CENTRO CULTURAL ITINERANTE
A
“A cidade (...) é composta de duas meias cidades. (...) Uma das
meias cidades é fixa, a outra é provisória e, quando termina a
sua temporada, é desparafusada, desmontada e levada
embora, transferida para os terrenos baldios de outra meia
cidade (...) e começa-se a contar quantos meses, quantos dias
se deverão esperar até que a caravana retorne e a vida inteira
recomeçe”.
B
D
E
F
Estacionamento
O estacionamento da entrada comporta
um ônibus para excursões e área para
ambulância, além de algumas vagas e
área para deixar o carro com o
manobrista.
Eixo organizador
Com decks modulares, a grande
praça forma um eixo que junta e
organiza o programa. O objetivo
desse espaço é criar um lugar
livre onde o público permaneça
e aconteçam atividades, como
oficinas, apresentações, área
de comer.
É um local múltiplo de
convivência e lazer que propõe
em Campinas uma alternativa
aos shoppings e bares
enquanto promove a cultura
mundial. Na cidade não há essa
opção de praça segura durante
a noite, programa comum nos E
países europeus, e ainda faz F
falta no cenário nacional.
(CALVINO, 1990, p.16)
FUNCIONAMENTO
O Centro Cultural Itinerante conta com a estrutura organizada e modular dos
containeres e com a estrutura orgânica dos infláveis, basicamente. A primeira faz um
contraponto com as formas construídas da cidade e a segunda com as formas áureas
e orgânicas da natureza.
Para ter sucesso nas implantações em diferentes localidades, o sistema de
projeto segue as diretrizes: escolha da cidade, escolha do terreno e implantação.
Seguindo a ordem:
1 - APLICAR DIRETRIZES
2- IMPLANTAR
3- DETALHAR IMPLANTAÇÃO
ESTRUTURA
G
Marco da entrada
Principal
A
B
Piso da entrada
Direciona o público para a
entrada principal. Composição
de brita (estacionamento) e
pisos permeáveis nos
caminhos:
Bloquete, pisograma,
materiais de desconstrução.
C
D
Bolha
A relação hierárquica entre a bolha e
as unidades é contrastante. Pequenos
blocos ortogonais x grande estrutura
com formato orgânico.
Esse contraste coloca a bolha na
condição de mãe do centro cultural,
contendo as atividades que justificam
a sua mobilidade: promover a cultura
(exposições) e levar a inovação
(instalações) a diferentes localidades
Arborização existente
são os grandes objetivos deste centro
Flamboyants antigos.
cultural.
As árvores auxiliam o
O contraste entre as caixas e a
direcionamento do
estrutura inspirada em formas áureas
público que chega de
também faz lembrar a relação
ônibus
natureza x homem;
grandioso e
Ponto de ônibus
indomável x pequeno,
porém
Q influente:
O centro cultural vem em caixas, mas
quando é montado, a grande atenção
vai para as formas naturais: praça
(local livre) com luminárias inspiradas
em flores e a cobertura inspirada em
um caju. É a maneira de colocar a
natureza em contato com o projeto e
Nichos para instalações
nos lembrar da sua importância e
Criados com o uso de
grandiosidade.
infláveis, eles têm
possibilidades diversas de
arranjo interno.
11
1
G
PRODUZIR
ADMINISTRAR
COMPRAR
COMER
DIVERTIR
AGREGAR
MORAR
C
UNIDADES FLEXÍVEIS
Y
Tipos de unidades
1
2.74x6.50m
H=2.60
1
2
2.74x12.50m
H=2.60
2
3
2.74x14.00m
H=2.60
3
Vista superior
Área de banheiros
Wc masc: 3 cabines+
1 deficiente
H
I
2
X
8
3
Área de banheiros
Wc fem: 3 cabines+ 1
deficiente
J
10
4
9
Articulações
Articulado
Semi-articulado
Não articulado
na
Y Corte
direção Y
na
X Corte
direção X
K
L
M
N
7
Área de exposições
A configuração dos containeres
possibilita a criação de uma área de
apoio para a exposição do acervo
digital. As articulações das paredes
formam um circuito e diferentes
maneiras para expor.
