IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ENCE – Escola Nacional de Ciências Estatísticas
Análise Sócio Econômica das Comunidades
de Baixa Renda do Município
Bruno Freitas Cortez
Paulo André de Souza de Oliveira
Orientador: José Matias de Lima
Julho/1999
Índice
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO......................................................................
1
1.1 - O Projeto Favela Bairro..........................................................
2
Capítulo 2- METODOLOGIA.....................................................................
4
2.1 - Obtenção das Informações....................................................
4
2.2 - Processamento de Dados......................................................
4
2.3 - Período de Referência............................................................
5
Capítulo 3 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES...............................................
6
3.1- Definição dos indicadores........................................................
6
3.1.1- Indicadores de educação...........................................
6
3.1.2 - Indicadores de infância..............................................
7
3.1.3- Indicadores de habitação............................................
8
3.1.4 - Indicadores de renda..................................................
9
3.2 – Outros conceitos utilizados.....................................................
10
3.2.1 –Domicílios...................................................................
10
3.2.2 - População Residente.................................................
11
3.2.3 - Características dos Domicílios Particulares Permanentes
11
3.2.4 - Características das Famílias......................................
13
3.2.5 - Características Gerais e de Migração........................
14
3.2.6 - Características de Educação.....................................
14
3.2.7 - Características de Trabalho e Rendimento................
15
3.2.8 - Critério de Classificação Econômica Brasil................
17
Capítulo 4 - ANÁLISE DO PLANO TABULAR............................................
18
4.1 – Demografia..............................................
18
4.2 – Educação
...............................................
22
4.3 – Trabalho.
..............................................
24
4.4 – Características da Família....................................................
27
4.5 – Características dos Domicílios..........................................
28
4.6 –
35
Cidadania...............................................
II
Capítulo 5 - ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES........................
38
Capítulo 6 - ANÁLISE MULTIVARIADA.....................................................
55
6.1 - Análise de Cluster....................................................................
55
6.2 - Seleção das variáveis.............................................................
57
6.3 - Medidas de similaridade..........................................................
57
6.4 - Algoritmo para construção do cluster......................................
58
6.4.1 - Procedimentos Hierárquicos......................................
58
6.5 – Tratamento dos dados utilizados............................................
60
6.5.1 – Seleção final dos indicadores para a análise............
61
6.6 - Interpretação dos Clusters......................................................
61
Capítulo 7 – CONCLUSÃO........................................................................
65
Referências Bibliográficas..........................................................................
67
ANEXO I.....................................................................................................
ANEXO II – Questionário da Pesquisa.......................................................
68
79
III
Agradecimentos
Ao nosso orientador Professor Matias por nos ter auxiliado na
elaboração do projeto.
Agradecemos também ao Professor Pedro Quintslr, aos colegas
Doriam de Melo, Alinne Veiga e a todos que de alguma forma contribuíram para a
realização deste trabalho.
IV
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
Os últimos anos foram caracterizados por crises na economia brasileira,
causando impacto sobre o quadro sócio econômico do país e consequentemente
no município do Rio de Janeiro. Com isto foi verificada maior tendência na
desigualdade da distribuição de renda da população, aumentando a concentração
da população de baixa renda em determinadas localidades do município.
Este trabalho tem por objetivo investigar características sócio- econômicas
da população das comunidades integrantes da primeira e segunda fase do projeto
Favela/Bairro. São objeto de estudo as características básicas da população
residente nas Comunidades, tais como: habitação, mão-de-obra, rendimento e
instrução, além de outras características relacionadas à condição de vida da
população existente nas Comunidades, de forma a obter informações sobre a
diversificação da organização, da infra -estrutura e seus re spectivos níveis de
formalização.
Os estudos realizados tiveram como base de dados a Pesquisa Sócio
Econômica das Comunidades de Baixa Renda, realizada pela Sociedade Científica
da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (SCIENCE), encomendada pela
Secretaria Municipal do Trabalho do Rio de Janeiro.
Com estes dados foram calculados indicadores sócio-econômicos para a
renda, educação, infância e habitação para as Comunidades, bem como para o seu
agregado, baseados em indicadores pré-existentes calculados na pesquisa de
Desenvolvimento Humano Condições de Vida: Indicadores Brasileiros, realizada
conjuntamente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação João Pinheiro (FJP) e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os indicadores permitem avaliar as condições de vida da população
residente nas Comunidades e também desenvolver comparações com indicadores
obtidos na pesquisa de Desenvolvimento Humano e Condições de Vida para o
município do Rio de Janeiro e Brasil.
1
As Comunidades estudadas foram: Parque Royal, Parque Proletário do
Grotão, Serrinha, Morro do Escondidinho, Vila Cândido (Cerro-Corá), Mata
Machado, Morro dos Prazeres, Três Pontes, Canal das Tachas, Andaraí, Morro dos
Telégrafos, Vidigal, Morro do Sossego, Floresta da Barra da Tijuca, Parque
Candelária (Complexo da Mangueira), Buriti Congonhas, Tuiuti, Associação de
Moradores Fazenda do Mato Alto, Morro do Borel, Morro do Salgueiro, Morro da
Formiga, Nova Aliança, Parque Boa Esperança, Morro do Urubu, Morro da Fé,
Chácara Del Castilho, Morro União, Complexo da Ladeira dos Funcionários, Fernão
Cardim e Caminho do Job.
1.1 - O Projeto Favela Bairro
Criado em 1994, o programa, segundo a prefeitura, faz parte de uma política
habitacional que tem o objetivo de levar às comunidades infra-estrutura urbana,
serviços e equipamentos públicos. As etapas do programa são discutidas com os
moradores
para
incentivar
a
participação
comunitária
no
processo
de
transformação das favelas em bairros.
A proposta do Programa Favela-Bairro é integrar a favela à cidade.
Coordenado pela Secretaria Municipal de Habitação, o Programa já alcança 105
comunidades, beneficiando cerca de 450 mil pessoas – o que representa 45% da
população residente em favelas no Município do Rio.
O Projeto traz às comunidades melhorias urbanas, tais como: abertura de
novas vias e recuperação das existentes; implantação de redes de água, esgoto e
drenagem; reconhecimento oficial de ruas; ordenamento urbano com a fixação das
normas para cada localidade; demarcação dos limites da comunidade;
regularização de propriedades e remoção de famílias que vivem em áreas de risco;
construção de áreas esportivas e praças; criação de serviços de limpeza urbana;
instalação de iluminação; reflorestamento e manutenção dos equipamentos
instalados por órgão públicos.
Paralelamente à transformação urbana, o Favela-Bairro vem promovendo a
geração de emprego e renda e melhorando o nível socioeconômico das famílias
2
residentes nessas áreas. Os moradores têm acesso ao crédito – via Caixa
Econômica Federal (CEF) – para compra de material de construção e melhorias
das suas residências; construção de creches; a programas de educação
(alfabetização e conclusão do 1º e 2º graus),esporte (Pro grama Favela -Bairro
Esporte Comunitário) e capacitação profissional; a cursos de informática, formação
de cooperativas, legalização de estabelecimentos comerciais, instalação de
serviços telefônicos, e à criação de bibliotecas, inicialmente em 3 áreas do
programa, destinadas ao público infanto-juvenil.
3
Capítulo 2- METODOLOGIA
2.1 - Obtenção das Informações
Os dados utilizados para as estimativas referentes às características de
domicílios e de moradores foram obtidas através de uma pesquisa realizada por
amostragem probabilística. O desenho amostral da pesquisa é um desenho de
amostragem de conglomerados em um estágio (onde o domicílio é o conglomerado
de moradores). O tamanho da amostra de unidades domiciliares foi estabelecido
visando obter estimativas de proporções referentes a alguns atributos de domicílios
e dos moradores, com erro máximo absoluto de 5% com grau de confiança de 95%.
O processo de seleção das unidades do primeiro estágio (domicílios) foi
desenvolvido com a construção de um cadastro de seleção a partir da base
geográfica e das informações provenientes da etapa de listagem. A seleção dos
domicílios foi realizada por amostragem sistemática considerando-se o total dos
domicílios particulares permanentes ocupados listados na Comunidade.
2.2 - Processamento de Dados
O processo de entrada dos dados em meio magnético, foi realizado através de
um sistema desenvolvido utilizando o módulo CENTRY do sistema IMPS
(Integrated Microcomputer Processing System) versão 3.1. O sistema desenvolvido
também incorpora um processo de crítica estatística desenvolvido no módulo
CONCOR do IMPS, visando assegurar a consistência dos dados e o cálculo do
peso (fator de expansão) de cada domicílio selecionado para a amostra.
A etapa de tabulação dos resultados da pesquisa e cálculo dos indicadores
foi desenvolvida e produzida nos módulos Cross Tabulation do IMPS 4.0 (versão
para Windows). No processo de editoração final das tabelas e gráficos
apresentados, foi utilizado o software Microsoft Excel 7.0.
4
Também foram utilizados os softwares SPSS 7.0 para a construção de
diagramas de caixas apresentados no capítulo 4 e STATISTICA 4.3 responsável
pela parte de análise multivariada apresentada no capítulo 6.
2.3 - Período de Referência
As pesquisas realizadas nas comunidades tiveram os seguintes meses de
referência.
Mês de referência
Comunidades
Janeiro de 1998
Março de 1998
Março de 1998
Abril de 1998
Abril de 1998
Maio de 1998
Maio de 1998
Junho de 1998
Junho de 1998
Junho de 1998
Julho de 1998
Julho de 1998
Agosto de 1998
Agosto de 1998
Agosto de 1998
Setembro de 1998
Outubro de 1998
Outubro de 1998
Novembro de 1998
Novembro de 1998
Novembro de 1998
Novembro de 1998
Dezembro de 1998
Dezembro de 1998
Dezembro de 1998
Dezembro de 1998
Janeiro de 1999
Janeiro de 1999
Janeiro de 1999
Janeiro de 1999
Parque Royal
Complexo da Ladeira dos Funcionários
Fernão Cardim
Caminho do job
Morro da Fé
Chácara Del Castilho
Morro União
Grotão
Serrinha
Mata Machado
Três Pontes
Canal das Tachas
Morro do Escodidinho
Morro dos Prazeres
Andaraí
Vila Cândido
Morro dos Telégrafos
Floresta da Barra da Tijuca
Parque Candelária (Complexo da Mangueira)
Buriti Congonhas
Tuiuti
Morro do Sossego
Mato Alto
Morro do Salgueiro
Morro da Formiga
Vidigal
Morro do Borel
Nova Aliança
Parque Boa Esperança
Morro do Urubu
5
Capítulo 3 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
3.1- Definição dos indicadores
3.1.1- Indicadores de educação
Estes indicadores permitem avaliar o nível de escolaridade das pessoas
residentes nas Comunidades. Tendo sido investigado a partir da série e do grau
que a pessoa estava freqüentando ou havia freqüentado, considerando a última
série concluída com aprovação, do curso de grau mais elevado.
A metodologia para seu cálculo foi a mesma utilizada na pesquisa de
Desenvolvimento Humano e Condições de Vida e será explicada a seguir.
a) Número Médio de Anos de Estudo
Razão entre a soma do número de anos de estudo para a população de 25
anos e mais de idade e o total das pessoas neste segmento etário.
b) Porcentagem da População com Menos de Quatro Anos de Estudo
Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com menos de quatro
anos de estudo (incluindo-se as pessoas sem nenhum grau de escolaridade).
Representa a porcentagem da população neste segmento etário que não tem o
antigo primário completo.
c) Porcentagem da População com Menos de Oito Anos de Estudo
Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com menos de oito
anos de estudo (incluindo-se as pessoas sem nenhum grau de escolaridade).
Representa a percentagem da população neste segmento etário que não tem o
primeiro grau completo.
6
d) Porcentagem da População com mais de 11 Anos de Estudo
Percentual de pessoas com 25 anos e mais de idade, com mais de 11 anos
de estudo. Representa o percentual da população neste segmento etário com pelo
menos um ano de curso de nível superior completo.
e) Taxa de Analfabetismo
Percentual das pessoas com 15 anos e mais de idade que não são capazes
de ler ou escrever um bilhete simples no idioma que conhecem.
3.1.2 - Indicadores de infância
Estes indicadores, além do conceito de número de anos de estudo, também
utiliza o conceito de defasagem escolar. Por defasagem escolar entende-se a
diferença entre o número de anos de estudo recomendado para uma criança, em
função de sua idade, e o número de anos de estudos atingida pela mesma. Esta
medida foi obtida independentemente da criança estar ou não freqüentando a
escola, contudo a porcentagem de crianças nesta situação foi calculada assim
como a proporção de crianças que possuem algum tipo de trabalho remunerado ou
não.
a) Porcentagem de Crianças que não Freqüentam a Escola
Percentual de crianças com idade entre 7 e 14 anos que não freqüentam a
escola.
b) Porcentagem de Crianças que Trabalham
Percentual de crianças com idade entre 10 e 14 anos, incluídas na categoria
de pessoas ocupadas.
c) Defasagem Escolar Média
Razão entre o somatório da defasagem de todas as crianças com idade
entre 10 e 14 anos e o número total de crianças neste mesmo segmento etário.
7
Deve ser ressaltado que são excluídas do universo aquelas crianças que
apresentavam atraso escolar negativo.
d) Porcentagem de Crianças com mais de um ano de Atraso Escolar
Percentual de crianças com idade entre 10 e 14 anos que apresentam atraso
escolar superior a um ano. A opção por medir o atraso escolar somente quando
acima de um ano visa tentar expurgar o problema daquelas crianças que entraram
com oito anos no primeiro ano escolar por fazerem aniversário entre 1º de maio a
1º de setembro, abrangendo, assim, aquelas crianças que efetivamente
apresentam algum atraso escolar.
3.1.3- Indicadores de habitação
Estes indicadores permitem avaliar as condições de moradia nos domicílios
das Comunidades. Foram investigados o material de construção utilizados nos
domicílios, sua condição de saneamento através de seu abastecimento de água e
instalações de esgoto, bem como a número de moradores por domicílio.
Para todos os indicadores das condições de habitação considerado, o
universo pesquisado abrange apenas a população dos domicílios particulares
permanentes ocupados.
a) Abastecimento adequado de água
Percentual de domicílios com condições adequadas de abastecimento de
água. Considera-se adequado o abastecimento através de rede geral com
canalização interna ou através de poço ou nascente com canalização interna.
b) Instalações adequadas de esgoto
Percentual de domicílios com instalações adequadas de esgoto, ou seja,
com instalações sanitárias não compartilhadas com outro domicílio e com
escoamento através de fossa séptica ou rede geral de esgoto.
8
c) Densidade de habitantes por domicílio
É o número médio de habitantes por dormitórios existentes nos domicílios
das Comunidades.
