IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ENCE – Escola Nacional de Ciências Estatísticas Análise Sócio Econômica das Comunidades de Baixa Renda do Município Bruno Freitas Cortez Paulo André de Souza de Oliveira Orientador: José Matias de Lima Julho/1999 Índice Capítulo 1 – INTRODUÇÃO...................................................................... 1 1.1 - O Projeto Favela Bairro.......................................................... 2 Capítulo 2- METODOLOGIA..................................................................... 4 2.1 - Obtenção das Informações.................................................... 4 2.2 - Processamento de Dados...................................................... 4 2.3 - Período de Referência............................................................ 5 Capítulo 3 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES............................................... 6 3.1- Definição dos indicadores........................................................ 6 3.1.1- Indicadores de educação........................................... 6 3.1.2 - Indicadores de infância.............................................. 7 3.1.3- Indicadores de habitação............................................ 8 3.1.4 - Indicadores de renda.................................................. 9 3.2 – Outros conceitos utilizados..................................................... 10 3.2.1 –Domicílios................................................................... 10 3.2.2 - População Residente................................................. 11 3.2.3 - Características dos Domicílios Particulares Permanentes 11 3.2.4 - Características das Famílias...................................... 13 3.2.5 - Características Gerais e de Migração........................ 14 3.2.6 - Características de Educação..................................... 14 3.2.7 - Características de Trabalho e Rendimento................ 15 3.2.8 - Critério de Classificação Econômica Brasil................ 17 Capítulo 4 - ANÁLISE DO PLANO TABULAR............................................ 18 4.1 – Demografia.............................................. 18 4.2 – Educação ............................................... 22 4.3 – Trabalho. .............................................. 24 4.4 – Características da Família.................................................... 27 4.5 – Características dos Domicílios.......................................... 28 4.6 – 35 Cidadania............................................... II Capítulo 5 - ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES........................ 38 Capítulo 6 - ANÁLISE MULTIVARIADA..................................................... 55 6.1 - Análise de Cluster.................................................................... 55 6.2 - Seleção das variáveis............................................................. 57 6.3 - Medidas de similaridade.......................................................... 57 6.4 - Algoritmo para construção do cluster...................................... 58 6.4.1 - Procedimentos Hierárquicos...................................... 58 6.5 – Tratamento dos dados utilizados............................................ 60 6.5.1 – Seleção final dos indicadores para a análise............ 61 6.6 - Interpretação dos Clusters...................................................... 61 Capítulo 7 – CONCLUSÃO........................................................................ 65 Referências Bibliográficas.......................................................................... 67 ANEXO I..................................................................................................... ANEXO II – Questionário da Pesquisa....................................................... 68 79 III Agradecimentos Ao nosso orientador Professor Matias por nos ter auxiliado na elaboração do projeto. Agradecemos também ao Professor Pedro Quintslr, aos colegas Doriam de Melo, Alinne Veiga e a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. IV Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Os últimos anos foram caracterizados por crises na economia brasileira, causando impacto sobre o quadro sócio econômico do país e consequentemente no município do Rio de Janeiro. Com isto foi verificada maior tendência na desigualdade da distribuição de renda da população, aumentando a concentração da população de baixa renda em determinadas localidades do município. Este trabalho tem por objetivo investigar características sócio- econômicas da população das comunidades integrantes da primeira e segunda fase do projeto Favela/Bairro. São objeto de estudo as características básicas da população residente nas Comunidades, tais como: habitação, mão-de-obra, rendimento e instrução, além de outras características relacionadas à condição de vida da população existente nas Comunidades, de forma a obter informações sobre a diversificação da organização, da infra -estrutura e seus re spectivos níveis de formalização. Os estudos realizados tiveram como base de dados a Pesquisa Sócio Econômica das Comunidades de Baixa Renda, realizada pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (SCIENCE), encomendada pela Secretaria Municipal do Trabalho do Rio de Janeiro. Com estes dados foram calculados indicadores sócio-econômicos para a renda, educação, infância e habitação para as Comunidades, bem como para o seu agregado, baseados em indicadores pré-existentes calculados na pesquisa de Desenvolvimento Humano Condições de Vida: Indicadores Brasileiros, realizada conjuntamente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação João Pinheiro (FJP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os indicadores permitem avaliar as condições de vida da população residente nas Comunidades e também desenvolver comparações com indicadores obtidos na pesquisa de Desenvolvimento Humano e Condições de Vida para o município do Rio de Janeiro e Brasil. 1 As Comunidades estudadas foram: Parque Royal, Parque Proletário do Grotão, Serrinha, Morro do Escondidinho, Vila Cândido (Cerro-Corá), Mata Machado, Morro dos Prazeres, Três Pontes, Canal das Tachas, Andaraí, Morro dos Telégrafos, Vidigal, Morro do Sossego, Floresta da Barra da Tijuca, Parque Candelária (Complexo da Mangueira), Buriti Congonhas, Tuiuti, Associação de Moradores Fazenda do Mato Alto, Morro do Borel, Morro do Salgueiro, Morro da Formiga, Nova Aliança, Parque Boa Esperança, Morro do Urubu, Morro da Fé, Chácara Del Castilho, Morro União, Complexo da Ladeira dos Funcionários, Fernão Cardim e Caminho do Job. 1.1 - O Projeto Favela Bairro Criado em 1994, o programa, segundo a prefeitura, faz parte de uma política habitacional que tem o objetivo de levar às comunidades infra-estrutura urbana, serviços e equipamentos públicos. As etapas do programa são discutidas com os moradores para incentivar a participação comunitária no processo de transformação das favelas em bairros. A proposta do Programa Favela-Bairro é integrar a favela à cidade. Coordenado pela Secretaria Municipal de Habitação, o Programa já alcança 105 comunidades, beneficiando cerca de 450 mil pessoas – o que representa 45% da população residente em favelas no Município do Rio. O Projeto traz às comunidades melhorias urbanas, tais como: abertura de novas vias e recuperação das existentes; implantação de redes de água, esgoto e drenagem; reconhecimento oficial de ruas; ordenamento urbano com a fixação das normas para cada localidade; demarcação dos limites da comunidade; regularização de propriedades e remoção de famílias que vivem em áreas de risco; construção de áreas esportivas e praças; criação de serviços de limpeza urbana; instalação de iluminação; reflorestamento e manutenção dos equipamentos instalados por órgão públicos. Paralelamente à transformação urbana, o Favela-Bairro vem promovendo a geração de emprego e renda e melhorando o nível socioeconômico das famílias 2 residentes nessas áreas. Os moradores têm acesso ao crédito – via Caixa Econômica Federal (CEF) – para compra de material de construção e melhorias das suas residências; construção de creches; a programas de educação (alfabetização e conclusão do 1º e 2º graus),esporte (Pro grama Favela -Bairro Esporte Comunitário) e capacitação profissional; a cursos de informática, formação de cooperativas, legalização de estabelecimentos comerciais, instalação de serviços telefônicos, e à criação de bibliotecas, inicialmente em 3 áreas do programa, destinadas ao público infanto-juvenil. 3 Capítulo 2- METODOLOGIA 2.1 - Obtenção das Informações Os dados utilizados para as estimativas referentes às características de domicílios e de moradores foram obtidas através de uma pesquisa realizada por amostragem probabilística. O desenho amostral da pesquisa é um desenho de amostragem de conglomerados em um estágio (onde o domicílio é o conglomerado de moradores). O tamanho da amostra de unidades domiciliares foi estabelecido visando obter estimativas de proporções referentes a alguns atributos de domicílios e dos moradores, com erro máximo absoluto de 5% com grau de confiança de 95%. O processo de seleção das unidades do primeiro estágio (domicílios) foi desenvolvido com a construção de um cadastro de seleção a partir da base geográfica e das informações provenientes da etapa de listagem. A seleção dos domicílios foi realizada por amostragem sistemática considerando-se o total dos domicílios particulares permanentes ocupados listados na Comunidade. 2.2 - Processamento de Dados O processo de entrada dos dados em meio magnético, foi realizado através de um sistema desenvolvido utilizando o módulo CENTRY do sistema IMPS (Integrated Microcomputer Processing System) versão 3.1. O sistema desenvolvido também incorpora um processo de crítica estatística desenvolvido no módulo CONCOR do IMPS, visando assegurar a consistência dos dados e o cálculo do peso (fator de expansão) de cada domicílio selecionado para a amostra. A etapa de tabulação dos resultados da pesquisa e cálculo dos indicadores foi desenvolvida e produzida nos módulos Cross Tabulation do IMPS 4.0 (versão para Windows). No processo de editoração final das tabelas e gráficos apresentados, foi utilizado o software Microsoft Excel 7.0. 4 Também foram utilizados os softwares SPSS 7.0 para a construção de diagramas de caixas apresentados no capítulo 4 e STATISTICA 4.3 responsável pela parte de análise multivariada apresentada no capítulo 6. 2.3 - Período de Referência As pesquisas realizadas nas comunidades tiveram os seguintes meses de referência. Mês de referência Comunidades Janeiro de 1998 Março de 1998 Março de 1998 Abril de 1998 Abril de 1998 Maio de 1998 Maio de 1998 Junho de 1998 Junho de 1998 Junho de 1998 Julho de 1998 Julho de 1998 Agosto de 1998 Agosto de 1998 Agosto de 1998 Setembro de 1998 Outubro de 1998 Outubro de 1998 Novembro de 1998 Novembro de 1998 Novembro de 1998 Novembro de 1998 Dezembro de 1998 Dezembro de 1998 Dezembro de 1998 Dezembro de 1998 Janeiro de 1999 Janeiro de 1999 Janeiro de 1999 Janeiro de 1999 Parque Royal Complexo da Ladeira dos Funcionários Fernão Cardim Caminho do job Morro da Fé Chácara Del Castilho Morro União Grotão Serrinha Mata Machado Três Pontes Canal das Tachas Morro do Escodidinho Morro dos Prazeres Andaraí Vila Cândido Morro dos Telégrafos Floresta da Barra da Tijuca Parque Candelária (Complexo da Mangueira) Buriti Congonhas Tuiuti Morro do Sossego Mato Alto Morro do Salgueiro Morro da Formiga Vidigal Morro do Borel Nova Aliança Parque Boa Esperança Morro do Urubu 5 Capítulo 3 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES 3.1- Definição dos indicadores 3.1.1- Indicadores de educação Estes indicadores permitem avaliar o nível de escolaridade das pessoas residentes nas Comunidades. Tendo sido investigado a partir da série e do grau que a pessoa estava freqüentando ou havia freqüentado, considerando a última série concluída com aprovação, do curso de grau mais elevado. A metodologia para seu cálculo foi a mesma utilizada na pesquisa de Desenvolvimento Humano e Condições de Vida e será explicada a seguir. a) Número Médio de Anos de Estudo Razão entre a soma do número de anos de estudo para a população de 25 anos e mais de idade e o total das pessoas neste segmento etário. b) Porcentagem da População com Menos de Quatro Anos de Estudo Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com menos de quatro anos de estudo (incluindo-se as pessoas sem nenhum grau de escolaridade). Representa a porcentagem da população neste segmento etário que não tem o antigo primário completo. c) Porcentagem da População com Menos de Oito Anos de Estudo Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com menos de oito anos de estudo (incluindo-se as pessoas sem nenhum grau de escolaridade). Representa a percentagem da população neste segmento etário que não tem o primeiro grau completo. 