assentamentos precários para essa região foram calculadas comparando, entre si, os 70 municípios citados. Assim, os setores censitários desses municípios classificados como precários apresentavam características muito similares em termos socioeconômicos e habitacionais. A identificação dos setores precários para esta região aponta para uma estimativa de cerca de 75 mil domicílios urbanos neste tipo de setor (5,21% do total de domicílios), uma estimativa relativamente baixa em termos relativos quando comparada à média nacional, com um contingente populacional de quase 300 mil pessoas (ou 5,66% da população total desse conjunto de municípios) residente em áreas urbanas. No entanto, no caso desta região, dependendo do município analisado há uma variação muito grande da presença de domicílios e pessoas em assentamentos precários. Além da variação entre os municípios de uma mesma região, cabe destacar também que as estimativas calculadas para cada região apontam que o problema apresenta dimensões bastante variadas entre as regiões do país, tanto em termos absolutos como em termos reativos. Ao mesmo tempo, as estimativas revelam conforme o modelo estatístico elaborado para cada região - que as características de precariedade, como os conteúdos sociais, o acesso a serviços de infra-estrutura urbana, o tipo de ocupação e o padrão construtivo, por exemplo, podem variar significativamente em cada região do país, constituindo expressivas heterogeneidades. Em Uberlândia essas estimativas podem ser observadas nas Tabelas abaixo. Tabela – Estimativa de domicílios em assentamentos precários em áreas urbanas*. Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste, 2000 – Uberlândia. Região Nome do município Domicílios em Setores Subnormais (A) Domicílios em Setores Precários (B) Estimativa de Domicílios em Assentamentos Precários (A + B) Total de Domicílios em todos os Tipos de Setores % de Domicílios em Assentamentos Precários Demais Municípios de MG e Centro-Oeste Uberlândia 0 3.171 3.171 141.128 2,25 Fonte: Elaboração CEM/Cebrap a partir do Censo Demográfico IBGE (2000). * Inclui setores em área rural de extensão urbana. 59 Tabela – Estimativa da população residindo em assentamentos precários em áreas urbanas*. Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste, 2000 – Uberlândia. Região Nome do município Domicílios em Setores Subnormais (A) Domicílios em Setores Precários (B) Estimativa de Domicílios em Assentamentos Precários (A + B) Total de Domicílios em todos os Tipos de Setores % de Domicílios em Assentamentos Precários Demais Municípios de MG e Centro-Oeste Uberlândia 0 11.669 11.669 487.472 2,39 Fonte: Elaboração CEM/Cebrap a partir do Censo Demográfico IBGE (2000). * Inclui setores em área rural de extensão urbana. Em Uberlândia os setores precários identificados estão distribuídos pelas diferentes regiões do município, espalhados pela mancha urbana de forma não contígua. Mapa – Distribuição espacial dos setores censitários segundo tipo de assentamento. Municípios de Uberaba e Uberlândia (Minas Gerais) Fonte: Elaboração CEM/Cebrap a partir do Censo Demográfico IBGE (2000). 60 3) Atores Sociais e suas Capacidades No âmbito das políticas públicas, a participação popular teve um discreto avanço, na década de 70, após a ditadura militar, firmando-se como prática de mudança para as questões relacionadas aos direitos sociais, de Assistência Social, Saúde e Habitação. A partir dos anos 80, vários movimentos populares organizados lutaram por descentralizar as ações administrativas, em busca de um novo modelo de gestão que incluísse os saberes e as necessidades do povo, considerando-os prioritários e de interesse social. Os movimentos sociais, como estratégia que consolida e dá profundidade à democracia, é condição indispensável para elaboração, deliberação e controle social das políticas públicas, assim como para a transformação social. A importância do controle social e da ativa participação das classes menos favorecidas nas definições das políticas públicas concretizou-se nas conferências nacionais de saúde e de outros setores, como a Assistência Social e Habitação. Os movimentos ganharam força e consistência através de Conselhos, de Organizações legais representativas da sociedade e da discussão em Fóruns Nacionais de Participação Popular, que encontram meios adequados para o avanço na relação governo e sociedade. Estes debates constituíam uma estratégia de participação popular que pressupunha uma organização autônoma da sociedade civil e a partilha de poder. Os canais institucionais, especialmente os conselhos de políticas públicas, seriam os espaços de decisões compartilhadas. O surgimento do Orçamento Participativo, como prática inovadora, multiplicouse em vários municípios com amplo reconhecimento, nacional e internacional. Neste contexto surge o FNPP - Fórum Nacional de Participação Popular – com a iniciativa de ONGS e a participação de outros atores, entre eles os movimentos sociais, pesquisadores de distintas organizações e equipes de prefeituras, sendo um espaço para sistematizar práticas democráticas e debater os desafios ao exercício integrativo do cidadão. O FNPP, através de seus integrantes, definiu uma agenda política que contemplou as experiências do Orçamento Participativo e dos Conselhos. Na virada do sec. XX e início do novo milênio o Brasil e a América Latina vivenciaram um paradoxo na política democrática. Nos anos 80 e 90, enquanto se 61 estabelecia a prática da democracia formal, crescia o número de excluídos no status social e aumentava o percentual de índice da pobreza. Este fenômeno foi resultado da implantação das políticas neoliberais. O Fórum Social Mundial demonstrou a urgência em tornar a democracia uma prática consistente e estruturada em dois eixos fundamentais sendo estes, a inclusão social e a participação da sociedade. A participação cidadã adquire legitimidade e significado na construção da democracia. A partir de 2003 o FNPP teve novos desafios a conquistar. Ampliaram-se os espaços de participação social. A sociedade civil organizada foi convidada a conhecer e discutir o PPA 2004-2007. Surgiram assim novos Conselhos e multiplicaram-se as Conferências nos distintos segmentos sociais. Porém, na mesma proporção cresciam as inquietações entre diversos atores da sociedade civil sobre as limitações desses processos. Observava-se na prática governamental uma compreensão dos espaços participativos como mecanismos de “desabafo” e manifestação da sociedade ao invés de instâncias legais de deliberação compartilhada. O processo de discussão do PPA 20042007, ainda que cercado de expectativas positivas por diversos setores da sociedade civil, não teve continuidade nem resultados efetivos por deliberação participativa. Faltaram instrumentos de controle social do orçamento federal. As inúmeras propostas aprovadas nas conferências sobre políticas sociais encontraram dificuldades em sua execução devido às diretrizes da política macro-econômica do governo federal. Com este saldo, o FNPP, junto a outras redes de movimentos sociais e ONGs, formulou um projeto de desenvolvimento integral que fosse inclusivo, sustentável, com capacidade de distribuição de renda, riquezas e poder, construído a partir de amplo processo de mobilização social e participação cidadã. 62 3.1) Associações de Bairros A participação social ficou evidente a partir da contribuição da comunidade local, dos representantes legais de conselhos e associações, bem como do poder legislativo, que compareceram e contribuíram para o desenvolvimento de todo o trabalho nas 14 (quatorze) reuniões realizadas em toda a cidade. Pode-se comprovar este fato por meio dos documentos, relatórios, fotografias e atas das reuniões (anexo I, volume II) onde sempre estão presentes todos os segmentos da sociedade, com seus representantes legais e outros membros e lideranças comunitárias. A participação da sociedade aconteceu em algumas reuniões por meio das Associações Sem Fins Lucrativos e/ou comunitárias. Esta é uma entidade de direito privado, dotada de personalidade jurídica e caracterizada pelo agrupamento de pessoas para a realização e consecução de objetivos e ideais comuns, sem finalidade lucrativa e têm diversos objetivos, tais como: a) Associações de classe ou de representação de categoria profissional ou econômica; b) Instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, etc.; c) Entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados - ex.: clubes esportivos; centrais de compras; associações de bairro, moradores, etc.; d) Associações com objetivos sociais que observam o princípio da universalização dos serviços - Ex.: promoção da assistência social; promoção da cultura, patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da saúde e educação; preservação e conservação do meio ambiente; promoção dos direitos humanos, etc. As atividades previstas na letra "d", acima, são atribuídas às ONGs, podendo ser qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público perante o Ministério da Justiça, a fim de firmar TERMO DE PARCERIA com o Poder Público e obter repasses de recursos para o fomento destas atividades, observados os dispositivos previstos na Lei nº 9.790, de 23/03/99 e Decreto nº 3.100, de 30/06/99. Em sentido mais amplo, associação é qualquer iniciativa formal ou informal que reúna pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando 63 superar dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. Formalmente, qualquer que seja o tipo de associação ou seu objetivo, pode-se dizer que é uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses e que sua constituição permite a construção de condições maiores e melhores do que as que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. A participação da sociedade civil nas questões da comunidade é condição básica para a consolidação da democracia. Permanentemente, os diversos segmentos da população devem levar ao conhecimento do governante suas demandas e interesses, propor políticas públicas e acompanhar de perto a sua implementação. Os Conselhos de Cidadania têm se mostrado, nesse sentido, um eficiente meio de participação da sociedade civil, permitindo a discussão dos problemas da comunidade com o Governo e a busca de soluções compartilhadas. Eles são compostos por representantes do governo e da sociedade civil empenhados em discutir, programar a avaliar, conjuntamente, as políticas públicas voltadas para determinado segmento da população em situação de maior vulnerabilidade, podendo encaminhar denúncias, sugerir projetos, fiscalizar a atuação do Poder Público, exercendo, assim, importante papel na alteração do quadro social e cultural da comunidade. Desta forma, a participação dos Conselhos e Associações Comunitárias nas reuniões participativas foi fundamental, sendo todos convocados por meio de ofício e contatos telefônicos, para estarem presentes nas respectivas reuniões. Segue relação dos Conselhos existentes no município bem como relação de associações/entidades. Setor Central: Daniel Fonseca - Rua Varginha - nº81 - Representante: Pedro Jorge dos Osvaldo Rezende - Rua Indianópolis - nº2579 - Representante: Osmirio Reis Alves de Oliveira Martins - Rua Artur Bernardes - nº1201 - Representante: Celso Cardoso Nossa Senhora Aparecida - Rua Tupaciguara - nº732 - Representante: Mário Roberto Marlon da Rocha 64 Brasil - Rua Santa Catarina - nº1654 - Representante: Maria Eunice Vaz Cazeca - Rua Hortêncio de Morais - nº1519 - Representante: Graciemilia Sousa Ferreira Silva Lídice - Rua Michele Virno - nº3281 - Representante: Romerson Stefhane Amâncio Setor Norte: Jardim Brasília - Rua Estrela Dalva nº773 - Representante: Sebastião Marques Calixto Maravilha - Rua Mateus nº545 - Representante: Elton Vicente Silva Minas Gerais - Rua Monteiro Lobato nº1139 - Representante: Rodi Nei Marta Helena e Industrial - Rua Piauí nº237 - Representante: Bem Hur Borges Rodrigues Moreira Pacaembu - Rua Maria José Conceição nº158 - Representante: Meneses Presidente Roosevelt - Rua Cabral Menezes nº330 - Representante: Batista Luciano Pereira da Silva Residencial Gramado - Alameda W22 n º141 - Representante: Élcio Gomes Santos Santa Rosa e Liberdade - Rua Agostinho dos Santos nº65 - Representante: Angélica C. F. Mota São José - Rua Piratininga nº245 - Representante: Ismael Soares Coelho Setor Sul: Granada - Rua João Batista de Melo nº195 - Representante: Valdison Beltrão da Silva Jardim Karaíba - Rua Helvécio Schiavinato nº218 - Representante: Fernando Tavares Lagoinha - Rua São Thomaz de Aquino nº630 - Representante: Luciano de Oliveira Laranjeiras - Rua Zaire nº100 - Representante: Telma Santos de Castro 65 Pampulha - Rua Barão de Ouro Pret nº685 - Representante: João Divino Dutra Cunha Patrimônio - Rua José Humberto Alves nº176 - Representante: Lucas Carlos de Oliveira Santa Luzia - Rua Cornélio Arantes nº147 - Representante: Deusdete de São Jorge - Rua Wilson Cunha nº545 - Representante: Hélio de Oliveira Moura Barbosa Shopping Park - Rua Ivete Cordeiro Silva nº399 - Representante: Milton Teixeira de Oliveira Setor Leste: Aclimação - Pça. José Alves Santos nº2 - Representante: Vamberto Figueiredo Batista Alto Umuarama - Rua Francisco Bueno Monteiro nº34 - Representante: Divino Tadeu Nascimento Alvorada - Rua Reoron de Matos nº122 - Representante: Edson Divino Nogueira Custodio Pereira - Av. Cesário Alvim nº4801 - Representante: Carlos Andrade Jardim Ipanema - Av. Sideral nº1451 - Representante: José Carlos Ramos Militão Mansões Aeroporto - Alameda Ásia nº350 - Representante: Thogo José Lemos dos Santos Morumbi - Rua Camaleão nº518 - Representante: Luciano Ferreira dos Santa Mônica - Rua Alverto Cabral nº354 - Representante: Carlos Santos Henrique Cardoso Segismundo Pereira - Rua Jamil Abrão nº225 - Representante: Edivaldo Queiroz Magalhães Tibery - Av. Ilália nº355 - Representante: Edson Abadio Fernandes dos Santos 66 Setor Oeste: Dona Zulmira - Av. José Fonseca e Silva nº158 - Representante: Irai Pereira da Silva Guarani - Rua da Rumba nº365 - Representante: Flávio Marques Gonçalves Jardim Holanda - Alameda Bertoldo Antônio Borges nº 220 - Representante: Luiz Cézar Rodrigues Jardim Canaã - Rua Jerusalém nº1148 - Representante: Itamar José de Jardim das Palmeiras - Rua das Pombas nº 196 - Representante: Wender Morais Marques Jardim Patrícia - Av. Estela Saraiva de Peano nº 571 - Representante: Lúcio Flávio da Silva Andrade Jaraguá - Rua Marfim nº154 - Representante: Henrique Peniche Luizote de Freitas - Av. José Fonseca e Silva nº407 - Representante: Vanderlei Inácio Mansour - Rua Rio Xingu nº409 - Representante: Leônidas Augusto da Planalto - Rua Onofre Pereira dos Santos nº415 - Representante: Silva Eurípedes Donizete Taiaman - Rua dos Taróis nº150 - Representante: Vilma Silva Tocantins - Rua José Gomes Ribeiro nº911 - Representante: Pr. Celso Rosa de Melo Fonte: http://www.dhnet.org.br/index.htm 67 3.2) Cooperativas Habitacionais e ONGs Dentre as cooperativas e ONGs que foram convocadas a participar do processo de debate aquela que mais se destacou foi a Ação Moradia, que é uma associação sem fins lucrativos, de caráter beneficente, assistencial e cultural, criada em 1993 e constituída como ONG em 2000. Inscrita no Conselho Nacional de Assistência Social sob n. RO124/2004 e reconhecida como de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, ela tem sede na cidade de Uberlândia, à Rua Canoas, 181, Bairro Morumbi. A Instituição tem como ponto forte de suas ações o apoio às famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social, tendo por finalidade básica prestar serviços gratuitos, de forma permanente, sem qualquer discriminação, e congregar iniciativas comunitárias, objetivando a promoção humana junto às comunidades de baixa renda, com ênfase na: Formação moral, profissional, cultural e cidadã; Segurança alimentar através da distribuição de alimentos sob a forma de “cestas básicas”; Auxílio à moradia, através de subsídio à compra de material de construção e apoio técnico; Saúde; Educação; Ensino de atividades profissionalizantes para o auto – sustento; Promoção às artes e à cultura. O processo de debate contou também com a participação da ONG Movimento da Terra, a qual faz parte do Instituto Pró Cidade Futura e possuí como DiretorExecutivo Frank Barroso, que é Membro do Conselho Estadual de Desenvolvimento Regional e Políticas Urbanas. 3.3) Associações empresariais, técnico/profissionais e/ou entidades de classe Assim como os Conselhos e Associações Comunitárias, as Associações empresariais, técnico/profissionais e/ou entidades de classes foram convidadas a fazer parte do processo de elaboração do Diagnóstico por meio das reuniões participativas. A sua convocação foi realizada por meio de ofício e/ou contato telefônico. Segue abaixo a relação daquelas que foram contatadas: Associação Antônio e Marcos Cavanis, Rua Iraque nº222, Bairro Laranjeiras; Associação de Moradores do Bairro Patrimônio e Morada da Colina, Av. das Américas nº333, Bairro Morada da Colina; 68 Associação Feminina do Bairro Guarani (AFEGU), Rua da Polca nº591, Bairro Guarani; Amigos da Vida S/C, Rua São Paulo nº805, Bairro Brasil; Associação Brasileira de Ajuda ao Menor, Rua Paris nº1260, Bairro Associação Comunitária Cristã Fé para Vencer, Rua do Espigão nº571, Tibery; Bairro Morumbi; Associação de Mães e Amigos da Criança e do Adolescente em Risco (AMAR), Rua do Feirante nº1121, Bairro Planalto; Associação Assistencial Vida e Esperança, Rua Pedro José Samora nº403, Bairro Santa Mônica; Associação de Apoio Comunitário - ASSACOM, Rua Francisco Galassi nº885, Bairro Patrimônio; Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, Rua Agenor Paes nº81, Bairro Centro; Associação Gera Vida de Assistência Social, Rua Alameda Himalaia nº50, Bairro Mansões Aeroporto; Associação Missionária Evangélica Vida - AMEV, Rua Espatódia nº15, Bairro Chácaras Panorama; Associação Feminina do Bairro Tocantins - AFETO Ana Neri, Rua Fausto Silvano Domingos nº171; Associação de Pais e Amigos de Excepcionais - APAE, Rua João de Barro nº396, Bairro Cidade Jardim; Associação dos Paraplégicos de Uberlândia - APARU, Rua Juvenal Martins Pires nº281, Bairro Jardim Patrícia; Associação Comunitária de Apoio a Pessoa Deficiente, Av. Constelação nº931, Bairro Jardim Brasília; Associação das Pessoas Potadoras de Deficiência Física de Uberlândia - ADEF, Av. Serra do Mar nº656, Bairro São Jorge; Associação de Apoio ao Deficiente do Liberdade, Rua Florianópolis nº500, Bairro Santa Rosa; Associação dos Deficientes Visuais de Uberlândia - ADEVIUDI, Av. Segismundo Pereira nº1355, Bairro Santa Mônica; 69 Associação Filantrópica de Assistência aos Deficientes Auditivos, Av. Prof José Inácio de Souza nº3201, Bairro Umuarama; Associação dos Surdos Mudos de Uberlândia -ASUL, Rua Geraldino Carneiro nº25, Bairro Luizote de Freitas; Casa da Fraternidade São Francisco de Assis, Rua do Médico nº80, Bairro Santo Inácio; Centro de Formação e Assistência Cultural Santa Luzia (CEFAC), Rua Geraldo Roberto Gerken nº281, Bairro Santa Luzia; Central de Ação Social Avançada (CASA), Rua Antônio Luiz de Mendonça nº93, Bairro Jardim Ipanema; Centro de Formação Comunitário São Francisco de Assis, Rua Horácio Ribeiro de Almeida nº230, Bairro Shopping Park; Centro Educacional do Menor Aura Celeste, Rua Osmar Sales Monteiro nº380, Bairro Roosevelt; Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade - Lar Espírita Alfredo Júlio, Rua Francisco Sales nº1000, Bairro Osvaldo; Centro Espírita Obreiros do Bem, Rua Nordau Gonçalves de Melo nº447, Bairro Santa Mônica; Creches Comunitárias Associadas de Uberlândia - Centro de Formação Canaã, Rua Fenícia nº221, Bairro Canaã; Casa de Evangelização Espírita Bosque de Damasco, Rua Erasmo Lozzi nº102, Bairro Roosevelt; Casa Espírita Eurípedes Barsanulfo de Educação Espiritual Infantil, Rua Muricy nº290, Bairro Morumbi; Casas Assistenciais Espíritas Eurípedes Barsanulfo, Rua Ângelo Zocoolli nº538, Bairro Custódio Pereira; Ceami - Reabilitação para a Vida, Rua Santa Bárbara nº800, Bairro Chácaras Panorama; Centro Espírita o Semeador, Rua Vinício Degani nº156, Bairro Vigilato Pereira. Clube de Mães Nossa Senhora da Abadia, Rua Visconde de Ouro Preto nº653, Bairro Custódio Pereira. 