centro PROCESSO SELETIVO – 2010 Caderno de Questões INFORMAÇÕES GERAIS Leia com atenção antes de iniciar 1. Não abra o caderno de questões sem ser autorizado. 2. Este caderno contém: a) questões de múltipla escolha; b) são 10 questões de Comunicação e Expressão (leitura e interpretação de texto), 20 questões de Ciências (Matemática, Física, Química e Biologia) e 20 questões de Conhecimentos Gerais (História e Geografia). 3. Confira tudo, antes de iniciar, para certificar-se de ter o material completo. Todas as instruções estão contidas no Caderno de Questões. 4. Cada questão de múltipla escolha possui uma alternativa correta. Na folha de respostas, preencha completamente a letra correspondente à alternativa escolhida. Confira seus DADOS e número de INSCRIÇÃO e assine a folha de respostas no local indicado. Preencha as bolhas com caneta azul ou preta. As questões em BRANCO ou com DUAS RESPOSTAS assinaladas serão anuladas. Não dobre, não suje e não rasure esta folha de respostas. 5. Quando terminar, devolva a folha de respostas ao responsável. 6. A prova de redação acompanha este Caderno de Questões. Certifique-se de que a recebeu. Duração mínima de 1 (uma) hora e máxima de 4 (quatro) horas. 2 PROVA 1 COMUNICAÇÃO & EXPRESSÃO (Leitura e interpretação de texto) Para resolver as questões de 1 a 4, leia o texto a seguir: Não conheço os números exatos, mas acho que confere: hoje há mais mulheres trabalhando em jornais do que homens. Como há cada vez mais mulheres em outras profissões, ou posições, antes ocupadas só por homens. Em breve... Corta para a sala de estar de um típico casal de classe média. Ano: digamos, 2049. – Querida... – Hum? – Me passa o Suplemento Masculino? – Eu estou lendo. – Você está lendo a primeira parte do jornal, Jandira. Só quero o Suplemento Masculino. – Eu estou lendo todo o jornal, Luiz Henrique. – Mas você nunca lê o Suplemento Masculino. Eu quero ver as novidades da moda primavera-verão para homens e... – Você sabe que eu não gosto de desfolhar o jornal, Luiz Henrique. Tenha um pouco de paciência. Quando eu terminar, você vai poder ler tudo. A primeira parte, as notícias políticas, o caderno de economia... – E eu lá me interesso por política e economia? Só quero o Suplemento Masculino. – Pois vai ter que esperar. – Como você é, Jandira! (VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Diálogos”, in O Estado de S. Paulo. 20/9/2009.) 1 O humor presente na tira decorre, principalmente: a) do feminismo explícito na história e temido pelo autor. b) do inusitado da cena que frustra as expectativas do senso comum do leitor quanto aos papéis do homem e da mulher nas relações entre eles. c) da ironia do autor, que não acredita na superioridade feminina no mercado de trabalho jornalístico. d) da linguagem contrastante empregada pelo autor, muito formal no caso da mulher, informal no caso do homem. e) pelo fato de colocar no futuro uma situação que já ocorre comumente nos dias atuais. 2 Quando o personagem Luiz Henrique solicita o “Suplemento Masculino” e recusa os demais cadernos do jornal, o autor, de maneira irônica, aponta para um machismo evidente em muitos órgãos jornalísticos dos dias de hoje que: a) insistem em tratar o público leitor feminino como tendo interesses menos “sérios” e mais “fúteis” que os homens (como estética, moda, culinária etc.). b) não fazem distinção entre homens e mulheres no tratamento dos temas, como se elas se interessassem pelos mesmos assuntos que eles. c) não utilizam uma linguagem adequada à explicação, para as mulheres, de assuntos relacionados a política, economia, ciências etc. d) elaboram cadernos especiais para os homens, mas não para as mulheres, o que denota preconceito e tratamento diferenciado. e) utilizam uma linguagem quando se dirigem às leitoras e outra quando se dirigem aos leitores, como se elas não fossem capazes de compreender os mesmos assuntos que os homens. 3 3 Reveja as orações a seguir, que aparecem no início do texto: “Não conheço os números exatos, MAS acho que confere: (...)” A conjunção adversativa “mas”, destacada no excerto, é utilizada para expressar uma: a) concessão. b) conclusão. c) explicação. d) finalidade. e) oposição. 4 A gramática da norma culta da língua portuguesa sugere que não se deve iniciar frases com pronomes pessoais do caso oblíquo. Uma infração a esta sugestão da norma culta ocorre em: a) “Me passa o Suplemento Masculino.” b) “Eu estou lendo.” c) “E eu lá me interesso por política e economia?“ d) “Você está lendo a primeira parte do jornal, Jandira.” e) “Como você é, Jandira!” 5 Agora veja a seguinte tira, do mesmo Luís Fernando Veríssimo: (As Cobras do Veríssimo, 1978, Editora Codecri.) Pode-se deduzir da fala de Flecha no último quadrinho que: a) ela revela que ele não esperava tal pergunta vinda de Shirlei. b) ela contraria o que ele afirmou no penúltimo quadrinho. c) ela enfatiza sua negação do machismo no quadrinho anterior. d) ela demonstra que ele não entendeu a pergunta de Shirlei. e) ela deixa claro que ele não quer responder ao que foi perguntado. Leia a seguir um excerto de um texto do professor Sírio Possenti e responda às questões de 6 a 9: O que muita gente não entende – ou não quer entender, porque significaria perder uma boa teta! – é que a variação tem tudo a ver com a mudança. Todos acham normal que aquila tenha derivado para águia, que asinus tenha derivado para asno (tem muita coisa mudada aí, mas o básico é que a palavra latina proparoxítona se torna paroxítona), mas acha ridículas formas como fosfro (para fósforo), corgo (para córrego), xicra e chacra (para xícara e chácara), embora a regra antiga que explica a mudança e a atual que explica a variação sejam a rigor a mesma (os falantes seguem regras, não erram!!!), sem contar que dizem, numa boa, sem se dar conta do que fazem, xicrinha e chacrinha. Quá! Variação tem tudo a ver com mudança. Mas, se entendêssemos isso, muita gente perderia uma grana preta!! (POSSENTI, Sírio. “Variação e mudança”. Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3355716-EI8425,00Variacao+e+mudanca.html>. Acesso em: 7 out. 2009.) 6 O melhor título para este excerto de Sírio Possenti seria: a) “As diferenças entre linguagem culta e popular.” b) “Aprenda a falar corretamente.” c) “A evolução da língua portuguesa.” 4 d) “A gramática normativa e os erros de linguagem.” e) “Variação linguística e preconceito.” 7 A única alternativa em que não se registra exemplo de uso da linguagem popular no texto é: a) “boa teta” b) “tudo a ver” c) “numa boa” d) “se dar conta” e) “grana preta” 8 Analise o que se afirma sobre o texto: I- De acordo com o primeiro trecho entre parênteses, se a palavra latina asinus não tivesse sofrido alterações de grafia, no português moderno, devia ser grafada ásinus. II- De acordo com o autor do texto, as pessoas que condenam formas como xicra e chacra mas usam formas como xicrinha e chacrinha estariam cometendo erros de linguagem. III- Para Sírio Possenti, variação linguística é algo que diz respeito não a erros gramaticais, mas a alterações sofridas pela linguagem praticada ao longo do tempo. Está correto o que se afirma em: a) Nenhuma das alternativas. b) Alternativas I e II. c) Alternativas II e III. d) Alternativas I e III. e) Todas as alternativas. 9 Em um trecho do seu texto, Sírio Possenti pratica uma concordância verbal que desobedece a regras apresentadas pela gramática normativa da língua portuguesa. Isso ocorre em: a) “O que muita gente não entende...” b) “Todos acham normal...” c) “... mas acha ridículas formas...” d) “... embora a regra antiga (...) e a atual (...) sejam a rigor a mesma ...” e) “Mas, se entendêssemos isso...” 10 Veja a tirinha de Calvin que segue: (O Estado de S. Paulo, 9/10/2009.) Na palavra “sobremesiano” temos: a) um hibridismo criado a partir de radicais de origens linguísticas diferentes. b) um vocábulo formado por composição por aglutinação. c) um neologismo formado por derivação imprópria e sufixação. d) uma palavra formada por derivação parassintética. e) um estrangeirismo apropriado de estrutura linguística de outra língua. 