6 d) Porcentagem da População com mais de 11 Anos de Estudo Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com mais de 11 anos de estudo. Representa o percentual da população neste segmento etário com pelo menos um ano de curso de nível superior completo. e) Taxa de Analfabetismo Percentual das pessoas com 15 anos e mais de idade que não são capazes de ler ou escrever um bilhete simples no idioma que conhecem. 3.1.2 - Indicadores de infância Estes indicadores, além do conceito de número de anos de estudo, também utiliza o conceito de defasagem escolar. Por defasagem escolar entende-se a diferença entre o número de anos de estudo recomendado para uma criança, em função de sua idade, e o número de anos de estudos atingida pela mesma. Esta medida foi obtida independentemente da criança estar ou não freqüentando a escola, contudo a porcentagem de crianças nesta situação foi calculada assim como a proporção de crianças que possuem algum tipo de trabalho remunerado ou não. a) Porcentagem de Crianças que não Freqüentam a Escola Percentual de crianças com idade entre 7 e 14 anos que não freqüentam a escola. b) Porcentagem de Crianças que Trabalham Percentual de crianças com idade entre 10 e 14 anos, incluídas na categoria de pessoas ocupadas. c) Defasagem Escolar Média Razão entre o somatório da defasagem de todas as crianças com idade entre 10 e 14 anos e o número total de crianças neste mesmo segmento etário. 7 Deve ser ressaltado que são excluídas do universo aquelas crianças que apresentavam atraso escolar negativo. d) Porcentagem de Crianças com mais de um ano de Atraso Escolar Percentual de crianças com idade entre 10 e 14 anos que apresentam atraso escolar superior a um ano. A opção por medir o atraso escolar somente quando acima de um ano visa tentar expurgar o problema daquelas crianças que entraram com oito anos no primeiro ano escolar por fazerem aniversário entre 1º de maio a 1º de setembro, abrangendo, assim, aquelas crianças que efetivamente apresentam algum atraso escolar. 3.1.3- Indicadores de habitação Estes indicadores permitem avaliar as condições de moradia nos domicílios das Comunidades. Foram investigados o material de construção utilizados nos domicílios, sua condição de saneamento através de seu abastecimento de água e instalações de esgoto, bem como a número de moradores por domicílio. Para todos os indicadores das condições de habitação considerado, o universo pesquisado abrange apenas a população dos domicílios particulares permanentes ocupados. a) Abastecimento adequado de água Percentual de domicílios com condições adequadas de abastecimento de água. Considera-se adequado o abastecimento através de rede geral com canalização interna ou através de poço ou nascente com canalização interna. b) Instalações adequadas de esgoto Percentual de domicílios com instalações adequadas de esgoto, ou seja, com instalações sanitárias não compartilhadas com outro domicílio e com escoamento através de fossa séptica ou rede geral de esgoto. 8 c) Densidade de habitantes por domicílio É o número médio de habitantes por dormitórios existentes nos domicílios das Comunidades. 3.1.4 - Indicadores de renda Estes indicadores permitem avaliar a quantidade e a situação das pessoas nos limites inferiores da distribuição de renda. Fornece também informações sobre a concentração da renda da população e das pessoas nos limites inferiores da distribuição de renda. a) Renda Familiar Per Capita Média Razão entre o somatório da renda familiar per capita de todos os indivíduos e o total desses indivíduos. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares permanentes ocupados. b) Grau de Desigualdade Grau de Desigualdade, medido pelo índice L, de Theil, da distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares. São também excluídos do universo de análise aqueles indivíduos que apresentam renda per capita nula. c) Porcentagem da População com Renda Insuficiente (P0) Proporção dos indivíduos com renda familiar per capita inferior à 50% do salário mínimo na semana de referência da pesquisa domiciliar. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares. 9 d) Insuficiência Média de Renda (P1) Média dos hiatos de renda de todos os indivíduos da população. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares. Define-se como hiato de renda para uma pessoa com renda insuficiente a distância da sua renda (Y) ao valor limite, 50% do salário mínimo (Z), medida como fração desse valor limite (Z-Y)/Z. Para as pessoas com renda superior a 50% do salário mínimo, define -se o hiato de renda como sendo nulo. e) Grau de Desigualdade na População com Renda Insuficiente (P2) Média dos quadrados dos hiatos de renda de todos os indivíduos da população. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares. Define-se como hiato quadrático de renda para uma pessoa com renda insuficiente o quadrado da distância da sua renda (Y) ao valor limite, 50% do salário mínimo (Z), medida como fração desse valor limite (Z-Y)/Z. Para as pessoas com renda superior a 50% do salário mínimo, define -se o hiato de renda como sendo nulo. 3.2 - Outros conceitos utilizados 3.2.1 -Domicílios Conceituou-se como domicílio o local de moradia estruturalmente separado e independente, constituído por um ou mais cômodos. A separação fica caracterizada quando o local de moradia é limitado por paredes, muros, cercas, etc., coberto por um teto, e permite que seus moradores se isolem, arcando com parte ou todas as suas despesas de alimentação ou moradia. A independência fica caracterizada quando o local de moradia tem acesso direto, permitindo que seus moradores possam entrar e sair sem passar por local de moradia de outras pessoas. 10 3.2.2 - População Residente A população residente foi composta pelos moradores presentes e ausentes, ou seja, pelas pessoas que tinham a unidade domiciliar (domicílio particular ou unidade de habitação em domicílio coletivo) como local de residência habitual, na data da entrevista, estavam presentes ou ausentes, temporariamente, por período não superior a 12 meses em relação àquela data. 3.2.3 - Características dos Domicílios Particulares Permanentes a) Condição de Ocupação Os domicílios particulares permanentes foram classificados, quanto à condição de ocupação, em: Próprio - Para o domicílio de propriedade, total ou parcial, de morador, estando integralmente quitado ou não, e independentemente da condição de ocupação do terreno; Alugado - Para o domicílio cujo aluguel fosse, totalmente ou parcialmente, pago por morador; Cedido - Para o domicílio cedido gratuitamente por empregador de morador, instituição ou pessoa não moradora ( parente ou não), ainda que mediante uma taxa de ocupação ou conservação; ou Outra - Para o domicílio ocupado em condição diferente das anteriormente arroladas, como, por exemplo, no caso de invasão. b) Abastecimento de Água Investigou-se a existência de água canalizada nos domicílios particulares permanentes e a sua proveniência. Quanto à existência de água canalizada, os domicílios foram classificados em: Com canalização interna - Para o domicílio que tivesse água canalizada para, pelo menos, um cômodo; 11 Sem canalização interna - Para o domicílio que não tivesse água canalizada para nenhum cômodo. A proveniência da água utilizada nos domicílios foi classificada em: Rede geral - Quando o domicílio fosse servido por água proveniente de uma rede geral de distribuição, canalizada para o domicílio ou, pelo menos, para o terreno ou propriedade onde se situava; ou Outra forma - Quando o domicílio fosse servido por água proveniente de poço ou nascente, reservatório abastecido por carro-pipa, coleta de chuva ou outra procedência que não se enquadrasse nas anteriormente descritas. c) Esgotamento Sanitário O escoadouro do banheiro ou sanitário de uso dos moradores dos domicílios particulares permanentes foi classificado, quanto ao tipo, em: Rede coletora - Quando a canalização das águas servidas e dos dejetos estivesse ligada a um sistema de coleta que os conduzisse para um desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação de tratamento da matéria esgotada; ou Outra forma - Quando as águas servidas e os dejetos fossem esgotados para uma fossa, séptica ou rudimentar, diretamente para uma vala, rio, lago ou mar, ou quando o escoadouro não se enquadrasse em quaisquer dos tipos descritos anteriormente. d) Destino do Lixo O lixo proveniente dos domicílios particulares permanentes foi classificado de acordo com os seguintes destinos: Coletado - Quando o lixo domiciliar fosse coletado diretamente por serviço ou empresa de limpeza, pública ou privada, que atendia ao logradouro onde se situava o domicílio, ou fosse depositado em caçamba, tanque ou depósito de serviço ou empresa de limpeza, pública ou privada, que posteriormente o recolhia; Outro - Quando o lixo domiciliar fosse queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio, logradouro, rio, lago ou mar, ou tivesse outro destino que não se enquadrasse nos anteriormente descritos. 12 e) Iluminação Elétrica Investigou-se a existência de iluminação elétrica nos domicílios particulares permanentes, independentemente de ser proveniente de uma rede geral ou obtida de outra forma. f) Filtro de Água Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de algum tipo de filtro de água, ou de aparelho para filtrar ou purificar a água. g) Televisão Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de televisão em cores. h) Geladeira Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de geladeira. 3.2.4 - Características das Famílias a) Família Considerou-se como família o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, que more na mesma unidade domiciliar, ou pessoa que more só em uma unidade domiciliar. Entende-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados domésticos e agregados da família. Entende-se por normas de convivência as regras estabelecidas para o convívio de pessoas que morem juntas, sem estarem ligadas por laços de parentesco ou dependência doméstica. Define -se como conviventes as famílias de, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residam na mesma unidade domiciliar. As famílias conviventes são formadas por parentes, com suas respectivas famílias. 13 b) Pessoa de Referência na Família Considerou-se como pessoa de referência da família, aquela responsável pela família ou que assim fosse considerada pelos demais membros da família. 3.2.5 - Características Gerais e de Migração a) Idade A investigação da idade das pessoas foi feita indagando-se o número de anos completos. b) Em que Estado Nasceu Investigou-se em que unidade da federação as pessoas nasceram. c) Já Morou em Outra Favela no Município do Rio de Janeiro Investigou-se se a pessoa já tinha morado em outra favela no município do Rio de Janeiro. 3.2.6 - Características de Educação a) Alfabetização Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhecesse. b) Nível de Instrução O nível de instrução foi investigado a partir da série e do grau que a pessoa estava freqüentando ou havia freqüentado, considerando a última série concluída com aprovação, do curso de grau mais elevado. 3.2.7 - Características de Trabalho e Rendimento a) Trabalho 14 Considerou-se como trabalho em atividade econômica o exercício de : • ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios na produção de bens ou serviços; • ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios no serviço doméstico; • ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços desenvolvidos durante pelo menos uma hora na semana em ajuda a instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo, ou como aprendiz ou estagiário. b) Condição de Ocupação As pessoas foram classificadas, quanto à condição de ocupação na semana de referência, em ocupadas e desocupadas. Pessoas Ocupadas - foram consideradas como ocupadas na semana de referência as pessoas que tinham trabalho durante todo ou parte desse período. Incluíram-se, ainda, as pessoas que não exerceram o trabalho remunerado que tinham na semana de referência por motivo de férias, licença, greve, etc. Pessoas Desocupadas - classificou-se como pessoas desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho que tomaram alguma providência efetiva de procura de trabalho nesse período. c) Condição de Atividade As pessoas foram classificadas, quanto à condição de atividade na semana de referência, em economicamente ativas e não economicamente ativas. Pessoas Economicamente Ativas - as pessoas economicamente ativas na semana de referência são aquelas pessoas ocupadas e desocupadas nesse período. Pessoas Não Economicamente Ativas - definiu-se como não economicamente ativas na semana de referência as pessoas que não foram classificadas como ocupadas nem desocupadas nesse período. d) Taxa de Desocupação (de Desemprego Aberto) É a percentagem das pessoas desocupadas em relação às pessoas economicamente ativas. 