3.1.4 - Indicadores de renda
Estes indicadores permitem avaliar a quantidade e a situação das pessoas
nos limites inferiores da distribuição de renda. Fornece também informações sobre
a concentração da renda da população e das pessoas nos limites inferiores da
distribuição de renda.
a) Renda Familiar Per Capita Média
Razão entre o somatório da renda familiar per capita de todos os indivíduos e
o total desses indivíduos. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles
que são membros de famílias que vivem em domicílios particulares permanentes
ocupados.
b) Grau de Desigualdade
Grau de Desigualdade, medido pelo índice L, de Theil, da distribuição de
indivíduos segundo a renda familiar per capita. O universo de indivíduos
considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem em
domicílios particulares. São também excluídos do universo de análise aqueles
indivíduos que apresentam renda per capita nula.
c) Porcentagem da População com Renda Insuficiente (P0)
Proporção dos indivíduos com renda familiar per capita inferior à 50% do
salário mínimo na semana de referência da pesquisa domiciliar. O universo de
indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que vivem
em domicílios particulares.
9
d) Insuficiência Média de Renda (P1)
Média dos hiatos de renda de todos os indivíduos da população. O universo
de indivíduos considerados é limitado àqueles que são membros de famílias que
vivem em domicílios particulares. Define-se como hiato de renda para uma pessoa
com renda insuficiente a distância da sua renda (Y) ao valor limite, 50% do salário
mínimo (Z), medida como fração desse valor limite (Z-Y)/Z. Para as pessoas com
renda superior a 50% do salário mínimo, define -se o hiato de renda como sendo
nulo.
e) Grau de Desigualdade na População com Renda Insuficiente (P2)
Média dos quadrados dos hiatos de renda de todos os indivíduos da
população. O universo de indivíduos considerados é limitado àqueles que são
membros de famílias que vivem em domicílios particulares. Define-se como hiato
quadrático de renda para uma pessoa com renda insuficiente o quadrado da
distância da sua renda (Y) ao valor limite, 50% do salário mínimo (Z), medida como
fração desse valor limite (Z-Y)/Z. Para as pessoas com renda superior a 50% do
salário mínimo, define -se o hiato de renda como sendo nulo.
3.2 - Outros conceitos utilizados
3.2.1 -Domicílios
Conceituou-se como domicílio o local de moradia estruturalmente separado e
independente, constituído por um ou mais cômodos. A separação fica caracterizada
quando o local de moradia é limitado por paredes, muros, cercas, etc., coberto por
um teto, e permite que seus moradores se isolem, arcando com parte ou todas as
suas despesas de alimentação ou moradia. A independência fica caracterizada
quando o local de moradia tem acesso direto, permitindo que seus moradores
possam entrar e sair sem passar por local de moradia de outras pessoas.
10
3.2.2 - População Residente
A população residente foi composta pelos moradores presentes e ausentes,
ou seja, pelas pessoas que tinham a unidade domiciliar (domicílio particular ou
unidade de habitação em domicílio coletivo) como local de residência habitual, na
data da entrevista, estavam presentes ou ausentes, temporariamente, por período
não superior a 12 meses em relação àquela data.
3.2.3 - Características dos Domicílios Particulares Permanentes
a) Condição de Ocupação
Os domicílios particulares permanentes foram classificados, quanto à
condição de ocupação, em:
Próprio - Para o domicílio de propriedade, total ou parcial, de morador, estando
integralmente quitado ou não, e independentemente da condição de ocupação do
terreno;
Alugado - Para o domicílio cujo aluguel fosse, totalmente ou parcialmente, pago por
morador;
Cedido - Para o domicílio cedido gratuitamente por empregador de morador,
instituição ou pessoa não moradora ( parente ou não), ainda que mediante uma taxa
de ocupação ou conservação; ou
Outra - Para o domicílio ocupado em condição diferente das anteriormente
arroladas, como, por exemplo, no caso de invasão.
b) Abastecimento de Água
Investigou-se a existência de água canalizada nos domicílios particulares
permanentes e a sua proveniência. Quanto à existência de água canalizada, os
domicílios foram classificados em:
Com canalização interna - Para o domicílio que tivesse água canalizada para, pelo
menos, um cômodo;
11
Sem canalização interna - Para o domicílio que não tivesse água canalizada para
nenhum cômodo.
A proveniência da água utilizada nos domicílios foi classificada em:
Rede geral - Quando o domicílio fosse servido por água proveniente de uma rede
geral de distribuição, canalizada para o domicílio ou, pelo menos, para o terreno ou
propriedade onde se situava; ou
Outra forma - Quando o domicílio fosse servido por água proveniente de poço ou
nascente, reservatório abastecido por carro-pipa, coleta de chuva ou outra
procedência que não se enquadrasse nas anteriormente descritas.
c) Esgotamento Sanitário
O escoadouro do banheiro ou sanitário de uso dos moradores dos domicílios
particulares permanentes foi classificado, quanto ao tipo, em:
Rede coletora - Quando a canalização das águas servidas e dos dejetos estivesse
ligada a um sistema de coleta que os conduzisse para um desaguadouro geral da
área, região ou município, mesmo que o sistema não dispusesse de estação de
tratamento da matéria esgotada; ou
Outra forma - Quando as águas servidas e os dejetos fossem esgotados para uma
fossa, séptica ou rudimentar, diretamente para uma vala, rio, lago ou mar, ou quando
o escoadouro não se enquadrasse em quaisquer dos tipos descritos anteriormente.
d) Destino do Lixo
O lixo proveniente dos domicílios particulares permanentes foi classificado
de acordo com os seguintes destinos:
Coletado - Quando o lixo domiciliar fosse coletado diretamente por serviço ou
empresa de limpeza, pública ou privada, que atendia ao logradouro onde se situava
o domicílio, ou fosse depositado em caçamba, tanque ou depósito de serviço ou
empresa de limpeza, pública ou privada, que posteriormente o recolhia;
Outro - Quando o lixo domiciliar fosse queimado ou enterrado na propriedade,
jogado em terreno baldio, logradouro, rio, lago ou mar, ou tivesse outro destino que
não se enquadrasse nos anteriormente descritos.
12
e) Iluminação Elétrica
Investigou-se a existência de iluminação elétrica nos domicílios particulares
permanentes, independentemente de ser proveniente de uma rede geral ou obtida
de outra forma.
f) Filtro de Água
Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de
algum tipo de filtro de água, ou de aparelho para filtrar ou purificar a água.
g) Televisão
Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de
televisão em cores.
h) Geladeira
Investigou-se, nos domicílios particulares permanentes, a existência de
geladeira.
3.2.4 - Características das Famílias
a) Família
Considerou-se como família o conjunto de pessoas ligadas por laços de
parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, que more na
mesma unidade domiciliar, ou pessoa que more só em uma unidade domiciliar.
Entende-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de
referência e os empregados domésticos e agregados da família. Entende-se por
normas de convivência as regras estabelecidas para o convívio de pessoas que
morem juntas, sem estarem ligadas por laços de parentesco ou dependência
doméstica. Define -se como conviventes as famílias de, no mínimo, duas pessoas
cada uma, que residam na mesma unidade domiciliar. As famílias conviventes são
formadas por parentes, com suas respectivas famílias.
13
b) Pessoa de Referência na Família
Considerou-se como pessoa de referência da família, aquela responsável
pela família ou que assim fosse considerada pelos demais membros da família.
3.2.5 - Características Gerais e de Migração
a) Idade
A investigação da idade das pessoas foi feita indagando-se o número de
anos completos.
b) Em que Estado Nasceu
Investigou-se em que unidade da federação as pessoas nasceram.
c) Já Morou em Outra Favela no Município do Rio de Janeiro
Investigou-se se a pessoa já tinha morado em outra favela no município do
Rio de Janeiro.
3.2.6 - Características de Educação
a) Alfabetização
Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever pelo
menos um bilhete simples no idioma que conhecesse.
b) Nível de Instrução
O nível de instrução foi investigado a partir da série e do grau que a pessoa
estava freqüentando ou havia freqüentado, considerando a última série concluída
com aprovação, do curso de grau mais elevado.
3.2.7 - Características de Trabalho e Rendimento
a) Trabalho
14
Considerou-se como trabalho em atividade econômica o exercício de :
•
ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios na
produção de bens ou serviços;
•
ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios no serviço doméstico;
•
ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços desenvolvidos
durante pelo menos uma hora na semana em ajuda a instituição religiosa,
beneficente ou de cooperativismo, ou como aprendiz ou estagiário.
b) Condição de Ocupação
As pessoas foram classificadas, quanto à condição de ocupação na semana
de referência, em ocupadas e desocupadas.
Pessoas Ocupadas - foram consideradas como ocupadas na semana de referência
as pessoas que tinham trabalho durante todo ou parte desse período. Incluíram-se,
ainda, as pessoas que não exerceram o trabalho remunerado que tinham na
semana de referência por motivo de férias, licença, greve, etc.
Pessoas Desocupadas - classificou-se como pessoas desocupadas na semana de
referência as pessoas sem trabalho que tomaram alguma providência efetiva de
procura de trabalho nesse período.
c) Condição de Atividade
As pessoas foram classificadas, quanto à condição de atividade na semana
de referência, em economicamente ativas e não economicamente ativas.
Pessoas Economicamente Ativas - as
pessoas economicamente
ativas na
semana de referência são aquelas pessoas ocupadas e desocupadas nesse
período.
Pessoas Não Economicamente Ativas - definiu-se como não economicamente
ativas na semana de referência as pessoas que não foram classificadas como
ocupadas nem desocupadas nesse período.
d) Taxa de Desocupação (de Desemprego Aberto)
É a percentagem das pessoas desocupadas em relação às pessoas
economicamente ativas.
15
e) Trabalho Principal
Considerou-se como principal da semana de referência o único trabalho que
a pessoa teve nesse período.
f) Atividade
A classificação da atividade do empreendimento(negócio) foi obtida através
da finalidade ou do ramo de negócio da organização, empresa ou entidade para a
qual a pessoa trabalhava. Para os trabalhadores por conta própria a classificação
foi feita de acordo com a ocupação exercida.
g) Posição na Ocupação
Foram definidas seis categorias de posição na ocupação:
Empregado - pessoa que trabalhava para um empregador, geralmente obrigandose ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma
remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios;
Trabalhador doméstico - pessoa que trabalhava prestando serviço doméstico
remunerado em dinheiro ou benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares;
Cooperativado - pessoa que trabalhava para alguma cooperativa;
Empregador - pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento
(negócio), com pelo menos um empregado;
Conta Própia – pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento,
sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de
trabalhador não remunerado.
Trabalhador não-remunerado - pessoa que trabalhava sem remuneração, durante
pelo menos uma hora na semana, como aprendiz ou estagiário ou em ajuda a
instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo.
h) Rendimento Mensal de Trabalho
Pesquisou-se o valor do rendimento em dinheiro, proveniente do trabalho
principal que a pessoa tinha na semana de referência.
16
3.2.8 - Critério de Classificação Econômica Brasil
Define-se a classe econômica do domicílio utilizando-se o Critério de
Classificação Econômica Brasil empregado pelas empresas de pesquisas de
mercado, seguindo orientação das associações brasileiras de empresas/institutos
de pesquisa de mercado (ABA, ANEP, ABIPEME). O critério visa a estimar o poder
de compra das pessoas e famílias urbanas, considerando o conjunto de bens e
serviços que o domicílio possui/utiliza. Adicionalmente, o critério estabelece uma
classe de renda familiar, conforme tabela a seguir.
Renda Familiar por Classes
Classe
Faixa de Renda (R$)
Renda Média (R$)
A1
5 555 ou mais
5 894
A2
2 944 a 5 554
3 743
B1
1 771 a 2 943
2 333
B2
1 065 a 1 770
1 614
C
497 a 1 064
844
D
263 a 496
435
E
até 262
229
17
Capítulo 4 - ANÁLISE DO PLANO TABULAR
As estatísticas da Pesquisa Sócio-Econômicas das Comunidades de Baixa
Renda possibilitam captar características demográficas, educacionais e das
condições de habitação da população residente nas Comunidades, permitindo
conhecer e avaliar as condições de vida de seus moradores bem como o perfil
sócio-econômico das Comunidades.
As tabelas apresentadas a seguir são referentes aos dados do agregado
das comunidades pesquisadas da primeira e segunda fase do Projeto Favela
Bairro.
Deve-se levar em consideração que devido a algumas comunidades
pesquisadas apresentarem pesos amostrais fracionários, os totais obtidos nas
tabelas estão sujeitos a arredondamentos realizados pelo módulo Cross Tabulation
do IMPS 4.0 no processo de expansão da amostra, o que pode acarretar pequenas
diferenças desses totais estimados em algumas tabelas.
4.1 – Demografia
As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características
gerais e demográficas da população residente nas comunidades pesquisadas que
integram a primeira e segunda fase do Projeto Favela Baiiro.
O número de moradores das comunidade pesquisadas que integram a
primeira e segunda fase do Projeto Favela Bairro, estimado pela pesquisa é de
158.780 pessoas que residem em 41.283 domicílios particulares ocupados nestas
comunidades, apresentando um número médio de 3,8 moradores por domicílio.
18
Tabela 1- Distribuição da população residente, por sexo, segundo grupos de idade
Grupos de
idade
População residente
Masculino
Feminino
Total
Total
Não resposta
158781
76159
82614
8
0 a 4 anos
17453
8770
8683
__
5 a 9 anos
10 a 14 anos
16959
16217
8673
8038
8281
8179
15 a 19 anos
20 a 24 anos
17142
15031
8489
7504
8653
7527
__
25 a 29 anos
12681
6005
6676
__
30 a 34 anos
12470
6005
6465
__
35 a 39 anos
40 a 44 anos
11384
10640
5251
5051
6133
5589
__
45 a 49 anos
7779
3645
4134
__
50 a 54 anos
5970
2786
3184
__
55 a 59 anos
60 a 64 anos
4281
3664
1813
1518
2468
2146
__
65 a 69 anos
3081
1198
1883
__
70 anos ou +
4026
1413
2613
__
3
__
__
3
Não resposta
5
__
__
__
__
70 anos ou +
60 a 64 anos
50 a 54 anos
40 a 44 anos
30 a 34 anos
20 a 24 anos
10 a 14 anos
0 a 4 anos
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
Masculino
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
Feminino
19
A
população residente nas comunidades pesquisadas é composta de
48,0% de pessoas do sexo masculino e 52,0% de pessoas do sexo feminino.