70 Conselho de Entidades Comunitárias de Uberlândia, Av. Getúlio Vargas nº1.753, Bairro Tabajaras; Conselho Comunitário de Desenvolvimento Rural da Comunidade de Sobradinho, Rua Belém nº273, Bairro Brasil; Conselho Comunitário de Desenvolvimento Rural de Terra Branca, Fazenda Terra Branca - CEP: 38.401-730; Conselho Comunitário de Desenvolvimento Rural do Distrito de Martinésia, Av. Aniceto Antônio da Silva s/n° - CEP: 38.414-000; Conselho Comunitário para o Desenvolvimento Rural da Região Capela dos Martins, Rua Cristina nº70, Bairro Cruzeiro do Sul; Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais – CREA-MG, Av. Nicomedes Alves dos Santos, 230, Bairro Morada da Colina Centro Evangélico de Reabilitação e Trabalho Orientado de Uberlândia - CERTO Rua Márcio Ribeiro da Silva nº301, Setor Chácaras Tubalina; Divulgação Espírita Cristã - Assistência Social Geral, AV. Viena nº534, Bairro Tibery; Fundação Cultural e Assistencial Filadélfia, Praça Manoel Barbosa nº71, Bairro Saraiva; Fundação de Apoio e Assistência SOS Criança, Rua Antônio Crescêncio nº1257, Bairro Nossa Senhora Aparecida; Fundação de Ação Social Evangélica Reverendo Adão Bomtempo (CEAC), Av. Atlântica nº975, Bairro Roosevelt; Fundação de Aprendizagem de Desenvolvimento Social ao Menor (FADESOM), Rua Osmar Sales Monteiro nº360, Bairro Roosevelt; Fundação Pró-Luz de Uberlândia, Rua Bernardo Cupertino nº442, Bairro Osvaldo Rezende; Fundação de Aprendizagem de Desenvolvimento Social ao Menor (DNA), Rua Osmar Sales Monteiro nº360, Bairro Roosevelt; Fraternidade Assistencial Missionária Estrela de Davi I, Rua BR-365 KM-641 Fazenda Rio das Pedras, Bairro Taiaman; Fraternidade Assistencial Missionária Estrela de Davi II, Rua São Tomaz de Aquino nº130, Bairro J. Ozanam; 71 Grupo de Oração Maranathá, Rua Prof. Pedro Bernardo nº39, Bairro Centro; Grupo Espírita Bezerra de Menezes, Rua Santa Vitória nº758, Bairro Tabajaras; Instituto Mãos Dadas, Av. Pará nº2104, Bairro Umuarama; Instituição Cristã Assistencial Social ICASU, Av. Rio Branco nº785, Bairro Centro; Instituição Lar de Maria de Nazaré, Rua Venezuela nº737, Bairro Tibery; Instituição Marcos Sahium, Av. Rio Acima Gleba 85/86, Chácaras Ibiporã; Instituto Virtus, Rua São Francisco de Assis nº96, Bairro Vigilato Pereira; Lar de Amparo e Promoção Humana - Centro de Formação I, Rua do Cinegrafista nº99, Bairro Planalto; Lar de Amparo e Promoção Humana - Centro de Formação II, Rua José Gonzaga de Freitas nº120, Bairro São Jorge; Lar de Amparo e Promoção Humana - Centro de Formação III, Rua Antônio Jorge Isaac nº1353, Bairro Morumbi; Lar de Amparo e Promoção Humana - Centro de Formação IV, Rua Vinícius de Morais nº40, Bairro Santa Rosa; Lar de Amparo e Promoção Humana - Centro de Formação V, Rua Renato José Luís nº90, Bairro Tocantins; Lar Espírita Maria Lobato de Freitas, Rua Ângelo Cunha nº25, Bairro São Jorge; Lar de Amparo ao Menor Viva a Vida, Rua Tomaz Falbo nº160, Bairro Santa Mônica; Lions Clube de Uberlândia Sete de Setembro, Av. Constelação nº324, Bairro Jardim Brasília; Missão Criança, Rua Euclides da Cunha nº920, Bairro Custódio Pereira; Missão Esperança, Av. Rural nº710, Bairro Jardim Brasília; Núcleo Servos de Maria de Nazaré, Rua Dr. Arnaldo G de Souza nº2275, Bairro Cidade Jardim; 72 Obras Sociais do Grupo Espírita Paulo de Tarso, Rua Alília Ferreira Diniz nº105, Bairro Pacaembu; Obras Sociais da Diocese de Uberlândia, Pç. Nossa Senhora Aparecida nº130, Bairro Aparecida; Refúgio de Amparo e Promoção Humana, Rua João Bernardes Silva nº181, Bairro Luizote Freitas; Sacolão Móvel Comunitário, Rua Coronel Antônio Alves Pereira nº400 - 5° andar - sala 512, Centro; Sociedade Eunice Weaver de Uberlândia (SEWU), Rua Quintino Bocaiúva nº2970, Bairro Lagoinha; SOS Ação Mulher/ Família Uberlândia, Rua Johen Carneiro nº1554, Centro; 3.4) Outros órgãos Municipais que se relacionam com a Habitação Na Prefeitura existem órgãos que apóiam os trabalhos relacionados à Habitação no município de Uberlândia, são Secretarias que auxiliam ou realizam em conjunto trabalhos relacionados à disponibilidade de habitação digna para a comunidade local. Segundo indicação da Secretaria Municipal de Habitação seguem abaixo aquelas que estão envolvidas com este trabalho: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho: Tem por finalidade planejar, coordenar, executar e implementar a política de assistência social, com ações direcionadas à criança, ao adolescente, ao jovem, à mulher, ao idoso, à família, à pessoa com deficiência, à população de rua e mendicante e ao trabalho. Secretaria Municipal de Meio Ambiente Tem como principais atribuições subsidiar e assessorar o prefeito nas políticas públicas de preservação e conservação do meio ambiente. Além disso, planejar, implementar, avaliar e acompanhar os planos, programas e projetos relativos à área de atuação da Secretaria, elaborar uma política ambiental em parceria com as demais 73 secretarias municipais, autarquias e fundações. É também a responsável por estabelecer, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município, programas destinados a proporcionar a melhoria das condições de vida da população e sua integração através de idéias e sugestões ao planejamento administrativo ambiental do Município Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte: Tem como principais atribuições promover estudos e pesquisas e propor planos e medidas que visem organizar o sistema viário e de transportes públicos do Município. E ainda, implantar e realizar a manutenção do sistema de sinalização das áreas de estacionamento, terminais e abrigos de coletivo, cadastrar e controlar informações sobre o sistema viário, sinalizações, equipamentos urbanos de trânsito e transportes e denominações de logradouros públicos, organizar e disciplinar o trânsito, em articulação com os órgãos estaduais afins, fiscalizar e controlar os serviços públicos relativos aos transportes coletivos concedidos ou permitidos pelo Município. Secretaria de Saúde: Tem como principais atribuições formular e coordenar a política municipal de saúde e supervisionar sua execução nas instituições que integram sua área de competência, em coordenação com o Conselho Municipal de Saúde. Além disso, participa do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde – SUS, no seu âmbito de atuação, em articulação com a direção estadual e nacional do Sistema. Secretaria de Educação: Tem como principais atribuições formular e coordenar a política municipal de educação e supervisionar sua execução nas instituições que compõem sua área de competência. Também faz parte de suas atribuições garantir igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, assegurar aos alunos da zona rural do Município a gratuidade e obrigatoriedade do transporte escolar e estabelecer mecanismos que garantam a qualidade do ensino público municipal. Além disso, valorizar os profissionais da educação, garantindo-lhes planos de carreira específicos dentro do serviço público municipal. 74 4) Necessidades Habitacionais 4.1) Conceitos Básicos Tendo como referência a metodologia desenvolvida pela fundação João Pinheiro, identificam-se dois segmentos distintos no conceito de necessidades habitacionais, os quais são: Déficit habitacional: está ligado diretamente às deficiências do estoque de moradias, englobando aquelas sem condições de habitabilidade devido à precariedade das construções ou em virtude de desgaste da estrutura física. Inclui ainda a necessidade de incremento de estoque, devido à coabitação familiar ou à moradia em imóveis construídos com fins não residenciais. Desta forma, pode ser entendido como “déficit por incremento de estoque” o qual contempla os domicílios improvisados e a coabitação familiar; e “déficit por reposição de estoque”, o qual refere-se aos domicílios rústicos acrescidos de uma parcela devida a depreciação dos domicílios existentes. Com relação a estes dois componentes, agregou-se o que se denominou ônus excessivo com aluguel, que corresponde ao número de famílias com renda familiar até três salários mínimos, que comprometem 30% ou mais de sua renda com pagamento de aluguel. Para melhor compreensão do cálculo do déficit habitacional, faz-se necessário o conhecimento dos seguintes conceitos: Domicílios Rústicos: são aqueles predominantemente “construídos” com material improvisado e devem ser repostos (reconstruídos), seja por que não apresentam paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, seja porque representam desconforto e riscos de contaminação por doenças e insalubridade. Domicílios improvisados: São locais utilizados como moradia tendo sido construídos com outra finalidade, denotando necessidade de novas habitações. Exemplos: caixas de papelão, vãos de pontes, carcaças de veículos. Cômodos alugados ou cedidos: famílias que moram em quartos ou cômodos alugados ou cedidos usando de forma comum áreas de acesso e equipamentos sanitários, com ausência de privacidade. Famílias conviventes: mais de uma família composta por pelo menos duas pessoas (famílias conviventes secundárias) residindo no mesmo domicílio da família considerada “principal”. 75 Inadequação de moradias: são aquelas que não proporcionam condições desejáveis de habitabilidade, o que não implica, contudo, em necessidade de construção de novas unidades. São considerados como inadequados os domicílios com carência de infra-estrutura, com adensamento excessivo de moradores, com problemas de natureza fundiária, em alto grau de depreciação ou sem unidade sanitária domiciliar exclusiva. Desta forma, compõem este déficit, os domicílios nas seguintes situações: Densidade excessiva: corresponde a domicílios que apresenta um número médio de moradores superior a três por dormitório. Não considera-se no cálculo deste indicador as famílias secundárias, já que estas foram incluídas no cálculo do déficit habitacional. Inadequação fundiária urbana: situação na qual pelo menos um dos moradores do domicílio declara ter a propriedade da moradia, mas informa não possuir a propriedade, total ou parcial, do terreno ou a fração ideal de terreno em que ela se localiza. Carência de serviços de infra-estrutura: situação na qual o domicílio não dispõe de pelo menos um dos seguintes serviços: energia elétrica; abastecimento de água por rede com canalização interna; esgotamento sanitário por fossa séptica ou por rede; coleta de lixo direta ou indireta. Inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva: domicílio que não dispõe de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio. 4.2) Características do Contingente Populacional que demanda Investimentos Habitacionais Levando em consideração que a população de 0 a 3 salários mínimos não tem acesso aos financiamentos do sistema da habitação tradicional na aquisição de uma moradia, logo necessita do apoio público. O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social tem o objetivo de atuar junto a esta parcela da população de forma de propiciar a moradia digna. De acordo com o programa Minha Casa Minha Vida, a população de 3 até 6 salários mínimos carente de habitação tem na parceria público privado a oportunidade de adquirir moradias de qualidade dentro da sua capacidade financeira. 76 Acima de 6 até 10 salários mínimos encontram famílias que demandam moradias próprias e estas têm na iniciativa privada juntamente com os agentes financiadores a possibilidade de adquirir seu imóvel. Acima de 10 salários mínimos encontram-se famílias que detêm as condições básicas para aquisição de uma unidade habitacional. 4.2.1) Distribuição da Renda domiciliar per capita Renda Domiciliar per capita Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - até 1 salário mínimo - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 1 a 2 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 2 a 3 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 3 a 5 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 5 a 10 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 10 a 20 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - mais de 20 salários mínimos - municípios vigentes em 2001 Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade - rendimento nominal mensal - sem rendimento - municípios vigentes em 2001 49.920 habitantes 74.502 habitantes 40.324 habitantes 42.010 habitantes 36.225 habitantes 15.390 habitantes 8.839 habitantes 149.170 habitantes Fonte: IBGE, Resultados da Amostra do Censo Demográfico 2000 - Malha municipal digital do Brasil: situação em 2001. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. NOTA: Informações de acordo com a Divisão Territorial vigente em 01.01.2001. 4.2.2) População A população de Uberlândia cresceu muito nos últimos anos, muito acima do percentual de muitas cidades da região. Tabela 1 - Evolução Populacional Ano População 1991 367.061* 1996 437.193* 2000 501.214* 2007 608.369** 77 2009 634.345*** Fonte: *IBGE - População e Domicílios – Censo 2000. **IBGE-Estimativa 2007. *** IBGE – Estimativa Populacional PNAD. 4.2.3) População com Renda até 3 Salários Mínimos Os dados abaixo referem-se à população do município residente, com 10 anos ou mais de idade de acordo com seu rendimento nominal mensal. Tabela 4 – Rendimento nominal mensal Renda Até 1 salário mínimo 1 a 2 salário mínimos 2 a 3 salários mínimos 3 a 5 salários 5 a 10 salários mínimos Acima de 10 salários mínimos Acima de 20 salários mínimos Sem rendimentos TOTAL N° de pessoas 49.920 74.502 40.324 42.010 36.225 15.390 8.839 149.170 416.380 Percentagem 12% 18% 10% 10% 9% 4% 2% 36% 100% Fonte: IBGE - População e Domicílios – Censo 2000 Considerando a falta de uma contagem atualizada pode-se estimar a quantidade de pessoas por rendimento mensal para o ano de 2009 a partir da percentagem definida pelo Censo 2000. Por este teríamos os seguintes números: Renda Até 1 salário mínimo 1 a 2 salário mínimos 2 a 3 salários mínimos 3 a 5 salários 5 a 10 salários mínimos Acima de 10 salários mínimos Acima de 20 salários mínimos Sem rendimentos Nº. de Pessoas 76.121 114.182 63.435 63.435 57.091 25.374 12.687 228.364 Percentagem 12% 18% 10% 10% 9% 4% 2% 36% TOTAL 634.345 100% 78 A estimativa considerada totaliza um número de 253.738 pessoas com renda de até 3 salários mínimos o que representa 40% do total da população. Isso sem considerarmos aquelas que não tem ou não informaram rendimentos. 5) Identificação e quantificação dos assentamentos precários em Uberlândia 5.1) Tipologias existentes De acordo com a Fundação João Pinheiro os assentamentos precários podem ser identificados de acordo com sua tipologia. Cortiços: Habitação coletiva, constituída por edificações subdivididas em cômodos alugados, subalugados ou cedidos a qualquer título; super lotados e com instalações sanitárias de uso comum dos moradores dos diversos cômodos; Existem dois tipos: localizados em áreas centrais ou em favelas, loteamentos de periferia. Os Cortiços são geralmente habitados por pessoas de classe mais baixa. Essas pessoas ou estão desempregadas, ou, têm empregos pouco valorizados e de baixa remuneração (não têm acesso a direitos básicos do trabalhador, como: FGTS, 13º salário, férias, entre outros), ou se submetem a subempregos (não têm registro em carteira e não tem como reclamar por seus direitos). As famílias que habitam tais locais são normalmente numerosas, com média de 6 (seis) integrantes cada família, nas quais, nem sempre, todos têm emprego fixo e registrado. Em Uberlândia a Prefeitura Municipal não dispõe de informações precisas e completas sobre o número e localização de cortiços, por isso, deve-se registrar a dificuldade de identificação dos mesmos, que podem se apresentar sob diversos arranjos, inclusive como casas de fundos (com instalação sanitária comum) de uma edificação regular. Não foi possível, no âmbito da elaboração deste PLHIS, identificar o universo de cortiços de Uberlândia. Para identificar esse tipo de assentamento e o perfil da população moradora será necessário realizar pesquisa e estudo específico. Conjuntos habitacionais degradados: São aqueles produzidos pelo setor público que se encontram em situação de irregularidade ou degradação, demandando ações de reabilitação ou adequação. Os conjuntos habitacionais da cidade se encontram em bom estado de conservação, não demandando a necessidade de intervenção, porém 79 deverá ser levado em consideração a constante manutenção destes conjuntos para que os mesmos não se tornem déficit habitacional no futuro. Assentamentos Precários A Prefeitura de Uberlândia, por meio do Núcleo de Uso do Solo da SEPLAN, contabilizou 12 assentamentos precários na área urbana, sendo 2 favelas e 10 loteamentos irregulares8. A equipe técnica da Consultoria também fez um levantamento e contabilizou mais 4 favelas que não estavam contidos nos dados oficiais, totalizando 16 assentamento precários. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia Estima-se que residam cerca de 15.962 pessoas nesse conjunto de assentamentos. 8 Classificação de acordo com os conceitos do Programa Capacidades - Qualificação em Gestão Municipal/2009. 80 Esse número foi estimado por meio do cruzamento de dados emitidos pela Prefeitura Municipal de Uberlândia e dados elaborados pela equipe técnica da Consultoria através da contagem de domicílios por meio de fotos aéreas, multiplicados pelo índice de habitantes por domicílio dos bairros com as mesmas características. Favelas: “Assentamentos que carecem de direito de propriedade, e constituem aglomerações de moradias de uma qualidade abaixo da média. Sofrem carências de infra-estrutura, serviços urbanos e equipamentos sociais e/ou estão situados em áreas geologicamente inadequadas e ambientalmente sensíveis”. (UNHABITAT) “Aglomerado de domicílios auto-construídos, dispostos de forma desordenada, geralmente denso e carente de serviços públicos essenciais, ocupando terreno de propriedade alheia (pública ou particular)”. (Ministério das Cidades) Favelas ou assentamentos precários é uma realidade em grande parte dos municípios com mais de 100.000 hab. no Brasil. Em Uberlândia não é diferente. Essas ocupações são oriundas ou de loteamentos irregulares ou de invasões de terras. Foram identificados 6 de tipologia favela. Sendo as seguintes: Celebridade: trata-se de uma ocupação das áreas de recreação e institucional do loteamento São Francisco/Joana D‟arc. Apesar de ser um assentamento irregular, o local tem a configuração de um loteamento. Possui aproximadamente 663 domicílios, com uma população de 2.446 habitantes9. Esperança III: é um parcelamento não aprovado pela prefeitura, mas que tem a configuração de loteamento. Possui aproximadamente 32 domicílios e uma população de 115 habitantes10. Em visita a vários assentamentos na cidade, a equipe técnica da Consultoria verificou que existiam algumas favelas que não estavam contidas nos dados oficiais. Então foram identificadas 4 favelas e a contagem de domicílios foi feita através de imagens de satélite, retiradas do UdiGis (site oficial da PMU), onde chegou-se a um total de 131 domicílios, com uma população estimada em 474 habitantes como descrito abaixo: 9 Levantamento realizado pela Consultoria. Dados da Prefeitura Municipal de Uberlândia. 10 81 APP Córrego Cavalo: 17 domicílios com uma população de 63 habitantes. APP Córrego Lagoinha: 29 domicílios com uma população de 80 habitantes. Área Institucional Morada Nova: 58 domicílios com uma população de 231 habitantes. Celebridade (área de risco): ocupação da faixa de domínio da rede de alta tensão da CEMIG. Possui aproximadamente 27 domicílios, com estimativa populacional de 100 habitantes.11 Estima-se, então, que a população residente nesses assentamentos precários tipo favelas seja de 3.035habitantes, em um total de 826 domicílios. Loteamentos irregulares: ocupação de áreas privadas onde os moradores possuem relação contratual com os proprietários (loteadores) sendo, portanto, portadores de documentos aquisitivos de lotes ou frações ideais de terrenos. Nesta categoria enquadram-se os loteamentos irregulares e os clandestinos12. Geralmente são caracterizados pela autoconstrução das unidades habitacionais e pela ausência ou precariedade de infra-estruturas urbanas básicas. De acordo com dados da prefeitura Municipal, Uberlândia possui 10 (dez) loteamentos irregulares, sendo eles: Bela Vista: o parcelamento não foi aprovado pela prefeitura, entretanto os proprietários possuem matricula dos imóveis. Não existe ocupação da área do loteamento. Chácaras Bela Vista (reloteamento): parcelamento in loco de alguns lotes, sendo que alguns tem projetos de parcelamento. Possui 285 domicílios e uma população de 1051 habitantes. Jardim Prosperidade: projeto do loteamento não aprovado pela prefeitura por falta de apresentar a titularidade da área. Possui 337 domicílios e uma população de 1.243 habitantes. 11 Levantamento realizado pela Consultoria. Classificação de acordo com os conceitos do Programa Capacidades - Qualificação em Gestão Municipal/2009. 12 82 Jardim Prosperidade (prolongamento): propriedade do espólio de João da Costa Azevedo. Possui 153 domicílios e uma população de 564 habitantes. Prosperidade II: propriedade do espólio de João da Costa Azevedo. Possui 259 domicílios e uma população de 955 habitantes. Residencial Dom Almir: possui projeto aprovado desde 1991, mas seu registro foi cancelado. Possui 219 domicílios e uma população de 808 habitantes. São Francisco/Joana D’arc: área declarada de utilidade pública para fins de desapropriação. Possui projeto de loteamento aprovado pela prefeitura. Possui 1.385 domicílios e uma população de 5.110 habitantes. Joana D’arc II: propriedade do espólio de João da Costa Azevedo. Possui 243 domicílios e uma população de 897 habitantes. Minas Brasil: existe projeto de loteamentos aprovado pela prefeitura, porém não tem uma definição quanto à titularidade da área. Possui 635 domicílios e uma população de 2.299 habitantes. Vila Jardim: não houve aprovação do loteamento na prefeitura, entretanto os proprietários possuem matriculas dos imóveis registrados no cartório de registro de imóveis. Não existe ocupação da área do loteamento. Podemos perceber que existe um total de aproximadamente 3.516 domicílios com 12.927 habitantes vivendo em assentamentos precários do tipo loteamentos irregulares. Consolidando os dados dos assentamentos precários, chegamos a seguinte tabela: Tipologia Favela Nº assentamentos % Domicílios % População % 6 37,50 826 19,02 3.035 19,01 Loteamentos irregulares 10 62,50 3.516 80,98 12.927 80,99 Total 16 100 4.342 100 15.962 100 83 5.2) Metodologia para identificação e quantificação dos domicílios em favelas e loteamentos irregulares. A partir das discussões em reuniões técnicas com a equipe da Prefeitura, a equipe técnica da Consultoria, e os dados disponíveis, foram consolidados o levantamento e mapeamento das famílias em assentamentos precários urbanos com base nas seguintes fontes e metodologias de coleta de dados: Cadastro do Núcleo de Uso do Solo da SEPLAN - Secretaria de Planejamento Urbano. Contagem in loco e delimitação da área através do reconhecimento por ortofotos de 2004 e imagens de satélite de 2007 retiradas do UDIGIS online; Estimativa populacional através do “índice de habitante/domicílio” dos bairros com as mesmas características físicas e socioeconômicas. 