5 PROVA 2 CIÊNCIAS 1 Um estudo realizado por biólogos, especialistas em botânica, sobre o crescimento de determinada árvore, cujo lenho é alvo de grande interesse comercial, revelou que o seu tronco assume, ao longo dos anos, um formato que se aproxima muito de um cilindro reto. Modelando matematicamente as variações da altura e do diâmetro do tronco, em uma planta com desenvolvimento normal, foram obtidas funções que calculam esses valores a cada ano de vida da planta, com erro mínimo, para os primeiros trinta anos de vida da planta. São elas: t H(t) = 1 + log2 (t + 12) e D(t) (0,1).10 20 , onde H é a altura da planta em metros, D é o diâmetro de seu tronco também em metros e t é o seu tempo de vida em anos. Assim sendo, o volume de madeira acumulado no tronco dessa árvore, quando ela atingir vinte anos de vida, expresso em metros cúbicos e adotando P = 3, será de: a) 1,5 b) 4,5 c) 5,5 d) 10 e) 18 Excluindo a certeza da morte, poucos aspectos da nossa vida se furtam às leis do acaso. Um grupamento imprevisível de genes determina nossa constituição física. Um descuido nos leva ao hospital e o feliz acaso de um bilhete de loteria premiado pode mudar a nossa vida radicalmente. Incapazes que somos de controlar o acaso, recorremos ao que está ao nosso alcance: tentamos avaliar a probabilidade de ocorrência de determinado fato ou fenômeno. Certa vez, o brilhante matemático Warren Weaver, em um jantar do qual participavam 22 militares de alta patente, explicou que a probabilidade de duas pessoas de um mesmo grupo fazerem aniversário no mesmo dia aumenta acentuadamente quando cresce o tamanho do grupo. Então, visando comprovar sua tese, começou a comparar as datas de aniversário das pessoas presentes. Desapontado, chegou ao último oficial sem obter uma só coincidência. Mas foi salvo pela vigésima quarta pessoa da sala. A copeira, que estivera escutando a conversa, repentinamente, anunciou que nascera no mesmo dia em que um dos generais presentes. (Adaptado de “As Matemáticas” - B. C. LIFE - cap. 6 - Cálculo do acaso em um mundo incerto. ) Analise o gráfico e a seguir escolha a alternativa correta: Probabilidade de duas pessoas compartilharem suas datas de aniversário 1,00 Probabilidade 2 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 0 10 20 30 40 50 60 70 Número de pessoas no grupo considerado a) Pela análise do gráfico concluímos que o matemático Warren Weaver, no dia do jantar, contava com apenas 24% de chance de encontrar duas pessoas com a mesma data de aniversário. b) Pelas informações do gráfico, a probabilidade de encontrar duas pessoas nascidas na mesma data em um grupo de 20 pessoas é o dobro da que temos em um grupo de 10 pessoas. 6 c) O gráfico garante que, um grupo com mais de 60 pessoas, terá com certeza duas pessoas nascidas na mesma data. d) Pelo gráfico, a probabilidade de encontrar duas pessoas que façam aniversário na mesma data em um grupo de 35 pessoas é 300% maior do que em um grupo de 15 pessoas. e) Analisando o gráfico vemos que a chance de encontrar duas pessoas nascidas na mesma data cresce linearmente com o número de pessoas do grupo. 3 O gráfico a seguir nos ajuda a entender um método criado por um fabricante de perfumes, para verificar a autenticidade dos seus produtos. Em cada unidade produzida é gravada, por meio de um código de barras, uma sequência numérica de dez dígitos, dos quais dois consecutivos sempre são distintos, exceto se forem zeros. Ao lado desse código estão gravadas também duas letras, sempre distintas, que podem ser duas letras quaisquer das 26 do nosso alfabeto, incluindo K, Y e W: (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X, Y, W, Z). Cada letra está associada a um valor numérico, conforme mostra o gráfico fornecido abaixo. Para entender como funciona o método, suponha que em uma unidade do produto estejam marcadas as letras G e M, por exemplo. Observe no gráfico que a barra horizontal G está associada ao número 39 e a barra horizontal M está associada ao valor 75. Somando-se os valores associados a todas as barras que estão entre a barra G e a barra M (incluindo as barras G e M) e dividindo-se a seguir essa soma por 30 obteremos 13,3. Tomemos o inteiro superior mais próximo de 13,3, que é 14. Para que o produto seja autêntico essa deve ser a soma dos dígitos numéricos representados pelo código de barras. Assim, um produto marcado por GM - 1016201003 é autêntico, pois a soma dos dígitos numéricos realmente dá 14 e dois dígitos consecutivos nunca são repetidos, exceto se forem zeros. Não será autêntico um produto identificado por GM - 0111111143, pois apesar de ter a soma dos dígitos numéricos igual a 14, o código possui dígitos consecutivos (não nulos) repetidos. Obviamente a verificação é feita por um computador e não demora um centésimo do tempo que você levou para ler este enunciado. 99 Q 93 P 87 O 81 N 75 M 69 L 63 K 57 J 51 I 45 H 39 G 33 F 27 E 21 D 15 C 9 B A 3 Considere que uma determinada unidade venha identificada pelas letras BX. Então, de acordo com o método do fabricante, um possível código numérico, para que essa unidade possa ser considerada autêntica, é: a) 0810998952 b) 1098976219 c) 9810098963 d) 9812357000 e) 9653839319 7 4 Há bem pouco tempo o mundo viveu a era do CD-ROM, um disco capaz de armazenar informações eletronicamente. Embora hoje já tenhamos outros dispositivos de armazenamento de informações, mais eficientes e com maior capacidade de armazenagem (uma pen-drive, por exemplo, tem capacidade de armazenamento da ordem de gigabytes), o CD continua a ser bastante utilizado, não só na informática mas, principalmente, na armazenagem de conteúdos de vídeo e de áudio. Um CD-ROM convencional é uma coroa circular de raio interno 2 cm (aproximadamente) e raio externo 6 cm. O miolo do CD não retém informações (a figura mostra a região útil do CD). As especificações técnicas garantem que um CD-ROM armazena 650 megabytes, ou seja, 650 milhões de bytes ou ainda 6,50.108 bytes. Com essas informações, assinale a alternativa que apresenta, 6 cm respectivamente, o valor da área útil total de um CD-ROM, em cm2 e o valor aproximado da porcentagem dessa área total útil, ocupada por um megabyte de informação armazenada. Área útil Para efeito de cálculos, considere P a) b) c) d) e) 5 25 . 8 2 cm 100 cm2 e 0,154% 100 cm2 e 0,253% 50 cm2 e 0,154% 50 cm2 e 0,021% 50 cm2 e 0,181% Diz o dito popular: “Cavalo dado não se olham os dentes”. Já que é dado o melhor é aceitar e jamais procurar defeitos! Foi seguindo esse conselho que Zezé aceitou de bom grado um presente de seu tio mais velho: um terreno em forma de triângulo retângulo com 30 m de comprimento em cada cateto. Não era exatamente o que ele esperava de um terreno. Mas como foi dado, com os impostos pagos, Zezé resolveu aproveitá-lo. Agradeceu muito ao seu tio e logo começou a pensar em como faria para tirar algum proveito do presente recebido. Resolveu que dividiria o terreno em duas partes e, em uma delas, construiria uma casa e, na outra, faria uma horta. Tudo com um formato meio esquisito, mas... Preparou então um esboço que ficou assim: D 30 m C A B 30 m Se necessário adote 5 = 2,23 e 10 = 3,16 8 Graus 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 sen 0,190 0,207 0,224 0,241 0,258 0,275 0,292 0,316 0,325 0,342 0,358 0,374 0,390 0,406 0,442 0,438 0,449 0,469 0,484 0,500 cos 0,981 0,978 0,974 0,970 0,965 0,961 0,956 0,948 0,945 0,939 0,933 0,927 0,920 0,913 0,906 0,898 0,892 0,882 0,874 0,866 tg 0,194 0,212 0,230 0,249 0,267 0,286 0,305 0,324 0,344 0,363 0,383 0,404 0,424 0,445 0,466 0,487 0,509 0,531 0,554 0,577 Ao levar esse esboço para avaliação de um engenheiro, ele disse que faltava uma informação, sem a qual não seria possível aprovar a planta na prefeitura: o valor do ângulo A ou o valor do ângulo B. Não tendo instrumentos para medir diretamente esses ângulos, Zezé recorreu à boa e velha trigonometria. Armou-se com uma tabela trigonométrica (ver reprodução anterior), lápis e papel e calculou, corretamente que: a) os valores de A e B são aproximadamente 15° e 30° respectivamente. b) os valores de A e B são aproximadamente 13° e 32° respectivamente. c) os valores de A e B são aproximadamente 7° e 38° respectivamente. d) os valores de A e B são aproximadamente 29° e 16° respectivamente. e) os valores de A e B são aproximadamente 18° e 27° respectivamente. 