A análise da pirâmide etária mostra que sua base é larga, concentrando mais
de 32% da população residente com 14 anos ou menos de idade, o que pode
sugerir assim um alto índice de fecundidade nas comunidades de baixa renda
pesquisadas. Por outro lado, as entradas nas coortes intermediárias, com destaque
para o grupo de pessoas com idade entre 25 a 29 anos do sexo masculino, indicam
também um possível alto índice de mortalidade, revelando assim uma população
jovem nestas comunidades.
Deve-se levar em consideração que os quantitativos populacionais nas
comunidades pesquisadas, estão sujeitos à influência da componente de
crescimento migratório (= imigração – emigração), e está ligada a entrada ou saída
de pessoas, em sua maioria, na fase adulta. O que poderá melhor ser visualizada na
tabela 2.
A tabela 2 mostra que a população residente nas comunidades de baixa
renda pesquisadas é, em sua maioria, composta de pessoas que são naturais do
Estado do Rio de Janeiro (74,3% das pessoas residentes). Dentre os moradores
que declararam não ter nascido no Estado do Rio de Janeiro, 69,7% são
provenientes da Região Nordeste (destacando-se o Estado da Paraíba com 29,0%
dos não residentes).
Entretanto a população residente nas comunidades pesquisadas com idade
acima de 40 anos é composta apenas de 49% pessoas naturais do estado do Rio
de Janeiro. Ou seja, mais da metade da população residente com 40 anos ou mais
de idade é imigrante, na sua grande maioria, de outro estado do Brasil ou ainda de
outro país.
20
Tabela 2- População residente, por grupos de idade, segundo a naturalidade em
relação à Unidade da Federação
Naturalidade
Total
Total
0a9
anos
10 a 14
anos
15 a 17
anos
18 a 39
Anos
40 a 59 60 anos
Não
anos ou mais resposta
158780
34411
16217
10610
58092
28669
10768
13
5
14
61
__
__
__
__
__
__
__
26
8
7
__
3
4
3
3
2
22
2
__
5
__
__
__
5
__
__
__
329
4
18
9
149
126
23
__
Tocantins
4
4
__
__
__
__
__
__
Maranhão
1076
25
22
30
627
307
65
__
476
16
22
14
267
136
21
__
5671
1281
11815
3832
176
20
321
44
162
36
297
86
131
16
291
145
3261
528
5814
1661
1646
491
3845
1411
295
190
1247
485
__
Alagoas
802
29
21
12
382
246
112
__
Sergipe
543
4
7
17
192
206
117
__
Bahia
2964
153
113
103
1227
960
408
__
Minas Gerais
7973
43
48
90
2411
3368
2013
__
Espírito Santo
2553
15
35
19
743
1079
662
__
Rio de Janeiro
São Paulo
117970
586
33492
39
15259
64
9676
47
40205
250
14470
119
4858
67
10
147
7
__
4
100
32
4
__
73
__
__
__
27
29
17
__
104
__
9
3
32
52
8
__
Mato Grosso do Sul
68
__
3
__
35
27
3
__
Mato Grosso
42
5
__
__
18
16
3
__
Goiás
75
__
__
3
54
18
__
__
51
__
6
__
26
57
149
3
Rondônia
Acre
Amazonas
Roraima
Pará
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Pernambuco
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande Sul
Distrito Federal
Outro País
__
71
11
3
__
240
__
5
__
__
__
__
__
__
21
Tabela 3- População residente, por situação de residência em outra favela,
segundo o sexo e grupos de idade
Grupos de
idade
População residente
Morou em
Não morou em
Não
outra favela
outra favela
Resposta
Total
16965
141798
16
0 a 9 anos
10 a 14 anos
1268
1185
33144
15027
__
15 a 17 anos
18 a 39 anos
1057
7870
9551
50220
3
6
40 a 59 anos
4256
24413
2
60 anos ou +
1329
9443
__
5
Uma análise da tabela 3 indica que 10,7% das pessoas residentes nas
comunidades pesquisadas declararam já ter morado em outra área de favela. Este
valor é um indicador do fluxo migratório entre as comunidades de baixa renda dentro
do Município do Rio de Janeiro.
4.2 – Educação
As tabelas a seguir apresentam as principais características educacionais da
população residente nas comunidades pesquisadas.
Tabela 4- Pessoas de 7 anos ou mais de idade, por condição de saber ler e
Escrever, segundo grupos de idade
Sexo e grupos
de idade
Total
7 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 39 anos
40 a 59 anos
Total
Sabe ler e
escrever
Não sabe ler
e escrever
135281
118464
16817
10915
16217
10611
58095
28671
7237
15711
10396
54601
23884
3678
506
215
3494
4787
22
60 anos ou +
10772
6635
4137
Verifica-se pela tabela 4, que 12,4% das pessoas residentes nas
comunidades de baixa renda pesquisadas, com 7 anos ou mais de idade, ainda
são analfabetas.
As maiores taxas de analfabetismo são observadas, dentre as pessoas
residentes com idade entre 7 a 9 anos e 60 anos ou mais de idade, 33,6% e 38,4%
respectivamente. Por outro lado o grupo de idade que compreende as pessoas
entre 15 a 17 anos de idade se destaca por possuir a menor taxa de analfabetismo
com 2,0%.
Tabela 5- Pessoas de 7 anos ou mais por grupos de idade, segundo o grau de
instrução
Grau de
instrução
Total
Total
7a9
anos
10 a 14
anos
Grupos de idade
15 a 17
18 a 39
anos
Anos
40 a 59
Anos
60 anos
ou mais
134409
10048
16215
10609
58095
28670
10772
Sem instrução
Pré-escolar
1ª serie 1º grau
2ª serie 1º grau
3ª serie 1º grau
14995
3404
7446
9906
11944
1537
2817
3225
1773
610
359
242
1289
2505
3031
193
17
169
333
632
3598
152
1044
2376
3792
5001
115
1011
1993
2730
4307
61
708
926
1149
4ª serie 1º grau
5ª serie 1º grau
6ª serie 1º grau
22186
16311
9076
70
14
3662
2436
1722
1356
1872
1580
8659
7797
4485
6495
3388
1173
1944
804
116
7ª serie 1º grau
8ª serie 1º grau
7627
15862
__
817
136
1592
1543
4341
10218
818
3463
59
502
1ª serie 2º grau
3238
__
8
769
2150
299
12
2ª serie 2º grau
3042
__
__
452
2275
294
21
3ª serie 2º grau
3º grau incompleto
8332
547
__
__
__
__
92
5
6457
456
1662
82
121
4
3º grau completo
Mestrado/Doutorado
456
16
__
__
__
__
__
288
5
135
11
33
__
21
2
8
4
2
__
5
Não resposta
__
__
__
De acordo com a tabela 5 veri fica-se que apenas 25,3% das pessoas com
10 anos ou mais de idade residente nas comunidades pesquisadas possuem o
primeiro grau completo ou mais de instrução. Dentre as pessoas com 18 anos ou
23
mais de idade, a proporção da população residente nas comunidades que possuem
o primeiro grau completo ou mais de instrução é de 29,0%.
4.3 – Trabalho
As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características do
trabalho para a população residente nas comunidades pesquisadas.
Tabela 6- Taxas de condição de ocupação das pessoas economicamente ativas,
por grupos de idade
Grupos de
idade
Total
Total
Ocupado
Total
Percentual
Desocupado
Não resposta
Total
Percentual
66632
57913
86,9
8719
13,1
3
10 a 14 anos
15 a 17 anos
499
2626
452
2152
90,6
81,9
47
474
9,4
18,1
18 a 39 anos
40 a 59 anos
41739
19635
35334
17951
84,7
91,4
6405
1684
15,3
8,6
__
60 anos ou +
2133
2024
94,9
109
5,1
__
3
__
__
De acordo com a tabela 6 verifica-se que a taxa de desemprego, definida
como a porcentagem das pessoas desocupadas (pessoas sem trabalho que
tomaram alguma providência efetiva de procura de trabalho no período da
pesquisa) em relação às pessoas economicamente ativas (aquelas pessoas
ocupadas e desocupadas no período de referência da pesquisa), nas comunidades
pesquisadas com 10 anos ou mais de idade é de 13,1%, que é 2,47 superior a taxa
de desemprego média anual de 1998 observada na região metropolitana do Rio de
Janeiro de 5,3%, de acordo com os resultados divulgados pelo o IBGE.
Entretanto a taxa de desemprego para as pessoas economicamente ativas
com idade entre 15 a 39 anos residentes nas comunidades pesquisadas, é
superior, apresentando valor de 15,5%. Para o grupo de que compreende as
pessoas com idade entre 15 e 17 anos a taxa é ainda maior (18,1%), revelando um
grande índice de jovens fora do mercado de trabalho. (taxa 3,18 vezes superior a
verificada para região metropolitana do Rio de Janeiro).
24
Tabela 7- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, ocupadas, segundo a posição
na ocupação no trabalho principal
Posição na
Ocupação
Total
10 a 14
anos
15 a 17
anos
18 a 39
Anos
40 a 59
anos
60 anos
ou mais
Total
57915
451
2150
35339
17951
2024
Empregado
Trabalhador doméstico
Cooperativado
39214
7324
434
283
32
1759
176
37
25841
4163
257
10424
2666
133
907
287
7
627
__
4
277
302
44
9763
548
5
59
77
97
77
4285
141
756
23
__
__
4566
230
5
__
__
Empregador
Conta própria
Não remunerado
Não resposta
__
A pessoas ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas com 10
anos ou mais de idade, são predominantemente empregados (67,7% do total das
pessoas ocupadas), trabalhadores por conta própria (16,9%) e trabalhadores
domésticos (12,6%).
Tabela 8- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, ocupadas, por ramo de atividade do
trabalho principal, segundo o sexo e grupos de idade
Sexo e grupos
de idade
Total
Total
Indústria
Comércio
Serviço
Construção Transporte
Civil
Outra
57914
5616
9082
32945
5707
1977
2587
10 a 14 anos
451
13
126
295
7
10
__
15 a 17 anos
18 a 39 anos
2153
35318
235
3696
481
6089
1228
19560
141
3281
41
1103
27
1609
40 a 59 anos
60 anos ou +
17948
2024
1545
127
2077
309
10664
1198
2023
255
764
59
875
76
A maioria das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, residentes
nas comunidades pesquisadas, trabalham no ramo de serviços, com 56,9% do total
do pessoal ocupado, superior ao registrado para o Brasil segundo a PNAD 1997
(42,5%).
25
Uma parcela significativa da população trabalha no ramo de comércio, 15,7%
do pessoal ocupado das comunidades pesquisadas; 9,9% na construção Civil,
9,7% na Indústria e 3,4% no ramo de transporte.
Tabela 9- Pessoas com 10 anos ou mais de idade, empregados e trabalhadores
domésticos, por situação da carteira de trabalho, segundo os ramos de
atividade do trabalho principal
Ramos de
atividade
Total
Total
Com carteira de trabalho
Total
Percentual
Sem carteira de trabalho
Total
Percentual
Não resposta
46547
30442
65,4
16102
34,6
3
3214
4191
2581
3010
80,3
71,8
633
1181
19,7
28,2
__
Serviço
16639
10682
64,2
5957
35,8
__
Construção civil
Transporte
Outro
14187
6301
2015
9179
4300
690
64,7
68,2
34,2
5005
2001
1325
35,3
31,8
65,8
__
Indústria
Comércio
__
3
__
O trabalho informal é caracterizado a partir dos resultados apresentados na
tabela 9. Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas
comunidades pesquisadas, empregados e trabalhadores domésticos, 34,6% não
possuem Carteira de Trabalho assinada.
Tabela 10- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, por sexo, segundo
classes de horas trabalhadas habitualmente por semana, no trabalho principal
Classes de horas
trabalhadas
Total
Sexo
masculino
Sexo
feminino
Total
59946
35038
24908
Até 20 horas
De 20 a 40 horas
De 40 a 44 horas
Mais de 44 horas
Não resposta
4134
25863
10438
19503
8
1268
13878
6730
13158
4
2866
11985
3708
6345
4
. Observa-se que 43,1% das pessoas ocupadas, residentes nas
comunidades pesquisadas trabalham habitualmente de 20 a 40 horas por semana
enquanto que 32,5% trabalham mais de 44 horas. Apenas 17,4% das pessoas de
26
10 anos ou mais de idade, ocupadas, residentes nas comunidades pesquisadas,
trabalham habitualmente de 40 a 44 horas semanais, no trabalho principal.
A carga horária de trabalho habitual semanal para os homens residentes nas
comunidades pesquisadas (56,8% trabalham 40 horas ou mais por semana) é
maior do que para as mulheres (apenas 40,4% trabalham 40 horas ou mais
habitualmente por semana).
4.4 – Características da Família
As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características das
famílias residentes nas comunidades pesquisadas.
Tabela 11- Famílias residentes por sexo e classes de rendimento da pessoa de
referência da família
Classes de
Rendimento
Total
Sexo masculino
Total
Percentual
Sexo feminino
Total
Percentual
Total
47462
31735
66,9%
15727
33,1%
Sem rendimento
Até 1 sm
Mais de 1 a 2 sm
Mais de 2 a 3 sm
Mais de 3 a 5 sm
Mais de 5 a 10 sm
7670
6797
11589
9200
8320
3886
3668
2820
7481
7162
7165
3439
47,8%
41,5%
64,6%
77,8%
86,1%
88,5%
4002
3977
4108
2038
1155
447
52,2%
58,5%
35,4%
22,2%
13,9%
11,5%
Com base na tabela 11, verifica-se que 33,1% das famílias residentes nas
comunidades pesquisadas têm como pessoa de referência da família uma mulher,
superior ao registrado para a região metropolitana do Rio de Janeiro segundo a
PNAD 1996 (30,5%).
No que concerne ao rendimento mensal da pessoa de referência da família
(chefe da família) observa -se que a classe de renda familiar modal para as famílias
que compõem o elenco das comunidades pesquisadas é a classe de renda entre 1
e 2 salários mínimos (24,4%). Observa -se ainda que 16,2% das pessoas de
referência das famílias não têm rendimento; 14,3% têm rendimento de até 1 salário
mínimo; 19,4% têm rendimento de mais 2 a 3 salários mínimos; 17,5% têm
27
rendimento de mais de 3 a 5 salários mínimos e 8,9% têm rendimento de mais de 5
salários mínimos.
28
Tabela 12 – Famílias residentes por condição de associativismo, segundo
o grau de instrução da pessoa de referência da família
Grau de instrução
Total
Associado Não associado
Total
47462
9491
37971
Sem instrução
1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau completo
3º grau ou mais
Não resposta
7569
27574
8636
3341
321
21
1314
5567
1744
777
81
9
6255
22007
6892
2564
240
12
Observa-se que de acordo com a tabela 12, apenas 20,0% das pessoas de
referência das famílias residentes nas comunidades pesquisadas são associadas a
algum órgão comunitário. Verifica-se que o grau de instrução modal é o primeiro
grau incompleto (58.1% das pessoas de referência).