5.3) Classificação dos assentamentos segundo a categoria de intervenção. De início, os assentamentos foram classificados nas categorias seguintes, segundo tipos e níveis de intervenções realizadas: Urbanizados: assentamentos onde já foram totalmente concluídos os serviços de urbanização elencados a seguir: reparcelamento do solo (divisão em lotes, definição do sistema viário e de áreas livres e institucionais), infra-estrutura básica (rede oficial de coleta de esgotos; rede de abastecimento de água com ligações domiciliares; sistema de drenagem das águas pluviais; abertura, consolidação e pavimentação do sistema viário; rede de energia elétrica com ligações domiciliares), obras de geotecnia necessárias para a consolidação geotécnica e eliminação de eventuais situações de risco. Podemos identificar como assentamentos urbanizados os loteamentos Residencial Dom Almir, São Francisco/Joana D‟arc, Jardim Prosperidade, Jardim Prosperidade (Prolongamento), Prosperidade II, Joana D‟arc II e Minas Brasil. Urbanizados parcialmente: assentamentos onde tenham sido executados alguns serviços, como redes de água e esgoto; que apresentem um setor claramente definido espacialmente ou onde já tenham sido totalmente concluídos os serviços de urbanização 84 conforme descritos no item anterior e onde, no restante do assentamento, não existam obras de urbanização em andamento. Podemos identificar como assentamentos urbanizados parcialmente os loteamentos Chácaras Bela Vista, Esperança III e Celebridade. Em processo de urbanização: assentamentos onde estejam sendo realizadas obras de urbanização, independente de sua fase, mesmo que já exista trecho claramente definido onde as obras estejam concluídas. Em processo de reassentamento: assentamentos não consolidáveis, cujos domicílios já estejam sendo reassentados para outras áreas, ou onde estejam em andamento as obras nas áreas de destino dos moradores. Com intervenções pontuais (melhorias): assentamentos consolidáveis ou não, onde tenham sido realizadas uma ou mais das seguintes obras: redes de água, esgotos, obras de drenagem, de contenção ou intervenções no sistema viário. Essas obras podem ou não estar inseridas num plano global de intervenção, determinado por um projeto completo de urbanização. Sem intervenção: assentamentos onde não tenha havido nenhuma intervenção quanto à realização de obras de infra-estrutura ou outras que sejam específicas do assentamento em questão (excetuando-se rede de abastecimento de água ou reparos em redes de esgoto não oficiais), ainda que os domicílios possam servir-se da infraestrutura circundante” 13. Podemos identificar como assentamento sem intervenção as áreas ocupadas nas APPs dos córregos do Cavalo e Lagoinha, Celebridade (área de risco), área institucional do Morada Nova, e os loteamentos irregulares não executados Vila Jardim e Bela Vista. Totalizando as informações, em síntese, no Quadro abaixo, os números de assentamentos e de domicílios segundo o tipo de intervenção realizada são: Intervenção realizada Nº assentamentos Urbanizados Urbanizados parcialmente 7 43,75 3.231 74,41 11.876 74,40 3 18,75 980 22,57 3.612 22,63 Sem intervenção 6 37,50 131 3,02 474 2,97 16 100,00 4.342 100,00 Total 13 % Domicílios % População % 15.962 100,00 DENALDI (2009) 85 5.4) Classificação dos assentamentos em função das condições urbanísticas, ambientais e jurídicas Para análise e classificação dos assentamentos em função das condições urbanístico-ambientais e jurídicas foram adotadas como referência as definições propostas por DENALDI (2008), que classifica os assentamentos precários em consolidados, consolidáveis e não consolidáveis. “Consolidados: são assentamentos que já estão integrados urbanisticamente e dotados de infra-estrutura básica. Não são necessárias intervenções físicas que alterem sua morfologia (reparcelamento de lotes, redefinição de sistema viário), assim como a execução de obras de infra-estrutura básica. Os assentamentos podem, porém, não estar regularizados e sua população pode apresentar demandas específicas por programas de pós ocupação, sociais e equipamentos e serviços públicos. Podemos identificar como assentamentos consolidados os loteamentos Residencial Dom Almir, São Francisco/Joana D‟arc, Jardim Prosperidade, Jardim Prosperidade (Prolongamento), Prosperidade II, Joana D‟arc II e Minas Brasil. Consolidáveis: são aqueles que apresentam condições favoráveis à recuperação urbanística e ambiental e ao reordenamento urbano (abertura ou readequação de sistema viário, implantação de infra-estrutura básica, regularização urbanística do parcelamento do solo), com ou sem necessidade de remoção (reassentamento) de parte das famílias moradoras. A remoção pode ser necessária para eliminar situações de risco, promover o desadensamento, viabilizar intervenções urbanas ou, ainda, em função de restrições legais à ocupação. Podemos identificar como assentamentos consolidáveis os loteamentos Bela Vista, Chácaras Bela Vista, Área Institucional do Morada Nova, Esperança III, Celebridade e Vila Jardim. Não consolidáveis: aqueles em que é inviável a recuperação urbanística e ambiental e o reordenamento urbano. São núcleos comprometidos por situações de risco e insalubridade não solucionáveis, como, por exemplo, os que se localizam sobre aterro sanitário, oleoduto, sistema viário estrutural, áreas de risco, de preservação ambiental e non aedificandi. Os núcleos “não consolidáveis” são objeto de intervenção do tipo “remoção” e reassentamento em novas áreas.” 86 Podemos identificar como assentamento não consolidáveis as áreas ocupadas nas APPs dos córregos do Cavalo e Lagoinha e o Celebridade (área de risco). Com base nos dados já analisados chegamos ao quadro abaixo: Nº Tipo de assentamento assentamentos % Domicílios % População % 7 43,75 3.231 74,41 11.876 74,40 Consolidados 6 37,50 1.038 23,91 3.843 24,08 Consolidáveis 3 18,75 73 1,68 243 1,52 Não consolidáveis 16 100,00 4.342 100,00 15.962 100,00 Total 5.5) Classificação dos tipos de intervenção segundo a Secretaria Nacional de Habitação A partir do pressuposto que os critérios para a caracterização dos assentamentos precários devem ter correspondência com as categorias de intervenção e que estas, por sua vez, são definidas em função da distância entre as características do assentamento e o conceito de moradia digna, adotou-se a classificação definida pela Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, que classifica os tipos de intervenção como: urbanização simples, urbanização complexa, reassentamento (ou realocação) e remanejamento (ou relocação). Os conceitos são explicitados a seguir: Urbanização: A urbanização viabiliza a consolidação do assentamento com a manutenção total ou parcial da população no local. Compreende a abertura, readequação ou consolidação do sistema viário, a implantação de infra-estrutura completa, o reparcelamento do solo (quando couber), a regularização fundiária e, quando necessária, a execução de obras de consolidação geotécnica, construção de equipamentos sociais e promoção de melhorias habitacionais. Podemos identificar como assentamentos que necessitam de urbanização os loteamentos Bela Vista, Chácaras Bela Vista, Área Institucional do Morada Nova, Esperança III, Celebridade e Vila Jardim. Urbanização Simples: Compreende a intervenção em assentamentos que possuem baixa ou média densidade, traçado regular, não apresentam necessidade de realização de obras complexas de infra-estrutura urbana, consolidação geotécnica e drenagem e apresentam índice baixo de remoções (até 5%). 87 Podemos identificar como assentamentos que necessitam de urbanização simples os loteamentos Residencial Dom Almir, São Francisco/Joana D‟arc, Jardim Prosperidade, Jardim Prosperidade (Prolongamento), Prosperidade II, Joana D‟arc II e Minas Brasil. Urbanização Complexa: compreende a intervenção em assentamentos com alto grau de densidade, em geral, tipo aglomerado, com alto índice de remoções, que não apresenta traçado regular e/ou com a necessidade de realização de complexas obras geotécnicas ou drenagem urbana tais como canalização de córregos, contenção de encostas, „criação de solo‟. Remanejamento (relocação): Trata-se de reconstrução da unidade no mesmo perímetro da favela ou assentamento precário que está sendo urbanizado. A população é mantida no local após a substituição das moradias e tecido urbano. É o caso, por exemplo, de áreas que necessitam de troca de solo ou aterro. Na maioria das vezes, a solução é a remoção temporária das famílias para execução de obras de infra-estrutura e construção de novas moradias. A intervenção, neste caso, também envolve a abertura de sistema viário, implantação de infra-estrutura completa, parcelamento do solo, construção de equipamentos (quando necessária) e a regularização fundiária. Reassentamento (realocação): Compreende a remoção para outro terreno, fora do perímetro da área de intervenção. Trata-se da produção de novas moradias de diferentes tipos (apartamentos, habitações evolutivas, lotes urbanizados) destinadas aos moradores removidos de assentamentos precários não consolidáveis ou consolidáveis. Podemos identificar como assentamentos que necessitam de reassentamento as áreas ocupadas nas APPs dos córregos do Cavalo e Lagoinha e o Celebridade (área de risco). Categoria de Nº intervenção assentamentos 7 Urbanização simples 6 Urbanização 3 Reassentamento 16 Total % 43,75 37,50 18,75 Domicílios 3.231 1.038 73 % 74,41 23,91 1,68 População 11.876 3.843 243 % 74,40 24,08 1,52 100,00 4.342 100,00 15.962 100,00 88 5.6) Situação fundiária Dentre os 16 assentamentos precários classificados nas categorias favela e loteamento irregular, situados na área urbana, 09 estão em terrenos de propriedade particular, 05 em área de titularidade pública, sendo que 02 estão em APPs, e os 02 restantes são ocupações em que não se tem identificado o título de propriedade. De acordo com dados da prefeitura, dos 09 assentamentos precários de propriedade particular, 7 deles advém do Espólio de João da Costa Azevedo, onde ocorreu judicialmente a partilha do imóvel mais foi contestada por pessoas que se diziam herdeiras. Então houve a anulação e pediu-se uma nova divisão da herança, e até a presente data não se conhece o desenlace da pendência. Apenas o loteamento Minas Brasil tem como titular a Prefeitura Municipal de Uberlândia, feita através de desapropriação. O assentamento no bairro Morada Nova está localizado em uma área institucional do bairro, portanto é de titularidade pública. Categoria do assentamento Favela Loteamento irregular Total Propriedade da terra Pública Privada Desconhecida 04 01 01 Total de assentamentos por categoria 06 01 08 01 10 05 09 02 16 Vale lembrar que deste quadro fazem parte as favelas e loteamentos que passaram por urbanização, onde falta, apenas, a regularização fundiária. 89 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - APP DO CÓRREGO LAGOINHA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ASSENTAMENTO PRECÁRIO APP DO CÓRREGO LAGOINHA SETOR SUL ESTIMATIVA POPULACIONAL 80* N° DE DOMICÍLIOS 29** HABITANTES / DOMICÍLIO 2,78*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS NÃO CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO REASSENTAMENTO TITULARIDADE DA ÁREA PÚBLICA ***Índice comparado - Bairro Lagoinha 90 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - APP DO CÓRREGO CAVALO ASSENTAMENTO PRECÁRIO APP DO CÓRREGO DO CAVALO SETOR OESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 63* N° DE DOMICÍLIOS 17** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,72*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS NÃO CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO REASSENTAMENTO TITULARIDADE DA ÁREA PÚBLICA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Tocantins 91 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - ÁREA INSTITUCIONAL MORADA NOVA ASSENTAMENTO PRECÁRIO ÁREA INSTITUCIONAL DO MORADA NOVA SETOR ZONA DE URBANIZAÇÃO ESPECÍFICA ESTIMATIVA POPULACIONAL 231* N° DE DOMICÍLIOS 58** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,98*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA PÚBLICA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado – Área rural de Miraporanga 92 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - CELEBRIDADE (ÁREA DE RISCO) ASSENTAMENTO PRECÁRIO CELEBRIDADE (ÁREA DE RISCO) SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 100* N° DE DOMICÍLIOS 27** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS NÃO CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO REASSENTAMENTO TITULARIDADE DA ÁREA CEMIG *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 93 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - CELEBRIDADE ASSENTAMENTO PRECÁRIO CELEBRIDADE SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 2.446* N° DE DOMICÍLIOS 663** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADOS PARCIALMENTE CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 94 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - ESPERANÇA III ASSENTAMENTO PRECÁRIO ESPERANÇA III SETOR NORTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 115* N° DE DOMICÍLIOS 32** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,62*** TIPOLOGIA FAVELA INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO PARCIALMENTE CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA PÚBLICA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Minas Gerais 95 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - MINAS BRASIL ASSENTAMENTO PRECÁRIO MINAS BRASIL SETOR NORTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 2.299* N° DE DOMICÍLIOS 635** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,62*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA PÚBLICA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Minas Gerais 96 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - CHÁCARAS BELA VISTA ASSENTAMENTO PRECÁRIO CHÁCARAS BELA VISTA SETOR OESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 1.051* N° DE DOMICÍLIOS 285** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO PARCIALMENTE CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA NOÉ BORGES DA CUNHA, RABIB DE JESUS MILKEN E ALTAMIR HÉLIO MIRANDA *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Jardim Canaã 97 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - RESIDENCIAL DOM ALMIR ASSENTAMENTO PRECÁRIO RESIDENCIAL DOM ALMIR SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 808* N° DE DOMICÍLIOS 219** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 98 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - SÃO FRANCISCO/JOANA D‟ARC ASSENTAMENTO PRECÁRIO SÃO FRANCISCO / JOANA D’ARC SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 5.110* N° DE DOMICÍLIOS 1.385** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 99 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - BELA VISTA ASSENTAMENTO PRECÁRIO BELA VISTA SETOR OESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 0 N° DE DOMICÍLIOS 0 HABITANTES / DOMICÍLIO 0 TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA NÃO IDENTIFICADO 100 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - VILA JARDIM ASSENTAMENTO PRECÁRIO VILA JARDIM SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 0 N° DE DOMICÍLIOS 0 HABITANTES / DOMICÍLIO 0 TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA SEM INTERVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDÁVEL CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO TITULARIDADE DA ÁREA IRANY ANECY DE SOUZA 101 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - JARDIM PROSPERIDADE ASSENTAMENTO PRECÁRIO JARDIM PROSPERIDADE SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 1.243* N° DE DOMICÍLIOS 337** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 102 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - JARDIM PROSPERIDADE (PROLONGAMENTO) ASSENTAMENTO PRECÁRIO JARDIM PROSPERIDADE (PROLONGAMENT0) SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 564* N° DE DOMICÍLIOS 153** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 103 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - PROSPERIDADE II ASSENTAMENTO PRECÁRIO PROSPERIDADE II SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 955* N° DE DOMICÍLIOS 259** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 104 ASSENTAMENTO PRECÁRIO - JOANA D‟ARC II ASSENTAMENTO PRECÁRIO JOANA D’ARC II SETOR LESTE ESTIMATIVA POPULACIONAL 897* N° DE DOMICÍLIOS 243** HABITANTES / DOMICÍLIO 3,69*** TIPOLOGIA LOTEAMENTO IRREGULAR INTERVENÇÃO REALIZADA URBANIZADO CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES URBANÍSTICAS, AMBIENTAIS E JURÍDICAS CONSOLIDADO CATEGORIA DE INTERVENÇÃO SEGUNDO A SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANIZAÇÃO SIMPLES TITULARIDADE DA ÁREA ESPÓLIO DE JOÃO DA COSTA AZEVEDO *N° de domicílios X Índice comparado **Contagem por imagem de satélite – UDIGIS Online ***Índice comparado - Bairro Morumbi 105 6) Déficit habitacional e Demanda demográfica futura Conhecer o quadro das necessidades habitacionais existentes no território é fundamental para a adequada formulação do PLHIS, uma vez que, quando mensuradas e caracterizadas, pode-se analisar e hierarquizar tais necessidades conforme as prioridades de atendimento e os recursos disponíveis. Assim, a quantificação e a qualificação das necessidades habitacionais - tanto aquelas acumuladas ao longo do tempo, como também as necessidades geradas pelas demandas demográficas futuras - contribuem sobremaneira para orientar o planejamento de ações e programas que possam atender às especificidades das situações identificadas no município e planejar seu desenvolvimento futuro. Em relação às necessidades acumuladas, as análises sobre o tamanho e o tipo de déficit habitacional dentro e fora de assentamentos precários vêm considerando a metodologia elaborada pela Fundação João Pinheiro (FJP), que se tornou referência nacional, adotada pelo Ministério das Cidades para orientar a Política Nacional de Habitação, pelos governos sub-nacionais, pelo campo acadêmico em geral e entidades profissionais. A FJP utiliza, em sua metodologia, um conceito amplo de necessidades habitacionais que engloba tanto o déficit habitacional (domicílios que demandam incremento e reposição do estoque de moradias), como o déficit qualitativo ou déficit por inadequação (o conjunto de domicílios em situações inadequadas de moradia, que demandam ações de melhorias do ponto de vista urbanístico e da regularização fundiária, sem a necessidade de produção de unidades novas). Contudo, é preciso destacar que a mensuração das necessidades habitacionais constitui um enorme desafio, uma vez que atualmente ainda enfrenta-se uma série de limitações com relação aos dados disponíveis. Em geral, informações precisas e atualizadas sobre o tamanho e as características do déficit habitacional, especialmente quando desagregadas para o nível municipal, têm sido insuficientes ou parciais e muitas vezes são elaboradas com metodologias pouco compatíveis entre si ao longo do tempo. Os cálculos apresentados pela FJP utilizam como base os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes aos Censos Demográficos e às PNADs - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Para o planejamento municipal, têm-se disponíveis nesse nível de desagregação apenas os dados da amostra e dos micro-dados do Censo Demográfico, classificados por setores 106 censitários (a menor unidade de análise disponibilizada pelo IBGE, que possibilita o maior detalhamento das situações sócio-espaciais intra-urbanas). Assim, como o último Censo foi realizado em 2000, deve-se ter em mente a limitação decorrente da defasagem temporal existente nos cálculos do déficit nos municípios e, conseqüentemente, de uma razoável desatualização em relação à realidade atual. Em relação às informações sobre os assentamentos precários especificamente, colocam-se ainda limitações relacionadas ao uso da classificação dos setores subnormais como proxy de moradores de favelas e loteamentos irregulares. Os setores subnormais referem-se a uma definição administrativa relacionada ao território (e não à população ou aos domicílios), adotada pelo IBGE para a pesquisa de campo. Segundo a definição do IBGE, tais setores são caracterizados por sua precariedade habitacional e de infra-estrutura, alta densidade populacional e ocupação de terrenos alheios. A delimitação de setores subnormais considera recenseamentos anteriores e informações municipais, o que implica - quando o IBGE não dispõe de informação precisa - que podem existir nos municípios diversas situações de assentamentos precários que, por possuírem alguma infraestrutura e estarem integrados ao entorno, não são classificados como setores subnormais; ou como o IBGE não considera como setores subnormais aqueles com menos de 50 domicílios, pequenos núcleos de assentamentos precários podem ficar de fora do cálculo dos setores subnormais; e, ainda, podem existir imprecisões decorrentes da delimitação de setores censitários muito extensos. Assim, pode-se afirmar que os dados sobre os assentamentos precários estimados com base nos setores subnormais do IBGE apresentam uma “tendência à subestimação, seja pelo subregistro de núcleos pequenos, seja pela desatualização dos polígonos de áreas precárias, em especial em regiões com crescimento demográfico intenso”. No entanto, em que pesem estas limitações, é preciso destacar que no nível local tais informações podem ser utilizadas como uma importante referência para o planejamento habitacional, especialmente se complementadas com outras, coletadas e produzidas pelo poder público municipal. 107 6.1) Metodologia de cálculo do Déficit O cálculo das necessidades habitacionais acumuladas do município de Uberlândia envolveu a análise e a compatibilização de dados e informações provenientes de diferentes fontes e metodologias disponíveis. Buscou-se analisá-las de forma complementar, para que fosse possível estimar, da forma mais precisa possível, o tamanho e as características das necessidades habitacionais atuais do município. Mas foram considerados: Os dados disponibilizados pela FJP - publicados em 2004 e elaborados com base nos dados do Censo Demográfico 2000; As estimativas e identificação espacial de setores censitários classificados como assentamentos precários do Centro de Estudo da Metrópole/ Cebrap - estudo elaborado para o Ministério das Cidades, publicado em 2007, também com base em dados do Censo Demográfico 2000; O número de ligações de energia residenciais disponibilizados pela concessionária de energia CEMIG O número de lotes residenciais que pagam IPTU, inseridos no Cadastro Imobiliário da Prefeitura Municipal de Uberlândia. O mapeamento dos assentamentos precários e levantamentos cadastrais das famílias residentes elaborados pelo Núcleo do Uso do Solo da SEPLAN - Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura Municipal de Uberlândia. O Índice Ideal Habitacional do Brasil, número este que vem da população total nacional dividida pelo numero ideal de domicílios. As estimativas e contagens realizadas pelas visitas técnicas ou por meio das fotografias de satélite; Cabe destacar que no caso do Município de Uberlândia foi fundamental a existência de levantamentos e mapeamentos referentes aos assentamentos precários, elaborados e checados em campo pelo governo local, uma vez que tais informações, complementadas pelas demais fontes de dados disponíveis, possibilitam análises mais precisas e atuais da realidade e dos problemas habitacionais existentes no território. Na metodologia do cálculo das necessidades habitacionais, inicialmente lançouse mão da definição desenvolvida pela FJP que, como mencionado, diferencia tais 108 necessidades em Déficit Habitacional (ou Quantitativo) e Inadequação de moradias (ou Déficit Qualitativo), conforme se apresenta a seguir. 