5
O
R
S
Disposição das mesas
Neste caso, a versão
compacta, na qual todas
as mesas ficam em local
coberto. Em dias
propícios, toda essa
metade da quadra pode
ser ocupada.
Ao todo são 48 lugares
na área de comer e as
mesas e cadeiras são
alugadas no local.
6
Estacionamentos
Na região do terreno, o sistema
de estacionamentos é
condensado e são contratados
manobristas. Adotando essa
prática, a organização das vagas
ocupa menos espaço útil do
terreno.
Há um estacionamento na
entrada principal que permite a
alguns usuários estacionarem o
próprio carro. Essas vagas
também podem ser reservadas
para palestrantes, artistas,
autoridades.
B
CONCEITO
H
I
Térreo:
1- bilioteca e brinquedoteca
2- unidades de armazenamento
3- lojas
4- área de banheiros
5- oficinas e segurança
6- cozinha e área de comer
7- habitação térreo
8- eixo organizador
9- exposições e instalações
10- teatro e cinema 180°
11- entrada principal
Superior:
12- administração
13- habitação superior
T
Área de convívio
Área coberta com um toldo
alugado na cidade de
implantação.
A
A arquitetura, cada vez mais, se comunica com o usuário
e com o local em que se insere. O usuário pode tocar, alterar e
programar ambientes, interagindo com a estrutura; já o lugar,
encontra seus pontos comuns com a arquitetura com relações
de tipologia, cores, eixos visuais, usos.
Uma arquitetura itinerante busca a comunicação com
usuários e lugares diferentes, dependendo do seu
deslocamento. O vínculo entre o elemento arquitetônico e o
meio em que ele se insere continua importante e isso faz com
que uma solução de interação seja encontrada:
São necessários elementos de fácil transporte,
montagem e desmontagem, e, por isso, os elementos infláveis
tem grande funcionalidade para o projeto. Na área de
exposições, por exemplo, estruturas da Infla formam nichos
interessantes para o espaço.
Também na área de exposições, há a interatividade da
arquitetura com o usuário, usando ambientes mutáveis e o
acervo digital. O uso de luzes para dar vida a esses ambientes
se inspira nas exposições itinerantes da Philips.
A comunicação da arquitetura com a localidade de
inserção é feita com o meio ambiente, reações climáticas e de
movimento, não dependendo de uma tipologia. O uso de
sensores de temperatura e movimento, interpretação de dados
climáticos e sonoros pode ser visto nas referências da E-motive
House, Saltwater Pavilion e estruturas efêmeras.
A forma de organizar o espaço - uso de um espaço
público organizador - gera nas diversas implantações um eixo
de visão. Quando se encontra algum foco na paisagem, o
projeto pode ter uma comunicação visual com a cidade.
Assim, a arquitetura desperta o interesse do
usuário, relembra a importância do cuidado com a
paisagem, destaca o aproveitamento temporário do
espaço com o intuito de gerar uma reflexão sobre o rumo
que tomam as disciplinas que gerenciam o meio urbano. Na
busca pelo futuro que reflete as expressões da sociedade,
a arquitetura itinerante tem a propriedade do dinamismo
imprescindível para alcançar o mutável desenvolvimento
das cidades contemporâneas.
LEGENDA
U
V
Piso da habitação
Deve ser diferenciado do
deck, e há necessidade de
pavimentação somente
nos caminhos. Podendo
ser utilizado material de
desconstrução, bloquetes,
pisograma ou pavimentos
de montagem rápida.
X
Topografia
A diferença de nível entre a rua e
o terreno serve como barreira
natural e auxilia o direcionamento
dos indivíduos para a entrada
principal. O desnível também
diferencia o espaço público do
privado (habitação).
J
Sentido do vento
K
IMPLANTAÇÃO TÉRREO
L
1:500
APLICAR DIRETRIZES
Oficinas
Recepção
Escolhida a cidade de implantação e o
programa para a localidade, um modelo
guia de terreno é escolhido, são feitos
testes de implantação e é escolhido o
mais adequado.
M
Habitação
Ambulância
Adm.
bibl.
brinq.