Percebe-se também que a porcentagem de pessoas de referência da família
associadas a algum órgão comunitário, tende ser maior quanto mais elevado for seu
grau de instrução.
4.5 – Características do Domicílio
As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características dos
domicílios nas comunidades pesquisadas.
Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características
e a existência de serviços e bens duráveis
(continua)
Característica e existência de serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Tipo de domicílio
Casa
Apartamento
Cômodo
Não resposta
36775
3946
546
16
89,1%
9,6%
1,3%
0,0%
29
Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características
e a existência de outros serviços e bens duráveis
(continuação)
Característica e existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Material de construção que predomina nas paredes
externas
Alvenaria
Madeira aparelheda
Estuque, taipa
Outro material
Não resposta
39171
411
1648
20
33
94,9%
1,0%
4,0%
0,0%
0,1%
8272
3140
131
29370
357
13
20,0%
7,6%
0,3%
71,1%
0,9%
0,0%
866
131
19343
20544
127
258
14
2,1%
0,3%
46,9%
49,8%
0,3%
0,6%
0,0%
680
2194
5498
12718
12800
4719
1589
675
200
105
75
26
1,6%
5,3%
13,3%
30,8%
31,0%
11,4%
3,8%
1,6%
0,5%
0,3%
0,2%
0,1%
Material de construção que predomina na cobertura
Telha de amianto
Telha de cerâmica
Madeira aparelhada
Laje de concreto
Zinco/Madeira aparelhada
Não resposta
Material de construção que predomina no piso
Madeira aparelhada
Carpete
Cerâmica, lajota
Cimento
Madeira aproveitada
Outro tipo
Não resposta
Cômodos que existem no domicílio
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze ou mais
Não resposta
30
Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características
e a existência de outros serviços e bens duráveis
(continuação)
Característica e existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Cômodos que servem de dormitório para os moradores
Nenhum
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco ou mais
Não resposta
10
16890
19159
4727
375
89
29
0,0%
40,9%
46,4%
11,5%
0,9%
0,2%
0,1%
39288
242
2752
44
722
16
26
95,2%
0,6%
6,7%
0,1%
1,7%
0,0%
0,1%
38488
2795
93,2%
6,8%
35270
3152
47
47
2767
85,4%
7,6%
0,1%
0,1%
6,7%
800
38673
1642
153
15
1,9%
93,7%
4,0%
0,4%
0,0%
Condição de ocupação
Próprio, já acabou de pagar
Próprio, não acabou de pagar
Alugado
Cedido por empregador
Cedido
Outro
Não resposta
Água canalizada para pelo menos um cômodo
Tem
Não tem
Proveniência da água canalizada no domicílio
Rede geral
Poço
Outra
Não resposta
Não se aplica
Número de banheiros por domicílio
Não possui
Um
Dois
Três ou mais
Não resposta
31
Tabela 13- Domicílios particulares ocupados, segundo algumas características e
a existência de outros serviços e bens duráveis
(conclusão)
Característica e existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Esgotamento sanitário
Rede coletora de esgotos ou pluvial
Fossa séptica ligada a rede coletora
Fossa rudimentar
Vala
Direto no rio, lago ou mar
Outra forma
Não resposta
Não se aplica
36036
1394
236
1365
1429
6
7
810
87,3%
3,4%
0,6%
3,3%
3,5%
0,0%
0,0%
2,0%
As pessoas residentes nas comunidades pesquisadas moram, na sua
grande maioria, em casas (89,1% dos domicílios particulares ocupados) e
apartamentos (9,6% dos domicílios), sendo que 31,0% dos domicílios têm cinco
cômodos e 1,6% dos domicílios têm apenas um cômodo. Dentre os domicílios
existentes, 40,9% têm apenas um cômodo que serve de dormitório
para os
moradores e 46,4% dos domicílios têm dois cômodos que servem de dormitório
para os moradores, enquanto apenas 11,5% têm três cômodos que servem de
dormitórios.
As pessoas moram em imóveis próprios (95,7% dos domicílios), com
paredes construídas com material predominante em alvenaria (94,9% dos
domicílios), com cobertura em laje de concreto (71,1% dos domicílios), telha de
amianto (20,0%), telha de cerâmica (7,6%) e cujo piso é coberto com material de
construção predominante em cimento (49,8% dos domicílios) e cerâmica ou lajota
(46,9% dos domicílios) .
Dentre os domicílios existentes na comunidades pesquisadas 93,2% têm
água canalizada para pelo menos um cômodo (índice similar ao verificado para a
região metropolitana do Rio de Janeiro que é de 94,8%, segundo a PNAD 96)
sendo que 6,8% não têm água canalizada. Dentre os domicílios que têm água
canalizada, a água canalizada é proveniente da rede geral para 91,6% dos
domicílios.
32
Quanto ao esgotamento sanitário, verifica-se que 87,3% dos domicílios
existentes nas comunidades pesquisadas são atendidos pelo serviço de
esgotamento sanitário, com rede coletora de esgotos. Entretanto, ainda observa -se
que em 3,5% dos domicílios existentes nas comunidades o esgotamento sanitário é
lançado direto no rio, lago ou mar; em 3,4% o esgotamento é feito através de fossa
séptica ligada a rede coletora e em 3,3% o esgotamento é lançado diretamente em
valas.
Embora a pesquisa indique um alto percentual de domicílios que são
atendidos pelo serviço de abastecimento de água, fica caracterizado problemas
quanto a freqüência no recebimento de água nestes domicílios. Com base na tabela
14 observa -se que para 64,9% dos domicílios existentes nas comunidades
pesquisadas com água canalizada, a água cai todo dia e para 16,6% a água cai dia
sim, dia não.
Apenas 55,7% dos domicílios existentes nas comunidades têm algum tipo de
filtro de água, percentual inferior ao observado para a região metropolitana do Rio
de Janeiro (75,7% dos domicílios têm algum filtro de água - segundo dados da
PNAD-96).
Quanto ao destino do lixo, apenas 42,5% dos domicílios particulares
ocupados existentes nas comunidades têm o lixo coletado diretamente (índice
inferior ao observado para a região metropolitana do Rio de Janeiro que é de
74,8%, segundo dados da PNAD 96), enquanto que em 53,8% dos domicílios. o lixo
é coletado indiretamente. Ainda em 2,2% o lixo é jogado em terreno baldio ou
logradouro e em 0,9% o lixo é queimado.
Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros
serviços e bens duráveis
(continua)
Existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Freqüencia da água
Todo dia
Dia sim, dia não
Duas vezes por semana
Muito irregular
Não resposta
Não se aplica
24533
5891
2173
2745
62
5879
59,4%
14,3%
5,3%
6,6%
0,2%
14,2%
33
34
Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros
serviços e bens duráveis
(continuação)
Existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Existência de filtro
Tem
Não tem
Não resposta
22992
18274
17
55,7%
44,3%
0,0%
17548
22224
391
916
182
22
42,5%
53,8%
0,9%
2,2%
0,4%
0,1%
41137
78
15
53
99,6%
0,2%
0,0%
0,1%
35987
5216
65
15
87,2%
12,6%
0,2%
0,0%
3824
37013
401
22
23
9,3%
89,7%
1,0%
0,1%
0,1%
3103
31894
5127
971
144
32
12
7,5%
77,3%
12,4%
2,4%
0,3%
0,1%
0,0%
Desti no do lixo
Coletado diretamente
Coletado indiretamente
Queimado
Jogado em terreno baldio ou logradouro
Jogado no rio, lago ou mar
Não resposta
Iluminação
Elétrica
Óleo, querosene ou GLP
Outra
Não resposta
Telefone
Não possui
Um
Dois
Não resposta
Geladeira
Não possui
Uma
Duas
Três ou mais
Não resposta
Televisão em cores
Não possui
Uma
Duas
Três
Quatro
Cinco ou mais
Não resposta
35
Tabela 14- Domicílios particulares ocupados, segundo a existência de outros
serviços e bens duráveis
(conclusão)
Existência de outros serviços e bens duráveis
Total
Percentual
Automóvel próprio
Não possui
Um
Dois
Três
Não resposta
37408
3794
56
13
12
90,6%
9,2%
0,1%
0,0%
0,0%
Com relação a posse de bens nos domicílios verifica-se predominantemente
a existência de apenas uma geladeira (89,7% dos domicílios pesquisados) e uma
televisão a cores (77,3%). Por outro lado apenas em 9,4% dos domicílios
pesquisados algum morador possui pelo menos um automóvel e em 12,8% existe
pelo menos um telefone.
Tabela 15- Domicílios particulares ocupados, segundo a classe econômica do
domicílio
Classe
econômica
Domicílios
Percentual
A2
B1
27
97
0,1
0,2
B2
850
2,1
14205
23755
2347
34,4
57,5
5,7
C
D
E
Em relação a classe econômica dos domicílios existentes nas comunidades
pesquisadas, verifica-se a grande concentração nas classes econômicas C e D que
compreendem 91,9% destes domicílios.
36
Tabela 16- pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento
mensal, em salários mínimos (sm), segundo o grau de instrução
Grau de
Instrução
Classes de rendimento mensal em salários mínimos (sm)
Sem
Até 1 sm
Mais de
Mais de
Mais de
Mais de
rendimento
1 a 2 sm
2 a 3 sm
3 a 5 sm
5 a 10 sm
Total
55594
14675
24328
14545
11162
542
4916
3516
2689
1274
843
13
Sem instrução
1º grau incompleto
39728
8775
15110
8269
5795
202
1º grau completo
5668
1323
3660
2575
1901
77
2º grau incompleto
2º grau completo
3º grau ou mais
2879
2181
208
517
510
32
1189
1572
108
751
1525
148
703
1688
232
40
141
69
Analisando-se a tabela 16 observa -se que 32,9% (valor modal) das pessoas
de 10 anos ou mais de idade residentes nas comunidades pesquisadas têm o
primeiro grau incompleto e não possui nenhum tipo de rendimento. Percebe-se
também que quanto maior for o grau de instrução do morador, maior tende a ser o
seu rendimento.
4.6 –Cidadania
As tabelas apresentadas a seguir mostram as principais características de
cidadania para a população residente nas comunidades pesquisadas.
Tabela 17- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por posse de carteira de
identidade, segundo grupos de idade
Grupos
De idade
Total
Total
Possui carteira
de identidade
Total
Percentual
Não possui carteira
de identidade
Total
Percentual
124364
98510
79,2%
25845
20,8%
10 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 39 anos
16216
10611
58095
919
5755
54776
5,7%
54,2%
94,3%
15294
4856
3319
94,3%
45,8%
5,7%
40 a 59 anos
28671
27071
94,4%
1600
5,6%
Não
resposta
9
3
__
__
__
37
60 anos ou +
10771
9989
92,7%
776
7,2%
6
Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas
comunidades pesquisadas, estima-se através da pesquisa que 20,8% ainda não
possuem carteira de identidade. No entanto para as pessoas de 18 anos ou mais
verifica-se que a proporção dos que ainda não possuem carteira de identidade é de
5,8%. Enquanto 10,0% ainda não possuem CPF – CIC (conforme mostra a tabela
18).
Tabela 18- Pessoas de 18 anos ou mais de idade, por posse de CPF-CIC, segundo o
sexo e grupos de idade
Sexo e grupos
De idade
Total
Possui CPF -CIC
Total
Percentual
Não possui CPF-CIC
Total
Percentual
Não
resposta
Total
97538
87785
90,0%
9747
10,0%
6
18 a 39 anos
40 a 59 anos
60 anos ou +
58095
28671
10772
52024
26397
9364
89,5%
92,1%
86,9%
6071
2274
1402
10,5%
7,9%
13,0%
__
__
6
Tabela 19- Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por posse de carteira de
trabalho, segundo grupos de idade
Grupos
de idade
Total
Possui carteira de trabalho
Total
Total
Percentual
Não possui carteira de
trabalho
Total
Percentual
Não
resposta
124365
97423
78,3%
26933
21,7%
9
10 a 14 anos
15 a 17 anos
16217
10610
384
4671
2,4%
44,0%
15830
5939
97,6%
56,0%
18 a 39 anos
58096
55036
94,7%
3060
5,3%
__
40 a 59 anos
60 anos ou +
28671
10771
27526
9806
96,0%
91,0%
1145
959
4,0%
8,9%
__
3
__
6
38
Tabela 20 - Pessoas de 16 anos ou mais de idade, por posse de título de eleitor,
segundo o sexo e grupos de idade
Sexo e grupos
de idade
Total
Possui título de eleitor
Total
Percentual
Não possui título de eleitor
Total
Percentual
Não
resposta
Total
104694
90450
86,4%
14238
13,6%
6
16 e 17 anos
7154
1561
21,8%
5593
78,2%
__
18 a 39 anos
40 a 59 anos
58096
28672
52987
26866
91,2%
93,7%
5109
1806
8,8%
6,3%
__
60 anos ou +
10772
9036
83,9%
1730
16,1%
6
__
Dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes nas
comunidades pesquisadas, estima-se através da pesquisa que 21,7% ainda não
possuem carteira de trabalho. Para as pessoas de 18 anos ou mais de idade a
proporção dos residentes que não possuem carteira de trabalho é de 5,3.
Por outro lado dentre as pessoas de 16 anos ou mais de idade, residentes
nas comunidades pesquisadas, 13,6% ainda não possuem título de eleitor.
39
Capítulo 5 - ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES
A análise descritiva dos dados apresenta como principal idéia trabalhar com
estatísticas robustas tendo como objetivo obter uma fotografia da realidade. Neste
enfoque tentaremos extrair dos dados a maior quantidade possível de informação,
que auxilie no tratamento destes dados a serem usados em uma fase posterior.
No primeiro momento serão utilizados instrumentos da análise exploratória
de dados para determinar a faixa de variação da distribuição de cada indicador nas
comunidades pesquisadas, assim como detectar possíveis pontos discrepantes.
Busca-se, também, alguma forma de regularidade ou padrão, presente nas
observações.
Estes indicadores calculados por comunidade serão também comparados
com o mesmo indicador tendo como base de dados o agregado de todas as
comunidades pesquisadas, com o propósito de verificar sua inserção no contexto
geral. A tabela contendo os valores obtidos para os indicadores, por comunidade,
estão dispostos no anexo I.
A seguir serão apresentados gráficos de dispersão e diagrama de caixa
para cada indicador construído para as comunidades pesquisadas, que permitirá
sua comparação com os mesmos indicadores calculados para a pesquisa
“Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros” (IPEA/
PNUD/ FJP/ IBGE 1998) com Brasil e de Município do Rio de Janeiro.