6.2) Déficit habitacional de acordo com a Fundação João Pinheiro O conceito de Déficit Habitacional ou Déficit Quantitativo envolve tanto a necessidade de construção de novas unidades habitacionais, englobando domicílios sem condições de habitabilidade que necessitam de reposição, assim como a necessidade de acréscimo do estoque, em decorrência da coabitação familiar ou da moradia em locais impróprios, que pode ser entendido como “déficit por reposição e incremento do estoque”. No município de Uberlândia, o Déficit Habitacional Básico e a distribuição das componentes do déficit habitacional podem ser observados nas tabelas a seguir. Déficit Habitacional Básico de Uberlândia de acordo com a Fundação João Pinheiro, em 2000. U.F. Município MG Uberlândia DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO DOMICÍLIOS VAGOS % DO TOTAL DOS ABSOLUTO DOMICÍLIOS Total urbana rural Total urbana Rural Total urbana rural 7,20 7,10 11,31 20.443 19.477 966 10.400 10.023 377 Estimativa dos Componentes do Déficit Habitacional Básico de Uberlândia de acordo com a Fundação João Pinheiro, em 2000. Componentes do Déficit Domicílios improvisados Déficit 546 % 2,50 Famílias conviventes 8.438 38,68 Cômodos 885 4,06 Domicílios rústicos 531 2,43 Domicílios alugados por famílias com renda até 3 S.M. 11.415 52,33 Total 21.815 100,00 Fonte: IBGE - Censo 2000. 109 Componentes do Déficit Habitacional Domicílios improvisados Famílias conviventes 3% 39% Cômodos 52% Domicílios rústicos 4% 2% Domicílios alugados por famílias com renda até 3 S.M. Fonte: IBGE - Censo 2000. Componentes do Déficit Habitacional Básico em Aglomerados Subnormais de Uberlândia de acordo com a Fundação João Pinheiro, em 2000. Componentes do Déficit em Aglomerados Subnormais Déficit 0 % 0 Famílias conviventes 0 0 Cômodos 0 0 Total 0 0 Domicílios improvisados Fonte: Fundação João Pinheiro – FJP Como podemos observar na tabela acima, não há nenhuma informação sobre os assentamentos precários em Uberlândia, chamados de aglomerados subnormais. Por isso houve a necessidade de atualização destes dados para trazê-los à realidade local. Componentes do Déficit Habitacional em relação as Favelas e Loteamentos Irregulares, Qualass, 2009 Tipologia Nº assentamentos Favela Loteamentos irregulares Total % Domicílios % População % 6 37,50 826 19,02 3.035 19,01 10 62,50 3.516 80,98 12.927 80,99 16 100,00 4.342 100,00 15.962 100 Fonte: Qualass Consultoria 110 Ajustando o déficit habitacional básico dado pela FJP (21.815) com informações locais nos assentamentos precários (15.962), o déficit quantitativo seria de 37.777 novas unidades habitacionais. De acordo, ainda com a FJP, podemos observar que o maior percentual de inadequação fundiária encontra-se na população de renda mensal menor que 3 salários mínimos, como mostra a tabela e o gráfico a seguir. Inadequação Fundiária Urbana por Faixas de Renda U.F. Município MG Uberlândia FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS) ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 TOTAL absoluto percentual absoluto percentual absoluto percentual absoluto percentual 39,41 22,21 38,38 100,00 1.723 971 1.678 4.372 Inadequação Fundiária Urbana de Domicílios por Faixas de Renda 38% 40% ATÉ 3 S.M. MAIS DE 3 A 5 S.M. MAIS DE 5 S.M. 22% 6.3) Déficit habitacional de Uberlândia De acordo com o apresentado neste estudo até o momento abordando as características habitacionais do município de Uberlândia, a próxima etapa é o cálculo do déficit habitacional. Este cálculo é fundamental para a sustentação das políticas habitacionais no âmbito do planejamento urbano. Antes de apresentar de forma direta o déficit, é necessário o entendimento das metodologias utilizadas pela Fundação João Pinheiro e a metodologia desenvolvida em conjunto pela Qualass Consultoria e a Prefeitura, destacando que a segunda proposta é que será aplicada para a quantificação do déficit em Uberlândia. A população do Brasil, segundo o IBGE (2009) é estimada em 191.480.620 habitantes. Também de acordo com o Instituto, a quantidade de domicílios no país é de 111 55.115.660 unidades. A Fundação João Pinheiro apresenta que o déficit habitacional no país é estimado em 15.000.000 de unidades habitacionais. Diante destes dados, a somatória da quantidade de domicílios mais o déficit habitacional é 70.115.060 unidades habitacionais. Ou seja, esta seria a quantidade ideal de habitações para atender à população de forma geral. 1. POPULAÇÃO BRASIL IBGE/2009 = 191.480.620 2. DOMICÍLIOS DADOS IBGE= 55.115.060 3. DÉFICIT NACIONAL ESTIMADO = 15.000.000 4. TOTAL: 70.115.060 = Número ideal de domicílios = 70.115.060 = População total do Brasil ÷ Número ideal de domicílios = 191.480.620 ÷ 70.115.060 = ÍNDICE IDEAL HABITACIONAL – IIH = 2,73 Índice Habitacional Brasil – IH = 3,47 Continuando o cálculo acima, divide a população brasileira (dados IBGE,2009) pela somatória dos domicílios mais o déficit, chegando ao índice de 2,73. Que é a quantidade de pessoas que vivem dentro de uma unidade habitacional. Segundo a FJP, o Índice Habitacional Brasil (IH) é de 3,47 sendo superior ao Índice Ideal Habitacional (IIH) que é de 2,73. Conclui que são necessárias políticas habitacionais ou outras formas de aumentar a oferta habitacional para atender ao IIH. UBERLÂNDIA Utilizando o índice nacional da Fundação João Pinheiro (2,73), aplica-se este “ideal” ao município de Uberlândia. A população estimada segundo dados do IBGE (estimativa 2007/2008) da cidade é de 634.345 que, dividida pelo IIH (2,73), chega a um número de 232.360 habitações ideais em Uberlândia. Número muito próximo à estimativa do DMAE de 227.183 Economias Totais com ligações de esgoto em 2009 e 112 próximo também da estimativa da CEMIG no total de 199.330 ligações residenciais de energia elétrica. POPULAÇÃO TOTAL = 634.345 - FONTE: IBGE – estimativa 2007/2008 • Índice Ideal Habitacional – IIH = 2,73 • Domicílios Ideal em Uberlândia = 232.360 DÉFICIT HABITACIONAL DE UBERLÂNDIA De acordo com a FJP, o déficit habitacional de Uberlândia é 10.400 unidades habitacionais, ou seja, muito aquém da real necessidade do município. O que embasa esta máxima e que contrapõe à realidade é o fato de, se levar em consideração somente o número de cadastros, para aquisição de moradia, feitos na Secretaria da Habitação é de 27.963 inscrições, das quais 19.156 inscrições são referentes a população com renda de 0 a 3 salários mínimos. Assim sendo, não será utilizada a metodologia da FJP no PLHIS de Uberlândia. Utilizando a população estimada do município dividida pela quantidade de instalações elétricas residenciais (dados fornecidos pela CEMIG, 2009), há 199.330 instalações. Neste caso, o índice de Uberlândia seria 3,18, ou seja, maior que o ideal. Considerando o Índice Habitacional Brasil (IH) medido pela Fundação João Pinheiro que é de 3,47 habitantes por domicílio e a população total de Uberlândia de 634.345 habitantes. Teremos na divisão do segundo pelo primeiro um número ideal para Uberlândia de 182.808 unidades habitacional de domicílios adequados. A diferença entre a quantidade de domicílios adequados, com a quantidade de domicílios ideal deve ser considerada o déficit habitacional, ou seja, 49.552 unidades habitacionais. • Cadastro IPTU: 165.899 (unidades habitacionais) = 3,82. • Cadastro CEMIG: 199.330 (ligações residenciais) = 3,18. • Ideal: 2,73 habitantes por domicílio. • Real: 3,47 – dado FJP (2000). 113 • N° de Domicílios Ideal: 232.360 - utilizando o IIH, ou seja, 2,73. • N° de domicílios adequados: 182.808 - utilizando o IH, ou seja, 3,47. • Diferença = Déficit Habitacional: 49.552 Componentes do Déficit de 0 a 3 S.M. Domicílios improvisados Famílias conviventes Cômodos Domicílios rústicos Domicílios alugados por famílias com renda até 3 S.M. Total Déficit 904 13.994 1.469 879 % 2,50 38,68 4,06 2,43 18.932 36.178 52,33 100 Fonte: Valores Projetados – Qualass Consultoria Tabela do Déficit analisado por renda 7) Ofertas Habitacionais O governo municipal, nos últimos anos, tem dado uma atenção especial à questão da habitação no município de Uberlândia. Em parceria com os governos Estadual e Federal, vem fechando convênios para a construção de novas Unidades Habitacionais e Regularização, Urbanização e recuperação de assentamentos precários existente na cidade14. Em parceria com o governo federal, a prefeitura municipal executou a construção de 1564 Unidades Habitacionais, no período que variou de 2007 a 2009, conforme descrito abaixo, atendendo uma população de aproximadamente de 5.300 pessoas. 14 25 UH (Casas), Distrito de Tapuirama; 18 UH (Casas) São Gabriel; Informações da Prefeitura Municipal de Uberlândia, feitas através do memorando nº. 1391/2009/SEPLAN-GS 114 60 UH (Casas) Seringueiras; 144 UH (Apto) Res. Laranjeiras; 380 UH (Casas) Jardim Célia; (Serão construídas mais 756 UH). 176 UH (Apto) São Jorge I. 158 UH (Casas) no loteamento Campo Alegre; 60 UH (Casas) no loteamento Seringueiras; 18 UH (Casas) no loteamento São Gabriel; 25 UH (Casas) no Distrito de Tapuirama; 500 UH (Casas) no bairro Jardim das Palmeiras (PAR). Através da COHAB-MG, também viabilizou a construção de 307 Unidades Habitacionais nos seguintes bairros: Shopping Park II, Jardim Europa A e B, Luizote III, Sucupira e Parque Santo Antônio, atendendo aproximadamente 1.050 pessoas. Em relação à Regularização, Urbanização e recuperação de assentamentos precários, a prefeitura municipal atuou no assentamento Zaire Rezende, através de sua Associação, e no Morumbi, através da Associação Morumbi Casa Fácil, beneficiando 212 famílias. Existem projetos de Habitação de Interesse Social que estão sendo desenvolvidos em Uberlândia pela iniciativa privada, através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em parceria com os governos estadual e federal, tendo como público alvo famílias com renda de 0 a 6 salários mínimos que serão executados nas ZEIS delimitadas por Lei Complementar N° 496, de 02 julho de 2009. Todos estão em processo de aprovação na SEPLAN - Secretaria Municipal de Planejamento Urbano conforme descritos abaixo: Glebas 04, 05, 07, 08, 09, 10 e 11, de propriedade de Empreendimentos Agropecuários Americana Ltda., situadas entre os loteamentos Shopping Park I e II e o limite do perímetro urbano/Rio Uberabinha, no Setor Sul. Gleba em fase de doação para o Município, de propriedade da Universidade Federal de Uberlândia, situada na Fazenda da Glória, confrontantes com os loteamentos São Jorge e Rodovia BR-365 - 050, no Setor Sul. 115 Lotes pertencentes ao loteamento Jardim Sucupira, de propriedade de PDCA Engenharia Ltda., no Setor Leste. Gleba situada na Fazenda Capim Branco, lugar denominado “Guaribas”, de propriedade de PDCA Engenharia Ltda., contígua ao loteamento Chácaras Bela Vista, no Setor Oeste. Gleba em fase de doação para o Município, de propriedade do DER e Exército, situada entre os loteamentos Mansur, Chácaras Tubalina e Quartel, confrontantes com a Rua Rio Mississipi, no Setor Oeste. O Projeto “Cidade Verde” já está em andamento visando a construção de novas Unidades Habitacionais. Em 2007 foram entregues: 96 apartamentos no bairro Minas Gerais (05/02/2007); 32 apartamentos no bairro Dona Zulmira (30/08/2007); 69 casas nos loteamentos Campo Alegre/São Gabriel (17/12/2007). Estão em fase de construção: 30 casas nos loteamentos Maria Rezende, Luizote de Freitas 4, Jardim Europa, Santo Inácio, Jardim das Palmeiras 2, Shopping Park 2 e Jardim Sucupira (convênio assinado com a COHAB). Estão em fase de contratação: 300 unidades habitacionais nos loteamentos Maria Rezende, Luizote de Freitas 4, Jardim Europa, Santo Inácio, Jardim das Palmeiras 2, Shopping Park 2 e Jardim Sucupira (convênio assinado com a COHAB); 880 apartamentos nos bairros São Jorge e Jardim Patrícia; No total são 2.168 empreendimentos que estão sendo viabilizados pela Prefeitura Municipal de Uberlândia para minimizar o déficit habitacional. Em relação à iniciativa privada, podemos observar um grande investimento na produção de loteamentos para famílias com mais de 5 salários mínimos. 116 Residências Jardim Célia - Fonte: Qualass Consultoria Conjunto Habitacional Park Santo Antônio e Jardim Europa - Fonte: Qualass Consultoria 7.1) Disponibilidade de solo urbano Em Uberlândia podemos destacar, segundo o Cadastro Imobiliário da Prefeitura Municipal, que quase 30% dos lotes urbanizados da cidade se encontram vagos. Isso corresponde a 74.537 lotes (estão inclusos aqui, lotes urbanizados e glebas). Os tipos de lotes existentes são os seguintes: 117 Relação entre população, domicílios e setores do Plano Diretor SETOR Total de Hab/Dom. Central Leste Oeste Norte Sul Não Classificado Total 3,07256406 3,76223642 4,72321018 4,10583999 3,78052545 3,68543988 Total Lot Bairro 50.052 58.737 49264 38933 53972 10739 Domicílio Lot Comercial Lot Vago 36819 36469 30478 25274 31744 5.115 5364 3315 1669 1736 1393 144 3044 17839 15817 10910 20187 6740 15 797 497 809 528 97 110.557 137.205 143954 103771 120009 18849 165.899 13621 74537 2743 634.345 3,82368188 261697 Outros População Fonte: Qualass Consultoria 7.2) Oferta e disponibilidade de solo urbanizado para população de baixa renda A oferta e disponibilidade da população de baixa renda em obter moradias adequadas em solo já urbanizado na cidade de Uberlândia são bastante baixas, pois esses lotes se valorizam com muita rapidez em função da urbanização do entorno e também pela especulação imobiliária, manobra esta usada há anos, não só pelos detentores de terras da cidade, mais do país como um todo. A forma mais acessível de obtenção de moradia para esse tipo de público ganhou força depois da aprovação do Estatuto da Cidade, onde se regulamentou instrumentos para a socialização da terra, como, por exemplo, o IPTU progressivo no tempo e a ZEIS - Zonas de Especial Interesse Social. A partir dos anos 80 as Zonas de Especial Interesse Social (ZEIS), ou Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) surgem como um novo instrumento urbanístico , sobretudo da luta dos assentamentos irregulares pela não remoção, pela melhoria das condições urbanísticas e regularização fundiária. A concepção básica do instrumento das ZEIS é incluir no zoneamento da cidade uma categoria que permita, mediante um plano específico de urbanização, estabelecer padrões urbanísticos próprios para determinados assentamentos. A possibilidade legal de se estabelecer um plano próprio, adequado às especificidades locais, reforça a idéia de que as ZEIS compõem um universo diversificado de assentamentos urbanos, passíveis de tratamentos diferenciados. Tal 118 interpretação agrega uma referência de qualidade ambiental para a requalificação do espaço habitado das favelas, argumento distinto da antiga postura de homogeneização, baseada rigidamente em índices reguladores. O estabelecimento de ZEIS significa reconhecer a diversidade de ocupações existente nas cidades, além da possibilidade de construir uma legalidade que corresponde a esses assentamentos e, portanto, de extensão do direito de cidadania a seus moradores. Os objetivos do estabelecimento de ZEIS são : permitir a inclusão de parcelas da população que foram marginalizadas da cidade, por não terem tido possibilidades de ocupação do solo urbano dentro das regras legais ; permitir a introdução de serviços e infra-estrutura urbana nos locais onde eles antes não chegavam, melhorando as condições de vida da população ; regular o conjunto do mercado de terras urbanas, pois reduzindo-se as diferenças de qualidade entre os diferentes padrões de ocupação, reduz-se também as diferenças de preços entre elas ; introduzir mecanismos de participação direta dos moradores no processo de definição dos investimentos públicos em urbanização para consolidar os assentamentos ; aumentar a arrecadação do município, pois as áreas regularizadas passam a poder pagar impostos e taxas - vistas nesse caso muitas vezes com bons olhos pela população, pois os serviços e infra-estrutura deixam de ser encarados como favores, e passam a ser obrigações do poder público ; aumentar a oferta de terras para os mercados urbanos de baixa renda. Fonte: POLIS - Instituto de Estudos Formaçao e Assesoria em Politicas Sociais - www.polis.org.br Desta forma, as Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS - são as áreas destinadas à produção habitacional de interesse social. O município de Uberlândia criou e delimitou as ZEIS, através do decreto N° 12.158 de 26 de março de 2010 que especifica para fins de implementação do programa federal de habitação “Minha casa, minha vida” na forma da Lei Complementar n° 496, de 02 de julho de 2009. Os novos parcelamentos de solo inseridos nas ZEIS deverão 119 estar de acordo com os respectivos Planos de Urbanização elaborados para cada categoria de ZEIS. As Zonas de Especial Interesse Social foram classificadas em três categorias, de acordo com suas especificidades: ZEIS I – São regiões ainda não parceladas e que foram destinadas para implantação de habitação de interesse social. São subdivididas em quatro áreas diferenciadas, as saber: - ZEIS I – Shopping Park e Parque dos Jacarandás - ZEIS I – Jardim Vica - ZEIS I – Jardim Glória - ZEIS I – Cidade Verde ZEIS II – São regiões que serão objeto de regularização fundiária, onde existe o parcelamento do solo de forma irregular. - ZEIS II – Complexo Integração - ZEIS II – Bela Vista ZEIS III – São regiões que já receberam ou poderão receber habitação de interesse social – Programa Minha Casa Minha Vida – em áreas já parceladas. -ZEIS III – Jardim Sucupira Parâmetros Urbanísticos das ZEIS Zona Taxa de Coeficiente de Ocupação Aproveitamento Máxima Máximo Afastamento Afastamento Área Frontal Lateral e Mínima Mínima Mínimo (m) Fundo (m) do Lote (%) ZEIS Testada Mínimo (m) (m²) 80 2,5 3,0 1,5 8,0 200,0 80 (1) 2,5 (1) 3,0 (1) 1,5 (1) 8,0 (1) 200,0 I ZEIS II ZEIS (1) (2) (2) (2) (2) (2) (2) III 120 1 – Para os lotes ocupados, será dispensado o atendimento dos índices urbanísticos. 2 – De acordo com a zona na qual estiver inserida. As áreas de Zeis citadas encontram-se delimitadas no mapa abaixo: 121 7.3) Modalidades de Construção e Reforma que Contribui para Aumentar a Oferta de Habitação de Interesse Social (HIS) A Secretaria Municipal de Habitação tem como principais atribuições estabelecer, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município, programas destinados a facilitar o acesso da população de menor renda à habitação. Ela também promove programas de habitação de interesse social em articulação com os órgãos federais, regionais e estaduais, através de consórcios municipais e pelas organizações da sociedade civil. Em relação ao programa “Minha Casa, Minha Vida”, a prefeitura cadastrou as famílias com renda de até 3 salários mínimos e obteve 27.963 inscrições em 2009. A sistemática de seleção de beneficiários de unidades habitacionais disponibilizadas através de programas habitacionais implementados pelo município está regulamentada no decreto 12.094, de 1° de fevereiro de 2010, o qual estabelece as seguintes condições gerais obrigatórias para atendimento: I - não possuir imóvel construído, urbano ou rural, ou não ser proprietário de terreno não construído, na zona urbana ou rural, ressalvado o direito deste último ao financiamento da construção e ou do material de construção. II - não ter imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação; III - renda familiar limitada a 06 (seis) salários mínimos, ressalvados os programas habitacionais que não são subsidiados pelo FMHIS; IV - não ter sido a pessoa beneficiada pelo Município ou pelo Sistema Financeiro de Habitação, com moradia ou terreno, ainda que não o possua mais; V - a família deverá residir no Município e ter domicílio eleitoral a pelo menos 03 (três) anos consecutivos. 122 Cabe ressaltar ainda que o processo de seleção de beneficiários dos programas habitacionais implementados pelo Município de Uberlândia consiste nas fases de: I inscrição; II - pré-seleção; III - documental; IV - análise sócio-econômica 7.4 – Ofertas de Imóveis para comercialização em Uberlândia Setor Privado As informações apresentadas abaixo correspondem a pesquisa mensal elaborada pelo SECOVI/ Uberlândia por amostra de imóveis ofertados para venda no Município. Ressalta-se que esta faz parte de uma série de pesquisas que visam à obtenção de um retrato do mercado imobiliário mensal de Uberlândia, bem como a análise de sua evolução. Os resultados da pesquisa do mês de janeiro/2010 foram obtidos mediante uma amostra de 2.275 ofertas, sendo alguns dados apresentados a seguir: 7.4.1 – Ofertas Na amostragem colhida, foram disponibilizadas 2.275 unidades para venda. Destes, os residenciais somam 1.973 unidades, representando 86,73% do total de ofertas. Os comerciais (lojas, salas, galpões e prédios comerciais), com 71 unidades, referem-se a 3,12% do total; e outros tipos, incluindo chácaras, fazendas, sítios e terrenos, com 231 unidades, correspondem a 10,15% do total. Do estoque dos imóveis residenciais, destacam-se: 530 casas com 03 dormitórios (23,30%), 398 apartamentos com 03 dormitórios, (17,49%) e 221 apartamentos 02 dormitorios (9,71). Dentre os comerciais, têm-se 43 barracões (1,89%), e em outros tipos, 142 terrenos (6,24%) como os mais expressivos. 7.4.2 – Distribuição por bairros 123 Com relação a oferta de moradia por bairro no mês de janeiro/2010, destacam-se os bairros Santa Mônica com 359 ofertas e participação de 15,78%, Martins, com 188 ofertas e 8,26% de participação e ainda os bairros Maracanã, Jardim Finotti, Jardim Patrícia e Cidade Jardim respectivamente, em ordem decrescente, com grandes estoques de imóveis para venda. Dentre os bairros com menor oferta, foram identificados 25 com apenas uma oferta de imóvel no período os quais são: Aurora, Buritis, Chácaras Panorama, Condomínio Gávea Hill, Conjunto Alvorada, Conjunto Santa Mônica, Granada, Guarani II, Jardim Califórnia, Jardim Das Acácias, Jardim Ipanema, Jardim Ipanema II, Jardim Itália, Maria Resende, Minas Brasil, Nosso Recanto, Oliveira, Parque das Laranjeiras, Parque Seringueiras, Jardim Brasília, Residencial Liberdade, Seringueiras, Tancredo Neves, Valparaíso, Vanessa. 