15 e) Trabalho Principal Considerou-se como principal da semana de referência o único trabalho que a pessoa teve nesse período. f) Atividade A classificação da atividade do empreendimento(negócio) foi obtida através da finalidade ou do ramo de negócio da organização, empresa ou entidade para a qual a pessoa trabalhava. Para os trabalhadores por conta própria a classificação foi feita de acordo com a ocupação exercida. g) Posição na Ocupação Foram definidas seis categorias de posição na ocupação: Empregado - pessoa que trabalhava para um empregador, geralmente obrigandose ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios; Trabalhador doméstico - pessoa que trabalhava prestando serviço doméstico remunerado em dinheiro ou benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares; Cooperativado - pessoa que trabalhava para alguma cooperativa; Empregador - pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento (negócio), com pelo menos um empregado; Conta Própia – pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não remunerado. Trabalhador não-remunerado - pessoa que trabalhava sem remuneração, durante pelo menos uma hora na semana, como aprendiz ou estagiário ou em ajuda a instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo. h) Rendimento Mensal de Trabalho Pesquisou-se o valor do rendimento em dinheiro, proveniente do trabalho principal que a pessoa tinha na semana de referência. 16 3.2.8 - Critério de Classificação Econômica Brasil Define-se a classe econômica do domicílio utilizando-se o Critério de Classificação Econômica Brasil empregado pelas empresas de pesquisas de mercado, seguindo orientação das associações brasileiras de empresas/institutos de pesquisa de mercado (ABA, ANEP, ABIPEME). O critério visa a estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, considerando o conjunto de bens e serviços que o domicílio possui/utiliza. Adicionalmente, o critério estabelece uma classe de renda familiar, conforme tabela a seguir. Renda Familiar por Classes Classe Faixa de Renda (R$) Renda Média (R$) A1 5 555 ou mais 5 894 A2 2 944 a 5 554 3 743 B1 1 771 a 2 943 2 333 B2 1 065 a 1 770 1 614 C 497 a 1 064 844 D 263 a 496 435 E até 262 229 17 Capítulo 4 - ANÁLISE DO PLANO TABULAR As estatísticas da Pesquisa Sócio-Econômicas das Comunidades de Baixa Renda possibilitam captar características demográficas, educacionais e das condições de habitação da população residente nas Comunidades, permitindo conhecer e avaliar as condições de vida de seus moradores bem como o perfil sócio-econômico das Comunidades. As tabelas apresentadas a seguir são referentes aos dados do agregado das comunidades pesquisadas da primeira e segunda fase do Projeto Favela Bairro. Deve-se levar em consideração que devido a algumas comunidades pesquisadas apresentarem pesos amostrais fracionários, os totais obtidos nas tabelas estão sujeitos a arredondamentos realizados pelo módulo Cross Tabulation do IMPS 4.0 no processo de expansão da amostra, o que pode acarretar pequenas diferenças desses totais estimados em algumas tabelas. 4.1 – Demografia As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características gerais e demográficas da população residente nas comunidades pesquisadas que integram a primeira e segunda fase do Projeto Favela Baiiro. O número de moradores das comunidade pesquisadas que integram a primeira e segunda fase do Projeto Favela Bairro, estimado pela pesquisa é de 158.780 pessoas que residem em 41.283 domicílios particulares ocupados nestas comunidades, apresentando um número médio de 3,8 moradores por domicílio. 18 Tabela 1- Distribuição da população residente, por sexo, segundo grupos de idade Grupos de idade População residente Masculino Feminino Total Total Não resposta 158781 76159 82614 8 0 a 4 anos 17453 8770 8683 __ 5 a 9 anos 10 a 14 anos 16959 16217 8673 8038 8281 8179 15 a 19 anos 20 a 24 anos 17142 15031 8489 7504 8653 7527 __ 25 a 29 anos 12681 6005 6676 __ 30 a 34 anos 12470 6005 6465 __ 35 a 39 anos 40 a 44 anos 11384 10640 5251 5051 6133 5589 __ 45 a 49 anos 7779 3645 4134 __ 50 a 54 anos 5970 2786 3184 __ 55 a 59 anos 60 a 64 anos 4281 3664 1813 1518 2468 2146 __ 65 a 69 anos 3081 1198 1883 __ 70 anos ou + 4026 1413 2613 __ 3 __ __ 3 Não resposta 5 __ __ __ __ 70 anos ou + 60 a 64 anos 50 a 54 anos 40 a 44 anos 30 a 34 anos 20 a 24 anos 10 a 14 anos 0 a 4 anos 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% Masculino 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% Feminino 19 A população residente nas comunidades pesquisadas é composta de 48,0% de pessoas do sexo masculino e 52,0% de pessoas do sexo feminino. A análise da pirâmide etária mostra que sua base é larga, concentrando mais de 32% da população residente com 14 anos ou menos de idade, o que pode sugerir assim um alto índice de fecundidade nas comunidades de baixa renda pesquisadas. Por outro lado, as entradas nas coortes intermediárias, com destaque para o grupo de pessoas com idade entre 25 a 29 anos do sexo masculino, indicam também um possível alto índice de mortalidade, revelando assim uma população jovem nestas comunidades. Deve-se levar em consideração que os quantitativos populacionais nas comunidades pesquisadas, estão sujeitos à influência da componente de crescimento migratório (= imigração – emigração), e está ligada a entrada ou saída de pessoas, em sua maioria, na fase adulta. O que poderá melhor ser visualizada na tabela 2. A tabela 2 mostra que a população residente nas comunidades de baixa renda pesquisadas é, em sua maioria, composta de pessoas que são naturais do Estado do Rio de Janeiro (74,3% das pessoas residentes). Dentre os moradores que declararam não ter nascido no Estado do Rio de Janeiro, 69,7% são provenientes da Região Nordeste (destacando-se o Estado da Paraíba com 29,0% dos não residentes). Entretanto a população residente nas comunidades pesquisadas com idade acima de 40 anos é composta apenas de 49% pessoas naturais do estado do Rio de Janeiro. Ou seja, mais da metade da população residente com 40 anos ou mais de idade é imigrante, na sua grande maioria, de outro estado do Brasil ou ainda de outro país. 20 Tabela 2- População residente, por grupos de idade, segundo a naturalidade em relação à Unidade da Federação Naturalidade Total Total 0a9 anos 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 39 Anos 40 a 59 60 anos Não anos ou mais resposta 158780 34411 16217 10610 58092 28669 10768 13 5 14 61 __ __ __ __ __ __ __ 26 8 7 __ 3 4 3 3 2 22 2 __ 5 __ __ __ 5 __ __ __ 329 4 18 9 149 126 23 __ Tocantins 4 4 __ __ __ __ __ __ Maranhão 1076 25 22 30 627 307 65 __ 476 16 22 14 267 136 21 __ 5671 1281 11815 3832 176 20 321 44 162 36 297 86 131 16 291 145 3261 528 5814 1661 1646 491 3845 1411 295 190 1247 485 __ Alagoas 802 29 21 12 382 246 112 __ Sergipe 543 4 7 17 192 206 117 __ Bahia 2964 153 113 103 1227 960 408 __ Minas Gerais 7973 43 48 90 2411 3368 2013 __ Espírito Santo 2553 15 35 19 743 1079 662 __ Rio de Janeiro São Paulo 117970 586 33492 39 15259 64 9676 47 40205 250 14470 119 4858 67 10 147 7 __ 4 100 32 4 __ 73 __ __ __ 27 29 17 __ 104 __ 9 3 32 52 8 __ Mato Grosso do Sul 68 __ 3 __ 35 27 3 __ Mato Grosso 42 5 __ __ 18 16 3 __ Goiás 75 __ __ 3 54 18 __ __ 51 __ 6 __ 26 57 149 3 Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Paraná Santa Catarina Rio Grande Sul Distrito Federal Outro País __ 71 11 3 __ 240 __ 5 __ __ __ __ __ __ 21 Tabela 3- População residente, por situação de residência em outra favela, segundo o sexo e grupos de idade Grupos de idade População residente Morou em Não morou em Não outra favela outra favela Resposta Total 16965 141798 16 0 a 9 anos 10 a 14 anos 1268 1185 33144 15027 __ 15 a 17 anos 18 a 39 anos 1057 7870 9551 50220 3 6 40 a 59 anos 4256 24413 2 60 anos ou + 1329 9443 __ 5 Uma análise da tabela 3 indica que 10,7% das pessoas residentes nas comunidades pesquisadas declararam já ter morado em outra área de favela. Este valor é um indicador do fluxo migratório entre as comunidades de baixa renda dentro do Município do Rio de Janeiro. 4.2 – Educação As tabelas a seguir apresentam as principais características educacionais da população residente nas comunidades pesquisadas. Tabela 4- Pessoas de 7 anos ou mais de idade, por condição de saber ler e Escrever, segundo grupos de idade Sexo e grupos de idade Total 7 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 39 anos 40 a 59 anos Total Sabe ler e escrever Não sabe ler e escrever 135281 118464 16817 10915 16217 10611 58095 28671 7237 15711 10396 54601 23884 3678 506 215 3494 4787 22 60 anos ou + 10772 6635 4137 Verifica-se pela tabela 4, que 12,4% das pessoas residentes nas comunidades de baixa renda pesquisadas, com 7 anos ou mais de idade, ainda são analfabetas. As maiores taxas de analfabetismo são observadas, dentre as pessoas residentes com idade entre 7 a 9 anos e 60 anos ou mais de idade, 33,6% e 38,4% respectivamente. Por outro lado o grupo de idade que compreende as pessoas entre 15 a 17 anos de idade se destaca por possuir a menor taxa de analfabetismo com 2,0%. Tabela 5- Pessoas de 7 anos ou mais por grupos de idade, segundo o grau de instrução Grau de instrução Total Total 7a9 anos 10 a 14 anos Grupos de idade 15 a 17 18 a 39 anos Anos 40 a 59 Anos 60 anos ou mais 134409 10048 16215 10609 58095 28670 10772 Sem instrução Pré-escolar 1ª serie 1º grau 2ª serie 1º grau 3ª serie 1º grau 14995 3404 7446 9906 11944 1537 2817 3225 1773 610 359 242 1289 2505 3031 193 17 169 333 632 3598 152 1044 2376 3792 5001 115 1011 1993 2730 4307 61 708 926 1149 4ª serie 1º grau 5ª serie 1º grau 6ª serie 1º grau 22186 16311 9076 70 14 3662 2436 1722 1356 1872 1580 8659 7797 4485 6495 3388 1173 1944 804 116 7ª serie 1º grau 8ª serie 1º grau 7627 15862 __ 817 136 1592 1543 4341 10218 818 3463 59 502 1ª serie 2º grau 3238 __ 8 769 2150 299 12 2ª serie 2º grau 3042 __ __ 452 2275 294 21 3ª serie 2º grau 3º grau incompleto 8332 547 __ __ __ __ 92 5 6457 456 1662 82 121 4 3º grau completo Mestrado/Doutorado 456 16 __ __ __ __ __ 288 5 135 11 33 __ 21 2 8 4 2 __ 5 Não resposta __ __ __ De acordo com a tabela 5 veri fica-se que apenas 25,3% das pessoas com 10 anos ou mais de idade residente nas comunidades pesquisadas possuem o primeiro grau completo ou mais de instrução. Dentre as pessoas com 18 anos ou 23 mais de idade, a proporção da população residente nas comunidades que possuem o primeiro grau completo ou mais de instrução é de 29,0%. 4.3 – Trabalho As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características do trabalho para a população residente nas comunidades pesquisadas. Tabela 6- Taxas de condição de ocupação das pessoas economicamente ativas, por grupos de idade Grupos de idade Total Total Ocupado Total Percentual Desocupado Não resposta Total Percentual 66632 57913 86,9 8719 13,1 3 10 a 14 anos 15 a 17 anos 499 2626 452 2152 90,6 81,9 47 474 9,4 18,1 18 a 39 anos 40 a 59 anos 41739 19635 35334 17951 84,7 91,4 6405 1684 15,3 8,6 __ 60 anos ou + 2133 2024 94,9 109 5,1 __ 3 __ __ De acordo com a tabela 6 verifica-se que a taxa de desemprego, definida como a porcentagem das pessoas desocupadas (pessoas sem trabalho que tomaram alguma providência efetiva de procura de trabalho no período da pesquisa) em relação às pessoas economicamente ativas (aquelas pessoas ocupadas e desocupadas no período de referência da pesquisa), nas comunidades pesquisadas com 10 anos ou mais de idade é de 13,1%, que é 2,47 superior a taxa de desemprego média anual de 1998 observada na região metropolitana do Rio de Janeiro de 5,3%, de acordo com os resultados divulgados pelo o IBGE. Entretanto a taxa de desemprego para as pessoas economicamente ativas com idade entre 15 a 39 anos residentes nas comunidades pesquisadas, é superior, apresentando valor de 15,5%. Para o grupo de que compreende as pessoas com idade entre 15 e 17 anos a taxa é ainda maior (18,1%), revelando um grande índice de jovens fora do mercado de trabalho. (taxa 3,18 vezes superior a verificada para região metropolitana do Rio de Janeiro). 24 Tabela 7- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, ocupadas, segundo a posição na ocupação no trabalho principal Posição na Ocupação Total 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 39 Anos 40 a 59 anos 60 anos ou mais Total 57915 451 2150 35339 17951 2024 Empregado Trabalhador doméstico Cooperativado 39214 7324 434 283 32 1759 176 37 25841 4163 257 10424 2666 133 907 287 7 627 __ 4 277 302 44 9763 548 5 59 77 97 77 4285 141 756 23 __ __ 4566 230 5 __ __ Empregador Conta própria Não remunerado Não resposta __ A pessoas ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas com 10 anos ou mais de idade, são predominantemente empregados (67,7% do total das pessoas ocupadas), trabalhadores por conta própria (16,9%) e trabalhadores domésticos (12,6%). Tabela 8- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, ocupadas, por ramo de atividade do trabalho principal, segundo o sexo e grupos de idade Sexo e grupos de idade Total Total Indústria Comércio Serviço Construção Transporte Civil Outra 57914 5616 9082 32945 5707 1977 2587 10 a 14 anos 451 13 126 295 7 10 __ 15 a 17 anos 18 a 39 anos 2153 35318 235 3696 481 6089 1228 19560 141 3281 41 1103 27 1609 40 a 59 anos 60 anos ou + 17948 2024 1545 127 2077 309 10664 1198 2023 255 764 59 875 76 A maioria das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas, trabalham no ramo de serviços, com 56,9% do total do pessoal ocupado, superior ao registrado para o Brasil segundo a PNAD 1997 (42,5%). 