Deve ser ressaltado que enquanto os indicadores brasileiros e municipais
estão baseados nos dados referentes ao censo demográfico de 1991, por outro
lado os indicadores para as comunidades pesquisadas foram calculadas baseados
nos dados da pesquisa realizada em 1998. Ou seja, deve -se levar em consideração
a diferença temporal na comparação destes indicadores.
40
Porcentagem das crianças entre 10 e 14 anos
que trabalham
10,00%
8,00%
Salgueiro
Comunidades
6,00%
Agregado
MRJ
4,00%
Brasil
2,00%
Serrinha
0,00%
Fernão Cardim
Mata Machado
Gráfico 1
É possível verificar que o percentual de crianças que trabalham e residem
nas comunidades pesquisadas é menor que a média nacional (8,6%). Em uma
análise individual, também observa-se que nenhuma das comunidades apresenta
proporção de crianças de 10 anos ou mais que trabalham superior a esta média. A
comunidade do Morro do Salgueiro destacou-se apresentando o maior índice para
este indicador (7,6%).
Contudo o valor encontrado (2,8%) para o agregado das comunidades
pesquisadas é um pouco maior do que a média municipal (2,1%) embora existam
comunidades com valores abaixo média, assim como outras comunidades onde
não ficou evidenciado trabalho infantil (caso das comunidades Serrinha, Mata
Machado e Fernão Cardim).
Uma análise do diagrama caixa (figura 1) indica a não existência de valores
atípicos (outliers) entre as comunidades, contudo pode-se ver que a distribuição do
indicador de trabalho infantil é assimétrica positiva, com valor mediano de 2,1%,
primeiro quartil (Q1) de 1,3%, terceiro quartil (Q3 ) de 3,8% e desvio padrão de 0,02.
,10
,08
,06
,04
,02
0,00
-,02
N=
27
Figura 1
41
Porcentagem das crianças entre 7 e 14 anos
que não freqüentam escola
25,00%
20,00%
Comunidades
15,00%
Agregado
Buriti Congonhas
MRJ
10,00%
Brasil
5,00%
Morro União
0,00%
Gráfico 2
Verifica-se que o valor apresentado para o agregado das comunidades
(7,2%) se encontra abaixo dos outros dois referenciais de comparação (Brasil e
Município do Rio de Janeiro), com 22,7% e 11,1% respectivamente. O que indica
um menor índice de evasão escolar dentre a população residente nas comunidades
pesquisadas quando comparadas com a população residente no município e a
nível nacional.
Isoladamente, as comunidades também apresentam índices abaixo do nível
municipal, com exceção de Buriti Congonhas (13,5%), que constitui uma
observação atípica conforme pode ser observada no diagrama de caixa
apresentado na figura 2, com valor mediano de 7,3%, primeiro quartil (Q1) de 5,4%,
terceiro quartil (Q 3 ) de 8,4% e desvio padrão de 0,03.
,16
,14
Buriti Congonhas
,12
,10
,08
,06
,04
,02
0,00
N=
30
Figura 2
42
Defesagem escolar média das crianças
entre 10 e 14 anos
Morro prazeres
2,1
Comunidades
Agregado
1,6
MRJ
Brasil
1,1
Morro União
Fernão Cardim
0,6
Gráfico 3
A defasagem escolar média brasileira (2,2 anos) é maior do que as
verificadas nas comunidades de baixa renda integrantes da 1ª e 2ª fase do Projeto
Favela Bairro (1,45 anos). Estas por sua vez possuem um nível de defasagem
escolar similar ao do município do Rio de Janeiro (1,5 anos).
Observa-se que apenas a comunidades do Morro dos Prazeres (2,28 anos)
apresenta um valor para este indicador maior do que o nacional. Por outro lado a
comunidade do Morro União (0,88 anos) e Fernão Cardim (0,93 anos), se destacam
com os menores valores deste indicador.
Verifica-se pelo diagrama de caixa apresentado na figura 3, a distribuição
simétrica para o indicador indicado em questão, bem como a não existência de
valores atípicos. Apresenta valor mediano de 1,44, primeiro quartil (Q 1) de 1,21,
terceiro quartil (Q 3 ) de 1,67 e desvio padrão de 0,32.
2,4
2,2
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
,8
,6
N=
30
Figura 3
43
Porcentagem de crianças entre 10 e 14 anos
com mais de 1 ano de atraso escolar
70,00%
60,00%
Morro prazeres
Vila Cândido
Comunidades
50,00%
Agregado
MRJ
40,00%
Brasil
30,00%
Fernão Cardim
Morro União
20,00%
Gráfico 4
Sobre a porcentagem de crianças com mais de 1 ano de defasagem escolar,
observa -se que a comunidade do Morro dos Prazeres (63,0%) e Vila Cândido
(60,7%) apresentam valores superiores aos observados para o Brasil (58,1%). Por
outro lado Morro União e Fernão Cardim, obtiveram as menores taxas (27,2% e
26,0% respectivamente).
A distribuição deste indicador para o agregado das Comunidades
pesquisadas apresenta comportamento análogo ao indicador de defasagem
escolar média, cuja a distribuição é simétrica e não apresenta valores atípicos
,7
,6
,5
,4
,3
,2
N=
30
Figura 4
44
Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade,
com menos de 4 anos de estudo
50,00%
45,00%
Ladeira Funcionários
Canal das Tachas
40,00%
Comunidades
35,00%
Agregado
30,00%
MRJ
Brasil
25,00%
Mata Machado
20,00%
15,00%
Gráfico 5
Com relação a este indicador é possível observar que a proporção da
população com menos de quatro anos de estudo no Brasil (42,3%) é maior do que
as proporções observadas para o agregado das comunidades estudadas (33,8%).
Contudo o agregado apresenta, para este índice, um valor quase duas vezes maior
em relação a média municipal (17,7%).
Dentre as comunidades que apresentaram as maiores taxas,
destacam-se Canal das Tachas e Ladeira dos Funcionários (44,6% e 44,5%
respectivamente), superando assim o índice nacional. O menor valor encontrado foi
para a comunidade Mata Machado que apresentou valor de 22,9% ainda alto, em
comparação ao Município do Rio de Janeiro. Em relação a análise do diagrama de
caixa (figura 5) não é possível perceber a presença de outlier, apresentando valor
mediano de 31,7%, primeiro quartil (Q1 ) de 29,8%, terceiro quartil (Q3 ) de 38,0% e
desvio padrão de 0,06.
,5
,4
,3
,2
N=
30
Figura 5
45
Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade,
com menos de 8 anos de estudo
90,00%
Pq. Boa Esperança
Canal das Tachas
80,00%
Comunidades
70,00%
Agregado
60,00%
MRJ
Mata Machado
Brasil
50,00%
40,00%
Gráfico 6
A este nível de educação o índice para o agregado das comunidades
(74,3%) ultrapassa o nível nacional (72,1%). Verifica-se a existência de valores
muito altos quando comparados ao nível do Município do Rio de Janeiro (46,0%),
isto é, a maioria da população residente nas comunidades pesquisadas com mais
de 25 anos de idade, não possui o 1º grau completo.
As comunidades Canal das Tachas (84,2%) e Parque Boa Esperança
(84,5%) destacam-se apresentando os valores mais elevados para este indicador.
Por outro lado, a comunidade de Mata Machado (60,2%), embora ainda distante da
média municipal, detém o melhor valor para o indicador em questão.
O diagrama de caixa (figura 6) apresenta uma distribuição simétrica
para o indicador em questão, bem como a não presença de outlier. Seu valor
mediano é de 73,7%, primeiro quartil (Q 1 ) de 70,8%, terceiro quartil (Q3) de 77,9% e
desvio padrão de 0,05.
,9
,8
,7
,6
,5
N=
30
Figura 6
46
Porcentagem da população com 25 anos ou mais de idade,
com mais de 11 anos de estudo
18,00%
16,00%
14,00%
12,00%
Comunidades
10,00%
Agregado
8,00%
MRJ
6,00%
Brasil
4,00%
Mata Machado
2,00%
0,00%
Gráfico 7
Com relação as pessoas que já freqüentaram curso superior nas
comunidades pesquisadas (1,1%), verifica-se uma proporção bastante inferior a
média brasileira (7,5%) e menor ainda, quando comparada com o indicador a nível
municipal (18,3%).
Entre si as comunidades apresentam um comportamento parecido,
com exceção de Mata Machado (3,2%) que pode ser considerado outlier conforme
mostra a figura 7, ainda assim verifica-se um índice bem menor do que os dois
parâmetros de comparação propostos.
,04
Mata Machado
,03
,02
,01
0,00
-,01
N=
30
Figura 7
47
Taxa de analfabetismo das pessoas com
15 anos ou mais de idade
25,00%
Ladeira Funcionários
20,00%
Grotão
Comunidades
15,00%
Agregado
MRJ
10,00%
Brasil
Vila Cândido
Caminho do Job
5,00%
0,00%
Gráfico 8
O agregado (12,4%) apresenta uma taxa superior ao dobro do valor
do Município (5,7%), o que indica uma maior concentração de analfabetos nas
comunidades de baixa renda pesquisadas. Entretanto, esta taxa é bem menor do
que a taxa brasileira (19,4%).
Destaca-se a comunidade Ladeira dos Funcionários (19,4%) que apresentou
valor coincidente ao observado para o Brasil. Por outro lado, Vila Cândido (7,6%) e
Caminho do Job (7,6%) obtiveram as menores taxas, contudo foram ainda
apresentando valores maiores do que as obtidas a nível municipal.
Conforme observado no diagrama de caixa apresentado na figura 8,
ficam destacadas as comunidades da Ladeira dos Funcionários bem como Grotão
(17,3%) que aparecem como outliers dentre as demais comunidades.
,22
,20
Ladeira dos Funcionários
,18
Grotão
,16
,14
,12
,10
,08
,06
N=
30
Figura 8
48
Número médio de anos anos de estudo das pessoas
com 25 anos ou mais de idade
8
7
Comunidades
6
Mata Machado
Agregado
MRJ
5
Brasil
4
Canal das Tachas
3
Gráfico 9
O agregado das comunidades (4,8 anos) possui um nível médio de
anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais de idade bem próximo ao
nacional (4,9 anos), porém muito abaixo ao observado para o Município do Rio de
Janeiro (7,7 anos).
Destacam-se as comunidades de Mata Machado (6,0 anos), que obteve a
maior taxa, porém ainda distante do município, e Canal das Tachas que apresenta o
menor índice (3,8 anos). O que confirma a pequena proporção de pessoas com 25
anos ou mais de idade que não atingiram o nível de escolaridade referente ao
primeiro grau completo.
Observando o diagrama de caixa (figura 9) percebe-se uma
distribuição assimétrica negativa para este indicador, embora sem presença de
outlier.
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
3,5
N=
30
Figura 9
49
Porcentagem dos domicílios com abastecimento
adequado de água
100,00%
90,00%
Morro da Fé
Tuiuti
Serrinha
Buriti Congonhas
80,00%
Comunidades
Agregado
MRJ
Brasil
70,00%
Salgueiro
60,00%
Gráfico 10
O agregado das comunidades pesquisadas (90,1%) possui um valor superior
ao nacional (83,9%), porém sendo inferior em relação ao Município do Rio de
Janeiro (96,0%). Um dos fatores que determinam esta taxa é a presença de
comunidades com taxas com valores baixos, tais como, Morro do Salgueiro
(64,5%), Buriti Congonhas (81,0%), Serrinha (83,3%), Tuiutí (86,6%) e Morro da Fé
(86,8%), sendo estas cinco comunidades consideradas como outliers na análise do
diagrama de caixa (figura 10).
O diagrama de caixa apresenta para o indicador valor mediano de 94,8%,
primeiro quartil (Q1 ) de 92,9%, terceiro quartil (Q3 ) de 96,8% e desvio padrão de
0,07.
1,1
1,0
,9
Tuiuti
Morro da Fé
Serrinha
Buriti Congonhas
,8
,7
Salgueiro
,6
N=
30
Figura 10
50
Porcentagem dos domicílios com instalações
adequadas de esgoto
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
Comunidades
Floresta da B. da
Tijuca
Morro da Formiga
MRJ
Mata Machado
Brasil
50,00%
40,00%
Agregado
Canal das Tachas
30,00%
Gráfico 11
O agregado das comunidades (90,9%) apresenta proporção de domicílios
com instalações adequadas de esgoto superior a observada a nível municipal e a
nível nacional (58,9%). Entretanto existem comunidades com taxas abaixo do nível
nacional: Mata Machado (56,2%) e Canal das Tachas (38,7%).
Ao se analisar o diagrama de caixa (figura 11), percebe-se que além
das duas comunidades citadas, Morro da Formiga (com índice de 69,4%) e Floresta
da Barra da Tijuca (com 65,3%) também destacam-se como valores atípicos em
ralação as demais comunidades.
O diagrama de caixa apresenta para o indicador valor mediano de 97,2%,
primeiro quartil (Q1 ) de 90,4%, terceiro quartil (Q3 ) de 98,4% e desvio padrão de
0,15.
1,1
1,0
,9
,8
,7
Morro da Formiga
Floresta da B. Tijuca
,6
Mata Machado
,5
,4
Canal das Tachas
,3
N=
30
Figura 11
51
Percentual dos domicílios duráveis
100,0%
95,0%
Borel
Formiga
Morro do Urubu
90,0%
85,0%
Comunidades
Agregado
Brasil
80,0%
75,0%
Salgueiro
MRJ
70,0%
65,0%
60,0%
Gráfico 12
O agregado das comunidades (95,5%) apresenta uma taxa superior ao nível
nacional (91,6%), porém inferior ao Município do Rio de Janeiro (98,9%). Este
índice é influenciado pelos baixos valores referentes aos indicadores para as
comunidades do Morro do Salgueiro (72,6%), Morro Urubu (85,6%), Morro da
Formiga (87,7%) e do Morro do Borel (90,8%). Entretanto, conforme mostra o
diagrama de caixa apresentado na figura 12, apenas as duas primeiras
comunidades citadas são consideradas outliers. O valor mediano é de 98,0%,
primeiro quartil (Q1 ) de 94,5%, terceiro quartil (Q3 ) de 99,1% e desvio padrão de
0,06.
1501 , 1
1,0
,9
Morro do Urubu
,8
Salgueiro
,7
N=
30
Figura 12
52
Renda familiar per capta média
(em salários mínimos)
3,00
2,50
Comunidades
2,00
Agregado
Canal das Tachas
Brasil
1,50
MRJ
1,00
0,50
Gráfico 13
O agregado das comunidades (1,17 sm) apresenta valor próximo, porém
inferior ao nacional (1,31 sm). Este valor é pelo menos duas vezes menor ao
observado para o Município do Rio de Janeiro (2,56 sm), indicando uma renda
familiar per capta média para a população residente nas comunidades integrantes
do Projeto Favela Bairro bastante inferior ao nível de renda observado para as
famílias residentes no Município do Rio de Janeiro.