7.4.3 – Preço médio por m². Com relação aos imóveis residenciais, a média geral do preço máximo atingiu R$ 2.000.000,00; preço mínimo de R$ 33.500,00; preço médio de R$ 256.427,26, e preço médio por metro quadrado de R$ 1.553,12. Estes valores divergem-se muito quando comparados com classificações comerciais e outras, devido características como localização, área e outros atributos. 7.5 – Ofertas de Imóveis para Locação em Uberlândia As informações abaixo, obtidas junto ao SECOVI correspondem a resultados da pesquisa de ofertas para locação de imóveis em Uberlândia para o mês de Janeiro/2010 obtidas de uma amostra representativa das imobiliárias associadas. Mediante a amostra das imobiliárias, a pesquisa averiguou que 56 imóveis foram locados no município durante o mês de janeiro/2010. Sendo, em sua maioria, residenciais 83,92%, seguido dos imóveis comerciais que corresponderam a 16,07% das unidades locadas. 124 7.5.1 – Estoque: Imóveis Residenciais O estoque de imóveis residenciais em Uberlândia, no mês de janeiro/2010, apresentou variação de 21,85% em relação ao mês dezembro/2010, passando de 238 unidades em dezembro/2010 para 290 unidades em janeiro/2010. A participação do segmento residencial no total de ofertas representa 36,99%. 7.5.2 – Estoque: Análise por Bairros Conforme a pesquisa, os cinco bairros que apresentam maior concentração de imóveis para locação em Uberlândia no mês de janeiro/2010 foram: Centro, Aparecida, Brasil, Martins e Santa Mônica. 7.5.3 – Preços: Imóveis Residenciais Analisando-se os preços médios dos imóveis residenciais no mês de janeiro/2010 e comparando-os ao mês anterior, observa-se que os apartamentos de 01 dormitório apresentam preço médio de R$ 640,00 com variação de 0,39% em relação ao mês de dezembro/2010; apartamentos de 03 dormitórios registram valor médio de R$ 710,81 e variação de -19,32%. As casas de 01 dormitório têm preço médio de R$ 571, 11, 00, mostrando uma variação de 57,22% em relação a dezembro/2010, casas de 02 dormitórios apresentam preço médio de R$ 528,43 e as casas de 03 dormitórios, preço médio de R$ 1.251,57, o que mostra uma variação de -30,78% no mês de janeiro/2010. 7.5.4 – Imóveis Locados em Janeiro/2010 O total de imóveis locados em Uberlândia no mês de janeiro/2010 é de 56 unidades. Sendo que a maioria (83,92%) são imóveis residenciais, seguido de imóveis comerciais (15,96%). 125 7.6) Identificação de Moradias Realizadas pela População Uberlândia é uma cidade com mais de 600.000 habitantes, possuindo uma ocupação territorial predominada por residências unifamiliares térreas. Desde a sua fundação percebe-se que a cidade cresceu horizontalmente, talvez pela grande oferta de terras, possuindo um núcleo verticalizado apenas no centro. Estas construções utilizamse do mesmo sistema construtivo de resto do país: casas e apartamentos feitos em concreto e alvenaria de tijolo cerâmico. Já o padrão construtivo varia de acordo com o poder aquisitivo da população sendo bem delineada na malha urbana: alto padrão na zona sul (Zona Residencial I), médio nos bairros ao redor do centro e baixo padrão nos bairros periféricos da cidade (Zona Residencial II). Residências em bairros de alto padrão Residências em bairros de padrão médio As residências identificadas nos assentamentos precários possuem configurações diferenciadas. Nos assentamentos que foram loteados irregularmente podemos observar que as construções são feitas em alvenaria, sem reboco, com telhas cerâmicas e a grande maioria possui mais de 5 cômodos. Já nos assentamentos precários onde houve invasão de terras, as moradias são bem precárias, com paredes em alvenaria sem reboco, telhas de fibrocimento, com até 5 cômodos e outras são feitas apenas com restos de materiais de construção tipo aglomerado, lonas, pedaços de telhas, onde podemos chamar de barracos. 126 Residências em assentamentos precários 7.7) Relação de construtoras particulares que atuam no mercado de Uberlândia MG Na cidade de Uberlândia identificou a presença de construtoras que são responsáveis pela oferta habitacional, atendendo todas a população de 0 a 3 Salários Mínimos no setor privado: São elas: PDCA Engenharia Ltda - Uberlândia/MG Marca Registrada Ltda – Uberlândia/MG Castroviejo construtora Ltda – Uberlândia/MG Portal Construtora Ltda – Uberlândia/MG Realiza Construtora Ltda – Uberlândia/MG COMIK Construtora Minas OK LTDA – Patrocínio/MG RCG Construtora Ltda – Uberaba/MG Espaço Livre Construtora Ltda – Araxá/MG João de Barro Construtora Ltda – Araguari/MG Construtora Bom Teto Ltda – Frutal/MG Tenco Engenharia Ltda – Uberlândia/MG Cassio e Adriano Construtora Ltda – Uberlândia/MG MRV – Belo Horizonte/MG ROSSI – São Paulo/SP Adobe Construtora Ltda - Ituiutaba/MG ATP Construtora – Uberlândia/MG Construtora Brilhante Ltda – Uberaba/MG Britamix Construções Ltda – Uberlândia/MG 127 EMCASA Construtora Ltda – Belo Horizonte/MG CCM Cosntrutora – Belo Horizonte/MG Elglobal Construtora – Uberlândia/MG Construtora Cherem Ltda – Passos/MG ENGESEL Construtora Ltda – Uberlândia/MG FENIX Construtora LTDA – Uberaba/NG MOR Construtora Ltda – Uberlândia/MG 7.8) Financiamento Habitacional e Forma de Captação Atualmente, os financiamentos habitacionais no Brasil têm como agente financiador principal a Caixa Econômica Federal, que busca atuar em todas as faixas de renda. Estes financiamentos, principalmente nos últimos anos, proporcionaram um grande desenvolvimento à construção civil no país à medida que incrementaram recursos ao setor, elevando também os investimentos privados que atendem a faixa de renda superior a 4 salários mínimos. Contudo, o setor de baixa renda, até 3 salários mínimos, não atinge a capacidade de pagamento necessária para a aquisição de unidades habitacionais pelo sistema de financiamento tradicional. Para tanto, se faz necessário à atuação do governo federal, estadual e municipal juntamente com os parceiros BID, Banco Mundial, Caixa Econômica e outros, em prol de políticas habitacionais diferenciadas que proporcionem habitação de qualidade e dignas às populações de baixa renda. A forma de captação tem o poder municipal como grande articulador e gestor das ações para o desenvolvimento das construções de moradias populares. O poder municipal tem a função de articular com a sociedade as necessidades existentes, realizarem os projetos necessários e pleitear junto aos agentes detentores dos recursos as suas necessidades. A participação do município apresentando contrapartidas em nível de áreas, projetos, cadastros, apoio técnico é imprescindível para a viabilização dos projetos. 128 8) Marcos Regulatórios e Legais 8.1) Marcos legais e regulatórios de competência dos três entes federativos As cidades possuem leis e marcos legais que asseguram condições ao desenvolvimento socioeconômico, dentre estes destacamos para Uberlândia a Política Nacional de Meio Ambiente, o Plano Nacional de Habitação e o Estatuto da Cidade, que visa garantir o cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana, por meio de instrumentos como: de intervenção no uso e ocupação do solo; de regularização fundiária e de gestão democrática da cidade. Política Nacional de Meio Ambiente Lei n°6.938, de 31 de Agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Estatuto da Cidade15 O Estatuto da Cidade é uma lei que regulamenta o capítulo de política urbana da Constituição de 1988 (artigos 182 e 183). Com ele, os municípios dispõem de um marco regulatório para a política urbana, que pode levar a importantes avanços. Dá respaldo constitucional a uma nova maneira de realizar o planejamento urbano. Sua função é garantir o cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana, o que significa o estabelecimento de “normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bemestar dos cidadãos” (art. 1º). Para isso, o Estatuto da Cidade coloca à disposição dos municípios uma série de instrumentos que podem intervir no mercado de terras e nos mecanismos de produção da exclusão. 15 Fonte: POLIS - Instituto de Estudos Formaçao e Assesoria em Politicas Sociais - www.polis.org.br 129 Os instrumentos que fazem parte do Estatuto situam-se em três campos: Um conjunto de novos instrumentos de natureza urbanística voltados para induzir - mais do que normatizar - as formas de uso e ocupação do solo; Uma nova estratégia de gestão que incorpora a idéia de participação direta do cidadão em processos decisórios sobre o destino da cidade; E a ampliação das possibilidades de regularização das posses urbanas. Instrumentos de intervenção no uso e ocupação do solo O Estatuto da Cidade regulamenta dispositivos que procuram combater a especulação imobiliária nas cidades. A partir de agora, áreas consideradas vazias ou subutilizadas situadas em regiões dotadas de infra-estrutura estão sujeitas à edificação e parcelamento compulsórios (artigos 5º e 6º). O município tem o poder de determinar os critérios de definição das terras que considera ociosas ou subutilizadas, e poderá definir prazos e condições para induzir o aproveitamento dos terrenos pelos proprietários - no mínimo um ano para a entrada de um projeto no órgão competente, e dois anos a partir de sua aprovação para a efetiva edificação. No caso do não-cumprimento dos prazos ou condições da edificação ou utilização compulsória, o Município poderá aplicar sobre esses terrenos o instrumento do IPTU progressivo no tempo (artigo 7º). Esse instrumento consiste no aumento progressivo da alíquota de imposto sobre a propriedade predial e territorial, por até cinco anos consecutivos. A alíquota de IPTU poderá dobrar de ano a ano, podendo atingir um máximo de quinze por cento do valor venal do imóvel. Se o proprietário ainda assim não realizar o aproveitamento do terreno, a cobrança poderá permanecer na alíquota máxima. Se após cinco anos de cobrança do IPTU progressivo o proprietário não tiver cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá desapropriar o imóvel pelo preço-base de cálculo do IPTU, pagando ao proprietário com títulos da dívida pública (artigo 8º). Esse conjunto de instrumentos - edificação compulsória, IPTU progressivo e desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública - pode representar uma possibilidade de intervir efetivamente no crescimento da cidade, promovendo uma ocupação mais intensa nas áreas onde a infra-estrutura é mais presente e dessa maneira reduzindo a pressão pela urbanização das áreas periféricas, sem infra-estrutura e ambientalmente frágeis. Este combate ao espraiamento significa também menores necessidades de deslocamento, otimizando o uso da malha viária e das redes de 130 transporte público. Estão também disponíveis no Estatuto instrumentos que permitem que o poder público financie parte dos investimentos que realiza no espaço urbano, de forma que os empreendedores paguem ao Município em troca do direito de edificar - é o caso do solo-criado e das operações urbanas (artigos 28 a 34). Instrumentos de regularização fundiária Outro conjunto de instrumentos previsto no Estatuto da Cidade trata da regularização fundiária de áreas ocupadas e ainda não tituladas. Grande parte de nossas cidades é constituída por assentamentos irregulares, ilegais ou clandestinos, que contrariam de alguma forma os padrões legais de urbanização. Entretanto - embora a urbanização de favelas seja defendida e praticada há décadas - a titularidade definitiva destas áreas para seus verdadeiros moradores vem esbarrando em processos judiciais intermináveis e enormes dificuldades de registro junto aos cartórios. Para enfrentar esta questão, o Estatuto aprovado no Congresso prevê a regulamentação do usucapião urbano para regularizar posses em terrenos privados (artigos 9º ao 12º). Esse instrumento só se aplica para imóveis até 250 metros quadrados, que são a única moradia do ocupante da terra há mais de cinco anos, sem contestação por parte do proprietário legal. O usucapião urbano pode ser concedido de forma coletiva, para um grupo de moradores que ocupa um mesmo terreno. Instrumentos de gestão democrática da cidade O Estatuto incorpora a idéia da participação direta e universal dos cidadãos nos processos decisórios da política urbana, tornando obrigatória a participação popular na definição da política urbana (artigos 43 a 45). Estão previstos instrumentos como conferências e conselhos de política urbana nos âmbitos nacional, estadual e municipal, audiências e consultas públicas, além da obrigatoriedade de implementação do Orçamento Participativo. Estes instrumentos devem ser utilizados pelos municípios para abrir espaço para os interesses dos cidadãos em momentos de tomada de decisão a respeito de intervenções sobre o território, e são obrigatórios nos Planos Diretores. Ainda no campo da ampliação do espaço da cidadania no processo de tomada de decisões sobre o destino urbanístico da cidade, o Estatuto prevê o Estudo de Impacto de Vizinhança para empreendimentos que a lei municipal considerar como promotores de mudanças significativas no perfil da região onde se instalar (artigos 36 a 38). O Estudo 131 de Impacto de Vizinhança deverá levar em conta os efeitos positivos e negativos decorrentes dos grandes empreendimentos no que diz respeito à vida dos moradores das áreas próximas ao possível empreendimento, e deverá obrigatoriamente garantir o acesso aos documentos e a consulta pública junto à comunidade afetada. Os potenciais resultados da aplicação democrática dos instrumentos propostos no Estatuto da Cidade são muitos: a democratização do mercado de terras; o adensamento das áreas mais centrais e melhor infra-estruturadas, reduzindo também a pressão pela ocupação das áreas mais longínquas e ambientalmente mais frágeis; a regularização dos imensos territórios ilegais. Do ponto de vista político, os setores populares ganham muito, à medida que a urbanização adequada e legalizada dos assentamentos mais pobres passa a ser vista como um direito, e deixa de ser objeto de barganha política com vereadores e o poder Executivo. O Legislativo também ganha, pois a superação das práticas clientelísticas pode elevar o patamar da política praticada na Câmara, em direção aos seus reais objetivos: a elaboração e aprovação das leis e o acompanhamento crítico da atuação do Executivo. O Estatuto abre novas possibilidades de prática do planejamento e da gestão urbana, mas depende fundamentalmente de seu uso eficaz no nível local. Mesmo havendo perdas pontuais para alguns dos grandes proprietários urbanos, a coletividade tem muito a ganhar com a democratização do planejamento e da gestão urbana que o Estatuto agora permite. Plano Nacional de Habitação A elaboração da PlanHab tem por base o histórico de políticas habitacionais no país e envolve a promoção da participação social na sua elaboração. O Plano apóia-se na responsabilidade conjunta dos três líderes governamentais federal, estadual e municipal. O processo participativo é um dos pilares constitutivos do PlanHab. A secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades, acredita na construção do plano como condição para o estabelecimento de um novo padrão de relação entre o estado e a sociedade, fundamentado na elaboração partilhada e gestão com controle social. As soluções elaboradas, de forma participativa, capacitarão o plano a definir as reais necessidades do município. O desafio é envolver os distintos atores no processo, como os movimentos populares, os empresários, as entidades técnicas e acadêmicas, as 132 ONGs-, para a obtenção de dados sistematizados sobre os custos habitacionais praticados nas regiões do país. 8.2) Normas municipais que orientam o uso e ocupação do solo Para que o solo seja legalmente usado e ocupado, o município estabelece algumas normas e leis a serem seguidas, tal como o Plano Diretor que define as diretrizes e projetos a serem elaborados. Além destes, são hoje atuantes o Fundo municipal de habitação e o Conselho municipal de habitação que têm como objetivo centralizar as receitas destinadas a programas habitacionais direcionadas a grupos familiares com menor renda. Plano Diretor Lei Complementar nº432 de 19 de Outubro de 2006 - Instrumento básico da política urbana, que contempla: a) a elaboração das diretrizes do desenvolvimento urbano e a adequação da legislação urbanística local; b) a definição de programas, normas e projetos a serem elaborados e implementados em consonância com os aspectos culturais, sociais e econômicos regionais; c) a definição do orçamento municipal para o desenvolvimento urbano, metas, programas e projetos a serem implementados. Lei de uso e ocupação do solo e alterações Lei Complementar nº245 de 30 de Novembro de 2000 - Dispõe sobre o parcelamento e zoneamento do uso e ocupação do solo do município de Uberlândia e revoga a lei complementar nº224 de 23 de Dezembro de 1999 e suas alterações posteriores. Assegura a convivência pacífica entre os diversos usos das edificações através da definição dos tipos de atividades permitidas e do estabelecimento de parâmetros de ocupação, em conformidade com a infra-estrutura disponível, densidade desejada e características ambientais próprias das áreas urbanas. 133 Código de obras Lei Complementar n°446, de 21 de Maio de 2007, acrescenta art. 33-B Lei n° 4.808 de Outubro de 1998 - Regula os espaços edificados e seu entorno. Atua como agente "legalizador" dos costumes construtivos e trata das questões relativas à estrutura, função, forma, segurança e salubridade das construções. Fundo municipal de habitação e Conselho municipal de habitação Lei n°9.571, de 28 de Agosto de 2007 - Dispõe sobre a política municipal de habitação de interesse social, institui o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social - FMHIS, o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social - CMHIS revoga a legislação que menciona e dá outras providências. Fica criado o FMHIS com o objetivo de centralizar as receitas destinadas a programas habitacionais direcionadas a grupos familiares com menor renda. E compete ao CMHIS estabelecer diretrizes e fixar critérios para alocação de recursos do FMHIS para atendimento dos beneficiários dos programas habitacionais. 8.3) Legislação municipal relacionada a HIS A Legislação municipal delimita as atividades da política de habitação do Município e avalia melhorias no bem estar social. Como também determina regiões de padrões de uso e condições de solo diferenciáveis. Lei delegada nº 026, de Abril de 2009 - Dispõe sobre a estrutura orgânica básica da secretaria municipal de habitação, revoga a Lei delegada nº 020 de 19 de Janeiro de 2009 e dá outra providências. Tem por finalidade planejar, coordenar, executar, controlar, implementar e avaliar as atividades da política de habitação do Município. Zona Especial de Interesse Social Art.79 – As Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS são regiões urbanas, delimitadas pelo Poder Público Municipal, onde é permitido, o estabelecimento de 134 padrões de usos e ocupação diferenciados da legislação em vigor, fixados em Plano Urbanísticos próprio. Critérios para a delimitação das Zonas Especiais de Interesse Social: Deverá ser elaborado um Plano Urbanístico próprio para cada área urbana caracterizada com ZEIS. O processo de elaboração deste plano deverá ser participativo, de acordo com o estabelecimento na presente Lei, e ser acompanhado pelo Conselho Municipal do Plano Diretor. Poderão ter prioridade para a aplicação de ZEIS, nos termos da legislação específica, os loteamentos irregulares. 8.4) Gestão Democrática e Controle Social A Prefeitura de Uberlândia por meio da Secretaria Municipal de Habitação buscam garantir todos os mecanismos de gestão descentralizada e democrática, bem como o acesso à informação, à participação e ao controle social nos processos de formulação, tomada de decisão, implementação e da política urbana. A gestão democrática deve reconhecer a autonomia dos movimentos sociais sem discriminação, e estar sempre comprometida com o direito universal à educação, saúde, moradia, trabalho, previdência social, transporte, meio ambiente saudável, cultura e lazer. Uma das principais ações em relação à gestão descentralizada e democrática é a formação do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS. Os Membros do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS designados através do decreto nº 11.623, de 07 de abril de 2009 para comporem o conselho para o biênio 2009-2011 estão elencadas abaixo: 135 Membros do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS Membro/Função Segmento Felipe José Fonseca Attiê - Presidente Secretaria Municipal de Habitação Cláudio Paes Almeida – membro Secretaria Municipal de Obras Delfino Rodrigues – membro Câmara Municipal Mastroiano de Mendonça Alves – Câmara Municipal membro Sebastião Carlos Mendes – membro Rotary Club Uberlândia Norte Davi de Thomaz neto – membro Associação dos Engenheiros Oswaldo Setti de Almeida Filho ONG – Ação Moradia 8.5) Inclusão Social e Redução das Desigualdades A política urbana deve atender à população de baixa renda, a fim de reduzir as desigualdades sócio-espaciais e étnico-raciais, promovendo inclusão social e melhoria de qualidade de vida. Neste sentido verifica-se a importância do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, o qual deve manter reuniões sistemáticas e democráticas com a população, apresentando as ações referentes à questão habitacional e de infra-estrutura que estão sendo realizadas no município, para que se tenha o monitoramento e avaliação das ações pela população. 9) Condições Institucionais e Administrativas A cidade de Uberlândia é representada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O organograma abaixo fornece condições para o entendimento de toda estrutura do poder executivo do Município. 