Portugal e Brasil
no século XVII
Domínio espanhol no Brasil(1580-1640)
O domínio espanhol .
 Em 1580, o rei de Portugal, D. Henrique, morreu sem deixar herdeiros
( fim da dinastia de Avis) surgiram disputas político-militar pelo trono
português, e o vencedor foi Felipe II, rei da Espanha.
 Com a ascensão de Felipe II ao trono português tem início o domínio
espanhol (1580-1640) – União ibérica / União Peninsular.
 Grandes alterações em Portugal:
• O governo lusitano passou a ser exercido por portugueses escolhidos pelo
monarca espanhol, geralmente clérigos ou representantes do Tribunal de
Santo Ofício.
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A ação inquisitorial tornou-se mais intensa na metrópole.
•
Comerciantes portugueses obtiveram livre trânsito nas terras espanholas,
o direito ao asiento, etc.... Para os grupos dominantes portugueses, a união
das coroas, foi sem dúvida um ótimo negócio.
O domínio espanhol no Brasil.
 Grandes permanências no Brasil:
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Para a Espanha, a colônia Brasil era pouca atrativa, uma vez que não
apresentou, em seu litoral, metais preciosos;
Poucas mudanças significativas- agora a metrópole é a Espanha que
exercia o monopólio comercial e o controle administrativo;
No que se refere, a configuração territorial brasileira, o domínio espanhol
acabou por abolir as determinações de Tordesilhas, o que favoreceu o
avanço português em direção ao interior, permitindo a expansão territorial,
especialmente estimulada pela busca de metais preciosos;
O domínio espanhol atraiu para o Brasil seus inimigos – França, Inglaterra
e Holanda.
O domínio espanhol no Brasil
 França – França Equinocial – Maranhão ( 1612-1613).
 Inglaterra – Corsários – roubavam embarcações espanholas e portuguesas
no Atlântico;
 Holandeses – Recife (1595); Bahia (1599)
Como represália, os espanhóis proibiram relações mercantis entre a Holanda
e Portugal.
1624- Invasão em Salvador
1630- Invasão holandesa em Pernambuco, principal área canavieira da
América portuguesa.
 Ao mesmo tempo que ocuparam as áreas produtoras de açúcar, os
holandeses tomaram pontos do litoral africano de onde retiravam negros
escravizados para os engenhos no Nordeste brasileiro. Controlando a
produção, o refino e a distribuição,como a reposição da mão de obra
envolvida, os holandeses tornavam o negócio do açúcar cada vez mais seu.
O domínio espanhol no Brasil
 As outras regiões produtoras de açúcar no Brasil tem que recorrer as Bandeiras
(Apresadoras).
 Maurício de Nassau Siegen ( 1637-1644). Governador e comandante das
possessões holandesas.
Dentre as principais medidas adotadas em seu governo, destacam-se:
• Concessões de créditos;
• Tolerância religiosa;
• Obras urbanas
• Vida cultural
 Maurício de Nassau ganhou prestígio como administrador, mais surgiram
desentendimentos entre ele e a Companhia das Índias Ocidentais. Os líderes da
Companhia acusavam de furtar dinheiro e quiseram limitar seus poderes. Por sua
vez Nassau acusava a Companhia de não entender os problemas locais e de agir
com excessiva ganância. Maurício de Nassau saiu do cargo de governador.
Insurreição Pernambucana.
Depois da saída de Maurício de Nassau do Brasil, a
administração holandesa tornou-se extremamente dura.
Interessada somente em aumentar seus lucros, a
Companhia de Comércio das Índias Ocidentais passou a
pressionar os senhores de engenho para que aumentassem
a produção, pagassem mais impostos, liquidassem as
dívidas atrasadas. A Companhia ameaçava confiscar os
engenhos de seus proprietários, caso as exigências não
fossem cumpridas.
Até mesmo a tolerância religiosa havia acabado. Os
católicos passaram a ser proibidos de praticar livremente
sua religião. Reagindo a essas pressões, grupos da colônia
iniciaram, em 1645, a luta pela expulsão dos holandeses,
conhecida como Insurreição Pernambucana.