De um modo geral, as comunidades pesquisadas possuem valores
parecidos, apenas Canal das Tachas apresenta um valor superior as demais (1,77
sm), valor este considerado outlier pelo gráfico diagrama de caixa (figura 13),
entretanto ainda assim é inferior a nível de município do Rio de Janeiro.
2,0
1,8
Canal das Tachas
1,6
1,4
1,2
1,0
,8
N=
30
Figura 13
53
Proporção da população com renda insuficiente (P0)
0,50
0,40
Comunidades
0,30
Agregado
MRJ
0,20
Brasil
Canal das Tachas
0,10
0,00
Gráfico 14
Como já foi definido anteriormente, P0 (ou a proporção de pobres) é a
proporção de indivíduos com renda familiar per capta inferior a 50% do salário
mínimo.
A proporção de pobres nas comunidades estudadas (0,28) é maior do que a
média municipal (0,21), porém é menor que a nacional (0,45). Canal das Tachas
onde foi observada a maior renda per capta (0,15), também se destacou
apresentando o menor índice para este indicador. Contudo, não é considerado
outlier.
,4
,3
,2
,1
N=
30
Figura 14
54
Insuficiência média de renda (P1)
0,30
Morro do Sossego
Parque Candelária
Serrinha
0,25
Morro União
Comunidades
0,20
Agregado
MRJ
0,15
Brasil
0,10
Canal das Tachas
0,05
Gráfico 15
A insuficiência média de renda no agregado das comunidades pesquisadas
(0,19) é inferior a observada a nível nacional (0,24), porém maior que a insuficiência
média municipal de renda (0,09).
As comunidades Serrinha (0,26), Morro do Sossego (0,26), Parque
Candelária (0,26) e Morro União (0,25), possuem Insuficiência média de renda
superior ao indicador obtido a nível nacional. Por outro lado, Canal das Tachas
(0,09) apresenta o menor índice de P1, valor similar a insuficiência média municipal
de renda.
,3
,2
,1
0,0
N=
30
Figura 15
55
Grau de desigualdade (Índice de Theil)
0,90
0,80
0,70
Comunidades
0,60
Agregado
0,50
MRJ
0,40
Brasil
Caminho do Job
0,30
0,20
0,10
Morro prazeres
Gráfico 16
O índice de Theil, como já foi definido, mede o grau de desigualdade da
distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capta.
O valor para o índice de Theil para o agregado das comunidades
pesquisadas (0,24) é inferior aos outros dois parâmetros de comparação (0,68 para
o município e 0,78 para o Brasil). Indicando assim um nível de desigualdade
pequeno dentro de cada favela. Pelo diagrama de caixa (figura 17) também é
possível verificar a não presença de outlier.
,30
,28
,26
,24
,22
,20
,18
,16
N=
30
Figura 16
56
Capítulo 6 - ANÁLISE MULTIVARIADA
A necessidade de se entender o relacionamento entre um grande número de
variáveis fez com que os estatísticos se preocupassem em desenvolver técnicas
capazes de representar de modo sintético grandes conjuntos de dados numéricos.
Os diversos métodos de análise multivariada têm em comum o fato de
pensarem a matriz como uma nuvem de n pontos num espaço de dimensão p .
É de se esperar que dois perfis semelhantes estejam próximos um do outro
no espaço e que quando mais diferentes mais distantes. O critério para se saber se
os pontos estão próximos ou distantes é a distância entre eles, a diferença entre as
técnicas de análise multivariada está no critério utilizado para avaliar esta distância.
6.1 - Análise de Cluster
Análise de cluster é a denominação de um grupo de técnicas multivariadas
cujo principal propósito é identificar entidades similares nas características que elas
possuem.
O propósito da Análise de Cluster é alocar objetos em grupos ou
conglomerados sugeridos pelos dados, não definidos a priori, tal que objetos em um
dado cluster tendem a serem similares a cada outro em algum sentido, e objetos em
conglomerados diferentes tendem a ser dissimilares.
O método de análise de cluster pode ser usado para revelar estruturas e
relações na amostra, é uma ferramenta de prospecção de relações tanto entre
variáveis como entre elementos. É uma das poucas técnicas sistemáticas que
podem ajudar a busca de similaridades ou homogeneidade entre variáveis. O
resultado da análise de cluster pode contribuir diretamente para encontrar um
esquema de classificação. Quando temos uma amostra muito grande podemos usálo para compactar as variáveis e reduzir a dimensão dos elementos da amostra.
Qualquer generalização sobre análise de cluster deve ser vaga porque um
vasto número de métodos de formação de conglomerados foram desenvolvidos em
57
vários diferentes campos, com diferentes definições de conglomerados e
similaridade entre conglomerados.
A análise de cluster tem uma forte tradição de agrupamento de indivíduos,
esta tradição foi estendida para classificar objetos, incluindo a estrutura de
mercado, análise das similaridades e diferenças entre novos produtos e a avaliação
de performance de firmas para identificar agrupamentos baseados nas estratégias
de firmas ou orientação estratégica.
A aplicação da analise de cluster pode ser dividida em três estágios
principais: (1) Particionamento, (2) Interpretação, (3)Validação e Perfil.
O estágio de particionamento é o processo de determinar se e como os
clusters podem ser desenvolvidos.
O estágio de interpretação é o processo de entendimento das características
de cada cluster e a definição de um nome ou rótulo que apropriadamente defina a
sua natureza.
O terceiro estágio envolve o "acesso a validação do cluster formado" ( isto
determinação sua estabilidade e generalidade ).
Durante o estágio de particionamento quatro questões principais devem ser
consideradas.
( 1 ) Quais as variáveis que seriam utilizadas como medida de similaridade ?
( 2 ) Como a similaridade entre objetos seria medida ?
( 3 ) Que procedimento deve ser usado para alocar os objetos similares em grupos
ou cluster.
( 4 ) Quantos clusters devem ser formados ?
Para responder a essas questões, diferentes metodologias
podem ser
usadas. Contudo nenhuma delas foi avaliada suficientemente de modo a fornecer
uma resposta definitiva a qualquer destas questões e infelizmente várias
metodologias fornecem resultados diferentes para um mesmo conjunto de dados.
Neste sentido a análise de conglomerados é uma arte, considerando-se que o bom
senso aliado a experiência, tornam-se fundamentais na elaboração das conclusões.
6.2 - Seleção das variáveis
58
A seleção de variáveis a serem incluídas na análise de cluster deve ser feita
com cuidado, qualquer aplicação da análise de cluster deve ter alguma
raciona lidade sobre as variáveis a serem selecionadas. Se o racional é baseado
sobre uma teoria explícita, pesquisa passada ou suposição, o pesquisador deve
considerar a importância de incluir somente aquelas variáveis que:
( 1 ) caracterizam os objetos agrupados,
( 2 ) se relacionam especificamente aos objetivos da analise de cluster.
A técnica da análise de cluster não oferece meios de diferenciar as variáveis
relevantes daquelas que podem ser consideradas irrelevantes das irrelevantes. Ela
somente encontra os mais consistentes grupos de objetos, ainda distintos através
de todas as variáveis. A inclusão de uma variável irrelevante pode aumentar a
chance de que outliers sejam criados por essas variáveis que podem ter um efeito
substantivo sobre os resultados. Portanto não se deve incluir variáveis
indiscriminadamente.
6.3 - Medidas de similaridade
Similaridades entre objetos podem ser medidas de várias maneiras. Uma
maneira é olhar a proximidade entre cada par de objetos a fim de determinar sua
similaridade, uma outra maneira e olhar a distância ou diferença entre os pares de
objetos. Como distância é o complemento de dissimilaridade, esta metodologia
pode ser usada para avaliar similaridade.
A medida de similaridade entre objetos que provavelmente vem a mente
inicialmente é o coeficiente de correlação entre um par de objetos medidos sobre
várias variáveis. Correlações altas indicam similaridade e correlação baixas
ausência de similaridade. Medidas de distância são as mais usadas como medidas
de similaridade entre objetos.
A mais comumente medida de similaridade usada é a Distância Euclidiana,
definida como:
59
d ( P , Q) =
(x1 − y1 )2 + (x2 − y2 )2 + ...+ (x p − y p )2
6.4 - Algoritmo para construção do cluster
A segunda maior questão para responder a fase de particionamento é, que
procedimentos seria usado para alocar objetos similares em grupos ou clusters ?
Isto é, que algoritmo para criação de cluster ou conjunto de regras é mais
apropriado ? Esta não é uma questão simples porque centenas de programas de
computador usando diferentes algoritmos estão disponíveis, e mais, estão sendo
desenvolvidos, o critério essencial de todos eles, contudo é que eles tentem
maximizar as diferenças entre clusters relativas a variações dentro do cluster.
O mais comum algoritmo usado para criação do cluster pode ser classificado
na categoria de Hierárquico.
6.4.1 - Procedimentos Hierárquicos
Envolve a construção de uma hierarquia. Existem basicamente dois tipos de
procedimentos: hierárquicos aglomerativos e divisível.
No método aglomerativo, cada objeto ou observação inicia como seu próprio
cluster. Em passos subsequentes os dois clusters ou indivíduos mais próximos são
combinados em um novo cluster agregado, então reduzindo o numero de cluster de
uma unidade em cada passo. Em alguns casos, um terceiro indivíduo junta -se aos
dois primeiros em um cluster. Em outros, um outro grupo de dois indivíduos junta -se
para formar um novo cluster, eventualmente todos os indivíduos são grupados em
um grande cluster; por esta razão, os procedimentos aglomerativos são algumas
vezes referidos como método cumulativo. Este processo leva um diagrama
denominado dendograma.
Quando o processo de criação de cluster prossegue na direção oposta ao
método aglomerativo e chamado método divisível.
60
Nos métodos divisíveis iniciam-se o processo com um único cluster contendo
todas as observações (objetos). Em passos sucessivos, as observações que são
mais dissimilares são separadas e convertem-se em clusters menores. Este
processo continua ate que cada observação seja um cluster por si mesma.
Dois procedimentos aglomerativos populares usados para construir clusters
são:
( 1 ) Single Linkage
( 2 ) Complete Linkage
Estas regras diferem na maneira pela qual as distancias entre clusters e
calculada.
a) Single Linkage
O procedimento Single Linkage é baseado sobre a distância mínima. Ele
encontra os dois indivíduos ( objetos ) separados pela mais curta distância e colocaos no primeiro cluster, então a próxima distância mais curta é localizada, e ou um
terceiro indivíduo junta-se aos primeiros dois para formar um cluster ou um novo
cluster de dois indivíduos é formado. O processo continua até que todos os
indivíduos estejam em um único cluster.
Este procedimento tem sido referido como a Metodologia do Vizinho mais
Próximo. A distância entre qualquer dos clusters é a mais curta distância de
qualquer ponto em um cluster para qualquer ponto no segundo cluster.
Dois clusters são incorporados em qualquer estágio pela mais forte ligação
entre eles. Ocorrem problemas contudo quando os clusters são grosseiramente
delineados. Em tais casos o procedimento Single Linkage forma grandes cadeias
serpenteadas e eventualmente todos os indivíduos são colocados em uma cadeia.
Indivíduos localizados nos pontos extremos da cadeia podem ser muito dissimilares.
b) Complete Linkage
O procedimento Complete Linkage é semelhante ao Single Linkage exceto
ao critério de formação de cluster que é baseado sobre a distância máxima por esta
razão, é algumas vezes denominado de Metodologia do Vizinho mais Distante. A
61
distância máxima entre quaisquer dos indivíduos em um cluster representa a esfera
mínima ( diâmetro mínimo ) que pode englobar o cluster. Este método é chamado
Complete Linkage porque todos os objetos em cluster são ligados um ao outro em
alguma distância máxima ou similaridade míni ma. Podemos dizer que a
similaridade dentro do grupo iguala o diâmetro do grupo. Esta técnica elimina o
problema das cadeias serpenteadas apresentadas no Single Linkage.
6.5 – Tratamento dos dados utilizados
Os indicadores calculados possuem diferentes unidades de medida (por
exemplo: alguns são medidos em anos, em salários mínimos, entre outros) e
amplitudes. Para que os indicadores possam ser melhor comparados entre si, e de
modo que nenhum exerça maior influência no resultado final do cluster, devido a sua
escala, eles foram transformados em índices, cujos valores variam entre 0 e 1. A
fórmula geral para a a construção desses índices é:
Índice = (valor observado – pior valor) / (melhor valor – pior valor)
Onde o melhor valor corresponde ao resultado observado para a comunidade
que obteve o nível mais satisfatório para o indicador em relação as demais, logo
esta comunidade receberá índice 1 para este indicador.
O pior valor corresponde ao resultado observado para a comunidade que
obteve o nível menos satisfatório para o indicador em relação as demais, logo esta
comunidade receberá índice 0 para este indicador. Os indicadores transformados
estão tabelados no anexo I.
6.5.1 – Seleção final dos indicadores para a análise
Antes da realização da análise de cluster foi investigado o grau de correlação
entre os indicadores construídos. Os indicadores que apresentaram fortes
correlações com algum outro (ou outros) indicador, foram excluídos, uma vez que o
62
grau de explicação desses indicadores seriam irrelevantes pois grande parte do
seu poder de explicação já estaria sendo resumido por outro indicador (seu
correlacionado).
Os indicadores excluídos foram: Porcentagem de pessoas com 25 anos ou
mais de idade com menos de 4 anos de estudo; Porcentagem de pessoas com 25
anos ou mais de idade com menos de 8 anos de estudo; Porcentagem de crianças
entre 10 e 14 anos de idade com mais de um ano de atraso escolar; Porcentagem
de pessoas com renda insuficiente (P0) e Grau de desigualdade na população com
renda insuficiente (P2).
A matriz de correlação entre os indicadores calculados está disposta no
anexo I.
6.6 - Interpretação dos Clusters
O estágio de interpretação envolve o exame das afirmações que foram
usadas para estabelecer os conglomerados a fim de nomear ou assinalar um rótulo
que acuradamente descreva a natureza do cluster.
Pelo dendograma abaixo, é possível separar o conjunto de comunidades
estudadas em cinco conglomerados distintos.