136 Fonte: BDI-2008, vol. 01 - www.uberlandia.mg.gov.br Secretaria de Habitação A Secretaria mais diretamente relacionada com a questão habitacional é a Secretaria Municipal de Habitação, a qual possui uma equipe interna composta por profissionais experientes para o planejamento e execução de planos e projetos relacionados com a Habitação de Interesse Social, como Arquitetos, Engenheiros, Assistentes Sociais entre outros, além de equipe administrativa de apoio as ações desenvolvidas. A composição da Secretaria Municipal de Habitação com a relação de cargos e sua respectiva lotação segue abaixo: Cargo Lotação Assessor Técnico Gabinete S.M. Habitação Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Assessor Gabinete S.M. Habitação 137 Assessor Jurídico Gabinete S.M. Habitação Coordenadora do Núcleo de Articulação Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Social Assessora Financeira Gabinete S.M. Habitação Assistente Social Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Assist. De Apoio Administrativo Gabinete S.M. Habitação Fiscal de Patrim. Gabinete S.M. Habitação Engenheiro Gabinete S.M. Habitação Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Diretor Administrativo e Financeiro Diretoria Administrativa e Financeira Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Encarregado de Projetos Habitacionais Gabinete S.M. Habitação Encarregado de Articulação Social Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Assist. Adm. Diretoria de Habitação Regularização Fundiária Coordenador de Projetos Diretoria de Habitação – Núcleo de Projetos Coordenador Administrativo Diretoria Administrativa e Financeira – Núcleo Administrativo Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Fiscal de Patrim. Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Encarregada de Prestação de Contas Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Assist. Adm. Diretoria de Habitacionais Habitação – – Núcleo de Processos 138 Diretor da Habitação Diretoria de Habitação Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Assistente Social Gabinete S.M. Habitação Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Secretário Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Diretoria Administrativa e Financeira – Núcleo Administrativo Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Assessor Administrativo Gabinete S.M. Habitação Coordenador Financeiro Núcleo Financeiro Coordenadora do Núcleo de Processos Diretoria de Habitação – Núcleo de Processos Habitacionais Habitacionais Assistente Social Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Assist. Adm. Diretoria Administrativo e Financeiro – Núcleo Financeiro Assist. Adm. Diretoria Administrativo e Financeiro – Núcleo Financeiro Monitor Social Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Encarregada de Processos Habitacionais Diretoria de Habitação – Núcleo de Processos Habitacionais Assist. Adm. Núcleo de Articulação Social Diretora Articulação Social Diretoria de Articulação Social Diretoria de Habitação – Núcleo de Articulação Social Assist. Adm. Assistente Jurídico Gabinete S.M. Habitação Diretoria de Habitação Coordenador de Regularização Fundiária Regularização Fundiária – Núcleo de Encarregado de Projetos Habitacionais Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Diretoria de Habitação- Núcleo de Articulação Social 139 Assessor de Engenharia e Obras Assessoria de Engenharia e Obras Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Assist. Adm. Diretoria Administrativa e Financeira – Núcleo Financeiro Assist. Adm. Gabinete S.M. Habitação Assessor Especial Convênios de Projetos e Assessoria de Projetos e Convênios Office boy Gabinete S.M. Habitação Cooperativa - Motorista Gabinete S.M. Habitação Cooperativa - Motorista Gabinete S.M. Habitação Cooperativa - Motorista Gabinete S.M. Habitação Essa Secretaria tem como principais atribuições estabelecer, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município, programas destinados a facilitar o acesso da população de menor renda à habitação. E também promover programas de habitação de interesse social em articulação com os órgãos federais, regionais e estaduais, através de consórcios municipais e pelas organizações da sociedade civil. Outras Secretarias que se articulam com a Secretaria Municipal de Habitação são: Secretaria Municipal de Meio Ambiente A Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem como principais atribuições subsidiar e assessorar o prefeito nas políticas públicas de preservação e conservação do meio ambiente. Além disso, planejar, programar, avaliar e acompanhar os planos, programas e projetos relativos à área de atuação da Secretaria, elaborar uma política ambiental em parceria com as demais secretarias municipais, autarquias e fundações. É também a responsável por estabelecer, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município, programas destinados a proporcionar a melhoria das condições de vida da 140 população e sua integração através de idéias e sugestões ao planejamento administrativo ambiental do Município. Secretaria de Obras A Secretaria Municipal de Obras tem como principais atribuições promover, planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar a política municipal de obras, referente à construção, manutenção e conservação de obras públicas municipais e instalações para prestação de serviços à comunidade, bem como, a execução de obras dos programas habitacionais do Município. Esta secretaria trabalha, também, de forma articulada e em conjunto com a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Secretaria de Planejamento Urbano A Secretaria Municipal de Planejamento Urbano tem como principais atribuições planejar, implementar, executar, controlar e avaliar as atividades da política de planejamento urbano do Município. Além disso, elaborar uma política de planejamento urbano em parceria com as demais secretarias municipais, autarquias e fundações, em consonância com a política estabelecida pelo governo municipal. E também estabelecer, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do Município, programas destinados a proporcionar a melhoria das condições de vida da população e sua integração através de idéias e sugestões ao planejamento administrativo. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho tem por finalidade planejar, coordenar, executar e implementar a política de assistência social, com ações direcionadas à criança, ao adolescente, ao jovem, à mulher, ao idoso, à família, à pessoa com deficiência, à população de rua e mendicante e ao trabalho. 141 Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte A Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte tem como principais atribuições promover estudos e pesquisas e propor planos e medidas que visem organizar o sistema viário e de transportes públicos do Município. E ainda, implantar e realizar a manutenção do sistema de sinalização das áreas de estacionamento, terminais e abrigos de coletivo, cadastrar e controlar informações sobre o sistema viário, sinalizações, equipamentos urbanos de trânsito e transportes e denominações de logradouros públicos, organizar e disciplinar o trânsito, em articulação com os órgãos estaduais afins, fiscalizar e controlar os serviços públicos relativos aos transportes coletivos concedidos ou permitidos pelo Município. Secretaria de Saúde A Secretaria de Saúde tem como principais atribuições formular e coordenar a política municipal de saúde e supervisionar sua execução nas instituições que integram sua área de competência, em coordenação com o Conselho Municipal de Saúde. Além disso, participa do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde – SUS, no seu âmbito de atuação, em articulação com a direção estadual e nacional do Sistema. Secretaria de Educação A Secretaria de Educação tem como principais atribuições formular e coordenar a política municipal de educação e supervisionar sua execução nas instituições que compõem sua área de competência. Também faz parte de suas atribuições garantir igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, assegurar aos alunos da zona rural do Município a gratuidade e obrigatoriedade do transporte escolar e estabelecer mecanismos que garantam a qualidade do ensino público municipal. Além disso, valorizar os profissionais da educação, garantindo-lhes planos de carreira específicos dentro do serviço público municipal. 142 9.1) Recursos Humanos Tecnicamente Qualificados e Equipamentos para Realização de Serviços Habitacionais de Infra-estrutura Urbana A Prefeitura Municipal de Uberlândia conta com Profissionais competentes, dentre eles engenheiros com experiência no setor público, no trato das questões públicas, moradias populares, infra-estrutura e pavimentação urbana, sistema de água e esgoto, os quais estão atentos também às tendências e necessidades futuras do município. Quanto aos equipamentos existentes na prefeitura, estes são de uso limitado ao operacional do município demandando a contratação de empresas especializadas na execução de tarefas mais pesadas, como terraplanagem. 10) Capacidade de Aplicação de Recursos Próprios para Melhorias das Condições Habitacionais A realidade enfrentada pelos municípios do Brasil em relação a disponibilidade de recursos é de escassez para investimentos em habitação. A cidade de Uberlândia por ser pujante apresenta um orçamento elevado, contudo as demandas sociais da sociedade principalmente por saúde e educação também são elevadas. Outra característica verificada é o investimento em Urbanismo e Saneamento item ligado a habitação de qualidade. A aplicação em Urbanismo e Saneamento estrutura a cidade de qualidade e atratividade para o investimento privado empresarial aumentando ainda mais o seu potencial econômico e de atratividade. Desta forma a oferta de terrenos urbanizados é elevada segurando o valor do metro quadrado e favorecendo a autogestão dos empreendimentos. Vale lembrar que devido ao anúncio de uma serie de investimento no último ano destacando a Zona Franca de Manaus e Minha Casa Minha Vida elevou sobremaneira o valor dos terrenos, contudo negócios efetivados esta reduzido. Investimento em Habitação requer grandes somas de recursos visto que exige além da casa propriamente dita recursos para a infra-estrutura, para tanta a participação nos projetos tem que se dar de forma conjunto entre Governo Federal e Estadual estes disponibilizando aportes para os investimentos e os municípios coordenando os projetos 143 selecionando as famílias mais carentes, direcionando para as áreas mais adequadas, cabe aqui destacar a importância do Plano Local de Habitação de Interesse Social. Até o ano de 2008 a cidade não tinha uma secretária de habitação a questão da habitação do município era tratada na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Habitação e Trabalho, em 2009 se tem a criação da Secretária de Habitação. Agora a questão habitacional será tratada com mais profundidade com o apoio dos projetos federais e estaduais. Abaixo está apresentado o quadro retirado do Tesouro Nacional (Base: FINBRA) que consolida as despesas por função do município de Uberlândia nos anos de 2006, 2007 e 2008. Primeiramente temos um aumento nas despesas gerais do município em 67,39%, que foi suportada pelo aumento das receitas anuais. A conta Urbanismo teve um aumento de 61,32%, Habitação aumentou em 59,30% e Saneamento 65,85%, perfazendo um total para 2008 de R$ 221.949.922 (duzentos e vinte e hum milhões e novecentos e quarenta e nove mil e novecentos e vinte e dois reais) um total de 27,70% das despesas correntes do ano de 2008. Estes valores são significativos quando analisa os gastos dos municípios em geral e isto reflete positivamente em uma cidade estruturada para o crescimento econômico e exploração do potencial empreendedor, saneamento básico, loteamento com asfalto e dotados de infra-estrutura, avenidas largas e de transito rápido, iluminação pública e equipamento social relativamente bem distribuído. 144 DESPESAS POR FUNÇÃO ANO 2006 2007 Município UBERLÂNDIA UBERLÂNDIA População 600.368,00 608.369,00 Despesas por Função 539.615.306,00 638.850.474,00 Legislativa 12.606.610,00 15.122.651,00 Judiciária 1.436.358,00 4.379.746,00 Ação Judiciária 209.363,00 0,00 Administração 72.995.865,00 88.373.493,00 Defesa Nacional 0,00 0,00 Segurança Pública 5.260.230,00 4.453.074,00 Relações Exteriores 0,00 Assistência Social 19.956.038,00 21.851.758,00 Previdência Social 16.493.791,00 18.812.318,00 Saúde 126.742.184,00 157.971.356,00 Trabalho 53.744,00 103.179,00 Educação 118.753.631,00 146.759.886,00 Cultura 6.587.223,00 9.150.588,00 Direitos da Cidadania 52.134,00 22.876,00 Urbanismo 70.346.163,00 68.256.128,00 Habitação 4.147.133,00 6.465.995,00 Habitação Urbana 3.961.314,00 6.181.703,00 Habitação Rural 0,00 0,00 Outras Desp na Função Habitação 185.819,00 284.292,00 Saneamento 66.014.362,00 77.632.645,00 Gestão Ambiental 802.371,00 914.744,00 Ciência e Tecnologia 0,00 0,00 Agricultura 1.354.801,00 2.433.055,00 Organização Agrária 0,00 0,00 Indústria 0,00 0,00 Comércio e Serviços 202.339,00 283.209,00 Comunicações 0,00 0,00 Transporte 84.448,00 86.580,00 Desporto e Lazer 5.633.082,00 7.781.749,00 Encargos Especiais 9.883.436,00 10.017.312,00 2008 UBERLÂNDIA 622.441,00 800.715.605,00 16.849.661,00 2.110.836,00 0,00 96.358.474,00 0 5.547.407,00 0,00 23.035.817,00 22.877.954,00 198.791.052,00 65.247,00 175.823.186,00 10.172.342,00 29.082,00 114.705.527,00 6.993.349,00 6.259.163,00 0,00 734.186,00 100.248.046,00 1.272.508,00 0,00 3.516.005,00 0,00 0,00 704.929,00 0,00 29.306,00 9.926.689,00 11.229.128,00 Dados FINBRA – Secretária Tesouro Nacional 145 Prefeitura Municipal de Uberlândia LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO ANEXO III - Metas e Prioridades para o ano de 2009 Programa: 5005 - Habitação de Interesse Social Metas: Construção de unidades habitacionais para famílias de 1 a 3 salários mínimos, através de autoconstrução gerenciado com recursos do FUMHAP e para famílias de 3 a 6 salários mínimos em parceria com OG´s e ONG´s, através do programa TIAU aluguel. Indicadores Índice Recente Índice futuro -8,21 -1,57 Redução do déficit habitacional do município Valores de 2009 Ações Prioridades Órgão Executor Produto Unid/Média 1042-Aquisição de Terrenos para Aquisição de terrenos para implantação Secretaria Munic. Desenv. Viabilização de Conjuntos Habitacionais de projetos habitacionais Social, Habitação e trabalho 1043-Infraestrutura Urbana de Conjuntos Habitacionais Infraestrutura urbana para Secretaria Munic. Desenv. Infraestrutura por implantação de projetos habitacionais Social, Habitação e trabalho habitação 1195-Reforma, ampliação de unidades Construção de unidades Secretaria Munic. Desenv. Obras/Unidade Habitacionais habitacionais de programas do Município Social, Habitação e trabalho Meta física Despesas correntes Despesas Capital Total 2250 2250 1300 1500 450 11500 11500 1136 2723 2723 1136 10448 10448 Terreno por unidade 400 400 1246-Infra-estrutura de Empreedimentos Habitacionais Infra-estrutura urbana de interesse social-Contrat. de operação de crédito(CEF) Secretaria Munic. Desenv. Infraestrutura por Social, Habitação e trabalho habitação Obras/Unidade 1247-Construção de Unidades Habitacionais de Construção de Unidades Secretaria Munic. Desenv. Interesse Social-Contratação de operação de crédito(CEF) Habitacionais Social, Habitação e trabalho 1248-Construção de Equipamentos Sociais Construção de equipamentos Secretaria Munic. Desenv. Complem. do Empreendim. Habitac. de Interesse sociais Social, Habitação e trabalho Social-Contrat. de operação de crédito(CEF) 200 Obras/Unidade 3 547 TOTAL 547 28.968 146 Outros Habitação 2185 - Manutenção Serviços Administrativo Custeio e investimentos das Secretaria Munic. Desenv. Procedimentos atividades dos programas Social, Habitação e trabalho Administrativos habitacionais 2332 - Desenvolvimento de Recursos Humanos 2333 - Manutenção dos Sistemas de Informações Unidades Capacitar e treinar técnicos Secretaria Munic. Funcionario geoprocessamento Desenvolvimento Urbano Qualificação Meio Ambiente Unidade Instrumentalizar a unidade Secretaria Munic. Equipamento com equipamento p/ Desenvolvimento Urbano Adquirir atualização manutenção Meio Ambiente Unidade 0 907 25 932 4 7 0 7 4 9 14 23 TOTAL 962 147 O quadro acima apresenta o orçamento aprovado em 2008 que encontra em vigor para o ano de 2009, as rubricas selecionadas referem a habitação, entendendo que a Secretaria que tratava deste assunto até o ano passado era a Secretária de Desenvolvimento Social, Habitação e Trabalho, agora temos constituído a secretaria de habitação. Para o ano de 2009 está previsto investimento oriundo dos cofres do município da ordem de 29.930 milhões de reais um valor bem superior aos registrados nos anos anteriores, estes valores reflete o entendimento nacional que proporcionar moradia para a população de baixa renda é resgatar uma necessidade das famílias. Para os próximos anos estes valores tendem a serem superiores visto que montantes maiores de recursos serão disponibilizados para o sistema e os municípios têm que fazer frente com contrapartidas. Concretizando o orçamento a prefeitura destinará em torno de 460% a mais de recursos em habitação em relação a 2008, um avanço que é visto nas inaugurações e andamentos das obras. 11) Programas e Ações Em referência à identificação dos Programas e Ações, abaixo segue uma breve apresentação dos mesmos, destacando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a criação e objetivo do Ministério das Cidades e da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB – MG, a qual abrange o Projeto Lares Geraes. Também destaca o Programa Minha Casa Minha Vida, o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) com seus programas e ações, bem como informações sobre o orçamento Geral da União, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). 11.1) Programa de Aceleração do Crescimento – PAC O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é o propulsor do desenvolvimento econômico do país com ações de investimento público em vários setores chaves da economia, de forma a gerar um efeito disseminador por toda a economia. Um dos setores importantes neste processo é o da construção civil, que 148 abrange tanto a moradia popular como saneamento básico, a própria construção pesada e de infra-estrutura, fortalecendo o setor e gerando emprego e renda à população. É considerado como um novo conceito de investimento em infra-estrutura que, aliado às medidas econômicas, visa estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar benefícios sociais para todas as regiões do país. Alguns objetivos do PAC são: modernizar a infraestrutura, melhorar o ambiente de negócios, estimular o crédito e o financiamento, aperfeiçoar a gestão pública e elevar a qualidade de vida da população. Suas ações e obras geram empregos, que garantem renda e consumo para milhares de trabalhadores e suas famílias. Trata-se de um instrumento estratégico de inclusão social e de promoção do desenvolvimento. 11.2) Ministério das Cidades O Ministério das Cidades foi criado em 1º de janeiro de 2003, contemplando uma antiga reivindicação dos movimentos sociais de luta pela reforma urbana. Tem como missão o combate as desigualdades sociais, transformando as cidades em espaços mais humanizados, ampliando o acesso da população à moradia, ao saneamento e ao transporte. Compete ao Ministério tratar da política de desenvolvimento urbano e das políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e trânsito. Através da Caixa Econômica Federal, operadora dos recursos, o Ministério trabalha de forma articulada e solidária com os estados e municípios, além dos movimentos sociais, organizações não governamentais, setores privados e demais segmentos da sociedade. Sua tarefa é assegurar o direito à cidade, de forma a garantir que cada moradia receba água tratada, coleta de esgoto e de lixo, que cada habitação tenha em seus arredores escolas, comércio, praças e acesso ao transporte público. 11.3) Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB - MG O Governo do Estado criou em 18 de agosto de 1965, a Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB-MG. Ela foi fundada com a finalidade de combater o déficit habitacional e urbanizar vilas e favelas no Estado. Atualmente, a 149 COHAB-MG é responsável direta pela concepção e execução de políticas que visam reduzir o déficit habitacional no Estado de Minas Gerais. Ao longo de toda a sua existência, a Companhia já investiu cerca de 1,5 bilhões de reais e construiu cerca de 113 mil moradias em 370 municípios mineiros. O trabalho da COHAB-MG continua sendo crescente, na medida em que a demanda social por novas moradias no Estado é crônica e se acumulou ao longo dos anos. 11.4) Projeto Lares Geraes A COHAB – MG é responsável pela execução dos dois principais programas do Projeto Estruturador Lares Geraes: o Lares–Habitação Popular (PLHP) e o Lares– Segurança Pública (PLSP). Os projetos estruturadores fazem parte do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado- PMDI. O Programa Lares Geraes - Habitação Popular (PLHP), foi criado e implementado pelo Governo de Minas Gerais, a partir de 2005, e expressa a prioridade dada pelo Estado à redução do déficit habitacional em Minas e o compromisso firmado pelo Governo de Minas em oferecer habitações dignas a um número crescente de famílias mineiras que ganham até três salários mínimos e não têm condições de adquirir a sua moradia própria. Destina-se à construção de conjuntos habitacionais e ao acesso à casa própria, mediante a concessão de financiamentos para famílias que possuem renda de 1 a 3 salários- mínimos. Os objetivos fundamentais deste programa são: reduzir o déficit habitacional em Minas Gerais; atender famílias de até 3 salários mínimos (86% do déficit); subsidiar o preço da habitação para acesso à moradia pelas famílias de baixa renda. Ressalta-se que desde 2005, quando o programa foi criado, até meados de março de 2009, o Governo de Minas entregou 17.495 casas em 167 municípios de todas as regiões do Estado. Além disso, 3.367 moradias encontram-se em construção, sendo que destas, 1.019 já estão concluídas. O programa Lares–Habitação Popular (PLHP) tem o município como um dos principais parceiros do Governo de Minas na tarefa de combater o déficit habitacional. Fica a cargo das prefeituras municipais, a doação do terreno próprio, regularizado juridicamente, urbanizado e com toda a infra-estrutura de redes de água, esgoto e 150 energia elétrica, pavimentação e escoamento de águas pluviais. Ela deve comprometerse também a fazer o cadastramento das famílias interessadas em participar do programa. Destaca-se que o resultado dessas ações visa contribuir para elevar a auto-estima pessoal e a qualidade de vida e dignidade dos mutuários, incluindo ações que visam à manutenção e conservação física das unidades habitacionais; a preservação do espaço comunitário e das relações de vizinhança; e a educação sanitária e ambiental. Prevê ainda o estímulo a atividades que geram renda, como o artesanato. A atuação do convênio se divide em seis áreas: gestão comunitária; educação sanitária e ambiental; geração de emprego e renda; educação e serviços básicos; e relações interpessoais. Trata-se, portanto, de uma importante iniciativa da Prefeitura Municipal de Uberlândia no sentido de ampliar as perspectivas de uma nova vida para as famílias que são beneficiadas pelo Programa Lares – Habitação Popular. 