RELEVO
1. Relevo Continental
Relevo são as formas e compartimentos da superfície do
planeta (serra, montanha, colina, planalto, planície,
depressão, entre outras). Essas formas e compartimentos
definem-se em função da atuação de agentes internos e
externos à crosta terrestre.
- Agentes internos (formadores) - vulcanismo, terremotos,
movimento das placas; forças tectônicas em geral.
- Agentes externos (modeladores) - chuva, vento, geleiras,
rios, lagos, mares; agentes erosivos em geral.
A orogênese (formação de uma montanha) é ocasionada por
agentes internos (dobramento, vulcão ou falha geológica);
sua forma atual decorre da ação de agentes externos.
A Geomorfologia é a ciência que estuda o relevo.
Antigamente, na classificação do relevo, considerava-se
apenas aquilo que se via no terreno, as cotas altimétricas, por
exemplo. Dizia-se que Planalto era um "plano alto" e Planície
um "plano baixo". Atualmente a dinâmica tectônica e erosiva
é levada em consideração na determinação e classificação das
formas do terreno.
Assim, temos por definição:
- Planalto: forma de relevo em que a erosão supera a sedimentação. Portanto, um
relevo que sofre desgaste, destruição.
- Planície: forma de terreno mais ou menos plana em que a sedimentação supera a
erosão. Portanto, um relevo em formação.
Note que as definições não consideram cotas altimétricas. Podemos encontrar uma
planície a 4.000 m de altitude (Altiplanos Andinos) e um planalto a 20 m de altitude
(Bacia Amazônica).
Obs.: Não confundir bacia sedimentar com planície.
A estrutura geológica sedimentar corresponde à origem, formação e composição do
relevo, ocorrida há muito tempo atrás. Durante sua formação, a bacia sedimentar era
(ou é) uma planície. Porém, hoje, pode estar em um processo de desgaste e
corresponder a um Planalto Sedimentar. Ex.: Baixo Platô Amazônico.
2. Pequeno dicionário técnico
(as definições que aparecem abaixo aplicam-se ao mapa de relevo do Brasil elaborado
por Jurandyr L.S.Ross) (Extraído de: Nova Escola - outubro/1995)
Depressão: superfície entre 100 e 500 metros de altitude com suave
inclinação, formada por prolongados processos de erosão. É mais plana do
que o planalto. O mapa escolar de Jurandyr é o primeiro a aplicar esse
conceito.
Planalto: ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com
altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre rochas cristalinas
ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo
plano (chapadas).
Planície: superfície muito plana com no máximo 100 metros de altitude. É
formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pelas águas do
mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no conjunto do relevo
brasileiro.
Serra: terreno muito trabalhado pela erosão. Varia de 600 a 3.000 metros de
altitude. É formada por morros ou cadeias de morros pontiagudos (cristas).
Não se confunde com escarpa: serra se sobe por um lado e se desce pelo
lado oposto.
Escarpa: terreno muito íngreme, de 100 a 800 metros de altitude. Lembra um
degrau. Ocorre na passagem de áreas baixas para um planalto. É
impropriamente chamada de serra em muitos lugares, como na Serra do Mar,
que acompanha o litoral.
Tabuleiro: superfície com 20 a 50 metros de altitude em contato com o
oceano. Ocupa trechos do litoral nordestino. Geralmente tem o topo muito
plano. No lado do mar, apresenta declives abruptos que formam as
chamadas falésias ou barreiras.
3. Mapas do Relevo Brasileiro
O Retrato do Brasil dos anos 40...
Aroldo de Azevedo, o pioneiro
Advogado que nunca exerceu a profissão, o paulista Aroldo de Azevedo
(1910-1974) foi um dos primeiros professores de geografia da Universidade
São Paulo (USP). Foi também o nosso primeiro grande autor de livros
didáticos em Geografia. Na década de 40, fez o primeiro mapa do relevo
brasileiro, ainda hoje usado em livros escolares. Dividia o país em oito unidades de
relevo.
Aziz Ab’Saber, o discípulo
Aluno de Aroldo de Azevedo, o paulista Aziz Ab’Saber, hoje com 71 anos, deu
prosseguimento à obra do mestre. Valeu-se sobretudo de observações do
relevo feitas pessoalmente. Poucos geógrafos terão viajado pelo país tanto
quanto ele. Seu mapa foi publicado pela primeira vez em 1958. Ab’Saber
acrescentou duas unidades de relevo às oito de Azevedo.