63
Dendograma
Tree Diagram
for 30das
Cases
Comunidades pesquisadas
Euclidean distances
2.5
2.5
2
2
1.5
1
1
0.5
0.5
0
0
FBTIJU
CTACHAS
MMACHAD
SALGUEIR
BURITI
DCASTIL
MPRAZER
MATOALT
TELÉGRAF
ANDARAÍ
VCÂNDID
ESCOND
MFÉ
URUBU
FORMIGA
NALIANÇ
TUIUTI
PCAND
CDOJOB
MUNIÃO
MSOSSEG
FCARDIM
TPONTES
SERRINHA
LADFUNC
BESPERAN
BOREL
GROTÃO
VIDIGAL
PROYAL
Linkage Distance
1.5
•
Primeiro conglomerado
O primeiro conglomerado reúne as comunidades de Floresta da Barra da
Tijuca, Canal das Tachas e Mata Machado
É possível observar que estas comunidades apresentaram os melhores
indicadores referentes a renda e para durabilidade dos domicílios, entretanto todas
elas apresentaram baixa proporção de domicílios com instalações adequadas de
esgoto.
A comunidade de Mata Machado, por apresentar os melhores indicadores de
educação, foi a última a ser incluída neste grupo.
De um modo geral é possível verificar que este conglomerado compreende
as comunidades que apresentaram os indicadores sócio-econômicos mais
satisfatórios entre as demais comunidades pesquisadas.
•
Segundo conglomerado
O segundo conglomerado reúne as comunidades de Serrinha, Três Pontes,
Morro do Sossego, Tuiutí, Morro da Formiga, Nova Aliança, Morro do Urubu, Morro
da Fé, Morro União, Caminho do Job e Fernão Cardim.
64
Estas comunidades apresentam os indicadores mais satisfatórios referentes
a educação, porém todas elas apresentam baixos valores para os indicadores de
renda.
De um modo geral verifica-se que este grupo de comunidades apresenta
índices sócio-econômicos em um patamar inferior ao primeiro conglomerado.
•
Terceiro Conglomerado
O terceiro conglomerado reúne as comunidades Morro do Escondidinho, Vila
Cândido, Morro dos Praze res, Andaraí, Morro dos Telégrafos, Buriti Congonhas,
Mato Alto e Chácara Del Castilho.
Observa-se que as comunidades que integram este conglomerado
apresentam variabilidades expressivas dentre os indicadores de educação, renda,
infância e habitação, porém nenhuma delas seja destacada.
Embora estas comunidades apresentem comportamentos diversificados
quanto aos indicadores considerados, não existem evidências estatísticas que as
diferem das demais comunidades do segundo conglomerado quanto ao nível sócioeconômico.
•
Quarto Conglomerado
O quarto conglomerado reúne as comunidades Parque Royal, Grotão, Morro
do Vidigal, Morro do Borel, Parque Boa Esperança e Complexo da Ladeira dos
Funcionários.
Este conglomerado reúne as comunidades pesquisadas que apresentam
baixos valores para os indicadores referentes a educação e que não se
destacamquanto aos indicadores de renda, infância e habitação.
De um modo geral é possível observar que este conglomerado é constituído
daquelas comunidades com os piores níveis de escolaridade e apresentam níveis
sócio-econômicos inferiores as comunidades do segundo e terceiro conglomerado.
•
Quinto conglomerado:
O quinto conglomerado reúne apenas a comunidade do Morro do Salgueiro.
65
A comunidade do Morro do Salgueiro se destaca apresentando valores
baixos para os indicadores de renda e de infância. Esta comunidade também
detém os piores índices referentes a habitação, sendo inclusive considerada como
observação atípica em dois deles (porcentagem em domicílios duráveis e
porcentagem de domicílios com abastecimento adequado de água), o que
caracteriza como muito pobre.
66
Capítulo 7- CONCLUSÃO
A análise dos resultados das pesquisas realizadas nas comunidades de
baixa renda que integram a primeira e segunda etapa do Projeto Favela Bairro,
indica que a população é composta de 158780 pessoas residentes em 41283
domicílios particulares ocupados, apresentando um número médio de 3,8
moradores por domicílios.
As pessoas residentes nas comunidades pesquisadas moram, na sua
maioria, em casas (imóveis próprios), com paredes construídas com material
predominante em alvenaria, com cobertura em laje de concreto e cujo piso é coberto
com material de construção predominante em cimento (49,8% dos domicílios) e
cerâmica ou lajota (46,9% dos domicílios).
Embora os resultados indiquem que 93,2% dos domicílios existentes têm
água canalizada para pelo menos um cômodo, fica caracterizado problema
enquanto ao abastecimento de água que é bastante irregular para a maioria das
comunidades pesquisadas. Da mesma forma que o tratamento do lixo constitui-se
em um problema para estas (apenas 42,5% dos domicílios têm o lixo coletado
diretamente, enquanto que em 53,8% dos domicílios. o lixo é coletado
indiretamente).
A análise dos resultados mostram uma população com baixo nível de
instrução / escolaridade, apresentando uma taxa de 12,4% de pessoas com 7 anos
ou mais de idade que ainda são analfabetas. Dentre as pessoas de 18 anos ou
mais de idade, 71,0% não completaram ainda o primeiro grau e 12,7% não têm
instrução.
Considerável parcela desta população (25,7%) é proveniente de outros
estados do Brasil (destacando-se a região nordeste com 69,7% dos não
residentes). Esta parcela é ainda maior nas pessoas com 40 anos ou mais de idade
(51,0%).
Quanto a questão do desemprego, os resultados indicam uma população que
sofre grandes efeitos do desemprego, apresentando uma taxa de 13,1%, 2,47
vezes a taxa de desemprego média (5,3%), observada ao longo do ano de 1998
67
para o Município do Rio de Janeiro. O problema do desemprego é ainda mais
preocupante para a população residente com idade entre 18 e 39 anos, cuja taxa é
de 15,3%, aproximadamente 3 vezes superior à taxa média de desemprego no ano
de 1998 no Município do Rio de Janeiro.
A população ocupada residente nas comunidades pesquisadas, trabalham,
na sua grande maioria, no ramo de serviços, sendo que 34,6% das pessoas
trabalham sem carteira assinada e têm rendimento mensal, modal, entre 1 e 2
salários
mínimos.
Quanto
a
posição
na
ocupação
as
pessoas
são
predominantemente empregadas (67,7% do total das pessoas ocupadas), com
destaque ainda para os trabalhadores por conta própria (16,9%) e trabalhadores
domésticos (12,6%).
O estudo realizado mostra a existência de uma diversidade, antes não
identificada, nos perfis das Comunidades de baixa renda que integram o Projeto
Favela Bairro, principalmente no que concerne ao nível de escolaridade das
pessoas residentes e ao nível sócio - econômico.
Embora os indicadores de qualidade de vida considerados no estudo
indiquem que no geral, o nível sócio - econômico das comunidades seja superior a
média nacional, estes indicadores mostram que a qualidade de vida das
populações residentes nas comunidades é inferior à observada para o Município do
Rio de Janeiro.
Destacam-se de um modo geral, as comunidades do Morro do Salgueiro que
apresenta os piores indicadores de qualidade de vida observados e a comunidades
de Mata Machado que se sobressai às demais apresentando indicadores sócio –
econômicos mais satisfatórios de qualidade de vida.
O estudo realizado permite identificar carências específicas nas diferentes
comunidades pesquisadas, o que possibilitará o desenvolvimento de projetos /
ações adequadas às especificidades de cada comunidade, permitindo uma melhor
adequação dos instrumentos de políticas públicas.
68
Referências Bibliográficas
BUSSAB, W. O., MORETTIN , P. A.. Estatística Básica . São Paulo: Atual, 1984. 2º Edição
IPEA
ET ALII .
Desenvolvimento Humano e Condições de Vida: Indicadores Brasileiros .
Brasília: 1998.
J ORNAL O GLOBO . Vários números
LOPES, A.. L. S. Cluster Aplicado na Análise da Performance dos Pools . Relatório Final de
Curso. Rio de Janeiro: ENCE, Julho, 1996.
SCIENCE
ET ALII.
Pesquisa Sócio-Econômica das Comunidades de Baixa Renda. Rio de
Janeiro: Janeiro, 1998 a Janeiro, 1999. (Resultados da Pesquisa de Domicílios)
S ECRETARIA MUNICIPAL
DO
TRABALHO. O Mercado de Trabalho do Rio de Janeiro:
Conjuntura e Análise. Rio de Janeiro: Ano 2, nº 3, agosto 1998.
69
70
Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas
Número
% da População
% da População
% da População
Taxa de
com menos de
com menos de
com mais de
analfabetismo
médio
Comunidades
de anos de
estudo
4 anos de estudo 8 anos de estudo
11 anos de
estudo
Parque Royal
4,53
42,1%
75,5%
1,4%
12,1%
Grotão
4,09
42,1%
81,1%
0,5%
17,3%
Serrinha
4,96
34,1%
69,9%
1,8%
8,6%
Morro do Escondidinho
4,94
29,7%
71,1%
1,1%
10,5%
Vila Cândido
5,02
28,2%
71,6%
0,5%
7,6%
Mata Machado
5,98
22,9%
60,2%
3,2%
8,1%
Morro dos Prazeres
4,05
39,7%
80,0%
0,4%
11,8%
Três Pontes
4,89
30,6%
75,1%
0,6%
11,7%
Canal das Tachas
3,79
44,6%
84,2%
0,6%
12,8%
Andaraí
5,24
31,9%
68,6%
2,1%
10,9%
Morro dos Telégrafos
4,91
30,6%
72,9%
1,1%
10,2%
Vidigal
4,76
35,8%
73,2%
1,6%
14,4%
Morro do Sossego
5,20
27,6%
69,3%
0,9%
9,3%
Floresta da B. da Tijuca
4,73
34,1%
76,2%
0,5%
12,3%
Parque Candelária
5,26
28,9%
69,9%
1,6%
10,5%
Buriti Congonhas
4,35
36,4%
80,2%
0,4%
13,4%
Tuiuti
4,83
31,4%
74,4%
1,3%
12,2%
Mato Alto
5,10
30,3%
71,2%
1,5%
9,3%
Borel
4,42
38,1%
79,5%
0,8%
15,7%
Salgueiro
5,13
29,0%
71,0%
0,5%
9,9%
Formiga
4,76
30,2%
77,0%
0,9%
10,0%
Nova Aliança
5,05
28,7%
74,2%
1,5%
9,8%
Parque Boa Esperança
3,95
42,1%
84,5%
0,7%
16.0%
Morro do Urubu
5,26
30,9%
67,7%
1,2%
10,5%
Morro da Fé
4,68
37,5%
74,7%
0,8%
11,6%
Chácara Del Castilho
4,39
39,4%
78,2%
0,2%
10,3%
Morro União
4,90
32,7%
70,7%
0,4%
10.1%
Ladeira Funcionários
4,09
44,5%
79,9%
1,3%
19,4%
Caminho do Job
4,98
28,9%
72,7%
0,7%
7,6%
Fernão Cardim
5,04
31,5%
69,6%
0,8%
9,3%
71
Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas
Comunidades
% de crianças
% de crianças que
defasagem
% de crianças com
Que trabalham
não frequentam
escolar média
mais de 1 ano de
escola
defasagem escolar
Parque Royal
6,3%
7,9%
1,18
36,3%
Grotão
1,6%
5,6%
1,50
41,5%
Serrinha
0,0%
10,3%
1,45
43,5%
Morro do Escondidinho
4,8%
5,3%
1,62
47,2%
Vila Cândido
3,3%
4,8%
1,91
60,7%
Mata Machado
0,0%
3,6%
1,35
40,3%
Morro prazeres
1,7%
7,8%
2,28
63,0%
Três Pontes
2,0%
6,5%
1,26
36,1%
Canal das Tac has
1,9%
4,7%
1,42
40,9%
Andarai
1,4%
7,3%
1,70
50,0%
Telégrafos
2,4%
7,6%
1,69
49,4%
Vidigal
5,3%
7,6%
1,71
52,4%
Morro do Sossego
0,6%
6,4%
1,61
51,1%
Floresta da B. da Tijuca
0,7%
7,6%
1,73
50,7%
Parque Candelária
4,4%
9,5%
1,59
46,3%
Buriti Congonhas
5,2%
13,5%
1,94
56,3%
Tuiuti
3,5%
8,4%
1,76
49,4%
Mato Alto
1,5%
8,7%
1,60
49,0%
Borel
0,4%
4,0%
1,10
30,1%
Salgueiro
7,6%
11,1%
1,39
42,1%
Morro da Formiga
2,1%
5,6%
1,20
33,7%
Nova Aliança
5,5%
5,4%
1,36
42,3%
Parque Boa Esperança
2,6%
8,4%
1,05
27,8%
Morro do Urubu
1,2%
3,1%
1,20
33,9%
Morro da Fá
3,9%
5,5%
1,51
43,9%