25 Uma parcela significativa da população trabalha no ramo de comércio, 15,7% do pessoal ocupado das comunidades pesquisadas; 9,9% na construção Civil, 9,7% na Indústria e 3,4% no ramo de transporte. Tabela 9- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, empregados e trabalhadores domésticos, por situação da carteira de trabalho, segundo os ramos de atividade do trabalho principal Ramos de atividade Total Total Com carteira de trabalho Total Percentual Sem carteira de trabalho Total Percentual Não resposta 46547 30442 65,4 16102 34,6 3 3214 4191 2581 3010 80,3 71,8 633 1181 19,7 28,2 __ Serviço 16639 10682 64,2 5957 35,8 __ Construção civil Transporte Outro 14187 6301 2015 9179 4300 690 64,7 68,2 34,2 5005 2001 1325 35,3 31,8 65,8 __ Indústria Comércio __ 3 __ O trabalho informal é caracterizado a partir dos resultados apresentados na tabela 9. Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas comunidades pesquisadas, empregados e trabalhadores domésticos, 34,6% não possuem Carteira de Trabalho assinada. Tabela 10- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, por sexo, segundo classes de horas trabalhadas habitualmente por semana, no trabalho principal Classes de horas trabalhadas Total Sexo masculino Sexo feminino Total 59946 35038 24908 Até 20 horas De 20 a 40 horas De 40 a 44 horas Mais de 44 horas Não resposta 4134 25863 10438 19503 8 1268 13878 6730 13158 4 2866 11985 3708 6345 4 . Observa-se que 43,1% das pessoas ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas trabalham habitualmente de 20 a 40 horas por semana enquanto que 32,5% trabalham mais de 44 horas. Apenas 17,4% das pessoas de 26 10 anos ou mais de idade, ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas, trabalham habitualmente de 40 a 44 horas semanais, no trabalho principal. A carga horária de trabalho habitual semanal para os homens residentes nas comunidades pesquisadas (56,8% trabalham 40 horas ou mais por semana) é maior do que para as mulheres (apenas 40,4% trabalham 40 horas ou mais habitualmente por semana). 4.4 – Características da Família As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características das famílias residentes nas comunidades pesquisadas. Tabela 11- Famílias residentes por sexo e classes de rendimento da pessoa de referência da família Classes de Rendimento Total Sexo masculino Total Percentual Sexo feminino Total Percentual Total 47462 31735 66,9% 15727 33,1% Sem rendimento Até 1 sm Mais de 1 a 2 sm Mais de 2 a 3 sm Mais de 3 a 5 sm Mais de 5 a 10 sm 7670 6797 11589 9200 8320 3886 3668 2820 7481 7162 7165 3439 47,8% 41,5% 64,6% 77,8% 86,1% 88,5% 4002 3977 4108 2038 1155 447 52,2% 58,5% 35,4% 22,2% 13,9% 11,5% Com base na tabela 11, verifica-se que 33,1% das famílias residentes nas comunidades pesquisadas têm como pessoa de referência da família uma mulher, superior ao registrado para a região metropolitana do Rio de Janeiro segundo a PNAD 1996 (30,5%). No que concerne ao rendimento mensal da pessoa de referência da família (chefe da família) observa -se que a classe de renda familiar modal para as famílias que compõem o elenco das comunidades pesquisadas é a classe de renda entre 1 e 2 salários mínimos (24,4%). Observa -se ainda que 16,2% das pessoas de referência das famílias não têm rendimento; 14,3% têm rendimento de até 1 salário mínimo; 19,4% têm rendimento de mais 2 a 3 salários mínimos; 17,5% têm 27 rendimento de mais de 3 a 5 salários mínimos e 8,9% têm rendimento de mais de 5 salários mínimos. 28 Tabela 12 – Famílias residentes por condição de associativismo, segundo o grau de instrução da pessoa de referência da família Grau de instrução Total Associado Não associado Total 47462 9491 37971 Sem instrução 1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau completo 3º grau ou mais Não resposta 7569 27574 8636 3341 321 21 1314 5567 1744 777 81 9 6255 22007 6892 2564 240 12 Observa-se que de acordo com a tabela 12, apenas 20,0% das pessoas de referência das famílias residentes nas comunidades pesquisadas são associadas a algum órgão comunitário. Verifica-se que o grau de instrução modal é o primeiro grau incompleto (58.1% das pessoas de referência). Percebe-se também que a porcentagem de pessoas de referência da família associadas a algum órgão comunitário, tende ser maior quanto mais elevado for seu grau de instrução. 4.5 – Características do Domicílio As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características dos domicílios nas comunidades pesquisadas. Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características e a existência de serviços e bens duráveis (continua) Característica e existência de serviços e bens duráveis Total Percentual Tipo de domicílio Casa Apartamento Cômodo Não resposta 36775 3946 546 16 89,1% 9,6% 1,3% 0,0% 29 Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características e a existência de outros serviços e bens duráveis (continuação) Característica e existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Material de construção que predomina nas paredes externas Alvenaria Madeira aparelheda Estuque, taipa Outro material Não resposta 39171 411 1648 20 33 94,9% 1,0% 4,0% 0,0% 0,1% 8272 3140 131 29370 357 13 20,0% 7,6% 0,3% 71,1% 0,9% 0,0% 866 131 19343 20544 127 258 14 2,1% 0,3% 46,9% 49,8% 0,3% 0,6% 0,0% 680 2194 5498 12718 12800 4719 1589 675 200 105 75 26 1,6% 5,3% 13,3% 30,8% 31,0% 11,4% 3,8% 1,6% 0,5% 0,3% 0,2% 0,1% Material de construção que predomina na cobertura Telha de amianto Telha de cerâmica Madeira aparelhada Laje de concreto Zinco/Madeira aparelhada Não resposta Material de construção que predomina no piso Madeira aparelhada Carpete Cerâmica, lajota Cimento Madeira aproveitada Outro tipo Não resposta Cômodos que existem no domicílio Um Dois Três Quatro Cinco Seis Sete Oito Nove Dez Onze ou mais Não resposta 30 Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características e a existência de outros serviços e bens duráveis (continuação) Característica e existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Cômodos que servem de dormitório para os moradores Nenhum Um Dois Três Quatro Cinco ou mais Não resposta 10 16890 19159 4727 375 89 29 0,0% 40,9% 46,4% 11,5% 0,9% 0,2% 0,1% 39288 242 2752 44 722 16 26 95,2% 0,6% 6,7% 0,1% 1,7% 0,0% 0,1% 38488 2795 93,2% 6,8% 35270 3152 47 47 2767 85,4% 7,6% 0,1% 0,1% 6,7% 800 38673 1642 153 15 1,9% 93,7% 4,0% 0,4% 0,0% Condição de ocupação Próprio, já acabou de pagar Próprio, não acabou de pagar Alugado Cedido por empregador Cedido Outro Não resposta Água canalizada para pelo menos um cômodo Tem Não tem Proveniência da água canalizada no domicílio Rede geral Poço Outra Não resposta Não se aplica Número de banheiros por domicílio Não possui Um Dois Três ou mais Não resposta 31 Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características e a existência de outros serviços e bens duráveis (conclusão) Característica e existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Esgotamento sanitário Rede coletora de esgotos ou pluvial Fossa séptica ligada a rede coletora Fossa rudimentar Vala Direto no rio, lago ou mar Outra forma Não resposta Não se aplica 36036 1394 236 1365 1429 6 7 810 87,3% 3,4% 0,6% 3,3% 3,5% 0,0% 0,0% 2,0% As pessoas residentes nas comunidades pesquisadas moram, na sua grande maioria, em casas (89,1% dos domicílios particulares ocupados) e apartamentos (9,6% dos domicílios), sendo que 31,0% dos domicílios têm cinco cômodos e 1,6% dos domicílios têm apenas um cômodo. Dentre os domicílios existentes, 40,9% têm apenas um cômodo que serve de dormitório para os moradores e 46,4% dos domicílios têm dois cômodos que servem de dormitório para os moradores, enquanto apenas 11,5% têm três cômodos que servem de dormitórios. As pessoas moram em imóveis próprios (95,7% dos domicílios), com paredes construídas com material predominante em alvenaria (94,9% dos domicílios), com cobertura em laje de concreto (71,1% dos domicílios), telha de amianto (20,0%), telha de cerâmica (7,6%) e cujo piso é coberto com material de construção predominante em cimento (49,8% dos domicílios) e cerâmica ou lajota (46,9% dos domicílios) . Dentre os domicílios existentes na comunidades pesquisadas 93,2% têm água canalizada para pelo menos um cômodo (índice similar ao verificado para a região metropolitana do Rio de Janeiro que é de 94,8%, segundo a PNAD 96) sendo que 6,8% não têm água canalizada. Dentre os domicílios que têm água canalizada, a água canalizada é proveniente da rede geral para 91,6% dos domicílios. 32 Quanto ao esgotamento sanitário, verifica-se que 87,3% dos domicílios existentes nas comunidades pesquisadas são atendidos pelo serviço de esgotamento sanitário, com rede coletora de esgotos. Entretanto, ainda observa -se que em 3,5% dos domicílios existentes nas comunidades o esgotamento sanitário é lançado direto no rio, lago ou mar; em 3,4% o esgotamento é feito através de fossa séptica ligada a rede coletora e em 3,3% o esgotamento é lançado diretamente em valas. Embora a pesquisa indique um alto percentual de domicílios que são atendidos pelo serviço de abastecimento de água, fica caracterizado problemas quanto a freqüência no recebimento de água nestes domicílios. Com base na tabela 14 observa -se que para 64,9% dos domicílios existentes nas comunidades pesquisadas com água canalizada, a água cai todo dia e para 16,6% a água cai dia sim, dia não. Apenas 55,7% dos domicílios existentes nas comunidades têm algum tipo de filtro de água, percentual inferior ao observado para a região metropolitana do Rio de Janeiro (75,7% dos domicílios têm algum filtro de água - segundo dados da PNAD-96). Quanto ao destino do lixo, apenas 42,5% dos domicílios particulares ocupados existentes nas comunidades têm o lixo coletado diretamente (índice inferior ao observado para a região metropolitana do Rio de Janeiro que é de 74,8%, segundo dados da PNAD 96), enquanto que em 53,8% dos domicílios. o lixo é coletado indiretamente. Ainda em 2,2% o lixo é jogado em terreno baldio ou logradouro e em 0,9% o lixo é queimado. Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros serviços e bens duráveis (continua) Existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Freqüencia da água Todo dia Dia sim, dia não Duas vezes por semana Muito irregular Não resposta Não se aplica 24533 5891 2173 2745 62 5879 59,4% 14,3% 5,3% 6,6% 0,2% 14,2% 33 34 Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros serviços e bens duráveis (continuação) Existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Existência de filtro Tem Não tem Não resposta 22992 18274 17 55,7% 44,3% 0,0% 17548 22224 391 916 182 22 42,5% 53,8% 0,9% 2,2% 0,4% 0,1% 41137 78 15 53 99,6% 0,2% 0,0% 0,1% 35987 5216 65 15 87,2% 12,6% 0,2% 0,0% 3824 37013 401 22 23 9,3% 89,7% 1,0% 0,1% 0,1% 3103 31894 5127 971 144 32 12 7,5% 77,3% 12,4% 2,4% 0,3% 0,1% 0,0% Desti no do lixo Coletado diretamente Coletado indiretamente Queimado Jogado em terreno baldio ou logradouro Jogado no rio, lago ou mar Não resposta Iluminação Elétrica Óleo, querosene ou GLP Outra Não resposta Telefone Não possui Um Dois Não resposta Geladeira Não possui Uma Duas Três ou mais Não resposta Televisão em cores Não possui Uma Duas Três Quatro Cinco ou mais Não resposta 35 Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros serviços e bens duráveis (conclusão) Existência de outros serviços e bens duráveis Total Percentual Automóvel próprio Não possui Um Dois Três Não resposta 37408 3794 56 13 12 90,6% 9,2% 0,1% 0,0% 0,0% Com relação a posse de bens nos domicílios verifica-se predominantemente a existência de apenas uma geladeira (89,7% dos domicílios pesquisados) e uma televisão a cores (77,3%). Por outro lado apenas em 9,4% dos domicílios pesquisados algum morador possui pelo menos um automóvel e em 12,8% existe pelo menos um telefone. Tabela 15- Domicílios particulares ocupados, segundo a classe econômica do domicílio Classe econômica Domicílios Percentual A2 B1 27 97 0,1 0,2 B2 850 2,1 14205 23755 2347 34,4 57,5 5,7 C D E Em relação a classe econômica dos domicílios existentes nas comunidades pesquisadas, verifica-se a grande concentração nas classes econômicas C e D que compreendem 91,9% destes domicílios. 36 Tabela 16- pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento mensal, em salários mínimos (sm), segundo o grau de instrução Grau de Instrução Classes de rendimento mensal em salários mínimos (sm) Sem Até 1 sm Mais de Mais de Mais de Mais de rendimento 1 a 2 sm 2 a 3 sm 3 a 5 sm 5 a 10 sm Total 55594 14675 24328 14545 11162 542 4916 3516 2689 1274 843 13 Sem instrução 1º grau incompleto 39728 8775 15110 8269 5795 202 1º grau completo 5668 1323 3660 2575 1901 77 2º grau incompleto 2º grau completo 3º grau ou mais 2879 2181 208 517 510 32 1189 1572 108 751 1525 148 703 1688 232 40 141 69 Analisando-se a tabela 16 observa -se que 32,9% (valor modal) das pessoas de 10 anos ou mais de idade residentes nas comunidades pesquisadas têm o primeiro grau incompleto e não possui nenhum tipo de rendimento. Percebe-se também que quanto maior for o grau de instrução do morador, maior tende a ser o seu rendimento. 