11.5) Programa Minha Casa, Minha Vida Minha Casa, Minha Vida é um programa do Governo Federal, em parceria com Estados, Municípios, empresas e movimentos sociais que visa construir um milhão de novas moradias para a população. O programa oferece vantagens, tais como, redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor da habitação. O Governo Federal incentiva com isenção de impostos. O programa prioriza famílias com renda de até 3 salários mínimos, mas também abrange famílias com renda de até 10 salários mínimos. O programa abrange Capitais e respectivas regiões metropolitanas, municípios com mais de 100 mil habitantes, podendo contemplar em condições especiais municípios entre 50 e 100 mil habitantes, de acordo com o seu déficit habitacional. Recentemente a Medida Provisória 459, que cria o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, foi aprovada no Plenário do Senado, estando prevista na mesma destinação de recursos também para cidades de até 50 mil habitantes. O Programa funciona da seguinte forma: a União aloca recursos por área do território nacional e solicita apresentação de projetos; os Estados e municípios realizam cadastramento da demanda e após triagem indicam famílias para seleção, utilizando as informações do cadastro único; construtoras apresentam projetos às superintendências regionais da CAIXA, podendo fazê-los em parceria com estados, municípios, 151 cooperativas, movimentos sociais ou independentemente; após análise simplificada, a CAIXA contrata a operação, acompanha a execução da obra pela construtora, libera recursos conforme cronograma e, concluído o empreendimento, realiza a sua comercialização. Os recursos do programa são do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social acrescidos das contrapartidas obrigatórias das entidades privadas sem fins lucrativos vinculadas ao setor habitacional. 11.5.1) Programa Minha Casa, Minha Vida Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR A Portaria Interministerial N° 326, de 31 de agosto de 2009 dispõe sobre o Programa Nacional De Habitação Rural – PNHR, Integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV de que tratam a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e o Decreto nº 6.819, de 13 de abril de 2009. 11.6) Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHS 11.6.1) Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários Habitação de Interesse Social - HIS Os recursos deste programa advêm do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social acrescidos das contrapartidas obrigatórias de estados, municípios e Distrito Federal. Os recursos do FNHIS são do Orçamento Geral da União - OGU. A ação do Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários Habitação de Interesse Social objetiva apoiar estados, Distrito Federal e municípios nas intervenções necessárias à regularização fundiária, segurança, salubridade e habitabilidade de população localizada em área inadequada à moradia ou em situações de risco, visando a sua permanência ou realocação, por intermédio da execução de ações integradas de habitação, saneamento ambiental e inclusão social. 152 11.6.2) Ação Provisão Habitacional de Interesse Social - HIS As ações consistem na Produção ou Aquisição de Unidades Habitacionais; Produção ou Aquisição de Lotes Urbanizados; c) Requalificação de Imóveis; d) Apoio à Prestação de Serviços de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social. A ação objetiva apoiar estados, Distrito Federal e municípios no acesso da população com renda familiar mensal de até R$ 1.050,00 (um mil e cinqüenta reais) à habitação digna, regular e dotada de serviços públicos, em localidades urbanas ou rurais, mitigando as desigualdades sociais e contribuindo para a ocupação urbana planejada. 11.6.3) Ação Provisão Habitacional de Interesse Social - Modalidade: Assistência Técnica A ação visa apoiar estados, Distrito Federal e municípios na melhoria dos padrões de salubridade, segurança e habitabilidade das edificações produzidas, reformadas ou ampliadas no âmbito do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, por intermédio de apoio à prestação de serviços de assistência técnica, assim entendida como o conjunto de ações voltadas à mobilização e organização comunitária, elaboração de projetos, acompanhamento e execução da obra, trabalho social e jurídico, de forma coletiva ou individual. 11.6.4) Ação de Apoio à elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social – PLHIS A Ação de apoio à elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social – PLHIS é componente do Programa Habitação de Interesse Social e integra as ações financiadas pelo Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS. Objetiva contribuir com Estados, DF e Municípios na formulação dos Planos Locais de Habitação com foco na habitação de interesse social, para que esses construam com os agentes sociais um conjunto de objetivos, metas, diretrizes e instrumentos de ação e intervenção para o setor habitacional. 153 O planejamento habitacional, nos municípios e estados, é fundamental para a implementação das diretrizes da Política Habitacional e a integração urbana, sobretudo, dos assentamentos precários. A transferência de valores está condicionada ao tamanho da população local. Os valores máximos de repasse oscilam entre R$ 30.000,00 e R$ 60.000,00. A Secretaria Nacional de Habitação apóia por meio do repasse de recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social 25 estados, o DF e 1.300 municípios na elaboração do PLHIS. 11.6.5) Ação de Apoio à Produção Social da Moradia A Ação de Apoio à Produção Social da Moradia, do Programa de Habitação de Interesse Social, opera com recursos oriundos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, válida para o período 2008/2011, possui por objetivo apoiar entidades privadas sem fins lucrativos, vinculadas ao setor habitacional, no desenvolvimento de ações integradas e articuladas que resultem em acesso à moradia digna, situada em localidades urbanas ou rurais, voltada a famílias de baixa renda, assim consideradas aquelas que recebam até R$ 1.125,00 (um mil, cento e vinte e cinco reais) de rendimento mensal bruto. A Ação de Produção Social da Moradia será implementada por intermédio das seguintes modalidades: Produção ou Aquisição de Unidades Habitacionais; Produção ou Aquisição de Lotes Urbanizados; e Requalificação de Imóveis. 11.7) Orçamento Geral da União 11.7.1) Habitar Brasil BID - HBB Trata-se de uma iniciativa do Governo Federal, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, um programa voltado à superação das condições de subnormalidade em áreas periféricas, por meio da implantação de projetos integrados, associado à capacitação técnica e administrativa desses municípios. Tem como Órgão Gestor o Ministério das Cidades, sendo a CAIXA o agente financeiro, técnico e operacional e responsável pela implementação do programa. 154 O programa HBB foi pioneiro no destaque e relevância para o componente social. A participação ativa da comunidade local, desde o planejamento da proposta até a conclusão da execução física das obras em um ano após sua ocupação é ponto basilar para o sucesso da intervenção. Para tanto, são executados projetos de apoio, orientação e mobilização da comunidade, de capacitação profissional, de geração de trabalho e renda, de educação sanitária e ambiental. Tem como fonte de Recursos, o Orçamento Geral da União (OGU), sendo exigida também contrapartida do município, DF e ou estados. Tem como Órgão Gestor o Ministério das Cidades, sendo a CAIXA o agente financeiro, técnico e operacional e responsável pela implementação do programa. 11.7.2) Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um programa do Ministério das Cidades que visa elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia para a população de menor renda. A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, qualificação de materiais, componentes e sistemas construtivos, capacitação profissional e assistência técnica à construção civil, normalização técnica, capacitação laboratorial, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social. 155 11.7.3) Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH O Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH objetiva oferecer acesso à moradia adequada a cidadãos de baixa renda por intermédio da Concessão de subsídios. Os subsídios são concedidos no momento em que o cidadão assina o contrato de crédito habitacional junto às instituições financeiras habilitadas a operar no programa. Os cidadãos são beneficiados em grupos organizados pelos governos dos estados, DF ou municípios, e excepcionalmente, em áreas rurais, as entidades privadas sem fins lucrativos apresentam propostas às instituições financeiras e aos agentes financeiros do SFH. O PSH é operado com recursos provenientes do Orçamento Geral da União (OGU) e conta, ainda, com o aporte de contrapartida proveniente dos estados, DF e municípios, sob a forma de complementação aos subsídios oferecidos pelo programa. Possui como modalidades, a Produção de Moradias, que objetiva a produção de unidades habitacionais, dotadas de padrões mínimos de habitabilidade, observadas as posturas municipais. Aquisição de Moradias, que objetiva a aquisição de unidades habitacionais prontas, dotadas de padrões mínimos de habitabilidade, observadas as posturas municipais. Valores do subsídio destinado à complementação dos valores de produção/aquisição de moradias. 11.8) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS 11.8.1) Carta de Crédito Individual Este programa objetiva conceder financiamentos a pessoas físicas para fins de aquisição, construção, conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidade habitacional, propiciando ainda a aquisição de cesta de material de construção ou a aquisição de lote urbanizado. Tem como fonte de financiamentos concedidos, os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS pode ser utilizado como contrapartida durante a fase de construção, desde que atendidas às condições específicas relativas ao saque da conta vinculada. 156 11.8.2) Carta de Crédito Associativo O Programa objetiva conceder financiamentos a pessoas físicas, associadas em grupos formados por condomínios, sindicatos, cooperativas, associações, Companhias de Habitação (COHAB) ou empresas do setor da construção civil. O programa permite a produção de lote urbanizado, a construção de unidade habitacional ou a aquisição de unidade nova produzida no âmbito do próprio programa. Existe também uma modalidade denominada - Reabilitação Urbana - por intermédio da qual o grupo associativo poderá adquirir unidades usadas e executar obras voltadas à recuperação e ocupação para fins habitacionais. Atuação voltada para aquisição e construção de Unidades Habitacionais, Reabilitação Urbana e Produção de Lotes Urbanizados. Recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como fonte dos financiamentos concedidos. 11.8.3) Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PróMoradia O Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - PRÓMORADIA objetiva oferecer acesso à moradia adequada à população em situação de vulnerabilidade social e com rendimento familiar mensal preponderante de até R$ 1.050,00 (um mil e cinqüenta reais), por intermédio de financiamento a estados, municípios, Distrito Federal ou órgãos das respectivas administrações direta ou indireta. É operado por intermédio das seguintes modalidades: Urbanização de Assentamentos precários; Produção de Conjuntos Habitacionais; Desenvolvimento Institucional. O Processo de Seleção é realizado anualmente, em período estabelecido pelo Gestor da Aplicação, a partir da analise das solicitações “Cartas Consultas” encaminhadas pelos Órgãos Públicos interessados a qualquer um dos Agentes Financeiros habilitados pelo Agente Operador. 157 11.9) Fundo de Arrendamento Residencial - FAR 11.9.1) Programa de Arrendamento Residencial – PAR O Programa de Arrendamento Residencial (PAR) tem por objetivo propiciar moradia à população de baixa renda, sob a forma de arrendamento residencial com opção de compra. O PAR é uma operação de aquisição de empreendimentos novos, a serem construídos, em construção ou a recuperar/reformar. As unidades habitacionais dos empreendimentos adquiridos se destinam à oferta de moradias, sob a forma de arrendamento residencial com opção de compra, às pessoas físicas enquadradas no Programa. As diretrizes do programa incluem o fomento à oferta de unidades habitacionais e à melhoria das condições do estoque de imóveis existentes, a promoção da melhoria da qualidade de vida das famílias beneficiadas, a intervenção em áreas objeto de Planos Diretores, a criação de novos postos de trabalho diretos e indiretos, o aproveitamento de imóveis públicos ociosos em áreas de interesse habitacional e o atendimento aos idosos e portadores de deficiência física. O Programa é operado com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), criado exclusivamente para aplicação no PAR, composto com recursos onerosos provenientes de empréstimo junto ao FGTS e recursos não onerosos provenientes dos fundos FAS, FINSOCIAL, FDS e PROTECH e da rentabilidade das disponibilidades do FAR. São Destinatários finais do programa famílias com renda mensal de até R$1.800,00 (um mil e oitocentos reais). No caso de profissionais da área de segurança pública, especialmente os policiais civis e militares, admite-se renda mensal de até R$2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais). Cabe ao Ministério das Cidades - Agente Gestor estabelecer as diretrizes, regras e demais condições que regem a aplicação dos recursos alocados ao Programa. Entre as atribuições dos Estados, DF e Municípios que participam do Programa estão: identificar os locais para implantação dos projetos; indicar as famílias a serem beneficiadas; promover ações facilitadoras e redutoras dos custos de implantação dos projetos, tais como, redução de tributos, contribuições e taxas; aportar recursos financeiros, bens ou serviços economicamente mensuráveis, necessários à realização das obras e serviços do empreendimento. 158 À Caixa Econômica Federal cabe operacionalizar o Programa e gerir o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). 11.10) Fundo de Desenvolvimento Social - FDS 11.10.1) Programa Crédito Solidário O Programa Crédito Solidário tem como objetivo o financiamento habitacional a famílias de baixa renda organizadas em associações, cooperativas, sindicatos ou entidades da sociedade civil organizada. O Ministério das Cidades, Gestor das Aplicações dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Social – FDS, tem a atribuição de implementar, monitorar e avaliar o Programa Crédito Solidário. A Caixa Econômica Federal é o agente Operador dos recursos do FDS, responsável por acompanhar, fiscalizar e controlar os financiamentos. São beneficiárias do programa, as famílias organizadas de forma associativa com renda bruta mensal de até R$ 1.125,00. Também poderão participar famílias com renda bruta mensal entre R$ 1.125,01 e R$ 1.900,00, de acordo com critérios do Ministério das Cidades. Pode ser realizado financiamento para aquisição de terreno e construção em terreno próprio; construção em terreno de terceiros; conclusão, ampliação ou reforma de unidade habitacional, aquisição de unidade construída; aquisição de imóveis para reabilitação urbana com fins habitacionais; outras modalidades a serem autorizadas pelo gestor das aplicações. 159 A Tabela abaixo apresenta um resumo das principais características dos programas citados, sendo que outras particularidades e especificidades tanto relacionadas ao funcionamento do programa quanto aos critérios deverão ser observadas de acordo com a legislação existente e diretrizes de cada programa. Programa Programa Lares Geraes Habitação Popular (PLHP) Público Alvo Critérios/ Condições de seleção Beneficiários do programa Famílias com renda de até 3 salários mínimos - Não ter sido beneficiado Prioriza famílias anteriormente em programas de com renda de até 3 habitação social do governo. salários mínimos, - Não possuir casa própria ou porém abrange ainda financiamento em qualquer UF– Programa Minha famílias com renda Unidade da Federação. Casa, Minha Vida de até 10 salários - Estar enquadrado na faixa de mínimos. renda familiar do programa. - Registro do imóvel preferencialmente em nome da mulher. Ação Origem do recurso Como funciona Fica a cargo das prefeituras Construção de municipais, a doação do terreno conjuntos habitacionais próprio, regularizado juridicamente, e ao acesso à casa urbanizado e com toda a infraprópria, mediante a Governo de Minas estrutura. A Prefeitura concessão de Compromete-se também a fazer o financiamentos. cadastramento das famílias interessadas em participar do programa. A União aloca recursos por área do território nacional e solicita apresentação de projetos; os Estados e municípios realizam cadastramento da demanda e após triagem indicam famílias para seleção, utilizando as informações Construção de novas Fundo Nacional de do cadastro único; construtoras Moradias para a Habitação de apresentam projetos às população. Interesse Social superintendências regionais da CAIXA, podendo fazê-los em parceria com estados, municípios, cooperativas, movimentos sociais ou independentemente; após análise simplificada, a CAIXA contrata a operação, acompanha a execução 160 da obra pela construtora, libera recursos conforme cronograma e, concluído o empreendimento, realiza a sua comercialização. Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários. A área de intervenção deverá ser ocupada ter no mínimo 60% Regularização Famílias com renda (sessenta por cento) de famílias fundiária, segurança, de até R$ 1.050,00 com renda até R$ 1.050,00 (um salubridade e reais. mil e cinqüenta reais), e, ainda: habitabilidade de a) ser ocupada há mais de cinco população localizada anos; ou, em área inadequada à União repassa recursos para estados b) estar localizada em situação moradia ou em e municípios melhorarem a situação Fundo Nacional de que configure risco ou situações de risco, de assentamentos precários nas Habitação de insalubridade, ou seja, objeto de visando a sua cidades. Governos locais precisam Interesse Social legislação que proíba a utilização permanência ou apresentar contra partidas em para fins habitacionais, nestes realocação, por dinheiro ou em serviços casos, em qualquer período de intermédio da execução ocupação. de ações integradas de habitação, saneamento ambiental e inclusão social. Ação Provisão Habitacional de Interesse Social HIS Famílias com renda familiar mensal de até R$ a) cidadãos idosos, na forma da Lei nº. 10.741, 1º de outubro de 2003, ou cidadãos portadores de necessidades especiais, na forma do Decreto nº. 5.296, de 2 de dezembro de 2004; b) famílias com menor renda per capita; c) famílias com maior número de dependentes; Produção ou Aquisição de Unidades Habitacionais; Produção ou Aquisição de Lotes Fundo Nacional de Urbanizados; Habitação de Requalificação de Interesse Social Imóveis; Apoio à Prestação de Serviços de Assistência Técnica para Habitação de União repassa recursos para estados e municípios construírem moradias para famílias de baixa renda nas cidades e no campo. Governos locais precisam apresentar contra partidas em dinheiro ou serviços 161 1.050,00 reais. d) mulheres responsáveis pelo Interesse Social. domicílio; e e) outros critérios, a juízo dos Proponentes/Agentes Executores, desde que com objetivo de melhor retratar a vulnerabilidade socioeconômica dos beneficiários. Ação Provisão Habitacional de Interesse Social – HIS – Modalidade Assistência Ténica Apoio à prestação de serviços de assistência técnica, assim entendida como o conjunto de ações voltadas à mobilização e Fundo Nacional de organização Habitação de comunitária, elaboração Interesse Social de projetos, acompanhamento e execução da obra, trabalho social e jurídico, de forma coletiva ou individual. Apoiar estados, Distrito Federal e municípios na melhoria dos padrões de salubridade, segurança e habitabilidade das edificações produzidas, reformadas ou ampliadas no âmbito do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social Ação de Apoio a Produção Social da Moradia Apoiar entidades privadas sem fins lucrativos, vinculadas ao setor habitacional, no desenvolvimento de Fundo Nacional de ações integradas e Habitação de articuladas que resultem Interesse Social em acesso à moradia digna, situada em localidades urbanas ou rurais, O repasse de recursos para Produção Social da Moradia é feito após a realização das fases de habilitação e de seleção das propostas apresentadas pelas entidades privadas sem fins lucrativos. Famílias com rendimento mensal bruto de até R$ 1.125,00 Associados da entidade 162 Famílias de baixa renda, predominantemente na faixa de até 3 salários mínimos, que residam em assentamentos precários – favelas, mocambos, palafitas, entre outras Famílias com renda localizados em regiões de até 3 salários metropolitanas, aglomerações mínimos urbanas e capitais de estados. Voltado à superação das condições de subnormalidade em áreas periféricas, por Orçamento Geral meio da implantação de da União projetos integrados, - Setores das prefeituras dedicadas associado à capacitação a atividades relacionadas com técnica e administrativa habitação e desenvolvimento desses municípios. urbano. Os recursos financeiros são repassados de forma não onerosa aos estados, DF e municípios, de acordo com as etapas do plano de trabalho executadas e comprovadas. Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social Pessoas físicas com rendimento familiar mensal bruto não superior a R$ 1.245,00 Rendimento familiar mensal bruto não superior a R$ 1.245,00. Apresentação de documentação Acesso à moradia por que permita seu cadastramento e intermédio de subsídio seleção pelos órgãos municipais ou estaduais competentes. Para ter acesso ao projeto, o cidadão deve procurar a Secretaria de Habitação ou órgão equivalente dentro do estado para realizar o cadastro. Os governos locais escolhem as famílias a serem beneficiadas Programa Carta de Crédito Individual Famílias com Renda Familiar Bruta variável de R$ 1.500,00 a 3.900,00 reais de acordo com a modalidade de intervenção. Pessoas físicas, que não detenham, em qualquer parte do país, outro financiamento nas condições do SFH, e não sejam proprietários, promitentes compradores ou titulares de direito de aquisição de imóvel Habitar Brasil – BID - HBB Orçamento Geral da União (OGU) Conceder financiamentos a pessoas físicas para fins Fundo de Garantia de aquisição, por Tempo de construção, conclusão, Serviço (FGTS) ampliação, reforma ou melhoria de unidade Os interessados devem procurar diretamente os Agentes Financeiros habilitados a operar os programas do FGTS, como, por exemplo, a Caixa Econômica Federal. 163 residencial no atual local de domicílio nem onde pretendam fixá-lo. Programa Carta de Crédito Associativo Programa PróMoradia Famílias com Renda Familiar Bruta variável de R$ 1.500,00 a 3.900,00 reais de acordo com a modalidade de intervenção. Admitida renda familiar mensal superior a R$ 3.900,00 e até R$ 4.900,00 para operações especiais. Pessoas físicas, que não detenham, em qualquer parte do país, outro financiamento nas condições do SFH, e não sejam proprietários, promitentes compradores ou titulares de direito de aquisição de imóvel residencial no atual local de domicílio nem onde pretendam fixá-lo. habitacional, propiciando ainda a aquisição de cesta de material de construção ou a aquisição de lote urbanizado. Conceder financiamentos a pessoas físicas, associadas em grupos formados por condomínios, sindicatos, cooperativas, associações, Companhias de Fundo de Garantia Habitação (COHAB) ou por Tempo de empresas do setor da Serviço (FGTS) construção civil, para a produção de lote urbanizado, a construção de unidade habitacional ou a aquisição de unidade nova produzida no âmbito do próprio programa. Oferecer acesso à moradia adequada à população em situação de vulnerabilidade social O cidadão terá acesso a um valor de financiamento de acordo com sua capacidade de pagamento. A capacidade de pagamento é analisada, caso a caso, pelo Agente Financeiro, levando em consideração, entre outros fatores, sua renda familiar. Não há valores de financiamento previamente estabelecidos. Além disso, o FGTS não financia 100% do valor do imóvel, sendo necessária uma contrapartida Fundo de Garantia Financiamento a estados, por Tempo de municípios, Distrito Federal ou Serviço (FGTS) órgãos das respectivas administrações direta ou indireta. 164 Processo de seleção realizado anualmente, em período estabelecido pelo Gestor da Aplicação, a partir da analise das solicitações “Cartas Consultas” encaminhadas pelos Órgãos Públicos interessados a qualquer um dos Agentes Financeiros habilitados pelo Agente Operador. Famílias com renda de até R$ 1.050,00. Famílias com renda mensal de até R$1.800,00 reais. No caso de profissionais da área Programa de de segurança Atendimento a requisitos de Arrendamento pública, enquadramento no Programa. Residencial (PAR) especialmente os policiais civis e militares, admite-se renda mensal de até R$2.400,00 reais. Famílias com renda As Famílias organizadas de forma bruta mensal de até associativa com renda bruta R$ 1.125,00. mensal de até R$ 1.125,00. Famílias com renda Também poderão participar bruta mensal entre famílias com renda bruta mensal Programa Crédito R$ 1.125,01 e R$ entre R$ 1.125,01 e R$ 1.900,00, Solidário 1.900,00, de acordo limitadas a: com critérios do a) 10% (dez por cento) da Ministério das composição do grupo associativo Cidades. ou; b) 35% (trinta e cinco por cento) Arrendamento residencial com opção de compra Famílias se cadastram nos governos locais. A Caixa fica responsável Fundo de pelo repasse do recurso e pela Arrendamento seleção da construtora. Ao final das Residencial (FAR) prestações do arrendamento, o beneficiado torna-se o proprietário do imóvel Financiamento habitacional a famílias de baixa renda organizadas em Fundo de associações, Desenvolvimento cooperativas, sindicatos Social (FDS) ou entidades da sociedade civil organizada. Permite financiamento de juros zero. Os beneficiários deverão assinar contrato junto à CAIXA, após processo de seleção de projetos. 165 de composição do grupo associativo, no caso de propostas apresentadas em municípios integrantes de regiões metropolitanas do grupo V de acordo com Quadro II . Idosos acima de 60 anos, na cota correspondente em até 5% do número de unidades do empreendimento. Quando o percentual for menor que uma unidade habitacional, poderá ser financiada uma unidade. É vedada a participação de famílias que: a) Sejam titulares de financiamento habitacional ativo obtido com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social - FDS ou nas condições do Sistema Financeiro da Habitação - SFH; b) Tenham sido beneficiadas pelo Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH, ou quaisquer programas de subsídio habitacional de caráter federal, exceto quando houver composição de subsídio federal, através de programas habitacionais, inclusive o PSH, com recursos liberados pelo Programa Crédito Solidário para as famílias beneficiadas pelo Programa e; 166 c) Sejam proprietários ou promitentes compradores de imóvel residencial, ressalvada a modalidade conclusão, ampliação ou reforma de unidade habitacional. As operações contratadas no âmbito do Programa Crédito Solidário serão incluídas no Cadastro Nacional de Mutuários – CADMUT, com vistas a não concessão de mais de um financiamento/subsídio ao mesmo adquirente. 167 12) Recursos para Financiamento A disponibilidade de recursos financeiros para a implementação do PLHIS é fundamental para a concretização dos objetivos e metas propostos. Para que se possa obter recursos suficientes para implementar o PLHIS, são necessários: Capacidade para tomada de financiamento; Ampliação das possibilidades de captação de recursos financeiros; Forma de gestão destes recursos; De forma geral, as principais fontes de financiamento destinadas especificamente para ações do setor habitacional são: Governos municipais, por meio de recursos próprios; Governos estaduais, através de órgãos, como por exemplo, COHAB, que desenvolvem programas específicos voltados para a produção de moradias e urbanização. Governo federal, por intermédio dos recursos não onerosos provenientes do Orçamento Geral da União (OGU), através do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Porém, a principal fonte de recursos onerosos para aplicação no setor habitacional é o fundo de Garantia por tempo de serviço. Organismos internacionais, principalmente bancos multilaterais, tais como o Banco Mundial (BIRD) e o Banco de Desenvolvimento (BID). A União Européia também disponibiliza recursos para investimento em habitação e infraestruturar urbana. A principal alternativa para mobilização de recursos locais é a ampliação da capacidade de arrecadação, o que pode ser feito mediante a modernização do sistema fiscal da municipalidade. Uma iniciativa fundamental é a atualização do cadastro imobiliário e da planta de valores, com impacto sobre a arrecadação do IPTU. Os programas do Governo Federal são gerenciados principalmente pelo Ministério das Cidades. Os programas do MCidades estão voltados prioritariamente 168 para o atendimento de famílias com renda mensal até 5 (cinco) salários mínimos. Estes programas também exigem contrapartida por parte da administração local. Existem duas possibilidades de acesso aos recursos do OGU por meio do Ministério das Cidades: Emendas parlamentares à Lei Orçamentária Anual – LOA; Processo de seleção pública de propostas realizados pelo MCidades. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, como citado acima é uma importante fonte de recurso disponibilizada pelo Governo Federal para a aplicação em habitações e infraestrutura urbana. Os recursos do FGTS são utilizados para financiamentos onerosos, a juros que assegurem equilíbrio ao patrimônio do fundo, buscando, todavia, os níveis de juros mais baixos possíveis, de modo a atender segmentos de expressivo interesse social. O Fundo de Desenvolvimento Social – FDS disponibiliza recursos através do programa Crédito Solidário, os quais podem ser acessados pela população de baixa renda organizada por cooperativas ou por associações com fins habitacionais. Estes recursos visam à produção de novas habitações, a conclusão e reforma de moradias existentes, mediante concessão de financiamento diretamente ao beneficiário, pessoa física. Recursos oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS) também são em parte destinados ao setor habitacional. Para ter acesso a estes recursos, é necessário que a administração local conte com equipe técnica capacitada além de atender às exigências necessárias. 12.1) Recursos Próprios do Município O município de Uberlândia apresenta uma receita corrente estimada pela Prefeitura Municipal de Uberlândia para o ano de 2009 de 834.120 milhões, compreendendo receita tributária, de contribuições, patrimonial, transferência corrente e receita de capital. A transferência prevista para o município é de 542.350 milhões, representando 65,01% dos recursos, demonstrando que parte da capacidade do município esta relacionado às transferências da união e estado. A prefeitura de Uberlândia tem recursos 169 disponíveis para a realização de contrapartidas junto aos projetos de habitação, em operações de crédito, recursos para infra-estrutura e recursos para construção de unidade habitacional de interesse social no valor de 13.718 milhões de reais, já para drenagem fluvial do Morumbi recursos no valor de R$ 4.556 milhões. Para o projeto do pré-metrô, a prefeitura disponibilizará recursos no valor de R$ 20.000 milhões. As ações relacionadas estão diretamente relacionadas com a questão básica do Plano Local de Habitação de Interesse Social, que é a efetivação de moradias dignas, em locais que apresenta mobilidade urbana e locais dotados de toda infra-estrutura. RECEITA 2006 2007 2008 2009 * 591.361 645.032 764.036 824.120 *Orçada A Receita Corrente do município teve um incremento de 2006 para 2008 de 29%, valor considerável diante da base de arrecadação elevada, com tendência moderada alta para 2009, porém diante aos efeitos da crise no primeiro semestre de 2009, as atividades econômicas, com efeito, na arrecadação foram reduzidas. Com recursos limitados a prefeitura atua em prol das parcerias e da qualificação para estar em condições de celebrar convênios com o Estado e União. 12.2) Convênios e repasses para o Município A Prefeitura Municipal de Uberlândia recebe repasses para o município por meio do Ministério das Cidades que é conveniado a Caixa Econômica Federal, a qual fornece recursos para produção ou aquisição de Unidades Habitacionais. Produção ou aquisição de Unidades Habitacionais Situação: Adimplente Nº Original: CR.NR.0250012-14 Órgão Superior: Ministério das Cidades 170 Concedente: Caixa Econômica Federal - FNHIS Convenente: Uberlândia Prefeitura Valor Convênio: R$ 1.752.162,87 Valor Liberado: R$ 1.752.162,87 Publicação: 09/05/2008 Início da Vigência: 30/04/2008 Fim da Vigência: 31/12/2009 Valor Contrapartida: R$ 346.358,94 Data Última Liberação: 22/12/2009 Valor Última Liberação: R$ 22.392,87 Fonte: Transparência Pública 13) Estratégia de Comunicação A elaboração do PLHIS de Uberlândia contou com a participação da população, a qual foi de suma importância em todos os momentos da implementação e discussão do conteúdo e no desenvolver do plano. Para que a participação popular seja efetiva, é necessário que sejam adotadas estratégias adequadas de comunicação, bem como deve ser garantida a publicidade de todos os eventos a todos os setores e em todos os locais da cidade. Para a elaboração do PLHIS de Uberlândia, foram mobilizados diferentes setores da sociedade, tais como sindicatos, comércio local, associações, conselhos de políticas públicas, com destaque para o Conselho de Habitação, e ainda Secretarias Municipais e a população de baixa renda (até 3 salários mínimos) do município, a qual é foco do PLHIS, ressaltando-se a importância desta participação para a concretização do Plano. A divulgação dos locais e horários das reuniões participativas foi realizada por meio de ofícios encaminhados a representantes da sociedade civil organizada, entidades públicas, secretarias, conselhos etc. Ofícios foram encaminhados também a todos os vereadores e, além disso, um representante da Consultoria compareceu pessoalmente a uma reunião da Câmara para fazer esclarecimentos acerca do Plano bem como convidar os membros do legislativo municipal a participarem do processo. Foram distribuídos com uma semana de antecedência em cada setor onde seria ocorrida a reunião, folders e cartazes fixados em locais estratégicos junto a comunidade, 171 tais como Associações Comunitárias, Postos de Saúde e Escolas (EMEFs e estaduais). Para que isso ocorresse, as lideranças comunitárias foram contatadas, contribuindo significativamente para a formação de um canal direto de comunicação com a população, e propiciando um relevante auxílio na divulgação das reuniões por meio dos materiais de divulgação apresentados. Como citado anteriormente, as reuniões foram setorizadas e assim, as lideranças contatadas foram escolhidas dentre membros participativos nas questões da comunidade, bem como presidentes de associações de moradores ou moradores interessados pela questão. Cabe ressaltar ainda que essa estratégia foi muito importante para a maior efetivação da participação popular. Além disso, semanalmente, eram realizados contatos telefônicos com todas as associações comunitárias visando informar pessoalmente os representantes das mesmas. Em relação a imprensa áudio-visual foram distribuídos semanalmente releases para a mídia impressa, radiofônica e televisiva. Informativos sobre as reuniões do Plano foram divulgados também na internet, através do Site da Prefeitura e enviados por e-mail a diversos segmentos da sociedade. A divulgação das ações participativas foram realizadas por meio de uma logomarca desenvolvida especificamente para o PLHIS de Uberlândia: Segue modelo de cartaz utilizado para divulgação das reuniões do PLHIS de Uberlândia: 172 173 REFERÊNCIAS CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - disponível em www.caixa.gov.br CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - COTS – Caderno de Orientação Técnico Social Programas Setor Público – Mar 2004. Disponível em https://webp.caixa.gov.br/urbanizacao/publicacao/texto/programa/Cots_setor_publico.p df CENSO DEMOGRÁFICO 2000 - disponível em http://www.ibge.gov.br/home CENTRO DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES - disponível em CEI http://www.fjp.gov.br/ COMPANHIA DE HABITAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - COHABMG - disponível em http://www.cohab.mg.gov.br CONSELHO DAS CIDADES - Políticas Públicas com Participação Popular. Brasília 2006. Disponível em www.cidades.gov.br, acessado em 18/03/09. EMBRAPA – disponível em http://www.urbanizacao.cnpm.embrapa.br/conteudo/discussao.html FONSECA, Maria de Lourdes Pereira. Form Urbana e Uso do Espaço Público. As Transformações no centro de Uberlândia, Brasil. 357 p. Tese (Doutorado) – Programa de Doutorado em Urbanismo. Universidad Politécnica de Catalunã, Barcelona, 2007. FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO - FJP – disponível em http://www.fjp.gov.br FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO - Déficit Habitacional do Brasil/ Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. 2. ed. – Belo Horizonte, 2005. GEOSINC – Disponível em http://www2.cidades.gov.br/geosnic/ INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE disponível em http://www.ibge.gov.br INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS APLICADAS – IGA - disponível em http://iga.br INSTITUTO DE ESTUDOS FORMAÇAO E ASSESORIA EM POLITICAS SOCIAIS - POLIS – disponível em www.polis.org.br MINISTÉRIO DAS CIDADES - Déficit habitacional no Brasil 2006/ Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. – Brasília, 2008. 98p. MINISTÉRIO DAS CIDADES - Política nacional de habitação. Brasília, nov. 2004 174 MINISTÉRIO DAS CIDADES - Política Habitacional e a Integração Urbana de Assentamentos precários – Parâmetros Conceituais, técnicos e metodológicos./ Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de habitação. – Brasília – DF, 2008. MINISTÉRIO DAS CIDADES - disponível em www.cidades.gov.br PORTAL TERRA – disponível em http://www.terra.com.br/portal PORTAL DA TRANSPARÊNCIA - disponível em http://www.portaltransparencia.gov.br SOARES, Beatriz Ribeiro. Habitação e Produção do Espaço em Uberlândia. Dissertação (Mestrado). Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988. SOARES, Beatriz Ribeiro. Uberlândia: da Cidade Jardim ao Portal do Cerrado – Imagens e Representações no Triângulo Mineiro. Tese (Doutorado). Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995. TRANSPARÊNCIA PÚBLICA – Disponível em http://www3.transparencia.gov.br/TransparenciaPublica/ TESOURO NACIONAL - disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/ UDIGIS - disponível em www.uberlandia.mg.gov.br Manual do PLHIS Acervo da Prefeitura Municipal de Uberlândia 175 15) GLOSSÁRIO DE SIGLAS AEIS - Áreas de Especial Interesse Social BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial para a Reconstrução e o Desenvolvimento BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNH - Banco Nacional de Habitação CDHU – MG - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de Minas Gerais CEF - Caixa Econômica Federal CMH - Conselho Municipal de Habitação CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia FAR - Fundo de Arrendamento Residencial FAS - Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador FDS - Fundo de Desenvolvimento Social FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FJP - Fundação João Pinheiro FMH - Fundo Municipal de Habitação FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social HIS - Habitação de Interesse Social IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IGA – Instituto de Geociências Aplicadas IGPM - Índice Geral de Preços do Mercado IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza ITBI - Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis MDDF - Movimento de Defesa dos Direitos dos moradores em Favelas de Santo OGU - Orçamento Geral da União ONU - Organização das Nações Unidas OP - Orçamento Participativo PAR - Programa de Arrendamento Residencial 176 PD - Plano Diretor PEA - População Economicamente Ativa PIB - Produto Interno Bruto PAR - Programa de Arrendamento Residencial PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PIIS - Programa Integrado de Inclusão Social PLHIS - Plano Local de Habitação de Interesse Social PLHP - Programa Lares–Habitação Popular PMDI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado PMH - Plano Municipal de Habitação PPA - Plano Plurianual de Investimentos PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social SNH - Sistema Nacional de Habitação SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social ZEIS - Zonas de Especial Interesse Social 177 ANEXOS 178 PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PLHIS Observa-se que as discussões entre a comunidade e o poder público municipal sobre o Plano Local de Habitação de Interesse Social contribuíram para a identificação das principais necessidades da cidade de Uberlândia. As principais questões discutidas a partir das reuniões participativas foram: comércio de casas populares como foi no caso da COHAB, como pode ser realizada a fiscalização nestes casos, demanda de moradias adaptadas às pessoas com necessidades especiais, regularização fundiária de loteamentos e se necessário reparcelamento dos lotes já existentes, detectou-se um alto nível de famílias pagando aluguel, além de unânime necessidade de adequação dos equipamentos sociais frente à demanda dos setores educacional e da saúde, e por fim a questão de segurança publica dos bairros. Destaca-se ainda que o processo de elaboração do Plano local de Habitação de Interesse Social de Uberlândia contou com a participação efetiva da população, a qual variou de acordo com o setor das reuniões realizadas. Mas que não prejudicou no entendimento da população acerca do plano, percebida por meio da contribuição na identificação das demandas trazidas pela população no que se refere à habitação de interesse social. A mobilização da população no sentido de comparecer e participar das reuniões destaca a importância do processo democrático para a construção de um modelo de cidadania. O gráfico abaixo demonstra a participação popular ao longo das reuniões. 8º Reunião 7º Reunião 6º Reunião 5º Reunião 4º Reunião 3º Reunião 2º Reunião 1º Reunião 0 20 40 60 80 100 Gráfico 8: Participação popular no PLHIS de Uberlândia 179 As reuniões participativas ocorreram nos cinco setores do município de Uberlândia. Na primeira reunião houve a participação de 20 pessoas, na terceira reunião participativa o número de pessoas aumentou, com um total de 96 participantes. Na quarta reunião participativa a presença das pessoas aumentou significativamente, reunindo em torno de 100 (cem) pessoas. Este fato se dá pela carência habitacional da região observando que nos setores em que residem famílias em maior dificuldade de adquirir moradia, como na região do Loteamento Chácaras Bela Vista, que englobam os bairros Jardim Canaã, Jardim Célia, Morada Nova e etc, assim como na região do Alvorada que abrange os bairros Morumbi e os assentamentos precários: Celebridade, São Francisco/Joana D‟arc, Jardim Prosperidade, Dom Almir entre outros, a participação popular realizou-se com maior veemência do que nos demais setores. 180