Chácara Del Castilho
3,3%
11,0%
1,27
35,8%
Morro União
0,6%
2,5%
0,88
27,2%
Ladeira Funcionários
2,0%
8,4%
1,07
31,6%
Caminho do Job
2,8%
6,8%
1,22
37,6%
Fernão Cardim
0,0%
7,2%
0,93
26,0%
72
Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas
Comunidades
Densidades de
% de domicílios
% de domicílios com
% de domicílios
Moradores por
com abastecimento
inst. adequada
duráveis
Dormitórios
adequado de água
de esgoto
Parque Royal
2,62
96,3%
98,8%
92,4%
Grotão
2,26
91,1%
98,5%
92,7%
Serrinha
2,36
83,3%
97,8%
99,0%
Morro do Escondidinho
2,31
98,8%
98,0%
99,1%
Vila Cândido
2,49
92,9%
96,4%
98,2%
Mata Machado
1,99
96,4%
56,2%
100,0%
Morro prazeres
2,53
95,4%
96,6%
98,4%
Tres Pontes
2,43
97,7%
93,7%
99,8%
Canal das Tachas
2,37
96,9%
38,7%
98,4%
Andarai
2,41
93,3%
97,8%
95,4%
Morro dos Telégrafos
2,49
95,5%
97,8%
94,4%
Vidigal
2,33
94,0%
97,4%
99,5%
Morro do Sossego
2,25
98,0%
99,0%
99,8%
Floresta da B. da Tijuca
2,45
93,8%
65,3%
99,1%
Parque Candelária
2,55
93,6%
94,5%
95,9%
Buriti Congonhas
2,63
81,0%
90,0%
94,7%
Tuiuti
2,61
86,6%
91,7%
95,2%
Mato Alto
2,79
95,0%
97,4%
97,8%
Borel
2,22
95,6%
80,7%
90,8%
Salgueiro
2,62
64,5%
87,1%
72,6%
Morro da Formiga
2,45
88,5%
69,4%
87,7%
Nova Aliança
2,60
93,0%
92,1%
99,5%
Parque Boa Esperança
2,46
98,7%
97,4%
96,9%
Morro do Urubu
2,57
94,6%
86,6%
85,6%
Morro da Fé
2,90
86,8%
97,0%
92,9%
Chácara Del Castilho
2,37
99,3%
100,0%
99,7%
Morro União
2,22
96,2%
99,4%
98,2%
Ladeira Funcionários
2,45
99,7%
99,6%
95,9%
Caminho do Job
2,34
94,2%
98,6%
98,7%
Fernão Cardim
2,31
99,9%
99,9%
100,0%
73
Resultado dos indicadores calculados para as comunidades estudadas
Comunidades
Renda Familiar
P0
P1
P2
Theil
Per Capita (sm)
Parque Royal
1,11
0,32
0,19
0,17
0,28
Grotão
1,12
0,30
0,20
0,18
0,25
Serrinha
1,00
0,33
0,26
0,24
0,22
Morro do Escondidinho
1,27
0,20
0,14
0,13
0,19
Vila Cândido
1,15
0,27
0,16
0,15
0,21
Mata Machado
1,27
0,29
0,20
0,19
0,28
Morro prazeres
1,19
0,25
0,16
0,15
0,18
Tres Pontes
1,07
0,32
0,24
0,22
0,23
Canal das Tachas
1,77
0,15
0,09
0,08
0,26
Andarai
1,27
0,25
0,18
0,16
0,22
Morro dos Telégrafos
1,17
0,27
0,19
0,17
0,24
Vidigal
1,48
0,18
0,12
0,11
0,24
Morro do Sossego
0,95
0,37
0,26
0,25
0,21
Floresta da B. da Tijuca
1,49
0,17
0,11
0,10
0,21
Parque Candelária
1,07
0,34
0,26
0,24
0,23
Buriti Congonhas
0,95
0,32
0,20
0,18
0,22
Tuiuti
1,01
0,31
0,22
0,21
0,2
Mato Alto
1,32
0,21
0,14
0,12
0,23
Borel
1,26
0,26
0,15
0,14
0,23
Salgueiro
0,99
0,37
0,22
0,19
0,27
Morro da Formiga
1,07
0,31
0,23
0,22
0,21
Nova Aliança
1,13
0,30
0,19
0,17
0,23
Parque Boa Esperança
1,28
0,24
0,17
0,16
0,22
Morro do Urubu
1,02
0,31
0,23
0,22
0,2
Morro da Fé
0,95
0,32
0,17
0,15
0,2
Chácara Del Castilho
1,23
0,25
0,15
0,14
0,2
Morro União
1,05
0,37
0,25
0,23
0,27
Ladeira Funcionários
1,01
0,30
0,17
0,15
0,2
Caminho do Job
1,06
0,33
0,20
0,17
0,29
Fernão Cardim
1,01
0,35
0,24
0,21
0,25
74
Programa do SAS para cálculo da linha de pobreza e índice de Theil
data pessoa;
set pobre.pobreza;
if rfpc=0 then do;
y=.; rfpc1=.;
end;
else do;
rfpc1=rfpc;
y=log(rfpc1);
end;
select;
when (rfpc=.) do;
p0=.;
p1=.;
p2=.;
end;
when (0<=rfpc<=0.5) do;
p0=1;
p1=(0.5-rfpc)/0.5;
p2=((0.5-rfpc)/0.5)**2;
end;
when (rfpc>0.5) do;
p0=0;
p1=0;
p2=0;
end;
otherwise do;
p0=.;
p1=.;
p2=.;
end;
75
end;
proc sort data=pessoa;
by favela;
proc means data=pessoa mean sumwgt noprint;
var rfpc rfpc1 y p0 p1 p2;
weight peso;
by favela;
output out=saida
mean= mrfpc mrfpc1 my mp0 mp1 mp2
sumwgt= srfpc srfpc1;
run;
data saida (drop=_type_ _freq_);
set saida;
t2=log(mrfpc1)-my;
run;
proc print data=saida;
run;
76
Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster
Comunidades
Parque Royal
Grotão
Serrinha
Morro do
Escondidinho
Vila Cândido
Mata Machado
Morro dos Prazeres
Três Pontes
Canal das Tachas
Andaraí
Morro dos
Telégrafos
Vidigal
Morro do Sossego
Floresta da B. da
Tijuca
Parque Candelária
Buriti Congonhas
Tuiuti
Mato Alto
Borel
Salgueiro
Formiga
Nova Aliança
Parque Boa
Esperança
Morro do Urubu
Morro da Fé
Chácara Del
Castilho
Morro União
Ladeira
Funcionários
Caminho do Job
Fernão Cardim
Número
médio
de anos de
estudo
% da População
% da População
com m enos de
com menos de
4 anos de estudo 8 anos de estudo
% da População
Taxa de
com mais de
11 anos de
estudo
analfabetismo
0,34
0,14
0,53
0,53
0,12
0,12
0,48
0,69
0,37
0,14
0,60
0,55
0,40
0,10
0,53
0,30
0,62
0,18
0,92
0,75
0,56
1,00
0,12
0,50
0,00
0,66
0,51
0,76
1,00
0,23
0,65
0,00
0,59
0,65
0,53
1,00
0,19
0,39
0,01
0,65
0,48
0,10
1,00
0,07
0,13
0,13
0,63
0,30
1,00
0,96
0,64
0,65
0,56
0,72
0,78
0,44
0,64
0,43
0,41
0,78
0,48
0,47
0,63
0,34
0,47
0,23
0,10
0,42
0,86
0,60
0,67
0,26
0,4 7
0,60
0,29
0,61
0,44
0,58
0,0 7
0,72
0,38
0,61
0,66
0,30
0,72
0,66
0,73
0,12
0,60
0,18
0,42
0,55
0,21
0,56
0,31
0,42
0,00
0,47
0,07
0,37
0,43
0,20
0,10
0,23
0,43
0,17
0,75
0,51
0,61
0,86
0,31
0,81
0,80
0,81
0,29
0,67
0,41
0,27
0,63
0,33
0,24
0,69
0,40
0,26
0,33
0,20
0,00
0,75
0,66
0,77
0,51
0,14
0,55
0,00
0,57
0,19
0,07
0,37
0,79
0,00
0,54
0,57
0,72
0,60
0,49
0,61
0,17
0,20
1,00
0,86
77
Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster
Comunidades
Parque Royal
Grotão
Serrinha
Morro do Escondidinho
Vila Cândido
Mata Machado
Morro prazeres
Três Pontes
Canal das Tachas
Andarai
Telégrafos
Vidigal
Morro do Sossego
Floresta da B. da Tijuca
Parque Candelária
Buriti Congonhas
Tuiuti
Mato Alto
Borel
Salgueiro
Morro da Formiga
Nova Aliança
Parque Boa Esperança
Morro do Urubu
Morro da Fá
Chácara Del Castilho
Morro União
Ladeira Funcionários
Caminho do Job
Fernão Cardim
% de crianças
que trabalham
0,17
0,79
1,00
0,37
0,57
1,00
0,78
0,74
0,75
0,82
0,68
0,30
0,92
0,91
0,42
0,32
0,54
0,80
0,95
0,00
0,72
0,28
0,66
0,84
0,49
0,57
0,92
0,74
0,63
1,00
% de crianças que
não frequentam
escola
0,51
0,72
0,29
0,75
0,79
0,90
0,52
0,64
0,80
0,56
0,54
0,54
0,65
0,54
0,36
0,00
0,46
0,44
0,86
0,22
0,72
0,74
0,46
0,95
0,73
0,23
1,00
0,46
0,61
0,57
defasagem
% de crianças com
escolar média mais de 1 ano de
defasagem escolar
0,79
0,56
0,59
0,47
0,26
0,66
0,00
0,73
0,61
0,41
0,42
0,41
0,48
0,39
0,49
0,24
0,37
0,49
0,84
0,64
0,77
0,66
0,88
0,77
0,55
0,72
1,00
0,86
0,76
0,96
0,72
0,58
0,53
0,43
0,06
0,61
0,00
0,73
0,60
0,35
0,37
0,29
0,32
0,33
0,45
0,18
0,37
0,38
0,89
0,56
0,79
0,56
0,95
0,79
0,52
0,74
0,97
0,85
0,69
1,00
78
Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster
Comunidades
Parque Royal
Grotão
Serrinha
Morro do Escondidinho
Vila Cândido
Mata Machado
Morro prazeres
Tres Pontes
Canal das Tachas
Andarai
Morro dos Telégrafos
Vidigal
Morro do Sossego
Floresta da B. da Tijuca
Parque Candelária
Buriti Congonhas
Tuiuti
Mato Alto
Borel
Salgueiro
Morro da Formiga
Nova Aliança
Parque Boa Esperança
Morro do Urubu
Morro da Fé
Chácara Del Castilho
Morro União
Ladeira Funcionários
Caminho do Job
Fernão Cardim
densidades de
% de domicílios
moradores por com abastecimento
dormitórios
adequado de água
0,31
0,70
0,59
0,65
0,45
1,00
0,41
0,52
0,58
0,54
0,45
0,63
0,71
0,49
0,38
0,30
0,32
0,12
0,75
0,31
0,49
0,33
0,48
0,36
0,00
0,58
0,75
0,49
0,62
0,65
0,90
0,75
0,53
0,97
0,80
0,90
0,87
0,94
0,92
0,81
0,88
0,83
0,95
0,83
0,82
0,47
0,62
0,86
0,88
0,00
0,68
0,81
0,97
0,85
0,63
0,98
0,90
0,99
0,84
1,00
% de domicílios
com instalações
adequado de esgoto
0,98
0,98
0,96
0,97
0,94
0,29
0,94
0,90
0,00
0,96
0,96
0,96
0,98
0,43
0,91
0,84
0,86
0,96
0,69
0,79
0,50
0,87
0,96
0,78
0,95
1,00
0,99
0,99
0,98
1,00
% de domicílios
duráveis
0,72
0,73
0,96
0,97
0,93
1,00
0,94
0,99
0,94
0,83
0,80
0,98
0,99
0,97
0,85
0,81
0,82
0,92
0,66
0,00
0,55
0,98
0,89
0,47
0,74
0,99
0,93
0,85
0,95
1,00
79
Resultado dos indicadores transformados calculados para a análise de cluster
Comunidades
Parque Royal
Grotão
Serrinha
Morro do Escondidinho
Vila Cândido
Mata Machado
Morro prazeres
Tres Pontes
Canal das Tachas
Andarai
Morro dos Telégrafos
Vidigal
Morro do Sossego
Floresta da B. da Tijuca
Parque Candelária
Buriti Congonhas
Tuiuti
Mato Alto
Borel
Salgueiro
Morro da Formiga
Nova Aliança
Parque Boa Esperança
Morro do Urubu
Morro da Fé
Chácara Del Castilho
Morro União
Ladeira Funcionários
Caminho do Job
Fernão Cardim
RFPC
0,20
0,21
0,06
0,39
0,24
0,39
0,29
0,15
1,00
0,39
0,27
0,65
0,00
0,66
0,15
0,00
0,07
0,45
0,38
0,05
0,15
0,22
0,40
0,09
0,00
0,34
0,12
0,07
0,13
0,07
P0
0,23
0,32
0,18
0,77
0,45
0,36
0,55
0,23
1,00
0,55
0,45
0,86
0,00
0,91
0,14
0,23
0,27
0,73
0,50
0,00
0,27
0,32
0,59
0,27
0,23
0,55
0,00
0,32
0,18
0,09
P1
P2
0,41
0,35
0,00
0,71
0,59
0,35
0,59
0,12
1,00
0,47
0,41
0,82
0,00
0,88
0,00
0,35
0,24
0,71
0,65
0,24
0,18
0,41
0,53
0,18
0,53
0,65
0,06
0,53
0,35
0,12
Theil
0,47
0,41
0,06
0,71
0,59
0,35
0,59
0,18
1,00
0,53
0,47
0,82
0,00
0,88
0,06
0,41
0,24
0,76
0,65
0,35
0,18
0,47
0,53
0,18
0,59
0,65
0,12
0,59
0,47
0,24
0,09
0,36
0,64
0,91
0,73
0,09
1,00
0,55
0,27
0,64
0,45
0,45
0,73
0,73
0,55
0,64
0,82
0,55
0,55
0,18
0,73
0,55
0,64
0,82
0,82
0,82
0,18
0,82
0,00
0,36
80
Matriz de correlação entre os indicadores ajustados
ANEST
MENOS4
MENOS8
MAIS11
ANALF
TR. INF
FR. ESC
DEFESC
DEFESC>1
DENS
AGUA
ESGOTO
DURAV
RFPC
P0
P1
P2
THEIL
ANEST MENOS4 MENOS8 MAIS11 ANALF TR. INF FR.ESC DEFESC DEFESC> DENS AGUA ESGOTO DURAV RFPC
1
1,000
0,919
1,000
0,963
0,825
1,000
0,601
0,383
0,627 1,000
0,721
0,772
0,698 0,188 1,000
0,078
0,039
0,143 0,120 0,041 1,000
0,197
0,180
0,225 0,130 0,099 0,410
1,000
0,013
-0,105
0,016 0,006 -0,108 0,201
0,306
1,000
-0,089
-0,195
-0,085 -0,041 -0,200 0,236
0,281
0,979
1,000
0,138
0,124
0,203 0,194 0,001 0,511
0,384
0,289
0,280 1,000
-0,121
-0,165
-0,064 0,091 -0,126 0,462
0,435
0,233
0,242 0,385 1,000
0,029
0,002
0,085 -0,140 -0,020 -0,206
-0,295
-0,025
-0,051 -0,239 0,047
1,000
-0,031
-0,010
0,012 0,147 0,092 0,382
0,111
-0,129
-0,151 0,333 0,706
0,079 1,000
-0,269
-0,272
-0,264 0,072 -0,164 0,105
0,192
-0,148
-0,131 0,233 0,339
-0,577 0,299 1,000
-0,345
-0,319
-0,340 0,023 -0,253 0,045
0,071
-0,3 28
-0,288 0,038 0,339
-0,389 0,318 0,906
-0,453
-0,443
-0,442 -0,125 -0,327 -0,127
0,048
-0,277
-0,256 -0,081 0,235
-0,330 0,193 0,804
-0,450
-0,447
-0,438 -0,138 -0,319 -0,164
0,005
-0,249
-0,234 -0,119 0,195
-0,289 0,168 0,775
-0,213
-0,125
-0,216 -0,180 -0,183 0,080
-0,137
-0,426
-0,351 -0,317 0,106
0,205 0,111 -0,103
P0
P1
P2
1,000
0,903 1,000
0,865 0,990 1,000
0,230 0,142 0,071
THEIL
1,000
Obs.: As variáveis
em negrito foram retiradas na análise de cluster devido a sua alta correlação com alguma(s) outra(s) variáveis.
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Análise Sócio Econômica das Comunidades de Baixa Renda do