4.6 –Cidadania As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características de cidadania para a população residente nas comunidades pesquisadas. Tabela 17- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por posse de carteira de identidade, segundo grupos de idade Grupos De idade Total Total Possui carteira de identidade Total Percentual Não possui carteira de identidade Total Percentual 124364 98510 79,2% 25845 20,8% 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 39 anos 16216 10611 58095 919 5755 54776 5,7% 54,2% 94,3% 15294 4856 3319 94,3% 45,8% 5,7% 40 a 59 anos 28671 27071 94,4% 1600 5,6% Não resposta 9 3 __ __ __ 37 60 anos ou + 10771 9989 92,7% 776 7,2% 6 Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas comunidades pesquisadas, estima-se através da pesquisa que 20,8% ainda não possuem carteira de identidade. No entanto para as pessoas de 18 anos ou mais verifica-se que a proporção dos que ainda não possuem carteira de identidade é de 5,8%. Enquanto 10,0% ainda não possuem CPF – CIC (conforme mostra a tabela 18). Tabela 18- Pessoas de 18 anos ou mais de idade, por posse de CPF-CIC, segundo o sexo e grupos de idade Sexo e grupos De idade Total Possui CPF -CIC Total Percentual Não possui CPF-CIC Total Percentual Não resposta Total 97538 87785 90,0% 9747 10,0% 6 18 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou + 58095 28671 10772 52024 26397 9364 89,5% 92,1% 86,9% 6071 2274 1402 10,5% 7,9% 13,0% __ __ 6 Tabela 19- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por posse de carteira de trabalho, segundo grupos de idade Grupos de idade Total Possui carteira de trabalho Total Total Percentual Não possui carteira de trabalho Total Percentual Não resposta 124365 97423 78,3% 26933 21,7% 9 10 a 14 anos 15 a 17 anos 16217 10610 384 4671 2,4% 44,0% 15830 5939 97,6% 56,0% 18 a 39 anos 58096 55036 94,7% 3060 5,3% __ 40 a 59 anos 60 anos ou + 28671 10771 27526 9806 96,0% 91,0% 1145 959 4,0% 8,9% __ 3 __ 6 38 Tabela 20 - Pessoas de 16 anos ou mais de idade, por posse de título de eleitor, segundo o sexo e grupos de idade Sexo e grupos de idade Total Possui título de eleitor Total Percentual Não possui título de eleitor Total Percentual Não resposta Total 104694 90450 86,4% 14238 13,6% 6 16 e 17 anos 7154 1561 21,8% 5593 78,2% __ 18 a 39 anos 40 a 59 anos 58096 28672 52987 26866 91,2% 93,7% 5109 1806 8,8% 6,3% __ 60 anos ou + 10772 9036 83,9% 1730 16,1% 6 __ Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas comunidades pesquisadas, estima-se através da pesquisa que 21,7% ainda não possuem carteira de trabalho. Para as pessoas de 18 anos ou mais de idade a proporção dos residentes que não possuem carteira de trabalho é de 5,3. Por outro lado dentre as pessoas de 16 anos ou mais de idade, residentes nas comunidades pesquisadas, 13,6% ainda não possuem título de eleitor. 39 Capítulo 5 - ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES A análise descritiva dos dados apresenta como principal idéia trabalhar com estatísticas robustas tendo como objetivo obter uma fotografia da realidade. Neste enfoque tentaremos extrair dos dados a maior quantidade possível de informação, que auxilie no tratamento destes dados a serem usados em uma fase posterior. No primeiro momento serão utilizados instrumentos da análise exploratória de dados para determinar a faixa de variação da distribuição de cada indicador nas comunidades pesquisadas, assim como detectar possíveis pontos discrepantes. Busca-se, também, alguma forma de regularidade ou padrão, presente nas observações. Estes indicadores calculados por comunidade serão também comparados com o mesmo indicador tendo como base de dados o agregado de todas as comunidades pesquisadas, com o propósito de verificar sua inserção no contexto geral. A tabela contendo os valores obtidos para os indicadores, por comunidade, estão dispostos no anexo I. A seguir serão apresentados gráficos de dispersão e diagrama de caixa para cada indicador construído para as comunidades pesquisadas, que permitirá sua comparação com os mesmos indicadores calculados para a pesquisa “Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros” (IPEA/ PNUD/ FJP/ IBGE 1998) com Brasil e de Município do Rio de Janeiro. Deve ser ressaltado que enquanto os indicadores brasileiros e municipais estão baseados nos dados referentes ao censo demográfico de 1991, por outro lado os indicadores para as comunidades pesquisadas foram calculadas baseados nos dados da pesquisa realizada em 1998. Ou seja, deve -se levar em consideração a diferença temporal na comparação destes indicadores. 40 Porcentagem das crianças entre 10 e 14 anos que trabalham 10,00% 8,00% Salgueiro Comunidades 6,00% Agregado MRJ 4,00% Brasil 2,00% Serrinha 0,00% Fernão Cardim Mata Machado Gráfico 1 É possível verificar que o percentual de crianças que trabalham e residem nas comunidades pesquisadas é menor que a média nacional (8,6%). Em uma análise individual, também observa-se que nenhuma das comunidades apresenta proporção de crianças de 10 anos ou mais que trabalham superior a esta média. A comunidade do Morro do Salgueiro destacou-se apresentando o maior índice para este indicador (7,6%). Contudo o valor encontrado (2,8%) para o agregado das comunidades pesquisadas é um pouco maior do que a média municipal (2,1%) embora existam comunidades com valores abaixo média, assim como outras comunidades onde não ficou evidenciado trabalho infantil (caso das comunidades Serrinha, Mata Machado e Fernão Cardim). Uma análise do diagrama caixa (figura 1) indica a não existência de valores atípicos (outliers) entre as comunidades, contudo pode-se ver que a distribuição do indicador de trabalho infantil é assimétrica positiva, com valor mediano de 2,1%, primeiro quartil (Q1) de 1,3%, terceiro quartil (Q3 ) de 3,8% e desvio padrão de 0,02. ,10 ,08 ,06 ,04 ,02 0,00 -,02 N= 27 Figura 1 41 Porcentagem das crianças entre 7 e 14 anos que não freqüentam escola 25,00% 20,00% Comunidades 15,00% Agregado Buriti Congonhas MRJ 10,00% Brasil 5,00% Morro União 0,00% Gráfico 2 Verifica-se que o valor apresentado para o agregado das comunidades (7,2%) se encontra abaixo dos outros dois referenciais de comparação (Brasil e Município do Rio de Janeiro), com 22,7% e 11,1% respectivamente. O que indica um menor índice de evasão escolar dentre a população residente nas comunidades pesquisadas quando comparadas com a população residente no município e a nível nacional. Isoladamente, as comunidades também apresentam índices abaixo do nível municipal, com exceção de Buriti Congonhas (13,5%), que constitui uma observação atípica conforme pode ser observada no diagrama de caixa apresentado na figura 2, com valor mediano de 7,3%, primeiro quartil (Q1) de 5,4%, terceiro quartil (Q 3 ) de 8,4% e desvio padrão de 0,03. ,16 ,14 Buriti Congonhas ,12 ,10 ,08 ,06 ,04 ,02 0,00 N= 30 Figura 2 42 Defesagem escolar média das crianças entre 10 e 14 anos Morro prazeres 2,1 Comunidades Agregado 1,6 MRJ Brasil 1,1 Morro União Fernão Cardim 0,6 Gráfico 3 A defasagem escolar média brasileira (2,2 anos) é maior do que as verificadas nas comunidades de baixa renda integrantes da 1ª e 2ª fase do Projeto Favela Bairro (1,45 anos). Estas por sua vez possuem um nível de defasagem escolar similar ao do município do Rio de Janeiro (1,5 anos). Observa-se que apenas a comunidades do Morro dos Prazeres (2,28 anos) apresenta um valor para este indicador maior do que o nacional. Por outro lado a comunidade do Morro União (0,88 anos) e Fernão Cardim (0,93 anos), se destacam com os menores valores deste indicador. Verifica-se pelo diagrama de caixa apresentado na figura 3, a distribuição simétrica para o indicador indicado em questão, bem como a não existência de valores atípicos. Apresenta valor mediano de 1,44, primeiro quartil (Q 1) de 1,21, terceiro quartil (Q 3 ) de 1,67 e desvio padrão de 0,32. 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 ,8 ,6 N= 30 Figura 3 43 Porcentagem de crianças entre 10 e 14 anos com mais de 1 ano de atraso escolar 70,00% 60,00% Morro prazeres Vila Cândido Comunidades 50,00% Agregado MRJ 40,00% Brasil 30,00% Fernão Cardim Morro União 20,00% Gráfico 4 Sobre a porcentagem de crianças com mais de 1 ano de defasagem escolar, observa -se que a comunidade do Morro dos Prazeres (63,0%) e Vila Cândido (60,7%) apresentam valores superiores aos observados para o Brasil (58,1%). Por outro lado Morro União e Fernão Cardim, obtiveram as menores taxas (27,2% e 26,0% respectivamente). A distribuição deste indicador para o agregado das Comunidades pesquisadas apresenta comportamento análogo ao indicador de defasagem escolar média, cuja a distribuição é simétrica e não apresenta valores atípicos ,7 ,6 ,5 ,4 ,3 ,2 N= 30 Figura 4 44 Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade, com menos de 4 anos de estudo 50,00% 45,00% Ladeira Funcionários Canal das Tachas 40,00% Comunidades 35,00% Agregado 30,00% MRJ Brasil 25,00% Mata Machado 20,00% 15,00% Gráfico 5 Com relação a este indicador é possível observar que a proporção da população com menos de quatro anos de estudo no Brasil (42,3%) é maior do que as proporções observadas para o agregado das comunidades estudadas (33,8%). Contudo o agregado apresenta, para este índice, um valor quase duas vezes maior em relação a média municipal (17,7%). Dentre as comunidades que apresentaram as maiores taxas, destacam-se Canal das Tachas e Ladeira dos Funcionários (44,6% e 44,5% respectivamente), superando assim o índice nacional. O menor valor encontrado foi para a comunidade Mata Machado que apresentou valor de 22,9% ainda alto, em comparação ao Município do Rio de Janeiro. Em relação a análise do diagrama de caixa (figura 5) não é possível perceber a presença de outlier, apresentando valor mediano de 31,7%, primeiro quartil (Q1 ) de 29,8%, terceiro quartil (Q3 ) de 38,0% e desvio padrão de 0,06. ,5 ,4 ,3 ,2 N= 30 Figura 5 45 Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade, com menos de 8 anos de estudo 90,00% Pq. Boa Esperança Canal das Tachas 80,00% Comunidades 70,00% Agregado 60,00% MRJ Mata Machado Brasil 50,00% 40,00% Gráfico 6 A este nível de educação o índice para o agregado das comunidades (74,3%) ultrapassa o nível nacional (72,1%). Verifica-se a existência de valores muito altos quando comparados ao nível do Município do Rio de Janeiro (46,0%), isto é, a maioria da população residente nas comunidades pesquisadas com mais de 25 anos de idade, não possui o 1º grau completo. As comunidades Canal das Tachas (84,2%) e Parque Boa Esperança (84,5%) destacam-se apresentando os valores mais elevados para este indicador. Por outro lado, a comunidade de Mata Machado (60,2%), embora ainda distante da média municipal, detém o melhor valor para o indicador em questão. O diagrama de caixa (figura 6) apresenta uma distribuição simétrica para o indicador em questão, bem como a não presença de outlier. Seu valor mediano é de 73,7%, primeiro quartil (Q 1 ) de 70,8%, terceiro quartil (Q3) de 77,9% e desvio padrão de 0,05. ,9 ,8 ,7 ,6 ,5 N= 30 Figura 6 46 Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade, com mais de 11 anos de estudo 18,00% 16,00% 14,00% 12,00% Comunidades 10,00% Agregado 8,00% MRJ 6,00% Brasil 4,00% Mata Machado 2,00% 0,00% Gráfico 7 Com relação as pessoas que já freqüentaram curso superior nas comunidades pesquisadas (1,1%), verifica-se uma proporção bastante inferior a média brasileira (7,5%) e menor ainda, quando comparada com o indicador a nível municipal (18,3%). Entre si as comunidades apresentam um comportamento parecido, com exceção de Mata Machado (3,2%) que pode ser considerado outlier conforme mostra a figura 7, ainda assim verifica-se um índice bem menor do que os dois parâmetros de comparação propostos. ,04 Mata Machado ,03 ,02 ,01 0,00 -,01 N= 30 Figura 7 47 Taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos ou mais de idade 25,00% Ladeira Funcionários 20,00% Grotão Comunidades 15,00% Agregado MRJ 10,00% Brasil Vila Cândido Caminho do Job 5,00% 0,00% Gráfico 8 O agregado (12,4%) apresenta uma taxa superior ao dobro do valor do Município (5,7%), o que indica uma maior concentração de analfabetos nas comunidades de baixa renda pesquisadas. Entretanto, esta taxa é bem menor do que a taxa brasileira (19,4%). Destaca-se a comunidade Ladeira dos Funcionários (19,4%) que apresentou valor coincidente ao observado para o Brasil. Por outro lado, Vila Cândido (7,6%) e Caminho do Job (7,6%) obtiveram as menores taxas, contudo foram ainda apresentando valores maiores do que as obtidas a nível municipal. Conforme observado no diagrama de caixa apresentado na figura 8, ficam destacadas as comunidades da Ladeira dos Funcionários bem como Grotão (17,3%) que aparecem como outliers dentre as demais comunidades. ,22 ,20 Ladeira dos Funcionários ,18 Grotão ,16 ,14 ,12 ,10 ,08 ,06 N= 30 Figura 8 48 Número médio de anos anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais de idade 8 7 Comunidades 6 Mata Machado Agregado MRJ 5 Brasil 4 Canal das Tachas 3 Gráfico 9 O agregado das comunidades (4,8 anos) possui um nível médio de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais de idade bem próximo ao nacional (4,9 anos), porém muito abaixo ao observado para o Município do Rio de Janeiro (7,7 anos). Destacam-se as comunidades de Mata Machado (6,0 anos), que obteve a maior taxa, porém ainda distante do município, e Canal das Tachas que apresenta o menor índice (3,8 anos). O que confirma a pequena proporção de pessoas com 25 anos ou mais de idade que não atingiram o nível de escolaridade referente ao primeiro grau completo. Observando o diagrama de caixa (figura 9) percebe-se uma distribuição assimétrica negativa para este indicador, embora sem presença de outlier. 