6 É um fato facilmente observável que ao sairmos molhados de uma piscina sentimos mais frio do que sentiríamos se estivéssemos secos e, além disso, a sensação térmica de frio é tanto maior quanto mais vento houver. Mesmo sem ter que ir a uma piscina, podemos verificar um fenômeno da mesma natureza quando despejamos um pouco de álcool no punho e, a seguir, sopramos. Em ambos os casos a sensação de frio que temos deve-se: a) ao fato de os líquidos serem naturalmente mais frios do que nosso corpo. b) à ebulição dos líquidos em altas temperaturas. c) à elevada capacidade térmica da água e do álcool. d) ao fenômeno da evaporação. e) ao isolamento térmico causado pelos líquidos e amplificado pelo vento. 7 Um experimento simples e divertido que pode ser feito em casa consiste em colocar um pouco de água em um copo grande e então colocar nesse copo um ovo cru e fresco. A experiência mostra que, nessas condições, o ovo afunda na água. Se passarmos a acrescentar sal na água, em pequenas quantidades, perceberemos que em dado momento o ovo subirá e passará a boiar na superfície. Se, a partir daí, passarmos a acrescentar pequenas quantidades de água, perceberemos que o ovo voltará novamente a afundar. Uma explicação correta para esse comportamento é que, colocando sal na água: a) diminuímos o empuxo aplicado no ovo. b) diminuímos o peso do ovo. c) aumentamos o empuxo aplicado no ovo. d) aumentamos o peso do ovo. e) diminuímos a densidade do ovo. 8 O condicionador de cabelos possui, entre outras funções, a de reduzir a eletrização estática dos mesmos durante o ato de pentear. Um cabelo seco e liso, sem condicionador, quando penteado tende a ficar eletricamente carregado e então os fios passam a se repelir, deixando o cabelo “armado”. Evitando-se que os cabelos se eletrizem com facilidade também evitamos que eles se sujem mais rapidamente, juntando menos poeira, pois, cabelos eletrizados: a) atraem partículas de poeira do ar devido à indução eletrostática. b) ionizam as moléculas de poeira do ar, atraindo-as. c) atraem magneticamente as partículas de poeira induzidas pelo campo magnético da Terra. d) atraem as partículas negativas de poeira e repelem as positivas. e) eletrizam as partículas de poeira por contato e então passam a atraí-las. 9 As pilhas recarregáveis são muito comuns hoje em dia e têm um custo menor do que as pilhas comuns, já que podem ser recarregadas muitas vezes ao longo de sua vida útil. Ao comprar pilhas recarregáveis do tipo “AA”, Juquinha percebeu que na lateral da pilha estavam impressas as informações “1,2 V” e “2300 mAh”. Usando quatro dessas pilhas para fazer funcionar um carrinho de brinquedo com 9 especificações 2,4 V e 1 W, as pilhas, inicialmente carregadas com carga total, permitirão que o brinquedo funcione por, aproximadamente: a) 2 h b) 2,4 h c) 4,8 h d) 9 h e) 11,5 h 10 Além do air bag e do cinto de segurança, os automóveis modernos possuem um item de segurança que, aparentemente, é muito “estranho”: eles amassam muito mais durante as colisões do que os carros fabricados antigamente. Muitas pessoas imaginam que isso torna os automóveis mais vulneráveis e que os carros mais “duros” de antigamente eram mais seguros. No entanto, o fato de os carros modernos se amassarem mais do que os antigos: a) reduz o tempo de interação durante a colisão e, portanto, aumenta a desaceleração do carro durante a colisão. b) aumenta o tempo de interação durante a colisão e, portanto, diminui a desaceleração do carro durante a colisão. c) diminui apenas a “reação” do par de forças de “ação-reação” e, portanto, diminui a força aplicada nos passageiros. d) aumenta a inércia dos passageiros e, portanto, diminui o tempo de colisão. e) aumenta o tempo de interação durante a colisão e diminui o impulso sofrido pelos passageiros durante a colisão. 11 O Brasil é o maior produtor de etanol do mundo. Além de ser o principal componente das bebidas alcoólicas, o etanol é largamente empregado como combustível e se apresenta como uma alternativa excelente em substituição à gasolina, uma mistura de hidrocarbonetos que é derivada do petróleo. Sobre a gasolina e o álcool são feitas as seguintes afirmações: I- Tanto gasolina quanto álcool são fontes renováveis de energia. II- A gasolina é obtida através da destilação fracionada do petróleo enquanto o álcool vem da fermentação do caldo de cana. III- Na combustão completa tanto da gasolina quanto do álcool os produtos serão gás carbônico e água. IV- O etanol é um aldeído de fórmula C2H5OH. Estão corretos os itens: a) I e III. b) II e III. c) I, II e IV. d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. 12 Prótons, nêutrons e elétrons são as menores partículas da matéria? A resposta é não. A Física e a Química se incumbiram de mergulhar nas estruturas mais íntimas da matéria, e um conjunto de partículas, menos conhecidas pela maioria das pessoas, foram identificadas. São os quarks, léptons e bósons. Os quarks são seis, como mostra a tabela: Nome up down Charm Top Bottom Strange Representação u d C T B S Carga relativa + 2/3 –1/3 + 2/3 + 2/3 –1/3 –1/3 Os prótons e os nêutrons são formados apenas pelos quarks up e dowm. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a composição dos prótons e nêutrons. 10 13 Próton Nêutron a) uud ddu b) udd ddu c) ddd uud d) uuu ddd e) uud uuu Os materiais de uso doméstico apresentam diferentes níveis de acidez. Essa acidez é avaliada utilizando-se a escala de pH, calculado como sendo –log[H+] e varia de 0 até 14, da maior acidez para a maior basicidade do meio. Visualmente, essa característica do meio pode ser avaliada utilizando-se um indicador, substância que muda de cor conforme o pH. Esses indicadores podem ser obtidos a partir do repolho roxo, das flores de azaleia, da quaresmeira, da maria-sem-vergonha, da amora, das uvas etc. e possuem em sua composição antocianinas, que têm a propriedade de variar a cor na presença de ácidos e bases, como mostra a escala de cores a seguir (Figura 1), e por isso são utilizados como indicadores ácido-base. A tabela a seguir (Figura 2) mostra dados de concentração hidrogeniônica a 25 °C, em mol/L, de algumas soluções incolores: Figura 2 Produto Limpa forno Limpador à base de amoníaco Leite de magnésia Café Vinagre [H+] (mol.L–1) 10–13 10–12 10–10 10–5 10–3 As soluções apresentadas, após a adição de algumas gotas do extrato de repolho roxo, terão as seguintes colorações: a) vermelha, azul, roxa, roxa e verde. b) amarela, vermelha, roxa, roxa e verde. c) vermelha, azul, rosa, roxa e verde. d) amarela, vermelha, rosa, roxa e verde. e) amarela, verde, azul, rosa e vermelho. 