Ikonos de Vitória 1 m de Resolução PROF. ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS Engenheiro Agrônomo - UFES Mestrado em Meteorologia Agrícola – UFV Doutorado em Engenharia Agrícola - UFV UNIVERSIDADE FEDERAL DOS ESPÍRITO SANTO – UFES CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS - CCHN DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - DPGEO LABORATÓRIO DE GEOMÁTICA DA UFES - LGU Capítulo 3 Vitória LANDSAT Andaraí Ikonos 1 m resolução Campos do Jordão Ikonos 1m de Resolução 3.1 TONALIDADE FOTOGRÁFICA Denomina-se tonalidade fotográfica ao matiz ou nuance do cinza com que a imagem de um objeto aparece registrada em uma fotografia aérea pancromática preto e branco. O critério da tonalidade pode ser desenvolvido baseado no seguinte: A retina* do globo ocular humano possui células sensíveis às CORES que são chamadas de cones (Figura 3.1). Figura 3.1 As células sensíveis às TONALIDADES são chamadas de bastonetes. Os CONES são sensíveis ao VERMELHO, VERDE E AZUL. Os BASTONETES são sensíveis às nuances do CINZA. As nuances do cinza nada mais são do que 10 matizes do cinzento (Figura 3.2). São dez tonalidades do cinza, tonalidades essas que poderão ser observadas e estudadas nas aerofotos pancromáticas preto e branco. Referidas tonalidades vão do BRANCO ao PRETO, sendo as cores branca e preta os extremos da nuance. Figura 3.2 Pode-se, pois, registrar em uma aerofoto pancromática preto e branco, essas 10 tonalidades, mediante as quais poder-se-á fazer várias interpretações no que diz respeito a SOLO, ÁGUA e VEGETAÇÃO. Evidentemente que o estudo das tonalidades que se faz em uma aerofoto irá depender de uma série de fatores que poderão afetar em muito na tonalidade fotográfica. Dentre esses fatores, os principais são: FATORES DO TERRENO: esses fatores são: relevo, solo, rocha, tipo e coloração da vegetação, umidade e matéria orgânica. A reflexibilidade luminosa do objeto é um dos fatores mais importantes neste caso. FATORES DE ORDEM TÉCNICA: são as característica dos materiais e equipamentos utilizados: tipo de filme, filtro utilizado nas câmeras; técnicas de exposição e processamento de laboratório. FATORES CLIMATOLÓGICOS E METEREOLÓGICOS: em que irá influir a estação do ano em que as aerofotos foram coletadas, e ângulos de elevação do sol. ETAPAS A SEREM SEGUIDAS POR UM FOTOINTERPRETE 3.1.1 FATORES DO TERRENO 3.1.1.1 TONALIDADE NA VEGETAÇÃO As diferentes características das associações vegetais: densidade, espécie, altura, diâmetro e forma da copa das árvores, são registradas nas aerofotos por graduações de tonalidades. Não é muito difícil de fazer-se uma separação entre folhosas e coníferas, em virtude de as folhosas tomarem uma coloração bem mais clara do que as coníferas. Justifica-se a cor clara apresentada pelas pelas folhosas, devido a existência de uma super reflectância espectral que as mesmas apresentam, em virtude de seu parênquima lacunoso permitir um maior poder de reflexão dos raios emitidos pelo sol. O mesmo não acontecerá com as coníferas, pois o seu parênquima paliçádico absorve mais os raios luminosos solares (Figura 3.3). Figura 3.3 Anatomia da Planta RAIZ Seção transversal de raiz, mostrando as diferentes camadas e os vário tipos de transportes de solução para o xilema CAULE FOLHAS Corte transversal de uma folha, mostrando a distribuição de camadas constituintes VEJA MAIS SOBRE A FOLHA FUNÇÕES DAS FOLHAS RESPIRAÇÃO TRANSPIRAÇÃO Corte transversal de uma folha mostrando o estômato com o ostíolo aberto e fechado FOTOSSÍNTESE Propriedades Espectrais das Plantas Superiores DO QUE DEPENDEM AS PROPRIEDADES ESPECTRAIS DAS PLANTAS SUPERIORES? Morfologia das folhas; Estrutura interna das folhas; Composição química; Estado fisiológico; Geometria das plantas (disposição espacial); Etapa de crescimento ou de desenvolvimento na qual encontra práticas culturais; Condições climáticas antes e durante o ciclo de vida das plantas. As folhas absorvem, refletem e transmitem as radiações incidentes seguindo o padrão das células pigmentadas que contêm soluções aquosas. A refletividade das folhas (plantas superiores) é atribuída à estrutura interna das mesmas. FACE