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 N= 30 Figura 9 49 Porcentagem dos domicílios com abastecimento adequado de água 100,00% 90,00% Morro da Fé Tuiuti Serrinha Buriti Congonhas 80,00% Comunidades Agregado MRJ Brasil 70,00% Salgueiro 60,00% Gráfico 10 O agregado das comunidades pesquisadas (90,1%) possui um valor superior ao nacional (83,9%), porém sendo inferior em relação ao Município do Rio de Janeiro (96,0%). Um dos fatores que determinam esta taxa é a presença de comunidades com taxas com valores baixos, tais como, Morro do Salgueiro (64,5%), Buriti Congonhas (81,0%), Serrinha (83,3%), Tuiutí (86,6%) e Morro da Fé (86,8%), sendo estas cinco comunidades consideradas como outliers na análise do diagrama de caixa (figura 10). O diagrama de caixa apresenta para o indicador valor mediano de 94,8%, primeiro quartil (Q1 ) de 92,9%, terceiro quartil (Q3 ) de 96,8% e desvio padrão de 0,07. 1,1 1,0 ,9 Tuiuti Morro da Fé Serrinha Buriti Congonhas ,8 ,7 Salgueiro ,6 N= 30 Figura 10 50 Porcentagem dos domicílios com instalações adequadas de esgoto 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% Comunidades Floresta da B. da Tijuca Morro da Formiga MRJ Mata Machado Brasil 50,00% 40,00% Agregado Canal das Tachas 30,00% Gráfico 11 O agregado das comunidades (90,9%) apresenta proporção de domicílios com instalações adequadas de esgoto superior a observada a nível municipal e a nível nacional (58,9%). Entretanto existem comunidades com taxas abaixo do nível nacional: Mata Machado (56,2%) e Canal das Tachas (38,7%). Ao se analisar o diagrama de caixa (figura 11), percebe-se que além das duas comunidades citadas, Morro da Formiga (com índice de 69,4%) e Floresta da Barra da Tijuca (com 65,3%) também destacam-se como valores atípicos em ralação as demais comunidades. O diagrama de caixa apresenta para o indicador valor mediano de 97,2%, primeiro quartil (Q1 ) de 90,4%, terceiro quartil (Q3 ) de 98,4% e desvio padrão de 0,15. 1,1 1,0 ,9 ,8 ,7 Morro da Formiga Floresta da B. Tijuca ,6 Mata Machado ,5 ,4 Canal das Tachas ,3 N= 30 Figura 11 51 Percentual dos domicílios duráveis 100,0% 95,0% Borel Formiga Morro do Urubu 90,0% 85,0% Comunidades Agregado Brasil 80,0% 75,0% Salgueiro MRJ 70,0% 65,0% 60,0% Gráfico 12 O agregado das comunidades (95,5%) apresenta uma taxa superior ao nível nacional (91,6%), porém inferior ao Município do Rio de Janeiro (98,9%). Este índice é influenciado pelos baixos valores referentes aos indicadores para as comunidades do Morro do Salgueiro (72,6%), Morro Urubu (85,6%), Morro da Formiga (87,7%) e do Morro do Borel (90,8%). Entretanto, conforme mostra o diagrama de caixa apresentado na figura 12, apenas as duas primeiras comunidades citadas são consideradas outliers. O valor mediano é de 98,0%, primeiro quartil (Q1 ) de 94,5%, terceiro quartil (Q3 ) de 99,1% e desvio padrão de 0,06. 1501 , 1 1,0 ,9 Morro do Urubu ,8 Salgueiro ,7 N= 30 Figura 12 52 Renda familiar per capta média (em salários mínimos) 3,00 2,50 Comunidades 2,00 Agregado Canal das Tachas Brasil 1,50 MRJ 1,00 0,50 Gráfico 13 O agregado das comunidades (1,17 sm) apresenta valor próximo, porém inferior ao nacional (1,31 sm). Este valor é pelo menos duas vezes menor ao observado para o Município do Rio de Janeiro (2,56 sm), indicando uma renda familiar per capta média para a população residente nas comunidades integrantes do Projeto Favela Bairro bastante inferior ao nível de renda observado para as famílias residentes no Município do Rio de Janeiro. De um modo geral, as comunidades pesquisadas possuem valores parecidos, apenas Canal das Tachas apresenta um valor superior as demais (1,77 sm), valor este considerado outlier pelo gráfico diagrama de caixa (figura 13), entretanto ainda assim é inferior a nível de município do Rio de Janeiro. 2,0 1,8 Canal das Tachas 1,6 1,4 1,2 1,0 ,8 N= 30 Figura 13 53 Proporção da população com renda insuficiente (P0) 0,50 0,40 Comunidades 0,30 Agregado MRJ 0,20 Brasil Canal das Tachas 0,10 0,00 Gráfico 14 Como já foi definido anteriormente, P0 (ou a proporção de pobres) é a proporção de indivíduos com renda familiar per capta inferior a 50% do salário mínimo. A proporção de pobres nas comunidades estudadas (0,28) é maior do que a média municipal (0,21), porém é menor que a nacional (0,45). Canal das Tachas onde foi observada a maior renda per capta (0,15), também se destacou apresentando o menor índice para este indicador. Contudo, não é considerado outlier. ,4 ,3 ,2 ,1 N= 30 Figura 14 54 Insuficiência média de renda (P1) 0,30 Morro do Sossego Parque Candelária Serrinha 0,25 Morro União Comunidades 0,20 Agregado MRJ 0,15 Brasil 0,10 Canal das Tachas 0,05 Gráfico 15 A insuficiência média de renda no agregado das comunidades pesquisadas (0,19) é inferior a observada a nível nacional (0,24), porém maior que a insuficiência média municipal de renda (0,09). As comunidades Serrinha (0,26), Morro do Sossego (0,26), Parque Candelária (0,26) e Morro União (0,25), possuem Insuficiência média de renda superior ao indicador obtido a nível nacional. Por outro lado, Canal das Tachas (0,09) apresenta o menor índice de P1, valor similar a insuficiência média municipal de renda. ,3 ,2 ,1 0,0 N= 30 Figura 15 55 Grau de desigualdade (Índice de Theil) 0,90 0,80 0,70 Comunidades 0,60 Agregado 0,50 MRJ 0,40 Brasil Caminho do Job 0,30 0,20 0,10 Morro prazeres Gráfico 16 O índice de Theil, como já foi definido, mede o grau de desigualdade da distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capta. O valor para o índice de Theil para o agregado das comunidades pesquisadas (0,24) é inferior aos outros dois parâmetros de comparação (0,68 para o município e 0,78 para o Brasil). Indicando assim um nível de desigualdade pequeno dentro de cada favela. Pelo diagrama de caixa (figura 17) também é possível verificar a não presença de outlier. ,30 ,28 ,26 ,24 ,22 ,20 ,18 ,16 N= 30 Figura 16 56 Capítulo 6 - ANÁLISE MULTIVARIADA A necessidade de se entender o relacionamento entre um grande número de variáveis fez com que os estatísticos se preocupassem em desenvolver técnicas capazes de representar de modo sintético grandes conjuntos de dados numéricos. Os diversos métodos de análise multivariada têm em comum o fato de pensarem a matriz como uma nuvem de n pontos num espaço de dimensão p . É de se esperar que dois perfis semelhantes estejam próximos um do outro no espaço e que quando mais diferentes mais distantes. O critério para se saber se os pontos estão próximos ou distantes é a distância entre eles, a diferença entre as técnicas de análise multivariada está no critério utilizado para avaliar esta distância. 6.1 - Análise de Cluster Análise de cluster é a denominação de um grupo de técnicas multivariadas cujo principal propósito é identificar entidades similares nas características que elas possuem. O propósito da Análise de Cluster é alocar objetos em grupos ou conglomerados sugeridos pelos dados, não definidos a priori, tal que objetos em um dado cluster tendem a serem similares a cada outro em algum sentido, e objetos em conglomerados diferentes tendem a ser dissimilares. O método de análise de cluster pode ser usado para revelar estruturas e relações na amostra, é uma ferramenta de prospecção de relações tanto entre variáveis como entre elementos. É uma das poucas técnicas sistemáticas que podem ajudar a busca de similaridades ou homogeneidade entre variáveis. O resultado da análise de cluster pode contribuir diretamente para encontrar um esquema de classificação. Quando temos uma amostra muito grande podemos usálo para compactar as variáveis e reduzir a dimensão dos elementos da amostra. Qualquer generalização sobre análise de cluster deve ser vaga porque um vasto número de métodos de formação de conglomerados foram desenvolvidos em 57 vários diferentes campos, com diferentes definições de conglomerados e similaridade entre conglomerados. A análise de cluster tem uma forte tradição de agrupamento de indivíduos, esta tradição foi estendida para classificar objetos, incluindo a estrutura de mercado, análise das similaridades e diferenças entre novos produtos e a avaliação de performance de firmas para identificar agrupamentos baseados nas estratégias de firmas ou orientação estratégica. A aplicação da analise de cluster pode ser dividida em três estágios principais: (1) Particionamento, (2) Interpretação, (3)Validação e Perfil. O estágio de particionamento é o processo de determinar se e como os clusters podem ser desenvolvidos. O estágio de interpretação é o processo de entendimento das características de cada cluster e a definição de um nome ou rótulo que apropriadamente defina a sua natureza. O terceiro estágio envolve o "acesso a validação do cluster formado" ( isto determinação sua estabilidade e generalidade ). Durante o estágio de particionamento quatro questões principais devem ser consideradas. ( 1 ) Quais as variáveis que seriam utilizadas como medida de similaridade ? ( 2 ) Como a similaridade entre objetos seria medida ? ( 3 ) Que procedimento deve ser usado para alocar os objetos similares em grupos ou cluster. ( 4 ) Quantos clusters devem ser formados ? Para responder a essas questões, diferentes metodologias podem ser usadas. Contudo nenhuma delas foi avaliada suficientemente de modo a fornecer uma resposta definitiva a qualquer destas questões e infelizmente várias metodologias fornecem resultados diferentes para um mesmo conjunto de dados. Neste sentido a análise de conglomerados é uma arte, considerando-se que o bom senso aliado a experiência, tornam-se fundamentais na elaboração das conclusões. 6.2 - Seleção das variáveis 58 A seleção de variáveis a serem incluídas na análise de cluster deve ser feita com cuidado, qualquer aplicação da análise de cluster deve ter alguma raciona lidade sobre as variáveis a serem selecionadas. Se o racional é baseado sobre uma teoria explícita, pesquisa passada ou suposição, o pesquisador deve considerar a importância de incluir somente aquelas variáveis que: ( 1 ) caracterizam os objetos agrupados, ( 2 ) se relacionam especificamente aos objetivos da analise de cluster. A técnica da análise de cluster não oferece meios de diferenciar as variáveis relevantes daquelas que podem ser consideradas irrelevantes das irrelevantes. Ela somente encontra os mais consistentes grupos de objetos, ainda distintos através de todas as variáveis. A inclusão de uma variável irrelevante pode aumentar a chance de que outliers sejam criados por essas variáveis que podem ter um efeito substantivo sobre os resultados. Portanto não se deve incluir variáveis indiscriminadamente. 6.3 - Medidas de similaridade Similaridades entre objetos podem ser medidas de várias maneiras. Uma maneira é olhar a proximidade entre cada par de objetos a fim de determinar sua similaridade, uma outra maneira e olhar a distância ou diferença entre os pares de objetos. Como distância é o complemento de dissimilaridade, esta metodologia pode ser usada para avaliar similaridade. A medida de similaridade entre objetos que provavelmente vem a mente inicialmente é o coeficiente de correlação entre um par de objetos medidos sobre várias variáveis. Correlações altas indicam similaridade e correlação baixas ausência de similaridade. Medidas de distância são as mais usadas como medidas de similaridade entre objetos. A mais comumente medida de similaridade usada é a Distância Euclidiana, definida como: 59 d ( P , Q) = (x1 − y1 )2 + (x2 − y2 )2 + ...+ (x p − y p )2 6.4 - Algoritmo para construção do cluster A segunda maior questão para responder a fase de particionamento é, que procedimentos seria usado para alocar objetos similares em grupos ou clusters ? Isto é, que algoritmo para criação de cluster ou conjunto de regras é mais apropriado ? Esta não é uma questão simples porque centenas de programas de computador usando diferentes algoritmos estão disponíveis, e mais, estão sendo desenvolvidos, o critério essencial de todos eles, contudo é que eles tentem maximizar as diferenças entre clusters relativas a variações dentro do cluster. O mais comum algoritmo usado para criação do cluster pode ser classificado na categoria de Hierárquico. 