14 Azia é o resultado do excesso de ácido clorídrico, HCl, presente no estomago, responsável pelo baixo pH do suco gástrico. Normalmente a azia se manifesta através de uma sensação de queimação incômoda que pode se estender até o esôfago. Para aliviar esse quadro, utilizam-se antiácidos como o leite de magnésia, uma suspensão de hidróxido de magnésio, Mg(OH)2, ou produtos que contenham bicarbonato de sódio, NaHCO3. Considerando que um vidro de leite de magnésia de 500 mL contém 29g de hidróxido de magnésio, a quantidade de ácido clorídrico que pode ser neutralizada pela ingestão de uma dose de 10 mL do antiácido é (Dado: massa molar do Mg(OH)2 = 58 g/mol.): a) 0,01 mol b) 0,02 mol c) 0,03 mol d) 0,1 mol e) 0,2 mol 11 15 Um aluno recebeu, em uma avaliação, a seguinte tabela com algumas das propriedades físicas de cinco materiais, X, Y, Z, T e W. Material Massa (g) Volume (mL, a 20 °C) Temperatura de fusão (°C) Temperatura de ebulição (°C) X 115 100 80 218 Y 174 100 650 1120 Z 0,13 100 –219 –183 T 74 100 –57 a –51 115 a 120 W 100 100 0 100 Sobre essas substâncias, fizeram-se as seguintes afirmações: I- A densidade do material Y é 1,74 g.mL–1. II- A 20 °C, X e Y são sólidos. III- O material T é uma mistura. IV- O material de maior densidade é Z. As afirmações corretas são: a) I e II. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) II e IV. e) I, II e III. 16 Leia o texto abaixo sobre células-tronco: “Célula-tronco: célula indiferenciada capaz de gerar, por divisão (A) simétrica, duas células-filhas idênticas a ela ou, por divisão (A) assimétrica, uma célula-filha diferenciada e outra nova célula que permanece indiferenciada e mantém a linhagem original.” (Fonte: dicionário Houaiss.) Observe o gráfico ao lado sobre o processo de divisão celular das células-tronco: Qual o processo biológico descrito no texto (A) e que fase desse processo está assinalado com a letra B no gráfico, respectivamente? 4c a) Meiótica / Prófase b) Mitótica / Prófase c) Mitótica / Prófase II 2c d) Meiótica / Telófase e) Mitótica / Telófase 17 B “A cisticercose, uma das possíveis causas do surgimento de um cisto na região frontal da cabeça da atriz Malu Mader, 38, é causada pela larva da solitária (Taenia solium), que se estabelece em tecidos humanos, como o cérebro. Quando isso acontece, pode causar problemas visuais e neurológicos.” (Folha Online – 16/8/2005.) Como a atriz pode ter contraído a doença? a) Comendo frutas e verduras mal lavadas. b) Comendo carne de porco mal passada. c) Comendo carne do boi mal passada. d) Andando descalço. e) Nadando em lagoas de água parada. 12 18 Observe a cadeia alimentar: D A B C Um dos motivos do desequilíbrio ecológico é a caça indiscriminada. Se a pesca do peixe D aumentar indiscriminadamente e sua população, consequentemente, diminuir, o que pode acontecer à cadeia alimentar acima? a) a população do peixinho A vai aumentar. b) a população do peixinho C vai aumentar. c) a população do peixe B vai aumentar. d) a população do peixe C vai diminuir. e) a cadeia alimentar não sofrerá qualquer alteração. 19 “O aconselhamento genético tem por objetivo fornecer informações detalhadas sobre determinada condição que é ou pode ser genética. O atendimento é direcionado para indivíduos afetados por doenças genéticas e suas famílias e para pessoas sem histórico familiar de doença genética, mas que possuam risco de que seus descendentes apresentem alguma dessas doenças.” (Centro de Estudos do Genoma Humano/IB/USP.) Juliana é albina (aa) e casou-se com Jonas que é heterozigoto para este traço. O casal procurou um geneticista para um aconselhamento genético. O casal quer saber qual a chance de o primeiro filho deles ser albino e menino. O que o geneticista diria? a) 1/8 b) 1/3 c) 1/2 d) 1/4 e) 1/25 20 Japoneses criam “superfibra” de bicho-da-seda com gene de aranha “Cientistas japoneses conseguiram implantar genes da aranha em bichos-da-seda para a criação de uma fibra duas vezes mais resistente que a seda comum – e que será usada na fabricação de meias especiais. O novo produto, desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade Shinshu, da província japonesa de Nagano, foi apresentado como sendo ultrarresistente. A fibra produzida pelo bicho-da-seda geneticamente alterado é composta de cerca de 10% de seda de aranha e 90% da seda que a larva produz para criar seu casulo. A fabricante de meias japonesa Okamoto é uma das patrocinadoras da pesquisa e planeja usar a nova fibra na fabricação de meias mais fortes e mais elásticas.” (17/12/2007 - 08h18 - da BBC Brasil.) Por que os genes da aranha continuam funcionalmente ativos no genoma do bicho-da-seda? a) O código genético é universal. b) Ambos são insetos. c) A função dos genes é semelhante (produção de fibra). d) O código genético é degenerado. e) Os genes da aranha e do bicho-da-seda são evolutivamente conservados. 13 PROVA 3 CONHECIMENTOS GERAIS 1 Sobre a construção e o uso do termo “Idade Média”, leia o texto a seguir: “Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a expressão idade média, eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a antiguidade clássica e o próprio século XVI. Este se via como o Renascimento da civilização greco-latina, e portanto tudo que estivesse entre esses picos de criatividade artístico-literária não passava de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de uma idade média. Portanto, a ‘Idade Média’ teria sido uma interrupção no progresso humano, inaugurado pelo gregos e romanos e retomado pelos homens do século XVI. Ou seja, para o século XVII, os séculos medievais também eram vistos como de barbárie, ignorância e superstição.” (Adaptado de: FRANCO JR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1999, p. 17.) A partir da interpretação do texto, assinale a alternativa correta. a) A rotulação do termo “Idade Média” para descrever o período medieval demonstra como grande parte da memória histórica é construída através de parâmetros, concepções e intencionalidades pelos momentos históricos posteriores. b) A memória histórica é construída unicamente no vivenciar do presente e nunca posteriormente, uma vez que são os próprios homens, em sua contemporaneidade, que criam sua História, estabelecendo as análises e interpretações de si mesmos para os períodos seguintes. c) O preconceito contra a Idade Média criado pelos renascentistas do século XVI demonstra que havia uma consciência histórica em relação ao período medieval, considerado por eles como uma época de prosseguimento dos valores antropocêntricos greco-romanos. d) Não se trata de um desprezo, pois, dominado pela cultura teocêntrica, o período medieval não deixou nenhum legado fundamental na história da humanidade, sendo, por isso, considerado uma “Idade Média”. e) O preconceito criado pelos renascentistas do século XVI contra o período medieval foi amplamente combatido pelos homens do século XVII, que questionaram a memória histórica construída sobre a Idade Média. 2 “Em 1600 é publicado em Rouen, na França, História de muitas viagens de aventura, que confirma a apreensão das pessoas diante da necessidade de enfrentar o mar: ‘(...) Todo homem de bom juízo depois que tiver realizado a sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentaram em sua peregrinação; tanto mais que além do que diziam os antigos sobre aqueles que vão para o mar não terem entre a vida e a morte senão a espessura de uma tábua de ponte que só tem três ou quatro dedos de travessia, a tantos outros acidentes que diariamente aí podem ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.’” (DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente; 1300-1800. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 44.) O texto acima faz referência ao período das Grandes Navegações europeias dos séculos XV-XVII, demonstrando que: a) a sociedade europeia como um todo considerava um risco desnecessário as aventuras epopeicas dos navegadores. b) havia um profundo respeito aos homens que se aventuravam nas navegações, embora as viagens apresentassem poucos e controlados riscos a eles. c) o temor e os riscos de empreender as viagens marítimas não foram necessariamente superados pelas primeiras navegações do século XV. 14 d) os acidentes durante as Grandes Navegações eram raros, mas, ao mesmo tempo, desastrosos para os projetos de empreendimentos marítimos das Coroas europeias. e) as explicações para o sucesso das navegações marítimas eram totalmente racionais, apoiadas nas competentes técnicas náuticas, deixando de lado o sentimento religioso e místico. 3 “Mais importante do que os papagaios, no entanto, era a madeira que encontraram, o pau-brasil. Caesalpinia echinata para os cientistas, o pau-brasil era chamado de ibirapitanga, ou pau vermelho, pelos indígenas. Os exploradores portugueses a identificaram logo porque desde o século XII era conhecida árvore semelhante, chamada de Brazil ou de variantes deste nome, importada da Ásia, sobretudo do Ceilão e da Indonésia. A madeira desta árvore era usada sobretudo como corante de panos e, em menor escala, para preparo de tintas. Por ser muito dura, usava-se também em construção e fabricação de instrumentos musicais. Há registros do nome na Itália desde o século XI e na Espanha desde o século XII. Marco Polo fala em brésil, e no Roteiro da viagem de Vasco da Gama menciona-se a existência de ‘muito bom brasyll, o qual faz muito fino vermelho’. Durante as três primeiras décadas após a chegada dos portugueses, o principal produto da nova terra comerciável na Europa era o pau-brasil.” (Adaptado de: CARVALHO, José Murilo de. “O Brasil e seus nomes”. Revista de História da Biblioteca Nacional, dezembro de 2006.) A partir das informações contidas no texto, assinale a alternativa correta. a) O nome “Brasil” deve-se ao modo de como os indígenas denominavam a árvore “ibirapitanga”, o “pau vermelho”, utilizada por eles na extração de tintas e corantes para tecidos, essenciais para suas atividades comerciais. b) Inexistiam indícios de ligação entre as diversas regiões do planeta, uma vez que não havia entre os europeus, asiáticos e nativos da América a noção de mundo global na época, mesmo durante a expansão marítima. c) O mundo estava inteiramente unificado pelas atividades comerciais, porém, isso pouco se refletia culturalmente, uma vez que a Europa não sofria influências nem do Oriente, nem da América. d) A partir do século XVI, houve uma crescente integração comercial e cultural entre regiões da Europa, do Oriente e da América, como pode ser visto no uso do nome “Brasil” para descrever parte da terra colonizada pelos portugueses no Novo Mundo. e) Embora tenha sido importante na constituição do nome da nova região colonizada, o pau-brasil teve pouco significado comercial para os portugueses, que preferiam centrar suas atenções na produção de açúcar. 4 “Como afirmou Sérgio Buarque de Holanda, enquanto os espanhóis construíam cidades geométricas, a fantasia era a marca das vilas portuguesas, pois suas casas, em desalinho, pareciam dispostas de acordo com a vontade dos moradores. Apesar das adaptações locais, a arquitetura colonial não apresentou diferenças marcantes em relação à da metrópole, caracterizando-se por variações do estilo barroco europeu trazido pelos engenheiros europeus. Nas habitações populares adotavam-se soluções improvisadas, muitas vezes emprestadas dos índios ou africanos.” (FURTADO, Júnia Ferreira. Cultura e sociedade no Brasil colônia. São Paulo: Atual, 1998, p. 36.) De acordo com o texto, a respeito da arquitetura das construções na América portuguesa e na América espanhola colonial, podemos afirmar que: a) no Brasil colonial, enquanto parte das construções seguiam padrões arquitetônicos metropolitanos, as habitações da população em geral seguiam padrões indígenas ou africanos. b) não existiam padrões arquitetônicos nas construções do Brasil colonial, já que cada morador criava suas próprias concepções de habitação, sem qualquer influência externa. c) se comparadas às cidades coloniais da América espanhola, as vilas portuguesas apresentavam um maior grau de sofisticação arquitetônica e ordenamento urbano. d) o estilo barroco, uma criação da arquitetura portuguesa, foi amplamente utilizado no Brasil colonial, principalmente nas construções mais populares. e) não havia interferência da arquitetura das habitações e das disposições das construções na vida cotidiana, tanto na América espanhola, quanto no Brasil colonial. 15 5 Leia a seguir um trecho do discurso do presidente Getúlio Vargas aos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta Redonda (RJ), nas comemorações do 1º de maio de 1953: “Nesta parada cívica que me quisestes ao vosso lado, congregam-se dois esteios da nossa confiança no futuro do país: o advento de uma ordem social mais justa e o começo da grande indústria. Emancipação do trabalhador pelo reconhecimento dos seus direitos; emancipação econômica através da formação de uma indústria de base. Bastaria Volta Redonda para sagrar meu governo de empreendimentos e realizações. Monumento que desafia a passagem dos anos, e um marco na nossa independência econômica. (...). Volta Redonda é um testemunho grandioso.” (Discurso do presidente Getulio Vargas em Volta Redonda, no dia 1° de maio de 1953. Apud Bedê, Edgard Domingos Aparecida Tonolli. “Pedagogia do mundo do trabalho na Companhia Siderúrgica Nacional: americanismo, compromisso fordista e a formação da classe operária em Volta Redonda”. Tese de Doutorado em Educação. Universidade Federal Fluminense, dezembro de 2007, p. 136. Disponível em: <http://www.uff.br/pos_educacao/joomla/images/stories/Teses/bede07d.pdf>. Acesso em 20 abr. 2009.) O discurso de Getúlio Vargas articula, como características principais de sua política populista: a) o comunismo e o industrialismo. b) o trabalhismo e o nacionalismo. c) o integralismo e o fascismo. d) o corporativismo e o antiliberalismo. e) o internacionalismo e o romantismo. 6 Leia os dois documentos abaixo, que abordam o Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek. Documento 1 “Com o Plano de Metas, a economia cresceu rapidamente, com expansão do PIB a taxas médias próximas de 7%. Como se tratasse de um plano de desenvolvimento para estimular investimentos em inúmeros setores produtivos e cuja implantação se deu paralelamente à construção da nova capital e das vias de ligação desta com as diversas regiões do Brasil, o programa de JK refletiu de forma ampla na economia brasileira, pois o crescimento industrial tem impacto direto nas atividades de transporte e comercialização, ampliando o mercado de consumo e criando novas oportunidades de investimentos.” (Adaptado de Munhoz, Dércio Garcia. “Plano de Metas traça uma visão de futuro para o Brasil”. Revista do Legislativo – Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, n. 33. Disponível em: < http://www.almg.gov.br/RevistaLegis/Revista33/ dercio33.pdf>. Acesso em: 5 set. 2009.) Documento 2 “O salário mínimo nos primeiros anos do governo JK atingiria o mais alto patamar de sua história, chegava em queda a 1960, com valor próximo ao de 1954, e cairia ainda mais nos anos seguintes. A principal causa das perdas salariais era a inflação decorrente do aumento das emissões do endividamento do Estado (interno e externo) necessário à sustentação dos altos investimentos públicos previstos pelo Plano de Metas do governo Juscelino. A taxa anual de inflação, que em 1955 era de 19%, em 1959 atingiu 52,1%... dados da época demonstram também que o crescimento econômico e a superação das desigualdades sociais não eram sinônimos, pois em 1960 os 70% mais pobres da população brasileira detinham 20% da renda nacional, contra os 40% apropriados pelos 6% mais ricos da população.” (MATTOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e Sindicatos no Brasil. Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2002, p. 56.) A partir da análise comparativa dos dois documentos, assinale a resposta correta. a) O primeiro documento relativiza os resultados do Plano de Metas do governo JK, demonstrando que este promoveu um recuo das disparidades socioeconômicas ao mesmo tempo em que incentivou a industrialização, fato exaltado pelo segundo documento. b) Ambos os documentos demonstram que o Plano de Metas do governo JK foi fundamental para o crescimento econômico do Brasil na década de 1960, exaltando dados como o aumento do salário mínimo, a diminuição das taxas inflacionárias e o grande desenvolvimento industrial. 16 c) O primeiro documento apresenta o Plano de Metas do governo JK como fundamental para o desenvolvimento econômico do país, enquanto o segundo documento tece críticas aos resultados socioeconômicos promovidos pelo referido Plano. d) Ambos os documentos afirmam que o Plano de Metas do governo JK promoveu um aumento significativo dos problemas sociais do país, destacando o forte impacto econômico produzido pelo crescimento industrial. e) O primeiro documento destaca que o Plano de Metas do JK promoveu um avanço na resolução das questões sociais, diminuindo as desigualdades sociais e de renda, fato negado pelo segundo documento, que critica os resultados trazidos pelo Plano. 7 “Os atentados de 11 de setembro de 2001 proporcionaram uma mudança substancial na política externa norte-americana. Um ano após os atentados, os EUA assumiam de vez uma posição de unilateralismo e coerção como princípios de ação. Na prática, confirmavam-se os pressupostos da Doutrina Bush. Através dessa nova doutrina de relações internacionais, os EUA se deram ao direito de agir militarmente, com ou sem o apoio de instituições multilaterais como a ONU ou de países aliados. Também se autorizaram a atacar preventivamente e não deixar que nenhum país desafie sua supremacia militar.” (Adaptado de FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo & FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História Integrada. Campinas: Companhia da Escola, 2005, p. 568.) Como resultado prático da Doutrina Bush estabelecida pelos Estados Unidos após o 11 de setembro de 2001, tivemos: a) a retirada das tropas norte-americanas do Iraque logo após a posse de Barack Obama, encerrando imediatamente a Doutrina Bush. b) a posição de não ingerência nos confrontos entre árabes e israelenses no Oriente Médio, adotando uma posição de extrema neutralidade no conflito. c) o aumento dos acordos diplomáticos, tanto na área militar, quanto na ambiental, com a assinatura do Protocolo de Kyoto. d) o encerramento das atividades da base militar de Guantánamo, em Cuba, acabando com as práticas de torturas contra prisioneiros políticos. e) as invasões sobre o Afeganistão e o Iraque, e a consequente captura e morte do líder iraquiano Saddam Hussein. 8 “A China definiu um objetivo fundamental: garantir, daqui até meados do século XXI, o seu grande retorno à cena mundial. Para realizar esta ambição, que consiste, num primeiro momento, a alçar-se no médio prazo ao nível dos Estados Unidos em termos de peso comercial, ela precisa exercer novamente o seu papel de grande potência regional. Em 1820, antes de se tornar vítima das humilhações impostas pelos países ocidentais e, mais tarde, pelo Japão, a China representava 30% da economia mundial. Hoje, a República Popular está determinada a recuperar o lugar que lhe parece ser dela. Neste intuito, Pequim segue uma estratégia de criar uma ‘emergência pacífica da China’. Na prática, isso resulta numa política difícil de ser conduzida: a China quer marginalizar a influência americana na região, evitando ao mesmo tempo a possibilidade de atrair a hostilidade de Washington.” (Adaptado de “Ascensão da China perturba o equilíbrio mundial”. Jornal Le Monde, 26/4/2005.) Segundo o texto, o crescimento da China no século XXI: a) será restrito às áreas regionais asiáticas, como no controle do mercado japonês. b) está configurado como um elemento inteiramente inédito nas relações internacionais. c) depende de uma série de acordos econômicos e militares com os Estados Unidos. d) se baseia mais na influência econômica que na disputa militar com os Estados Unidos. e) representa um enfrentamento declarado ao poder político, econômico e militar dos Estados Unidos. 17 9 Analise a charge abaixo, de autoria de Benett: (Charge de Benett, 31/7/2005. Disponível em: <http://www.charge-o-matic.blogger.com.br/2005_07_01_archive.html>.) A respeito do Brasil contemporâneo, a ilustração faz uma crítica: a) à falência dos programas sociais do governo federal, que não são capazes de resolver os problemas socioeconômicos do país, agravando a pobreza entre a população brasileira. b) ao crescimento dos índices de miséria e de fome no Brasil atual, particularmente devido ao aumento do desemprego nas principais regiões urbanas do país. c) aos embates político-partidários no Congresso Nacional, que impedem a aprovação de importantes reformas políticas no país, como a reforma da Previdência Social e a reforma agrária. d) à crise de nacionalismo na sociedade brasileira, verificado pela pouca importância dada a símbolos patrióticos, como a bandeira nacional, por membros da política brasileira. e) à falta de punição adequada para os considerados culpados nos diversos escândalos de corrupção que envolvem a máquina administrativa governamental. 10 Sobre o surto de gripe Influenza A (H1N1), que popularmente ficou conhecida pelo nome de “gripe suína”, analise o texto que segue. “Aterrava a velocidade do contágio e o número de pessoas que estavam sendo acometidas.’ Lendo a frase, dá até para pensar que ela foi publicada no jornal de ontem, quando foram confirmados os primeiros casos da gripe suína no Brasil. Ou no diário de viagem de alguém recém-chegado do México. Que nada. Quem escreveu essas palavras foi o médico e escritor Pedro Nava, em 1918, ao descrever do Rio de Janeiro a terrível gripe espanhola, que dizimou milhões de pessoas entre 1917 e 1918, na pior pandemia da história recente da humanidade. A descrição assim continuava: ‘Nenhuma de nossas calamidades chegara aos pés da moléstia reinante: o terrível não era o número de casualidades – mas não haver quem fabricasse caixões, quem os levasse ao cemitério, quem abrisse covas e enterrasse os mortos. O espantoso já não era a quantidade de doentes, mas o fato de estarem quase todos doentes, a impossibilidade de ajudar, tratar, transportar comida, vender gêneros, aviar receitas, exercer, em suma, os misteres indispensáveis à vida coletiva’.” (Adaptado de Keila Grinberg, “Ameaça antiga”. Ciência Hoje Online, 8/5/2009. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com. br/144671>. Acesso em: 20 jun. 2009.) A partir da leitura do texto, é correto afirmar que a autora: a) considera a gripe espanhola como apenas mais um evento de pandemia da história, assim como foram a peste negra na Europa medieval ou o vírus da gripe na conquista espanhola da América, que causaram menos mortes que as doenças recentes. b) utiliza uma fonte histórica para fazer uma associação entre o passado e o presente, relacionando os pânicos causados pela disseminação da gripe espanhola no começo do século XX e da gripe Influenza A (H1N1) no início do século XXI. 18 c) utiliza o exemplo mexicano para explicar a gripe espanhola, pois o país já sofreu na história com outras pandemias de gripe, como o vírus trazido pelos conquistadores espanhóis nos séculos XV e XVI que dizimaram as populações nativas da região. d) desmitifica o real potencial da gripe Influenza A (H1N1) ao demonstrar que em outros momentos da história a humanidade soube controlar com eficácia pandemias malignas, como no caso da gripe espanhola do início do século XX, rapidamente contida pelas medidas sanitárias. e) demonstra que os casos de pandemia que acometeram o mundo, como a gripe espanhola ou a atual Influenza A (H1N1), pouco influenciaram a vida cotidiana da sociedade, embora se tenham tomado certas precauções para evitar o aprofundamento do problema epidêmico. 