Regência Verbal e Nominal Dicas de Português Dica 1 A conjunção aditiva “e” empregada com valor adversativo O CESPE tem predileção por cobrar a conjunção “e” em ocasiões nas quais esta não é classificada como aditiva. É muito comum seu emprego em sentido adversativo. Observe alguns exemplos: O homem não costumava acordar cedo e naquele dia quase madrugou Observe que as ideias apresentadas (não acordar cedo e madrugar) são adversas. O amor é grande e cabe no breve ato de beijar Mais um caso de sentido adverso: grande e breve ato Em todas as ocorrências, a conjunção e pode ser substituída por qualquer conjunção adversativa. No estudo deste conteúdo, é fundamental identificar o valor expresso pela conjunção, muitas vezes empregada em sentido diferente de sua classificação usual. Dica 2 Casos especiais de crase: locuções É empregada a crase nas seguintes locuções → Locuções adverbiais: À direita, à esquerda, à força, à farta, às sete horas, às vezes, à toa, às claras, às pressas, à pressa, à mesa, à solta, à risca, à noite, à vontade, à saída. Nas locuções adverbiais que indicam instrumento ou meio, faculta-se o uso do acento grave de crase: barco a vela/ barco à vela; escrever a mão/ escrever à mão; fechar a porta a chave/ fechar a porta à chave. No caso de locução formada com substantivos masculinos, é vedado o uso do acento grave de crase: a cavalo; a pé; a pedido de. → Locuções prepositivas: À custa de, à força de, à procura de, à vista de, à espera de. → Locuções conjuntivas: À medida que, à proporção que. Dica 3 O Agente da Passiva Prof. Renan Guareschi www.grupodesvendando.com.br 1 Regência Verbal e Nominal Representa o ser que pratica a ação verbal na voz passiva. Normalmente vem acompanhado da preposição “por” e, em outros casos, da preposição “de”. O aluno foi elogiado pela professora. Na voz ativa o agente da passiva torna-se sujeito: A professora elogiou o aluno. ATENÇÃO: → Na voz passiva sintética não se destaca o agente: Cantavam-se as músicas pelos aldeões. (Estrutura gramaticalmente incorreta). Para mostrar que os aldeões cantavam as músicas, há duas opções: - Voz ativa: os aldeões cantavam as músicas - Voz passiva analítica: as músicas eram cantadas pelos aldeões Dica 4 O emprego dos porquês a) Por que – Emprega-se a forma por que nas interrogativas diretas e indiretas. Exs.: Por que será que ele ainda não retornou da festa? (direta) / Quero saber por que ele ainda não retornou da festa. (indireta) DICA: Emprega-se por que se puder ser substituído por pelo qual. Ex.: Essa é a rua por que passamos = Essa é a rua pela qual passamos b) Porque – Emprega-se porque para justificativas e explicações, sendo classificada como conjunção. Ex.: Volte logo porque precisamos estudar. c) Por quê – Usado no final de frase ou quando estiver isolado. Ex.: Você apreciou aquela bebida, por quê? Ex.: Diga-me qual carreira você escolheu e por quê. d) Porquê – Equivale a causa, motivo, razão. É palavra substantivada, por isso, na maioria das vezes, aparece antecedida por artigo. Ex.: Quero compreender o porquê de tantos porquês. Prof. Renan Guareschi www.grupodesvendando.com.br 2 Regência Verbal e Nominal Dica 5 Regência do verbo “implicar” e o entendimento da banca ESAF Alguns autores, a exemplo de Antônio Houaiss, no caso do verbo “implicar”, com sentido de acarretar, trazer como consequência, consideram-no transitivo indireto: Ex.: A inadimplência implicará em multa contratual O CESPE/UnB mantém o entendimento tradicional, ou seja, considera como regência única neste caso o verbo como transitivo direto: a inadimplência implicará multa contratual A ESAF já admitiu ambas as formas. O fato ocorreu na prova de Auditor Fiscal da Receita Federal, em 2002. Vale, ainda, lembrar das outras regências do verbo “implicar”: - No sentido de envolver, comprometer, é bitransitivo, sendo o objeto indireto introduzido pela preposição em: Ex.: Falsos amigos implicaram o jovem na negociata - Na acepção de mostrar indisposição para com alguém, é transitivo indireto: Ex.: A jovem implicava com todo mundo Dica 6 Regência do verbo visar na visão do CESPE/UnB No sentido de ter em vista, objetivar, é transitivo direto Ex.: As novas medidas visavam ao reestabelecimento da ordem ATENÇÃO: Nessa última acepção, não é condenável dar ao verbo visar objeto direto, medida adotada por escritores, considerada correta pelo CESPE/UnB: “Todos os seus atos, todos, visavam um interesse pecuniário” (Aluísio de Azevedo). Então, em um possível item do CESPE/UnB, é correta a supressão da preposição a no exemplo acima, sendo adequada a seguinte possibilidade de reescrita: “as novas medidas visavam o reestabelecimento da ordem” DICA 7 Prof. Renan Guareschi www.grupodesvendando.com.br 3 Regência Verbal e Nominal Verbos Haver e Existir O verbo haver, com sentido de existir, acontecer, realizar-se, decorrer, é impessoal e, por isso, não possui sujeito Ex.: Havia várias pessoas dentro do metrô Por ser impessoal, permanece no singular e a oração é sem sujeito. O verbo haver, nessa acepção, é transitivo direto (o trecho circulado é o complemento direto do verbo) O verbo existir, por sua vez, possui sujeito, mas é intransitivo, ou seja, não apresenta complemento Existem várias pessoas dentro do metrô O trecho sublinhado exerce, nesse caso, função de sujeito. Portanto, o que era sujeito na construção com o verbo haver, torna-se sujeito naquela com o verbo existir. O tema é foco de diversas questões, especialmente do CESPE/UnB. Dica 8 Esquecer, lembrar e recordar. - Não sendo pronominais, esses verbos são transitivos diretos. Esqueci o caderno. / Lembro o seu nome. / Recordo suas histórias com alegria. - Sendo pronominais, os verbos são transitivos indiretos, construído sobre a estrutura pronominal + complemento preposicionado Esqueci-me do caderno. / Lembro-me do seu nome. / Recordo-me de suas histórias. ATENÇÃO: São incorretas as construções que misturam as formas acima: Lembro do seu nome (Lembro-me do seu nome ou Lembro o seu nome) Excepcionalmente, quando a coisa esquecida ou lembrada passam a atua como sujeito, o verbo sofre alteração de sentido e se vê, portanto: Lembrou-me a formatura (veio à lembrança) Prof. Renan Guareschi www.grupodesvendando.com.br 4