6.4.1 - Procedimentos Hierárquicos Envolve a construção de uma hierarquia. Existem basicamente dois tipos de procedimentos: hierárquicos aglomerativos e divisível. No método aglomerativo, cada objeto ou observação inicia como seu próprio cluster. Em passos subsequentes os dois clusters ou indivíduos mais próximos são combinados em um novo cluster agregado, então reduzindo o numero de cluster de uma unidade em cada passo. Em alguns casos, um terceiro indivíduo junta -se aos dois primeiros em um cluster. Em outros, um outro grupo de dois indivíduos junta -se para formar um novo cluster, eventualmente todos os indivíduos são grupados em um grande cluster; por esta razão, os procedimentos aglomerativos são algumas vezes referidos como método cumulativo. Este processo leva um diagrama denominado dendograma. Quando o processo de criação de cluster prossegue na direção oposta ao método aglomerativo e chamado método divisível. 60 Nos métodos divisíveis iniciam-se o processo com um único cluster contendo todas as observações (objetos). Em passos sucessivos, as observações que são mais dissimilares são separadas e convertem-se em clusters menores. Este processo continua ate que cada observação seja um cluster por si mesma. Dois procedimentos aglomerativos populares usados para construir clusters são: ( 1 ) Single Linkage ( 2 ) Complete Linkage Estas regras diferem na maneira pela qual as distancias entre clusters e calculada. a) Single Linkage O procedimento Single Linkage é baseado sobre a distância mínima. Ele encontra os dois indivíduos ( objetos ) separados pela mais curta distância e colocaos no primeiro cluster, então a próxima distância mais curta é localizada, e ou um terceiro indivíduo junta-se aos primeiros dois para formar um cluster ou um novo cluster de dois indivíduos é formado. O processo continua até que todos os indivíduos estejam em um único cluster. Este procedimento tem sido referido como a Metodologia do Vizinho mais Próximo. A distância entre qualquer dos clusters é a mais curta distância de qualquer ponto em um cluster para qualquer ponto no segundo cluster. Dois clusters são incorporados em qualquer estágio pela mais forte ligação entre eles. Ocorrem problemas contudo quando os clusters são grosseiramente delineados. Em tais casos o procedimento Single Linkage forma grandes cadeias serpenteadas e eventualmente todos os indivíduos são colocados em uma cadeia. Indivíduos localizados nos pontos extremos da cadeia podem ser muito dissimilares. b) Complete Linkage O procedimento Complete Linkage é semelhante ao Single Linkage exceto ao critério de formação de cluster que é baseado sobre a distância máxima por esta razão, é algumas vezes denominado de Metodologia do Vizinho mais Distante. A 61 distância máxima entre quaisquer dos indivíduos em um cluster representa a esfera mínima ( diâmetro mínimo ) que pode englobar o cluster. Este método é chamado Complete Linkage porque todos os objetos em cluster são ligados um ao outro em alguma distância máxima ou similaridade míni ma. Podemos dizer que a similaridade dentro do grupo iguala o diâmetro do grupo. Esta técnica elimina o problema das cadeias serpenteadas apresentadas no Single Linkage. 6.5 – Tratamento dos dados utilizados Os indicadores calculados possuem diferentes unidades de medida (por exemplo: alguns são medidos em anos, em salários mínimos, entre outros) e amplitudes. Para que os indicadores possam ser melhor comparados entre si, e de modo que nenhum exerça maior influência no resultado final do cluster, devido a sua escala, eles foram transformados em índices, cujos valores variam entre 0 e 1. A fórmula geral para a a construção desses índices é: Índice = (valor observado – pior valor) / (melhor valor – pior valor) Onde o melhor valor corresponde ao resultado observado para a comunidade que obteve o nível mais satisfatório para o indicador em relação as demais, logo esta comunidade receberá índice 1 para este indicador. O pior valor corresponde ao resultado observado para a comunidade que obteve o nível menos satisfatório para o indicador em relação as demais, logo esta comunidade receberá índice 0 para este indicador. Os indicadores transformados estão tabelados no anexo I. 6.5.1 – Seleção final dos indicadores para a análise Antes da realização da análise de cluster foi investigado o grau de correlação entre os indicadores construídos. Os indicadores que apresentaram fortes correlações com algum outro (ou outros) indicador, foram excluídos, uma vez que o 62 grau de explicação desses indicadores seriam irrelevantes pois grande parte do seu poder de explicação já estaria sendo resumido por outro indicador (seu correlacionado). Os indicadores excluídos foram: Porcentagem de pessoas com 25 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de estudo; Porcentagem de pessoas com 25 anos ou mais de idade com menos de 8 anos de estudo; Porcentagem de crianças entre 10 e 14 anos de idade com mais de um ano de atraso escolar; Porcentagem de pessoas com renda insuficiente (P0) e Grau de desigualdade na população com renda insuficiente (P2). A matriz de correlação entre os indicadores calculados está disposta no anexo I. 6.6 - Interpretação dos Clusters O estágio de interpretação envolve o exame das afirmações que foram usadas para estabelecer os conglomerados a fim de nomear ou assinalar um rótulo que acuradamente descreva a natureza do cluster. Pelo dendograma abaixo, é possível separar o conjunto de comunidades estudadas em cinco conglomerados distintos. 63 Dendograma Tree Diagram for 30das Cases Comunidades pesquisadas Euclidean distances 2.5 2.5 2 2 1.5 1 1 0.5 0.5 0 0 FBTIJU CTACHAS MMACHAD SALGUEIR BURITI DCASTIL MPRAZER MATOALT TELÉGRAF ANDARAÍ VCÂNDID ESCOND MFÉ URUBU FORMIGA NALIANÇ TUIUTI PCAND CDOJOB MUNIÃO MSOSSEG FCARDIM TPONTES SERRINHA LADFUNC BESPERAN BOREL GROTÃO VIDIGAL PROYAL Linkage Distance 1.5 • Primeiro conglomerado O primeiro conglomerado reúne as comunidades de Floresta da Barra da Tijuca, Canal das Tachas e Mata Machado É possível observar que estas comunidades apresentaram os melhores indicadores referentes a renda e para durabilidade dos domicílios, entretanto todas elas apresentaram baixa proporção de domicílios com instalações adequadas de esgoto. A comunidade de Mata Machado, por apresentar os melhores indicadores de educação, foi a última a ser incluída neste grupo. De um modo geral é possível verificar que este conglomerado compreende as comunidades que apresentaram os indicadores sócio-econômicos mais satisfatórios entre as demais comunidades pesquisadas. • Segundo conglomerado O segundo conglomerado reúne as comunidades de Serrinha, Três Pontes, Morro do Sossego, Tuiutí, Morro da Formiga, Nova Aliança, Morro do Urubu, Morro da Fé, Morro União, Caminho do Job e Fernão Cardim. 64 Estas comunidades apresentam os indicadores mais satisfatórios referentes a educação, porém todas elas apresentam baixos valores para os indicadores de renda. De um modo geral verifica-se que este grupo de comunidades apresenta índices sócio-econômicos em um patamar inferior ao primeiro conglomerado. • Terceiro Conglomerado O terceiro conglomerado reúne as comunidades Morro do Escondidinho, Vila Cândido, Morro dos Praze res, Andaraí, Morro dos Telégrafos, Buriti Congonhas, Mato Alto e Chácara Del Castilho. Observa-se que as comunidades que integram este conglomerado apresentam variabilidades expressivas dentre os indicadores de educação, renda, infância e habitação, porém nenhuma delas seja destacada. Embora estas comunidades apresentem comportamentos diversificados quanto aos indicadores considerados, não existem evidências estatísticas que as diferem das demais comunidades do segundo conglomerado quanto ao nível sócioeconômico. • Quarto Conglomerado O quarto conglomerado reúne as comunidades Parque Royal, Grotão, Morro do Vidigal, Morro do Borel, Parque Boa Esperança e Complexo da Ladeira dos Funcionários. Este conglomerado reúne as comunidades pesquisadas que apresentam baixos valores para os indicadores referentes a educação e que não se destacamquanto aos indicadores de renda, infância e habitação. De um modo geral é possível observar que este conglomerado é constituído daquelas comunidades com os piores níveis de escolaridade e apresentam níveis sócio-econômicos inferiores as comunidades do segundo e terceiro conglomerado. • Quinto conglomerado: O quinto conglomerado reúne apenas a comunidade do Morro do Salgueiro. 65 A comunidade do Morro do Salgueiro se destaca apresentando valores baixos para os indicadores de renda e de infância. Esta comunidade também detém os piores índices referentes a habitação, sendo inclusive considerada como observação atípica em dois deles (porcentagem em domicílios duráveis e porcentagem de domicílios com abastecimento adequado de água), o que caracteriza como muito pobre. 66 Capítulo 7- CONCLUSÃO A análise dos resultados das pesquisas realizadas nas comunidades de baixa renda que integram a primeira e segunda etapa do Projeto Favela Bairro, indica que a população é composta de 158780 pessoas residentes em 41283 domicílios particulares ocupados, apresentando um número médio de 3,8 moradores por domicílios. As pessoas residentes nas comunidades pesquisadas moram, na sua maioria, em casas (imóveis próprios), com paredes construídas com material predominante em alvenaria, com cobertura em laje de concreto e cujo piso é coberto com material de construção predominante em cimento (49,8% dos domicílios) e cerâmica ou lajota (46,9% dos domicílios). Embora os resultados indiquem que 93,2% dos domicílios existentes têm água canalizada para pelo menos um cômodo, fica caracterizado problema enquanto ao abastecimento de água que é bastante irregular para a maioria das comunidades pesquisadas. Da mesma forma que o tratamento do lixo constitui-se em um problema para estas (apenas 42,5% dos domicílios têm o lixo coletado diretamente, enquanto que em 53,8% dos domicílios. o lixo é coletado indiretamente). A análise dos resultados mostram uma população com baixo nível de instrução / escolaridade, apresentando uma taxa de 12,4% de pessoas com 7 anos ou mais de idade que ainda são analfabetas. Dentre as pessoas de 18 anos ou mais de idade, 71,0% não completaram ainda o primeiro grau e 12,7% não têm instrução. Considerável parcela desta população (25,7%) é proveniente de outros estados do Brasil (destacando-se a região nordeste com 69,7% dos não residentes). Esta parcela é ainda maior nas pessoas com 40 anos ou mais de idade (51,0%). Quanto a questão do desemprego, os resultados indicam uma população que sofre grandes efeitos do desemprego, apresentando uma taxa de 13,1%, 2,47 vezes a taxa de desemprego média (5,3%), observada ao longo do ano de 1998 67 para o Município do Rio de Janeiro. O problema do desemprego é ainda mais preocupante para a população residente com idade entre 18 e 39 anos, cuja taxa é de 15,3%, aproximadamente 3 vezes superior à taxa média de desemprego no ano de 1998 no Município do Rio de Janeiro. A população ocupada residente nas comunidades pesquisadas, trabalham, na sua grande maioria, no ramo de serviços, sendo que 34,6% das pessoas trabalham sem carteira assinada e têm rendimento mensal, modal, entre 1 e 2 salários mínimos. Quanto a posição na ocupação as pessoas são predominantemente empregadas (67,7% do total das pessoas ocupadas), com destaque ainda para os trabalhadores por conta própria (16,9%) e trabalhadores domésticos (12,6%). O estudo realizado mostra a existência de uma diversidade, antes não identificada, nos perfis das Comunidades de baixa renda que integram o Projeto Favela Bairro, principalmente no que concerne ao nível de escolaridade das pessoas residentes e ao nível sócio - econômico. Embora os indicadores de qualidade de vida considerados no estudo indiquem que no geral, o nível sócio - econômico das comunidades seja superior a média nacional, estes indicadores mostram que a qualidade de vida das populações residentes nas comunidades é inferior à observada para o Município do Rio de Janeiro. Destacam-se de um modo geral, as comunidades do Morro do Salgueiro que apresenta os piores indicadores de qualidade de vida observados e a comunidades de Mata Machado que se sobressai às demais apresentando indicadores sócio – econômicos mais satisfatórios de qualidade de vida. O estudo realizado permite identificar carências específicas nas diferentes comunidades pesquisadas, o que possibilitará o desenvolvimento de projetos / ações adequadas às especificidades de cada comunidade, permitindo uma melhor adequação dos instrumentos de políticas públicas. 68 Referências Bibliográficas BUSSAB, W. O., MORETTIN , P. A.. Estatística Básica . São Paulo: Atual, 1984. 2º Edição IPEA ET ALII . Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros . Brasília: 1998. J ORNAL O GLOBO . Vários números LOPES, A.. L. S. Cluster Aplicado na Análise da Performance dos Pools . Relatório Final de Curso. Rio de Janeiro: ENCE, Julho, 1996. SCIENCE ET ALII. Pesquisa Sócio-Econômica das Comunidades de Baixa Renda. Rio de Janeiro: Janeiro, 1998 a Janeiro, 1999. (Resultados da Pesquisa de Domicílios) S ECRETARIA MUNICIPAL DO TRABALHO. O Mercado de Trabalho do Rio de Janeiro: Conjuntura e Análise. Rio de Janeiro: Ano 2, nº 3, agosto 1998. 