Cozinha
Estacionamento
Armazenamento
IMPLANTAR
Cobertura
principal
Lojas
Campinas / SP - Estudo de caso
Pontos para avaliação
1- formação em L
2- formação linear
3- formação linear quebrada
4- estacionamento privativo + habitação
5- estacionamento privativo serve ao público
6- lojas na entrada
7- lojas no final do eixo
8- número máximo de lojas (3)
9- restaurante + oficinas (cobertura comum)
10- restaurante + oficinas (cobertura bem em
frente à cobertura principal)
11- restaurante separado da oficina (duas
coberturas)
12- grande área de piso liso (quadra) para
restaurante
13- biblioteca mais isolada
14- biblioteca no meio
15- biblioteca voltada para a grade
16- biblioteca ao lado das oficinas
17- habitação protegida pela grade do
terreno
18- habitação em contato com a rua (há
desnível)
19- adm.+bibl.+brinq. Corta a linearidade da
praça principal
20- visão privilegiada para a administração
21- diferenciação da área de habitação pelo
tipo de piso (quadra) / não necessita da
regulagem dos macacos nos pés das
unidades
22- área de piso existente perdida atrás da
adm.+bibl.+brinq.
23- entrada aberta
24- entrada mais controlada pela recepção
25- espaço da adm.+bibl.+brinq. pode ser
usado para apresentações noturnas = uso
noturno setorizado
II
I
III
(-)
(Indiferente) 5, 18
(+) 2, 8, 9, 15, 24, 20
(-)
(-) 3, 16, 23
(Indiferente) 1,4
(Indiferente) 5, 18
(+) 8, 9, 15, 17, 24, 20, 21 (+) 12, 9, 6
DETALHAR
Definida a implantação,
é feito o detalhamento
para compreensão
aprofundada do local.
São demonstradas nos
infográficos do terreno
algumas questões do
projeto, funcionamento
e determinantes de
implantação.
Organização
Entorno próximo
Vegetação
Condições existentes/
Topografia
Obs. Todas as implantações foram feitas
variando a alocação das atividades, mas
sempre considerando as limitações do
terreno, inclusive o forte vento sudeste.
Sombras
N.R. 0
+1
+2
N
MANHÃ 9h
FLUXO DE VEÍCULOS
TEMPO DE MONTAGEM
Estruturas efêmeras - Atenas 2002
E-motive House
REFERÊNCIAS
VEGETAÇÃO EXISTENTE
Utilizando a técnica de gerenciamento de obras
e empreendimentos, com auxílio do programa MsProject, pode-se determinar as atividades do caminho
crítico e o tempo total de implantação. O tempo de
implantação varia de acordo com as características
locais, mas para Campinas, segue o Cronograma de
Atividades:
ÁREA PLANA TRATADA
1- preparação do terreno e instalações (2 dias)
2- demarcação do terreno (2 dias)
3- colocação das unidades (2 dias)
4- inflar bolhas (2 dias)
5- organizar espaço interno das bolhas (5 dias)
6- elemento Subir e preparar unidades (1 dia)
7- instalação do pessoal (1 dia)
8- montar decks (6 dias)
9- colocar luminárias (2 dias)
10- finalizar (2 dias)
Dias
Philips Transitions 2007
1
5
10
15
18
Fluxos
Pessoas
TARDE 16h
Ventos
BRITA
ESPAÇO PÚBLICO
Saltwater Pavilion - Neeltje Jans
ALAMBRADO EXISTENTE
Piso adaptado
Público x privado
EIXO ORGANIZADOR
EIXO VISUAL
EIXO DE IMPLANTAÇÃO
TERRENO VIZINHO
ESPAÇO PRIVADO
DECK MODULAR
QUADRA DE ESPORTES
EXISTENTE
CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS
EM ÁREA COBERTA
EM ÁREA DESCOBERTA
COBERTURAS
FLUXOS
DIREÇÃO DOS VENTOS
N
ÁRVORES
SE
CENTRO CULTURAL ITINERANTE
Autor: Maria Julia Oller Pereira
Orientador: Prof. Dr. Leandro Silva Medrano
Prêmio Joaquim Guedes
Trabalhos Finais de Graduação TFG-Unicamp 2009-2010
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