Jurandyr Ross, o inovador
Deu aulas no primeiro grau ante de se tornar professor da USP. Jurandyr
Luciano Sanches Ross, paulista de 48 anos, ocupa a vaga que Ab’Saber
deixou ao se aposentar. Durante seis anos foi pesquisador no Projeto
Radambrasil e ajudou a montar os mapas com as fotos de radar que usaria
para revolucionar nossa Geografia. Com ele, as unidades de relevo saltam de
dez para 28.
4. Três grandes perfis que resumem nosso relevo (Por Jurandyr Ross)
Região Norte
Este corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 quilômetros de
comprimento. Vai das altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com a
Venezuela, Colômbia e Guiana, até o norte do Estado de Mato Grosso. Mostra
claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do Rio Amazonas,
a partir das quais seguem-se amplas extensões de terras altas: planaltos e
depressões.
Região Nordeste
Este corte tem cerca de 1.500 quilômetros de extensão. Vai do interior do
Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente
do relevo da região: dois planaltos (da Bacia do Parnaíba e da Borborema)
cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino). As regiões altas
são cobertas por mata. As baixas, por caatinga.
Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Este corte, com cerca de 1.500 quilômetros de comprimento, vai do Estado
de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150
metros, a Planície do Pantanal está quase no mesmo nível do Oceano
Atlântico. A Bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as
maiores usinas hidrelétricas brasileiras
O território brasileiro, de formação muito antiga e altamente desgastado pela erosão,
não apresenta cadeias montanhosas (Dobramentos Modernos). Isso, como vimos,
devido ao fato de localizar-se no meio de uma placa tectônica.
Considerando a classificação de Aziz Ab’Saber, notamos que basicamente o Brasil
possui dois planaltos: o das Guianas e o Brasileiro. Porém, o Planalto Brasileiro é
dividido em várias partes em função da estrutura geológica e das formas diferenciadas
em seu interior, já que é grande e sujeito a condições climáticas e hidrográficas (o que
implica erosão) distintas.
Relevo submarino e litoral
1. Introdução
O relevo submarino é subdividido em quatro partes: Plataforma continental,
Talude, Região Abissal e Região Pelágica.
Plataforma Continental
É a continuação do continente (SIAL), mesmo submerso. Possui profundidade média de
0 a 200 m, o que significa que a luz solar infiltra-se na água, o que gera condições
propícias à atividade biológica e ocasiona uma enorme importância econômica - a
PESCA. Há também, na plataforma continental, a ocorrência de petróleo.
Talude
Desnível abrupto de 2 a 3 km. É o fim do continente.
Região Abissal
Quando ocorre aparece junto ao talude e corresponde às fossas marinhas.
Região Pelágica
SIMA - é o relevo submarino propriamente dito, com planícies, montanhas e
depressões.
Surgem aqui as ilhas oceânicas:
- Vulcânicas, como Fernando de Noronha
- Coralígenas, como o Atol das Rocas
2. Litoral
Corresponde à zona de contato entre o oceano e o continente; em
permanente movimento, possui variação de altura - as marés, que são
influenciadas pela Lua.
Quando, durante o movimento das águas oceânicas, a sedimentação supera
o desgaste, surgem as praias, recifes e restingas. Quando o desgaste
(erosão) supera a sedimentação, surgem as falésias (cristalinas ou
sedimentares).
Restingas
Falésias
O litoral brasileiro é pouco recortado. Esse fato ocorre em função da pobreza em
glaciações quaternárias que atuaram intensamente nas zonas temperadas do globo. O
poder erosivo das geleiras é imenso.
•O litoral norte brasileiro apresenta a plataforma continental mais larga, pois muitos
rios (entre eles o Amazonas), ali deságuam, despejando uma quantidade enorme
de sedimentos. O litoral nordestino possui a mais estreita plataforma continental.
•Principais lagoas costeiras: dos Patos e Mirim (RS); Conceição (SC); Araruama
(RJ).
•Ilhas Costeiras Continentais: Santa Catarina (Florianópolis); São Francisco (SC);
São Sebastião (Ilha Bela); Santo Amaro (Guarujá).
•Ilha Costeira Aluvial: Marajó.
•Ilha Vulcânica: Fernando de Noronha.
•Baías: Todos os Santos (BA); Guanabara (RJ); Paranaguá (PR); Laguna (SC);
Angra dos Reis e Parati (RJ).
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