Restauração Portuguesa.
A contínua queda do volume de metais extraídos da
América Espanhola; A presença holandesa na América e
África abalaram os negócios lusitanos; As constantes
guerras na Europa ( minaram as finanças espanholas) – que
aumenta a cargo de tributo sobre o povo português.
Nessa conjuntura de retração econômica, a miséria da maior
parte da população portuguesa ampliava-se e provocou
insatisfações que, muitas vezes, descambavam em revoltas
populares. A responsabilidade pela crise socioeconômica
passou gradativamente a ser atribuída á União Ibérica.
Espalhavam-se pelos mais diversos grupos da sociedade
lusitana uma aversão à Espanha e representantes da
nobreza ligados a Casa de Bragança fizeram um movimento
separatista denominado Restauração Portuguesa ( volta de
um monarca português ao trono português.
Crise econômica portuguesa.
Terminada a União Ibérica, Portugal mergulhou em grave
crise econômica, pois dependia do comércio colonial, e
nesse período, havia perdido grande parte de suas colônias
para holandeses, franceses e ingleses.
A concorrência do açúcar antilhano também foi um duro
golpe a economia portuguesa.
Portugal procurava arduamente encontrar soluções para sair
da crise econômica. Por outro lado, acabou recorrendo à
Inglaterra e assinou diversos tratados econômicos. Por outro
lado, adotou uma política rigorosa em relação ao Brasil, uma
das poucas colônias que ainda lhe restavam. D,João IV dizia
que o Brasil era sua “ vaca de leite”.’
Tratados econômicos com os
ingleses.
Pelos tratados assinados coma Inglaterra, Portugal recebia
proteção política e produtos manufaturados, em troca de
vantagens de exploração colonial concedidas aos ingleses.
Entre esses tratados, destaca-se o Tratado de Methuen, de
1703 ( também conhecido como Tratado de panos e vinhos).
Segundo esse tratado, Portugal se comprometia a admitir
em seu reino tecido de lã fabricado pelos lanifícios ingleses,
e a Inglaterra, em troca, compraria os vinhos portugueses.
Na época, a assinatura desse tratado satisfazia aos
interesses de grupos dominantes de ambos os lados. Mas
teve conseqüências
não-previstas. Entre elas, a de
contribuir para a paralisação da industrialização portuguesa
e de canalizar o ouro do Brasil para a Inglaterra.
A economia do Nordeste.
A reconstrução do Nordeste açucareiro vai se realizar numa
fase de queda do preço do açúcar, de concorrência
comercial crescente e de progressiva subordinação da
economia do reino português à Inglaterra.
O açúcar, mesmo com a concorrência antilhana e queda no
preço no mercado mundial, teve sua produção regularizada
e até estendida a outras áreas produtoras. O tabaco e a
pecuária tiveram um desenvolvimento considerável. Outras
atividades, como a extração de pau-brasil, a coleta de
drogas do sertão ( ervas e plantas encontradas na região
amazônica como cacau, cravo, baunilha, canela, gengibre e
salsaparrilha) e o plantio de algodão complementaram o
quadro da economia colonial do século XVII.
Sebastianismo
Após o desaparecimento de D. Sebastião no norte da África
e da morte de seu tio, o cardeal-rei D. Henrique, houve uma
disputa por quem sucederia o trono português por falta de
herdeiros diretos. O trono terminou nas mãos do rei Filipe II
da rama espanhola da casa de Habsburgo. Basicamente é
um messianismo adaptado às condições lusas e à cultura
nordestina do Brasil. Traduz uma inconformidade com a
situação política vigente e uma expectativa de salvação,
ainda que miraculosa, através do retorno de um morto
ilustre.
Vários setores da população não acreditavam na morte do
rei, divulgando a lenda de que ele ainda se encontrava vivo,
apenas esperando o momento certo para voltar ao trono e
afastar o domínio estrangeiro. De certa maneira, isso
ecoava uma crença no chamado "rei encoberto", que
povoara a península Ibérica
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