SUPERIOR CÉLULAS GUARDAS CUTÍCULA EPIDERME Difunde bastante as r.e.m e reflete pouco TECIDO PALIÇÁLICO MESÓFILO ESPONJOSO Cotem pigmentos (clorofila) absorvendo radiação visível CAVIDADE SUBESTOMATAL EPIDERME FACE INFERIOR Seção transversal de uma folha mostrando possíveis trajetórias das radiações eletromagnéticas (GATES, 1970) TEORIA DE WILLSTATE & STOLL (1918) BASEADA NA REFLEXÃO CRÍTICA DA R.E.M. NAS PAREDES CELULARES (REFLEXÃO ESPECULAR) Reflexão especular r.e.m Célula Parede celular Esquema da teoria de WILLSTATER & STOLL OBSERVAÇÃO Cutícula: difunde bastante e reflete pouco; Tecido palicádico: contém pigmentos (clorofila) e absorve as radiações visíveis; Mesófilo esponjoso: têm muitos espaços inter-celulares os quais refletem r.e.m. Nele acontecem trocas entre O2 e CO2 (fotossíntese e respiração). TEORIA DE SINCLAIR A refletividade no IV próximo (0,7 – 1,3 mm) está relacionada com o número de espaços de ar existentes entre células. A refletividade é maior quanto maior é o número de espaços de ar porque as r.e.m. passam com maior freqüência das partes da folha que tem alto índice de refração para aquelas partes que têm baixo índice de refração: Célula Parede hidratada (índice 1,4) Célula Célula Ar inter-celular (índice 1,0) A r.e.m. atinge a parede celular e é difundida em todas direções na cavidade intercelular. Célula Célula Esquema da teoria de SINCLAIR Exemplo: As folhas de algodão durante o ciclo vital aumenta o número de espaços de ar, aumenta a refletividade e diminui a transmissão. OBSERVAÇÕES OBS1: No VIS, o comportamento da reflexão é determinado pela clorofila, cuja absorção encontra-se no intervalo da luz azul (0,4 0,5 mm) e da luz vermelha (0,6 - 0,7 mm); enquanto reflete no intervalo da luz verde (0,5 - 0,6 mm). OBS2: A radiação incidente atravessa, quase sem perda, a cutícula e a epiderme, onde as radiações correspondentes ao vermelho e ao azul são absorvidas pelos pigmentos do mesófilo, assim como pelos carotenóides, xantófilas, e antocianidas, que causam uma reflexão característica baixa nos comprimentos de onda supracitados. OBS2: As clorofilas A e B regulam o comportamento espectral da vegetação e o fazem de maneira mais significativa em comparação com outros pigmentos. A clorofila absorve a luz verde só em pequena quantidade, por isso a reflectância é maior no intervalo da luz verde, o que é responsável pela cor verde das folhas para a visão humana. VEJA AS FIGURAS Refletividade espectral de uma folha verde e a capacidade de absorção de água e refletividade, absorvidade e transmissividade numa folha verde para a radiação no VIS e NIR Curva de reflectância de diferentes culturas No NIR (0,7 - 1,3 mm), dependendo do tipo de planta, a radiação é refletida em uma proporção de 30 a 70% dos raios incidentes, ainda que as superfícies das folhas e os pigmentos sejam transparentes para esses comprimentos de onda. Todavia, os sistemas pigmentais das plantas perdem a capacidade de absorver fótons nesse espectro, que é caracterizado por uma subida acentuada da curva de reflexão. O mínimo de reflexão neste comprimento de onda é causado pela mudança do índice de refração nas áreas frontais de ar/célula do mesófilo. Nos comprimentos de ondas acima de 1,3 mm, o conteúdo de água das folhas influencia a interação com a radiação. A água dentro da folha absorve especialmente nas bandas em torno de 1,45 mm e 1,96 mm. Esta influência aumenta com o conteúdo de água. Uma folha verde caracteriza-se, nestas bandas, pela reflexão semelhante a de uma película de água. Por isso, estes comprimentos de onda, prestam-se à determinação do conteúdo hídrico das folhas. Folhas com conteúdo hídrico reduzido são caracterizadas por uma maior reflexão. A curva espectral depende do tipo de planta e, mais ainda, altera-se em função da estrutura e da organização celular. Denomina-se tonalidade fotográfica ao matiz ou nuance do cinza com que a imagem de um objeto aparece registrada em uma fotografia aérea pancromática preto e branco. O critério da tonalidade pode ser desenvolvido baseado no seguinte: A retina* do globo ocular humano possui células sensíveis às CORES que são chamadas de cones (Figura 3.1).