11 O mapa a seguir constitui uma maneira diferente de representar o Brasil. (Fonte: www.worldmapper.org) Assinale a alternativa com o tipo de mapa e o tema representado: a) anamorfose: proporcional à renda per capita. b) topográfico: relevo com maiores altitudes. c) coroplético: maiores valores de renda per capita. d) anamorfose: proporcional à população absoluta. e) coroplético: maior participação no PIB nacional. 12 Em junho de 2009, o presidente de Honduras, Manuel Zelaya Rosales, foi sequestrado de casa por forças militares, colocado num avião e enviado para a Costa Rica. Sobre a instabilidade política em Honduras e as características geográficas e socioeconômicas do país, selecione a alternativa com os itens certos. I- Entre as causas do golpe militar: a tentativa de realizar um plebiscito sobre a criação de uma assembleia constituinte que permitisse a reeleição presidencial, a aproximação o país com a Venezuela e a ALBA, além das divergências no interior da elite política e econômica hondurenha. II- O IDH de Honduras é um dos menores da América Latina e o país depende da exportação de commodities agrícolas como café e banana, incluindo frutos do mar como camarão e lagosta. III- O país localiza-se na América Central insular, tal como o Haiti, que recebeu tropas de paz da ONU em 2004. 19 IV- A OEA (Organização dos Estados Americanos) apresenta papel relevante na mediação do conflito em Honduras, e o Brasil deu apoio diplomático ao presidente Zelaya. a) II e IV. b) I e IV. c) II e III. d) I, II e IV. e) I, II, III e IV. 13 Observe o grupo de países destacados no mapa a seguir. É o possível afirmar que se trata do: a) G20 (países subdesenvolvidos e emergentes) que buscam um acordo na Rodada de Doha da OMC para redução do protecionismo dos países desenvolvidos em relação às exportações de produtos agrícolas. b) G8 (maiores economias desenvolvidas e Rússia) e do G5 (economias emergentes), fórum de debates sobre os rumos da economia ante a crise financeira mundial. c) G20 (grandes economias) composto por países desenvolvidos e emergentes com o objetivo de aprimorar a cooperação econômica e tomar medidas de prevenção em relação às crises financeiras. d) G4 (grupo diplomático) formado por países candidatos a membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. e) G8 (maiores economias desenvolvidas) e do BRIC (maiores economias emergentes) cujo objetivo é consolidar uma ordem mundial multipolar. 14 Em 2009, houve rápida expansão de uma epidemia que recebeu inicialmente a denominação popular de “gripe suína”. No que se refere à nova gripe, marque a alternativa incorreta. a) A denominação correta é Influenza A (H1N1) e a produção da vacina no Brasil é responsabilidade do Instituto Butantã. b) Os primeiros casos ocorreram nos Estados Unidos. Na América do Sul, o maior número de casos é observado em países como Argentina, Chile e Brasil. c) Entre os principais sintomas: febre acima dos 39°, muito cansaço, calafrios frequentes, intensa dor de cabeça e acentuada dor muscular. d) Segundo a OMS, a taxa de mortalidade é semelhante ao da gripe comum, embora existam grupos mais vulneráveis, a exemplo das mulheres grávidas. e) A nova gripe já se configura como uma pandemia, uma vez que se disseminou de forma acelerada por vários países de diferentes continentes. 20 15 16 Assinale a alternativa com os termos que completam corretamente o texto a seguir. “Em 1988, numa conferência organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, foi firmado(a) o(a) I . O acordo passou a funcionar a partir de 1992 e regula o transporte de lixo em escala global, isto é, o “controle dos movimentos II de resíduos perigosos e sua disposição”. O acordo estabelece que o comércio de resíduos perigosos pode ser realizado desde que haja consentimento prévio dos países importadores e uma administração ambientalmente correta dos resíduos e seu depósito. O objetivo é evitar a exportação ilegal de III , a exemplo de resíduos industriais com metais pesados, produtos inflamáveis, lixo eletrônico e lixo hospitalar com agentes infecciosos. Geralmente, o transporte ilegal costuma ocorrer dos países desenvolvidos para os países subdesenvolvidos. Os países africanos são os mais afetados. Em 2009, o IV violou o acordo ao exportar lixo irregular para o Brasil. O único país desenvolvido que não ratificou a convenção foi V . I II III IV V a) Protocolo de Kyoto transfronteiriços lixo reciclado Reino Unido os Estados Unidos b) Convenção da Diversidade Biológica transnacionais lixo orgânico Estados Unidos o Reino Unido c) Convenção da Basileia transfronteiriços lixo perigoso e tóxico Reino Unido os Estados Unidos d) Convenção de Cartagena intranacionais lixo perigoso e tóxico Estados Unidos a China e) Protocolo de Montreal intranacionais lixo nuclear França a Coreia do Norte Assinale a alternativa com o mapa que destaca o compartimento de relevo descrito a seguir. “Numa região dominada por altas temperaturas e pluviosidade abundante, existe uma planície onde predomina o processo de sedimentação vinculada à dinâmica fluvial marcada por uma vasta rede hidrográfica labiríntica e com rica ictiofauna. Em suas superfícies planas, matas de igapó e de várzea com alta biodiversidade que se encontram ameaçadas pelo avanço de atividades como a exploração de madeira, o garimpo e o agronegócio.” a) b) c) d) e) 21 17 A economia brasileira tem sido marcada por fusões e aquisições de empresas nos últimos anos, porém os impactos sobre os consumidores poderão ser negativos. Um dos exemplos foi: a) a união entre Perdigão e Sadia, dando origem à BR Foods; um dos temores é a redução da concorrência no setor de alimentos e a manutenção de preços elevados. b) o Itaú-Unibanco com a perspectiva de diminuição dos spread bancário cobrado dos clientes em serviços com o cheque especial. c) a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil que promoveu uma elevação das tarifas cobradas dos clientes. d) a aquisição do Almadén pela vinícola Miolo com o objetivo de aumentar as exportações brasileiras de vinho para o Mercosul. e) a compra do Banco Real pelo Santander com a perspectiva de majoração dos juros cobrados dos clientes. 18 Em 2009, um tsunami atingiu os arquipélagos de Samoa, Samoa Americana e Tonga no Oceano Pacífico. A onda gigante avançou sobre a planície litorânea provocando perda de vidas humanas e prejuízos econômicos. O tsunami foi causado: a) por ventos fortes causados por um furacão, fenômeno meteorológico frequente na região do Oceano Pacífico. b) por terremoto no continente numa zona de convergência entre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana. c) por terremoto submarino numa zona de divergência entre as placas tectônicas do Pacífico e Asiática. d) por terremoto submarino numa zona de convergência entre as placas tectônicas do Pacífico e IndoAustraliana. e) pela elevação do nível do mar decorrente dos efeitos do aquecimento global sobre o degelo das calotas polares. 