06 Comunidade Católica Nova Aliança - Aliança Anápolis/GO Quem é essa que chega sem Aquele que fez o céu e a terra. Aquele que fez as águas correntes que batem na rocha com o seu movimento harmônico e seguem sua direção. Aquele que criou o pássaro “bem-te-vi”, que cumprimentando cordialmente seu companheiro avistado na árvore vizinha ouve a resposta: “bem-te-vi”. Aquele que criou o sabiá que com sua companheira canta as mais belas canções... Aquele que criou todas as cores: o verde das folhas, o violeta do ipê, o branco da margarida, que ao entrar em contraste com o seu centro amarelo, revela a harmonia que pode haver nas diferenças... Aquele que criou o ar que ao suspirarmos podemos nos tornar conscientes de nossa existência. E ao deixarmos ser tocados profundamente por este ato simples, adentramos na beleza escondida no interior de cada um de nós, a morada de Deus... Aquele que criou o sol, criou também a lua que quando a luz do dia vai embora nos deixando profundas saudades, ela chega com a sutileza de sua presença. Aquele que tudo criou, que tudo fez e que faz, também criou maravilhosamente o ser humano. Os olhos que contemplam, as mãos que tocam, os braços que abraçam... Criou nele um coração que chora e que sorri... E lhe deu um espírito que vive sua existência procurando alcançá-lo, pois o seu “ser profundo” sente saudades da face daquele que o fez... Alegria e tristeza. Saúde e doença. Paz e inquietações. Esperança e a f l i ç ã o . C o r a g e m o u t r e m o r. Convivemos com estes e com tantos outros estados afetivos ou sentimentos. E nessa relação com estes contrários da vida, desfrutamos do agradável e descartamos o desagradável como se fossem lixos impossíveis de serem reciclados. E com este descarte, perdemos a oportunidade de contemplar a beleza da sinfonia dos contrários. A beleza de percebemos que a dor é como um banco desocupado de uma praça. Aquele banco onde ninguém quer sentar. Mas aquele que tiver a ousadia de se aproximar, contemplará nele a ressurreição que só experimenta quem antes passou pelo calvário. Ao descartar o desagradável perdemos também a oportunidade de perceber que a tristeza está apenas nos avisando que há algo a resolver. Ela nos faz o desafiante convite: “Vamos descobrir juntos o que é, verdadeiramente, ser feliz”? Enfim, é a convivência dos contrários. É saber que não precisamos tentar excluir, fugir ou ignorar a cruz, pois, vivendo-a com sentido, ela trás consigo a esperança. É saber que não precisamos excluir os erros, pois eles sempre convidam os acertos, dados a quem muito tentou. É saber que não precisamos descartar as pessoas que são diferentes de nós, mas acolhê-las como quem acolhe o diferente que está em nós. É saber que a fala pode conviver com o silêncio. E que o silêncio pode sim dizer muito. É no silêncio que escutamos, somos escutados e nos NOVA ALIANÇA COMUNIDADE CATÓLICA DIAGRAMAÇÃO / REDAÇÃO E DESIGN GRÁFICO Mônica Maria Miguel REVISÃO GERAL Mônica Miguel Comunidade Católica Nova Aliança Fone: (62) 3943-5555 (62) 3943-0005 Av. Miguel João, 463 - Centro Anápolis/GO - CEP: 75001-970 Caixa Postal 97 www.comnovaalianca.com.br IMPRESSÃO Gráfica São Gabriel Fone: (62) 3324-0233 [email protected] [email protected] escutamos, para que nossa fala seja cheia de sentido. É como disse o filósofo: “o desequilíbrio não é uma fatalidade, mas sim um convite ao equilíbrio”. A árvore precisa da seiva; os pássaros de um lugar para pousar; as notas precisam de melodia que lhes dê sentido, o João de barro precisa do barro... É o encontro das partes, que mesmo por vezes totalmente contrárias, ao se relacionarem, harmoniosamente, formam uma bela música e revelam um homem que é inteiro, que assume suas virtudes e acolhe seus limites. Que aprendeu que se escutarmos o que o desagradável tem a nos falar, podemos descobrir nele profundos sentidos... Você quer escutar e descobrir? E quando descobrimos, celebramos a vida. Contemplamos a obra perfeita do Criador. É a gratidão de quem pode dizer: “eu dependo do seu amor, Senhor. Sua criação é perfeita e maravilhosa. Me fizeste, sim, de modo maravilhoso. Conviver com a dor, o sofrimento e a cruz descobrindo o sentido destes em cada momento da vida, é como estar sentindo o frio do inverno, mas esperando na certeza da chegada da primavera e assim escrevermos juntos o poema das estações. É alegrar-se por saber que em cada momento existe um “único e irrepetível” sentido pra um “único e irrepetível” homem. É assumir-se por inteiro homem, acolhendo o belo das virtudes, mas também a lição dos limites. É saborear o doce das vitórias, mas contemplar a beleza das lágrimas. Amém”.