69 70 Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas Número % da População % da População % da População Taxa de com menos de com menos de com mais de analfabetismo médio Comunidades de anos de estudo 4 anos de estudo 8 anos de estudo 11 anos de estudo Parque Royal 4,53 42,1% 75,5% 1,4% 12,1% Grotão 4,09 42,1% 81,1% 0,5% 17,3% Serrinha 4,96 34,1% 69,9% 1,8% 8,6% Morro do Escondidinho 4,94 29,7% 71,1% 1,1% 10,5% Vila Cândido 5,02 28,2% 71,6% 0,5% 7,6% Mata Machado 5,98 22,9% 60,2% 3,2% 8,1% Morro dos Prazeres 4,05 39,7% 80,0% 0,4% 11,8% Três Pontes 4,89 30,6% 75,1% 0,6% 11,7% Canal das Tachas 3,79 44,6% 84,2% 0,6% 12,8% Andaraí 5,24 31,9% 68,6% 2,1% 10,9% Morro dos Telégrafos 4,91 30,6% 72,9% 1,1% 10,2% Vidigal 4,76 35,8% 73,2% 1,6% 14,4% Morro do Sossego 5,20 27,6% 69,3% 0,9% 9,3% Floresta da B. da Tijuca 4,73 34,1% 76,2% 0,5% 12,3% Parque Candelária 5,26 28,9% 69,9% 1,6% 10,5% Buriti Congonhas 4,35 36,4% 80,2% 0,4% 13,4% Tuiuti 4,83 31,4% 74,4% 1,3% 12,2% Mato Alto 5,10 30,3% 71,2% 1,5% 9,3% Borel 4,42 38,1% 79,5% 0,8% 15,7% Salgueiro 5,13 29,0% 71,0% 0,5% 9,9% Formiga 4,76 30,2% 77,0% 0,9% 10,0% Nova Aliança 5,05 28,7% 74,2% 1,5% 9,8% Parque Boa Esperança 3,95 42,1% 84,5% 0,7% 16.0% Morro do Urubu 5,26 30,9% 67,7% 1,2% 10,5% Morro da Fé 4,68 37,5% 74,7% 0,8% 11,6% Chácara Del Castilho 4,39 39,4% 78,2% 0,2% 10,3% Morro União 4,90 32,7% 70,7% 0,4% 10.1% Ladeira Funcionários 4,09 44,5% 79,9% 1,3% 19,4% Caminho do Job 4,98 28,9% 72,7% 0,7% 7,6% Fernão Cardim 5,04 31,5% 69,6% 0,8% 9,3% 71 Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas Comunidades % de crianças % de crianças que defasagem % de crianças com Que trabalham não frequentam escolar média mais de 1 ano de escola defasagem escolar Parque Royal 6,3% 7,9% 1,18 36,3% Grotão 1,6% 5,6% 1,50 41,5% Serrinha 0,0% 10,3% 1,45 43,5% Morro do Escondidinho 4,8% 5,3% 1,62 47,2% Vila Cândido 3,3% 4,8% 1,91 60,7% Mata Machado 0,0% 3,6% 1,35 40,3% Morro prazeres 1,7% 7,8% 2,28 63,0% Três Pontes 2,0% 6,5% 1,26 36,1% Canal das Tac has 1,9% 4,7% 1,42 40,9% Andarai 1,4% 7,3% 1,70 50,0% Telégrafos 2,4% 7,6% 1,69 49,4% Vidigal 5,3% 7,6% 1,71 52,4% Morro do Sossego 0,6% 6,4% 1,61 51,1% Floresta da B. da Tijuca 0,7% 7,6% 1,73 50,7% Parque Candelária 4,4% 9,5% 1,59 46,3% Buriti Congonhas 5,2% 13,5% 1,94 56,3% Tuiuti 3,5% 8,4% 1,76 49,4% Mato Alto 1,5% 8,7% 1,60 49,0% Borel 0,4% 4,0% 1,10 30,1% Salgueiro 7,6% 11,1% 1,39 42,1% Morro da Formiga 2,1% 5,6% 1,20 33,7% Nova Aliança 5,5% 5,4% 1,36 42,3% Parque Boa Esperança 2,6% 8,4% 1,05 27,8% Morro do Urubu 1,2% 3,1% 1,20 33,9% Morro da Fá 3,9% 5,5% 1,51 43,9% Chácara Del Castilho 3,3% 11,0% 1,27 35,8% Morro União 0,6% 2,5% 0,88 27,2% Ladeira Funcionários 2,0% 8,4% 1,07 31,6% Caminho do Job 2,8% 6,8% 1,22 37,6% Fernão Cardim 0,0% 7,2% 0,93 26,0% 72 Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas Comunidades Densidades de % de domicílios % de domicílios com % de domicílios Moradores por com abastecimento inst. adequada duráveis Dormitórios adequado de água de esgoto Parque Royal 2,62 96,3% 98,8% 92,4% Grotão 2,26 91,1% 98,5% 92,7% Serrinha 2,36 83,3% 97,8% 99,0% Morro do Escondidinho 2,31 98,8% 98,0% 99,1% Vila Cândido 2,49 92,9% 96,4% 98,2% Mata Machado 1,99 96,4% 56,2% 100,0% Morro prazeres 2,53 95,4% 96,6% 98,4% Tres Pontes 2,43 97,7% 93,7% 99,8% Canal das Tachas 2,37 96,9% 38,7% 98,4% Andarai 2,41 93,3% 97,8% 95,4% Morro dos Telégrafos 2,49 95,5% 97,8% 94,4% Vidigal 2,33 94,0% 97,4% 99,5% Morro do Sossego 2,25 98,0% 99,0% 99,8% Floresta da B. da Tijuca 2,45 93,8% 65,3% 99,1% Parque Candelária 2,55 93,6% 94,5% 95,9% Buriti Congonhas 2,63 81,0% 90,0% 94,7% Tuiuti 2,61 86,6% 91,7% 95,2% Mato Alto 2,79 95,0% 97,4% 97,8% Borel 2,22 95,6% 80,7% 90,8% Salgueiro 2,62 64,5% 87,1% 72,6% Morro da Formiga 2,45 88,5% 69,4% 87,7% Nova Aliança 2,60 93,0% 92,1% 99,5% Parque Boa Esperança 2,46 98,7% 97,4% 96,9% Morro do Urubu 2,57 94,6% 86,6% 85,6% Morro da Fé 2,90 86,8% 97,0% 92,9% Chácara Del Castilho 2,37 99,3% 100,0% 99,7% Morro União 2,22 96,2% 99,4% 98,2% Ladeira Funcionários 2,45 99,7% 99,6% 95,9% Caminho do Job 2,34 94,2% 98,6% 98,7% Fernão Cardim 2,31 99,9% 99,9% 100,0% 73 Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas Comunidades Renda Familiar P0 P1 P2 Theil Per Capita (sm) Parque Royal 1,11 0,32 0,19 0,17 0,28 Grotão 1,12 0,30 0,20 0,18 0,25 Serrinha 1,00 0,33 0,26 0,24 0,22 Morro do Escondidinho 1,27 0,20 0,14 0,13 0,19 Vila Cândido 1,15 0,27 0,16 0,15 0,21 Mata Machado 1,27 0,29 0,20 0,19 0,28 Morro prazeres 1,19 0,25 0,16 0,15 0,18 Tres Pontes 1,07 0,32 0,24 0,22 0,23 Canal das Tachas 1,77 0,15 0,09 0,08 0,26 Andarai 1,27 0,25 0,18 0,16 0,22 Morro dos Telégrafos 1,17 0,27 0,19 0,17 0,24 Vidigal 1,48 0,18 0,12 0,11 0,24 Morro do Sossego 0,95 0,37 0,26 0,25 0,21 Floresta da B. da Tijuca 1,49 0,17 0,11 0,10 0,21 Parque Candelária 1,07 0,34 0,26 0,24 0,23 Buriti Congonhas 0,95 0,32 0,20 0,18 0,22 Tuiuti 1,01 0,31 0,22 0,21 0,2 Mato Alto 1,32 0,21 0,14 0,12 0,23 Borel 1,26 0,26 0,15 0,14 0,23 Salgueiro 0,99 0,37 0,22 0,19 0,27 Morro da Formiga 1,07 0,31 0,23 0,22 0,21 Nova Aliança 1,13 0,30 0,19 0,17 0,23 Parque Boa Esperança 1,28 0,24 0,17 0,16 0,22 Morro do Urubu 1,02 0,31 0,23 0,22 0,2 Morro da Fé 0,95 0,32 0,17 0,15 0,2 Chácara Del Castilho 1,23 0,25 0,15 0,14 0,2 Morro União 1,05 0,37 0,25 0,23 0,27 Ladeira Funcionários 1,01 0,30 0,17 0,15 0,2 Caminho do Job 1,06 0,33 0,20 0,17 0,29 Fernão Cardim 1,01 0,35 0,24 0,21 0,25 74 Programa do SAS para cálculo da linha de pobreza e índice de Theil data pessoa; set pobre.pobreza; if rfpc=0 then do; y=.; rfpc1=.; end; else do; rfpc1=rfpc; y=log(rfpc1); end; select; when (rfpc=.) do; p0=.; p1=.; p2=.; end; when (0<=rfpc<=0.5) do; p0=1; p1=(0.5-rfpc)/0.5; p2=((0.5-rfpc)/0.5)**2; end; when (rfpc>0.5) do; p0=0; p1=0; p2=0; end; otherwise do; p0=.; p1=.; p2=.; end; 75 end; proc sort data=pessoa; by favela; proc means data=pessoa mean sumwgt noprint; var rfpc rfpc1 y p0 p1 p2; weight peso; by favela; output out=saida mean= mrfpc mrfpc1 my mp0 mp1 mp2 sumwgt= srfpc srfpc1; run; data saida (drop=_type_ _freq_); set saida; t2=log(mrfpc1)-my; run; proc print data=saida; run; 76 Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster Comunidades Parque Royal Grotão Serrinha Morro do Escondidinho Vila Cândido Mata Machado Morro dos Prazeres Três Pontes Canal das Tachas Andaraí Morro dos Telégrafos Vidigal Morro do Sossego Floresta da B. da Tijuca Parque Candelária Buriti Congonhas Tuiuti Mato Alto Borel Salgueiro Formiga Nova Aliança Parque Boa Esperança Morro do Urubu Morro da Fé Chácara Del Castilho Morro União Ladeira Funcionários Caminho do Job Fernão Cardim Número médio de anos de estudo % da População % da População com m enos de com menos de 4 anos de estudo 8 anos de estudo % da População Taxa de com mais de 11 anos de estudo analfabetismo 0,34 0,14 0,53 0,53 0,12 0,12 0,48 0,69 0,37 0,14 0,60 0,55 0,40 0,10 0,53 0,30 0,62 0,18 0,92 0,75 0,56 1,00 0,12 0,50 0,00 0,66 0,51 0,76 1,00 0,23 0,65 0,00 0,59 0,65 0,53 1,00 0,19 0,39 0,01 0,65 0,48 0,10 1,00 0,07 0,13 0,13 0,63 0,30 1,00 0,96 0,64 0,65 0,56 0,72 0,78 0,44 0,64 0,43 0,41 0,78 0,48 0,47 0,63 0,34 0,47 0,23 0,10 0,42 0,86 0,60 0,67 0,26 0,4 7 0,60 0,29 0,61 0,44 0,58 0,0 7 0,72 0,38 0,61 0,66 0,30 0,72 0,66 0,73 0,12 0,60 0,18 0,42 0,55 0,21 0,56 0,31 0,42 0,00 0,47 0,07 0,37 0,43 0,20 0,10 0,23 0,43 0,17 0,75 0,51 0,61 0,86 0,31 0,81 0,80 0,81 0,29 0,67 0,41 0,27 0,63 0,33 0,24 0,69 0,40 0,26 0,33 0,20 0,00 0,75 0,66 0,77 0,51 0,14 0,55 0,00 0,57 0,19 0,07 0,37 0,79 0,00 0,54 0,57 0,72 0,60 0,49 0,61 0,17 0,20 1,00 0,86 77 Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster Comunidades Parque Royal Grotão Serrinha Morro do Escondidinho Vila Cândido Mata Machado Morro prazeres Três Pontes Canal das Tachas Andarai Telégrafos Vidigal Morro do Sossego Floresta da B. da Tijuca Parque Candelária Buriti Congonhas Tuiuti Mato Alto Borel Salgueiro Morro da Formiga Nova Aliança Parque Boa Esperança Morro do Urubu Morro da Fá Chácara Del Castilho Morro União Ladeira Funcionários Caminho do Job Fernão Cardim % de crianças que trabalham 0,17 0,79 1,00 0,37 0,57 1,00 0,78 0,74 0,75 0,82 0,68 0,30 0,92 0,91 0,42 0,32 0,54 0,80 0,95 0,00 0,72 0,28 0,66 0,84 0,49 0,57 0,92 0,74 0,63 1,00 % de crianças que não frequentam escola 0,51 0,72 0,29 0,75 0,79 0,90 0,52 0,64 0,80 0,56 0,54 0,54 0,65 0,54 0,36 0,00 0,46 0,44 0,86 0,22 0,72 0,74 0,46 0,95 0,73 0,23 1,00 0,46 0,61 0,57 defasagem % de crianças com escolar média mais de 1 ano de defasagem escolar 0,79 0,56 0,59 0,47 0,26 0,66 0,00 0,73 0,61 0,41 0,42 0,41 0,48 0,39 0,49 0,24 0,37 0,49 0,84 0,64 0,77 0,66 0,88 0,77 0,55 0,72 1,00 0,86 0,76 0,96 0,72 0,58 0,53 0,43 0,06 0,61 0,00 0,73 0,60 0,35 0,37 0,29 0,32 0,33 0,45 0,18 0,37 0,38 0,89 0,56 0,79 0,56 0,95 0,79 0,52 0,74 0,97 0,85 0,69 1,00 78 Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster Comunidades Parque Royal Grotão Serrinha Morro do Escondidinho Vila Cândido Mata Machado Morro prazeres Tres Pontes Canal das Tachas Andarai Morro dos Telégrafos Vidigal Morro do Sossego Floresta da B. da Tijuca Parque Candelária Buriti Congonhas Tuiuti Mato Alto Borel Salgueiro Morro da Formiga Nova Aliança Parque Boa Esperança Morro do Urubu Morro da Fé Chácara Del Castilho Morro União Ladeira Funcionários Caminho do Job Fernão Cardim densidades de % de domicílios moradores por com abastecimento dormitórios adequado de água 0,31 0,70 0,59 0,65 0,45 1,00 0,41 0,52 0,58 0,54 0,45 0,63 0,71 0,49 0,38 0,30 0,32 0,12 0,75 0,31 0,49 0,33 0,48 0,36 0,00 0,58 0,75 0,49 0,62 0,65 0,90 0,75 0,53 0,97 0,80 0,90 0,87 0,94 0,92 0,81 0,88 0,83 0,95 0,83 0,82 0,47 0,62 0,86 0,88 0,00 0,68 0,81 0,97 0,85 0,63 0,98 0,90 0,99 0,84 1,00 % de domicílios com instalações adequado de esgoto 0,98 0,98 0,96 0,97 0,94 0,29 0,94 0,90 0,00 0,96 0,96 0,96 0,98 0,43 0,91 0,84 0,86 0,96 0,69 0,79 0,50 0,87 0,96 0,78 0,95 1,00 0,99 0,99 0,98 1,00 % de domicílios duráveis 0,72 0,73 0,96 0,97 0,93 1,00 0,94 0,99 0,94 0,83 0,80 0,98 0,99 0,97 0,85 0,81 0,82 0,92 0,66 0,00 0,55 0,98 0,89 0,47 0,74 0,99 0,93 0,85 0,95 1,00 79 Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster Comunidades Parque Royal Grotão Serrinha Morro do Escondidinho Vila Cândido Mata Machado Morro prazeres Tres Pontes Canal das Tachas Andarai Morro dos Telégrafos Vidigal Morro do Sossego Floresta da B. da Tijuca Parque Candelária Buriti Congonhas Tuiuti Mato Alto Borel Salgueiro Morro da Formiga Nova Aliança Parque Boa Esperança Morro do Urubu Morro da Fé Chácara Del Castilho Morro União Ladeira Funcionários Caminho do Job Fernão Cardim RFPC 0,20 0,21 0,06 0,39 0,24 0,39 0,29 0,15 1,00 0,39 0,27 0,65 0,00 0,66 0,15 0,00 0,07 0,45 0,38 0,05 0,15 0,22 0,40 0,09 0,00 0,34 0,12 0,07 0,13 0,07 P0 0,23 0,32 0,18 0,77 0,45 0,36 0,55 0,23 1,00 0,55 0,45 0,86 0,00 0,91 0,14 0,23 0,27 0,73 0,50 0,00 0,27 0,32 0,59 0,27 0,23 0,55 0,00 0,32 0,18 0,09 P1 P2 0,41 0,35 0,00 0,71 0,59 0,35 0,59 0,12 1,00 0,47 0,41 0,82 0,00 0,88 0,00 0,35 0,24 0,71 0,65 0,24 0,18 0,41 0,53 0,18 0,53 0,65 0,06 0,53 0,35 0,12 Theil 0,47 0,41 0,06 0,71 0,59 0,35 0,59 0,18 1,00 0,53 0,47 0,82 0,00 0,88 0,06 0,41 0,24 0,76 0,65 0,35 0,18 0,47 0,53 0,18 0,59 0,65 0,12 0,59 0,47 0,24 0,09 0,36 0,64 0,91 0,73 0,09 1,00 0,55 0,27 0,64 0,45 0,45 0,73 0,73 0,55 0,64 0,82 0,55 0,55 0,18 0,73 0,55 0,64 0,82 0,82 0,82 0,18 0,82 0,00 0,36 80 Matriz de correlação entre os indicadores ajustados ANEST MENOS4 MENOS8 MAIS11 ANALF TR. INF FR. ESC DEFESC DEFESC>1 DENS AGUA ESGOTO DURAV RFPC P0 P1 P2 THEIL ANEST MENOS4 MENOS8 MAIS11 ANALF TR. INF FR.ESC DEFESC DEFESC> DENS AGUA ESGOTO DURAV RFPC 1 1,000 0,919 1,000 0,963 0,825 1,000 0,601 0,383 0,627 1,000 0,721 0,772 0,698 0,188 1,000 0,078 0,039 0,143 0,120 0,041 1,000 0,197 0,180 0,225 0,130 0,099 0,410 1,000 0,013 -0,105 0,016 0,006 -0,108 0,201 0,306 1,000 -0,089 -0,195 -0,085 -0,041 -0,200 0,236 0,281 0,979 1,000 0,138 0,124 0,203 0,194 0,001 0,511 0,384 0,289 0,280 1,000 -0,121 -0,165 -0,064 0,091 -0,126 0,462 0,435 0,233 0,242 0,385 1,000 0,029 0,002 0,085 -0,140 -0,020 -0,206 -0,295 -0,025 -0,051 -0,239 0,047 1,000 -0,031 -0,010 0,012 0,147 0,092 0,382 0,111 -0,129 -0,151 0,333 0,706 0,079 1,000 -0,269 -0,272 -0,264 0,072 -0,164 0,105 0,192 -0,148 -0,131 0,233 0,339 -0,577 0,299 1,000 -0,345 -0,319 -0,340 0,023 -0,253 0,045 0,071 -0,3 28 -0,288 0,038 0,339 -0,389 0,318 0,906 -0,453 -0,443 -0,442 -0,125 -0,327 -0,127 0,048 -0,277 -0,256 -0,081 0,235 -0,330 0,193 0,804 -0,450 -0,447 -0,438 -0,138 -0,319 -0,164 0,005 -0,249 -0,234 -0,119 0,195 -0,289 0,168 0,775 -0,213 -0,125 -0,216 -0,180 -0,183 0,080 -0,137 -0,426 -0,351 -0,317 0,106 0,205 0,111 -0,103 P0 P1 P2 1,000 0,903 1,000 0,865 0,990 1,000 0,230 0,142 0,071 THEIL 1,000 Obs.: As variáveis em negrito foram retiradas na análise de cluster devido a sua alta correlação com alguma(s) outra(s) variáveis. 1 1