19 Um dos problemas sociais mais preocupantes do Brasil é a permanência do trabalho infantil em todas as regiões do país, como podemos observar na tabela a seguir. Percentual de pessoas ocupadas, na semana de referência, na população de 5 a 17 anos de idade, por sexo, segundo as Grandes Regiões – 2008 Sexo Grandes regiões Total Homens Mulheres Brasil 10,2 13,1 7,1 Norte 10,3 13,5 7,1 Nordeste 12,3 16,3 8,0 Sudeste 7,9 10,0 5,7 Sul 11,9 14,7 9,1 Centro-Oeste 10,2 12,7 7,4 (Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2008.) A partir da interpretação dos dados da tabela, é possível afirmar que as regiões: a) Sudeste e Sul apresentam os menores percentuais de trabalho infantil, uma vez que apresentam IDH mais elevado. b) Nordeste e Centro-Oeste apresentam a maior diferença entre homens e mulheres. 22 c) Norte e Nordeste apresentam os maiores porcentuais de trabalho infantil, visto que apresentam IDH mais baixo. d) Sul e Sudeste apresentam taxas mais elevadas para mulheres do que para os homens. e) Nordeste e Sul apresentam percentual de trabalho infantil mais elevado que a média nacional. 20 O gráfico a seguir destaca a composição étnica do Brasil e suas regiões em 2008. Distribuição da população residente, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões – 2008 Branca Preta Parda Outra (Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2008.) A partir da interpretação do mapa e de seus conhecimentos é falso afirmar que a população: a) parda é predominante em três regiões brasileiras. b) branca é prevalecente no Sul, uma vez que a região recebeu numerosos imigrantes europeus ao longo sua história. c) negra apresenta os maiores percentuais no Nordeste e no Centro-Oeste. d) com a classificação “outra” é integrada principalmente por descendentes de japoneses, chineses e coreanos no Sudeste. e) com a classificação “outra” é composta principalmente por indígenas no Norte. 23 PROVA 4 REDAÇÃO Processo Seletivo 2010 – UNISAL Código do candidato Critérios de correção 1 2 3 A folha de redação será identificada apenas pelo código do candidato. A nota máxima a ser atribuída à redação será de dez pontos, distribuídos de acordo com os seguintes critérios de correção: a) capacidade de argumentação-reflexiva (2,5); b) uso da norma culta da língua portuguesa (2,5); c) adequação à estrutura textual exigida (2,5); d) coesão e coerência textuais (2,5). A nota de corte para a aprovação será de 3,0 pontos. Proposta de Redação Os Jogos Olímpicos de 2016 serão no Brasil! A escolha da cidade do Rio de Janeiro foi comemorada por muitos brasileiros que vêem nesse evento esportivo uma grande oportunidade para o país melhorar. Porém, muitos outros cidadãos criticaram essa escolha, alegando que não será o esporte que conseguirá resolver os problemas decorrentes de anos de descaso político. Reflita sobre isso e usando, obrigatoriamente, a coletânea a seguir, escreva uma dissertação sobre o tema: Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil: motivo para comemorar ou para lamentar? 1) Brasileiro é assim mesmo, coloca o fanatismo por esporte acima do feijão na mesa e do leitinho das crianças. Não tem dinheiro para a saúde? Mas para torrar 28 bi nas Olimpíadas tem, fora o que vai custar a copa do mundo, valor que será inflacionado pois não está computada a roubalheira que sempre existe.(...) O Canadá sediou um desses megaeventos esportivos e se arrependeu até a raiz dos cabelos pelo dinheiro gasto, mas como somos um país rico isso não será problema. Com a copa do mundo em 2012 e as Olimpíadas em 2016 os problemas do Brasil acabaram. (Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/petralha-tenta-roubar-ate-as-olimpiadas/>. Acesso em: 7 out. 2009.) 2) Não só os desportistas ganham com as Olimpíadas também se beneficiam os cidadãos que não praticam nenhum esporte. Um evento das dimensões dos Jogos Olímpicos favorece os investimentos internos e externos, a longo prazo, sobretudo em economias emergentes. No estudo intitulado “Os efeitos de megaeventos em economias emergentes”, o cientista alemão Tobias Birkendorf destaca que o mero compromisso de realizar grandes eventos internacionais transforma o país numa atração para investimentos milionários do exterior. Assim, é como a infraestrutura, que antes era deficiente ou 1 inexistente, experimenta uma modernização aos últimos padrões internacionais. Esta é uma razão suficiente para que países em desenvolvimento aspirem a obter a sede de grandes eventos como os Jogos Olímpicos. Para que se tenha uma ideia, a partir do dia em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu a cidade de Pequim como sede dos Jogos Olímpicos de 2008, a China recebeu mais de U$ 25 bilhões em investimentos. O dinheiro fluiu na construção de novos centros esportivos, na ampliação e modernização de redes viárias, dentro e fora das cidades. Somente na construção de melhores linhas de transporte urbano em Pequim se investiram aproximadamente U$ 12 bilhões. (Disponível em: <http://www.opovo.com.br/colunas/mapamundi/916481.html>. Acesso em: 7 out. 2009.) 3) O Brasil e o Rio são carentes de tudo. Não há escolas, hospitais, moradia, transporte público, alimentação para os pobres, luz elétrica, saneamento básico, esporte etc. As pessoas continuam morrendo de sede, de frio, de bala perdida etc. O Rio é a porta de entrada para o Brasil, o que nos dá visibilidade no exterior. A cidade tem tido a má sorte de, há anos, ser maltratada por políticos incompetentes e mal-intencionados. Se alguém acha que daqui a sete anos o Rio estará livre dos traficantes de droga e dos tiroteios, que o trânsito será fantástico, que haverá hospitais de qualidade, escolas públicas de excelente nível para todas as crianças, praças esportivas populares espalhadas pela cidade, pessoas morando condignamente, só para citar alguns exemplos, escolha uma bela praia e espere deitado. Para não se cansar. Nada, rigorosamente nada vai mudar. A baia da Guanabara, por exemplo, vai permanecer um dos locais mais poluídos do mundo. Bela, mas de cheiro insuportável. (Alberto Murray Neto, 43, advogado, é árbitro do Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne (Suíça), e diretor da ONG Sylvio de Magalhães Padilha. Folha de S. Paulo, 3/10/2009.) 4) O Comitê Olímpico Internacional e seus investidores exigem muito, cobram resultados, mas também ajudam com segurança, turismo, saúde, educação, meio ambiente. Com essa gente, não tem brincadeira. Os interesses são enormes, e prazos, metas, orçamentos e compromissos têm que ser cumpridos. Uma boa oportunidade para o Brasil experimentar coletivamente novos conceitos, melhores valores e mentalidades. A Constituição diz que o esporte é direito do cidadão e dever do Estado. Que os governantes respeitem a Constituição para que o legado dos Jogos (o do Pan 2007 foi lamentável) se traduza em benefícios para a população, principalmente para seus segmentos mais necessitados, tão carentes de oportunidades e políticas públicas de inclusão social. A FGV fez estudo e projetou resultados animadores: os Jogos de 2016 no Rio podem repercutir em todo o Brasil até 2020, pelo menos. Isso, claro, se as coisas forem bem feitas. Como prevê o COI: avaliar, planejar e investir no curto, médio e longo prazos; mapear e intervir nos problemas, com ações socioculturais de alto nível; aproveitar ao máximo o evento antes, durante e depois. É um direito e um dever ir além do campo esportivo, agregar valores e realizações que fiquem. Temos um histórico de vitórias esportivas. É hora de outras conquistas. Os Jogos são uma chance rara de ajudar a construir e a cumprir esse plano estratégico. Os ganhos nos níveis do emprego direto e indireto na cultura, na segurança, na educação e em outros domínios são conhecidos. Mas também são conhecidas experiências com baixo resultado. (Mauricio Murad, sociólogo, doutor em sociologia do esporte, é professor da Uerj, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e da Universo, Folha de S. Paulo, 3/10/2009.) 2 3